Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
MESTRADO EM PSICOLOGIA
MARIA ISABEL DRUMMOND OPPEL SILVA
TELETRABALHO DOMICILIAR: IMPACTOS SOBRE AS REDES
SOCIAIS INFORMAIS DOS TELETRABALHADORES
Salvador
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MARIA ISABEL DRUMMOND OPPEL SILVA
TELETRABALHO DOMICILIAR: IMPACTOS SOBRE AS REDES SOCIAIS
INFORMAIS DOS TELETRABALHADORES
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Psicologia da
Universidade Federal da Bahia, como
requisito parcial
para obtenção do título de
Mestre em Psicologia.
Área de concentração: Psicologia Social e do Trabalho
Orientador: Prof. Dr. Antonio Virgílio B. Bastos
Salvador
2007
ads:
_________________________________________________________________________
Silva, Maria Isabel Drummond Oppel
S586 Teletrabalho domiciliar: impactos sobre as redes sociais informais dos
teletrabalhadores / Maria Isabel Drummond Oppel Silva . – Salvador, 2007.
252 f. : il.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Virgílio Bittencourt Bastos.
Tese (doutorado) – Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas, 2007.
Teletrabalho. 2. Trabalho a domícilio. 3. Psicologia do trabalho. 4.
Teletrabalho – SERPRO. I. Bastos, Antônio Virgílio Bittencourt. II. Universidade
Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. III.Título.
CDD – 158.7
_________________________________________________________________________
TERMO DE APROVAÇÃO
TELETRABALHO DOMICILIAR: IMPACTOS SOBRE AS REDES SOCIAIS
INFORMAIS DOS TELETRABALHADORES
MARIA ISABEL DRUMMOND OPPEL SILVA
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
(Prof. Dr. Antonio Virgílio Bittencourt Bastos)
__________________________________
(Prof. Dr. Helder Pontes Régis)
__________________________________
(Profa. Dra. Elizabeth R. Loiola C. Souza)
Dissertação defendida em 23/07/2007
A TITIZE, minha
mãe amada, alma
calma, que me acalma
e abençoa, presente
maior de Deus.
Agradecimentos
Vencer os desafios de um mestrado é percorrer um caminho árduo, mas no desejo
de crescimento uma pulsão mais forte.É uma trajetória pessoal e intransferível, na qual
saúde e determinação são fundamentais, porém, insuficientes. O que a torna vitoriosa é
não ser solitária .
Soma-se ao que vem de dentro de nós, o que temos acima de nós eu tenho Deus e
o que encontramos em volta de nós eu encontrei o amor e a solidariedade da minha
família, a torcida sincera e a ajuda dos amigos obrigada Ana, Arminda e América a
generosidade do ensinamento competente dos mestres, o prazeroso compartilhamento das
dúvidas e descobertas com os colegas de turma e o suporte institucional de uma
Universidade respeitada, como a UFBA e de uma Organização grandiosa, como o
SERPRO.
Portanto, sou privilegiada, pois há muitos a quem agradecer.
Ao meu marido, Almiro e aos meus filhos, Bruno, Juliana e Fred, pelo respeito à
minha necessidade de um tempo exclusivo e pela convivência harmônica com a ausência
temporária da dedicação que vocês merecem.
Ao meu coordenador e amigo querido, Ricardo Duarte, pela confiança que nos une,
prova irrefutável da supremacia dos valores humanos sobre a tecnologia e a virtualização
da comunicação.
Você é o melhor telegerente do mundo !
Ao meu orientador, Bastos (2005, 2006, 2007), mas antes disso, o colega Virgílio,
protagonista de um saudável convívio na graduação em Psicologia, que agora no
mestrado, deu-me a honra de usufruir da sua condução sábia, amável, segura, bem ao
estilo do cobiçado Professor Dr. Antonio Vírgílio Bastos. Seu acolhimento e simplicidade
são comoventes.
Aos teletrabalhadores do projeto piloto do SERPRO, seus colegas e chefias, que
aceitaram me confessar seus preciosos vínculos.
Este é o meu testemunho sobre o significado de ter redes de amizade, informação e
confiança. O que existe além disso está na teoria e nos experimentos dos autores que me
socorreram, para que eu também pudesse dar minha parcela de contribuição ao avanço
do conhecimento, no inesgotável mundo das relações entre as pessoas.
Obrigada a todos vocês pelas conexões movidas a laços tão fortes.
Cada teoria social é também uma teoria pessoal
que inevitavelmente expressa e coordena as
experiências pessoais dos indivíduos que a propõem.
Muito do esforço do homem para conhecer o mundo
ao seu redor resulta do desejo de conhecer coisas
que lhes são pessoalmente importantes
.
Alvin Gouldner
RESUMO
OPPEL, M.I.D. Teletrabalho domiciliar: impactos sobre as redes sociais informais dos teletrabalhadores .
2007 252 fs. Dissertação (Mestrado). Departamento de Psicologia. Universidade Federal da Bahia,
Salvador, 2007.
O teletrabalho tem se tornado uma prática adotada por organizações em diversos países, o que
faz com que pesquisadores de várias disciplinas, tais como planejamento e transporte urbano,
ética, sociologia, direito, psicologia e gestão organizacional dediquem-se à investigação desse
sistema de trabalho. Embora muito se tenha escrito sobre o assunto, poucas são as pesquisas
que avaliam empiricamente seus impactos nas relações sociais que se estabelecem nos
contextos internos das organizações e as tensões no campo. Ademais, na vasta literatura
consultada, não se identificou qualquer investigação que tenha articulado os dois temas centrais
desta dissertação, cujos eixos teóricos são os conceitos inerentes a teletrabalho e a redes sociais
informais, com recorte intraorganizacional. Neste estudo, é examinado como teletrabalhadores
domiciliares e os membros não-teletrabalhadores do seu grupo de trabalho colegas e chefia -
configuram as suas redes sociais informais (RSI) de amizade, informação e confiança e como
estas são alteradas ao longo do tempo, a partir da adoção do teletrabalho por algum membro da
equipe, especialmente no que se refere ao desempenho dos papéis críticos de conector central,
corretor de informações e expansor de fronteiras. Com este propósito foi acompanhada uma
experiência inovadora no âmbito da administração pública federal brasileira, que é o projeto
piloto de teletrabalho domiciliar do SERPRO Serviço Federal de Processamento de Dados,
uma empresa estatal, do ramo de tecnologia da informação e comunicação, que atua em âmbito
nacional. O delineamento metodológico é baseado num estudo de caso longitudinal com
medidas periódicas, aliado ao modelo quantitativo de quase-experimento e envolveu a
avaliação de dos três tipos de RSI, em três momentos. O primeiro ocorreu antes da implantação
do projeto piloto; o segundo, após seis meses dos participantes terem passado a teletrabalhar
em casa; e o terceiro, ao final de doze meses desse processo. Foram utilizados os referenciais
e o instrumental da abordagem sociométrica abarcada pela noção de redes sociais, como
recursos teórico-metodológico para analisar os padrões de ligação entre seus membros. O
instrumento de coleta de dados, um questionário criado por Kuipers (1999) e já utilizado em
pesquisas anteriores, foi aplicado inicialmente a 17 teletrabalhadores e respectivos grupos. Ao
final, na terceira medida, o estudo concentrou-se em 7 destas equipes, abrangendo informações
correspondentes a 63 RSI para serem analisadas. Os dados obtidos nas coletas foram
submetidos aos cálculos matemáticos realizados pelas rotinas dos softwares Ucinet e NetDraw.
A partir dos referidos cálculos foram feitas as análises das configurações e das alterações nas
referidas redes sociais informais, nos aspectos estruturais, relacionais e centrados em egos (ou
atores), além do desempenho dos papéis supracitados. Os principais resultados oferecem
suporte parcial às hipóteses do estudo. Apesar das diferentes realidades apresentadas por cada
grupo em termos macro e micro-estruturais, foi observada uma tendência à fragilização das
relações e inserções nos grupos, com predomínio da perda de posições e de papéis pelos
teletrabalhadores. São discutidos e problematizados fatores moderadores e intervenientes que
provavelmente interferiram nos achados e por fim, feitas algumas recomendações para futuras
pesquisas. As conclusões decorrentes deste estudo propiciam mais clareza a respeito dos efeitos
do teletrabalho nas relações sociais intraorganizacionais e trazem subsídios passíveis de apoiar
aperfeiçoamentos a esta prática, em benefício da gestão das pessoas.
Palavras-chaves: virtualização do trabalho, teletrabalho, teletrabalho domiciliar, redes
sociais informais intraorganizacionais.
ABSTRACT
OPPEL, M.I.D. Home telework: impacts on teleworkers´ informal social networks. 2007. 252 fs. Thesis
(Master Degree). Psychology Departament. Federal University of Bahia.
Telework has become and adopted pratice by organizations in several countries, which makes researchers of many
areas, such as urban planning and transportation, ethics, sociology, law, psychology and organizational
management, dedicate themselves to investigate this work system. Although much has been written on the subject,
only few studies investigate the impact this system has on social relations established at the internal contexts of
organizations and the tensions on the field. Besides, in the consulted literature, it was not identified any
investigation that articulates the two central themes of this dissertation. Its theoretical axes are the concepts related
to telework and to informal social networks, in an organizational approach. At this study, we examine how home
teleworkers and the non-teleworker-members of his work group colleagues and supervision configure their
informal social networks of friendship, information and trust. We also investigate how these networks change
through time, when some member of the group adopts the telework system, specially when it comes to the
accomplishment of critical roles, such as central conector, information broker and boundary stanner. With this
purpose, an innovative experience in Brazilian federal public administration was studied; that was the pilot project
of home telework at SERPRO Federal Service of Data Processing. SERPRO is a state company operating, at
national scope, on the information and communication technology field. The methodological design, based on
longitudinal case study with periodical measurements, allied to a quantitative model of quasi-experiment, included
three types of informal social networks, in three moments: at the first moment, before the implantation of the pilot
project; at the second, six months after the participants hag begun home teleworking; and at the third, twelve
months after the process had been going on for. Referentials and instruments from sociometric approach through
the notion of social networks were used, such as theoretical-methodological resources to analyze link patterns
between members of the groups. The data collection instrument was a questionnaire created by Kuipers (1999)
already used in previous researches, and was initially administered to seventeen teleworkers and their respective
groups and in the end, at the final measurement, the study focused on seven of these units, including information
correspondent to sixty-three ISN to be analyzed. The data obtained were submitted to mathematical calculations
made by softwares Ucinet and Netwdraw. Analyses of configurations and alterations in the referred social
networks were made, not only in their structural, relational and ego (or actor) centered aspects, but also the
performance of the above mentioned roles. The main results offer partial support to the study´s hypotheses,
indicating that, in spite of the different realities presented by each group in macro and micro-structural terms, it
was observed a certain tendency of fragilization of relationships and insertions within groups. The loss of positions
and roles by teleworkers prevailed. Moderating and intervening factors which may have probably interfered at the
findings are discussed and questioned, and finally, some recommendations were made to future researches.
Conclusions deriving this study propitiate more clarity when it comes to effects of telework in social
intraorganizational relationships and bring subsidies liable to support improvements to this practice, in benefit of
people management.
Keywords: work virtualization, telework, home telework, social informal intraorganizational networks.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01:
Correntes que originaram a moderna Análise de Redes Sociais.......................................
048
Figura 02: Abordagens possíveis para Análise de Redes Sociais...................................................... 064
Figura 03: Modelo teórico do estudo................................................................................................. 072
Figura 04: Estrutura e etapas do Projeto Piloto de Teletrabalho do Serpro....................................... 076
Figura 05: Matriz de adjacência-modelo............................................................................................090
Figura 06: RSI de Amizade – Matriz não simetrizada- - T1 - 1ª medida ................ 100
Figura 07:
RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 1ª medida ...............
101
Figura 08: RSI de Amizade – Matriz não simetrizada - T1 - 2ª medida................ 101
Figura 09: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 2ª medida................ 102
Figura 10: RSI de Amizade – Matriz não simetrizada - T1 - 3ª medida............... 103
Figura 11:
RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 3ª medida.................
103
Figura 12: RSI de Informação – Matriz não simetrizada - T1 - 1ª medida............. 104
Figura 13: RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 1ª medida................ 105
Figura 14: RSI de Informação – Matriz não simetrizada - T1 - 2ª medida................ 106
Figura 15: RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 2ª medida................ 106
Figura 16: RSI de Informação – Matriz não simetrizada - T1 - 3ª medida................ 107
Figura 17: RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 3ª medida .............. 108
Figura 18: RSI de Confiança – Matriz não simetrizada - T1 - 1ª medida................ 109
Figura 19:
RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 1ª medida ..............
109
Figura 20: RSI de Confiança – Matriz não simetrizada - T1 - 2ª medida................ 110
Figura 21: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 2ª medida................ 111
Figura 22: RSI de Confiança – Matriz não simetrizada - T1 - 3ª medida................ 111
Figura 23: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T1 - 3ª medida................ 112
Figura. 24: Figura 24: RSI Amizade simetrizada pelos mínimos - T3 - 1
a
medida............... 209
Figura 25: Figura 25 : RSI Amizade simetrizada pelos mínimos - T3 - 2ª medida .............. 209
Figura 26: Figura 26 : RSI Amizade simetrizada pelos mínimos - T3 - 3ª medida............... 209
Figura 27: Figura 27: RSI de Informação simetrizada pelos mínimos - T3 - 1
a
medida.............. 209
Figura 28: Figura 28 : RSI de Informação simetrizada pelos mínimo - T3 - 2
a
medida.............. 210
Figura 29: Figura 29: RSI de Informação simetrizada pelos mínimos - T3 - 3
a
medida............... 210
Figura 30: Figura 30: RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos - T3 - 1
a
medida............... 210
Figura 31: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T3 - 2
a
medida.................... 210
Figura 32 RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T3 - 3
a
medida.................... 211
Figura 33: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T6 - 1ª medida.................... 213
Figura 34: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T6 - 2ª medida ................... 213
Figura 35: RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos - T6 - 1ª medida.................... 213
Figura 36: RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos - T6 - 2ª medida.................... 213
Figura 37: RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos - T6 - 3ª medida.................... 214
Figura 38: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T6 - 1ª medida.................... 214
Figura 39: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T6 - 2ª medida.................... 214
Figura 40: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T8 - 1ª medida.................... 217
Figura 41: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T8 - 2ª medida ................... 217
Figura 42:
RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T8 - 3ª medida.....................
217
Figura 43:
RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos - T8 - 2ª medida.....................
218
Figura 44:
RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos - T8 - 3ª medida.....................
218
Figura 45:
RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T8 - 1ª medida.....................
218
Figura 46:
RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T8 - 2ª medida.....................
218
Figura 47: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T8 - 3ª medida.................... 218
Figura 48: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T10 -1ª medida.................... 221
Figura 49:
RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T10 -2ª medida.....................
221
Figura 50:
RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T10 -3ª medida.....................
221
Figura 51:
RSI de Informação– Matriz simetrizada pelos mínimos - T10 -1ª medida.....................
221
Figura 52: RSI de Informação– Matriz simetrizada pelos mínimos - T10 -2ª medida.................... 222
Figura 53: RSI de Informação– Matriz simetrizada pelos mínimos - T10 -3ª medida.................... 222
Figura 54: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos – T10 -1ª medida.................... 222
Figura 55: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos – T10 -2ª medida.................... 222
Figura 56: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos – T10 -3ª medida.................... 223
Figura 57: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T12 -1ª medida................... 225
Figura 58: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T12 -3ª medida................... 225
Figura 59: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T12 -1ª medida................... 225
Figura 60: RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos - T12 -3ª medida................... 225
Figura 61:
RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T15 -1ª medida....................
228
Figura 62: RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T15 -2ª medida................... 228
Figura 63:
RSI de Amizade – Matriz simetrizada pelos mínimos - T15- 3ª medida....................
228
Figura 64: RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos – T15 - 1ª medida................ 228
Figura 65 RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos – T15 - 2ª medida................. 229
Figura 66 RSI de Informação – Matriz simetrizada pelos mínimos – T15 - 3ª medida................ 229
Figura 67 RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos – T 15 - 1ª medida................ 229
Figura 68 RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos – T 15 - 2ª.medida.............. 229
Figura 69 RSI de Confiança – Matriz simetrizada pelos mínimos – T 15 - 3ª medida............... 229
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Centralidades da RSI de Amizade – Entrada , Saída e Proximidade - T1.................... 117
Tabela 02: Centralidades da RSI de Amizade –Intermediação e Bonacich - T1....................117
Tabela 03: Identificação de Conectores Centrais – RSI Amizade - T1................... 119
Tabela 04: Identificação de Corretores de Informação - RSI Amizade - T1................... 120
Tabela 05: Identificação de Expansores de Fronteiras - RSI Amizade - T1.- 1ª medida 121
Tabela 06: Identificação de Expansores de Fronteiras - RSI Amizade - T1 - 2ª medida 121
Tabela 07: Identificação de Expansores de Fronteiras - RSI Amizade - T1 - 3ª medida 122
Tabela 08: Centralidades da RSI de Informação – Entrada , Saída e Proximidade - T1.................. 123
Tabela 09: Centralidades da RSI de Informação – Intermediação e Bonacich - T1....................124
Tabela 10: Identificação de Conectores Centrais – RSI de Informação - T1................... 125
Tabela 11:
Identificação de Corretores de Informação – RSI de Informação - T1....................
126
Tabela 12: Identificação de Expansores de Fronteira – RSI de Informação - T1 - 1ª medida.127
Tabela 13: Identificação de Corretores de Informação – RSI de Informação - T1 - 2ª medida 127
Tabela 14: Identificação de Corretores de Informação – RSI de Informação - T1 - 3ª medida 128
Tabela 15: Centralização da RSI de Confiança – Entrada , Saída e Proximidade - T1 .................. 129
Tabela 16: Centralização da RSI de Confiança – Intermediação e Bonacich - T1.... ..............130
Tabela 17: Identificação de Conectores Centrais – RSI de Confiança - T1.................. 131
Tabela 18: Identificação de Corretores de Informação – RSI de Confiança - T1................ 133
Tabela 19: Identificação de Expansores de Fronteiras - RSI de Confiança - T1 - 1ª medida133
Tabela 20: Identificação de Expansores de Fronteiras - RSI de Confiança - T1 - 2ª medida134
Tabela 21: Identificação de Expansores de Fronteiras - RSI de Confiança - T1 - 3ª medida134
Tabela 22: Identificação de Conector Central – RSI de Amizade - T3................... 211
Tabela 23: Identificação de Conector Central – RSI de Informação - T3.................. 211
Tabela 24: Identificação de Conector Central – RSI de Confiança - T3.................. 212
Tabela 25: Identificação de Corretores de Informação - T3................... 212
Tabela 26: Identificação de Expansores de Fronteira - T3................... 212
Tabela 27: Identificação de Conector Central – RSI de Amizade - T6................... 214
Tabela 28: Identificação de Conector Central – RSI de Informação - T6................... 215
Tabela 29: Identificação de Conector Central - RSI de Confiança - T6................... 215
Tabela 30: Identificação de Corretores de Informação - T6.................. 215
Tabela 31: Valores para Identificação de Expansores de Fronteira - T6................... 216
Tabela 32: Identificação de Conector Central – RSI de Amizade - T8.................. 219
Tabela 33: Identificação de Conector Central – RSI de Informação - T8.................. 219
Tabela 34: Identificação de Conector Central – RSI de Confiança - T8.................. 219
Tabela 35: Identificação de Corretores de Informação - T8................... 220
Tabela 36: Valores para Identificação de Expansores de Fronteira - T8................... 220
Tabela 37: Identificação de Conector Central – RSI de Amizade - T10............... 223
Tabela 38: Identificação de Conector Central – RSI de Informação - T10............... 223
Tabela 39: Identificação de Conector Central – RSI de Confiança - T10............... 224
Tabela 40: Identificação de Corretores de Informação - T10................ 224
Tabela 41: Valores para Identificação de Expansores de Fronteira - T10................ 224
Tabela 42: Identificação de Conector Central – RSI de Amizade - T12................ 226
Tabela 43: Identificação de Conector Central – RSI de Informação - T12................ 226
Tabela 44: Identificação de Conector Central – RSI de Confiança - T12................ 226
Tabela 45: Identificação de Corretores de Informação - T12................ 227
Tabela 46: Valores para Identificação de Expansores de Fronteira - T12................ 227
Tabela 47: Identificação de Conector Central – RSI de Amizade - T15................ 230
Tabela 48: Identificação de Conector Central – RSI de Informação - T15................ 230
Tabela 49: Identificação de Conector Central – RSI de Confiança - T15................ 230
Tabela 50: Identificação de Corretores de Informação - T15................ 231
Tabela 51: Valores para Identificação de Expansores de Fronteira - T15................ 231
Tabela 52: Tipos de Alterações nos Papéis por Teletrabalhador........................................................187
Tabela 53: Frequencia de Ocorrências no Desempenho de Papéis Por Tipo de Papel ......................188
Tabela 54: Frequencia de Ocorrências no Desempenho de Papéis Por Tipo de RSI......................... 189
Tabela 55: Frequencia de Ocorrências no Desempenho de Papéis Por Tipo de Papel e de RSI........ 190
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Perfil do teletrabalho brasileiro......................................................................................... 037
Quadro 02: Tipos de Redes Sociais Informais ( RSI)– Kuipers.......................................................... 059
Quadro 03: Conceitos para análise estrutural................................... 065
Quadro 04: Conceitos para análise relacional -foco na coesão da rede....................................... 065
Quadro 05: Conceitos para análise de rede sociais baseadas em egos................................................ 066
Quadro 06: Requisitos do delineamento quase experimental.............................................................. 078
Quadro 07: Pesquisa quase experimental – diagrama baseado em Key e Trochin.............................079
Quadro 08: Perfil demográfico dos participantes da pesquisa.............................................................080
Quadro 09: Composição quantitativa das unidades de análise............................................................ 081
Quadro 10: Objetivos, variáveis, instrumentos de coleta de dados e medidas................................... 083
Quadro 11: Demonstrativo de respondentes por equipe na 1ª coleta de dados................................... 085
Quadro 12: Demonstrativo de respondentes por equipe na 2ª coleta de dados................................... 086
Quadro 13: Demonstrativo de respondentes por equipe na 3ª coleta de dados................................... 087
Quadro 14: Unidades de análise válidas após 3ª coleta de dados........................................................ 088
Quadro 15: Expectativas quanto a impactos dos resultados................................................................ 096
Quadro 16: Estrutura das Redes Sociais informais do grupo 1 .......................................................... 098
Quadro 17 Códigos de Identificação dos Atores................................................................................ 099
Quadro 18 Cliques da RSI de Amizade nas 3 medidas - T1........................................................ 113
Quadro 19 Cliques da RSI de Informação nas 3 medidas - T1......................................................... 114
Quadro 20 Cliques da RSI de Confiança nas 3 medidas - T1......................................................... 115
Quadro 21: Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos - T1............................. 122
Quadro 22: Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos - T1.............................. 135
Quadro 23: Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos - T1............................. 136
Quadro 24 Estrutura das redes sociais informais do Grupo G3.........................................................211
Quadro 25 Analise Relacional – G3 – Teletrabalhador 3 (T3)..........................................................14 1
Quadro 26 Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos - T3............................ 142
Quadro 27 Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos - T3............................ 143
Quadro 28 Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos - T3............................. 145
Quadro 29 Dados estruturais das RSI – Grupo 6............................................................................... 145
Quadro 30 Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos - T6............................ 150
Quadro 31 Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos - T6............................ 150
Quadro 32 Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T6.............................
151
Quadro 33 Dados estruturais das RSI – Grupo 8...............................................................................
152
Quadro 34 Analise Relacional – G4 – Teletrabalhador 8 (T8)........................................................... 218
Quadro 35 Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T8............................ 156
Quadro 36 Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos – T8.............................157
Quadro 37 Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T8.......................... 158
Quadro 38 Dados estruturais das RSI – Grupo 10..............................................................................159
Quadro 39 Analise Relacional – G10 – Teletrabalhador 10 (T 10)................................................... 223
Quadro 40: Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T 10......................... 164
Quadro 41 Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos – T 10..........................165
Quadro 42 Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T 10..........................165
Quadro 43 Dados estruturais das RSI – Grupo 12..............................................................................167
Quadro 44 Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T 12...........................171
Quadro 45 Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos – T 12...........................172
Quadro 46 Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T 12...........................173
Quadro 47 Dados estruturais das RSI – Grupo 15..............................................................................174
Quadro 48 Analise Relacional – G15 – Teletrabalhador 15 (T15)................................................... 230
Quadro 49 Desempenho de Papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos.......................................... 178
Quadro 50 Desempenho de Papéis na RSI de Informação nos 3 momentos...................................... 178
Quadro 51 Desempenho de Papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos....................................... 179
Quadro 52 Alterações na Coesão por Teletrabalhador....................................................................... 180
Quadro 53 Alterações nos Indicadores de Centralidade – Redes Completas..................................... 182
Quadro 54 Alterações nos Indicadores de Centralidade – Núcleo das Redes.................................... 184
Quadro 55 Alterações no Desempenho de Papéis por Teletrabalhador e RSI....................................186
Quadro 56 Motivos para adoção do teletrabalhador........................................................................... 193
SUMÁRIO
Introdução
18
Capítulo 1 – Teletrabalho
24
1.1 - A introdução das tecnologias de informação e comunicação nas organizações
24
1.2 - A revolução digital e a emergência do teletrabalho
26
1.3 - Conceitos e definições de teletrabalho
28
1.4 - Modalidades de teletrabalho
32
1.5 - O panorama do teletrabalho no Brasil e no exterior
34
1.6 - Os dilemas gerenciais frente ao teletrabalho
37
1.7 - Vantagens e desvantagens do teletrabalho domiciliar
Uma explanação e uma discussão sobre as várias visões
40
Capítulo 2 – Redes Sociais
47
2.1 - Aspectos históricos e evolução da teoria de redes sociais
47
2.2 - Redes sociais: principais conceitos e perspectivas de análise
51
2.3 - As redes sociais informais intraorganizacionais
57
2.3.1 – Abordagens para análise de redes sociais informais
63
Capítulo 3 – Delimitação do problema e Método
69
3.1 - Articulação entre redes sociais informais e teletrabalho
69
3.2 - Questões da pesquisa
70
3.3 - Objetivos
70
3.3.1 - Objetivo geral
71
3.3.2 - Objetivos específicos
71
3.4 - Modelo teórico
71
3.5 - Hipóteses
72
3.6 - Variáveis
72
3.6.1 - Definições teóricas
72
3.6.2 - Definições operacionais
73
3.7 – O contexto do estudo de caso: SERPRO
74
3.8 - Delineamento metodológico
77
3.9 - Processo de seleção dos participantes
79
3.10 - Participantes efetivos e unidades de análise
80
3.11 - Instrumento de coleta de dados
81
3.12 - Procedimentos de coleta de dados
84
3.13 - Procedimentos de análise de dados
88
3.13.1 - Critérios para identificação do desempenho de papéis críticos
94
Capítulo 4 – Resultados e Discussão
95
4.1- Análise das Redes Sociais Informais (RSI) do grupo do teletrabalhador 1
97
4.2 - Análise das Redes Sociais Informais (RSI) do grupo do teletrabalhador 3
136
4.3 - Análise das Redes Sociais Informais (RSI) do grupo do teletrabalhador 6
145
4.4 - Análise das Redes Sociais Informais (RSI) do grupo do teletrabalhador 8
152
4.5 - Análise das Redes Sociais Informais (RSI) do grupo do teletrabalhador 10
159
4.6 - Análise das Redes Sociais Informais (RSI) do grupo do teletrabalhador 12
167
4.7 - Análise das Redes Sociais Informais (RSI) do grupo do teletrabalhador 15
174
4.8 - Análise comparativa dos achados
180
Capítulo 5 – Conclusões e Recomendações
194
Referências
201
Apêndices e Anexos
-
Apêndice 1 – Dados do Grupo do Teletrabalhador T 3
209
Apêndice 2 – Dados do Grupo do Teletrabalhador T 6
213
Apêndice 3 – Dados do Grupo do Teletrabalhador T 8
217
Apêndice 4 – Dados do Grupo do Teletrabalhador T 10
221
Apêndice 5 – Dados do Grupo do Teletrabalhador T 12
225
Apêndice 6 – Dados do Grupo do Teletrabalhador T 15
228
Apêndice 7 - Questionário de Pesquisa
232
Anexo 1 – Informe SERPRO 287 – 08/12/2005 – Teletrabalhadores em Ação
240
Anexo 2 – Projeto Piloto de Teletrabalho – TETRA
241
18
INTRODUÇÃO
A evolução do “mundo do trabalho” ao longo das eras pré-modernista, modernista e
pós-modernista, aliada às inovações tecnológicas, principalmente no que se refere à
informatização da sociedade e dos meios de produção, trouxe rápidas e profundas mudanças
para gestão organizacional. Nesse cenário, a utilização das ferramentas de tecnologia de
computadores e de telecomunicações altera consideravelmente a estrutura das empresas e o
comportamento das pessoas, expondo-as a novos desafios.
Para Igbaria (1998), os desafios do acelerado crescimento da virtualização do trabalho
incluem entender o ambiente de produção emergente, a ordem social em transformação e os
requisitos de conhecimento necessários ao perfil atual do trabalhador.
De uma organização centralizada, conseqüência da necessidade de manter a
comunicação entre os diferentes departamentos, as empresas podem evoluir para estruturas
mais descentralizadas (Oliveira,1994). Além disso, para este autor, com as tecnologias de
microcomputadores e teleprocessamento, a proximidade física não é mais necessária e passa a
ser mais barato e produtivo transportar a informação, do que as pessoas para as empresas.
Ademais, a centralização de atividades em ambientes de escritórios ou de empresas implica
em custos adicionais com a manutenção de instalações (Pinto, 2003). Para enfrentar essa
modalidade laboral, que tem como premissa mover o trabalho para onde as pessoas estão, ao
invés de mover as pessoas para onde está o trabalho, é preciso desenvolver também novas
estratégias de gerenciamento (Igbaria,1998), pois os efeitos da telecomutação são imediatos
sobre a carreira e o emprego ( Raghuram, Wiesenfeld & Garud, 2003 ) .
Paralelamente, o crescimento das cidades e com elas as dificuldades de transportes, o
congestionamento do trânsito, a escassez de espaços para estacionamento e as distâncias,
muitas vezes longas entre as moradias e os locais de trabalho, tornam os percursos
demorados, cansativos e estressantes para os trabalhadores, interferindo negativamente,
portanto, na sua disposição e produtividade. Trinta minutos gastos no trânsito, vinte e dois
dias por mês, correspondem a aproximadamente dezesseis dias de oito horas por ano.
Parafraseando Carvalho (2006), atual presidente da SOBRATT Sociedade Brasileira de
Teletrabalho e Teleatividades, a moeda mais valiosa da Nova Economia está sendo
desperdiçada no trânsito.
Por outro lado, as perspectivas de mais autonomia sobre as próprias atribuições
profissionais, de flexibilidade para adaptar o horário de trabalho ao próprio funcionamento
orgânico e ao ritmo pessoal de produzir, de aumento da convivência com a família, do
19
conforto e da economia de tempo, atrai trabalhadores para estilos de trabalho mais flexíveis,
que lhes permitam maior equilíbrio entre sua vida profissional e privada.
Diante desse cenário, tornou-se imperativa a revisão dos paradigmas relativos aos
métodos de trabalho e à necessidade da proximidade física dos empregados para realização
centralizada das suas atividades, ocupando todos os mesmos espaços e ao mesmo tempo, pois
as práticas envolvendo novas formas de organização e métodos de trabalho, como horário
flexível, trabalho virtual e o teletrabalho, em suas diversas modalidades, avançam
rapidamente.
O teletrabalho domiciliar, com manutenção do vínculo empregatício com a organização,
é o foco desta dissertação, em razão de se constituir um sistema de trabalho que precisa ser
melhor caracterizado e compreendido. Neste sentido, seus efeitos devem ser avaliados, uma
vez que teletrabalho, não é apenas uma mudança de local de trabalho, nem afeta somente o
teletrabalhador. Mudam os hábitos, os horários e as relações interpessoais com os demais
membros da Organização (Miller, 2002) e, também, as relações familiares. Trabalhar em casa
pode trazer vantagens, mas também pode provocar problemas, pois não adianta ter a opção de
melhorar a rotina, se não houver total comprometimento do indivíduo com o trabalho que
assumiu e com as metas que recebeu, uma vez que a flexibilização traz consigo uma liberdade
que deve ser muito madura e responsável (Zanim, 2003).
Em pesquisa realizada em 1997 por Jack Nilles, considerado “o pai’’ do teletrabalho, é
mostrado que os teletrabalhadores, em comparação com os não-teletrabalhadores,
apresentaram mudanças mais positivas em todos os aspectos da qualidade de vida, inclusive
nas relações familiares; no entanto, foram evidenciados impactos negativos no que se refere
aos seguintes fatores: relações humanas, apreensão e visibilidade. Alteram-se também os
processos de controle e avaliação de desempenho e de resultados (Nilles, 1997).
Segundo Gibson (1998), a adoção do teletrabalho tende apenas a aumentar e para Nilles
(1997), o teletrabalho se transformará em característica essencial da economia em 2010. Os
índices de crescimento anual previstos pelos pesquisadores do assunto são de 5 a 10% ( BTS
– Bureau Transportation Statistics, 1999; Gartner-Group, 2000).
Diante desse incremento da prática do teletrabalho e do consequente surgimento de
novas necessidades das organizações e dos indivíduos envolvidos nas interações remotas de
trabalho, vários estudos têm sido desenvolvidos, nacional e internacionalmente, visando
conhecer como essa realidade está implicando questões psicológicas, profissionais, familiares,
sociais, jurídicas, éticas, de qualidade de vida e de saúde dos teletrabalhadores e como as
empresas e os trabalhadores estão lidando com elas.
20
A diversidade de materiais escritos sobre teletrabalho aponta, ainda, importantes
requisitos organizacionais envolvidos nessa condição laboral, tais como, o provimento e a
utilização dos recursos requeridos para as tarefas, a identificação dos perfis profissionais
compatíveis e adequados, os sistemas de remuneração e a abordagem dos aspectos legais e
relativos aos direitos trabalhistas.
No entanto, que se chamar a atenção para a dicotomia presente na discussão sobre
teletrabalho. Enquanto significativa parte da literatura sobre o tema focaliza os seus aspectos
favoráveis, especialmente com relação ao processo em si e aos resultados, outras
características e desdobramentos, que fazem parte dessa modalidade laboral, também são
levantados por vários autores, argumentando que a adoção do teletrabalho não significa
garantia de benefícios para organizações, teletrabalhadores e sociedade. Portanto, não se está
diante de um campo pacífico. Ao contrário, são muitas as contradições a serem discutidas.
Para expor as divergências mais frequentes em torno do tema, diferentes visões são
exploradas na fundamentação teórica deste estudo.
Por outro lado, se a revisão de literatura sobre o assunto revela-se extensa nas
abordagens sobre teletrabalho, sob a ótica dos diversos aspectos acima citados, evidencia-se
também o foco quase absoluto no próprio teletrabalhador, sem considerar consistentemente os
demais atores do ambiente organizacional afetados pela sua diferente forma de trabalhar.
Além disso, do ponto de vista metodológico, são identificadas lacunas de estudos
empíricos com verificação de hipóteses, que confrontem a realidade do fenômeno teletrabalho
com os modelos téoricos e conceituais inerentes à psicologia social e do trabalho, nas diversas
abordagens que fundamentam e se aplicam a enfoques e dimensões da gestão de pessoas.
Como exemplos de investigações mais fundamentadas na psicologia, podem ser citadas
aquelas voltadas para os fatores satisfação dos teletrabalhadores associados às vantagens e
desvantagens por eles percebidas (Tremblay, 2002). Os efeitos do estilo cognitivo e riqueza
dos meios de comunicação sobre o comprometimento na função do teletrabalho e nos times
virtuais, foram estudados por Workman, Kahnveiler e Bommer (2001). o relacionamento
entre teletrabalho e satisfação no trabalho, comprometimento organizacional, percepção de
suporte organizacional e de colegas, foram questões pesquisadas por Desrosiers (2003).
No entanto, é importante avançar muito mais, pois do contato com o vasto material
produzido sobre teletrabalho, que abrange pesquisas internacionais e nacionais, artigos
teóricos, livros, sites, revistas, portais de serviços, apresentações de consultores e outras
fontes, depreende-se que a adoção do teletrabalho implica alterações substanciais nas
relações do indivíduo. Isto ocorre tanto em relação ao ambiente organizacional em que o
21
indivíduo está inserido, quanto com referência aos diversos componentes da sua rede de
relacionamentos profissionais e pessoais.
A adoção do teletrabalho traz consigo o afastamento físico, parcial ou total, do
profissional do ambiente e dos demais atores que atuam na dinâmica corporativa. Em função
disso, é freqüente encontrar nas leituras sobre o tema que uma das principais desvantagens
para o teletrabalhador é o isolamento social e do trabalho, com possibilidade de redução da
visibilidade pelos colegas, chefias e clientes e com potencial prejuízo para a carreira,
enriquecimento de tarefas, capacitação, desenvolvimento e oportunidades de promoção.
Por sua vez, as redes sociais informais são relações não prescritas dentro das
organizações, caracterizadas por laços de afeto, pertencimento, segurança, suporte, apoio e
vínculo social e referentes a um conjunto de interações espontâneas em que a pessoa é
entendida como sujeito ativo, ao se relacionar com os outros e assumir papéis sociais não
formais e não prescritos.
Ressaltando a importância do estudo de redes informais, Senge (1999) considera que o
papel dos networkers internos ou construtores de comunidade é tangível, porém difícil de se
especificar, pois pertence mais a redes sociais informais do que a hierarquia formal da
organização. A falta de autoridade formal hierárquica os torna mais eficazes.
Sendo assim, torna-se oportuno investigar de que modo a transição do trabalho
presencial para a de teletrabalho domiciliar interfere nas redes sociais informais
intraorganizacionais e identificar mecanismos que ajudem aos profissionais e aos gestores a
aperfeiçoarem a prática de mais esta modalidade laboral, presente na realidade atual do
mundo do trabalho. Como alertou Carvalho (2006), a tecnologia da Nova Era da Informação
não é absoluta. Dará certo ou fracassade acordo com o princípio: alta tecnologia / grande
contato humano (high tech / high touch).
Em sintonia com esse contexto, a presente dissertação tem o objetivo de articular estes
dois importantes e atuais fenômenos presentes no campo do trabalho: o teletrabalho e a
constituição e dinâmica de redes sociais informais intraorganizacionais.
Espera-se, portanto, que a correlação entre os temas possibilite identificar e
compreender como as redes de relacionamentos informais do teletrabalhador são afetadas,
especialmente no que diz respeito ao desempenho de papéis envolvidos nas relações de
companheirismo, de confiança e de troca de informações com os demais atores da
organização, especialmente com os membros do seu grupo de trabalho. Estes aspectos são
entendidos como centrais para o avanço teórico do assunto e explorá-los poderá contribuir
para o alargamento da compreensão dessa nova modalidade da relação indivíduo-trabalho.
22
Tendo em vista as considerações acima e o fato de estar em curso no momento
apropriado ao início deste estudo, a implantação de uma experiência piloto de teletrabalho no
SERPRO - uma empresa estatal de âmbito nacional, prestadora de serviços de tecnologia da
informação e comunicação para apoiar as políticas públicas e a governança do Estado -
decidiu-se que a análise das referidas questões teóricas, neste contexto específico, seria
oportuna, significativa e pertinente.
Adicionalmente, a experiência ora empreendida pelo SERPRO de implantação do
teletrabalho é inovadora na administração pública federal brasileira, o que imprime particular
relevância à investigação proposta.
No entanto, que se estar atento a uma condição prévia presente neste estudo: os
teletrabalhadores nele focalizados são da área de informática, portanto mais direcionados que
outros profissionais de outras categorias e ocupações, para a utilização de ferramentas de
tecnologias de informação e comunicação (TIC), assim como, para relações de trabalho
mediadas por recursos computacionais e interações virtuais para realização partilhada de
atividades laborais.
Se é notório que as referidas tecnologias possibilitam contatos que ultrapassam as
barreiras da distância e rompem limites espaciais, temporais e até visuais, é perceptível
também que tais tecnologias facilitam a formação de redes informais entre as pessoas. de
se esperar que esse fenômeno se reproduza e se intensifique cada vez mais, em maior
diversidade de profissões e áreas de atuação. Porém, as características dos teletrabalhadores
objeto desta investigação particularizam significativamente a intimidade que possuem com o
desenvolvimento de tarefas profissionais à distância, ou seja, sem contato físico contínuo com
os demais atores nelas envolvidos. Sendo eles trabalhadores da área de informática,
acentuam-se a naturalidade e freqüência com que buscam e integram comunidades virtuais de
conhecimento e de discussão, participando de redes sociais intraorganizacionais por meio da
intranet corporativa e como é comum na atualidade, de outras diversas redes sociais informais
via Internet.
Esta realidade remete à discussão da interferência de tais hábitos e práticas no impacto
que a mudança de trabalho presencial para teletrabalho possa trazer para as suas respectivas
redes de amizade, informação e confiança. Os reflexos podem ser em aspectos profissionais,
como capacitação e desenvolvimento, promoções, isolamento da equipe e progresso na
carreira, freqüentemente destacados por estudiosos do assunto, mas especialmente no
desempenho de papéis críticos frente ao seu grupo de trabalho, que é o objeto de atenção desta
investigação.
23
Para atender aos seus propósitos, esta dissertação está estruturada em seis capítulos.
O primeiro e o segundo apresentam a fundamentação teórica dos dois temas centrais,
com base na revisão de literatura sobre teletrabalho e redes sociais, com ênfase nas redes
sociais informais intraorganizacionais. O capítulo 1 refere-se ao teletrabalho e está
organizado em sete tópicos que, ao abordar aspectos inerentes à introdução das tecnologias de
informação e comunicação nas organizações, visam contextualizar as suas características,
possibilidades de aplicação e implicações para os profissionais, organizações e sociedade.
Os dois primeiros tópicos, versando sobre a introdução das tecnologias de informação e
comunicação nas organizações e a revolução digital que propiciou o surgimento de formas
remotas de trabalhar. Eles focalizam o cenário social e tecnológico que motivaram e geraram
as condições para a emergência do teletrabalho. Em seguida são trazidos conceitos, definições
e modalidades de teletrabalho. As informações sobre a expansão do teletrabalho no mundo
são apresentadas no quinto tópico, abordando o seu estágio atual no exterior e no Brasil. O
sexto tópico traz à tona os dilemas gerenciais para lidar com a prática de teletrabalhar pelos
seus subordinados.Por último, são expostas as vantagens e as desvantagens do teletrabalho
domiciliar, na perspectiva de problematizar as diversas visões dos pesquisadores sobre o
assunto e situar a contribuição deste estudo.
O Capítulo 2 é dedicado às redes sociais. Estruturado em três tópicos, inicia abordando
aspectos históricos e contribuições dos autores para a construção da Teoria da Análise de
Redes Sociais. O segundo tópico focaliza os principais conceitos e perspectivas de análise das
redes sociais, ressaltando marcos teóricos e referenciais que orientam este estudo. O terceiro
tópico discorre sobre o papel e as características das redes sociais informais
intraorganizacionais, apresenta experiências anteriores e recentes em que os recursos teórico-
metodológicos da análise das redes sociais foram utilizadas como ferramenta e discute sua
utilidade para investigações no contexto do teletrabalho. Além disso, desdobra-se num
segmento que descreve as abordagens possíveis em análise de redes sociais e especifica os
critérios a serem adotados nesta investigação.
O capítulo três diz respeito à delimitação do objeto de estudo, expressada nas questões
de pesquisa, nos objetivos geral e específicos, no modelo teórico e nas hipóteses; este capítulo
contém, também, o delineamento metodológico utilizado na pesquisa, que abrange a
caracterização dos sujeitos da unidade de análise, a amostra e o processo para sua seleção, os
instrumentos e os procedimentos de coleta de dados e a análise dos dados.
No quarto capítulo os resultados são discutidos e analisados. No quinto são apresentadas
as conclusões e as limitações. Sugestões para futuras pesquisas finalizam este estudo..
24
CAPÍTULO 1 – TELETRABALHO
O teletrabalho é intimamente relacionado à evolução e à explosão dos recursos de
teleinformática, que possibilitam as comunicações virtuais e remotas. Portanto, a
compreensão do fenômeno passa pela sua contextualização frente às mudanças, tanto no que
se refere a informatização, como ao mundo do trabalho. Os ambientes organizacionais
fortemente impactados pelas transformações impostas a partir da internalização das
tecnologias de informação e comunicação e os reflexos destas nas formas de trabalhar, estão
no centro da discussão trazida neste capítulo, conforme questões abordadas nos tópicos a
seguir.
1.1 A introdução das tecnologias de informação e comunicação nas organizações
Uma das mais revolucionárias transformações vividas pela sociedade moderna é a
presença da informatização em todas as esferas da vida das pessoas e, em particular, no
mundo do trabalho, no qual os modos de produção e de prestação de serviços e as relações
entre os executores foram e continuam sendo profundamente afetados, gerando a cada
momento a absorção de novas tecnologias e do correspondente conhecimento que possibilite
sua utilização.
De acordo com Gardner, Lepak & Bartol (2003), a literatura da tecnologia da
informação (TI) identifica três estágios, ao referir-se aos impactos decorrentes do uso da
informática: automação, informação e transformação.
No estágio da automação, a TI foi empregada primariamente para automatizar sistemas
e rotinas manuais e reduzir a necessidade de pessoal no desempenho de atividades rotineiras.
De acordo com Zuboff (1998), a automação trazida pela TI reduz a quantidade de rotinas a
serem executadas no trabalho e potencialmente propicia mais oportunidades para os
indivíduos pensarem e aplicarem suas capacidades cognitivas.
Indo além da simples automação, no estágio da informação a TI aumentou a efetividade
e os benefícios para aqueles que usam a informação e possibilitou acesso a niveis mais
profundos de transparência das atividades, eventos e objetivos, em decorrência de gerar
“informações sobre os processos produtivos e administrativos subjacentes, por meio dos quais
uma organização implementa seu negócio” (Zuboff, 1998, p.9).
É notório que as pessoas passaram a conhecer mais sobre o que ocorre na sua área e na
organização como um todo, em função de ter maior compreensão da informação propiciada
pela TI (Gardner, Lepak & Bartol, 2003).
25
Já o impacto transformacional foi verificado quando TI passou a influenciar e até
mesmo provocar o surgimento de novas práticas, produtos e negócios, dando lugar também à
expansão da criatividade e do conhecimento; nesse contexto, a forma como TI é utilizada
contribui para inovações estratégicas voltadas ao aumento de flexibilidade, capacidade e
competitividade organizacionais (Gardner, Lepak & Bartol, 2003).
Adicionalmente, a utilização das novas tecnologias da informação e as oportunidades
por elas geradas, refletem-se acentuadamente nas mudanças que passaram a ocorrer na
natureza do trabalho e das carreiras. Enfatizando este aspecto, Raghuram, Wiesenfeld &
Garud (2003) afirmam que “as tecnologias com que nós trabalhamos, tem o poder de
transformar as maneiras que nós trabalhamos” (p.196).
O futurista do mundo do trabalho Handy (1996) afirmou que em 20 anos os escritórios
não vão ter um lugar físico determinado e as pessoas vão conhecer seus companheiros de
trabalho por meio das telas dos computadores; bibliotecas inteiras estão sendo substituídas
por bases de dados eletrônicas com sede em lugar nenhum e as pessoas estão começando a
trabalhar sem jamais ir ao escritório, nem conhecer as caras de seus chefes, nem de seus
companheiros de tarefas. O autor sustentou, ainda, que no mundo virtual o intangível substitui
o físico e que não se trata apenas de uma mutação tecnológica, pois as mudanças atingirão as
relações humanas e a sociedade em geral.
O estágio atual das tecnologias de comunicação, armazenamento, processamento e
gerenciamento da informação, permite a adoção de novos modelos nas organizações, assim
como, a concepção de novos conceitos para sedes e escritórios de empresas; da mesma
maneira, permitem que a forma de relacionamento com clientes, fornecedores e parceiros da
cadeia produtiva sejam profundamente modificadas. Surgem assim as chamadas organizações
virtuais, conceito este que pode ser aplicado a qualquer organização, na operação, ou nos
escritórios virtuais (Mello, 2005).
As argumentações destes e de inúmeros autores estudiosos do assunto são coerentes
com o que vem-se observando e vivendo a partir do fenômeno comumente chamado
revolução digital. A próxima seção contextualiza a emergência do teletrabalho como um dos
desdobramentos do desenvolvimento tecnológico nas organizações, cuja virtualização as
transforma de entidades geográficas para sistemas de relações à distância, conectados por
meio de redes voltadas para agregação de valor para as partes interessadas.
26
1.2 - A Revolução Digital e a Emergência do Teletrabalho
Os últimos anos do século XX foram marcados por um processo de reformulação do
sistema de produção capitalista para o qual contribuiu, decisivamente, o movimento de
desenvolvimento tecnológico conhecido por Revolução Digital (Fetzner, 2001).
Enquanto a Revolução Industrial se desenvolveu, tanto em sociedades capitalistas como
estatais, o traço característico da Revolução Digital foi a íntima relação com o movimento de
transformação do capitalismo (Castells, 1999).
A Revolução Digital não é causada pela mudança no capitalismo e tampouco causa a
transformação capitalista. Os rumos tomados por ambos são decorrência de uma conjugação
complexa de fatores, mas é também indiscutível, que o processo de transformação econômica
e as mudanças ocorridas nas empresas e governos não teriam tido a magnitude ou a expressão
que tiveram, não fosse o papel desempenhado pela tecnologia (Castells, 1999). Ainda nas
palavras desse autor
a inovação tecnológica e a transformação organizacional com enfoque na flexibilidade e
na adaptabilidade foram absolutamente cruciais para garantir a velocidade e a eficiência
da reestruturação. Sem a nova tecnologia da informação o capitalismo global teria sido
uma realidade muito limitada (Castells, 1999, p.37).
A discussão da trajetória da evolução tecnológica e seu impacto no mundo do trabalho
tem sido exaustivamente feita pelos autores que lidam com as mudanças organizacionais e
seus reflexos na economia e no modo de vida das pessoas. Como afirmou Drucker (1999), a
tendência é termos empresas em rede, com um núcleo central de funcionários responsáveis
por competências essenciais e um núcleo periférico de profissionais, assim como parcerias
com outras empresas .
Inúmeras, também, têm sido as terminologias associadas à ampla e profunda
internalização da tecnologia da informação e comunicação, tanto pelas instituições privadas,
como pelas públicas. Como esclarecem Loiola, Bastos, Queiroz e Silva (2004, p.107), “a
palavra virtual é utilizada para designar que o trabalho está se tornando cada vez mais
“invisível”, diminuindo o manuseio de objetos materiais e sendo realizado por meio
eletrônico”. Organização virtual e empresa virtual são exemplos marcantes, porque são
expressões intimamente ligadas à noção de que os funcionários podem trabalhar fora das
instalações da empresa e, por conseguinte, executar suas atividades em qualquer outro local,
até em suas residências.
27
Segundo Trope (1999), organização virtual é aquela que aprofunda fortemente suas
parcerias e terceirizações, ou aquela cuja larga parcela de funcionários trabalha num
determinado local e se comunica com o escritório, situado em outro local, por meio de um
computador pessoal equipado com um modem e um software de comunicação.
Os recursos da teleinformática disponíveis originaram ainda o conceito e a prática do
escritório virtual, no qual o funcionário comparece de vez em quando e ali conecta-se com
seus colegas, clientes, subordinados e superiores por meio de aplicações de correio eletrônico
e de processamento de dados à distancia (Trope, 1999). Ora, percebe-se a emergência
concomitente do trabalhador virtual: aquele que desenvolve suas tarefas por meio de
compartilhamento on-line de informações, a partir de sua casa, ou de outro qualquer outro
local.
De acordo com Andreassi (1997), o fenômeno da virtualização das empresas, marcado
pela busca de maior agilidade e flexibilidade, redução de custos e globalização dos mercados,
acabou acarretando nova filosofia de trabalho bastante intrínseca nas organizações virtuais:
teletrabalho.
Este conceito rapidamente torna-se uma realidade, na qual o uso das tecnologias da
informação torna fácil estabelecer processos em que conectividade, colaboração e
comunicação estão presentes, trazendo mudanças ao ambiente de trabalho e , por conseguinte,
nos hábitos e estilos de vida das pessoas (Igbaria, 1998).
Como pontua Mello ( 2005), o aumento da virtualização e do teletrabalho condiciona as
organizações a rever conceitos inerentes a seu modo de produção e as relações com suas
partes interessadas. Assim, nos próximos anos, a organização virtual ou empresa virtual
deixará de ser visualizada como entidade geográfica e passará a ser encarada como um
conjunto de relações, não necessariamente baseadas em presença física, mas, em relações à
distancia por meio de uma rede de agregação de valor.
No entanto, como pondera Martino (2004), as formas de teletrabalho são tão variadas e
a emergência de suas modalidades tão contínua, que alcançar a concordância sobre a
definição de teletrabalho, não é uma tarefa fácil.
O próximo item se propõe a expor a abrangência das conceituações inerentes ao
assunto, as quais possuem muitos pontos comuns e a esclarecer o enfoque utilizado neste
estudo.
28
1.3- Teletrabalho: Conceitos e definições
A idéia de trabalhar em casa não é recente. No início da década de 1960, bem antes do
surgimento dos computadores pessoais, um cientista espacial chamado Jack Nilles trabalhava
como consultor num grande projeto para o Programa Espacial da Força Aérea americana.
Viajava muito entre Los Angeles e Washington D.C. e acabou desenvolvendo um método
próprio de trabalho móvel, utilizando os parcos recursos tecnológicos da época.
Pouco tempo depois, em 1973, Jack Nilles inventou o conceito de teletrabalho, como
resultado de uma investigação feita por ele a partir do Center for Research na Universidade do
Sul da Califórnia, sobre a aplicação prática da substituição dos transportes pelas
telecomunicações. Jack Nilles foi o presidente do Telecommuting Advisory Council dos
Estados Unidos da América e é hoje membro do grupo coordenador do Fórum Europeu de
Teletrabalho e Telemática, apoiado pela Comissão Européia, e é considerado por todos o
“pai” do teletrabalho (Soares, 2002).
Porém, como aponta Kugelmass (1995), indícios que o uso de telecomunicações no
teletrabalho surgiu nos Estados Unidos em 1857, na Companhia de Estrada de Ferro Penn.
Nessa época a empresa usava o seu sistema privado de telégrafo para gerenciar o pessoal que
estava distante do escritório central.
A partir do início da década de 1970, o teletrabalho tem sido estudado nas pesquisas
envolvendo comunicação e informação como fator de transformação nas relações e estruturas
de trabalho e família e identificou-se que a tecnologia disponível na época era dispendiosa e
insuficiente para torná-lo uma realidade (Haddon e Silverstone, apud Andreassi, 1997). nos
anos 1990, as inovações e recursos das tecnologias da informação, aliando telecomunicações
e informática e originando a telemática, tiveram desde então, papel fundamental na
reestruturação produtiva, alterando e até transformando o processo de trabalho. (Carvalho
Neto, 1996).
Consubstanciaram-se assim as alternativas tecnológicas para a concretização das
diversas modalidades de trabalho, inclusive a domiciliar.
A literatura atual da área apresenta um conjunto diversificado de conceituações, na
tentativa de definir teletrabalho. Algumas dessas definições são revistas a seguir.
Para Nilles (1997) teletrabalho é levar o trabalho aos trabalhadores, em vez de levá-los
ao trabalho; é a atividade periódica fora do escritório central, um ou mais dias da semana, seja
em casa ou num centro de teleserviço.
29
Segundo Alberto Trope, o teletrabalho caracteriza-se pela utilização de ferramentas de
telecomunicações para receber e enviar o trabalho. É trabalhar fora das instalações da
organização e se comunicar com ela por meio de computador pessoal equipado com modem e
software de comunicação (Trope, 1999). Ou, conforme Pinel (2004), o teletrabalhador é
aquele que dentro de sua própria casa pode prestar o serviço, bastando para tanto ter um
computador com acesso a Internet.
Nas palavras de Álvaro Mello (1999, p.9), “o teletrabalho consubstancia o ato de
exercer atividades que podem ser realizadas em um domicílio ou local intermediário, visando
à competitividade e flexibilidade dos negócios” . É aquele trabalho que se faz, ou se presta
para um empregador; embora pareça óbvia, essa característica o distingue do trabalho free-
lance. Outros elementos característicos referem-se a ser executado à distancia e mediante a
utilização de tecnologias da informação e comunicação (Mello, 2006).
Para Serra (1995), teletrabalho designa as atividades exercidas longe do centro da
empresa e que, para se comunicar, o trabalhador se utiliza das modernas tecnologias de
informação. Como refere Kugelmass (1996), que utiliza a expressão trabalho flexível como
sinônimo de teletrabalho, este é a união de horário flexível com local flexível e comunicações
eletrônicas.
A Organização Internacional do Trabalho ( Conferência da OIT - Genebra, 1995) assim
definiu Teletrabalho: uma forma de trabalho realizado em local distante dos escritórios
centrais ou do centro de produção, separando o trabalhador do contato pessoal com os demais
trabalhadores e utilizando novas tecnologias que facilitam a comunicação.
Para uma melhor compreensão do que vem a ser Teletrabalho, torna-se necessário uma
definição do termo "Telecomutação". Essa palavra é uma tradução de telecommuting, por sua
vez, termo originário da palavra inglesa commuting” - que significa ida e volta de casa ao
trabalho - e foi utilizada por Nilles em 1973, para referir-se à substituição dos meios de
transporte (que levam o indivíduo até o trabalho), pelos meios de comunicação de dados (que
levam o trabalho até o indivíduo).
Dias (2001), registra algumas definições atualizadas por Nilles, em 1998, como as que
se seguem abaixo.
Telecommuting: levar o trabalho até os trabalhadores, ao invés de levar os trabalhadores
até o trabalho. Atividades periódicas fora do escritório principal, um ou mais dias da semana,
tanto em casa como em centros de teletrabalho. A ênfase neste modelo é a redução ou
eliminação do contato diário nos ambientes de trabalho.
Telecommuting é uma forma de teletrabalho; todo telecommuter faz teletrabalho, mas
30
nem todo teletrabalhador é um telecommuter.
Telecommuting não é uma tecnologia. É uma opção de trabalho que reduz dependência
do transporte, mas aumenta a dependência da tecnologia de informação.
Para Dantas (2000), a “telecomutação" é o fator que viabiliza o teletrabalho.
Vale ressaltar que nos principais idiomas europeus, incluindo o português, não há
nenhum termo equivalente para a palavra inglesa “commuting”, de onde se derivou a
expressão “telecommuting”, cujo termo correspondente em português mais próximo é
teletrabalho (Mello,1999),.
As expressões teletrabalho, telework mais usada na Europa, telependulaire palavra
empregada na França, trabalho à distância ou ainda o termo mais utilizado nos Estados
Unidos, telecommuting, designam o trabalho daqueles que utilizam um computador equipado
com modem e linha telefônica e fazem parte ou não do quadro de empregados de uma
empresa, mas não precisam comparecer às instalações da mesma para desempenhar suas
atividades (Beer e Blanc, 1985). Esses pesquisadores analisaram cerca de 50 definições de
trabalho à distância (teletrabalho) e identificaram três aspectos essenciais a serem
considerados: organização, localização e tecnologia. Portanto, pode-se entender por
teletrabalho o mesmo que uma modalidade de trabalho que se realiza com o uso de novas
tecnologias de informação e comunicação em local fora dos escritórios centrais ou das
instalações de produção do empregador, ou, no próprio lar.
O referido estudo de Beer e Blanc é mais uma trabalho a reforçar a filosofia que preside
ao conceito de teletrabalho predominante: levar o trabalho até às pessoas em vez do inverso,
existindo uma substituição total ou parcial do local de trabalho
De acordo com relato de Dantas (2000), gerado a partir da sua investigação com vistas à
implantação do teletrabalho na área de auditoria do Banco do Brasil, a transferência
eletrônica do trabalho e de seu resultado para o escritório central, ou para outros locais do
interesse do empregador tem como base a RDIS (Rede Digital de Integração de Serviços),
com as suas enormes potencialidades de transmissão rápida de dados, voz e imagem. Também
o uso dos telefones móveis GSM, para além da sua tradicional função como meio de
comunicação de voz, complementa esta atividade. A tarefa realizada é transmitida através de
linha telefônica para os computadores da empresa, ou os arquivos com o trabalho efetuado,
são levados ou despachados e então transferidos ao computador central da empresa. Tal
trabalho pode ser desenvolvido on line ou off line; pode ser organizado individual ou
coletivamente; e pode se constituir na totalidade ou parte de uma tarefa. Quando os terminais
remotos são conectados a uma organização, através de redes de comunicação, os empregados
31
podem utilizar o correio eletrônico ou realizar uma teleconferência, ou ainda buscar arquivos e
informações da base de dados para sua tela. Qualquer número de pessoas pode trabalhar
remotamente para uma organização, ao mesmo tempo. ( Dantas, 2000 ).
Com base no "Estudo do Teletrabalho em Portugal" (IEFP, 1998), teletrabalho constitui
uma modalidade de trabalho com características próprias, relativas a distância, tecnologia e
estruturação, comentadas a seguir.
A distância se refere à situação laboral em que o teletrabalhador se encontra, ou seja,
num ponto geograficamente distinto daquele em que o trabalho é realizado e/ou entregue.
A tecnologia diz respeito aos recursos intensivos e aos meios informáticos e de
telecomunicações - redes, equipamentos e aplicações/serviços - para o suporte e/ou entrega
(transferência) de teletrabalho .
A estruturação aponta para a existência de um acordo claro (ou mesmo contratado)
entre os intervenientes (teletrabalhador / empresa empregadora / cliente) que estabelece e
regula as condições laborais (como, onde e quando) nas quais se desenvolve o teletrabalho.
A forma organizativa pode ser a partir de casa do trabalhador, em centros de teletrabalho,
escritórios satélite, teletrabalho móvel, escritórios partilhados, offshore (teletrabalho trans-
fronteriço), em modalidade formal ou informal, em tempo integral, ou parcial e em
alternância (alguns dias por semana), ou ocasional.
A flexibilidade do local e do horário de trabalho, propiciada pelas condições acima
descritas, é um dos aspectos fundamentais e uma das apregoadas vantagens do teletrabalho.
Para o SERPRO (2005), teletrabalho é o trabalho realizado em lugar distinto do
ambiente físico da organização, utilizando tecnologias apropriadas para execução de
atividades passíveis de serem remotamente realizadas.
À guisa de identificar as convergências em torno do tema, os pontos comuns presentes
nas definições de teletrabalho expostas neste texto são: existe um vínculo empregatício e as
condições acordadas entre empregador e empregado são estabelecidades contratualmente;
acontece fora das instalações da empresa; as atividades são executadas remotamente,
mediante a utilização de recursos computacionais e de telecomunicações; abrange
flexibilidade de horário e de local para a realização das tarefas; ocorre com diferentes
periodicidades, a depender do que for acordado entre o empregador e o empregado quanto à
frequência de comparecimento do teletrabalhador à empresa, por exemplo, semanal,
quinzenal, mensal, mais de um dia por semana, ou apenas quando houver convocação para
compromissos presenciais específicos, tais como reuniões com a chefia, colegas, clientes,
fornecedores, treinamentos, viagens e outros.
32
Como na maioria das publicações em língua portuguesa, o termo que será utilizado
neste estudo é teletrabalho e o foco é no teletrabalho domiciliar.
1.4 - Modalidades de teletrabalho
Entre as rias modalidades ou formas de teletrabalho que são distinguidas na
literatura consultada, por exemplo, Feldman e Gainey (1997), Igbaria, (1998), Trope (1999),
Mello (1999, 2005 e 2006), Baruch (2001), Bailey e Kurland (2002), Tremblay (2002),
Raghuran, Wiesenfeld e Garud (2003), Hill, Ferris e Märtinson (2003), Martino (2004),
adotaremos aqui a descrita por Serra (1996), por sua clareza e abrangência.
Quanto ao local de trabalho, o autor diferencia vários tipos de teletrabalho que podem,
inclusive, ser combinados por um mesmo trabalhador.
O primeiro tipo envolve o trabalhador estar em casa, ligado a um escritório central ou
sede. Esta é a modalidade em que se pensa habitualmente, quando se fala em teletrabalho,
talvez por ser a que mais cedo foi teorizada e iniciada; ela liga-se a um outro conceito
importante na teorização da sociedade da informação, e ainda por realizar: o de "domótica" ,
"casa electrônica" ou "casa inteligente". O teletrabalho em casa ou domiciliar admite ainda
as três possibilidades: teletrabalho em tempo parcial (sendo o resto do tempo passado no local
de trabalho); teletrabalho em tempo integral, para um empregador exclusivo; teletrabalho
"free-lance", para vários clientes ou empregadores.
Outro lugar possível de teletrabalhar é num centro-satélite ou escritório-satélite
("satelite broad office"), que pertence a uma empresa, mas está situado em local diferente da
sede, normalmente próximo da residência do trabalhador. Este tipo de solução existe por
exemplo na Califórnia e na Suíça, onde o Crédit Suiss, com sede em Zurique, tinha em 1993
oito escritórios-satélites, no qual cerca de 100 trabalhadores podiam trabalhar em ligação com
a sede.
num centro de teletrabalho ou centro de recursos (partilhados), os equipamentos,
próprios ou alugados, são partilhados por utilizadores pertencentes a várias empresas ou
independentes. Situa-se geralmente perto do local da residência dos utilizadores (há quem
chame também "centro de vizinhança") e pode também ser utilizado para telefonemas,
telecompras, lazer, etc. (são deste gênero as "telecottage" ou telecabanas, com a diferença de
estarem implantadas no meio rural ) . Para Fetzner (2001), telecottage é um tipo especial de
telecentro, mais característico de zonas de difícil acesso. Envolve, ainda, situações em que
funções de negócio, produtos e serviços, anteriormente localizadas próximo dos clientes, são
33
concentradas e disponibilizadas a distância, como o que é feito por centrais de atendimento e
serviços on- line;
Há, ainda, o teletrabalho móvel, nômade ou itinerante, que corresponde ao conceito
de "escritório móvel" ou "portátil", e pode ser feito a partir do hotel, da estação de serviço, do
automóvel, do avião. É citado por Fetzner ( 2001) como escritório flexível/hoteling, no qual
mesas, espaço e recursos para reuniões são alocados para grupos e indivíduos, conforme
critério de necessidade e não de propriedade.
Mais uma alternativa é o tele-serviço, fornecido por empresas de trabalho à distância. O
que está à distância são os clientes ou os utilizadores do serviço, podendo o trabalhador estar
na empresa ou em outro (ou outros) dos locais acima assinalados. É o que Fetzner (2001)
chama equipes distribuídas, ou seja, quando o uso de tecnologias permite a equipes
trabalharem juntas efetivamente, estando seus membros distribuídos em diversas localidades
como escritórios, domicílios ou mesmo sem um posto fixo e sem compartilhar o mesmo fuso
horário.
No que diz respeito às modalidades de escritório-satélite e tele-serviço, cabe referir que,
atualmente, algumas empresas européias e americanas instalam os seus escritórios-satélites ou
subcontratam empresas de tele-serviços de outras zonas do globo (nomeadamente o Sudoeste
Asiático), pondo em prática o chamado teletrabalho "off--shore".
Para concluir a caracterização destas modalidades de teletrabalho assinale-se que, sendo
o local de trabalho flexível, o teletrabalhador poderá utilizar uma ou simultaneamente várias
das soluções enumeradas. Por exemplo: dois dias em casa, dois dias no escritório-satélite,
ocasionalmente no carro ou no hotel e um dia da semana no escritório central.
Quanto ao horário de trabalho, pode ser em tempo integral, com o trabalhador gerindo a sua
jornada da forma que entender, trabalhando num ou em vários locais, ou em tempo parcial.
Quanto à situação sócio-profissional, o teletrabalhador pode ser assalariado, ou independente
( Serra, 1996).
34
1.5 - O panorama do teletrabalho no exterior e no Brasil
Em 1980, as primeiras centrais de teletrabalho foram estabelecidas na Europa: em
Marne-la-Vallée, França, depois em Nykvarn, Suécia, e mais tarde em Benglen, Suíça. Nos
Estados Unidos, em 1987, o governo do estado da Califórnia lançou o primeiro programa de
teletrabalho implementado no setor público.
Na visão de Bailey e Kurland (2002), identificar quem teletrabalha não tem sido uma
tarefa fácil para os pesquisadores, tanto em razão das diferentes características contratuais,
quanto por questões metodológicas relativas, por exemplo, a técnicas de amostragem e da
própria definição do que é um teletrabalhador. De acordo com resultado de uma pesquisa
citada pelas autoras, que foi realizada pelo Cyber Dialogue, em 1999 existiam nos Estados
Unidos 11,5 milhões de pessoas teletrabalhando; foi revelado, também, que os empregados
que teletrabalhavam em tempo integral, eram homens (57%), mais jovens, ganhando mais
(US$ 49 500 anuais). Entre os que teletrabalhavam em meio turno, (75%) eram mulheres,
mais velhas, ganhando menos (US$ 34 500 anuais).
Por outro lado, foi relatado pelo International Telework Association and Council (2000,
apud Bailey e Kurland, 2002), que 51% dos teletrabalhadores eram homens e 49% eram
mulheres, com idade média de 42 anos e rendimento médio anual de US$ 45.200. No entanto,
levantamentos feitos por estas pesquisadoras demonstram que as diversidades de informações
demográficas acerca da população teletrabalhadora, reveladas pelas fontes de consulta, podem
ser reflexo das diferenças em função das ocupações, como por exemplo, profissões típicas de
escritórios e profissionais liberais.
Atualmente, os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, a Espanha, a Suécia e a Holanda
são alguns dos países que mais utilizam o teletrabalho. Na França, há uma comissão liderada
pela CATRAL, a Agência Regional para Ordenamento do Tempo, voltada ao estudo de mais
uma alternativa de trabalho remoto, baseado no conceito de "Bureaux de Voisinage", ou
telecentros de proximidade. Nos EUA a maior parte do teletrabalho se espalha pelas regiões
costeiras ou perto das grandes cidades do interior, como Chicago, mas é a área de Los
Angeles, na costa californiana, que tem o dobro da média nacional de teletrabalhadores por
1000 habitantes (Rodrigues, 2005).
De acordo com Peters e Dulk (2003), em 2002, uma média de 13% das pessoas
empregadas nos países da União Européia e 25% nos Estados Unidos praticavam algum tipo
de teletrabalho. Os países que apresentam maior índice de teletrabalho estão no norte
europeu. Na Dinamarca e na Finlândia, 21% das pessoas empregadas são teletrabalhadores;
35
na Suécia são 18% e na Holanda, o percentual chega a 26%. Os menores índices ocorrem no
sul europeu, sendo os mais baixos em Portugal (3%), na Espanha (5%) e na Itália (6%).
Na Europa, o Reino Unido, a Suécia e a França são os países com forte herança de
inovação social e tecnológica; o Reino Unido promoveu o teletrabalho desde os anos 1970 e
os outros dois nos anos 1980. A França é pioneira na criação de uma rede de telecentros,
visando agrupar empregados de empresas de serviços e administração pública, em locais
próximos das suas áreas residenciais, onde possam trabalhar utilizando avançados meios
tecnológicos e sempre em contacto telemático com as suas empresas (Peters e Dulk, 2003).
Em 1994 existiam 7.8 milhões de teletrabalhadores em todo o mundo e foi previsto para
o ano 2000 a existência de 30 milhões. A Hewlett Packard, Kodak, dentre outras empresas,
foram pioneiras na utilização do teletrabalho (Dantas, 2000).
Como evidência da expansão e espaço ocupado pelo teletrabalho no panorama
mundial, pode-se verificar a relação das inúmeras entidades e endereços eletrônicos fornecidos
pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Teletrabalho APDT, em seu site na
internet
.
Em seu
estudo
sobre teletrabalho na América Latina e no Caribe, Martino (2004)
identificou que nestas regiões predominam alguns tipos de teletrabalho, quais sejam:
telecentros comunitários, call-centers, domiciliar e offshore. O autor apresenta um quadro
comparativo sobre o crescimento e penetração das TIC em 2002, no qual o Brasil aparece
como o país com o maior número de usuários de internet e com maior número de
computadores pessoais, seguido do México, Chile e Argentina. No entanto, quando são
analisados os índices de penetração de TIC em relação ao total da população, o panorama
regional muda completamente. Vinte e sete países, incluindo o Brasil, México e Argentina
apresentam menos que 10% de penetração relativa a Internet e em outros países em que os
números globais e absolutos são menores, esse índice é maior, destacando-se Ilhas Virgens,
com 15%, Porto Rico e República Dominicana com 16%, Aruba com 22%, Chile tem 24% e
Bermuda, 46%.
Para Martino (2004), embora esses dados de 2002 indiquem atraso no desenvolvimento
de TIC na América Latina e no Caribe, o ritmo do avanço é rápido e em aceleração.
Acrescenta ainda que a situação varia muito entre os países e acredita que o destino do
teletrabalho na região dependerá do seu sucesso, ou fracasso nos países altamente populosos e
tecnologicamente mais desenvolvidos, como o Brasil.
Países menos populosos, porém com altos índices de penetração de TIC, exercerão
importante papel de antecipação para o desenvolvimento do teletrabalho, a depender de
36
fatores-chave, tais como, flexibilidade do mercado e do trabalho, políticas tributárias e de
investimento, competência da força de trabalho, localização geográfica, confiabilidade,
qualidade e estabilidade política e social (Martino, 2004).
No Brasil, aparentemente, as experiências tem sido mais tímidas e pouco difundidas.
Estima-se que 15% da força de trabalho usa a própria casa como local de trabalho. Os
números da Internet refletem que somente 54% dos internautas acessam a rede a partir da
própria casa, mas é importante ressaltar que o crescimento da Internet no Brasil é considerado
fenomenal (Martino, 2004).
Em 2000, o país ocupava o trigésimo lugar no ranking mundial de número de endereços
de internet; em 2004 passou para o oitavo lugar, sendo o terceiro nas Américas e o primeiro na
América Latina. Além disso, é o país na com a maior quantidade de computadores pessoais,
linhas de telefone em operação, telefones celulares contratados e está progressivamente
emergindo com um dos mais dinâmicos mercados de “wireless” no mundo (Martino, 2004).
Entretanto, principalmente a partir do final de 1998, o tema Teletrabalho tem aparecido
com maior freqüência na mídia impressa e eletrônica, como em: Computerworld, 1999;
Revista Amanhã, 1999; Infoexame, 1999; Intermanagers, 2000; revista Surftrade, 2000; Veja,
1999, e em livros de autores nacionais (Trope, 1999; Mello, 1999).
Entre as contribuições acadêmicas, podem ser salientadas ações como a da Universidade
Federal de Santa Catarina, no Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção, com a
disciplina sobre Oganizações Virtuais e Teletrabalho e a Universidade de São Carlos, que
desenvolve o projeto de uma organização Virtual Tecnológica (Fetzner, 2001).
Segundo Mello (1999), 35 das principais instituições que vêm utilizando o Teletrabalho
no Brasil, formalizado ou não, são: em São Paulo - W/Brasil; ACSB; AT&T; DuPont; Price
Waterhouse; Kodak; Proudfoot Brasil; Trevisan Consultores; Andersen Consulting; Philip
Crosby; Sun Microsystem; Gartner Group; EMC; Microsoft; Commscope; Semp Toshiba;
Cisco System; Bianchessi & Cia. Auditores; ALMAP/BBDO; Anixter; IBM; Natura;
Richardson Electronics; SSA; Ticket e Movicarga. No Paraná - a fundação Inepar. No Rio de
Janeiro: Laboratório Buckmann; Ícone Propaganda; Banerj; IPUR; Dinsmore Associates;
Greenpeace; Cebela; Shell e Grupo Rede.
Esse mesmo autor apresenta dados que expressam objetivamente o perfil do
teletrabalhador no país, conforme mostrado no Quadro 1. A pesquisa, realizada entre os dias
07/11/2000 e 28/02/2001 pelo portal Wwwork http://www.wwwork.com.br —, aponta que
o teletrabalhador brasileiro é predominantemente do sexo masculino (73,9%), com idade entre
37
21 e 30 anos (46,2%) e formação universitária (62%), distribuídos na seguinte proporção:
funcionários (34%), autônomos (29%) e empresários (24%) (Mello, 2002).
Quadro 1:Perfil do teletrabalhador brasileiro (2001)
Perfil do Teletrabalhador Brasileiro
Gênero (%)
Renda (%) Escolaridade (%) Atuação Profissional(%)
H M Até
10
SM
10 a
20
SM
Mais
20
SM
2° G 3º G Pós
Grad.
Funcionários
de empresas
Autônomos
Empresários
Profissionais
Liberais
Estagiários
73,92
26,08
51,41
26,45
22,14 9,84
61,75
19,43
34 29 24 7 6
Fonte: SOBRATT – Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades, site www.sobratt.com
.
De acordo com Buaiz (2001), a Pesquisa sobre Teletrabalho no Brasil, realizada pelo
CRA-SP e pela Consiel junto a 30 empresas brasileiras, foi apresentada no 5th International
Telework Workshop, em agosto de 2000, em Estocolmo - Suécia, indicando as principais
condições favoráveis para o crescimento do Teletrabalho em nosso País: o desenvolvimento
da tecnologia da informação e das comunicações, o crescimento da internet, a flexibilização
das relações trabalhistas e o aumento dos congestionamentos de trânsito.
Segundo a mesma pesquisa, o setor que mais utiliza o teletrabalho é o de vendas,
seguido por assistência técnica, suporte e manutenção. Consultoria e administração também
foram mencionados. Entre as carreiras com incidência mais freqüente, destacam-se Internet
(24,5%) e Informática (15,6%), como não poderia deixar de ser. Mas outras carreiras foram
citadas: Administração (15,5%), Comunicação (8,6%), Marketing (6,4%), Jornalismo (5,3%),
Publicidade (5%), Serviços (4,9%) e Educação (3,2%) (Buaiz, 2001).
1.6 – Os dilemas gerenciais frente o teletrabalho
É comum encontrar nas leituras sobre teletrabalho considerações e referências acerca
das visões e posturas assumidas pelos empregadores e por gerências dos diversos níveis
hierárquicos, com relação a essa alternativa laboral. Predominam as constatações das
dificuldades com que os chefes encaram o gerenciamento do trabalho à distância.
De acordo com Lewis (2003), os arranjos flexíveis de trabalho são, frequentemente,
tratados com reservas pelos gerentes e aqueles com responsabilidade operacional é que tem o
arbítrio de dizer quem pode usufruir de tais alternativas. A autora cita pesquisas de alguns
estudiosos (Bond e cols., 2002; Klein, Berman & Dickson, 2000; Lee e cols, 2000; Powell &
Mainiero, 1999, apud Lewis, 2003), segundo as quais várias crenças baseiam as decisões
gerenciais para atender demandas dessa natureza. Tais crenças dizem respeito a ruptura das
tarefas, possibilidade de substituição dos empregados envolvidos, noções de eqüidade e
38
respeito, percepções acerca do comprometimento do empregado, dos impactos a longo prazo,
da pertinência do pedido em relação ao gênero ( maior probabilidade de atender demandas de
mulheres do que de homens, principalmente se forem por razões relacionadas a cuidado com
crianças ou idosos), além de outros fatores, como confiança no empregado.
Alguns resultados indicam também haver gerentes que consideram que empregados
com horários de trabalho flexíveis não são sérios, nem comprometidos e assumem que os
subutilizam (Lewis, 2003). Esta autora ainda chama atenção para outros resultados apontando
que esses empregados são negligenciados para treinamentos, promoções e atribuições
desafiadoras e que em estudos transculturais é notada a variação de atitudes gerenciais entre
países .
Em seu estudo de abordagem transcultural, referente ao suporte gerencial para o
teletrabalho domiciliar, Peters e Dulk (2003) mencionam conclusões que indicam ser o
interesse no teletrabalho maior entre os empregados do que entre os empregadores e que
quando o teletrabalho está presente nas companhias, são os gerentes que decidem quais
empregados poderão adotá-lo e que tarefas são teletrabalháveis.
Peters e Dulk (2003) apresentam ainda relatos de outros autores, tais como: a falta de
suporte pelos chefes imediatos é considerado o maior gargalo para o crescimento do
teletrabalho, pois eles temem que os empregados não cumpram suas responsabilidades, se não
forem controlados diretamente (Leeds e Leeds, 2002, apud Peters e Dulk, 2003) e acreditam
que o teletrabalho pode tornar seu próprio trabalho mais complicado (Powell e Mainiero,
1999, apud Peters e Dulk, 2003). Huws e outros (1990, apud Peters e Dulk, 2003), que
entrevistaram 4000 gerentes europeus, identificaram que eles não vêem necessidade para
adoção do teletrabalho. Quando as atividades profissionais são realizadas em casa, a distinção
entre trabalho e vida privada é tênue e a flexibilidade inerente aumenta a incerteza dos
gerentes quanto as tarefas a serem efetivamente executadas pelos empregados (Williamson,
1985 e Powell & Mainiero, 1999, apud Peters e Dulk, 2003),.
Bailey e Kurland (2202) argumentam que a relutância gerencial com o trabalho em casa
decorre de dois fatores: a indisposição para lidar com a incerteza e a indisposição para delegar
poder aos subordinados. Esses dois fatores podem ser considerados como barreiras em alguns
contextos organizacionais e nacionais e é possível que as diferenças transnacionais quanto à
adoção do teletrabalho em casa ocorram porque, em alguns países, os gerentes são mais
inclinados a lidar com a incerteza e delegação de poder.
Estudos realizados por Klidas (2001, apud Peters e Dulk, 2003) mostram claras
diferenças no processo de empowerment entre países da Europa. Na região norte foram
39
encontradas mais práticas e comportamentos de empowerment, que na região sul e essas
diferenças revelam forte correspondência com a teoria da cultura nacional de Hofstede, em
particular nas dimensões distancia do poder e fuga da incerteza .
Referindo-se a várias pesquisas realizadas por alguns psicólogos americanos, Clay
(1998) ressalta achados tais como: a resistência dos gerentes está por trás da baixa adesão de
1% de empregados, à opção de teletrabalho oferecida pelo governo federal dos USA desde
1990. A cultura gerencial está fora de compasso, afirma Clay (1998), possivelmente em
função dos gerentes não confiarem no cumprimento do trabalho por seus empregados, ou por
temerem sentir solidão, ou por não gostarem de mudança. Segundo essa autora, diferença
entre o que é falado e o que é feito pelas organizações, em termos de políticas favoráveis às
familias dos empregados; embora algumas empresas tenham implementado opções de
esquemas flexíveis de trabalho, frequentemente sua cultura não muda.
Clay (1998), ainda relata o achado de uma pesquisa do National Study of the Changing
Workforce, realizada em 1997: a crença comum de que encorajar empregados a usarem os
benefícios de arranjos flexíveis de trabalho enfraquece seu comprometimento e lealdade com
a organização. Outra pesquisa realizada por Tammy Allen (1996, apud Clay, 1998) , da
Universidade da Flórida revela que, embora 72% das grandes empresas americanas tenham
políticas que favorecem a relação trabalho-família, 41% dos seus empregados acreditam que
se usufruirem de tais benefícios, prejudicarão suas carreiras.
Para Handy (1996), num ambiente de trabalho virtual, as organizações orientadas
atualmente para o controle e a auditoria permanentes, não poderão funcionar; será
imprescindível que estabeleçam conceitos de confiança e pertencimento entre seus
integrantes. O autor alerta, ainda, que a confiança não pode permanecer voltada só para alguns
e que os gerentes devem se acostumar a trabalhar à distância, dirigindo pessoas que não vê,
exceto nas situações programadas. Enfatiza que para que a virtualidade funcione é preciso
levar em conta que a tecnologia sózinha não atende aos objetivos organizacionais e insiste na
essencialidade da confiança nesse processo.
Como pode ser percebido, o aumento da autonomia dos empregados requer menos
funções de gerenciamento, o que denota perda da sua relevância, acarretando assim mais
relutância das chefias. O que ocorre é que os gerentes temem a perda do controle sobre os
teletrabalhadores em função do ganho de autonomia propiciado pela flexibilidade do
teletrabalho ( Kugelmass, 1996; Kurland e Egan, 1999).
Ainda sobre os mecanismos de controle exercidos pelos gerentes para gerenciamento do
desempenho dos empregados, Baruch (2001) também ressalta que as bases para medir os
40
resultados apresentados pelo teletrabalhador estão na orientação para atingimento de metas e
na cultura de confiança. É evidente que os mecanismos tradicionais de controle baseados na
supervisão direta e observação do desempenho pelas chefias são inapropriados ao
teletrabalho. Cooper e cols (2000, apud Baruch) identificaram que para monitorar o
desempenho dos teletrabalhadores os gerentes usam uma combinação de novas tecnologias,
como áudio e vídeo conferências, com reuniões presenciais.
O que fica patente nessa discussão é que em esquemas flexíveis de trabalho o
gerenciamento do desempenho precisa ser baseado na orientação para resultados e na cultura
de confiança e nesse sentido o teletrabalho requer que empregados e empregadores reavaliem
seu contrato psicológico.
1.7 - Vantagens e desvantagens associadas ao teletrabalho domiciliar:
uma explanação e uma discussão sobre as várias visões
Como pode-se observar pelo exposto nos itens anteriores, há extensa produção de
trabalhos, com grande variedade de abordagens que pretendem dar conta dos mais diversos
aspectos inerentes ao teletrabalho.
Muitos estudos concluem que teletrabalhar pode ser uma “faca de dois gumes”, com
potencial para gerar resultados positivos e negativos (Lewis, 2003). A tendência para
sobrecarga de trabalho, deve ser vista como sintomática da indistinção e falta de limites entre
trabalho e não-trabalho, o que está se tornando cada vez mais difundido e facilitado pelo
desenvolvimento das TIC. Os efeitos do teletrabalho aparecem também, altamente
relacionados a gênero. Uma pesquisa qualitativa mostra que as mulheres, mais que os homens
lidam com multitarefas e não tem um lugar particular e apropriado para realizá-las, enquanto
os homens são mais aptos a manterem-se afastados, em lugar fechado e trabalhar sem
interrupções de membros da família. Isso pode explicar a revelação de um levantamento
nacional feito no Reino Unido, segundo o qual os homens, mais que as mulheres, desejam
trabalhar em casa (Lewis, 2003).
As informações que se seguem compreendem o conjunto de achados mais freqüentes e
mais comuns nas fontes e autores consultados a respeito das vantagens e desvantagens do
teletrabalho, tanto para o trabalhador, como para a empresa e a sociedade (Serra, 1995; Nilles,
1997; Feldman e Gainey, 1997; Trope, 1999: Mello, 1999; Dantas, 2000; Vitterso et al., 2001;
Dias, 2001; Ferreira, 2001; Fetzner, 2001; Baruch, 2001; Bailey e Kurland, 2202; Tremblay,
2002; Zanin, 2004; Axtell, Flech e Turner, 2004).
41
Entre as vantagens para o trabalhador, estão possibilidade de reduzir ou eliminar o
tempo no deslocamento casa-trabalho; economia com combustíveis, alimentação, transporte e
vestuário; flexibilização do horário de trabalho, permitindo adaptá-lo ao estilo pessoal; mais
equilibrio e harmonia entre vida profissional, familiar e lazer; flexibilização do local de
trabalho; mais autonomia para decidir como realizar o trabalho; diminuição dos
constrangimentos hierárquicos; clima de trabalho mais confortável; redução do stress e da
exaustão; possibilidade de adaptar o horário de trabalho às condições orgânicas mais
favoráveis e ritmo próprio; possibilidade de participar e dar mais atenção à vida familiar;
ausência de interrupções e ruídos e maior rendimento nas tarefas; melhoria na qualidade do
trabalho; aumento da satisfação com o trabalho.
Quanto às vantagens para a empresa, destaca-se redução de custos com mobiliários,
instalações, transportes, material, limpeza e segurança; redução de consumo de energia
elétrica e de água; maior facilidade de recrutamento de pessoal, por independer do local de
residência das pessoas; aumento da produtividade; redução da burocracia; redução do
absenteísmo, pois a necessidade ocasional ou permanente de cuidar de familiares é
assegurada, sem implicar a ausência do trabalho; maior facilidade para atração e retenção de
talentos; empregados mais satisfeitos; redução do espaço físico de escritórios e
estacionamento.
No que se refere às
vantagens para a sociedade, identifica-se desconcentração do
centro das cidades; participação na divisão internacional do trabalho, com o trabalho "off-
shore”; redução dos investimentos em infraestruturas de transportes; criação de empregos;
aumento da produtividade; diminuição do congestionamento do tráfego urbano; economia em
combustíveis; redução da poluição ambiental; integração no mercado de trabalho, combatendo
a exclusão social de idosos, portadores de necessidades especiais, donas de casa; alternativa
de reabilitação profissional; possibilidade de desenvolvimento de áreas menos favorecidas,
como as rurais e subúrbios; possibilidade de aplicação da economia de tempo em trabalhos
sociais.
No que diz respeito às desvantagens para os empregados, são levantados aspectos
como: isolamento social (em especial quando o trabalho é feito em casa e em tempo integral);
redução dos contatos com os colegas de trabalho e com a hierarquia; menos visibilidade pelos
superiores, colegas e clientes; possibilidade de menos oportunidades de promoção e
encarreiramento; déficit de proteção jurídica; possibilidade de condições de emprego menos
favoráveis, em termos de benefícios econômico-sociais; redução da diferenciação entre
trabalho e lazer; invasão do espaço profissional pela família e vice-versa; maior possibilidade
42
de conflitos familiares; maior dificuldade de defesa dos interesses laborais e profissionais (se
o contrato de trabalho for individual, dificulta ou impede reivindicações coletivas);
aumento
do trabalho em tempo parcial e risco de trabalhar mais; controle invisível e onipresente pelo
computador central; segmentação das tarefas.
Na abordagem das
desvantagens para a empresa, os aspectos mais encontrados são:
dificuldade de assegurar a presença e a disponibilidade imediata do trabalhador no local de
trabalho; despreparo para medir o trabalho em termos de resultados ou tarefas (a cultura
gerencial predominante é de controle); aumento de custos em equipamentos e
telecomunicações; perda da unidade corporativa e do sentido coletivo de trabalho; aumento
dos custos com formação do trabalhador; possibilidade de perda da lealdade organizacional e
do sentimento de pertencimento.
Finalmente, entre desvantagens para a sociedade estão apontadas efeitos negativos na
integração social do trabalhador na comunidade de trabalho e residencial; vulnerabilidade
crescente face ao teletrabalho "off-shore" (com as possíveis conseqüências em termos de
desemprego); enfraquecimento das formas coletivas de trabalho e dispersão da mão de obra;
possibilidade de exploração de trabalhadores em situação mais vulnerável (mulheres,
crianças, portadores de deficiência, membros de minorias étnicas, etc.); aumento da
polarização entre uma elite de trabalhadores bem pagos e com posição estável (masculinos,
brancos, altamente qualificados e sem deficiências) e uma maioria de trabalhadores mal pagos
e com posição instável (mulheres, membros de minorias étnicas, portadores de deficiências ou
outras); erosão das estruturas tradicionais de educação e formação profissional; probabilidade
de transferência, para as zonas menos desenvolvidas, apenas os empregos pouco qualificados
e mal pagos, agravando assim as assimetrias.
É importante enfatizar, para efeito da discussão que se pretende desenvolver e com base
nos achados acima citados, a diversidade de resultados decorrentes das pesquisas a respeito do
teletrabalho, referentes às vantagens e desvantagens para o profissional que trabalha em casa,
para a organização e para a sociedade.
Observa-se que nos estudos que ressaltam os pontos favoráveis, predominam os que se
referem a flexibilidade de horário, autonomia sobre a forma de realizar as tarefas, maior
proximidade da família, o não deslocamento diário e redução do stress, o que no geral
propicia uma sensação de controle sobre a própria vida (Tremblay, 2003; Fetzner, 2001;
Mello, 1999; Nilles, 1997). No entanto, vários são os autores que manifestam visões
contrárias. Nota-se que muitas das desvantagens apontadas referem-se ao teletrabalho
domiciliar, em período integral, para um empregador exclusivo, em condições contratuais
43
ambíguas ou claramente desfavoráveis para o teletrabalhador (Dias, 2003).
Neto (2002) afirma que a abordagem sobre o teletrabalho deve ser inserida dentro da
discussão acerca da imaterialidade de inúmeras formas de trabalho concreto desenvolvidas no
capitalismo contemporâneo. Na sua visão, não só o trabalho ganha dimensões imateriais, mas
os seus próprios produtos caracterizam-se pela intangibilidade. Ainda nessa linha, ele cita
Bolaño (2002: p.62, apud Neto, 2004):
o fato marcante deste final de século é o surgimento, em decorrência do desenvolvimento das
Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC´s) e das redes telemáticas, de uma tendência
ao apagamento de fronteiras entre o trabalho manual e intelectual.
Sob esse ponto de vista, o caráter verdadeiramente inovador do teletrabalho não está
assentado na maior “liberdade” e “autonomia” que ele permitiria ao teletrabalhador e sim,
pelo fato de permitir, em novas bases - as digitais, a reprodução da subsunção do trabalho ao
capital, enquanto relação social de exploração. As características próprias do teletrabalho
fazem da sua utilização método seguro de maximização da extração de mais-trabalho pelo
capital, além da possibilidade, muito concreta, de rebaixar a remuneração da força de
trabalho, precarizando as suas condições de existência e eliminando o acesso a diversos
direitos sociais (Neto, 2004).
Segundo Soja (1996, apud Ferreira, 2001) o trabalho realizado em casa, limitando o
contato com os outros trabalhadores e com o espaço vivido, acarreta mudanças de
comportamento. Para este autor, percebe-se que o modo de comportamento é construído e
não corresponde a uma disposição natural. Independente do seu grau de consciência, como
sujeito do comportamento moral e como ser social, o indivíduo é parte da estrutura social,
estando inserido em uma rede de relações na qual vigora uma moral efetiva. Quando o
trabalhador troca a empresa pela residência, ocorre uma desterritorialização; percebe-se a
perda dos vínculos com o lugar e com as relações efetivamente nele realizadas. A
desterritorialização rompe com toda uma formação de sistemas simbólicos de significados, de
valores, que foram instituídos através de práticas cio-culturais que, por sua vez, foram
responsáveis pela construção social do lugar.
Ferreira (2001) afirma que o trabalho não se reduz à relação entre o indivíduo e os
equipamentos; é também um desenvolver-se no interior de um grupo social. A
individualização própria do teletrabalho limita esse desenvolvimento, na medida em que o
indivíduo, longe da empresa, deixa de vivenciar experiências com os demais funcionários. As
transformações decorrentes da utilização do teletrabalho promovem uma verdadeira revolução
nas relações entre as pessoas. Segundo Sennett (1999, p.10, apud Ferreira, 2001 ), a falta de
44
uma ligação mais ativa e afetiva com o lugar de trabalho na empresa com a ênfase nos
trabalhos a curto prazo, não permite que as pessoas desenvolvam experiências ou construam
uma narrativa coerente para suas vidas. E, principalmente,
esta nova forma de trabalho impede a formação do caráter. O desenvolvimento do caráter depende
de virtudes estáveis como lealdade, confiança, comprometimento e ajuda mútua. Características
que estão desaparecendo no novo capitalismo.(...) Essas mudanças corroeram a idéia de
integridade e a confiança nos outros (Sennett, 1999, p.10).
Ainda mais grave, continua Ferreira (2001), convêm observar que quando enclausurado,
o Homem deixa de perceber as modificações que se fazem presentes no espaço e, sendo este o
locus das mudanças e atividades sociais, refletindo como um espelho a sociedade, esse
indivíduo corre o risco de desligar-se da realidade vivida.
Como bem ressalta Baruch (2001), o teletrabalho pode se constituir tanto num ciclo
virtuoso, que demonstra resultados positivos para todas as partes envolvidas, como num ciclo
vicioso. Na última hipótese, são evidenciados resultados negativos para o empregado, a
exemplo de isolamento, empobrecimento da carreira e redução do desempenho. No que diz
respeito às organizações, é alegada a fragilidade dos controles para gerir o desempenho dos
teletrabalhadores. Outro ponto desfavorável em decorrência das novas formas de trabalho é a
contribuição para a emergência de uma sociedade autista, uma vez que afetam severamente a
comunicação interpessoal, tornando-a pobre e meramente transacional. Nesta abordagem de
Baruch (2001), os aspectos positivos e negativos estão relacionados a antecedentes
relacionados a traços e características da personalidade do teletrabalhador, ao perfil da tarefa
a ser teletrabalhada, à tecnologia utilizada pela organização, assim como às cultura e
infraestrutura legal da sociedade em que o fenômeno está inserido.
Outro autor, que como Baruch, contrapõe aspectos positivos e negativos do
teletrabalho é Dowbor (2002). Ele aponta que o trabalho domiciliar pode constituir um fator
de reapropriação de horários e de ritmos pelo trabalhador, mas pode também constituir um
fator de exploração, ou de informalização, além de levar à desarticulação da vida das pessoas.
Bailey e Kurland (2002), que revisaram aproximadamente duas décadas de pesquisas e
achados sobre o teletrabalho, detiveram-se na busca de responder três questões: quem são as
pessoas que teletrabalham, por que essas pessoas teletrabalham e o que acontece quando elas
teletrabalham. As pesquisadoras argumentam que quando o teletrabalho em casa ocorre em
tempo parcial e esse é o caso predominante entre os teletrabalhadores, eles não sofrem com
isolamento, nem com problemas de comunicação e tampouco tornam-se invisíveis. A exceção
é quando os gerentes e colegas sentem-se desconfortáveis em falar com eles em casa.
Essas mesmas pesquisadoras criticam o excessivo foco das pesquisas no
45
teletrabalhador em si, nas características do teletrabalho e nas suas vantagens e desvantagens;
criticam ainda a falta de estudos voltados para o teletrabalhador em relação à população que o
rodeia, como grupos de trabalho, gerentes, clientes, fornecedores, equipes de suporte. Elas
apontam também a necessidade de aprofundar as verdadeiras questões que levam os
indivíduos a escolher essa opção para desenvolver suas atividades profissionais, alertando
para a possibilidade de que recorrer a formas remotas de trabalho pode ser um mecanismo de
escape das pressões frequentemente presentes no ambiente organizacional. Diante dos
achados da sua pesquisa, as autoras concluem que não há clareza, nem entendimentos
convergentes, sobre os motivos que levam empregados a optarem pelo teletrabalho.
Neste ponto, é importante incluir a discussão relativa ao perfil pessoal e profissional
do teletrabalhador frente às características compatíveis à condição de teletrabalhar. Conforme
identificado tanto nos trabalhos citados, como no estudo de caso objeto desta dissertação,
no qual todos que se apresentaram para o processo seletivo foram aqueles que quiseram e
decidiram nele se inscrever, a opção do empregado pelo teletrabalho é voluntária. Esta
constatação pressupõe que os interessados estão predispostos a tal mudança na sua trajetória
profissional e a lidar com as potenciais e possíveis desvantagens associadas ao teletrabalho.
Parece estarem mais focados nas vantagens percebidas e convictos dos benefícios da escolha.
Essa atitude de proação pode indicar também que possuem os requisitos apontados como
necessários à adoção desta modalidade laboral
Mello (1999) destaca que os teletrabalhadores devem possuir as seguintes
características: forte auto-motivação, auto-disciplina, competências e preparação,
flexibilidade e espírito de inovação. Além destas, Nilles (1977) aponta conhecimentos
específicos, experiência profissional e criatividade e afirma ser importante considerar os
traços de introversão e extroversão, argumentando que as pessoas mais extrovertidas e com
maior necessidade de convívio social no escritório, não se adaptariam bem ao teletrabalho
contínuo em casa. Este autor refere-se, ainda, à fase da vida em que se encontra a pessoa e
diz que os jovens solteiros, que dependem do contato com colegas para conhecer pessoas e
estabelecer relacionamentos, não se caracterizam como candidatos ideais para trabalhar no
próprio domicílio.
Para Feldman e Gainey (1996), o completo entendimento do impacto teletrabalho
sobre a produtividade e qualidade de vida dos empregados requer a consideração de quatro
diferentes dimensões do arranjo de trabalho estabelecido. A primeira distinção é se o
teletrabalho ocorre em tempo integral ou em tempo parcial; a segunda diz respeito ao
esquema de horas a serem teletrabalhadas, que podem ser fixas, ou variáveis; a terceira
46
dimensão diferencia os teletrabalhadores que atuam sózinhos em casa e os que desempenham
suas atividades com outros, em escritórios satélites; e a quarta refere-se à quem tomou a
iniciativa para a adoção do teletrabalho, ou seja, se foi uma decisão da empresa ou uma
demanda do empregado.
Tantos questionamentos e diferentes visões chamam a atenção para a importância de
avançar o conhecimento sobre o assunto, com base em estudos desenvolvidas, ou mesmo
construindo novas teorias e métodos empíricos, que tornem os resultados das pesquisas mais
consistentes.
Assim, dentre as muitas portas abertas para a abordagem empírica do teletrabalho,
referenciar este estudo nas teorias das redes sociais, provavelmente, possibilitará explicitar
relevantes aspectos das variáveis que envolvem a construção e a manutenção de laços
profissionais pelos teletrabalhadores. Como exemplificam Raghuram, Wiesenfeld & Garud
(2001), os empregados que teletrabalham podem utilizar mecanismos sociais, tal como,
desenvolver uma efetiva rede social e utilizar seus laços para reduzir o isolamento que
vivenciam.
Nessa linha, o Capítulo 2 aborda os conceitos e ferramentas de análise de redes sociais
e como sua utilização permite identificar e compreender a configuração dos laços entre os
teletrabalhadores e seu grupo de origem.
47
CAPÍTULO 2 – REDES SOCIAIS
O conceito de rede é utilizado sob diversos enfoques. O termo pode ser empregado para
referir-se aos recursos tecnológicos, meios de comunicação e de informação (redes de
computadores, de telefones, de rádios, de jornais, de revistas), aos meios de transporte ( rede
ferroviária), a recursos da natureza ou urbanos (rede fluvial, rede de água, rede de esgotos,
rede de gás, rede elétrica). Em outras vezes, o termo rede é aplicado a sistemas biológicos
(redes sanguíneas, redes neurais), a estruturas financeiras (rede bancária), a estruturas e
relações sociais (redes urbanas, redes institucionais, redes profissionais, redes comunitárias,
redes virtuais). Pode-se reconhecer em todas estas utilizações da expressão rede a presença
das idéias de articulação, fluxo, ligação, circulação, interação, comunicação.
Na perspectiva das relações entre pessoas, o termo utilizado é rede social e refere-se ao
conjunto de atores (nodos), com os quais um indivíduo está efetivamente em contato, bem
como as conexões (laços) existentes entre eles. Os nodos podem ser indivíduos, grupos,
organizações, ou sociedades e os laços pelos quais são ligados podem ser analisados em
diferentes níveis, tais como, indivíduo-indivíduo, indivíduo-grupo, grupos-organização,
organização-organização, organização-sociedade (Wasserman e Faust, 1994).
Para abordar o conhecimento sobre as redes sociais na ótica das interações estabelecidas
por um grupo delimitado de atores e sua aplicação nos contextos organizacionais, cerne deste
estudo, o presente capítulo compõe-se de três segmentos. O primeiro apresenta um panorama
histórico da evolução do campo, contextualizada no desenvolvimento de correntes das
ciências sociais e humanas, envolvendo antropólogos, sociólogos e psicólogos, interessados
no desenvolvimento da abordagem sociométrica. O segundo traz os conceitos e critérios
inerentes à análise das redes sociais, os quais fundamentam a metodologia e o instrumental
para mapeamento das redes informais presentes nos ambientes corporativos . O terceiro
ocupa-se da importância e da aplicação desse referencial em contextos organizacionais .
2.1 - Aspectos históricos e evolução da teoria de redes sociais
A trajetória percorrida pelos estudiosos para a construção do conhecimento sobre redes
sociais foi sintetizada e mapeada de maneira bastante elucidativa por Silva (2003), a partir da
fundamentação oferecida por Scott (2000); a Figura 1 a seguir, retrata as correntes que
influenciaram a evolução do processo histórico do campo.
48
Figura 1: Correntes que originaram a moderna Análise de Redes Sociais
Fonte: Scott, 2000, p.8, apud Silva, 2003
Três correntes fundamentaram a evolução da teoria das redes sociais e influenciaram o
que hoje se constitui o campo da sociometria. As principais contribuições dos seus
representantes estão sintetizadas neste tópico.
- Os analistas sociométricos
A primeira fonte de contribuição vem das ciências humanas e sociais e desenvolveu-se
por volta da década de 1930, a partir do trabalho realizado pelos analistas sociométricos,
utilizando conceitos e métodos da teoria dos grafos, a qual baseia-se num conjunto de
axiomas matemáticos e fórmulas, que possibilitam a resolução de problemas complexos, por
meio da representação gráfica que utiliza de pontos, arcos, linhas e setas, para demonstrar
ligações entre os elementos nodos ou nós - envolvidos na questão. Nessa perspectiva, um
grafo é um conjunto de nodos ou nós, ligados entre si por linhas, também chamadas arcos .
Portanto, uma matriz descrevendo as relações entre um grupo de pessoas, pode ser facilmente
convertida num grafo de nodos conectados por arcos. Desse grupo de analistas sociométricos
destacam-se os emigrantes alemães Moreno, Kurt Lewin e Franz Heider ( Silva, 2003), que
num grupo de pesquisa da Universidade de Michigan, investigaram padrões de relações
sociais informais e a constituição de subgrupos; sob a influência da teoria da Gestalt, eles
trabalharam com pequenos grupos em fábricas e comunidades americanas, dando origem às
bases para o surgimento do sociograma, como uma forma de representação gráfica para
identificação de relações sociais entre indivíduos.
O maior representante desta vertente foi Moreno (1997) e embora tenha orientado sua
pesquisa para métodos psicoterapeuticos e clínicos, refletindo seu treinamento médico e sua
prática psiquiátrica em Viena anterior à sua migração para os Estados Unidos; ele contribuiu
Teoria da Gestalt Escola Antropológica
Sociometria Escola de Harvard Escola de Manchester
( Moreno) ( Warner, Mayo) ( Glukman)
Teoria Matricial
Dinâmica de Grupo Barnes, Bott,
Nadel
Teoria dos Grafos Mitchel
Estruturalistas de Harvard
Análise de Redes Sociais
49
significativamente com o uso de matrizes sociais e do sociograma, em 1934, para representar
as propriedades formais de configurações sociais. A idéia predominante é que os objetos não
são percebidos independentemente dos esquemas mentais, mas constituídos por eles. Seu
propósito era revelar a estrutura de escolhas de amizades em grupos, usando experimentação,
observação controlada e questionários e explorar as maneiras pelas quais as relações entre as
pessoas de um grupo serviam como limitantes e oportunidades para suas ações e,
conseqüentemente, seu desenvolvimento psicológico.
Os métodos desenvolvidos por Moreno (1997), notadamente, de medição de papéis,
análise de diagramas e sociogramas de indivíduos e grupo, permitem mapear os canais de
comunicação, identificar lideranças e conexões entre as pessoas, uma vez que representam
forças de atração, repulsão e indiferença que operam nos grupos (Santos, 2004).
As vertentes de Harvard e de Manchester
A outra vertente também precursora dos conhecimentos atuais sobre redes sociais
expressou-se por meio dos antropólogos e sociólogos da Universidade de Harvard. Ainda na
década de 1930, esses pesquisadores desenvolveram as idéias do antropólogo social britânico
Radcliffe-Brown, o qual estudava conflitos em sociedades tribais. Entre os estudiosos do tema
em Harvard destacam-se Elton Mayo, que realizou investigações de grupos de trabalho na
fábrica Hawthorne, em Chicago, utilizando sociogramas e Warner (Silva, 2003), que
desenvolveu um estudo numa comunidade urbana denominada de Yankee City, pioneiro no
uso de métodos formais para análise estrutural das posições ocupadas pelas pessoas nos
grupos.
Um outro grupo ligado a Warner, ao longo do ano de 1936, fez investigações similares
numa cidade do Sul dos Estados Unidos, sob a denominação de Old City, enfatizando a
importância das relações interpessoais informais, nos sistemas sociais (Silva, 2003).
De acordo com os estudos pioneiros de Hawthorne e de Yankee City, as pessoas são
integradas às comunidades por meio de relações informais e pessoais da família e dos
subgrupos (cliques) e não apenas por meio das relações formais, advindas dos aspectos
econômicos e políticos. Surge assim o embrião para o desenvolvimento das primeiras
pesquisas, que adaptaram os diagramas antropológicos ao mapeamento de relações no
contexto organizacional. Este mapeamento demonstrou a existência e a importância de
relações informais não previstas no organograma formal da empresa (Ribeiro, 2006).
os estudos de Old City foram centrados no mapeamento dos subgrupos (cliques) e as
sobreposições delimitadas pela idade e classe social, sugerindo uma série de hipóteses
50
estruturais sobre as conexões entre os referidos subgrupos, como, por exemplo, a
intermediação entre classes sociais diferentes (Lago, 2005) .
No final da década de 1940, George Holmans reúne estes e outros trabalhos de
psicólogos sociais , sociólogos e antropólogos e utilizando a sociometria de Moreno, elabora
sínteses teóricas em torno da idéia que as atividades humanas levam as pessoas a interagirem
entre si, em freqüências, direções e duração variadas e que tais interações baseiam o
desenvolvimento dos sentimentos entre elas (Santos, 2004; Lago, 2005), caracterizando o que
hoje se denomina rede informal. Posteriormente, durante os anos 1950 e 1960, o grupo de
Harvard desenvolveu uma análise estrutural matematicamente orientada, preocupada com
modelos de estruturas sociais de todos os tipos .
Cartwright e Harary (1956, apud Santos, 2004) sintetizaram as idéias dos autores
anteriores e foram os pioneiros na aplicação da teoria gráfica (dos grafos), para compreender
o comportamento grupal. Os citados dois autores apropriaram-se da idéia de pontos
conectados por linhas (sociograma) e acrescentaram sinais e direção, o que possibilitou a
análise do ponto de vista de cada membro do grupo.
na Universidade inglesa de Manchester, uma terceira corrente voltada á ampliação
dos conhecimentos precursores de redes sociais, numa linha de pesquisa paralela do trabalho
de Radcliffe-Brown, desenvolvia os estudos associando matemática à teoria social. Os
antropólogos de Manchester, aplicaram os conceitos das vertentes anteriores para estudar a
estrutura de relações comunitárias em sociedades tribais e pequenas vilas.
Nas décadas de 1960 e 1970 as citadas correntes uniram-se em Harvard e estruturaram
as bases da moderna teoria de redes sociais. São notórios, nessa época, os trabalhos de Max
Gluckman, John Barnes, Elizabeth Bott, Siegfried Nadel e Clyde Mitchell (Silva, 2003).
Também ligada ao Grupo de Manchester, destaca-se a corrente transacional, para a qual
uma rede social é mais que uma rede de comunicação, pois as mensagens são de fato
transações. Com relação ao desenvolvimento da parte matemática da teoria, os autores mais
importantes são Wasserman e Pattison (1996, apud Silva, 2003), os quais situaram a análise
estatística de rede em dois momentos: nos anos 1930, a primeira geração de pesquisadores
lidou com distribuição de estatísticas de rede; a segunda geração, nos anos 1970, preocupou-
se com probabilidades de laços relacionais entre pequenos subgrupos de atores.
Ainda na década de 1970 são intensificados os estudos abordando a tomada de decisão
em comunidades. Na década seguinte, destacaram-se, os trabalhos relacionados aos cenários
das organizações, tanto no que refere às redes interorganizacionais, quanto às redes
intraorganizacionais, realizados por Cook e Brass em 1985, conforme relato de Lago, 2005.
51
Mais recentemente, uma geração de estudos inclui as contribuições de outros autores
(Frank e Strauss, 1986; Strauss e Ikeda, 1990, apud Santos, 2004), que expandiram as classes
de modelos estruturais. Em meados da década de 1980 surgem os trabalhos de David
Krackhardt (1992, 1993, 1994), representando então um marco para a análise de redes sociais,
tema que será apresentado no item 2.3.
2.2 – Redes sociais: principais conceitos e perspectivas de análise
De início é importante situar que a abrangência com que se emprega a noção de redes
sociais enseja a manifestação por parte das diversas correntes nas ciências sociais no sentido
de explicitar com que entendimento e concepção enfatizam a aplicação do referencial teórico
e metodológico em suas abordagens.
Não é propósito deste item discorrer sobre as implicações desta polissemia, pontuadas
em trabalhos anteriores e recentes por diversos estudiosos do tema, entre os quais Minhoto e
Martins (2001), Santos (2003), Borges(2005), Silva, (2004), Marteleto (2004), Lopes (2004),
Régis (2005), Ribeiro (2006), porém fornecer as bases conceituais que contribuíram para a
compreensão das possibilidades de articulação do tema redes sociais informais com o
fenômeno envolvido neste estudo, que é o teletrabalho, como uma modalidade laboral do
mundo contemporâneo e virtualizado do trabalho.
Nesse sentido, interessam particularmente os referenciais que tratam as redes sociais nos
campos intraorganizacionais, grupais e interpessoais.
Como esclarece Marteleto (2001), tanto as abordagens clássicas de redes sociais, quanto
as mais atuais convergem quanto à não existência de uma "teoria de redes sociais" e que a
aplicação do conceito com outras teorias sociais necessita de dados empíricos que permitam ir
além da identificação das conexões entre indivíduos.
Em suas reflexões sobre as inúmeras perspectivas conceituais sobre redes sociais, Lopes
(2004) descreveu as revisões teóricas realizadas por alguns estudiosos. Uma das suas
conclusões afirma que é possível analisar o fenômeno de redes nas dimensões macro, média e
micro, porém deve-se ter em mente que esses níveis são intercalados.
Corroborando esta afirmação sobre as dimensões de análise verificadas no campo,
Nedeva (2000, apud Lopes, 2004), distingue as teorias sobre redes sociais em quatro
categorias, demonstrando a riqueza e o potencial de contribuição dos estudos já desenvolvidos
na área para novas possibilidades empíricas e práticas.
52
Na primeira categoria, a mais abrangente, as redes sociais são tomadas como parte da
estrutura social e tem como idéia subjacente que os relacionamentos ajudam a modelar a
percepção que os indivíduos tem da realidade à sua volta, a partir da qual são adotados os
padrões de comportamento nas interações. Na segundo grupo estão as teorias que vêem as
redes sociais como processo, constantemente repetido e alterado pelas ações dos atores, os
quais são agentes ativos dessa construção social, com intenções instrumentais e motivações
afetivas geradas pelas relações informais e não meramente produtos das estruturas. Para a
terceira concepção, as redes são resultados de estímulos endógenos e exógenos sobre os
atores, os quais são envolvidos em múltiplos relacionamentos prescritos ou emergentes; vistas
desta forma, as redes sociais equivalem aos relacionamentos formais e informais existentes
nas organizações e possibilitam compreendê-las sob esta ótica. A última categoria de teorias
diz respeito à governança das redes que, numa primeira instância, objetivam entender os
mecanismos que regulam a integração de diferentes unidades organizacionais e, numa
segunda instância, focalizam a forma pela qual esta integração afeta o comportamento da
organização no mercado.
Na sua tipologia de redes, Loiola e Moura (1997, apud Minhoto e Martins, 2001)
referem-se às redes nos campos interpessoal, dos movimentos sociais, do Estado e políticas
públicas e de produção e circulação; no âmbito das redes interpessoais, também chamadas
redes primárias, naturais e submersas, elas são caracterizadas por interações informais entre
indivíduos, estabelecidas voluntariamente e com base na confiança e cumplicidade, visando a
comunicação, a troca e a ajuda mútua, a partir de interesses e valores compartilhados.
Visando investigar a aplicação dos princípios essenciais da noção de redes para
pequenos grupos, Katz e cols (2004) levantaram várias escolas de pensamento, que tratam o
tema sob diferentes pontos e perspectivas.
Em razão das redes analisadas neste estudo referirem-se às relações indicadas pelos
respectivos grupos primários dos teletrabalhadores e destes serem compostos de poucos
atores, considerou-se enriquecedoras as contribuições Katz e cols (2004) sobre pequenos
grupos. Estes autores identificaram “famílias de teorias”, tais como:
a) teorias de auto-interesse, cujos pesquisadores assumem o paradigma racional,
segundo o qual as pessoas desenvolvem laços diádicos ou grupais, a fim de maximizar seus
próprios desejos e interesses; nessa visão, os indivíduos consideram a criação de laços como
um investimeno na acumulação de “capital social”.
b) teorias de troca social ou dependência, segundo as quais a pessoa estabelece laços
com quem pode trocar recursos; a motivação dos indivíduos está em minimizar a dependência
53
daqueles de quem depende para obter os recursos que necessita e maximizar a dependência
daqueles que precisam dos recursos que pode oferecer; a manutenção do relacionamento
depende da recompensa obtida por cada uma das partes.
c) teorias de interesse mútuo e ação coletiva, cuja principal premissa é que a
possibilidade de benefícios e o atendimento de interesses mútuos são obtidos a partir de ações
coordenadas; sua base está na teoria dos bens públicos, que explica as condições sob as quais
os membros de um grupo contribuem para construí-los, mantê-los e usufruir coletivamente
dos seus benefícios.
d) teorias cognitivas, que incluem a teoria da memória transativa o que os membros
do grupo pensam que os outros sabem - e a teoria da consistência cognitiva - o que os
membros do grupo pensam sobre de quem os outros membros gostam - que são relevantes
para o estudo de pequenos grupos; focaliza portanto sobre “quem gosta de quem”.
e) teorias baseadas na homofilia, as quais defendem que os membros dos grupos criam
laços com quem julguem ter similaridades, pois laços com pessoas similares reduzem o
potencial de áreas de conflitos no relacionamento.
Ainda visando contribuir para o entendimento dos fenômenos que ocorrem nos
pequenos grupos, à luz dos conceitos e métodos inerentes ao estudo de redes sociais, Katz e
cols. (2004) mapearam vários tipos de laços que tem sido cada vez mais examinados pelos
pesquisadores de redes sociais, que incluem: laços de comunicação quem fala com quem,
ou quem informação, ou conselho a quem; laços formais quem se reporta a quem; laços
afetivos quem gosta de quem, ou quem confia em quem; laços instrumentais quem
dinheiro ou recursos a quem; laços de proximidade quem está espacialmente, ou
eletronicamente perto de quem; laços cognitivos – quem conhece o que o outro conhece.
É preciso elucidar no entanto que as redes sociais são tipicamente múltiplas, isto é, os
atores compartilham mais de um tipo de laço; por exemplo, duas pessoas podem ser ao
mesmo tempo chefe e subordinado (laço formal), serem amigos (laço afetivo) e freqüentarem
o mesmo clube (laços de proximidade).
É clássica a distinção feita por Granovetter (1973, apud Katz e cols, 2004; Krackhhardt,
1992; Brown e Konrad, 2001; Raghuram, Wiesenfeld e Garud, 2003; Cross e Borgatti, 2000)
entre laços fortes, como sendo aqueles que existem entre pessoas da família e amigos e laços
fracos, que são aqueles presentes nas ligações meramente formais ou entre conhecidos, a
quem se procura eventualmente para algum tipo de contato específico. Nos estudos dos
autores acima citados estão presentes as premissas de Granovetter, segundo as quais os
relacionamentos baseados em laços fortes são caracterizados pela frequencia dos contatos,
54
reciprocidade, intensidade emocional e intimidade e as partes desenvolvem afeto, cooperação,
confiança e empatia mútuas.
Por outro lado, laços fortes tendem a agrupar pessoas semelhantes e as informações
obtidas em redes cujos atores são fortemente vinculados, são mais redundantes e não
favorecem inovações; laços fracos, ao contrário provêem novas informações em conseqüência
das diferenças entre as partes e divergência de seus pontos de vista. (Krackhardt, 1992).
Como afirmam Katz e cols (2004), os laços fortes são particularmente importantes
quando o indivíduo busca apoio socioemocional e frequentemente envolvem alto nível de
confiança. Os laços fracos, por sua vez, são característicos dos contatos eventuais e
instrumentais, nas situações em que a pessoa necessita buscar informações junto a outras que
não fazem parte dos seus contatos frequentes, ou regulares .
Os laços podem variar ainda quanto à direção expressa pelo fluxo do vínculo, o qual
que pode ser unidirecional – quando não há reciprocidade na relação, ou bidirecional –
quando reciprocidade, ou seja, os atores citam-se mutuamente; variam, ainda, quanto ao
conteúdo transacionado entre os nodos, ao tempo da relação, à freqüência dos contatos e aos
meios presenciais, escritos, eletrônicos pelos quais se dão os contatos. Portanto, laços
fortes tendem a agrupar as pessoas semelhantes e mutuamente conectadas e aumentam o
acesso a informações (Katz e cols, 2004; Norman e Alejandro, 2005; Krackhardt, 1992).
Um outro aspecto dos laços que pode ser analisado é a sua força, ou intensidade. De
acordo com Kuipers (1999), a força do laço pode ser medido por meio da percepção
individual sobre a proximidade numa relação, da duração da relação e da freqüência dos
contatos entre os atores.
Sobre a abrangência e amplitude da aplicação da análise de redes no estudo de
diferentes situações e questões sociais, Marteleto (2001, p.72), argumenta que essa
abordagem teórico-metodológica estabelece um novo paradigma na pesquisa sobre a estrutura
social e nas suas palavras,
Para estudar como os comportamentos ou as opiniões dos indivíduos dependem das estruturas nas
quais eles se inserem, a unidade de análise não são os atributos individuais (classe, sexo, idade,
gênero), mas o conjunto de relações que os indivíduos estabelecem por meio das suas interações
uns com os outros. ...A análise de redes não constitui um fim em si mesma. Ela é o meio para
realizar uma análise estrutural, cujo objetivo é mostrar em que a forma da rede é explicativa dos
fenômenos analisados.
A utilização deste paradigma para aplicação da análise de redes é coerente também para
as questões intraorganizacionais e compreensão dos vínculos entre seus membros, ou grupos.
Outro enfoque que merece atenção é encontrado em Soares (2002, apud Lago, 2005),
55
segundo o qual a análise de redes compreende princípios, como os citados a seguir.
Os atores e suas ações devem ser vistos como interdependentes, em vez de unidades
autônomas, sendo os vínculos entre atores entendidos como canais de transferência ou fluxo
de recursos ( materiais ou não-materiais). No que se refere aos modelos de rede, os que
centram atenção sobre os indivíduos vêem o ambiente estrutural da rede como algo que pode
fornecer oportunidades ou constrangimentos à ação individual; além disso, conceituam
estrutura (social, econômica, política e assim por diante) como padrões duradouros de
relações, entre atores. A estrutura afeta formalmente a ação, por meio de um determinismo
fraco – estruturas altamente homogêneas induzem certas práticas, por causa do tipo de
contatos que elas favorecem.
Nas análises sob a perspectiva de redes sociais, um recurso que visibilidade aos seus
conceitos é a representação gráfica, a qual assemelha-se a um circuito de comunicação,
indicando ligações entre as pessoas, ou seja entre um ator e um determinado número de outras
pessoas. Na medida que a estrutura gráfica da rede esteja definida e a natureza das suas
ligações estabelecida, o pesquisador dispõe de um modelo que expressa como um ator pode
receber e enviar mensagens, de quem e por intermédio de quem isso ocorre (Silva, 2003).
Wasserman e Faust (1999) trazem algumas definições fundamentais, que serão
utilizados neste trabalho, tais como:
- ator, que pode ser uma determinada pessoa, uma corporação, ou unidades sociais
coletivas;
- ligações, que conectam um ator a outro;
- subgrupos (cliques), que são subconjuntos de atores, juntamente com todas as ligações
entre eles. Subgrupos de 2 atores e respectivas ligações recebem o nome de díades; se
forem de 3 atores e respectivas ligações, chama-se tríades;
- relação: conjunto de ligações de um tipo específico entre os membros de um grupo,
por exemplo, ligações de amizade entre os atores componentes de uma equipe, ligações
comerciais num grupo de empresários.
Ainda na linha de enriquecer a fundamentação a favor da análise de rede sociais, é
pertinente trazer a contribuição de Cross e Parker (2004), segundo os quais a análise de redes
pode ser muito útil em revelar padrões de conectividade entre funções e entre as áreas que
compõem a estrutura formal das organizações. E estes são aspectos fundamentais para apoiar
lideranças e ações que sustentam as estratégias do negócio.
Especialmente no que diz respeito à sintonização das políticas e das práticas
56
organizacionais de gestão de pessoas, com as reais necessidades e motivações das equipes e
de cada um dos seus membros, é importante perceber características das interações informais
dos trabalhadores, tais como canais de acessibilidade, conexões de poder e influência, fluxos
de informações, preferências baseadas em afeto e confiança. O que está sendo defendido é
que, conhecer os padrões das relações informais pode conferir maior operacionalidade e
eficácia a processos de comunicação, identificação de oportunidades de crescimento,
estabelecimento de parcerias internas, maximização de expertises e outros.
Ao considerar o contexto do teletrabalho, essas questões são mais sensíveis, tendo em
vista suas especificidades. Os aspectos relacionados a proximidade versus distancia, aos
meios e tecnologias de comunicação, às características pessoais de interação entre partes
interessadas, são fatores imbricados nos modelos virtuais de trabalhar, uma vez que ocorrem
temporal e fisicamente afastados do locus organizacional e afetam seus resulatados..
No seu estudo abordando os processos de colaboração à distância que tornaram-se
comuns em times virtuais, Axtell, Flech e Turner (2004) destacam a menor proximidade entre
os membros destes tipos de equipes, como fator que exerce significativa influência nas
interações informais entre indivíduos e grupos. Segundo estes autores, as atitudes de
colaboração, as reações a diferentes e novos pontos de vista, a difusão de idéias e o interesse
no progresso das tarefas são mais propiciados quando há proximidade física entre as pessoas.
Defendem ainda que a comunicação é iniciada, conduzida e mantida mais facilmente se os
indivíduos estão no mesmo espaço físico.
Como pode ser constatado, o arcabouço teórico sobre redes sociais dão sustentação à
abordagem de relevantes fenômenos presentes no mundo do trabalho.
Reforçando a evolução da crescente utilidade das contribuições teóricas do campo à
realidade organizacional, o próximo item trata de questões relativas à aplicação da análise das
redes sociais nos contextos intraorganizacionais, apresentando inicialmente as distinções
feitas pelos pesquisadores do campo, entre redes formais e informais. Em seguida, são citados
estudos recentes, centrados na utilização dos referenciais da análise de redes informais para
investigar diferentes fenômenos presentes nos ambientes de trabalho, inseridos no contexto
das transformações, característico da sociedade da virtualização e do conhecimento.
Concluindo o marco teórico, são apresentadas as abordagens de análises de redes sociais
informais que orientam as decisões metodológicas deste estudo.
57
2.3 - As redes sociais informais intraorganizacionais
Reconhecendo a análise de redes sociais como ferramenta de gerenciamento das
oportunidades e possibilidades propiciadas pelas relações informais no ambiente de trabalho,
Santos (2004) afirma que as redes sociais são um recurso teórico e metodológico
especialmente útil para os estudos que tomam as organizações como sistemas de significados,
construídos nas relações e conexões existentes entre os membros organizacionais.
De acordo com Colonomos (1995, apud Marteleto, 2001), as redes não supõem
necessariamente um centro hierárquico e uma organização vertical, sendo definida pela
multiplicidade quantitativa e qualitativa dos elos entre os seus diferentes membros, orientada
por uma lógica associativa. Sua estrutura extensa e horizontal não exclui a existência de
relações de poder e de dependência nas associações internas e nas relações com unidades
externas.
Para distinguir entre redes intraorganizacionais formais e informais, Kuipers (1999)
argumenta que a rede social formal caracteriza-se por uma série de ligações ou laços
prescritos entre posições sociais formais ou padronizadas. Por sua vez, as estruturas sociais
informais não são explicitadas ou prescritas pelas organizações e baseiam-se em interações
que dependem dos atributos pessoais dos participantes, que fazem escolhas voluntárias. Nessa
direção, a referida autora também faz menção à vantagem das ligações informais no processo
de transferência de recursos e informações entre os atores ou participantes, para atingimento
dos objetivos organizacionais. A natureza dos recursos transacionados no ambiente de
trabalho é diversa, podendo tratar-se de uma orientação transmitida entre membros da equipe,
confidências trocadas entre colegas que se encontram em posições de risco, apoio social
proporcionado por amigos em locais de trabalho, entre outros.
Como ressalta Santos (2004), é interessante notar que nestas relações é forte a idéia de
troca e fluxo; as ligações informais envolvem benefícios mútuos, principalmente quando
recíprocas.
Confrontada com a organização formal muito eficiente em lidar com os problemas
previstos a organização informal, por sua natureza altamente adaptativa, é capaz de
responder melhor do que aquela aos problemas inesperados, de lidar com crises e incertezas
ambientais (Krackhardt , 1992; Krackhardt & Hanson, 1993).
Para Pakman (1995, apud Minhoto e Martins, 2001), a rede informal refere-se a um
conjunto de interações espontaneas, passíveis de descrição num dado momento, que surgem
num contexto definido pela presença de práticas formalizadas. Por outro lado, a rede formal
58
organiza essas interações de modo mais explícito, traçando-lhes fronteiras, ou limites,
conferindo-lhes um nome e por conseguinte, um outro nivel de complexidade e dimensão.
Outro aspecto relevante foi tratado por Smith-Lovin e Ibarra (1997), no qual é
argumentado que as redes, além de propiciarem acesso direto ou indireto aos recursos,
também representam sinalizações de status individual. Significa, então, que ter conexões com
as “pessoas certas“ refletem favoravelmente nas reputações individuais, o que é facilmente
observável e frequentemente valorizado no ambiente organizacional.
A noção de redes sociais intraorganizacionais propicia a percepção que a estrutura de
qualquer organização deve ser entendida e analisada em termos de teias de múltiplas relações
internas e externas. Sendo assim, as interações que se desenvolvem no ambiente de trabalho
são articuladas com questões relativas a poder, conflito, rotatividade, relações de gênero,
fluxo de informação, atitudes, comportamento ético, liderança, motivação, reputação,
promoção de oportunidades e suporte social, possibilitando um escopo bastante amplo para a
pesquisa em redes sociais no contexto organizacional, como retratam os relatos trazidos a
seguir.
Em 1993, Krackhardt e Hanson mapearam as redes de aconselhamento, de confiança e
de comunicação, identificando-as como importantes pela sua potencialidade de sincronização
com os objetivos formais das organizações por eles pesquisadas, assim como com
reestruturações organizacionais bem sucedidas. Nos seus estudos estes importantes
pesquisadores do tema observaram ainda, que redes informais de relacionamento aumentavam
a facilidade de comunicação entre os empregados, desenvolviam confiança mútua entre os
pares, corrigiam falhas da estrutura formal, assim como ajudavam seus membros a resolverem
problemas e a sentirem-se mais seguros.
Em 1998, Krackhardt e Carley apresentaram uma abordagem baseada em rede para
caracterizar estruturas organizacionais em termos de três elementos: indivíduos, tarefas e
recursos. Este trabalho descreve uma relação possível entre estes três elementos em cinco
pontos primordiais: precedência, compromisso com recursos, obrigação dos indivíduos para
as tarefas, redes sociais (de relações entre pessoas) e habilidades, ligando indivíduos e
recursos.
Argumentando a favor da importância da rede informal para o funcionamento da
organização, Kuipers (1999) ressalta a distinção entre os diferentes tipos de laços em função
dos recursos que são transacionados entre os atores envolvidos no vínculo. Essa autora
considera que os laços podem ser usados diferentemente por indivíduos, em diversas
situações e além disso, são específicos aos contextos no qual são formados.
59
Kuipers (1999) identifica três tipos de rede informais: de confiança, de informação e
de amizade ou companheirismo, conforme descritos sumariamente no Quadro 2 a seguir:
Quadro 2: Tipos de Redes Sociais Informais ( RSI)– Kuipers (1999)
TIPO DE REDE DEFINIÇÃO
Rede de amizade
É uma rede informal cujas ligações são baseadas na troca de amizade e
socialibilidade entre os atores.
Rede de informação
É a rede cujas ligações são voltadas para a troca de informaçõe, sobre o que está
acontecendo na organização e que afeta todos os seus membros no dia a dia, como
políticas de recursos humanos e possibilidades de melhoria e ascensão profiisional,
além de temas relacionados aos aspectos técnicos das tarefas e aos processos de
trabalho, expressando o fluxo de comunicação entre os atores.
Rede de confiança
É a rede na qual um ator se permite correr riscos, estabelecendo ligações por meio
das quais são trocadas confidências e tratados temas políticos delicados, cujos
atores apóiam-se mutuamente em momentos difíceis, sem a força ou coação da
relação contratual, estrutural, legal ou de terceira pessoa.
Com base nessas idéias, Kuipers (1999) estudou como identidade organizacional,
internalização e satisfação no trabalho das pessoas são afetados pelas estruturas de rede
formais e informais.
Os principais resultados das referidas pesquisas realizadas por Kuipers apontam que os
laços de confiança são mais centrados na pessoa do que na posição/cargo que ocupa. Por sua
vez, as relações de amizade e suporte social desenvolvem-se rapidamente durante curto
período de tempo, enquanto que o desenvolvimento de laços de confiança (correr riscos)
requer mais tempo e resultam em vínculos mais duradouros. Além disso, quanto mais
próxima estiver a estrutura formal e a rede social informal de amizade, mais os atores
aumentam sua satisfação no trabalho; quanto mais próxima for a autoridade formal e as redes
sociais informais de confiança, mais os atores internalizam os valores organizacionais.
Resultados como esses encontrados por Kuipers (1999), distinguindo redes de confiança
das redes de amizade, são importantes para a compreensão das diferenças de configuração
desses tipos de redes e da força dos laços que vinculam seus atores.
Estudos de outros autores também trazem reflexões que fortalecem a visão da
multiplicidade das relações estabelecidas entre atores nas redes informais e dos conteúdos
transacionados entre eles.
Assim, continuando a exemplificar aplicações de conceitos e metodologias de análise de
redes sociais aos fenômenos intraorganizacionais, é oportuno citar o estudo sobre o processo
de mentoring no trabalho como fenômeno de múltiplos relacionamentos, realizado por
60
Higgins e Kram (2001), no qual a rede social foi abordada sob a perspectiva
desenvolvimentista. As referidas autoras caracterizaram duas dimensões das redes sociais
diversidade e força do relacionamento e configuraram quatro categorias de redes sociais
desenvolvimentistas, quais sejam: receptiva, tradicional, oportunista e empreendedora. Para
cada uma destas categorias, são analisados os fatores antecedentes que as modelam - fatores
ambientais e individuais - e suas implicações para o profissional que é alvo do mentoring, nos
aspectos referentes a mudança na carreira, aprendizagem, comprometimento organizacional e
satisfação com o trabalho.
Na abordagem de rede social como importante recurso para obtenção de colaboração
estratégica por parte dos empregados, Cross, Borgatti e Parker (2002) admitiram a
concorrência das redes informais com a estrutura formal, os processos de trabalho, a dispersão
geográfica inerente a alguns grupos, as práticas de recursos humanos, os estilos de liderança e
a própria cultura organizacional, reconhecendo, sobretudo, que as pessoas buscam fortemente
as redes para informações e solucionar problemas. Os autores chamam atenção que suporte e
trabalho nas redes informais são cada vez mais importantes para as organizações competirem
em conhecimentos e habilidades, visando inovação e adaptação, pela sua natureza flexível e
agregadora de detentores de conhecimentos especializados, atributos estes que estão
vinculados a mais eficiência e qualidade do que é produzido.
Na linha de ressaltar a importância das relações não prescritas hierarquicamente para o
processo decisório nas organizações, Cross e Prusak (2002) estudaram como os gerentes
podem administrar redes amorfas e informais e como podem utilizá-las como ferramentas
políticas, evidenciando que a efetividade de qualquer rede informal está relacionada à
focalização pelo gerente em papéis chaves ou críticos desempenhados pelos atores nos grupos
de trabalho. Esses autores afirmam que os gestores buscam, na relação com as pessoas, as
informações e os recursos necessários para que o trabalho concretamente se realize na direção
da implementação das estratégias e dos atingimento dos objetivos.
Para a maioria das organizações, as redes informais são uma ameaça invisível por não
poderem ser observadas, nem gerenciadas, sendo consequentemente, ignoradas. Essa visão é
equivocada, pois é possível sistematizar o gerenciamento das redes sociais informais mediante
a utilização de abordagens e instrumentos, que possibilitem mapear qual o fluxo de
comunicação estabelecido entre os funcionários com os mais diversos objetivos, tais como,
falar sobre o trabalho, obter informações técnicas, inteirar-se das políticas empresariais,
discutir novas idéias, buscar aconselhamento, estabelecer interações que aumentam sua
satisfação (Cross e Prusak, 2002).
61
Outro referencial oferecido por esses pesquisadores que embasa, de forma central, a
discussão desenvolvida nesta dissertação, é trazido a seguir.
Visando definir estratégias para o gerenciamento de redes amorfas, Cross e Prusak
(2002) identificaram quatro papéis informais, cujo desempenho é crítico para o andamento
das atividades nas organizações. São eles: conectores centrais, expansores de fronteira,
corretor de informação e especialista periférico. Sobre a atuação dos atores nesses papéis, os
referidos autores descrevem um conjunto de características, conforme relatadas a seguir.
Os conectores centrais ligam a maior parte das pessoas de uma rede informal umas com
as outras; são atores reconhecidos como fonte de informação para uma grande maioria de
pessoas da rede. Eles não fornecem informação, mas guiam as pessoas através da rede
informal para especialistas em diferentes assuntos ou áreas e normalmente, não são os líderes
formais das áreas, mas sabem com quem obter informações e recursos necessários ao
trabalho, além de ajudar outros atores dos grupos.
No entanto, como observam Cross e Prusak (2002), apesar de serem facilmente
identificados pelos colegas, dificilmente são reconhecidas e recompensadas pela organização.
Outro aspecto importante também considerado é que, se de um lado os conectores centrais
agem de maneira positiva, contribuindo para o incremento da produtividade e sendo
catalizadores entre os demais atores, de outro, podem gerar dependência e comprometer sua
agilidade para responder a demandas; alguns podem, ainda, atuar como gargalos,
prejudicando o desempenho das redes informais, retendo informações, ou tentando obter mais
força. A análise de redes permite identificar disfunções desse tipo, indicando assim
necessidade de ação gerencial corretiva.
Os expansores de fronteira são considerados os embaixadores dos grupos informais e
servem na condução e informações entre grupos. São atores que conectam uma determinada
rede informal com outras partes da empresa ou com redes similares em outras organizações;
eles desempenham papel primordial em empresas globais, em processos de inovação, tendo
em vista sua habilidade para conectar-se com redes importantes e em situações nas quais é
necessário compartilhar com diferentes grupos de especialistas.
Os corretores de informação são responsáveis por evitar os buracos ou lacunas nas
redes. São atores que mantém a comunicação entre os diversos subgrupos de uma rede
informal, unindo-os e impedindo que a rede se fragmente em subunidades menores e menos
eficientes; diferem dos conectores centrais, pois não possuem um grande número de ligações
como os conectores, mas são básicos para redes informais maiores, pois possuem grande
quantidade de conexões indiretas.
62
Os especialistas periféricos são atores que agem na periferia, como especialistas de
posse de algum tipo de informação específica ou técnica e a quem todos podem recorrer,
sempre que algum conhecimento especializado é necessário.
Um quinto papel denominado pontes é citado por Awazu (2004), para descrever atores
que conectam pessoas que não possuem as mesmas experiências, habilidades, conhecimentos
e atuam como verdadeiros tradutores, que podem falar rias linguagens e compreender o
conhecimento em diferentes contextos. A importância dos pontes é particularmente enfatizada
quando conectam pessoas que tem opiniões opostas, por exemplo aquelas que entram em
conflitos por possuírem visões divergentes quanto a inovação, ou conservadorismo e não
terem quem os ajude a compreender o ponto de vista, um do outro. Os pontes preenchem essa
lacuna, porque eles não somente dispõem do conhecimento, como também são habilidosos
comunicadores e por isso, trabalham muito bem em contextos globais e heterogêneos.
Como exemplos de pesquisas recentes, utilizando a tipologia de redes sociais informais
sistematizadas por Kuipers (1999) e a identificação de atores no desempenho de papéis
críticos descritos por Cross e Prusak (2002), citamos a seguir alguns trabalhos. Ao
desenvolver estudo numa organização petroquímica da Bahia, na qual trabalhava, Silva
(2003), mapeou as redes de amizade, informação e confiança de operadores e cnicos de
manutenção envolvidos num processo de fusão de duas áreas. O autor identificou, então, a
existência de padrões irregulares de comunicação, buracos e estruturas frágeis nas redes,
relações conflituosas, o que lhe permitiu intervir por meio de eventos de naturezas diversas e
minimizar as tensões que impactariam ou dificultavam a mudança pretendida.
Santos (2004) mapeou redes sociais informais de amizade, informação e confiança de
empregados de uma organização petroquímica de grande porte da Bahia, para analisar como
eles percebiam o processo de privatização em curso na empresa em que trabalhavam e como
compartilhavam os significados atribuídos a mudança.
Lago (2005), na sua própria empresa do ramo de informática, localizada em Salvador
BA, da qual é sócio-diretor, aplicou pesquisa e analisou redes sociais informais de amizade,
informação e confiança, para propor, acompanhar e avaliar experiências de diagnóstico e de
intervenção organizacional. Os resultados mostraram como o conhecimento das RSI pode
auxiliar nos gerenciamento de processos de mudança nas organizações.
Regis (2005) investigou a construção social de redes de apoio ao desenvolvimento da
carreira dos empresários, no contexto das incubadoras de empresas de base tecnológica do
Recife, tomando como objetos de investigação, o capital social, a mentoria e a cognição
empreendedora. As evidências levantadas mostraram a influência da força dos laços sobre as
63
relações de mentoria no ambiente das incubadoras, a existência de redes informais de
mentoria e que a construção das redes de apoio nas incubadoras estudadas é baseada na
diversidade de papéis.
Os trabalhos consultados e citados ao longo deste estudo, que abordam a análise das
redes informais intra-organizacionais, tais como, Krackhardt e Hanson (1993), Kuipers
(1999), Cross e Prusak (2002), Silva (2003), Santos (2004), Lago (2005), levam à visão que
as redes informais são estruturas invisíveis e poderosas nas organizações.
Como afirma Santos (2004), muito do trabalho é feito graças aos contatos informais.
Ainda de acordo com essa pesquisadora, é possível sistematizar as seguintes funções das
redes sociais informais: apoio e vínculo social; suporte e segurança; guia cognitivo e
aconselhamento; ajuda material e serviços; acesso a novos contatos; compartilhamento e
fluxo de informações; laços de afeto e pertencimento. Adicionalmente, outras funções podem
ser verificadas: regula o acesso ao trabalho, afeta o curso das informações e a distribuição das
oportunidades, fornece poder e status e afeta a extensão com que o indivíduo aprende e
internaliza as normas ocupacionais.
Cross e Prusak (2002) ressaltam a utilidade da análise das redes sociais para as pessoas
perceberem onde elas necessitam desenvolver mais e melhores relacionamentos interpessoais,
sendo também esta uma razão da importância do gerenciamento das redes por parte dos
líderes, focalizando nos funcionários que fazem as organizações funcionarem. Enfatizam,
ainda, que os atores com redes pessoais fortes, isto é, aqueles que estejam desempenhando
papéis de destaque, demonstram mais satisfação com seu trabalho e intenção de permanecer
mais tempo na organização, do que aqueles com redes pessoais fracas.
2.3.1 – Abordagens para análise de redes sociais informais
As redes sociais podem ser analisadas como um todo, ou no nível dos atores e suas
ligações, ou seja, centrada em egos. Ao serem analisadas como um todo, é possível a
aplicação de três abordagens: a posicional, baseada em equivalências estruturais; a estrutural,
baseada em conceitos oriundos das teorias dos grafos, como o tamanho, a densidade, as
distancias geodésicas, o diâmetro; e a relacional, cujo foco é a análise da coesão da rede
social estudada e o mapeamento dos seus subgrupos ( cliques ).
64
a análise de redes sociais centrada em egos focaliza os atores, suas ligações e os
papéis que desempenham nas respectivas redes.
Para facilitar a compreensão das referidas abordagens possíveis para análise de redes
sociais, utilizamos a esquematização elaborada por Silva (2003), conforme Figura 2.
Figura 2: Abordagens possíveis para análise de redes sociais
Redes Sociais
Redes como um todo Redes centradas em egos
Posicional Estrutural Relacional
Equivalências Teoria Coesão Centralidade
Estruturais dos Grafos
Fonte: Silva, 2003.
Na análise posicional da rede como um todo, abordagem que não é utilizada nesta
investigação, são estudadas as equivalências estruturais, por meio da categorização dos
subgrupos dentro de uma rede, de acordo com a similaridade das posições ocupadas pelos
atores na estrutura da respectiva rede. Para determinar as citadas posições, são utilizadas
medidas desenvolvidas por diversos pesquisadores e definido o método para partição dos
atores em subconjuntos de posições estruturalmente equivalentes. A técnica mais usada em
análise posicional é o agrupamento hierárquico, cuja representação pode ocorrer por meio de
gráficos de classificação hierárquica ascendente de equivalência, e/ou por meio de diagramas
de árvore ou dendogramas ( Silva, 2003).
As demais abordagens para análise de redes sociais como um todo, ou seja a estrutural,
a relacional e a centrada em egos (atores), também envolvem um conjunto de critérios,
conceitos e indicadores, compilados com base nos trabalhos dos diversos autores consultados
(Scott, 2002; Quiroga, 2003; Silva, 2003; Santos, 2004; Lago, 2005; Norman e Alejandro,
2005; Regis, 2005; Regis, Dias e Bastos, 2006; Ribeiro, 2006). Esses critérios estão
apresentados nos quadros a seguir, visando propiciar ao leitor o entendimento da aplicação de
tal referencial neste estudo.
Para propiciar uma visão abrangente e facilitar a compreensão dos conceitos e critérios
inerentes à metodologia de análise de redes sociais, a esquematização elaborada por Lago
(2005) foi adaptada e inserida nesta sessão, conforme descrições nos Quadros 3, 4 e 5, a
seguir.
65
- Critérios para análise da rede como um todo
O Quadro 3 apresenta os conceitos inerentes à análise estrutural de redes sociais
.
Quadro 3: Conceitos para análise estrutural
Ator
Depende da unidade de análise que se toma para estudo. Podem ser as pessoas
dentro de grupos, as equipes, os departamentos, empresas, países.
Ligações Representações gráficas de linhas que conectam os atores.
Subgrupos
Subconjuntos de atores de determinada rede, de acordo com aspectos como
localização, nero, idade, sexo, funções, hierarquia. Se envolvem ligações entre
dois atores, são díades; se forem ligações de tres atores, são tríades.
Relação
Tipo específico de ligações entre atores de um grupo; por exemplo, conjunto de
ligações de negócios de uma associação de empresas do ramo X.
Tamanho Quantidade de ligações existentes entre os atores de uma rede
Densidade
Quociente do número de ligações efetivamente existentes entre os atores da rede
pelo total de ligações possíveis entre estes atores. Quanto maior a densidade, mais
intensa é a potencial troca de informações na referida rede e vice-versa. Mede o
potencial de fluxo de informação, não o real fluxo de informação.
Distância
Geodésica
É o caminho mais curto entre dois atores de uma rede. Em termos sociológicos é
associada à intermediação das transações entre dois atores por outros atores
(terceiros, quartos, etc). Numa rede de amizade, seriam os amigos de amigos.
Diâmetro É a maior distância geodésica entre quaisquer pares de atores de uma rede.
No Quadro 4 a seguir estão os conceitos referentes à análise relacional de redes sociais
.
Quadro 4: Conceitos para análise relacional de redes sociais - foco na coesão da rede
Coesão
Forte relacionamento entre atores de uma rede, gerando subgrupos em virtude de
vínculos estabelecidos por afinidades. O grande interesse existente sobre este
aspecto dos subgrupos é explicado pela correlação entre coesão e
homogeneidade nos padrões de comportamento dos respectivos atores.
Reciprocidade
Ligações entre os atores fluem nos dois sentidos; essas ligações são
representadas por setas e analisadas segundo o sentido das referidas setas.
Clique
Os cliques o caracterizados quando três ou mais atores escolhem a todos do
subgrupo como pares em suas ligações. È o que popularmente denomina-se
“grupinhos”, ou “panelinhas”. se reconhece como coeso o subgrupo em que
todas as ligações são recíprocas, feitas par a par; . Para ampliar essa noção de
coesão, foram criados outros conceitos não baseados na reciprocidade e sim na
acessibilidade e na capacidade de conectividade (adjacência). São eles: n-cliques,
n-clã e k-plex.
N-Clique
Baseia-se na distância geodésica. Considerando este indicador, são coesas as
redes cujos quaisquer dois atores apresentam distância geodésica nunca superior
a “n”, sendo “n” o valor de corte da distancia geodésica máxima.
N-Clã
Baseia-se no diâmetro da rede. São os subgrupos cujo diâmetro não pode ser
superior a “n”, onde “n” é o valor de corte do diâmetro máximo.
K-Plex
Baseia-se na capacidade de conectividade do ator. Considera-se ator de um
subgrupo aquele que é adjacente a quase todos os outros, sendo K o número de
exceções. Este indicador elimina a necessidade de ligações entre todos os atores
de um subgrupo, para que este seja considerado coeso.
66
Critérios para análise da rede centrada em egos
No Quadro 5 os conceitos são relativos à posição e aos padrões de relações dos atores.
Quadro 5: Conceitos para análise de redes sociais baseada em egos (atores)
Posição
Diz respeito aos indivíduos que estão, de forma semelhante, envolvidos em
redes de relação, portanto, potencialmente, intercambiáveis.
Papel Diz respeito aos padrões de relações obtidas entre atores, ou posições.
Centralidade
Traduz quão acessível um ator está para os demais atores de uma rede. É
a medida que permite identificar a posição em que o ator se encontra, em
relação às trocas e à comunicação na rede. Além de medir a acessibilidade
de um ator, mede o número de caminhos de comunicação que passam por
ele.
Centralidade
de entrada
Indica o número de ligações que um ator recebe de outros atores,
denotando popularidade ou receptividade.
Centralidade
de saída
Indica o número de ligações que um ator estabelece com outros atores da
rede, demonstrando expansividade.
Centralidade
de proximidade
Indica o número de ligações que um ator necessita realizar para estabelecer
uma relação com qualquer outro ator da rede, expressando autonomia.
Centralidade
de
intermediação
Indica o controle exercido por um ator sobre as interações entre dois outros
atores, expressando a capacidade de interrupção de contatos na rede.
Centralidade
de Bonacich
É a medida qualitativa de centralidade, pois considera não apenas o número
de referências que um ator recebe de outros atores, mas o prestígio desses
atores; dessa forma, expressa, também, o aspecto de prestígio do ator
analisado.
Todos estes conceitos, critérios e indicadores, que visam caracterizar e analisar as
relações entre os atores nos diferentes tipos de redes sociais, ganham sentido e utilidade na
medida em que são tratados dinamicamente, considerando o contexto em que se pretende
estudá-los e os propósitos que norteiam a sua aplicação em cada investigação.
É oportuno esclarecer que, para apoiar e facilitar a análise de redes sociais informais,
estão disponíveis ferramentas informatizadas, construídas com base nos conceitos da teoria
dos grafos e na teoria das matrizes, cujas principais referências são Degenne e Forsé (1994,
apud Silva, 2003), Wasserman e Faust (1999) e Scott (2000). Em Silva (2003), encontra-se
apresentação substancial e elucidativa dessas teorias. As referidas ferramentas informatizadas
são o software UCINET For Windows, desenvolvido por Borgatti, Everett e Freeman (2002),
cujas funcionalidades e rotinas permitem os cálculos dos indicadores das redes, além dos
softwares Krachplot , desenvolvido por Krackhardt (1993) e o software NetDraw,
desenvolvido por Borgatti (2003), que fornecem recursos para desenho e visualização gráfica
das características das redes, calculadas manualmente ou pelo programa UCINET.
Visando fornecer uma visão prévia das decisões que embasaram as questões
metodológicas, que estão detalhadas no Capítulo 3 desta dissertação e assim facilitar o
67
entendimento do leitor a respeito do desenvolvimento da pesquisa ora descrita, são
necessários alguns esclarecimentos. Para o propósito deste trabalho, centrado no exame das
repercussões advindas da adoção do teletrabalho por algum membro de grupos de trabalho do
SERPRO, nas redes sociais informais dos atores tomados como unidades de análise, três
conjuntos de referenciais, identificados em ampla gama de materiais bibliográficos
produzidos no campo e consultados pela pesquisadora, foram selecionados como suporte
teórico, a saber:
- os tipos de redes sociais informais intraorganizacionais sistematizados por Kuipers
(1999), quais sejam redes de amizade, de informação e de confiança, tendo em vista a
possibilidade de referenciação em vários estudos anteriores para discussão dos dados
coletados;
- os papéis críticos desempenhados por atores das redes sociais informais
intraorganizacionais, descritos por Cross e Prusak (2002), pela sua reconhecida relevância nas
trocas naturais realizadas pelas pessoas, no trato das questões vividas no dia a dia das
organizações em que atuam, caracterizados como conectores centrais, corretores de
informação, expansores de fronteiras. O fortalecimento, ou enfraquecimento desses papéis
críticos repercutem na dinâmica das redes informais intraorganizacionais e por consequência,
na implementação das tarefas laborais, no comportamento profissional e na satisfação no
trabalho; sendo assim, a adoção do teletrabalho é uma variável de impacto para o seu
exercício na plenitude das relações que se produzem no fazer organizacional;
- os conceitos que fundamentam as análises estruturais, relacionais e centradas nos egos,
possibilitando o levantamento dos seguintes aspectos: as características globais das redes, tais
como tamanho, densidade, distância geodésica; os tipos de relações predominantes entre os
atores das redes, indicando seu grau de coesão; e a identificação dos atores, pertencentes às
unidades de análise, que desempenham os papéis críticos de conectores centrais, corretores de
informação e expansores de fronteiras, nas suas respectivas redes de amizade, informação e
confiança, nos momentos em que foram realizadas as medidas, mediante aplicação do
questionário escolhido para coleta de dados. Tais conceitos estão entre os relacionados nas
figuras 3, 4 e 5, apresentadas anteriormente.
Tendo em vista a quantidade de atores e relações envolvidas nesta investigação,
tipicamente exploratória, mas alicerçada em premissas metodológicas de caráter quase-
experimental (conforme delineado no capítulo 3 deste trabalho), as análises foram realizadas
mediante a utilização de recursos computacionais específicos para análises de redes sociais.
Trata-se dos softwares UCINET 6.0 e NetDraw anteriormente citados, cujas funções
68
fornecem os cálculos e as representações gráficas necessárias ao tratamento dos dados, a
partir de uma matriz primária, denominada matriz de adjacência, ou matriz social, onde são
registrados números binários que expressam a existência (1), ou a inexistência (0) de ligações
entre os atores, revelando os grau, a intensidade e as características de conectividade das
respectivas redes.
Os procedimentos executados para extração e visualização dos resultados estão descritos
detalhadamente no item 3.13 deste trabalho.
69
CAPÍTULO 3 - DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO E MÉTODO
O presente capítulo descreve o problema do objeto investigado, que busca examinar
como os teletrabalhadores domiciliares e os membros não-teletrabalhadores do seu grupo de
trabalho configuram as suas redes sociais informais e como estas são alteradas ao longo do
tempo, a partir da adoção do teletrabalho por algum membro da equipe. Descreve também o
modelo teórico construído a partir da articulação entre os dois temas centrais do estudo
teletrabalho e redes sociais informais, as questões de pesquisa, os objetivos, hipóteses e
variáveis, de forma a especificar as bases das definições metodológicas que norteiam a
trajetória desta investigação.
Além disso, apresenta algumas das principais características da organização que
desenvolveu o projeto-piloto de teletrabalho, o SERPRO, os procedimentos metodológicos
realizados para estudar as redes sociais informais das unidades de análise e também os
instrumentos e procedimentos de coleta e de análise de dados.
3.1 - Articulação entre redes sociais informais e teletrabalho
O problema ora investigado articula dois eixos de argumentação teórica e uma
experiência piloto implantada numa empresa pública de tecnologia de informação e
comunicação, o SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados.
O primeiro argumento teórico diz respeito ao teletrabalho domiciliar, como fenômeno
que altera profundamente as bases em que se desenvolvem as relações laborais entre o
empregador e o empregado e que envolve dimensões tecnológicas, psicossociais, econômicas,
individuais, familiares e interacionais. Isto afeta particularmente a dinâmica do
relacionamento entre o teletrabalhador, sua chefia direta e os não-trabalhadores que são
integrantes da sua equipe na organização.
O segundo argumento tem como base a noção de que as redes sociais informais
intraorganizacionais são estruturas estratégicas originárias de escolha voluntária, cuja
interação, apoio e troca entre seus membros permitem rápido fluxo de informações,
compartilhamento de conhecimentos, resolução conjunta de problemas, atingimento de metas
e desenvolvimento de laços sociais, afetivos e de cumplicidade.
Por outro lado, a realidade do mundo do trabalho atual mostra que os recursos
tecnológicos disponíveis multiplicam continuamente as possibilidades e alternativas de
comunicação e vinculação entre as pessoas, de modo que a distância física não mais impede e
70
cada vez mais, pode-se dizer, nem dificulta a concretização de ações em direção a objetivos
comuns, sejam eles individuais, grupais, ou corporativos.
Sendo o SERPRO uma empresa cuja base da prestação de serviços está no uso de
tecnologias de informação e comunicação, é o ambiente propício para estender o desafio do
emprego de soluções tecnológicas para atendimento aos seus clientes, ao atendimento também
dos anseios de parte dos seus empregados, quanto a experimentação de uma nova modalidade
de trabalho virtual, que é inovadora no contexto da administração pública federal brasileira.
Assim a articulação entre os dois temas e o projeto piloto de teletrabalho do SERPRO,
busca compreender a correlação entre a adoção do teletrabalho domiciliar e mudanças nas
redes sociais informais intraorganizacionais de amizade, informação e confiança dos
teletrabalhadores e dos não-teletrabalhadores, uma vez que as interações presenciais que
dinamizam as referidas redes no ambiente organizacional, passam a ser mediadas por recursos
computacionais e de telecomunicação.
3.2 - Questões de pesquisa
Tendo como tema central o impacto do teletrabalho sobre as redes sociais informais de
profissionais do SERPRO que passaram à condição de teletrabalhadores domiciliares, esta
pesquisa foi delineada para responder às seguintes questões:
- Como se modifica ao longo do tempo a configuração das redes sociais informais dos
empregados que se tornaram teletrabalhadores domiciliares ?
- As alterações nos três tipos de redes sociais informais - de amizade, de informações e
de confiança - dos teletrabalhadores domiciliares ocorrem na mesma intensidade?
- Como se alteram, ao longo da experiência, os papéis desempenhados pelos
teletrabalhadores nas redes sociais informais de amizade, informação e confiança ?
3.3 - Objetivos
Face as questões a serem respondidas, este estudo abrange um objetivo geral relativo à
configuração das redes sociais informais dos participantes da experiência piloto de
teletrabalho desenvolvida pelo SERPRO. O Objetivo Geral desdobra-se em dois objetivos
específicos que focalizam os tipos e intensidades das referidas redes.
71
3.3.1 - Objetivo Geral
Identificar as alterações que ocorrem, ao longo do tempo, nas redes sociais informais
dos trabalhadores que tornam-se teletrabalhadores domiciliares.
3.3.2 - Objetivos específicos
- Analisar as alterações nas redes sociais informais de amizade, de informação e de
confiança, dos trabalhadores do SERPRO que integram o projeto piloto de teletrabalho;
- Verificar a ocorrência de alterações nos papéis exercidos pelos teletrabalhadores
domiciliares nas redes sociais informais de amizade, de informação e de confiança.
3.4 - Modelo teórico
Considerando que a passagem para a condição de teletrabalhador é um marco para a
possibilidade de ocorrências de mudanças intragrupais e intergrupais ao longo do tempo, nas
redes sociais informais de amizade, informação e confiança dos teletrabalhadores do
SERPRO, foi concebido um modelo teórico que, utilizando técnicas de mapeamento de redes
sociais, possibilita identificar as características das referidas redes, antes da implementação da
nova condição de trabalho (T1). Em seguida, as respectivas alterações são aferidas a cada 6
(seis) meses ( T2 e T3). Todas as coletas de dados abrangem a chefia e os colegas dos
teletrabalhadores.
Sendo um estudo longitudinal, interessado no desenvolvimento do fenômeno em
foco, o modelo teórico pode ser graficamente representado conforme a Figura 3 a seguir.
Figura 3 – Modelo Teórico do estudo
T1 T2 T3
REDES
SOCIAIS
INFOR
MAIS
CONDIÇÃO DE
TELETRABALHO
TRANSFORMAÇÃO NAS REDES ATUAIS INTERGRUPOS
DE TELETRABALHADORES E NÃO -TELETRABALHADORES
AMIZADE
AMIZADE
INFORMAÇÃO
INFORMAÇÃO
CONFIANÇA
CONFIANÇA
AMIZADE
INFORMAÇÃO
CONFIANÇA
72
3.5 – Hipóteses
Como se constata na revisão teórica, ausência de estudos empíricos investigando
teletrabalho e redes sociais, o que confere a esta pesquisa um certo caráter exploratório.
As hipóteses apresentadas apóiam-se no pressuposto geral de que a perda de contato
presencial tende a fragilizar os laços do trabalhador com sua equipe, como bem apontam,
entre outros, Serra (1995); Ferreira (2001); Neto (2004); Raghuran, Wiesenfeld e Garud
(2001); Bailey e Kurland (2003), Axtell, Fleck e Turner (2004). Estes autores, estudiosos do
teletrabalho, de times virtuais, de trabalho à distância, nunca investigaram tais fenômenos
utilizando os referenciais teórico e metodológico de redes sociais.
Face a estas considerações e tendo em vista as questões problematizadas pela literatura
estudada, para efeito deste estudo foram levantadas as seguintes hipóteses:
H1 - uma tendência, ao longo do tempo, de diminuírem as conexões dos
teletrabalhadores com os membros do seu grupo de trabalho de origem, não-teletrabalhadores,
fragilizando a coesão das redes sociais informais (RSI) de amizade, informação e confiança.
H2 - diferenças no tipo e na freqüência das alterações observadas nos papéis
desempenhados pelo teletrabalhador nas RSI de amizade, informação e confiança ao longo do
projeto piloto, uma vez que os conteúdos transacionados em cada tipo de rede são diferentes,
e estas podem ser impactadas distintamente pela ausência do contato presencial..
H3 As alterações nas RSI de amizade, informação e confiança ao longo do projeto
piloto sinalizam uma perda de centralidade do teletrabalhador no grupo, com impacto no
desempenho do seu papel como conector central e corretor de informações.
3.6 - Variáveis
Para lidar com as questões e objetivos que emergiram da articulação dos temas
teletrabalho e redes sociais informais e testar as hipóteses assumidas para este estudo, buscou-
se definir e instrumentalizar as variáveis descritas a seguir.
3.6.1 - Definições Teóricas
-TELETRABALHO: Para a European Telework Online – ETO ( 2001), o teletrabalho
ocorre quando as tecnologias da informação se aplicam para possibilitar a realização do
73
trabalho longe de onde seus resultados são necessários, ou à distancia de onde o trabalho seria
convencionalmente realizado, alterando a geografia aceita do trabalho.
Essa definição tem sido a mais amplamente aceita, tanto por acadêmicos, quanto por
executivos e consultores organizacionais (Steil & Barcia, 2001, apud Fetzner 2001).
- Teletrabalho no domicilio: corresponde ao teletrabalho desenvolvido na residência do
trabalhador.
- Redes sociais: conjunto de atores (nodos), e as relações ( laços) existentes entre eles.
Os nodos podem ser indivíduos, grupos, organizações, ou sociedades e os laços pelos quais
são ligados podem ser analisados em diferentes veis, tais como, indivíduo-indivíduo,
indivíduo-grupo, grupos-organização, organização-organização, organização-sociedade.
(Wasserman e Faust, 1994).
- Redes sociais informais: as estruturas sociais não explicitadas ou prescritas pelas
organizações e baseiam-se em interações que dependem dos atributos pessoais dos
participantes, que fazem escolhas voluntárias (Kuipers, 1999).
3.6.2 - Definições Operacionais
- Variável independente: o teletrabalho domiciliar em tempo parcial, realizado por
trabalhadores do SERPRO aprovados em processo seletivo e participantes do projeto
piloto de teletrabalho da empresa.
- Variáveis dependentes: as redes sociais informais dos trabalhadores do SERPRO
aprovados em processo seletivo e participantes do projeto piloto de teletrabalho da empresa,
circunscritas conforme os três tipos de redes informais abaixo descritos, com base em
Kuipers (1999):
1 - Rede de amizade: aquela cujas ligações são baseadas na troca de companheirismo e
sociabilidade entre seus atores.
2 - Rede de informação: aquela por cujas ligações circulam entre os atores temas
relacionados ao trabalho do dia a dia dos mesmos, sejam temas técnicos, ou sobre
processos de trabalho ou principalmente, possibilidades de ascensão e melhoria
profissional.
3 - Rede de confiança: aquela por cujas ligações são trocados temas políticos delicados e
confidências e cujos atores apoiam-se mutuamente em momentos difíceis.
74
3.7 - Contexto do estudo de caso – SERPRO
O Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) é a maior empresa pública de
prestação de serviços em tecnologia da informação do Brasil. Foi criado pela Lei 4.516, de
de dezembro de 1964, para modernizar e dar agilidade a setores estratégicos da
administração pública. É uma empresa vinculada ao Ministério da Fazenda e cresceu
desenvolvendo programas e serviços que visam propiciar maior controle e transparência sobre
a receita e os gastos públicos. Situa-se, fisicamente, em uma sede central (localizada em
Brasília) e em dez regionais distribuídas pelo território nacional. São 10.071 empregados
alocados em mais de 330 municípios brasileiros. Seu mercado de atuação está no segmento
das finanças públicas, constituído pelo Ministério da Fazenda com suas secretarias e demais
órgãos, correspondendo a 85,2% do volume de negócios da Empresa. Atua, também, no
segmento das ações estruturadoras e integradoras da Administração Pública Federal, que é
constituído pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e estende-se a outros
órgãos governamentais que venham a constituir ações nesse segmento.
Entre seus principais produtos e serviços estão a declaração do imposto de renda,
atualmente via internet, sistemas informatizados e redes que gerenciam o orçamento da União
e permitem integrar balancetes contábeis ao Fundo de Participação de Estados e Municípios,
exportações e importações brasileiras e outros. Sua gestão é orientada pelos seguintes
componentes estratégicos:
VISÃO
: Líder em soluções de Tecnologia da Informação e Comunicações para
realização das Políticas Públicas.
MISSÃO:
Prover e integrar soluções em Tecnologia da Informação e Comunicações para
o êxito da gestão das finanças públicas e da governança do Estado, em benefício da sociedade.
PREMISSAS
: Conquistar reconhecimento de Clientes, Estado e Sociedade; prestar
serviços com pontualidade, inovação, qualidade e segurança; manter os empregados
comprometidos e motivados; orientar a gestão para resultados, lucratividade e
competitividade; empregar soluções inovadoras com tecnologia adequada; praticar gestão
integrada e participativa e atuar com ética e responsabilidade cidadã
NEGÓCIO
: Tecnologia da Informação e Comunicações.
PRODUTOS E SERVIÇOS
: Sistemas de Informação, Serviços de Tecnologia da Informação
e Comunicações, Integração de Soluções, Consultoria e Informações.
FORÇA MOTRIZ
: Capacidade de inovar e realizar.
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
: Disponibilidade e utilidade, competitividade e
75
domínio tecnológico.
VALORES:
Respeito às pessoas, responsabilidade social e cidadania, integridade
profissional e pessoal, orgulho de trabalhar no SERPRO, gosto por desafios, compromisso
com resultados e competência técnica, confiança e credibilidade, confidencialidade e
segurança das informações.
A natureza das atividades desenvolvidas e dos serviços prestados pelo SERPRO exige
constante inovação também na sua gestão interna. Por ser uma modalidade que alia
tecnologias avançadas à flexibilidade dos processos e relações de trabalho, com esperados
desdobramentos positivos na qualidade de vida dos empregados, na produtividade e nos
custos da empresa, o teletrabalho foi analisado pela Diretoria como uma nova alternativa a ser
experimentada pela empresa, no campo da gestão de pessoas. Essa análise foi motivada a
partir da pesquisa acadêmica realizada por uma funcionária do SERPRO, durante seu
mestrado em engenharia de produção, concluído em 2003 pela Universidade Federal de Santa
Catarina. O referido trabalho foi desenvolvido sob a metodologia de estudo de caso e teve
seu foco na avaliação da viabilidade de implantação do teletrabalho no domicílio no SERPRO
(Pinto, 2003). A dissertação decorrente desse estudo embasou a decisão da diretoria da
empresa quanto à criação, aprovação e implantação em 2005, do Projeto Piloto Teletrabalho
do SERPRO, que teve como principal objetivo avaliar os resultados decorrentes da aplicação
da nova modalidade de trabalho - Teletrabalho.
As premissas e propostas do projeto-piloto de teletrabalho do SERPRO estão
relacionadas a seguir.
- Premissas:
Programa será implantado por atividades.
Terá quantidade limitada de vagas.
Reservará 5% das vagas para candidatos portadores de necessidades especiais.
A participação dos empregados terá caráter voluntário.
A participação do empregado está sujeita à aprovação de seu gerente.
Os candidatos à participação serão submetidos a um processo seletivo.
A participação dos empregados pressupõe assinatura de termo aditivo ao contrato de
trabalho.
O Teletrabalhador está sujeito a regras, diretrizes, normas e rotinas que devem ser
seguidas para o adequado desempenho do trabalho.
76
As atividades do Teletrabalhador serão acompanhadas por metas e resultados.
Os resultados gerados pelo Teletrabalhador serão armazenados no ambiente da
Empresa.
Os Teletrabalhadores selecionados para o Programa deverão desenvolver atividades de
naturezas diversas passíveis de serem teletrabalhadas.
É facultada às partes a interrupção das atividades de Teletrabalho.
- Propostas:
Validar os conceitos de Teletrabalho para o contexto do Serpro;
Identificar oportunidades de melhorias para aplicar no programa;
Identificar e testar novos indicadores que permitam aplicar a Gestão por Resultados;
Elaborar relatório final da Avaliação do Projeto Piloto Teletrabalho.
Instituir o Programa Teletrabalho no SERPRO, caso a avaliação seja favorável.
Adicionalmente, a Figura 4 apresenta graficamente a estrutura e as etapas do projeto.
Figura 4 - Estrutura e etapas do Projeto Piloto de Teletrabalho do Serpro
GUIA DO TELETRABALHADOR
INFRA-
ESTRUTURA
NORMATIVOSCAPACITAÇÃO
PROGRAMA TELETRABALHO DO
SERPRO
HARDWARE/
SOFTWARE
ERGONOMIA
RECRUTAMENTO
VOLUNTÁRIO
AVALIAÇÃO - ATIVIDADES
AVALIAÇÃO - CARACTERÍSTICAS DO PERFIL
AVALIAÇÃO
ERGONÔMICA
ACORDO DETALHADO DO
TELETRABALHO
PESQUISA DE
ACOMPANHAMEN
TO DO PROJETO
PILOTO
TERMO DE RESPONSABILIDADE
DOS EQUIPAMENTOS E
ÁOBILIARIOS
RETORNO AO AMBIENTE
FÍSICO DA EMPRESA
Projeto Piloto - PROGRAMA
TERMO
ADITIVO AO
CONTRATO
NACIONAL
INTERNACIONAL
ENTENDIMENTO
DO TELEGERENTE
PROCESSO DE
SELEÇÃO
CURSOS
SEMINÁRIO DE
SENSIBILIZAÇÃO
Fonte: SERPRO, 2006.
Foi também definido que a avaliação do projeto piloto seria feita com base nos
indicadores: integração familiar, integração profissional, administração de tempo, redução de
custo com deslocamento, redução de custos indiretos e produtividade do desenvolvedor no
teletrabalho.
77
O perfil e o processo seletivo dos 21 participantes do projeto piloto estão descritos nos
itens 3.9 e 3.10 desta dissertação.
A seguir, será abordado o delineamento metodológico que embasou este estudo.
3.8 - Delineamento metodológico do estudo
Coerente com a metodologia de análise de redes sociais, delineou-se um estudo de caso
que toma como unidades de análise grupos específicos da organização SERPRO, constituídos
das equipes de trabalho que têm um de seus membros mudando para a condição de
teletrabalhador.
O estudo de caso é a estratégia escolhida ao se examinar acontecimentos
contemporaneos, mas quando não se pode manipular comportamentos relevantes; representa
uma maneira de se investigar um tópico empírico, seguindo-se um conjunto de procedimentos
pré-especificados (Yin, 2001). Para este autor existem três situações que justificam a escolha
do estudo de caso como método de pesquisa: para auxiliar na construção de teorias, para
descrever casos raros, desviantes, ou para revelar um fenômeno, muito pouco acessível ao
investigador comum. De acordo com seus propósitos, os estudos de caso podem ser de três
tipos, conforme Stake (2000): instrumental, quando o interesse é obter insights para
elaboração de modelos teóricos, o que traz possibilidades de generalização; intrínseco, se o
objetivo é obter compreensão do caso em si; e coletivo, se o que se busca é estudar vários
casos conjuntamente para investigação do fenômeno e funciona como um estudo instrumental
extensivo a vários casos .
No entanto, como afirma Gondim e cols (2005), o que deve orientar a escolha e a
condução da abordagem do estudo de caso é o entendimento de que se trata de um método
complexo, que precisa ser aplicado no contexto específico onde se manifesta, para se tornar
compreensivel. Consideram ainda os autores que se a liberdade individual de definição do
delineamento metodológico apresenta o risco de tornar pouco consistente o estudo, é
necessário adotar um repertório sistematizado de procedimentos, com diretrizes para o
desenho de estudo de caso, que sejam coletivamente aceitas e compartilhadas por
pesquisadores.
Buscando equacionar estes requisitos na presente pesquisa e tendo em vista que a
escassez de controle de variáveis num estudo de caso compromete a sua validade,
identificou-se nos argumentos de Yin (2001), uma alternativa metodológica consistente para
78
apoiar o delineamento metodológico então definido. De acordo com este autor, a ampla
variedade de ciências experimentais também inclui aquelas situações em que, embora o
experimentador não possa manipular o comportamento, ainda é possível aplicar a lógica do
planejamento experimental. Estas situações são comumente denominadas quase-
experimentais.
Segundo Raulin e Graziano (1996), procedimentos quase-experimentais são usados nas
condições em que não se encontram todas as condições para um verdadeiro experimento, mas
se quer estabelecer relações. Incluem a comparação de pelo menos dois níveis de variável
independente, mas a manipulação nem sempre está sob o controle do experimentador. Esses
autores caracterizam o referido delineamento de acordo com os requisitos sintetizados no
Quadro 6 a seguir:
Quadro 6 Requisitos do Delineamento Quase-experimental ( Raulin e Graziano, 1996, p.1122)
DELINEAMENTO QUASE-EXPERIMENTAL
-Possui uma hipótese causal
-Inclui, ao menos três variáveis independentes, embora só uma venha a ser manipulada;
-Aceita o grupo existente
-Utiliza procedimentos específicos para teste de hipóteses
- Inclui controles para testar a validade.
Diante das possibilidades postas pela literatura analisada, foram assumidas decisões
metodológicas para a investigação proposta nesta pesquisa que, incluindo enunciação de
hipóteses e aplicação de medidas repetidas da variável dependente, resultam em aliar as duas
abordagens, ou seja, o estudo de caso e o quase-experimento.
Segundo Cosby (2003), os delineamentos quase-experimentais surgiram quando da
necessidade de realizar pesquisas aplicadas, em situações em que não é possível atingir o
mesmo grau de controle próximo ao dos delineamentos experimentais propriamente ditos. Ele
os considera particularmente úteis nos contextos das pesquisas de avaliação de programas.
Este mesmo autor trata também dos delineamentos que envolvem grupo experimental e
grupos de controle, cujos participantes não são aleatoriamente distribuídos pelas condições e
portanto podem não ser equivalentes. Assim qualquer diferença encontrada na medida do pós-
teste, pode ser devida a diferenças na seleção; é possível minimizar essa fragilidade aplicando
um pré-teste, dando forma então a um delineamento pré-teste/pós-teste.
O delineamento quase experimental utilizado no presente estudo pode ser representado
pelo diagrama baseado nas idéias de Key (1997) e de Trochin ( 1982), conforme mostrado no
Quadro 7.
79
Quadro 7 – Pesquisa Quase-experimental
PESQUISA QUASE-EXPERIMENTAL
OBJETIVO DA PESQUISA NOME DO DESENHO PARADIGMA OBSERVAÇÃO
Determinar a influência da
variável introduzida
somente depois de uma
série de observações
iniciais e onde somente um
grupo é avaliado.
Experimento em
séries temporais
» O » X » O » O
Se uma mudança ocorre em seguida à
introdução da variável, então a variável
pode ser a causa da mudança. Para
aumentar a validade externa, repetir o
experimento em diferentes lugares, sob
diferentes condições
.
Fonte: Trochin (1982)
3.9 - Processo de seleção dos participantes
Os 21 empregados do SERPRO participantes do seu projeto-piloto de teletrabalho,
foram selecionados pela coordenação do projeto, com consultoria de psicólogos externos, por
meio das seguintes etapas: publicação nacional de edital interno no correio eletrônico
corporativo, contendo os objetivos do projeto, requisitos para participação, etapas, critérios e
cronograma do processo seletivo; inscrição, mediante preenchimento de formulário, com
concordância expressa da chefia imediata; pré-seleção dos candidatos, com base na análise de
seus currículos e atendimento aos requisitos psicossociais, ocupacionais, ambientais e
ergonômicos pré-definidos. A verificação dos dois últimos requisitos foi realizada no
domicílio dos candidatos, por engenheiros de segurança do trabalho. Em seguida ocorreu a
publicação de edital com as inscrições aceitas. Os candidatos aceitos foram submetidos a
prova de redação e entrevistas individuais com os responsáveis pelo projeto. Após análise dos
dados levantados na entrevista, foi publicado o edital com o resultado final da seleção.
Para esta experiência piloto, as inscrições foram permitidas apenas para empregados das
projeções regionais de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Oitenta e um ( 81) empregados se
inscreveram voluntariamente e 71 foram aceitos pela coordenação do projeto, para participar
das demais etapas seletivas, resultando em 21 aprovados.
A população de participantes no projeto foi analisada, caracterizando um estudo de caso
censitário. As características dos participantes são apresentadas no Quadro 8.
80
Quadro 8: Perfil demográfico dos participantes da pesquisa
SEXO IDADE ESCOLARIDADE REGIONAL
M F Até 30 31-45 46-50 > 50 2GRAU 3GRAU
INC
3GRAU
COMP
POS-G BSB RJO SPO
12 09 05 05 04 07 05 02 05 09 06 07 08
TEMPO SERVIÇO * REMUNERAÇÃO ** CARGO ***
3-6 7-10 > 10 1000-2000 2001-3000 3001-4000 4001-5000 >5000 AUX TÉC ANAL
01 04 16 01 06 01 05 08 01 04 16
Fonte: SERPRO (2005)
* Em anos ** Em Reais *** 1 técnico é portador de necessidade especial
(deficiente visual) e 1 técnico ocupa função gerencial
3.10 – Participantes efetivos e unidades de análise
Inicialmente os 21 teletrabalhadores e suas respectivas equipes de não-
teletrabalhadores foram definidos como participantes e unidades de análise da pesquisa.
Porém, ao identificar as características dos integrantes do projeto piloto, por ocasião da 1ª.
coleta de dados, quando a pesquisadora teve contato pessoal com todo o grupo, verificou-se
que algumas situações específicas invalidavam a inclusão neste estudo das equipes de 4
(quatro) teletrabalhadores, pelas seguintes razões:
- um deles - homem, ocupante do cargo de analista, lotado no escritório de Goiânia,
vinculado à Regional Brasília, teletrabalhava em casa, mais de um ano, mediante acordo
com sua chefia imediata;
- outras duas integrantes do projeto - mulheres, ocupantes do cargo de técnico,
residentes em Campinas e lotadas na Regional São Paulo - já teletrabalhavam num Centro
Satélite, por terem passado a ter domicilio naquela cidade;
- uma outra teletrabalhadora ocupante do cargo de analista - havia obtido
transferência recentemente, da Regional Salvador para a Regional São Paulo, passando a
residir na cidade de São Carlos, o que por si a estava levando a construir novas redes
sociais no ambiente de trabalho. Posteriormente esta participante desligou-se do projeto
porque iniciou um doutorado e foi substituída por outra que havia se candidatado ao
teletrabalho e que também atuava no Centro Satélite de Campinas. Vale ressaltar que
quando ocorreu essa substituição já tinha sido concluída a primeira coleta de dados e,
portanto, a nova participante não está incluída na pesquisa.
81
Diante dessas particularidades, ficou caracterizado que eram 17 os trabalhadores que
estavam, de fato, mudando sua condição de trabalho e a freqüência dos contatos com seus
respectivos chefes e colegas não-teletrabalhadores, a partir do inicio do projeto-piloto.
Assim, neste estudo das redes sociais informais de amizade, informação e confiança dos
teletrabalhadores do SERPRO e suas possíveis alterações ao longo do tempo, as unidades de
análise ficaram assim definidas:
- para testar as hipóteses, foram analisadas 17 equipes de trabalho, dos setores que
tiveram um dos seus membros incluídos no projeto piloto de teletrabalho; portanto, são
também respondentes dos instrumentos de coleta de dados os colegas da mesma área e a
chefia imediata, com os quais os teletrabalhadores exerciam suas atividades presencialmente,
antes de integrarem o referido projeto piloto.
O Quadro 9 a seguir demonstra a distribuição dos integrantes das 17 equipes definidas
como unidades de análise, que totalizam 97 pessoas, abrangendo colegas e chefia imediata
dos participantes do projeto-piloto.
Quadro 9: Composição quantitativa das unidade de análise
No. DE INTEGRANTES DAS UNIDADES DE ANÁLISE
Equipes de TT T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 T14 T15 T16 T17
No. de pessoas*
7 9 5 5 5 9 4 6 5 5 4 8 6 3 3 6 7
* O número de pessoas não inclui o teletrabalhador.
Como se pode observar, trata-se de grupos pequenos, compostos de no mínimo 3 e no
máximo 9 pessoas, além do membro teletrabalhador.
3.11 - Instrumento de coleta de dados
Foi utilizado um instrumento de coleta de dados, que tem sua formulação alicerçada
nos conceitos da sociometria de Moreno (1934), buscando refletir as preferências de
relacionamentos entre os sujeitos, em pequenos grupos.
A sociometria permite a investigação do grau de aceitação dos indivíduos pelo grupo,
as relações interpessoais e a estrutura do grupo, gerando representações em diagramas
gráficos, denominados sociogramas. Por meio da sociometria é possível mapear as redes
sociais organizacionais, perceber o seu tamanho, o grau de proximidade e de afastamento das
pessoas e a centralidade dos responsáveis pela dinamização das redes, ocupando posições
82
estratégicas, que lhes garantam inclusive o reconhecimento dos demais agentes.
O sociograma, por sua vez, é um desenho da rede social, onde o indivíduo é
representado por um ponto e as relações são representadas por linhas com setas que unem os
pontos, indicando as direções das ligações.
O instrumento escolhido para realizar as coletas de dados e gerar os sociogramas desta
pesquisa foi um questionário, baseado em Kuipers (1999), para sua tese de doutorado:
“Formal and Informal Networks in the Workplace”. Teve como objetivo mapear as redes
sociais informais de amizade, informação e confiança, seus principais atores e papéis e é
composto por perguntas adaptadas de um questionário semi-estruturado já utilizado por
Kuipers (1999), Silva (2003), Santos (2004) e Lago (2005) – Apêndice 7.
O questionário capeado por um texto de apresentação elaborado pela pesquisadora, está
dividido em 4 partes; as 3 primeiras são referentes aos respectivos tipos rede informal de
amizade, de informação e de confiança, com 8 perguntas fechadas para cada item, num total
de 24 questões. As respostas foram utilizadas na análise dos dados para identificar o tipo e a
força dos laços, assim como os papéis ocupados pelos indivíduos que compunham a rede de
cada pesquisado. A quarta parte solicitou dados demográficos, com 9 questões fechadas,
totalizando 33 questões.
A aplicação de cada uma das partes do instrumento de coleta de dados ocorreu
conforme detalhamento descrito a seguir:
- Partes 1, 2 e 3: aplicadas a todos os participantes ( teletrabalhadores, sua chefia
imediata e seu grupo de trabalho). As questões são contextualizadas com pequenas histórias,
seguidas da solicitação que sejam citadas no máximo quinze pessoas, identificando o nome
completo, em três conjuntos de perguntas, considerando:
a) As pessoas que são contatos relacionados ao trabalho, consideradas boas companhias
para um churrasco;
b) As pessoas que são melhores fontes de informação sobre o que está ocorrendo na
empresa;
c) As pessoas do ambiente de trabalho em quem podem confiar, em situações que
envolvem riscos profissionais.
Em cada conjunto, questões a respeito da estimativa de tempo que aquela pessoa faz
parte da rede, o nível em que a pessoa se encontra na hierarquia formal da organização, a
freqüência de interação espontânea com as pessoas da rede, a freqüência com que o trabalho
83
exige interação com as pessoas da rede e o grau de aproximação com as pessoas escolhidas
para compor a rede. Essas questões são fechadas e medem a força dos laços nas relações de
amizade, informação e confiança.
- Parte 4: aplicada também a todos os participantes ( teletrabalhadores, sua chefia
imediata e seu grupo de trabalho). Levanta os seus dados demográficos, tais como: idade,
sexo, estado civil, escolaridade, tempo de serviço na organização, cargo / função gerencial,
nível de remuneração e atribuições na empresa.
O Quadro 10 sintetiza o alinhamento entre os objetivos, variáveis, instrumento de
coleta de dados e medidas que serão utilizados nesta pesquisa.
Quadro 10: Objetivos, Variáveis, Instrumento de Coleta de Dados e Medidas
OBJETIVO ESTRUTURA DAS
VARIÁVEIS
INSTRUMENTOS MEDIDAS
1- Analisar as alterações nas redes
sociais informais de amizade, de
informação e de confiança, dos
trabalhadores do SERPRO que
integram o projeto piloto de
teletrabalho
Redes sociais informais de
amizade, de informação e
de confiança dos
teletrabalhadores e do seu
grupo de trabalho
2 - Verificar a ocorrência de
alterações nos papéis exercidos
pelos teletrabalhadores domiciliares
nas redes sociais informais de
amizade, de informação e de
confiança,
Papéis exercidos pelos
teletrabalhadores nas
redes sociais informais de
amizade, de informação e
de confiança.
Questionário semi-
estruturado – parte
sociométrica ,
aplicado aos
teletrabalhadores e
ao seu grupo de
trabalho
- Quadro 1:
Questões de 1 a 8
referentes à Rede
de Amizade
- Quadro 2:
Questões 9 a 16
referentes à Rede
de Informação
- Quadro 3:
Questões 17 a 24
referentes à Rede
de Confiança
Uma questão metodológica relativa ao instrumento de coleta de dados para este tipo de
pesquisa, presente em estudos anteriores, diz respeito à decisão de limitar ou não, o número
de pessoas que os respondentes devem indicar, como integrantes de suas redes de amizade,
informação e confiança. A argumentação é que a solicitação para relacionar um número pré-
fixado de pessoas, pode induzir a perda de informação e potencializar distorções na estrutura
das relações.
Na pesquisa de Kuipers (1999), o procedimento adotado foi solicitar a cada respondente
que indicasse, no máximo, 05 pessoas. Entre esta alternativa, de limitar a um número tão
reduzido a lista de pessoas a serem apontadas por cada ator e a de deixar livre essa
quantidade, optou-se pela solicitação à geração de até 15 nomes, uma vez que o interesse
central deste estudo é no núcleo das redes, ou seja nas relações existentes entre os atores do
grupo primário de cada teletrabalhador. Além disso, para orientar esta decisão, foi feito um
levantamento prévio do quantitativo de integrantes de cada grupo, o qual evidenciou que o
esse número ficava entre 03 e 9 membros, como pode ser visto no Quadro 9, do item 3.10.
84
Por fim, o procedimento de limitar em 15 a quantidade de pessoas listadas mostrou-se
pertinente, uma vez que poucos foram os respondentes que chegaram a tal freqüência de
indicações e mesmo assim, somente em poucos casos.
3.12 – Procedimentos de coleta de dados
Neste item estão descritos os procedimentos realizados nas três coletas de dados, nos
três momentos distintos. Constam ainda as ocorrências registradas durante esse percurso
longitudinal e os demonstrativos referentes à participação dos respondentes.
- Pré-teste do Instrumento: o teste piloto das partes 1, 2 e 3 do instrumento foi realizado
com 12 empregados do SERPRO, auxiliares, técnicos e analistas, da Regional Salvador,
escolhidos aleatoriamente e solicitados a responder as perguntas e a fazer críticas e sugestões
sobre o questionário. Algumas modificações sugeridas e acatadas pela pesquisadora foram
relativas à forma e disposição das questões, no sentido de reduzir a quantidade de páginas do
instrumento.
- Coleta de dados propriamente dita: a coleta de dados foi realizada em três diferentes
momentos; o primeiro, antes dos 21 empregados selecionados para o projeto piloto passarem
a trabalhar no domicilio; o segundo, ao completarem seis meses de teletrabalho domiciliar; o
terceiro, no final do projeto piloto, quando os participantes completaram doze meses de
teletrabalho domiciliar.
A primeira aplicação do questionário aos teletrabalhadores foi feita pessoalmente pela
pesquisadora, em novembro de 2005, em Brasília, simultaneamente aos 21 sujeitos
selecionados para o teletrabalho, por ocasião do programa de capacitação previsto pela
empresa no cronograma do projeto piloto.
Em seguida, visando informar os objetivos e procedimentos do estudo e abrir um canal
de comunicação para esclarecimento de dúvidas, foram realizados contatos por telefone. Os
nomes dos integrantes das respectivas equipes foram solicitados às chefias dos 17
teletrabalhadores que atendiam ao requisito de serem iniciantes nessa condição de trabalho,
conforme justificado anteriormente (ver item 3.10).
Nem todos os participantes do projeto-piloto iniciaram o teletrabalho ao mesmo tempo,
em função do período de férias e do tempo necessário para recebimento dos equipamentos e
da certificação digital por cada teletrabalhador. Isto foi feito visando resguardar a segurança
de uso dos sistemas e informações da empresa, no ambiente domiciliar; assim, 3 iniciaram
logo em dezembro, 10 em janeiro e 4 em fevereiro.
85
Paralelamente, durante os meses de dezembro de 2005 e janeiro de 2006 os
questionários foram enviados virtualmente, por meio do correio eletrônico corporativo do
SERPRO, às 97 pessoas constituintes dos grupos setoriais dos 17 teletrabalhadores. Vale
ressaltar, que nessa época do ano existe grande incidência de funcionários em gozo de férias,
o que prolongou até fevereiro as devoluções dos questionários respondidos.
nessa primeira aplicação 2 equipes inteiras não responderam o instrumento, sendo
que algumas pessoas explicitaram a indisposição para participar da pesquisa e outras não
deram qualquer tipo de retorno. A despeito de alguns e-mail enviados pela pesquisadora, nos
quais eram reforçados os esclarecimentos sobre os propósitos da pesquisa e a garantia do
sigilo dos dados, não houve resposta. Por outro lado, de outras 2 equipes, apenas dois
membros enviaram os questionários preenchidos.
No Quadro 11 está demonstrado o quantitativo de respondentes por equipe na coleta
de dados. Obteve-se devolução do instrumento devidamente respondido por 57 pessoas,
abrangendo 59% da população de colegas e chefes dos 17 teletrabalhadores.
Quadro 11: Demonstrativo de respondentes por equipe na 1ª coleta de dados
Teletraba -
lhadores
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 T14 T15 T16 T17
Membros*
7 9 5 5 4 9 4 6 5 4 4 8 6 3 3 6 6
Respon-
dentes
7 7 5 4 3 5 2 4 3 3
1
4
2
3 3
1 0
* No quantitativo de membros, não está incluído o teletrabalhador de cada grupo.
Quando analisadas as proporções de retornos de questionários preenchidos, verificou-se
que sómente 13 dos grupos apresentavam o que poderia ser tomado como número
significativo de respostas, considerando-se assim, pelo menos, 50% do total de membros do
setor de cada teletrabalhador. Isto significa que as equipes T11, T13, T16 e T17 foram
retiradas da pesquisa.
A segunda aplicação, realizada entre junho e julho de 2006, quando foram completados
os seis meses da implantação do projeto-piloto, também ocorreu virtualmente, utilizando o
correio eletrônico corporativo do SERPRO para envio do questionário e recebimento das
respostas.
Em virtude das recusas ocorridas na primeira coleta de dados, as 17 unidades de análise
foram reduzidas para 13 na segunda aplicação do instrumento de pesquisa. Mais uma vez
86
houve perda de participação, pois, em mais 2 equipes, houve retorno de apenas 1 pessoa, o
que implicou no total de 50 retornos de questionários respondidos, correspondendo a 11
grupos com número de respostas suficientes.
O Quadro 12 a seguir, apresenta o resultado quantitativo da 2ª medida.
Quadro 12: Demonstrativo de respondentes por equipe na 2ª coleta de dados
Teletraba-
lhadores
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 T14 T15 T16 T17
Membros *
7 9 5 5 4 9 4 6 5 5 X 8 X 3 3 X X
Respon-
dentes
7 7 5 4 3 5 2 4
2
4 X 4 X
0
3 X X
* No quantitativo de membros, não está incluído o teletrabalhador de cada grupo.
Aos grupos assinalados em azul não foi enviado o instrumento na coleta de dados e
os grupos assinalados em vermelho não tiveram respondentes suficientes nesta medida.
Nesse período, foram atualizadas as informações referentes à freqüência semanal do
trabalho domiciliar praticado por cada um dos teletrabalhadores integrantes do projeto, sendo:
4 dias, 03 pessoas; 03 dias, 06 pessoas; 2 dias, 05 pessoas; e 1,5 dia, 02 pessoas.
Foi identificado, também, que 02 teletrabalhadoras do Centro Satélite de Campinas e
01 teletrabalhador, que mora em Goiânia, vão à empresa ocasionalmente, quando precisam
participar de reuniões, ou são convocados pela chefia; e 01 teletrabalhador que trabalha à
noite, na Central de Atendimento Serpro ( CAS ), vai à Empresa uma vez, quinzenalmente.
Antes da coleta de dados, alguns outros recursos do editor de texto tais como, caixas
de diálogo e realces foram incorporados ao questionário, visando facilitar cada vez mais o
preenchimento do instrumento.
Realizada a partir de novembro de 2006, próximo ao final do prazo de um ano do
projeto-piloto, a terceira medida foi precedida dos mesmos procedimentos das coletas de
dados anteriores. Os procedimentos foram: envio virtual do questionário a cada respondente,
contatos telefônicos do pesquisador com cada teletrabalhador e com as respectivas chefias
imediatas, para, mais uma vez, sensibilizar para a contribuição deles e da equipe na coleta de
dados e levantar os nomes das pessoas que trabalham diretamente com os sujeitos do estudo,
checando possíveis alterações nas composições dos respectivos grupos de colegas.
A partir dos referidos contatos telefônicos, foram detectadas ocorrências marcantes nas
87
equipes, no período entre as e coletas de dados, com repercussões para o andamento
desta pesquisa, tais como:
- exclusão de um teletrabalhador (T7) do projeto piloto, por decisão da empresa;
- solicitação de saída do projeto por parte de um outro teletrabalhador (T 2), em virtude
de ter aceito a designação para uma função gerencial; ele julgou essa nova posição
incompatível com o teletrabalho, naquele momento, por características do cliente e dos
sistemas informatizados com os quais passou a lidar;
- saídas de 14 membros de diversas equipes de trabalho de teletrabalhadores, por
aposentadoria (1), por pedido de demissão (1) e por mudança para outra área (12).
Para a 3ª coleta de dados restaram 11 unidades de análise.
Além das citadas saídas de integrantes das equipes, que naturalmente reduziram a
abrangência da coleta de dados, continuou ocorrendo dificuldade de recebimento dos
questionários preenchidos pelos colegas e chefias dos teletrabalhadores, a despeito dos vários
contatos com esses participantes, via correio eletrônico e telefone, reiterando a importância do
retorno das respostas e negociando novos prazos. O Quadro 13 demonstra o resultado da 3
a
medida, a qual levou a retirar mais 2 equipes por falta de retorno (assinaladas em vermelho).
Quadro 13: Demonstrativo de respondentes por equipe na 3ª coleta de dados
Teletraba-
lhadores
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 T14 T15 T16 T17
Membros *
6
X 5
3 4 5
X 6 X 5 X 8 X X 3 X X
6 X 5
2 0
4 X 6
X
5 X 5 X
X
3 X X
* Na linha correspondente aos membros, não estão incluídos os teletrabalhadores.
Pode-se observar que o quantitativo de integrantes nos grupos de T1, T4, T5 e T6,
assinalados em verde, foi reduzido, com conseqüente redução, também, no número de
respondentes. Além disso, pela primeira vez, um teletrabalhador (T 14) não respondeu .
Em consulta feita pela pesquisadora aos teletrabalhadores, a respeito das suas
percepções sobre os motivos da redução da participação dos seus colegas e chefes na pesquisa
e sobre informações, porventura por eles declaradas, foram relacionados dificultadores tais
88
como: acúmulo de trabalho, resistência ao projeto de teletrabalho, críticas ao tamanho do
instrumento e indisposição para colaborar em mais uma coleta de dados.
O processo de solicitações constantes da pesquisadora e o retorno gradativo das
respostas perdurou até o final de janeiro de 2007, sendo o resultado desta terceira e última
coleta de dados o seguinte: 36 membros dos grupos de trabalho devolveram o questionário
respondido. Esse quantitativo correspondeu a apenas 7 (sete) equipes apresentando número
suficiente de respondentes para serem submetidos a análise.
A amostra final está demonstrada no Quadro 14 abaixo; ela é constituída de 41 pessoas
das 7 unidades de análise, cujos membros devolveram seus questionários respondidos nas três
medições e, portanto, terão suas redes sociais informais analisadas. Essas 7 unidades de
análise correspondem a 33% do total das 21 equipes que possuem teletrabalhadores e a 41%
das 17 equipes participantes da 1ª coleta de dados.
Quadro 14 - Unidades de análise válidas após a 3ª coleta de dados
3ª COLETA DE DADOS – UNIDADES DE ANÁLISE VÁLIDAS
RESPONDENTES
TELETRABALHADOR LOCALIDADE
COLEGAS C/ CHEFIA
FREQUENCIA DE
TELETRABALHO
DOMICILIAR
TT – 1 SP 6 SIM 2 DIAS / SEMANA
TT – 3 RJ 5 SIM 4 DIAS / SEMANA
TT – 6 BSB 4 NÃO 3 TURNOS / SEMANA
TT – 8 SP 6 SIM 2 DIAS / SEMANA
TT – 10
SP
5 SIM 14 DIAS / QUINZENA
TT – 12
SP
5 SIM 3 DIAS / SEMANA
TT – 15
BSB
3 NÃO 2 DIAS / SEMANA
TOTAL 7
- 34 - -
3.13 – Procedimentos de análise de dados
De acordo com Norman e Alejandro (2005), a análise de redes sociais é uma ferramenta
para identificar e compreender as relações entre atores, possibilitando sua visualização por
meio de representação gráfica e cálculo de indicadores estruturais.
A análise de redes sociais informais intraorganizacionais pressupõe, portanto, o
mapeamento e mensuração das relações entre pessoas no contexto de trabalho. Os pontos
nodais são as pessoas e as ligações mostram as relações entre elas.
Para a análise das respostas às questões postas neste estudo, referente às três redes
sociais de amizade, informação e confiança, dos teletrabalhadores participantes do projeto
89
piloto empreendido pelo SERPRO, foram realizadas as etapas descritas na sessão a seguir.
– Etapas para análise dos dados das RSI- Redes Sociais Informais
Foram três as etapas percorridas para proceder a análise de dados, conforme
detalhamento apresentado nos segmentos abaixo.
Etapa 1- Após a aplicação dos questionários, em cada um dos momentos definidos
para as coletas de dados, os nomes dos respondentes e das pessoas por eles indicadas foram
codificados e transportados para planilhas, as quais foram as bases para geração das matrizes
de adjacências, referentes às redes sociais informais de cada teletrabalhador e seu respectivo
grupo de colegas e chefia imediata, ou direta. A referida codificação obedeceu aos critérios de
garantia de preservação da identidade dos sujeitos e de facilidade de entendimento para a
elaboração das matrizes de adjacências, que dariam origem aos gráficos e cálculos .
Foi criada uma legenda para os códigos, os quais são compostos de letras e números
sequenciais, para identificar e segmentar os três tipos de respondentes, em cada unidade de
análise, tal como:
- teletrabalhadores ( T1, T2, ...Tn );
- membros do seu grupo setorial, ou seja os colegas e chefia direta, pertencentes ao que
se denominou “grupo interno” de cada teletrabalhador ( GI 1, GI 2, ...GI n );
- pessoas externas ao grupo setorial ( ou grupo interno), citadas pelos teletrabalhadores,
seus colegas e chefe direto, denominadas “grupo externo” ( EI1, EI2, ...EIn ).
Além disso, cada um desses códigos é precedido da letra inicial correspondente à rede a
ser analisada: A = rede de amizade; I = rede de informação: e C = rede de confiança.
Exemplificando, o teletrabalhador 1, do grupo 1, na rede de amizade, é codificado como
AT1GI-1; um integrante do grupo interno da rede de informação é codificado como IGI-2;
uma pessoa que não pertence ao grupo interno, citada por um respondente, na rede de
confiança, é codificada como CEI-20
Etapa 2 Elaboração da Matriz de Adjacência (também chamada de matriz social): é a
matriz primária utilizada em análises de redes sociais - mediante aplicação do software
UCINET para Windows, versão 6.0 (Borgatti, Everett e Freeman, 2002). Inicialmente os
dados são lançados em forma de matrizes neste programa, por meio da opção DATASHEET.
O registro na matriz de adjacência, disponível a partir da opção citada, foi feito
digitando-se o número “1” para a existência de relação entre os atores, conforme apontado
90
por eles nas coletas de dados e posteriormente passado para a planilha; e digitando-se “0”
para a não existência de relação.
Na figura 5 pode-se observar um modelo de matriz, com a indicação das ligações e da
ausência de ligações, por meio dos registro 1 e 0, respectivamente.
Figura 5 – Matriz de adjacência - modelo
AT1GI 1 AGI2 AGI3 AGI4 AGI5 AGI6 AGI7 AGI8
AT1GI 1
0 0 1 0 0 0 0 0
AGI2
1 0 1 1 0 1 1 1
AGI3
1 1 0 1 0 0 0 0
AGI4
1 1 1 0 1 1 1 1
AGI5
1 1 1 1 0 1 1 1
AGI6
1 1 1 1 1 0 1 1
AGI7
1 1 1 1 1 1 0 1
AGI8
1 0 1 0 1 0 0 0
AEI9
1 1 0 1 0 0 1 1
AEI10
0 0 1 1 1 1 0 0
As linhas representam as relações que cada ator diz ter com os demais nodos e nas
colunas estão representadas todas as relações que os outros nodos dizem ter com um ator
(Alejandro & Norman, 2005). Em outras palavras, a linha é tratada como a fonte de
informação e a coluna como a receptora (Hanemann, 2005).
Etapa 3 Elaboração dos sociogramas, por meio da aplicação do software NetDraw,
2.1 (Borgatti, Everett e Freeman, 2002), que possibilita desenhar as redes sociais a partir das
matrizes do Programa UCINET 6.0. Como pontua Silva (2003), o benefício do uso destes
dois programas é a rápida visualização dos atores e dos padrões de ligações permitindo a
movimentação dos pontos e alterações de formas e cores. O diagrama gráfico das redes
representa as pessoas (por meio dos pontos e dos códigos dos nomes) e as relações (por meio
das linhas e setas).
Em Silva (2003), uma descrição detalhada sobre as funcionalidades do UCINET.
Este programa é limitado a 255 atores portanto mais indicado para redes pequenas e sua
utilização nesta pesquisa objetiva montar as matrizes para confeccionar os mapas gráficos das
redes e calcular os indicadores das características macro e micro-estruturais das diversas redes
mapeadas.
Para os cálculos dos indicadores macro e micro-estruturais de cada um das RSI, esta
etapa da análise de dados desdobra-se em 3, descritas a seguir.
91
a) Levantamento dos indicadores de cada uma das redes de amizade, informação e
confiança, configuradas a partir dos dados coletados em cada aplicação do instrumento de
pesquisa, para análise nas formas bruta ou assimétrica e na sua forma validada ou simétrica. A
forma bruta considera todos os nomes e todas relações bidirecionais e unidirecionais lançados
na matriz de adjacência. A forma simétrica aponta a reciprocidade das ligações, ou seja,
apenas as citações mútuas, excluindo as relações unidirecionais.
A simetrização reformula a matriz, suprimindo as relações não recíprocas e sua rotina
pode ser realizada pelos mínimos (se um dos atores não confirma a relação ela é suprimida)
ou pelos máximos (se pelo menos um dos atores alega a existência da relação, ela é duplicada
em ambos os sentidos). Neste estudo, a simetrização pelos mínimos removeu da rede aqueles
atores que não pertencem ao grupo interno de cada teletrabalhador e foram indicados pelos
sujeitos da pesquisa, mas não foram solicitados a responder o questionário.
Em suma, como explica Silva (2003), a simetrização deixa transparecer uma
característica qualitativa que é a intensidade das relações do grupo, se tomarmos que uma
relação forte entre um par de atores é necessariamente lembrada por ambos. Outro autor que
compartilha dessa visão qualitativa da relação simétrica é Regis (2005), ao considerar que o
fato de dois atores fazerem citação recíproca é evidência de um laço forte.
b) Análise estrutural pode se referir à rede toda (características macro-estruturiais)
ou focar nos atores (características micro-estruturais). Neste trabalho, este tipo de análise foi
aplicada sobre a rede completa, tendo sido utilizados para os seguintes indicadores:
- Tamanho: refere-se ao número de pessoas na rede; verifica-se contando o total de
nodos e ligações efetivas.
- Distância geodésica: é obtida pelo cálculo do caminho mais curto entre dois atores da
rede; quando as distâncias entre atores numa rede são grandes, pode ser necessário um longo
período de tempo para uma informação difundir-se; como explica Silva (2003), é associada à
intermediação das transações entre dois atores por outros atores. Numa rede de amizade,
seriam os amigos dos amigos.
- Densidade: como índice do potencial de comunicação entre os elementos da rede, ou
seja, da quantidade e do tipo de informação que, teoricamente, podem ser trocados ( Silva,
2003), é medida a partir das relações efetivas e potenciais (porcentagem das relações reais
dentre as possibilidades de relações totais citadas pelos atores da rede). Se uma rede é densa,
geralmente os caminhos geodésicos são pequenos ( Hanemann, 2002).
92
c) Análise relacional - o passo seguinte foi a apuração dos indicadores relacionais,
visando avaliar a coesão das RSI, com base na verificação das reciprocidades das ligações
existentes entre atores de um subgrupo; a rede é coesa à medida que os relacionamentos são
recíprocos ou as escolhas são mútuas. A maior coesão pode ser constatada pela variação na
densidade e na distância geodésica das redes sociais informais, ou seja, quanto maior a
densidade e menor a distância geodésica, maior a coesão.
De posse da matriz simetrizada, pode-se encontrar outras características de coesão das
redes, expressas por cliques e por n-cliques, n-clan e k-plex; os três últimos, que admitem
menos que três relações simétricas, foram verificados em apenas uma das unidades de análise,
(G1) para demonstrar todas as possibilidades de identificação de coesão. Nas outras seis
unidades de análise o único indicador de coesão calculado foi o clique.. .
d) Análise centrada em egos - utilizando ainda o UCINET, procedeu-se o
levantamento das informações necessárias para a análise das redes centrada em egos, visando
a identificação dos papéis críticos ocupados pelos atores em cada medida das redes de
amizade, informação e confiança, expressas pela seguintes características:
- centralidade de grau;
- centralidade de grau de entrada;
- centralidade de grau de saída;
- centralidade de proximidade;
- centralidade de intermediação e
- centralidade de Bonacich.
Embora já tenham sido conceituados anteriormente, informações adicionais sobre estes
indicadores são apresentadas a seguir, no intuito de contribuir para a clareza a respeito da sua
aplicação na análise de redes sociais informais ( RSI).
A centralidade de grau expressa os padrões de conectividade do ator para os demais
membros da rede e o número de caminhos de comunicação que passam por ele; é uma função
não apenas do tamanho de uma rede, mas também do seu padrão de distribuição, ou maneira
como os diversos atores estão interligados. Quanto mais ligações existirem entre os diversos
atores de uma rede, menos algum ator central tecontrole sobre o fluxo de informação; ou
seja, o poder de um ator depende do grau com que ele monopoliza informações, favores, ou
93
serviços para e entre os membros de uma rede ( Silva, 2003).
A centralidade de grau de entrada representa o número de ligações que um ator recebe
de outros atores,
enquanto a centralidade de grau de saída representa o número de ligações
que um determinado ator estabelece com outros atores de um grupo.
Em análise de redes sociais, a centralidade de grau de saída mede a expansividade de
um ator e a centralidade de grau de entrada mede o seu prestígio (Lazega, 1998, apud Silva,
2003) ou sua receptividade ou popularidade (Wasserman; Faust, 1999; Regis, Dias e Bastos,
2006).
A centralidade de proximidade de um ator é medida pelo número mínimo de passos que
ele deve empreender para entrar em contato com os outros atores da rede. Quão mais central
for um ator, mais ele está próximo dos outros, e mais rapidamente ele entra em contato ou
interage com os outros (Silva, 2003). Como salientam Alejandro & Norman (2005), valores
altos de proximidade indicam uma melhor capacidade dos nodos para conectar-se com os
demais atores da rede. Um outro aspecto é trazido por Quiroga (2003), ao afirmar que o
importante não é apenas o número de pessoas com quem se tem ligações, mas quem são essas
pessoas e qual o grau de conexões que elas possuem; reforçando essa visão, a autora cita
Molina (2001), para quem uma pessoa pouco conectada com os demais atores, demonstrando
portanto baixos graus de centralidade e de intermediação, pode ter alta proximidade, por
estar conectada a uma pessoa importante (Quiroga, 2003). Outra interpretação é dada por
Lazega (1998, apud Silva, 2003), segundo o qual a centralidade de proximidade é uma
medida da autonomia, da independência do ator em relação ao controle exercido por outros.
A centralidade de intermediação está baseada no controle exercido por um ator sobre as
interações entre dois outros atores. Desde que dois atores não sejam adjacentes, eles
dependem de outros atores do grupo para realizar seus intercâmbios, particularmente,
dependem dos atores que se encontram no caminho entre eles e que têm a capacidade de
interromper a circulação de recursos. Quanto mais um ator estiver no meio do caminho e for
passagem obrigatória para outros se juntarem, mais elevada será sua centralidade de
intermediação ( Silva, 2003 ).
Pela medida de centralidade de Bonacich, o fato de um ator ser escolhido ou
referenciado por atores de prestígio elevado não equivale a ser escolhido por atores marginais
ou periféricos, ou seja, os prestígios individuais das ligações indiretas de um ator podem
aumentar ou diminuir a medida de seu próprio prestígio (Lazega, 1998, apud Silva, 2003 ).
Bonacich criou uma fórmula em que fatores de atenuação e amplificação alteram a
centralidade estrita de grau de acordo com estes prestígios individuais das ligações indiretas.
94
3.13.1 - Critérios para a identificação do desempenho dos papéis críticos
Os critérios utilizados para identificar os atores que desempenham em cada equipe, os
papéis críticos de conector central, corretor de informação e expansor de fronteiras, em cada
medida das redes sociais informais (RSI) de amizade, informação e confiança, foram os
seguintes:
- Conector central: para cada uma das redes sociais informais (RSI) analisadas,
calculou-se a centralidade de grau, de intermediação e de Bonacich, utilizando rotinas
específicas do software, tendo como base a matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos, o
que possibilita avaliar a influência a partir de operações sobre o núcleo da rede, ou seja,
levando em consideração a reciprocidade. Na sequencia, calculou-se a média aritmética dos
índices em questão apresentados pelo software e aqueles que alcançaram índices superiores às
médias, respectivamente, foram classificados, em ordem crescente de centralidade de
Bonacich, como os conectores centrais; assim, quanto maior o índice de centralidade de
Bonacich, mais forte é o ator desempenhando o referido papel.
- Corretor de informação: para cada uma das RSI analisadas, calculou-se a
centralidade de intermediação, utilizando rotina específica do software, tendo como base a
matriz de adjacência antes da simetrização, para verificar a influência do referido papel na
rede como um todo e não apenas no núcleo. Na sequência, calculou-se a média aritmética dos
índices de centralidade apresentados pelo software; aqueles que alcançaram índices
superiores à média foram classificados, em ordem crescente de intensidade, como os
corretores de informações; assim, quanto maior o índice, mais forte é o ator desempenhando o
referido papel.
- Expansor de fronteiras: cada uma das RSI analisadas tiveram sua matriz de adjacência
simetrizada pelos máximos e não pelos mínimos; em seguida, de posse da lista de blocos de
segmentação, resultado de uma rotina específica do software, calculou-se a média aritmética
da quantidade dos blocos segmentados por cada um dos atores identificados. Aqueles que
apresentam a quantidade de blocos acima da referida média são os expansores de fronteiras.
A partir do conjunto de medidas e procedimentos descritos foram analisadas cada uma
das sete equipes, cujos desdobramentos em tres tipos de RSI, para cada uma das tres medidas,
redundou no exame de 63 (sessenta e três) redes. Tal volume de dados, informações e gráficos
requereu a adoção de determinados critérios para os respectivos tratamento e apresentação, os
quais estão explicados no Capítulo 4 Resultados e Discussão.
95
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de redes sociais, especialmente com o apoio das ferramentas informatizadas
apresentadas no item 3.13, possibilita o levantamento e a comparação de diversos indicadores,
a partir de um conjunto de dados bastante abrangente. Ao mesmo tempo, possibilita que as
especificidades, relativas às dimensões estrutural, relacional e egocêntrica, sejam exploradas a
partir da configuração de uma rede social informal, referenciadas neste capítulo como RSI.
O fato deste estudo lidar com a análise de três tipos de RSI, de sete grupos de
funcionários, examinando-as em três diferente momentos, faz com que quantidade de dados
seja significativamente ampliada. Portanto, a exposição completa de todo este conjunto de
informações torna-se exaustiva e até desnecessária para a discussão central e para o teste das
hipóteses desta pesquisa.
Assim, para a condução da apresentação e discussão dos resultados, foi indispensável
assumir algumas decisões e definir alguns critérios para estruturar este capítulo, quais sejam:
a) expor em detalhes os cálculos e os dados referentes às três redes - de amizade,
informação e confiança, nas três medidas, somente com referência a um dos grupos
constituintes das unidades de análise. O grupo escolhido é o G1 por possuir mais integrantes
que responderam regularmente as coletas de dados. A análise detalhada da evolução dos
indicadores do G1 possibilitará a identificação dos atores que desempenham nas RSI, os
papéis críticos de conector central, corretor de informações e expansor de fronteiras;
b) em relação aos demais seis grupos, focalizar nos indicadores que mais diretamente
possibilitam a percepção das principais características estruturais, relacionais e centradas no
ego de cada RSI, ao longo do tempo. Também nesses seis casos serão explicitadas as
posições do teletrabalhador e dos demais atores, frente aos papéis críticos de conector central,
corretor de informações e expansor de fronteiras, nas respectivas equipes;
c) concluir com a demonstração comparativa das posições de cada teletrabalhador em
relação aos indicadores mais úteis à percepção dos impactos ocorridos em suas RSI,
decorrentes da mudança na sua forma de trabalho.
Com base nessas decisões, este capítulo se estrutura com a seqüência dos 7 estudos de
casos (equipes), ao término da qual uma sessão específica a sessão 4.8 que apresenta a
comparação dos resultados dos referidos casos. As tabelas com os cálculos que deram origem
aos resultados referentes aos estudos de caso G2 a G8 estão demonstradas nos apêndices.
96
Para todas as análises pertinentes às questões envolvidas neste estudo, serão utilizados
os conceitos fundamentados nos principais investigadores de redes sociais informais, entre os
quais Krackhardt e Hanson (1993), Wasserman e Faust (1999), Kuipers (2000), Cross e
Prusak (2002 ), com vistas ao alcance dos resultados e respectivos impactos relacionados no
Quadro 15.
Quadro 15: expectativas quanto a impactos dos resultados
Resultado 1: Explicitar uma face ainda pouco conhecida do teletrabalho domiciliar que é a forma como se
estabelecem e se desenvolvem, ao longo do tempo, as relações entre teletrabalhadores e não-
teletrabalhadores, incluindo sua chefia.
Impacto 1: O domínio de tais informações poderá apoiar o SERPRO na avaliação do seu projeto piloto e
na elaboração de políticas de gestão de pessoas e estratégias de ação para teletrabalho.
Resultado 2: Ampliar a produção de conhecimento sobre teletrabalho domiciliar
Impacto 2: Novos achados sobre teletrabalho poderão subsidiar outros estudos de pesquisadores e ampliar
as bases de análise sobre o assunto, por trabalhadores e organizações.
97
4.1
-
ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS ( RSI ) DO GRUPO DO
TELETRABALHADOR 1 ( T 1 )
Neste item são apresentados e discutidos, como informado anteriormente, os dados
completos e detalhados para todos os indicadores do Grupo 1, com ênfase no posicionamento
do teletrabalhador 1 em cada uma das RSI, ao longo do projeto piloto de teletrabalho do
SERPRO. Por meio de três sessões, são tratados separadamente os indicadores básicos que
sustentam as análises das RSI de amizade, informação e confiança, nas abordagens estrutural,
relacional e centrada em egos.
Em cada abordagem os dados das três medidas são comparados entre si, em cada tipo de
RSI, visando identificar as eventuais alterações nas relações entre os atores, principalmente
nas ligações destes com o teletrabalhador e vice-versa. Todos os valores são originários dos
cálculos resultantes das rotinas do UCINET e do NetDraw, aplicadas sobre as matrizes de
adjacência, ou matrizes sociais dos grupos, construídas a partir das respostas dos seus
integrantes às coletas de dados.
4.1.1 – Análise Estrutural
A abordagem estrutural objetiva analisar os valores dos atributos relativos às
características das redes como um todo, tais como, o tamanho, a densidade e a distância
geodésica. O tamanho traduz a quantidade de relações concretamente existentes na rede; a
densidade, fornece uma visão do quanto a rede é explorada e efetivamente aproveitada pelos
seus atores, quando a quantidade de ligações reais é confrontada com o potencial de ligações;
e a distância geodésica, indica o caminho mais curto que um ator precisa percorrer, para
chegar a outro não diretamente ligado a ele, ou seja, de quantos intermediários necessita para
acessar outra pessoa da rede.
O quadro 16 apresenta os valores estruturais, referentes aos três tipos de redes sociais
informais do grupo do teletrabalhador 1-T1, nas três medidas realizadas.
Vale ressaltar que é comum nas respostas, um mesmo ator informar que possui ligações
com vários outros atores, o que faz o número de relações efetivas, ou seja, o tamanho das
redes, ser maior que o número absoluto de seus membros ou nodos.
Quanto às ligações possíveis ou potenciais de uma RSI, seu valor é obtido por meio da
multiplicação do número total de nodos, pelo número total de nodos menos 1; a partir desse
dado, mesmo sem usar o software, é possível calcular a densidade da rede, dividindo-se o
número de relações efetivas, pelo número de relações possíveis ou potenciais (Alejandro &
Norman, 2005; Quiroga, 2003).
98
Quadro 16 - Estrutura das redes sociais informais do grupo 1
ESTRUTURA DAS RSI DO GRUPO 1 - Matriz de adjacência
RSI DE AMIZADE RSI DE INFORMAÇÃO RSI DE CONFIANÇA
Medidas Medidas Medidas
INDICADORES
2ª
NO. DE PESSOAS
NA REDE
37 34 40 35 28 36 28 23 34
TAMANHO
(relações efetivas) 74 71 68 58 56 55 57 47 58
RELAÇÕES
POTENCIAIS ou
POSSÍVEIS
1332 1122 1560 1190 756 1260 756 506 1122
DENSIDADE
(relações efetivas/
relações possíveis)
0,0555 0.0632 0.0435 0.0487 0.0740 0.0436 0.0753 0.0929 0.0516
DISTANCIA
GEODÉSICA
(acessibilidade)
1.872 1.781 2.062 2.026 1.189 1.884 2.009 1.803 1.986
O Grupo 1 configurou-se de oito membros nas duas primeiras medidas e de sete na
terceira, incluindo o teletrabalhador, seus colegas e chefia imediata.
O quadro 16 mostra que o quantitativo de pessoas das RSI de amizade é maior que nas
RSI de informação e de confiança, o que foi constatado também em estudos anteriores de
Kuipers (1999), Silva (2003) e Santos (2004), tendo em vista que o conceito de amizade é
mais amplo e mais inclusivo que os outros dois. Quanto à densidade, o Grupo 1 apresenta
baixa utilização do potencial de ligações das redes, cujos índices variam de 4 a 9%, tendo
este último valor ocorrido apenas uma vez, na medida da rede de confiança. Sendo uma
medida de relações potenciais, a densidade da rede tem merecido atenção de autores como
Hanemann (2005), para quem baixos índices neste indicador redundam em pequeno potencial
de troca e mobilização de recursos, reforçando a importância de observar a exploração pelos
atores de todas as suas alternativas de ligações.
É importante lembrar que as pessoas citadas pelos membros do Grupo 1, portanto
atores fronteiriços, não foram solicitadas a explicitar suas escolhas> Eventuais relações
recíprocas decorrentes de tais indicações aumentariam a densidade da rede.
Por outro lado, a análise das distâncias geodésicas médias indicam que qualquer dos
atores necessita de 2 contatos para estabelecer relação com outro ator das respectivas RSI, o
que permite caracterizá-las como fortemente conectadas. Observa-se ainda, a diminuição do
número de pessoas e de relações efetivas envolvidas nas redes na coleta de dados, ocasião
em que um membro deixou de responder o questionário. Na terceira medida, ocorreu a saída
do respondente GI5; no entanto, nesse caso, a redução no número de pessoas da equipe não
foi refletida no quantitativo de relações efetivas apontadas pelos demais integrantes das
redes.
99
4.1.1.1- Visualização e análise qualitativa de reciprocidades
Os gráficos a seguir demonstram visualmente as ligações entre os atores, de cada uma
das três medidas nos três tipos de RSI, ao longo do projeto piloto de teletrabalho, obtidos a
partir rotinas dos softwares UCINET e NetDraw sobre as matrizes de adjacência das redes,
os quais permitem a análise qualitativa de reciprocidades nas relações entre os atores.
Os atributos que diferenciam os integrantes das redes estão caracterizadas pelas cores
dos círculos. O teletrabalhador é representado pelo círculo vermelho; os membros da sua
equipe (GI) são representados pelos círculos em azul. Os círculos amarelos correspondem
aos atores externos ao núcleo da rede, os quais foram indicados pelos seus integrantes, mas
não foram solicitados a responder o questionário da pesquisa, em nenhuma das mediadas;
eles são denominados atores periféricos ou fronteiriços.
Existe ainda um círculo cinza para distinguir um ator que é teletrabalhador de outra
equipe, mas que mantém vínculos com várias pessoas das redes do Grupo 1. Embora não seja
objetivo específico deste estudo, procurou-se observar se uma nova rede seria formada entre
os teletrabalhadores e por isso foi dada atenção quando apareceram ligações desse tipo.
Para cada tipo de RSI são mostradas, inicialmente, as relações não simetrizadas, ou
seja, que retratam todas as ligações, recíprocas ou não, existentes entre os atores.
Logo a seguir são apresentados diagramas também desenhados pelo NetDraw, obtidos
por meio de prévia ativação do parâmetro de simetrização pelos mínimos no UCINET. Esta
rotina objetiva focalizar apenas as relações recíprocas e, portanto, os laços mais fortes entre
os membros do núcleo dos grupos, que são as unidades de análise deste estudo.
A) RSI de Amizade – T1
A identificação dos
atores, de acordo com os seus determinados códigos, foi explicada
no item 3.13. O Quadro 17, a seguir, sintetiza os referidos códigos, onde n representa o
número de cada teletrabalhador.
Quadro 17 – Códigos de Identificação dos Atores
CÓDIGOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS ATORES
REDE DE AMIZADE REDE DE INFORMAÇÃO REDE DE CONFIANÇA
Tele
trabalhador
Grupo
interno
Externos
ao grupo
Tele
trabalhador
Grupo
interno
Externos
ao grupo
Tele
trabalhador
Grupo
interno
Externos
ao grupo
AT n GI n AGI n AEI n IT n GI n IGI n IEI n CT n GI n CGI n CEI n
A Figura 6 a seguir apresenta as relações da rede de amizade na sua 1ª avaliação antes
do inicio do projeto piloto
100
Figura 6 – RSI de Amizade –T1 – 1ª medida – Matriz não simetrizada
É oportuno lembrar que numa rede de amizade, onde socialização e companheirismo são
as principais motivações, os conteúdos transacionados entre os atores são de natureza afetiva.
Tendo em vista esses aspectos, nas coletas de dados os participantes foram solicitados a
indicar, entre as pessoas de seus contatos de trabalho, quais escolheriam como companheiros
numa atividade de lazer, como um churrasco.
Nesta rede de amizade, levantada antes do inicio do projeto piloto, verifica-se intensa
conectividade, tanto entre os oito membros do grupo interno (o AT1 e os AGI), quanto entre
estes e os 29 atores externos ao grupo (os AEI), ou fronteiriços, aos quais não foi
encaminhado o questionário de pesquisa.
Chama atenção o fato de que o ator que iria se tornar teletrabalhador ( círculo vermelho
), embora fosse procurado por quase todos os colegas do seu grupo, buscava externamente a
este seus contatos para atividades de companheirismo, mesmo antes de mudar sua condição
de trabalho continuamente presencial, para teletrabalho domiciliar em alguns dias da semana.
Observa-se também que entre os contatos preferenciais de AT1GI-1 está o ator AEI-
9TT, (círculo cinza), assim codificado por tratar-se do membro teletrabalhador de outro
grupo, evidenciando a existência de vínculo entre eles anteriormente ao projeto piloto.
A Figura 7 a seguir apresenta as relações da rede de amizade simetrizada, na sua
avaliação antes do inicio do projeto piloto
101
Figura 7 - RSI de Amizade T1– 1ª medida – Matriz simetrizada pelos mínimos
Este gráfico, que focaliza as relações de amizade somente entre os membros do núcleo
da rede, ratifica que a reciprocidade das relações de companheirismo entre o teletrabalhador e
seu grupo de trabalho era baixa, tendo laços mais fortes apenas com o AGI-3. Ficam
evidentes relações mais coesas envolvendo os atores AGI-2, AGI-3, AGI-4, AGI-5, AGI-6 e
AGI-7, que caracterizam três cliques ou subgrupos, conforme apontado no item 4.1.2.1 da
análise relacional, mais adiante.
A Figura 8 apresenta as relações da rede de amizade na suas 2ª avaliação, seis meses
após o inicio do projeto piloto
Figura 8 - RSI de Amizade T1 – 2ª medida – Matriz não simetrizada
Seis meses após o início do teletrabalho, as características estruturais da rede de amizade
são praticamente as mesmas, apesar da falta de respostas do ator AGI-7 e da diminuição da
quantidade de ligações efetivas. O teletrabalhador continua sendo buscado pelos colegas e
buscando seus contatos de companheirismo externamente ao seu grupo primário.
102
É possível verificar, também, o ingresso de novos atores nesta RSI, inclusive por
intermédio do teletrabalhador. Esse dado confirma a natureza dinâmica das redes informais,
como decorrência natural das mudanças freqüentes que ocorrem nas relações entre as pessoas
ao longo do tempo, principalmente nas redes de amizade, cujos laços estabelecem-se mais
rapidamente, porém podem ser menos intensos e menos duráveis (Kuipers, 1999).
A Figura 9, a seguir, apresenta as relações da rede de amizade na sua 2ª avaliação, seis
meses após o inicio do projeto piloto
Figura 9 - RSI de Amizade T1 – 2ª medida – Matriz simetrizada pelos mínimos
O foco no núcleo da rede permite perceber a conectividade mais intensa e a
reciprocidade nos laços de amizade entre 5 atores (GI-2, GI-3, GI-4, GI-5 e GI-6); outro dado
distinto das medidas anteriores, é que o ator AGI-7, antes integrante de um dos cliques ou
subgrupos da rede, não apresenta relações simétricas com outros atores, o que se reflete na
coesão desta RSI. Já o teletrabalhador não teve sua situação alterada, mostrando-se conectado
reciprocamente a apenas um membro do grupo interno, o AGI-3. Como este é o ator que mais
centralidade demonstra no cleo desta rede, por sua intermediação pode ocorrer a conexão
do AT1GI1 na busca dos demais atores, lembrando ainda que esse último é popular, acessível
e prestigiado pelo grupo, mas permanece buscando seus contatos para atividades de
companheirismo e lazer fora dele.
A Figura 10 a seguir apresenta as relações da rede de amizade na sua 3ª avaliação, um
ano após a implantação do projeto piloto
103
Figura 10 - RSI de Amizade T1–medida – Matriz não simetrizada
Após um ano de teletrabalho, o ator AT1GI-1 mantém sua posição inalterada, tanto na
rede de amizade como um todo, como no seu núcleo, conforme pode ser melhor visto no
gráfico abaixo, inclusive no que diz respeito à manutenção do vínculo recíproco com apenas o
ator AGI3 e da forte ligação, pré-existente ao projeto piloto, com outro teletrabalhador, o que
é confirmado quando analisada a rede deste ator, no seu respectivo grupo (ver item 4.6.1).
O diagrama abaixo, referente às relações simétricas da RSI de amizade na medida,
explicita o enfraquecimento de ligações recíprocas entre os atores AGI-5 e AGI-8 e os demais
atores do núcleo da rede e consequentemente redução da coesão da rede. Além disso, não
se caracteriza tão intensamente a centralidade do ator AGI-3, observando-se semelhança entre
sua influência no grupo e a dos atores AGI-2, AGI-4, AGI-6 e AGI-7, o que pode refletir-se
no seu papel de intermediador para o teletrabalhador.
Esta mesma rede simetrizada pelos mínimos encontra-se configurada na Figura 11.
Figura 11 - RSI de Amizade T1– 3ª medida – Matriz simetrizada pelos mínimos
Neste ponto começam a ser apresentados os gráficos referentes às RSI de informação
deste mesmo grupo.
104
B) RSI de Informação – T1
Pela natureza dos conteúdos transacionados numa rede de informação, a escolha de
atores para estabelecimento de relações é mais seletiva do que nas redes de amizade e não
orientada por critérios ou vínculos afetivos e sim pela identificação do atributo de ser a fonte
adequada para obtenção das informações que cada ator necessita. De acordo com Kuipers
(1999), a rede de informação pode ser chamada de rede de comunicação ou rede instrumental.
Vale relembrar que para as indicações das pessoas deste tipo de RSI, foi solicitado aos
respondentes que apontassem aquelas a quem recorrem, quando querem se informar sobre as
questões relativas ao que está ocorrendo na organização. Essa busca de informação,
geralmente, refere-se às políticas de recursos humanos que se refletem na sua carreira, aos
processos de capacitação, progressão funcional e novas oportunidades de trabalho. Envolve,
também, questões técnicas para execução das tarefas e temas estratégicos para a empresa.
Observa-se, então, que as redes tornam-se menores, do que as RSI de amizade, assim
como os índices estruturais de tamanho e densidade. A distância geodésica mantém o patamar
das demais RSI, revelando níveis equivalentes de acessibilidade entre os atores escolhidos
para os diferentes tipos de contatos.
A Figura 12 a seguir apresenta as relações da rede de informação na sua 1ª avaliação,
antes do início da implantação do projeto piloto.
Figura 12 - RSI de Informação T1 – 1ª medida – Matriz não simetrizada
105
Observa-se nesta medida anterior ao inicio do projeto piloto e nas demais medidas das
RSI de informação a constante incidência de citações do ator IGI-2, pois independente das
suas relações de afeto com os demais atores, ele é o chefe imediato deste grupo. Portanto, é
esperado que em função da posição desse ator na rede formal ou hierárquica, ele
desempenhe papéis de intermediador entre a equipe e a organização, de provedor de recursos
para a realização das atividades da área, de disseminador de informações e de outros papéis
que o poder institucional lhe conferem.
Os atores o IGI-4 e o futuro teletrabalhador ( ITIGI-1) são os outros mais procurados
pelos demais membros do grupo interno.
Percebe-se, ainda, que alguns atores citam um número muito reduzido de atores
fronteiriços, chegando a nenhuma citação desse tipo, como é o caso do IGI-5, o que chama
atenção, pois em se tratando de uma rede de informação, é esperado que as comunicações
sejam mais extensamente buscadas em ambientes externos ao grupo.
O teletrabalhador de outro grupo (círculo cinza) faz parte também desta RSI
A Figura 13, a seguir, apresenta as relações da rede de informação na sua forma
simetrizada pelos mínimos, referente à 1ª avaliação, antes da implantação do projeto piloto.
Figura 13 - RSI Rede de Informação T1– 1ª medida – Matriz simetrizada pelos mínimos
Ao focalizar o núcleo desta RSI verifica-se que a reduzida incidência de relações
simétricas não caracteriza laços coesos e a clara distinção de 2 subgrupos que trocam
informações entre si e aparentemente não interagem para transacionar conteúdos típicos deste
tipo de rede. Configurações mais dispersivas, como esta, podem caracterizar menos
homogeneidade de atitudes e comportamentos entre seus membros.
Ressalta-se a correspondência das ligações entre o ator IGI-2, chefe da área, e os 3
atores, que também no gráfico não simetrizado, aparecem como os que mais se sobressaem
(IT1GI-1, IGI-3 e IGI-4), evidenciando mais claramente a inclusão do membro que iria
106
tornar-se teletrabalhador nesta representativa parte do grupo. Outro dado que chama a atenção
é a ausência de reciprocidade com o ator IGI-8.
A Figura 14, a seguir, apresenta as relações da rede de informação na sua forma
simetrizada pelos mínimos, referente à 2ª medida dos indicadores.
Figura 14 - RSI de Informação T1– 2ª medida – Matriz não simetrizada –G1
Esta medida, tomada seis meses após a implantação do projeto, revela o teletrabalhador
menos procurado pelos seus colegas e pelo seu chefe. Observa-se uma rede menos conectada,
evidenciando o impacto causado pela ausência de resposta do ator IGI-7, que traduziu-se em
menos sete pessoas na rede como um todo; apesar disso, o número de relações diminuiu em
apenas duas, em relação à medida anterior, o que aumentou a densidade da RSI e reduziu sua
distância geodésica, significando mais acessibilidade entre os atores, como pode ser
constatado no Quadro 16, apresentado no item 4.1.1.
Vale registrar aqui, o desaparecimento nesta RSI de informação, da indicação do IEI-9-
TT, teletrabalhador do IG-6, pelo teletrabalhador deste IG-1, ligação esta que foi apontada
nas 3 medidas da RSI de amizade.
A mesma avaliação na sua forma simetrizada é apresentada na Figura 15.
Figura 15 - RSI de Informação T1– 2ª medida – Matriz simetrizada pelos mínimos
107
O principal ponto a ser destacado na configuração do cleo da RSI nesta medida é a
extinção da relação recíproca entre o chefe da área e o teletrabalhador. Além disso está
caracterizada a subdivisão do grupo em uma díade formada pelos atores IGI-2 e IGI-4 e um
clique, que inclui uma tríade, mais o ator IGI-8, ausente deste tipo de relação na medida
anterior.
A Figura 16 a seguir apresenta as relações da rede de informação, referente à medida,
tomada um ano após a implantação do projeto piloto.
Figura 16 - RSI de Informação T1– 3ª medida – Matriz não simetrizada
As características da RSI de informação, nas configurações com e sem simetrização,
são semelhantes àquelas observadas na medida, principalmente quanto à diminuição de
ligações com o teletrabalhador, permanecendo inclusive a ausência da indicação pelo seu
chefe. A diferença é o aumento de busca em direção ao ator IGI-4.
O ator IGI-5 saiu da rede, porém em relação à medida anterior, o número de pessoas
indicadas aumentou, mas a quantidade de relações permaneceu praticamente a mesma;
consequentemente a densidade diminuiu e a distância geodésica tornou-se maior, o que
significa menos acessibilidade entre os atores.
A Figura 17 a seguir apresenta as relações da rede de informação na sua forma
simetrizada pelos mínimos, referente à 3ª medida dos indicadores.
108
Figura 17 - RSI de Informação T1 – 3ª medida – Matriz simetrizada pelos mínimos
Em termos de relações simétricas verifica-se somente díades, nenhuma delas incluindo
o teletrabalhador, como mostra o gráfico acima
Neste ponto passam a ser apresentados os gráficos referentes às RSI de confiança deste
mesmo grupo.
C) RSI de Confiança – T1
Como poderá ser verificado, estas redes abrangem menor número de pessoas indicadas;
porém neste tipo de RSI, são constituídas relações baseadas em laços fortes, pois os conteúdos
transacionados são de caráter mais íntimo e envolvem mais proximidade entre as pessoas. De
acordo com Kuipers (1999), os laços de confiança são mais centrados na pessoa que na
posição formal que ela ocupa, pois são relacionados à identificação e não necessariamente aos
recursos. A autora afirma ainda que as redes de confiança caracterizam-se por ligações mais
intensas e duradouras e ao compará-las com as redes de amizade, identificou que as duas são
teoricamente e empiricamente distintas.
Vale relembrar que para as indicações das pessoas para as RSI de confiança, foi
solicitado aos respondentes que apontassem aquelas com quem se sentem confortáveis para
tratar temas políticos, trocar confidências e compartilhar riscos profissionais, enfim, a quem
recorrem nas situações que consideram difíceis, ou delicadas.
A Figura 18 a seguir apresenta as relações da rede de confiança, na 1ª medida.
109
Figura 18 - RSI de Confiança T1 – 1ª medida – Matriz não simetrizada
Na primeira medida anterior ao início do projeto piloto, à exceção do ator AGI-3, os
demais membros apontaram poucos ou nenhum ator externo ao núcleo do grupo,
caracterizando sua forte conexão. Sobressai-se a convergência de maior número de ligações
direcionadas ao ator CGI-3, embora seja marcante também a busca do ator CT1GI-1, o qual se
tornaria teletrabalhador; no entanto ele diz manter relações de confiança com apenas uma
pessoa do seu grupo interno e três do grupo externo. Verifica-se ainda que aos atores CGI-4 e
CGI-5 são feitas indicações em freqüências semelhantes àqueles acima citados.
Como nas redes de amizade, são mostradas aqui também as ligações com o membro do
G-6 que adotou o teletrabalho.
A Figura 19 a seguir apresenta as relações da rede de informação na sua forma
simetrizada pelos mínimos, referente à 1ª medida dos indicadores.
Figura 19 - RSI de Confiança T1 –1ª medida– Matriz simetrizada pelos mínimos
Como pode ser observado, na sua forma simétrica, esta RSI de confiança apresenta-se
coesa, o que é verificado pela presença de 3 cliques; o ator que protagoniza maior quantidade
110
de relações de confiança recíprocas com integrantes do grupo interno é o CGI-5. Já o ator
CT1GI-1, repete o padrão de reciprocidade verificado nas redes de amizade, mantendo este
tipo de ligação apenas com o CGI-3.
A Figura 20, a seguir, apresenta as relações da rede de confiança, na 2ª avaliação.
Figura 20 - Rede de Confiança T1 –2ª medida – Matriz não simetrizada
Nesta medida tomada 6 meses após o inicio do teletrabalho, esta é a rede com menor
número de pessoas envolvidas, em comparação a todas as RSI do G-1 e a que apresenta o
maior aproveitamento das relações possíveis, o que traduz-se em mais de 9% de densidade, o
mais alto índice identificado neste indicador.
Caracteriza-se, como em situações anteriores, a concentração de ligações direcionadas
aos atores CGI-4 e CGI-3, sendo este último quem mantém mais relações de confiança com
pessoas externas ao grupo, fator este que se reflete no papel que desempenha na equipe, como
será constatado adiante por meio de outros indicadores.
O teletrabalhador revela-se outro ator significativamente buscado pelos colegas para
relações de confiança, mas suas indicações para relações de confiança são restritas a apenas
um ator do grupo interno e ao membro teletrabalhador do CGI-6.
A Figura 21, a seguir, apresenta a mesma rede de confiança, na forma simetrizada.
111
Figura 21- Rede de Confiança T1– 2ª medida– Matriz simetrizada pelos mínimos
Este gráfico da matriz simetrizada pelos mínimos ratifica ser o CGI-3 um ator central na
RSI de confiança em referência, sendo o único que mantém relações recíprocas com todos os
membros do núcleo da rede, lembrando que o ator CGI-7 não respondeu o questionário na
coleta de dados, fato que gerou sua exclusão desta configuração.
A Figura 22 a seguir apresenta as relações da rede de confiança, na 3ª medida
Figura 22 - Rede de Confiança T1 – 3ª medida – Matriz não simetrizada
A terceira medida evidencia padrões de relações semelhantes àqueles trazidos pelas
configurações das RSI de confiança anteriores, com destaque para maior número de ligações
dirigidas ao ator CGI-2, chefe da equipe; outras diferenças são quantitativas, no que diz
respeito ao aumento de pessoas e de relações, à volta da participação do ator CGI-7 e à saída
do ator CGI-5 do grupo.
A Figura 23 a seguir apresenta as relações da rede de confiança, na na sua forma
simetrizada, referente à 3ª medida.
112
Figura 23 - Rede de Confiança T1 –3ª medida– Matriz simetrizada pelos mínimos
No núcleo do grupo distribuem-se mais as relações recíprocas, as quais estão igualadas
para os atores CGI-3, CGI-4 e CGI-2. Nenhuma nova característica relacional relevante é
evidenciada sobre as ligações do teletrabalhador, que mantém o mesmo tipo de vínculo
apenas com o ator CGI-3, também nesta RSI de confiança.
Outro dado que chama a atenção é a ausência de reciprocidade com o ator CGI-5.
4.1.2 – Análise Relacional
– Índices de COESÃO das RSI – Grupo do Teletrabalhador 1 (T1)
A coesão de uma RSI ocorre por meio do levantamento dos seus subgrupos, nos quais os
vínculos se estabelecem a partir do grau de afinidade existente entre os atores que os
constituem. A partir dos estudos de vários sociólogos como Friedkin e Collins (apud
Wasserman e Faust, 1999) correlação entre a coesão dos atores de um subgrupo e
homogeneidade de seus comportamentos. Essa constatação explica o interesse dos
pesquisadores envolvidos com análise de redes, pelos subgrupos coesos (Silva, 2003).
Para identificação da coesão de uma RSI são utilizados os indicadores reconhecidos
pelos estudiosos da abordagem relacional em análise de redes sociais. O mais exigente destes
tipos de indicadores é o clique, o qual considera a existência de coesão apenas quando houver
subgrupos com, no nimo 3 atores, cujas relações sejam recíprocas e envolvam todos eles
entre si. Como define Silva (2003), um clique é um conjunto de atores onde todos escolhem a
todos como pares em suas ligações.
Os demais indicadores, como n-clique, n-clã e k-plex ampliam a visão de clique e
admitem a existência de intermediários entre as transações de 2 atores do subgrupo para
caracterizar a coesão, tomando como parâmetros os conceitos de acessibilidade e
conectividade, com base nos cálculos das distâncias geodésicas e diâmetro das redes.
113
Por meio da utilização de rotinas específicas do software UCINET, aplicadas sobre as
matrizes de cada RSI simetrizadas pelos mínimos, dessa forma eliminando os atores
periféricos e focalizando somente as relações simétricas do núcleo das redes, foram
identificados os valores dos referidos indicadores, para todas as medidas, conforme
demonstrados nos quadros inseridos nos próximos itens.
4.1.2.1 - RSI de Amizade
O quadro 18 apresenta os dados identificados nas redes de amizade do Grupo 1,
expressos pelos indicadores cliques, n-clique, n-clã e k-plex, levantados nos três momentos
avaliados ao longo do projeto piloto.
Quadro 18Cliques da RSI de Amizade nas três medidas – T1
CLIQUES DO GRUPO 1 – Amizade 1ª- medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
Cliques 2-Cliques e 2- Clans K-Plex
reciprocidade acessibilidade conectividade
- 3 cliques
1: AGI2 AGI4
AGI6 AGI7
2: AGI2 AGI3
AGI4
3: AGI4 AGI5
AGI6 AGI7
- 3 2-cliques
1: AGI2 AGI3 AGI4
AGI5 AGI6 AGI7
2: AT1GI1 AGI2 AGI3
AGI4
3: AGI4 AGI5 AGI6
AGI7 AGI8
3 2-clans
1: AGI2 AGI3 AGI4
AGI5 AGI6 AGI7
2: AT1GI1 AGI2
AGI3 AGI4
3: AGI4 AGI5 AGI6
AGI7 AGI8
- 9 k-plexes
1: AT1GI1 AGI2 AGI3
2: AT1GI1 AGI3 AGI4
3: AGI2 AGI3 AGI4 AGI6
4: AGI2 AGI3 AGI4 AGI7
5: AGI2 AGI4 AGI5 AGI6 AGI7
6: AGI3 AGI4 AGI5
7: AGI4 AGI5 AGI8
8: AGI5 AGI6 AGI8
9: AGI5 AGI7 AGI8
CLIQUES DO GRUPO 1 – Amizade – 2ª medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
Cliques Cliques e 2- Clans K-Plex
reciprocidade acessibilidade conectividade
- 2 cliques
1: AGI2 AGI3
AGI4 AGI6
2: AGI2 AGI3
AGI4 AGI5
- 2 2-cliques
1: AT1GI1 AGI2
AGI3 AGI4 AGI6 AGI8
2: AGI2 AGI3 AGI4
AGI5 AGI6
- 2 2-clans
1: AT1GI1 AGI2
AGI3 AGI4 AGI6
AGI8
2: AGI2 AGI3 AGI4
AGI5 AGI6
- 8 k-plexes
1: AT1GI1 AGI2 AGI3
2: AT1GI1 AGI3 AGI4
3: AT1GI1 AGI3 AGI6
4: AT1GI1 AGI3 AGI8
5: AGI2 AGI3 AGI4 AGI5 AGI6
6: AGI2 AGI3 AGI8
7: AGI3 AGI4 AGI8
8: AGI3 AGI6 AGI8
CLIQUES DO GRUPO 1 – Amizade -3ª medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
Cliques Cliques e 2- Clans K-Plex
reciprocidade acessibilidade conectividade
- 2 cliques
1: AGI2 AGI4
AGI6 AGI7
2: AGI2 AGI3
AGI4
- 2 2-cliques
1: AGI2 AGI3 AGI4
AGI6 AGI7
2
: AT1GI1 AGI2
AGI3 AGI4
- 2 2-clans
1: AGI2 AGI3 AGI4
AGI6 AGI7
2: AT1GI1 AGI2
AGI3 AGI4
- 5 k-plexes
1:
AT1GI1 AGI2 AGI3
2: AT1GI1 AGI3 AGI4
3: AGI2 AGI3 AGI4 AGI6
4: AGI2 AGI3 AGI4 AGI7
5: AGI2 AGI4 AGI6 AGI7
114
Observa-se que nas 3 medidas das redes de amizade o teletrabalhador o aparece nos
subgrupos que apresentam maior coesão, ou seja, nos cliques formados por, no mínimo, 3
atores que escolheram-se mutuamente. Portanto, não são identificadas alterações nas suas
posições relacionais, na comparação entre antes e após a adoção do teletrabalho.
No entanto, quando são analisados os indicadores complementares, que não se baseiam
em reciprocidade, mas sim na acessibilidade e na conectividade do ator dentro da rede, são
registradas participações do teletrabalhador em alguns subgrupos, nas 3 medidas desta RSI.
4.1.2.2 - RSI de Informação
O quadro 19 apresenta os dados identificados nas redes de amizade do Grupo 1,
expressos pelos indicadores cliques, n-clique, n-clã e k-plex , levantados nos três momentos
avaliados ao longo do projeto piloto.
Quadro 19Cliques da RSI de Informação nas três medidas
CLIQUES DO GRUPO 1
– Informação – 1ª medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
-Cliques - 2-Cliques e 2- Clans - K-Plex
reciprocidade acessibilidade conectividade
- nenhum clique
- 2 2-cliques
1: AT1GI1 AGI2 AGI3
AGI4
2: AGI5 AGI6 AGI7
- 3 2-clans
1: AT1GI1 AGI2 AGI3 AGI4
2: AGI5 AGI6 AGI7
- 4 k-plexes
1: AT1GI1 AGI2 AGI3
2: AT1GI1 AGI2 AGI4
3: AGI2 AGI3 AGI4
4: AGI5 AGI6 AGI7
CLIQUES DO GRUPO 1
– Informação -2ª medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
-Cliques - 2-Cliques e 2- Clans - K-Plex
reciprocidade acessibilidade conectividade
- 1 clique
1: AGI3 AGI5 AGI8
- 1 2-clique
1:AGI3 AGI5 AGI6 AGI8
- 1 2-clan
1:AGI3 AGI5 AGI6 AGI8
- 3 k-plexes
1: AGI3 AGI5 AGI6
2: AGI3 AGI5 AGI8
3: AGI3 AGI6 AGI8
CLIQUES DO GRUPO 1
– Informação – 3ª medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
Cliques Cliques e 2- Clans K-Plex
reciprocidade) acessibilidade conectividade
- nenhum clique - 2 2-cliques
1: IGI2 IGI3 IGI4
2: IGI6 IGI7 IGI8
- 2 2-clans
1: IGI2 IGI3 IGI4
2: IGI6 IGI7 IGI8
- 2 k-plexes
1: IGI2 IGI3 IGI4
2: IGI6 IGI7 IGI8
Nas redes de informação praticamente nenhum clique é encontrado nas e medidas.
Na medida, foi encontrado apenas 1 clique de 3 nodos, achados estes que refletem os
baixos índices de coesão, identificados na análise estrutural das referidas RSI. Quanto ao
ator AT1GI-1, chama atenção a constatação que apenas na medida tomada antes do inicio do
115
projeto piloto, verifica-se sua presença nos subgrupos e somente quando utilizados os
indicadores complementares. A partir da medida observa-se a alteração dessa posição,
demonstrada pela ausência do ator teletrabalhador em todos os tipos de subgrupos.
4.1.2.3 - RSI de Confiança
O Quadro 20 apresenta os dados identificados nas redes de amizade do Grupo 1,
expressos pelos indicadores cliques, n-clique, n-clã e k-plex, levantados nos três momentos
avaliados ao longo do projeto piloto.
Quadro 20 - Cliques da RSI de Informação nas três medidas
CLIQUES DO GRUPO 1 – Confiança -1ª medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
Cliques Cliques e 2- Clans K-Plex
reciprocidade acessibilidade conectividade
-3 cliques
1: AGI2 AGI4
AGI5
2: AGI5 AGI6
AGI7
3: AGI2 AGI3
AGI4
- 3 2-cliques
1: AGI2 AGI4 AGI5 AGI6
AGI7
2: AGI2 AGI3 AGI4 AGI5
3: AT1GI1 AGI2 AGI3
AGI4
3 2-clans
1: AGI2 AGI4 AGI5 AGI6
AGI7
2: AGI2 AGI3 AGI4 AGI5
3: AT1GI1 AGI2 AGI3
AGI4
8 k-plexes
1: AT1GI1 AGI2 AGI3
2: AT1GI1 AGI3 AGI4
3: AGI2 AGI3 AGI4 AGI5
4: AGI2 AGI5 AGI6
5: AGI2 AGI5 AGI7
6: AGI4 AGI5 AGI6
7: AGI4 AGI5 AGI7
8: AGI5 AGI6 AGI7
CLIQUES DO GRUPO 1 – Confiança -2ª medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
Cliques Cliques e 2- Clans K-Plex
reciprocidade) acessibilidade conectividade
- 2 cliques
1: AGI2 AGI3
AGI4
2: AGI3 AGI4
AGI5
2-clique
1: AT1GI1 AGI2 AGI3
AGI4 AGI5 AGI6 AGI8
1 2-clan
1: AT1GI1 AGI2 AGI3
AGI4 AGI5 AGI6 AGI8
13 k-plexes
1: AT1GI1 AGI2 AGI3
2: AT1GI1 AGI3 AGI4
3: AT1GI1 AGI3 AGI5
4: AT1GI1 AGI3 AGI6
5: AT1GI1 AGI3 AGI8
6: AGI2 AGI3 AGI4 AGI5
7: AGI2 AGI3 AGI6
8: AGI2 AGI3 AGI8
9: AGI3 AGI4 AGI6
10 AGI3 AGI4 AGI8
11:AGI3 AGI5 AGI6
12:AGI3 AGI5 AGI8
13:AGI3 AGI6 AGI8
CLIQUES DO GRUPO 1 – Confiança -3ª medida
Matriz de Adjacência simetrizada pelos mínimos
Cliques Cliques e 2- Clans K-Plex
eciprocidade) acessibilidade conectividade
-2 cliques
1: CGI2 CGI3 CGI4
2: CGI6 CGI7 CGI8
- 3 2-cliques encontrados
1: CGI2 CGI3 CGI4 CGI6
2: CGI2 CGI6 CGI7 CGI8
3: CT1GI1 CGI2 CGI3
CGI4
3 2-clans encontrados
1: CGI2 CGI3 CGI4 CGI6
2: CGI2 CGI6 CGI7 CGI8
3: CT1GI1 CGI2 CGI3
CGI4
8 k-plexes encontrados
1: CT1GI1 CGI2 CGI3
2: CT1GI1 CGI3 CGI4
3: CGI2 CGI3 CGI4
4: CGI2 CGI3 CGI6
5: CGI2 CGI4 CGI6
6: CGI2 CGI6 CGI7
7: CGI2 CGI6 CGI8
8: CGI6 CGI7 CGI8
116
A rede de confiança apresenta menos cliques e, à semelhança da rede de amizade,
também não se constata a inclusão do teletrabalhador, cuja presença é identificada somente
quando os indicadores utilizados não são os que registram os laços mais fortes, diretos,
intensos e freqüentes. Estas são características dos subgrupos nos quais reciprocidade de
relações entre todos os seus membros.
Os referidos achados são congruentes com aqueles revelados também pelas análises
estruturais do G1, onde já haviam sido identificadas várias situações de posições não
simétricas do T1 – teletrabalhador 1 no seu grupo interno, em razão do direcionamento das
suas ligações predominantemente para atores externos.
4.1.3 – Análise Centrada em Egos - Grupo do Teletrabalhador 1 - (T1)
Este tipo de análise é de natureza micro-estrutural, uma vez que focaliza cada um dos
atores, ou egos, quanto à posição em que se encontram em relação às trocas e à comunicação
nas RSI. Ela permite identificar se e quais atores desempenham os papéis críticos de conector
central, corretor de informação e expansor de fronteiras, cujas descrições já foram feitas no
capítulo 2, item 2.2.
A partir de índices relativos a indicadores de centralidade, pode-se caracterizar os
conectores centrais e corretores de informação. Para achar os expansores de fronteiras os
índices utilizados são extraídos da contagem de blocos segmentados. Em todos os casos, os
cálculos são feitos pelo software UCINET.
Os itens que se seguem abordam os achados relativos aos atores das RSI. São analisados
cada um dos indicadores envolvidos na identificação dos papéis críticos acima citados.
4.1.3.1 – RSI de Amizade
a) Centralidades da RSI
As rotinas aplicadas sobre as matrizes de adjacência das RSI de amizade, em cada uma
das medidas, resultaram no apontamento dos índices de centralidade alcançados por todos os
atores, tanto do grupo interno, quanto os periféricos, ou fronteiriços. No entanto, o interesse
desta investigação está voltado apenas para os integrantes do grupo primário de cada
teletrabalhador e por isso esses são os dados apresentados nas tabelas 1 e 2 a seguir.
117
Tabela 1 - Centralidades da RSI de Amizade – T1
(Entrada, Saída e Proximidade)
Índices de Centralidade nas Três Medidas – Amizade - T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
Entrada
(Popularidade)
Saída
(Expansividade)
Proximidade
(Autonomia)
A
T
O
R
E
S
2ª.
AT1GI-1
7.000 6.000 6.000 7.000 9.000 4.000 1.852 1.818 1.613
AGI-2
5.000 4.000 4.000 14.000 13.000 15.000 1.851 1.817 1.612
AGI-3
7.000 6.000 6.000 15.000 15.000 15.000 1.852 1.818 1.613
AGI-4
5.000 4.000 4.000 7.000 7.000 7.000 1.851 1.817 1.612
AGI-5
4.000 3.000 - 7.000 7.000 - 1.850 1.817 -
AGI-6
4.000 4.000 3.000 9.000 11.000 10.000 1.850 1.817 1.611
AGI-7
4.000 5.000 3.000 7.000 0.000 6.000 1.850 1.851 1.611
AGI-8
5.000 5.000 3.000 8.000 7.000 10.000 1.850 1.818 1.610
Média
5.125 4.625 4.142 9.250 8.625 9.571 1.850 1.821 1.611
Tabela 2 - Centralidades da RSI de Amizade – T1
(Intermediação e Bonacich)
Índices de Centralidade nas Três Medidas – Amizade - T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
Intermediação
(Capacidade Interrupção)
Bonacich
(Prestígio)
A
T
O
R
E
S
AT1GI-1 33.333 35.750 14.500 0.353 0.355 0.348
AGI-2 50.833 26.583 67.000 0.371 0.366 0.368
AGI-3 97.333 64.583 105.000 0.391 0.391 0.438
AGI-4 12.250 0.333 17.500 0.306 0.309 0.293
AGI-5 7.500 0.000 - 0.306 0.309 -
AGI-6 14.250 26.500 35.000 0.315 0.340 0.359
AGI-7 0.250 0.000 14.000 0.306 0.228 0.318
AGI-8 35.250 21.250 37.000 0.330 0.330 0.292
Media
31.344 21.833 41.428 0,334 0.328 0.345
Para cada indicador foram calculadas as médias dos índices alcançados pelos atores do
núcleo de cada rede. Os atores que possuem valores acima das referidas médias estão
assinalados em azul.
Iniciando pela análise do grau da centralidade de entrada, o qual expressa a soma das
relações referidas a um ator por outros, observa-se que apesar da redução do índice em
comparação com a primeira medida, não houve alteração na posição do teletrabalhador
(AT1GI-1). Juntamente com o ator AGI-3, demonstra maior popularidade no grupo.
No que se refere à expansividade, expressa pelos valores da centralidade de saída, os
seus índices são oscilantes e refletem que é do teletrabalhador que menos partem as ligações
com os demais atores da rede de amizade. Vale lembrar que o grau de centralidade de saída é
a soma das relações que os atores dizem ter com os demais.
Quanto ao grau da centralidade de proximidade, que indica a capacidade do ator para
alcançar todos os nodos da rede, os índices obtidos pelo AT1GI-1 mostram que ele está entre
118
os atores que menos passos precisam dar para interagir com os outros e portanto podem fazer
contatos mais rapidamente.
Sendo a centralidade de intermediação a possibilidade que tem um nodo para
intermediar as comunicações entre pares de nodos, os índices alcançados por um ator neste
indicador traduzem o controle que ele exerce sobre as interações entre dois outros atores. Na
RSI de amizade em análise, os maiores índices da centralidade de intermediação são
apresentados pelos atores AGI-3 e AGI-2 em todas as medidas, sendo que o teletrabalhador,
na 3a medida revela-se num patamar muito abaixo da média do grupo. Esta é uma alteração
relevante, identificada após 1 ano da adoção do teletrabalho pelo referido ator.
Os índices de centralidade de Bonacich não apontam qualquer destaque relativo ao
teletrabalhador em nenhuma das medidas. Ele está entre os atores com índices superiores à
media do grupo, sendo o maior o índice do AGI-3, significando que além de ser prestigiado
no seu grupo, é quem mais se relaciona com pessoas que tem prestígio.
b) Medidas para identificação de papéis dos atores nas RSI de Amizade
- Conector central:
Os dados da tabela 3 abaixo apresentam os resultados dos indicadores de centralidade de
cada ator. Os autores dos estudos de análise de redes informais identificam o papel de
conector central com base nos índices de grau de centralidade, de centralidade de
intermediação e de centralidade de Bonacich.
Utilizando o UCINET, foi aplicado o parâmetro de simetrização pelos mínimos sobre a
matriz de adjacência de cada uma das medidas das redes de amizade. Em seguida, foram
acionadas as rotinas que executam os cálculos dos referidos indicadores.
A parametrização pelos mínimos é utilizada neste caso para que o foco da análise seja
centrada no núcleo da rede, como interessa a este estudo. Além disso, a caracterização do
papel em questão é mais forte na existência de relações recíprocas.
119
Tabela 3 – Identificação de Conectores Centrais – RSI Amizade – T1
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Amizade – T1
Índices de centralidade
( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
ATORES
Grau Interme-
diação
Bonacich GrauInterme-
diação
Bonacich GrauInterme-
diação
Bonacich
AT1GI-1 1.000 0.000 0.063 1.000 0.000 0.136 1.000 0.000 0.099
AGI-2 4.000 2.000
0.411 4.000
0.333
0.456 4.000 2.000 0.506
AGI-3 3.000
6.000
0.246
6.000 9.333 0.513 3.000 4.000 0.331
AGI-4
5.000 6.667 0.487 4.000
0.333
0.456 4.000 2.000 0.506
AGI-5
4.000 6.000 0.373 3.000
0.000
0.377
- - -
AGI-6
4.000
0.667
0.437 3.000
0.000
0.377 3.000
0.000
0.430
AGI-7
4.000
0.667
0.437
0.000 0.000 0.000
3.000
0.000
0.430
AGI-8 1.000 0.000 0.095 1.000 0.000 0.136 0.000 0.000 0.000
Média
3.250 2.750 0.318 2.750 1.249 0.306 2.571 1.142 0.328
Para ser identificado como um ator crítico no papel de conector central, considerou-se
como condição que os índices dos 3 indicadores estejam valorados acima da média do grupo,
sendo o valor do grau de Bonacich o que prevalece, para a classificação e ordenamento
decrescente da relevância dos atores no desempenho do referido papel (Silva, 2003).
Em cada medida, estão sombreadas em amarelo as linhas correspondentes aos atores que
preenchem os requisitos acima descritos.
Em nenhum dos casos o teletrabalhador foi identificado como conector central nas RSI
de amizade, não tendo sido evidenciada qualquer alteração na sua posição frente a este papel,
antes ou depois da mudança na sua condição de trabalho.
- Corretor de informação
A tabela 4, a seguir, mostra os índices obtidos por cada ator no indicador centralidade de
intermediação, que é específico para identificação dos corretores de informação, calculados
pelo UCINET sobre as matrizes de adjacência.
Neste caso não foi utilizado o parâmetro da simetrização, uma vez que a função de
intermediador torna-se relevante por possibilitar o contato entre partes não conectadas da
rede; perceber a atuação de cada ator nesse sentido, torna necessária a inclusão dos atores
periféricos. Os valores acima da média do grupo estão assinalados em azul e classificam os
respectivos atores como corretores de informação.
120
Tabela 4 –Identificação de Corretores de Informação – RSI Amizade – T1
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO
Centralidade de Intermediação - Amizade – T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
ATORES
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
AT1GI-1
33.333 35.750
14.500
AGI-2
50.833 26.583 67.000
AGI-3
97.333 64.583 105.000
AGI-4 12.250 0.333 17.500
AGI-5 7.500 0.000
-
AGI-6 14.250
26.500
35.000
AGI-7 0.250 0.000 14.000
AGI-8
35.250
21.250 37.000
Média
31.344 21.833 41.428
A melhor posição obtida pelo teletrabalhador está na medida, quando seu resultado
corresponde ao segundo lugar como corretor de informação do grupo, sendo o AGI-3 o ator
mais forte no referido papel, nos 3 momentos avaliados. O outro ator que sobressai-se em
segundo lugar nas e medidas é o AGI-2, chefe imediato do grupo. Conclui-se portanto
que a adoção do teletrabalho pelo ator AT1GI-1 não alterou sua posição no grupo em relação
ao papel de corretor de informação, no sentido que ele já não o exercia antes da mudança na
sua modalidade de trabalho. Porém de se ressaltar que as pontuações de todos os atores
aumentraram e apenas a dele diminui acentuadamente, apontando para uma perda
significativa na sua posição, que chegou a ser relevante na 2ª medida.
- Expansor de Fronteiras
Pontos de Corte e Blocos de Segmentação são os indicadores utilizados para a
identificação dos atores que desempenham o papel de expansor de fronteiras. Os pontos de
corte numa RSI são os atores que, se retirados do grupo, deixariam partes dele isoladas,
segmentadas, desconectadas do resto da rede. Como ressalta Silva (2003), correspondem
àqueles atores que se removidos da rede, suprimem blocos da mesma, tornando-a menor. Para
encontrá-los, é preciso simetrizar a matriz de adjacência pelos máximos; neste caso são
incluídos todos os tipos de atores. Se pelo menos um deles afirma a existência da relação, ela
é duplicada em ambos os sentidos. Assim, usando essa parametrização que abrange as
ligações com os atores fronteiriços da rede e acionando as rotinas específicas no UCINET,
obtém-se uma lista dos atores que são os pontos de corte na rede em análise. A mesma rotina
permite também identificar os atores que compõem os blocos de segmentação.
A classificação dos atores que executam o papel de expansores de fronteiras é obtida a
partir do cálculo da média aritmética da quantidade de blocos segmentados por cada um dos
atores identificados como pontos de corte e listados pelo software. Aqueles atores com
121
quantidade de blocos de segmentação acima da média tiveram suas quantidades destacadas
em azul. As Tabelas 5, 6 e 7 a seguir demonstram os índices obtidos por cada ator em cada
uma das medidas, nos indicadores acima descritos.
Tabela 5 Identificação de Expansores de Fronteira – RSI Amizade 1ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Amizade 1ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES
ATORES PONTOS DE
CORTE
BLOCOS
SEGMENTADOS POR
ATOR
ATORES C/ BLOCOS
> 3
AT1GI1
1 5 X
AGI2
1 5 X
AGI3
1 10 X
AGI4
0 - -
AGI5
0 - -
AGI6
1 2 -
AGI7
0 - -
AGI8
1 5 X
TOTAL
5 27 -
Media No de blocos segmentados / no.total de atores 27 / 8 = 3,37
Na última coluna à direita estão assinalados com um X as linhas correspondentes aos
atores que são expansores de fronteiras da RSI de amizade na 1a medida, sendo o mais crítico
o AGI-3 com 10 blocos segmentados, seguido de AT1GI-1, AGI-2 e AGI-8, iguais no
patamar de 5 blocos segmentados. O mesmo raciocínio aplica-se às medidas subsequentes,
cujos valores encontrados estão expostos nos dois próximos quadros.
Tabela 6 – Identificação de Expansores de Fronteira – RSI Amizade 2ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Amizade 2ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES
ATORES PONTOS DE
CORTE
BLOCOS
SEGMENTADOS POR
ATOR
ATORES C/ BLOCOS
= ou > 3
AT1GI1
1 6 X
AGI2
1 4 X
AGI3
1 4 X
AGI4
0 - -
AGI5
0 - -
AGI6
1 4 X
AGI7
0 - -
AGI8
1 3 X
TOTAL
5 21 -
MEDIA No de blocos segmentados / no.total de atores - 21 / 8 = 2,65
Na 2ª medida o teletrabalhador ocupa o papel de expansor de fronteiras, porém todos os
demais atores também superaram a média de blocos segmentados, não havendo neste caso, o
destaque de um ator crítico. Vale lembrar que a visualização gráfica das redes já havia
mostrado que o AT1GI-1 tinha mais conexões fora, do que dentro do seu grupo, porém na
última avaliação seus contatos externos diminuíram (ver Figura 10, no item 4.1.1.1), o que se
reflete nos dados mostrados na Tabela 7, abaixo.
122
Tabela 7–Identificação de Expansores de Fronteira – RSI Amizade 3ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Amizade 3ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES ATORES PONTOS DE
CORTE
BLOCOS
SEGMENTADOS POR
ATOR
ATORES C/ BLOCOS
>4
AT1GI1
1 3 -
AGI2
1 8 X
AGI3
1 10 X
AGI4
0 - -
AGI5
- - -
AGI6
1 2 -
AGI7
0 - -
AGI8
1 6 X
TOTAL
5 29 -
Media
No de blocos segmentados / no.total de atores - 29 / 7 = 4,14
Na 3ª medida da RSI de amizade o AGI-3 é o ator crítico no papel de expansor de
fronteiras, seguido do AGI-2 e AGI-8, com valores menores.
c) Atores que desempenham papéis críticos nas RSI de Amizade - Grupo 1
Para a visualização conjunta da posição dos atores frente aos três papeis analisados, nas
três medidas da rede de amizade, os achados expostos até aqui separadamente estão
sintetizados no Quadro 21 a seguir. Os dados permitem evidenciar a classificação de cada ator
do núcleo do Grupo 1 e a situação do membro que tornou-se teletrabalhador quanto ao
desempenho dos referidos papéis e assim confrontar estes resultados com as hipóteses
assumidas neste estudo.
Quadro 21 – Desempenho de papeis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T1
Tendo como foco investigar as alterações das RSI do teletrabalhador, a partir da
mudança da sua modalidade de trabalho, a análise dos dados acima permite afirmar que o
CONECTORES CENTRAIS
Ordem
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
1º.
AGI-4 AGI3 AGI-4
2º.
- -
AGI-2
3º.
- -
AGI-3
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
AGI-3 AGI-3 AGI-3 AGI3 AT1GI1 AGI3
AGI-2 AT1GI-1 AGI-2 AT1GI1 AGI2 AGI2
- - - AGI2 AGI3
-
- - - AGI8 AGI6
-
AGI-8 AGI-2 - - AGI8 AGI8
AT1GI-1 AGI-6
-
- -
-
123
referido ator não exercia antes, nem passou a exercer durante o projeto piloto, o papel de
conector central na rede de amizade.
Em relação ao papel de corretor de informação, o ator AT1GI-1 aparece na última
posição antes de iniciar o teletrabalho, aumentando para o segundo lugar na medida tomada
seis meses depois, posição esta não sustentada ao completar um ano teletrabalhando. A
evolução destes dados revela que o referido ator não pode ser caracterizado um corretor de
informação desta rede em nenhum dos momentos avaliados, pois mesmo sua melhor
colocação, ocorrida na medida, correspondia a uma pontuação muito distante do AGI-3
(ver Tabela 4), não obstante ter se registrado uma certa perda de posição, com base na
pontuação.
A situação relativa aos expansores de fronteiras revela que quando ainda trabalhava
presencialmente todos os dias, o AT1GI-1 atuava neste papel, porém sem ser o ator crítico e
tendo mais dois atores na mesma colocação que a sua. Na medida ocupava o papel como
ator crítico, mas também nesse caso, não seguiu mantendo a posição. Na medida final os
atores AGI-3 e AGI-2 reafirmaram-se como os mais relevantes expansores de fronteiras da
rede de amizade do grupo.
4.1.3.2 – RSI de Informação - Teletrabalhador 1
a) Centralidades da RSI
As rotinas aplicadas sobre as matrizes de adjacência das RSI de informação, em cada
uma das medidas, resultaram no apontamento dos índices de centralidade alcançados por
todos os atores, tanto do grupo interno, quanto os periféricos, ou fronteiriços. No entanto, o
interesse desta investigação está voltado principalmente para os integrantes do grupo primário
de cada teletrabalhador e por isso esses são os dados apresentados nas tabelas 8 e 9 abaixo.
Tabela 8 - Centralidades da RSI de Informação – T1 – Entrada, Saída e Proximidade
Índices de Centralidade nas Três Medidas – Informação - T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
Entrada
(Popularidade)
Saída
(Expansividade)
Proximidade
(Autonomia)
A
T
O
R
E
S
3ª 1ª 3ª 2ª
IT1GI-1 5.000 3.000 3.000 4.000 5.000 3.000 3.327 4.180 1.665
IGI-2 7.000 6.000 6.000 7.000 5.000 8.000 3.333 4.545 1.667
IGI-3 3.000 3.000 4.000 15.000 15.000 15.000 3.321 4.000 1.666
IGI-4 5.000 6.000 5.000 5.000 4.000 5.000 3.327 4.545 1.666
IGI-5 2.000 2.000 - 7.000 7.000 - 2.857 3.994 -
IGI-6 1.000 2.000 1.000 6.000 6.000 7.000 2.855 3.994 1.562
IGI-7 1.000 3.000 2.000 5.000 7.000 6.000 2.855 4.160 1.563
IGI-8 1.000 2.000 2.000 11.000 7.000 10.000 2.936 3.994 1.563
Média
3.125 3.125 3.285 7.500 7.000 7.714 3.101 4.174 1.621
124
Tabela 9
-
Centralidades da RSI de Informação – T1- Intermediação e Bonacich
Índices de Centralidade nas Três Medidas – Informação - T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
Intermediação
(Capacidade Interrupção)
Bonacich
(Prestígio)
A
T
O
R
E
S
IT1GI-1
9.202 13.500 7.500 0.362 0.324 0.257
IGI-2
72.679 21.500 58.000 0.373 0.391 0.399
IGI-3
78.202 32.000 72.500 0.402 0.428 0.449
IGI-4
14.036 12.500 20.000 0.353 0.364 0.329
IGI-5
28.321 1.500 - 0.335 0.349 -
IGI-6
0.583 4.000 2.000 0.302 0.285 0.334
IGI-7
5.000 0.000 3.000 0.124 0.164 0.327
IGI-8
19.976 6.000 12.000 0.266 0.301 0.335
Média
28.427 11.375 25.000 0.314 0,325 0,347
Para cada indicador foram calculadas as médias dos índices alcançados pelos atores do
núcleo de cada rede. Os atores que possuem valores acima das referidas médias estão
assinalados em azul.
Iniciando pela análise da centralidade de entrada, observa-se que houve redução do
índice de popularidade do teletrabalhador (IT1GI-1) em relação à medida. Nos três
momentos avaliados, o ator IGI-2, chefe imediato do grupo, liderou a pontuação nesse
quesito. No que se refere à expansividade, expressa pelos valores da centralidade de saída,
os índices do teletrabalhador são oscilantes e refletem que dele partem poucas ligações em
direção aos demais atores da rede de informação.
Quanto ao grau da centralidade de proximidade, os índices obtidos pelo IT1GI-1 estão
entre os maiores. È mostrado que o teletrabalhador está no grupo de atores que menos passos
precisam dar para interagir com os outros e portanto podem fazer contatos mais rapidamente.
Os maiores índices de centralidade de intermediação, os quais traduzem o controle
exercido por um ator sobre as interações entre dois outros atores, são apresentados pelos
atores AGI-3 e AGI-2 em todas as medidas. O teletrabalhador, na medida tem seu índice
muito abaixo da média do grupo. Esta é uma alteração relevante, identificada após 1 ano da
adoção do teletrabalho pelo referido ator.
Os índices de centralidade de Bonacich não apontam qualquer destaque relativo ao
teletrabalhador em nenhuma das medidas, com perda progressiva dos seus índices, situando-a
abaixo da média do grupo na medida final. O ator com maior índice é o AGI-3, significando
que além de ser prestigiada no seu grupo, é quem mais se relaciona com pessoas que tem
prestígio.
125
b) Medidas para identificação de papéis dos atores nas RSI de Informação
- Conector Central
Os dados da Tabela 10 abaixo apresentam os resultados dos indicadores de centralidade
de cada ator, relacionados pelos autores dos estudos de análise de redes informais ao papel de
conector central, quais sejam, o grau de centralidade, a centralidade de intermediação e a
centralidade de Bonacich.
Os procedimentos no UCINET para simetrização pelos mínimos sobre a matriz de
adjacência da RSI de Informação, nas três medidas e as rotinas aplicadas para obtenção dos
valores dos indicadores para cada ator, foram iguais aos utilizados quando da análise das RSI
de Amizade, explicados anteriormente (item 4.1.3.1 - b).
Tabela 10 –Identificação de Conectores Centrais – RSI de Informação – T1
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Informação – T1
Índices de centralidade
( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
ATORES
Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich
IT1GI-1 1.000 0.000
0.408
0.000 0.000
0.000
1.000 0.000 0.000
IGI-2
3.000 3.000 0.707
1.000 0.000
0.000 4.000 1.000 0.707
IGI-3 1.000 0.000
0.408 3.000 2.000
-0.612
3.000
0.000
0.500
IGI-4 1.000 0.000
0.408
1.000 0.000
0.000 4.000
0.000
0.500
IGI-5
2.000 1.000
0.000
2.000
0.000 -0.523 - -
-
IGI-6 1.000 0.000 0.000 1.000 0.000 -0.282
3.000
0.000 0.000
IGI-7 1.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 3.000 1.000
0.000
IGI-8
0.000 0.000 0.000
2.000
0.000 -0.523 0.000 0.000 0.000
Média 1.250 500 0.241 1.250 0.250 0.242 2.271 285 0.243
Para ser identificado como um ator crítico no papel de conector central, é preciso que os
índices dos 3 indicadores estejam valorados acima da média do grupo, sendo o valor do grau
de Bonacich o que prevalece. Ele é usado para a classificação e ordenamento decrescente da
relevância dos atores no desempenho do referido papel.
Em cada medida, estão sombreadas em amarelo as linhas correspondentes aos atores que
preenchem os requisitos acima descritos.
Na e medidas o AGI-2, ator que é o chefe do grupo, aparece como conector
central, o que é significativo em se tratando da RSI de informação. Na medida nenhum ator
caracterizou-se no papel.
Em nenhum dos casos o teletrabalhador foi identificado como conector central nas RSI
de informação, não tendo sido evidenciada alteração significativa na sua posição frente a este
papel. Isso foi observados mesmo antes ou depois da mudança na sua condição de trabalho,
126
embora o índice de Bonacich, que expressa o prestígio no grupo, tenha iniciado num patamar
acima da média caindo em seguida para zero nas medidas subseqüentes.
- Corretor de Informação
A Tabela 11 a seguir demonstra os índices obtidos por cada ator no indicador
centralidade de intermediação, que é específico para identificação dos corretores de
informação, calculados pelo UCINET sobre as matrizes de adjacência, sem simetrização.
Os procedimentos nas três medidas e as rotinas aplicadas para obtenção dos valores dos
indicadores, para cada ator, foram iguais aos utilizados quando da análise das RSI de
Amizade, explicados anteriormente (item 4.1.3.1 - b).
Tabela 11–Identificação de Corretores de Informação – RSI de Informação – T1
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO
Centralidade de Intermediação - Informação – T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
ATORES
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
IT1GI-1
9.202 13.500 7.500
IGI-2
72.679 21.500 58.000
IGI-3
78.202 32.000 72.500
IGI-4
14.036 12.500 20.000
IGI-5
28.321
1.500
-
IGI-6
0.583
4.000
2.000
IGI-7
5.000
0.000
3.000
IGI-8
19.976
6.000
12.000
Média
28.427 11.375 25.000
A melhor posição obtida pelo teletrabalhador está na medida, quando seu resultado
corresponde ao terceiro lugar como corretor de informação do grupo, sendo o IGI-3 o ator
mais forte no referido papel, nos 3 momentos avaliados. O outro ator que sobressai-se em
segundo lugar nas três medidas é o IGI-2, chefe imediato do grupo. Evidencia-se, portanto,
que a adoção do teletrabalho pelo ator IT1GI-1 não alterou sua posição no grupo em relação
ao papel de corretor de informação, o qual ele já não exercia antes da mudança na sua
modalidade de trabalho, embora apresente o menor índice e abaixo da média do grupo, na
medida final.
- Expansor de Fronteiras
Pontos de Corte e Blocos de Segmentação são os indicadores utilizados para a
identificação dos atores que desempenham o papel de expansor de fronteiras. Os pontos de
corte numa RSI são os atores que se retirados do grupo, deixariam partes dele isoladas,
segmentadas, desconectadas do resto da rede.
127
Os procedimentos nas três medidas e as rotinas aplicadas para obtenção dos valores dos
indicadores para cada ator, assim como para classificação dos atores que executam o papel de
expansor de fronteiras, foram iguais aos utilizados quando da análise das RSI de Amizade e
de Informação, explicados anteriormente (item 4.1.3.1 - b).
As Tabelas 12, 13 e 14 a seguir mostram os índices obtidos por cada ator em cada uma
das medidas, nos indicadores acima citados.
Tabela 12–Identificação de Expansores de Fronteira – RSI de Informação 1ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Informação 1ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES
ATORES PONTOS DE
CORTE
BLOCOS POR
ATOR
ATORES C/
BLOCOS > 3
IT1GI1
1 2 -
IGI2
1 3 -
IGI3
1 11 X
IGI4
1 1 -
IGI5
0 - -
IGI6
0 - -
IGI7
1 2 -
IGI8
1 6 X
TOTAL
6 25
Media No de blocos segmentados / no.total de atores 25/8 = 3,12
Na última coluna à direita estão assinalados com um X as linhas correspondentes aos
atores que são expansores de fronteiras da RSI de informação na 1a medida, sendo o mais
crítico o AGI-3 com 11 blocos segmentados, seguido de AGI-8, com 6 blocos segmentados.
Tabela 13 –Identificação de Expansores de Fronteira – RSI de Informação 2ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Informação 2ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES
ATORES PONTOS
DE CORTE
BLOCOS
SEGMENTADOS POR
ATOR
ATORES C/
BLOCOS > 2
IT1GI1
1 4 X
IGI2
1 2 -
IGI3
1 7 X
IGI4
1 1 -
IGI5
0 - -
IGI6
1 1 -
IGI7
0 - -
IGI8
1 2 -
TOTAL
6 17
MEDIA No de blocos segmentados / no.total de atores 17/8 = 2,12
Na 2ª medida o ator crítico no papel de expansor de fronteiras continua sendo o IGI-3,
ao passo que teletrabalhador ocupa o segundo lugar.
128
Tabela 14 –Identificação de Expansores de Fronteira – RSI de Informação 3ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Informação 3ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES
ATORES PONTOS DE
CORTE
BLOCOS
SEGMENTADOS
POR ATOR
ATORES C/
BLOCOS > 3
IT1GI1
1 2 -
IGI2
1 3 -
IGI3
1 11 X
IGI4
1 3 -
IGI5
0 1 -
IGI6
1 1 -
IGI7
0 - -
IGI8
1 5 X
TOTAL
6 26
Média No de blocos segmentados / no.total de atores 26 / 7 = 3,71
Na 3ª medida da RSI de informação o IGI-3 mantém-se como o ator crítico no papel de
expansor de fronteiras, seguido do IGI-8, num patamar mais distante. Como na RSI de
amizade, aqui também o teletrabalhador perdeu posição na 3ª medida.
c) Atores que desempenham papéis críticos nas RSI de Informação - Grupo 1
Para a visualização conjunta da posição dos atores frente aos três papeis analisados, nas
três medidas da rede de informação, os achados expostos até aqui separadamente estão
sintetizados no quadro 22, a seguir. Estes quadros permitem evidenciar a classificação de cada
ator do núcleo do Grupo 1 e a situação do membro que tornou-se teletrabalhador quanto ao
desempenho dos referidos papéis e assim confrontar estes resultados com as hipóteses
assumidas neste estudo.
Quadro 22 – Desempenho de papeis na RSI de Informação nos 3 momentos – T1
Tendo como foco investigar as alterações das RSI do teletrabalhador, a partir da
mudança da sua modalidade de trabalho, a análise dos dados acima permite afirmar que o
referido ator não exercia antes, nem passou a exercer durante o projeto piloto, o papel de
conector central na rede de informação.
CONECTORES CENTRAIS
ORDEM
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
IGI-2 - IGI-2
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
IGI-3 IGI-3 IGI-3 IGI-3 IGI-3 IGI-3
IGI-2 IGI-2 IGI-2 IGI-8 IT1GI1 IGI-8
IGI-5 IT1GI-1
-
-
-
-
- IGI-4
-
.
- -
-
129
Em relação ao papel de corretor de informação, o ator IT1GI-1 aparece apenas em
terceiro lugar na medida tomada seis meses após o inicio do projeto piloto, posição esta não
sustentada na medida, ao completar um ano teletrabalhando. A evolução destes dados
revela que o referido ator não pode ser caracterizado um corretor de informação desta rede,
em nenhum dos momentos avaliados, pois mesmo sua melhor colocação, ocorrida na 2ª
medida, correspondia a uma pontuação muito distante do IGI-3 e do IGI-2 (ver Tabela 11).
A situação relativa aos expansores de fronteiras revela que quando ainda trabalhava
presencialmente todos os dias, o IT1GI-1 não atuava neste papel e somente na medida
aparece na 2ª posição, sem mostrar-se, no entanto, como um ator crítico na posição.
Na medida final, os atores IGI-3 e IGI-8 reafirmaram-se como os mais relevantes
expansores de fronteiras da rede de informação do grupo.
4.1.3.3 – RSI de Confiança - Teletrabalhador 1
a) Centralidades da RSI
As rotinas aplicadas sobre as matrizes de adjacência das RSI de confiança, em cada uma
das medidas, resultaram no apontamento dos índices de centralidade alcançados por todos os
atores, tanto do grupo interno, quanto os periféricos, ou fronteiriços. No entanto, o interesse
desta investigação está voltado principalmente para os integrantes do grupo primário de cada
teletrabalhador e por isso esses são os dados apresentados nas Tabelas 15 e 16 abaixo.
Tabela 15 - Centralidades da RSI de Confiança – T1- Entrada, Saída e Proximidade
Índices de Centralidade nas Três Medidas – Confiança - T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
Entrada
(Popularidade)
Saída
(Expansividade)
Proximidade
(Autonomia)
A
T
O
R
E
S
2ª
CT1GI-1 6.000 4.000 5.000 4.000 2.000 4.000 4.754 6.213 1.754
CGI-2 5.000 4.000 6.000 7.000 5.000 11.000 4.745 6.213 1.754
CGI-3 7.000 6.000 4.000 15.000 15.000 15.000 4.762 6.250 1.753
CGI-4 5.000 5.000 5.000 4.000 4.000 3.000 4.745 6.231 1.754
CGI-5 4.000 2.000 - 7.000 7.000 - 4.720 6.176 -
CGI-6 2.000 3.000 3.000 7.000 6.000 7.000 4.679 6.195 1.752
CGI-7 2.000 4.000 2.000 7.000 0.000 6.000 4.679 6.604 1.750
CGI-8 2.000 2.000 2.000 6.000 8.000 9.000 4.696 6.176 1.750
Média 4.125 3.750 3.857 7.125 5.875 7.857 4.722 6.257 1.752
130
Tabela 16 - Centralidades da RSI de Confiança – T1- Intermediação e Bonacich
Índices de Centralidade nas Três Medidas – Confiança - T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
Intermediação
(Capacidade Interrupção)
Bonacich
(Prestígio)
A
T
O
R
E
S
3ª 1ª
CT1GI-1 10.833 0.833 14.000 0.351 0.269 0.322
CGI-2 25.833 13.500 62.500 0.343 0.270 0.318
CGI-3 97.833 71.333 85.250 0.452 0.463 0.470
CGI-4 10.500 3.500 2.750 0.309 0.329 0.334
CGI-5 36.500 3.500 - 0.333 0.362 -
CGI-6 2.500 13.000 28.750 0.333 0.340 0.342
CGI-7 3.000 0.000 1.750 0.318 0.243 0.334
CGI-8 31.000 12.333 19.000 0.189 0.365 0.326
Média 27.249 14.645 30.571 0.328 0.330 0.349
Para cada indicador foram calculadas as médias dos índices alcançados pelos atores do
núcleo de cada rede. Os atores que possuem valores acima das referidas médias estão
assinalados em azul. Os destaques em amarelo mostram os atores com maior valor.
Iniciando pela análise da centralidade de entrada, observa-se que houve oscilação do
índice de popularidade do teletrabalhador (CT1GI-1). Nas duas primeiras medidas o ator
AGI-3 liderou a pontuação nesse quesito; na medida foi o ator AGI-2, chefe imediato do
grupo, quem apresentou o maior valor. No que se refere à expansividade, expressa pelos
graus da centralidade de saída, os índices do teletrabalhador também são oscilantes e refletem
que ele busca poucas ligações com os demais atores da rede de confiança.
Quanto à centralidade de proximidade, nas 1ª e medidas o AT1GI-1 mostra-se entre
os atores que estão mais perto dos outros e portanto podem fazer contatos mais rapidamente.
Os maiores índices de centralidade de intermediação, os quais traduzem o controle
exercido por um ator sobre as interações entre dois outros atores, são apresentados pelo ator
AGI-3 em todas as medidas. O AT1GI-1 apresenta todos os seus índices neste indicador
muito abaixo da média do grupo, sendo que a redução verificada na medida, portanto seis
meses após a adoção do teletrabalho pelo referido ator, é muito significativa. Na avaliação
após um ano de teletrabalho, aumento do valor do indicador, ultrapassando inclusive o
patamar inicial, porém distante do obtido pelos atores mais bem posicionados.
Nos índices de centralidade de Bonacich, da mesma forma que nos demais indicadores,
o ator AT1GI-1 apresenta queda na medida e aumento na , no entanto, não voltaram ao
patamar da medida após um ano. É como se a saída do ator para o teletrabalho trouxesse
algum impacto inicial nas suas ligações de confiança, seguindo-se depois um período gradual
de reacomodação das relações. O ator com maior índice é o AGI-3, significando que além de
ser prestigiada no seu grupo, é quem mais se relaciona com pessoas que tem prestígio.
131
b) Medidas para identificação de papéis dos atores nas RSI de Confiança
- Conector Central
Os dados da Tabela 17 abaixo apresentam os resultados dos indicadores de centralidade
de cada ator, relacionados pelos autores dos estudos de análise de redes informais ao papel de
conector central, quais sejam, o grau de centralidade, a centralidade de intermediação e a
centralidade de Bonacich.
Os procedimentos no UCINET para simetrização pelos mínimos sobre a matriz de
adjacência da RSI de Confiança, nas três medidas e as rotinas aplicadas para obtenção dos
valores dos indicadores para cada ator, foram iguais aos utilizados quando da análise das RSI
de Amizade e de Informação, explicados anteriormente (item 4.1.3.1 - b).
Tabela 17 - Identificação de Conectores Centrais – RSI de Confiança – T1
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Confiança – T1
Índices de centralidade
( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
ATORES
Grau Interme
- diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich
CT1GI-1
1.000 0.000 0.128 1.000 0.000 0.211 1.000 0.000 0.172
CGI-2
3.000 3.000 0.467 2.000 0.000 0.367 3.000 9.000 0.506
CGI-3
3.000 5.000 0.368 6.000 12.500 0.621 3.000 5.000 0.426
CGI-4
3.000 3.000 0.467 3.000 0.500 0.460 2.000 0.000 0.376
CGI-5
4.000 8.000 0.513 2.000 0.000 0.367 - - -
CGI-6
2.000 0.000 0.272 1.000 0.000 0.211 3.000 8.000 0.451
CGI-7
2.000 0.000 0.272 0.000 0.000 0.000 2.000 0.000 0.306
CGI-8
0.000 0.000 -0.000 1.000 0.000 0.211 2.000 0.000 0.306
Média 2.250 2.375 0.310 2.000 1.625 0.306 2.285 3.142 0.363
Embora na medida desta RSI os quatro atores com valores assinalados em azul
preencham os requisitos que os credenciam à classificação como conectores centrais, é o
AGI-5 que destaca-se criticamente neste papel. Como pode ser constatado, também por meio
dos cliques encontrados por meio da análise relacional (item 4.1.2.3), na rede de confiança
este grupo mostrou-se mais conectado dentro do seu núcleo, com maior incidência de citações
mútuas. Isto é esperado num tipo de relação em que a proximidade é fator importante para o
estabelecimento e fortalecimento de laços, favorecendo a partir daí o sentimento de segurança
para o compartilhamento de riscos e de questões mais íntimas, nos planos pessoal e
profissional.
Na medida destaca-se apenas o ator AGI-3 como conector central e na medida,
quando o ator AGI-5 não mais fazia parte do grupo, surge no papel o AGI-6. Mantém-se o
AGI-3, porém o ator crítico nesse momento é o AGI-2, chefe imediato da equipe.
132
Como pode ser observado, em nenhum dos momentos avaliados o teletrabalhador
aparece como conector central da RSI de confiança, basicamente porque ele não citou os
colegas; no entanto, os gráficos da análise estrutural mostram que ele foi tão citado quanto
outros atores apontados no quadro acima, que se sobressaíram no desempenho do papel.
Como o parâmetro da simetrização pelos mínimos suprime as relações assimétricas, ou não
recíprocas, essa desigualdade entre procurar e ser procurado não fica evidente e obscurece as
diferenças nas ligações.
Tendo em vista que as presentes análises quanto a desempenho de papéis nas RSI
referem-se apenas a ligações simétricas, onde não é preservada a distinção entre ser a fonte e
o objeto da relação Burt (1982, apud Ibarra, 1993) , torna-se oportuno, então, ponderar uma
argumentação de Krackhardt (1990) e Marsden (1990, apud Ibarra, 1993). Segundo estes
autores muitos relacionamentos, particularmente aqueles em que aconselhamento e influência
são centrais, não são inerentemente simétricos; mesmo relacionamentos íntimos podem ser
assimétricos, uma vez que a concepção de proximidade varia entre as pessoas.
Nesse sentido, buscou-se comparar os dados de centralidade do teletrabalhador nos dois
tipos de foco sobre a matriz de adjacência da rede (sem simetrização, incluindo todos os
atores e com simetrização pelos mínimos, abrangendo somente o núcleo do grupo).
Verificou-se que em ambas as situações, os valores obtidos pelo teletrabalhador nos
indicadores relacionados à posição de conector central, não configuraram, o desempenho
deste papel pelo ator em nenhuma das medidas da RSI de confiança, apesar de destacar-se
como um membro popular, por meios dos índices de centralidade de entrada mostrados na
tabela 15.
- Corretor de Informação
A Tabela 18 a seguir demonstra os índices obtidos por cada ator no indicador
centralidade de intermediação, que é específico para identificação dos corretores de
informação, calculados pelo UCINET sobre a matriz de adjacência, das 3 medidas. Os
procedimentos nas três medidas e as rotinas aplicadas para obtenção dos valores dos
indicadores para cada ator, foram iguais aos utilizados quando da análise das RSI de Amizade
e de Informação, explicados anteriormente (item 4.1.3.1 - b).
133
Tabela 18 –Identificação de Corretores de Informação – RSI de Confiança – T1
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO
Centralidade de Intermediação - Confiança – T1
Matriz de Adjacência não simetrizada
ATORES
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
IT1GI-1
10.833 0.833 14.000
IGI-2
25.833 13.500
62.500
IGI-3
97.833 71.333 85.250
IGI-4
10.500 3.500 2.750
IGI-5
36.500
3.500 -
IGI-6
2.500 13.000
28.750
IGI-7
3.000 0.000 1.750
IGI-8
31.000
12.333 19.000
Média
27.249 14.645
Em nenhuma das medidas da RSI de confiança o teletrabalhador evidencia atuar como
corretor de informação do grupo, sendo o IGI-3 o ator mais forte no referido papel, nos 3
momentos avaliados. O outro ator que sobressai-se em segundo lugar nas 2ª e 3ª medidas é o
IGI-2, chefe imediato do grupo. Evidencia-se, portanto, que a adoção do teletrabalho pelo ator
IT1GI-1 não alterou sua posição no grupo em relação ao papel de corretor de informação, o
qual ele já não exercia antes da mudança na sua modalidade de trabalho.
- Expansor de Fronteiras
Os procedimentos foram iguais aos utilizados quando da análise das RSI de Amizade e
de Informação, explicados anteriormente (ver item 4.1.3.1 - b).
As Tabelas 19, 20 e 21, a seguir demonstram os índices obtidos por cada ator em cada
uma das medidas, nos indicadores acima citados.
Tabela 19 –Identificação de Expansores de Fronteira – RSI de Confiança 1ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Confiança 1ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES
ATORES PONTOS
DE CORTE
BLOCOS
SEGMENTADOS POR
ATOR
ATORES C/
BLOCOS > 3
CT1GI1
1 2 -
CGI2
1 2 -
CGI3
1 10 X
CGI4
0 - -
CGI5
0 - -
CGI6
0 - -
CGI7
0 - -
CGI8
1 4 X
TOTAL
4 18
Media
No de blocos segmentados / no.total de atores 18 / 8 = 2,25
Na última coluna à direita estão assinalados com um X as linhas correspondentes aos
atores que são expansores de fronteiras da RSI de confiança, na medida, sendo o mais
134
crítico o CGI-3 com 10 blocos segmentados, seguido de CGI-8, com 4 blocos segmentados. O
mesmo raciocínio aplica-se às medidas subsequentes, cujos valores encontrados estão
expostos nas duas próximas tabelas.
O CT1GI-1 apresenta-se como um dos pontos de corte do grupo, significando que dele
depende o contato com um membro periférico.
Tabela 20 –Identificação de Expansores de Fronteira – RSI de Confiança 2ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Confiança 2ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES
ATORES PONTOS
DE CORTE
BLOCOS
SEGMENTADOS POR
ATOR
ATORES C/
BLOCOS = ou > 2
CT1GI1
0 1 -
CGI2
1 2 X
CGI3
1 6 X
CGI4
0 - -
CGI5
0 - -
CGI6
1 2 X
CGI7
0 - -
CGI8
1 2 X
TOTAL
4 13
Média No de blocos segmentados / no.total de atores 13 / 8 = 1,62
Na medida o ator crítico no papel de expansor de fronteiras continua sendo o AGI-3,
ao passo que teletrabalhador , nessa medida realizada após seis meses de inicio do projeto
piloto, não representa um ator ponto de corte, ou seja, um ator do qual se dependa para
acessar partes isoladas da rede, ou que ele atue como contato com outras redes ou outras
áreas da organização.
Tabela 21 –Identificação de Expansores de Fronteira – RSI de Confiança 3ª – T1
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS – Confiança 3ª – T1
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES
ATORES PONTOS DE
CORTE
BLOCOS POR ATOR ATORES C/
BLOCOS = ou > 3
CT1GI1
1 3 -
CGI2
1 6 X
CGI3
1 10 X
CGI4
0 - -
CGI5
0 - -
CGI6
1 1 -
CGI7
0 - -
CGI8
1 3 -
TOTAL
5 23
Média No de blocos segmentados / no.total de atores 23 / 7 = 3,28
Na medida o CGI-3 mantém-se como ator crítico no papel de expansor de fronteiras,
seguido do CGI-2, chefe imediato da equipe objeto desta análise. Portanto, um ano após ter
iniciado o teletrabalho, não foram identificadas alterações quanto ao exercício do papel de
expansor de fronteiras, pelo ator CT1GI-1
135
c) Atores que desempenham papéis críticos nas RSI de Confiança Grupo T1
Para a visualização conjunta da posição dos atores frente aos três papéis analisados, nas
três medidas da rede de confiança, os achados expostos até aqui separadamente estão
sintetizados no Quadro 23, a seguir, os quais permitem evidenciar a classificação de cada ator
do núcleo do Grupo 1 e a situação do membro que tornou-se teletrabalhador quanto ao
desempenho dos referidos papéis e assim confrontar estes resultados com as hipóteses
assumidas neste estudo.
Quadro 23 – Desempenho de Papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T1
Concluindo a investigação sobre as alterações das RSI do teletrabalhador T1, a partir da
mudança da sua modalidade de trabalho, a análise dos dados acima permite afirmar que o
referido ator não exercia antes, nem passou a exercer durante o projeto piloto, o papel de
conector central na rede de confiança.
Em relação ao papel de corretor de informação, o ator CT1GI-1 também não aparece em
qualquer classificação, estando na posição de liderança sempre o ator CGI-3.
A situação relativa aos expansores de fronteiras revela que quando ainda trabalhava
presencialmente todos os dias, o CT1GI-1 não atuava neste papel e os atores CGI-3 e CGI-
2 reafirmaram-se como os mais relevantes expansores de fronteiras da rede de confiança do
grupo.
CONECTORES CENTRAIS
Ordem
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
CGI5 CGI-3 CGI-2
2ª. CGI4 - CGI-6
2ª. CGI2 - -
3º. CGI3 - CGI-3
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
CGI-3 CGI-3 CGI-3 CGI-3 CGI-3 CGI-3
CGI-5 - CGI-2 CGI-8 CGI-2 CGI-2
- -
-
- CGI-6 -
CGI-8 - CGI-6
- CGI-8 -
136
4.2 -
ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS ( RSI ) DO GRUPO DO
TELETRABALHADOR 3 ( T 3 )
Conforme justificado no início deste capítulo, os dados dos teletrabalhadores T3, T6,
T8, T10, T12 e T15 estão apresentados em formatos sintetizados; a exceção é o conjunto dos
dados relativos às características estruturais das redes, para que se tenha uma visão global
das mesmas. As representações gráficas dos dados estruturais das RSI podem ser vistas nos
apêndices e demonstram apenas as ligações do seu núcleo primário, por serem
correspondentes aos atores focalizados neste estudo. Na análise relacional estão expostos
somente os cliques, por constituírem o principal indicador de coesão entre os atores da rede.
Na análise centrada em egos são descritos os resultados, analisados a partir dos índices
calculados para a identificação dos atores no desempenho dos papéis críticos de conector
central, corretor de informações e expansor de fronteiras. No entanto, as tabelas com os
dados que geraram, diretamente, a caracterização dos referidos papéis estão evidenciados
nos apêndices.
4.2.1 – Análise Estrutural
A abordagem estrutural analisa os valores relativos às características das redes como
um todo, tais como, o tamanho, que traduz a quantidade de relações concretamente
existentes na rede; a densidade, que fornece uma visão do quanto a potencialidade de
relações de uma rede é efetivamente aproveitada pelos seus atores; e a distância geodésica,
que indica o caminho mais curto que um ator precisa percorrer, para chegar a outro. O
Quadro 24 apresenta os valores estruturais, referentes aos três tipos de redes sociais
informais do grupo do teletrabalhador 3 (T3), nas três medidas realizadas.
Quadro 24 - Estrutura das redes sociais informais do grupo 3
ESTRUTURA DAS RSI DO GRUPO 1 - Matriz de adjacência
RSI DE AMIZADE RSI DE INFORMAÇÃO RSI DE CONFIANÇA
Medidas Medidas Medidas
INDICADORES
1a 2a 3a 1a 2a 3a 1a 2a 3a
NO. DE PESSOAS
NA REDE
48 41 42 34 35 35 25 23 26
TAMANHO
(relações efetivas ) 57 87 67 36 44 45 29 34 38
RELAÇÕES
POTENCIAIS ou
POSSÍVEIS
2256 7482 1722 1122 1190 1190 600 506 650
DENSIDADE
(relações efetivas/
relações possíveis)
0.0252 0.0116 0.0389 0.0320 0.0369 0.0378 0.0483 0.0671 0.0584
DISTANCIA
GEODÉSICA
( acessibilidade)
2.082 2.225 1.976 1.703 1.667 1.853 1.760 1.840 1.697
137
O Grupo 3 configurou-se composto de seis membros na primeira medida e de sete nas
outras duas, incluindo o teletrabalhador, seus colegas e chefia imediata. O quadro 24 mostra
que o quantitativo de pessoas das RSI de amizade é maior que nas RSI de informação e de
confiança, o que foi constatado também nos achados de Kuipers (1999), Silva (2003) e
Santos (2004), tendo em vista que o conceito de amizade é mais amplo e mais inclusivo que
os outros dois. Quanto à densidade o Grupo 3 apresenta baixa utilização do potencial de
ligações das redes, cujos índices variam de 2 a 6%, tendo este último valor ocorrido apenas
uma vez, na 2a medida da rede de confiança.
É importante lembrar que as pessoas citadas pelos membros do Grupo 3, portanto
atores fronteiriços, não foram solicitadas a explicitar suas escolhas; eventuais relações
recíprocas decorrentes de tais indicações aumentariam a densidade da rede.
Por outro lado, a análise das distâncias geodésicas médias indicam que qualquer dos
atores necessita de 2 contatos para estabelecer relação com outro ator das respectivas RSI, o
que permite caracterizá-las como fortemente conectadas. Observa-se ainda, o aumento do
número de relações efetivas envolvidas nas redes amizade e de informação na coleta de
dados, ocasião em que o membro GI4 deixou o grupo, mas outras duas pessoas entraram
GI7A e GI8-A e responderam o questionário.
4.2.1.1- Análise qualitativa de reciprocidades
Para cada tipo de RSI são analisadas somente as relações simetrizadas pelos mínimos
que focalizam apenas as relações recíprocas e portanto, os laços mais fortes, entre os
membros do núcleo dos grupos, que são as unidades de análise deste estudo. As figuras
com a visualização das ligações estão apresentadas no Apêndice 1 (página 209).
A) RSI de Amizade –T3
Na 1ª medida (Figura 24) as relações de amizade entre os membros do núcleo da rede,
revelaram duas díades, das quais não fazem parte os atores AGI-4 e AGI-6. Fica evidente
ainda que a reciprocidade das relações de companheirismo entre o teletrabalhador e seu
grupo interno era baixa mesmo antes de mudar sua condição de trabalho, tendo laços mais
fortes apenas com o AGI-5, seu chefe imediato.
Na 2ª medida, seis meses após o início do teletrabalho (Figura 25), o ator AGI-4 havia
saído do grupo e dois novos atores haviam chegado o AGI-7A e o AGI-8A. As
138
características estruturais da rede de amizade, com o foco no seu cleo, permitem perceber
a conectividade mais intensa e a reciprocidade nos laços entre 3 atores que formam um
subgrupo ou clique (AT3GI-1, AGI-2 e AGI-3), além de conexões simétricas entre outros
pares de colegas, incluindo os dois novos.
Mais um dado distinto da medida inicial é que o AGI-5, chefe imediato do grupo, não
mais apontou o teletrabalhador como uma das suas fontes de informação, o qual, por sua
vez, fortaleceu suas relações com atores diferentes, o AGI-3 e o AGI-2. Sendo este último
o ator que demonstra mais centralidade, por sua intermediação pode ocorrer a conexão entre
o AT3GI-1 e os demais atores.
Após um ano de teletrabalho, quando foi aferida a (Figura 26) medida, as relações
simétricas da RSI de amizade explicitam o enfraquecimento de ligações recíprocas entre os
atores do núcleo da rede e consequentemente redução da sua coesão. Além disso, não se
identifica centralidade de nenhum dos atores, que se apresentam em dois subgrupos, um
deles formado apenas pelos dois atores que entraram mais recentemente no grupo, o AGI-
7A e o AGI-8A. Observa-se ainda que o AGI-5, chefe imediato do grupo, retoma a
intensidade da sua ligação de amizade com o teletrabalhador.
B) RSI de Informação –T3
A despeito de tratar-se de redes que lidam com conteúdos transacionais diferentes, a
RSI de informação apresenta a mesma configuração e os mesmos tipos de ligações entre os
membros do grupo interno que foram demonstrados na RSI de amizade, na medida inicial
tomada antes do ator IT3GI-1 tornar-se teletrabalhador (Figura 27).
A análise do segundo momento da RSI de informação (Figura 28) evidencia mais
conexão entre atores do grupo interno por meio de ligações recíprocas, que envolvem um
dos 2 novos membros, o IGI-7A. No entanto, observa-se o enfraquecimento da relação entre
o IGI-5, chefe imediato do grupo, com o teletrabalhador. Para verificar como ocorreu esta
alteração, o pesquisador analisou o registro das indicações na matriz de adjacência e
constatou que o teletrabalhador continuou apontando seu chefe como fonte de troca ou
busca de informações, porém o mesmo não aconteceu por parte do chefe em sua direção
Após um ano de teletrabalho, as relações simétricas da RSI de informação (Figura 29)
explicitam o enfraquecimento de ligações recíprocas entre os atores do núcleo da rede e
consequentemente redução da sua coesão. Os atores apresentam-se em duas díades, uma
139
delas formada por IGI-7A e IGI-6 e a outra pelo teletrabalhador e IGI-5, seu chefe
imediato, evidenciando a retomada da intensidade da ligação para troca de informações.
C) RSI de Confiança –T3
As escolhas referentes às relações de confiança antes do inicio do projeto-piloto,
portanto na medida (Figura 30), mostram que os laços fortes foram manifestados apenas
entre o teletrabalhador e o chefe imediato do grupo. O exame feito pela pesquisadora nos
registros da matriz primária desta rede, visando aprofundar a presente análise, verificou que
ocorreram outras escolhas entre os membros do grupo para relações de confiança, porém
como não foram mútuas, não sendo assim mostradas ao se utilizar a simetrização pelos
mínimos.
Seis meses após o inicio do teletrabalho pelo ator CT3GI-1 a configuração da RSI de
confiança evidencia ligações recíprocas entre três atores, que envolvem um dos 2 novos
membros, o CGI-7 ( Figura 31). Observa-se também, à semelhança do que ocorreu com as
RSI de amizade e de informação nesta mesma medida, o enfraquecimento da relação entre o
CGI-5, chefe imediato do grupo, com o teletrabalhador, sendo que este continuou apontando
o primeiro como seu interlocutor para relações de confiança., porém o mesmo não aconteceu
por parte do chefe em sua direção.
Após um ano de teletrabalho, as relações simétricas da RSI de confiança explicitam o
enfraquecimento de ligações recíprocas entre os atores do núcleo da rede e
consequentemente redução da sua coesão. É revelada apenas uma díade formada pelo
teletrabalhador e CGI-5, seu chefe imediato, evidenciando a retomada da intensidade da
ligação de confiança entre os dois atores (Figura 32)..
4.2.2 - Análise Relacional – Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador T3
Conforme já explicado no item 4.1.2, a coesão de uma RSI ocorre por meio do
levantamento dos seus subgrupos, nos quais os nculos se estabelecem a partir do grau de
afinidade existente entre os atores que os constituem. O indicador utilizado foi o clique, o
qual considera a existência de coesão apenas quando houver subgrupos com, no mínimo 3
atores, cujas relações sejam recíprocas e envolvam todos os pares entre si.
Conforme foi constatado também na análise estrutural, apenas na medida da RSI de
amizade foi identificado um clique, que inclui o teletrabalhador. Nas redes de informação e
de confiança nenhum clique foi encontrado, em nenhuma das três medidas; focalizando
140
prioritariamente o ator teletrabalhador, significa a inexistência de registro de alterações nas
suas posições relacionais, na comparação entre antes e após a adoção do teletrabalho (ver
Quadro 25, no Apêndice 1).
4.2.3 – Análise Centrada em Egos - Grupo do Teletrabalhador - T3
Os itens que se seguem abordam os achados relativos aos atores das RSI, frente aos
indicadores envolvidos na identificação dos papéis críticos de conectores centrais,
corretores de informação e expansores de fronteiras. As tabelas com os dados que
originaram os resultados discutidos a seguir encontram-se no Apêndice 1.
4.2.3.1 - Conector central:
O teletrabalhador foi identificado como conector central na 3
a
medida da RSI de
amizade.(Tabela 22). Foi evidenciada, assim, alteração na sua posição frente a este papel,
em comparação ao momento anterior ao inicio do projeto piloto e àquele em que foi tomada
a segunda medida, portanto seis meses depois da mudança na sua condição de trabalho. .
Na medida da RSI de informação, o teletrabalhador e o GI-5, chefe imediato do
grupo, foram identificados como conectores centrais. Na 2ª medida dois outros atores
aparecem nesta posição, o GI-2 e o GI-7A. Na medida nenhum ator caracterizou-se no
papel. Portanto, evidenciou-se uma alteração importante da posição do teletrabalhador frente
a este papel, depois da mudança na sua condição de trabalho ( Tabela 23).
Apenas na 2ª medida da RSI de confiança identificou-se um ator, o CGI-2, com
indicadores suficientemente valorados para preencher os requisitos de um conector central
(Tabela 24). Como pode ser constatado com o auxílio dos gráficos da análise estrutural e do
exame direto sobre a matriz de adjacência realizado pela pesquisadora, as relações de
confiança são estabelecidas estritamente entre alguns pares, sem que nenhum ator
desempenhe um papel mais crítico envolvendo um maior número de pessoas do núcleo da
rede.de confiança (Tabela 24).
.
4.2.3.2 - Corretor de Informação
Focalizando as posições ocupadas pelo teletrabalhador na rede de amizade, observa-se
que ele teve um crescimento no papel; na rede de informação mostrou-se atuando como ator
crítico no papel nas tres medidas, e na rede de confiança, apenas na medida aparece como
corretor de informação de forma mais relevante. Portanto após adoção do teletrabalho pelo
141
ator T3GI-1 sua posição no grupo em relação ao papel de corretor de informação alterou-se
na rede de amizade e manteve-se numa posição de liderança, na rede de informação.
Um dado curioso é que o ator GI-5, chefe imediato do grupo, é identificado como
corretor de informação somente na 1a medida da rede de confiança (Tabela 25).
4.2.3.3 - Expansor de Fronteiras
Os valores obtidos por cada ator e a identificação das respectivas posições frente ao
papel analisado podem ser visualizados na.
Na RSI de amizade os atores T3GI-1 e GI-2 destacam-se como expansores de
fronteiras. Na RSI de informação, o teletrabalhador aparece na segunda medida como ator
crítico no papel, ao lado do GI-5, chefe do setor, mantendo-se nessa posição nas demais
medidas desse tipo de rede. Na RSI de confiança, a prevalência da posição de expansor de
fronteiras é caracterizada por vários atores, sendo o mais crítico na primeira medida o ator
GI-5, na segunda o ator teletrabalhador e na terceira, o ator GI-6. Portanto, ao longo do
período analisado, ocorreram oscilações no posicionamento do teletrabalhador frente ao
papel em questão, porém ele sempre o desempenhou em algum grau relevante, tanto antes,
quanto após ter iniciado a mudança na sua condição de trabalho (Tabela 26).
4.3.3.4 - Atores que desempenham papéis críticos – Grupo T 3
Para a visualização conjunta da posição dos atores frente aos três papéis analisados,
nas três medidas das RSI de amizade, informação e confiança, os achados expostos até aqui
estão sintetizados nos quadros 26, 27 e 28, a seguir. Estes dados permitem evidenciar a
classificação de cada ator do núcleo do Grupo 3 e a situação do membro que tornou-se
teletrabalhador quanto ao desempenho dos referidos papéis e assim confrontar estes
resultados com as hipóteses assumidas neste estudo.
Quadro 26 – Desempenho de papeis na RSI de Amizade nos 3 momentos 3 (T3)
RSI DE AMIZADE
CONECTOR CENTRAL
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
-
AGI2 AT3GI-1
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AGI 2 AGI 2 AT3GI1 AT3GI1 AT3GI1 AT3GI1
- -
- AGI 2 - -
AT3GI1 AT3GI1 AGI 2 AGI 3 AGI 5 AGI 2
AGI 3 AGI 3 AGI 3
- AGI 3 AGI 3
142
Tendo como foco investigar as alterações das RSI do teletrabalhador, a partir da
mudança da sua modalidade de trabalho, a análise dos dados acima permite afirmar que o
referido ator passou a exercer o papel de conector central na rede de amizade durante o
projeto piloto. Também em relação ao papel de corretor de informação, o ator AT3GI-1
evoluiu na posição, aumentando do segundo para o primeiro lugar na medida tomada um
ano após o inicio do projeto piloto. Essas duas constatações mereceriam aprofundamento na
análise por meio de dados complementares não previstos neste estudo, para que fossem
contextualizadas e compreendidas.
A situação relativa ao papel de expansor de fronteiras revela que quando ainda
trabalhava presencialmente todos os dias, o AT3GI-1 atuava neste papel inclusive como
ator crítico, posição que manteve durante todo o período do estudo.
Quadro 27 – Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos –T3
Com base nos dados acima, pode-se afirmar que, antes da mudança da sua modalidade
de trabalho, o ator IT3GI-1 exercia o papel de conector central na rede de informação e
que esta posição alterou-se, durante o projeto piloto.
Em relação ao papel de corretor de informação, o ator IT3GI-1 também aparecia e
continuou aparecendo na posição de liderança, até a última medida realizada um ano de
teletrabalho. A mesma análise pode ser feita no que se refere ao papel de expansor de
fronteiras, pois o IT3GI-1 já atuava nele e assim manteve-se até a terceira coleta de dados.
Parece relevante recuperar aqui um dado citado na análise estrutural, que foi a saída de
um ator e a entrada de outros dois no grupo do teletrabalhador T3, durante o projeto piloto.
Essas mudanças podem tê-lo levado, na sua condição de um dos membros mais antigos da
equipe e bem articulado com a chefia, a atuar como facilitador no estabelecimento de
RSI DE INFORMAÇÃO
CONECTORES CENTRAIS
ORDEM
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
1º.
IT3GI1
- -
1º.
IGI 5
- -
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
IT3GI1 IT3GI1 IT3GI1 IT3GI1 IT3GI1 IT3GI1
- - IGI 5 - -
IGI 5 IGI 2 IGI 6 IGI 3 IGI 2 IGI 2
- - - - - IGI 3
- -
- - CGI 6
-
IGI 5 IGI 5
1
o
- IGI 3 -
143
ligações no novo formato do núcleo da rede e assim manter-se nos papéis, pois como afirma
Krackhardt (1992), as pessoas com alto grau de centralidade de saída tendem a estender a
mão a outras. Em relação ao T3 esta é uma avaliação pertinente, conforme cálculo feito pela
pesquisadora, visando aclarar o presente caso.
Outro aspecto refere-se às características individuais e busca da auto-eficácia no
desempenho de papéis numa situação de trabalho remoto. Ao explorar os fatores associados
às habilidades dos empregados para lidar com desafios da telecomutação, Raghuram,
Wiesenfeld e Garud (2003) pontuam que as motivações e habilidades dos indivíduos são
preditivas das suas estratégias comportamentais e seu ajustamento a um novo contexto de
trabalho.
Até mesmo em diversas situações relativas a esta pesquisa, o ator T3 demonstrou
atitudes de busca de auto-eficácia. Quando procurado pela pesquisadora, via contatos
virtuiais ou telefônicos, para compartilhar os problemas de retorno com as coleta de dados,
este foi o teletrabalhador que mais ajudou, checando quem faltava responder o instrumento e
intercedendo pessoalmente junto aos colegas e ao seu chefe, no sentido de devolverem o
questionário preenchido.
Estas informações sobre o ator T3 extrapolaram as respostas fornecidads pelo
instrumento de pesquisa, porém foram acrescentadas, porque o fato de ignorá-las
empobreceria a análise dos fenômenos em estudo. É como afirma Régis (2005, p. 27), a
respeito das pesquisas de rede focalizadas nas “características básicas, relativamente óbvias
da network, tais como densidade de ligação, mas falha na exploração de outras propriedades
mais complexas tais como, os atributos dos atores envolvidos ou a diversidade de seus
papéis”
Quadro 28 – Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T3
RSI DE CONFIANÇA
CONECTORES CENTRAIS
1ª. Medida 2ª. Medida . Medida
-
CGI 2
-
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
CGI 5 CGI 5 CGI 6 CGI 5 CT3GI1 CGI 6
CT3GI1 CT3GI1 CGI3 CT3GI1 CGI3 CGI 3
CGI 2 CGI 2 CT3GI1 - CGI 5 CT3GI1
- - - - CGI8A -
- - -
4
º
- - CGI 8A
144
Com base nos dados acima, o ator CT3GI-1 não exercia antes, nem passou a exercer
durante o projeto piloto, o papel de conector central na RSI de confiança. Em relação ao
papel de corretor de informação, há indicação que nas duas primeiras medidas ele é ocupado
secundáriamente pelo ator CT3GI-1, posição esta não sustentada na medida, ao completar
um ano teletrabalhando; sendo assim, o referido ator não pode ser caracterizado um corretor
de informação desta rede, em nenhum dos momentos avaliados.
A situação relativa aos expansores de fronteiras revela que quando ainda trabalhava
presencialmente todos os dias, o CT3GI-1 não atuava neste papel e somente na medida
aparece na 2ª posição, sem mostrar-se, no entanto, como um ator crítico.posição. Na medida
final os atores CGI-3 e CGI-8 reafirmaram-se como expansores de fronteiras da RSI.
145
4.3
ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS ( RSI ) DO GRUPO DO
TELETRABALHADOR 6 ( T 6 )
Seguindo a mesma estrutura sintética em que foram apresentados os resultados do
Grupo 3, este segmento apresenta a análise das RSI do Teletrabalhador 6.
4.3.1 – Análise Estrutural
O Quadro 29 apresenta os valores estruturais, referentes aos três tipos de redes sociais
informais do grupo do teletrabalhador 6 (T6), nas três medidas realizadas.
Quadro 29 - Dados estruturais das RSI – Grupo 6
ESTRUTURA DAS RSI DO GRUPO 6
Matriz de adjacência não simetrizada
REDE DE AMIZADE REDE DE
INFORMAÇÃO
REDE DE
CONFIANÇA
Medida Medida Medida
INDICADORES
3ª.
NO. DE PESSOAS
NA REDE
35 36 27 27 28 17 21 26 17
TAMANHO
(relações efetivas )
55 69 32 35 46 19 39 49 20
RELAÇÕES
POTENCIAIS ou
POSSÍVEIS
1190 1260 702 702 756 272 420 650 272
DENSIDADE
(relações efetivas/
relações possíveis )
0,0462 0,0547 0,0455 0,0499 0,0608 0,0698 0,0928 0,0753 0,0735
DISTANCIA
GEODÉSICA
( acessibilidade)
1.636 1.685 1.065 1.703 1.724 1.393 1,602 1.735 1.130
Embora composto de nove membros na coleta de dados, 11 na segunda e sete na
terceira, apenas cinco foram respondentes na inicial, seis na segunda e quatro na última. O
Quadro 29 mostra que o quantitativo de pessoas envolvidas nas RSI de amizade é maior que
nas RSI de informação e de confiança, confirmando mais uma vez achados de pesquisadores
anteriores.
Quanto à densidade o Grupo 6 apresenta baixa utilização do potencial de ligações das
redes, cujos índices variam de 4 a 7%, tendo sido registrado uma vez 9%, na medida da
rede de confiança.
É importante lembrar que as pessoas citadas pelos membros do Grupo 6, portanto
atores fronteiriços, não foram solicitadas a explicitar suas escolhas. Eventuais relações
recíprocas decorrentes de tais indicações aumentariam a densidade da rede.
Por outro lado, a análise das distâncias geodésicas médias indicam que qualquer dos
atores necessita de 2 contatos para estabelecer relação com outro ator das respectivas RSI, o
146
que permite caracterizá-las como fortemente conectadas. Observa-se ainda,o aumento do
número de atores e de relações efetivas envolvidas nas redes na medida, tendo em vista a
entrada de duas pessoas no grupo, sendo que uma delas preencheu o questionário, totalizando
seis respondentes nesse momento. Na medida houve redução desses índices, ocasião em
que quatro integrantes saíram do grupo e dos sete remanescentes, apenas quatro se
dispuseram a participar da pesquisa
4.3.1.1- Análise qualitativa de reciprocidades
Para cada tipo de RSI são analisadas somente as relações simetrizadas pelos mínimos
que focalizam apenas as relações recíprocas e portanto, os laços mais fortes, entre os
membros do núcleo do grupo. As figuras com a visualização das ligações estão apresentadas
no Apêndice 2. (página 213).
.
A) RSI de Amizade –T6
Este 1a medida apresenta uma díade, da qual fazem parte os atores AGI-3 e AGI-4. Fica
evidente ainda que a reciprocidade das relações de companheirismo entre o teletrabalhador e
seu grupo interno era baixa mesmo antes de mudar sua condição de trabalho, não
demonstrando laços fortes com nenhum deles (Figura 33).
Seis meses após o início do teletrabalho, dois novos atores haviam chegado ao grupo;
são eles o AGI-10A e o AGI-11A e mais uma díade com ligações recíprocas entre AGI-2 e
AGI-10 A é evidenciada. Quatro dos membros antigos e um dos novos não responderam o
instrumento de coleta de dados (Figura 34).
Continua a ausência de ligações mútuas de companheirismo entre integrantes do núcleo
da rede e o teletrabalhador, o qual costuma indicar dois atores do referido grupo interno: sua
chefia, que nunca preencheu o instrumento e um colega, que nunca o indicou. Esta
constatação foi feita mediante verificação direta na matriz que contém todas as indicações
feitas pelos respondentes, realizada pela pesquisadora, para ampliar o escopo da análise, na
busca de identificar mais algum dado explicativo da dinâmica desta RSI.
Após um ano de teletrabalho, não são encontradas relações simétricas na RSI de
amizade. Os atores AGI-5, AGI-7, AGI-8 e AGI-10 saíram do grupo e dos sete que
permaneceram, somente quatro retornaram o questionário, incluindo o teletrabalhador. O
pouco envolvimento de significativa parte da equipe, que abrange a respectiva chefia
imediata, é mais um dado que demonstra a baixa coesão entre os membros da rede
147
fisicamente mais próximos, o que é corroborado pela análise relacional apresentada adiante
(item 4.3.2).
B) RSI de Informação –T6
A despeito de tratar-se de redes que lidam com conteúdos transacionais diferentes, a RSI
de informação nesta medida inicial apresenta a mesma configuração e os mesmos tipos de
ligações entre os membros do grupo interno que foram demonstrados na RSI de amizade,
pois apresenta somente a díade dos atores IGI-3 e IGI-4 (Figura 35). Focalizando as escolhas
do teletrabalhador diretamente na matriz, verificou-se que são das mesmas duas pessoas,
sendo uma a chefia, que por não atender as reiteradas solicitações para responder ao
questionário, não permite conhecer suas ligações com os membros da sua equipe, no contexto
da RSI de informação, tão importante para as trocas profissionais e fluxo das atividades e
processos da área.
A análise deste segundo momento da RSI de informação evidencia o mesmo padrão de
conexão entre atores do grupo interno, que agora conta com 2 novos membros. Mais uma vez
o pesquisador recorreu ao registro das indicações na matriz de adjacência e constatou que
apenas um membro do grupo indica o teletrabalhador e que este continuou apontando os
mesmos três atores da medida para troca ou busca de informações, sendo um deles externo
ao seu grupo, um interno e o outro é sua chefia, porém a ausência de reciprocidade
permaneceu (Figura 36).
Após um ano de teletrabalho, as relações simétricas da RSI de informação continuam
explicitando apenas um par de ligações recíprocas entre os atores do núcleo da rede e
consequentemente, sua reduzida coesão (Figura 37).
C) RSI de Confiança - T6
As escolhas referentes às relações de confiança antes do inicio do projeto-piloto
mostram que os laços fortes foram manifestados apenas entre dois pares do grupo (Figura 38).
O exame feito pela pesquisadora nos registros da matriz primária desta rede, visando
aprofundar a presente análise, verificou que ocorreram outras escolhas entre os membros do
grupo para relações de confiança, porém como não foram mútuas, não são mostradas ao se
utilizar a simetrização pelos mínimos. O teletrabalhador foi indicado por dois atores
respondentes do grupo interno.
148
Seis meses após o inicio do teletrabalho pelo ator CT6GI-1 a configuração da RSI de
confiança evidencia ligações recíprocas entre uma díade de atores e entre um subgrupo de três
atores, que já envolve um dos novos membros, o CGI-10A, que mantinha vínculos com
pessoas dessa equipe, antes de fazer parte dela. Quanto ao teletrabalhador, além dos dois
atores do grupo interno que sempre indica, foi maior nesta RSI o número de pessoas externas
apontadas nas suas respostas (Figura 39).
Após um ano de teletrabalho, não foram evidenciadas relações simétricas na RSI de
confiança. que se considerar, no entanto, a saída de quatro membros do grupo, dois dos
quais respondiam regularmente a pesquisa e a queda geral do número de atores e de relações
nesta RSI, como pode ser constatado no Quadro 29 por meio dos índices relativos aos
indicadores estruturais.
4.3.2 - Análise Relacional - Índices de COESÃO das RSI -Teletrabalhador T6
Em nenhuma das medidas das três redes foi identificado qualquer clique, evidenciando
ausência de coesão entre os membros do núcleo do grupo analisado, ao menos no que diz
respeito àqueles que responderam a pesquisa. É provável que se os outros cinco atores
tivessem participado das avaliações, mais e diferentes achados seriam trazidos para discussão.
Focalizando prioritariamente o ator teletrabalhador, afirma-se a inexistência de registro
de alterações nas suas posições relacionais, na comparação entre antes e após a adoção do
teletrabalho, considerando entretanto os limites das circunstâncias acima referidas, que dizem
respeito aos não-respondentes.
4.3.3 - Análise Centrada em Egos - Identificação de papéis dos atores - T6
Os itens que se seguem abordam os achados relativos aos atores das RSI, frente aos
indicadores envolvidos na identificação dos papéis críticos de conectores centrais, corretores
de informação e expansores de fronteiras. As tabelas com os dados que originaram os
resultados discutidos a seguir encontram-se no Apêndice 2.
4.3.3.1 - Conector central
Nenhum dos atores foi identificado como conector central nas 3 medidas das RSI de
amizade (Tabela 27). Observa-se algum grau de centralidade em AGI-3 e AGI-4, o que
significa que eram os mais procurados pelos colegas para relações de amizade naqueles
momentos, porém ninguém atua como intermediador de contatos. Como indica o índice de
149
Bonacich na medida, algum grau de prestígio é atribuído ao teletrabalhador;, porém deve
ser considerado que a referida coleta de dados teve o retorno de apenas 3 respondentes, além
do próprio teletrabalhador e pode não representar portanto a realidade dessa percepção em
todo o núcleo do grupo.
Nenhum dos atores foi identificado como conector central nas 3 medidas das RSI de
informação, sendo evidenciado algum grau de centralidade para IGI-3 e IGI-4 (Tabela 28).
O fato da chefia não ter respondido a pesquisa empobrece a análise destas redes, uma
vez que é um ator citado pela maioria dos respondentes, inclusive pelo teletrabalhador.
Quando a matriz não é submetida à simetrização pelos mínimos e portanto mostra as relações
não recíprocas, é possível constatar esse dado. No entanto, mesmo sem a parametrização aqui
utilizada para identificação da presença de conector central na rede, os maiores índices em
todos os indicadores continuam sendo dos dois atores acima citados e os números referentes
ao teletrabalhador situam-se entre os mais baixos do grupo, por ter escolha apontada por
apenas um dos respondentes.
Ressalta-se que a ausência sistemática de respostas de quatro atores impacta a
avaliação das reais ligações nas RSI de informação.
Apenas na 2ª medida da RSI de confiança identificou-se um ator, o CGI-2, com
indicadores suficientemente valorados para preencher os requisitos de um conector central
(Tabela 29).
Com o auxílio do exame direto sobre a matriz de adjacência, a pesquisadora constatou
a predominância de relações de confiança explicitadas por alguns atores, mas não
confirmadas pelo outro. Além disso, várias das pessoas citadas não responderam o
instrumento de pesquisa, impossibilitando assim a verificação da reciprocidade.
4.3.3.2 – Corretor de Informação
Focalizando as posições ocupadas pelo teletrabalhador, observa-se que ele aparece como
um ator crítico no papel em questão, na segunda medida da rede de confiança. O ator que
mais se destaca é o GI-4, principalmente na RSI de amizade; o outro ator com índices
significativos é o GI-3, tanto na RSI de informação, quanto na RSI de confiança.
Um dado curioso é que o ator GI-6, chefe imediato do grupo, em nenhum momento é
identificado como corretor de informação, em nenhuma das redes (Tabela 30).
150
4.3.3.3 - Expansor de Fronteiras
Nos três tipos de RSI, o ator GI-2 é o que mais se destaca como expansor de fronteiras.
Únicamente na RSI de confiança, o teletrabalhador aparece na segunda medida como um dos
atores que desempenham o referido papel, sem estar na posição mais crítica, a qual é ocupada
pelo GI-2. Os valores acima da média são destacadas em azul e apontam aqueles que indicam
os atores críticos no desempenho do papel estão assinalados em amarelo (Tabela 31).
4.3.3.4 - Atores que desempenham papéis críticos – Grupo T6
Para a visualização da posição dos atores frente aos três papeis analisados, nas três
medidas das RSI de amizade, informação e confiança, os achados estão sintetizados nos
Quadros 30, 31 e 32, a seguir.
Quadro 30: Desempenho de papéis na RSI de amizade nos 3 momentos -T6
Tendo como foco investigar as alterações das RSI do teletrabalhador, a partir da
mudança da sua modalidade de trabalho, a análise dos dados acima permite afirmar que o
referido ator não exercia, na rede de amizade do grupo, nenhum dos papéis analisados.
Portanto nada mudou nesse sentido, a partir do seu ingresso no projeto piloto de teletrabalho.
Quadro 31 : Desempenho de papéis na RSI de informação nos 3 momentos –T6
RSI DE AMIZADE
CONECTOR CENTRAL
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
NENHUM ATOR
CORRETORES DE INFORMAÇÃO
EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª Medida
2ª Medida
3ª Medida
1ª Medida
2ª Medida
3ª Medida
AGI 4
AGI 4
AGI 4
AGI 2
AGI 2
AGI 3
-
-
-
-
AGI 4
-
AGI 3
AGI 3
-
AGI 4
AGI 3
-
AGI 5 AGI 5
-
AGI 3 - -
RSI DE INFORMAÇÃO
CONECTOR CENTRAL
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
NENHUM ATOR
CORRETORES DE INFORMAÇÃO
EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª Medida
2ª Medida
3ª Medida
1ª Medida
2ª Medida
3ª Medida
IGI 4
IGI 3
IGI 3
IGI 3
IGI 3
IGI 2
IGI 3
IGI 4
IGI 4
IGI 4
IGI 4
-
- - -
- IGI 2 -
151
Nenhum ator exercia o papel de conector central na rede de informação. Em relação ao
papel de corretor de informação, a predominância é dos atores IGI-3 e IGI-4.
No que se refere a expansor de fronteiras, aparecem também os atores IGI-3 e IGI-4 e
chama atenção a evolução do IGI-2 no desempenho do papel.
Quanto ao teletrabalhador, ele não exercia na rede de amizade do grupo, nenhum dos
papéis avaliados nesta investigação e portanto nada mudou a partir do seu ingresso no projeto-
piloto de teletrabalho.
Quadro 32 : Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T6
Na 2ª medida RSI de confiança o ator CGI-2 é evidenciado como conector central .
O teletrabalhador aparece como corretor de informações, mas não se mantém no
desempenho deste papel após um ano no projeto piloto. O mesmo aconteceu em relação ao
papel de expansor de fronteiras.
RSI DE CONFIANÇA
CONECTOR CENTRAL
1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida
CG2
CORRETORES DE INFORMAÇÃO
EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª Medida
2ª Medida
3ª Medida
1ª Medida
2ª Medida
3ª Medida
CGI 4
CT6GI1
CGI 4
CGI 2
CGI 2
CGI 2
-
CGI 3
-
-
-
-
CGI 3
CGI 4
-
-
CT6GI1
-
CT6GI1 CGI 2
-
- -
-
152
4.4 -
ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS ( RSI ) DO GRUPO DO
TELETRABALHADOR 8 ( T 8 )
Continuando a apresentação dos resultados das unidades de análise, os dados deste
segmento referem-se ao grupo do teletrabalhador 8. São mostradas as características
estruturais das redes e as representações gráficas das ligações do núcleo primário das RSI, a
análise relacional expondo o principal indicador de coesão e a análise centrada em egos.
4.4.1 – Análise Estrutural
O Quadro 33 apresenta os valores estruturais, referentes aos três tipos de redes sociais
informais do grupo do teletrabalhador 8 (T8), nas três medidas realizadas.
Quadro 33 – Dados estruturais das RSI – Grupo 8
ESTRUTURA DAS RSI DO GRUPO 8
Matriz de adjacência não simetrizada
REDE DE AMIZADE REDE DE INFORMAÇÃO REDE DE CONFIANÇA
Medida Medida Medida
INDICADORES
3ª 3ª
NO. DE PESSOAS
NA REDE
40 36 36 38 35 28 35 24 22
TAMANHO
(relações efetivas)
66 59 63 48 47 36 39 32 33
RELAÇÕES
POTENCIAIS ou
POSSÍVEIS
1560 1260 1260 1406 1190 756 1190 552 462
DENSIDADE
(relações efetivas/
relações possíveis )
0,0423 0,0468 0,0500 0,0341 0,0394 0,0476 0,0327 0,0579 0,0714
DISTANCIA
GEODÉSICA
( acessibilidade)
2.137 1.512 2.045 1.922 1.947 1.851 1.602 1.576 1.654
O Grupo 8 é composto de sete membros em todas as medidas, incluindo o
teletrabalhador, seus colegas e chefia imediata, sendo que na última havia ocorrido a saída de
um ator por aposentadoria ( GI-6) e a entrada de outro ( GI-8 A ) . O Quadro 33 mostra que o
quantitativo de pessoas envolvidas nas RSI de amizade é maior que nas RSI de informação e
de confiança, confirmando mais uma vez achados de pesquisadores anteriores. Por outro
lado, a 2ª medida é a que revela menos atores nos três tipos de RSI.
Quanto à densidade o Grupo 8 apresenta baixa utilização do potencial de ligações das
redes, cujos índices variam de 3 a 7%, tendo este último valor ocorrido apenas uma vez, na
3a medida da rede de confiança.
153
É importante lembrar que as pessoas citadas pelos membros do Grupo 8, portanto atores
fronteiriços, não foram solicitadas a explicitar suas escolhas; eventuais relações recíprocas
decorrentes de tais indicações aumentariam a densidade da rede.
Por outro lado, a análise das distâncias geodésicas médias indicam que qualquer dos
atores necessita de 2 contatos para estabelecer relação com outro ator das respectivas RSI, o
que permite caracterizá-las como fortemente conectadas.
4.4.1.1- Análise qualitativa de reciprocidades
Para cada tipo de RSI foram analisadas somente as relações simetrizadas pelos mínimos
que focalizam apenas as relações recíprocas e portanto, os laços mais fortes, entre os
membros do núcleo dos grupos, que são as unidades de análise deste estudo. As figuras com
a visualização das ligações estão apresentadas no Apêndice 3 (página 217).
A) RSI de Amizade - T8
A análise da RSI de amizade antes do inicio do projeto-piloto evidencia conexões no
núcleo da rede interno por meio de ligações recíprocas, que envolvem os atores AGI-3, AGI-
5, AGI-6 e AGI-7 (Figura 40) . O teletrabalhador, que é o nodo AT8GI-1 e a chefia imediata
da equipe, identificada por AGI-2, não estão incluídos no referido subgrupo, pois embora os
dois sejam escolhidos por alguns atores, estes não foram relacionados por eles nas suas
ligações de companheirismo.
Na medida, tomada seis meses após o inicio do projeto piloto de teletrabalho, foram
identificadas relações simétricas num subgrupo formado por um clique entre os atores
AGI-5, AGI-6 e AGI-7. Verifica-se ainda duas díades, que envolvem AGI-4 e AGI-3 e AGI-3
com AGI-7 (Figura 41).
O AT8GI-1 e a chefia imediata da equipe, mais uma vez, não estão incluídos nos
vínculos com laços fortes; constatou-se também que diminuíram para apenas uma as
indicações de colegas relativas ao teletrabalhador, em comparação com a medida anterior. No
exame da matriz de adjacência a pesquisadora verificou que em todas as indicações para RSI
de amizade, o teletrabalhador incluiu sua chefia, mas a recíproca não foi verdadeira; as
escolhas desta foram dirigidas a membros externos.
A análise da RSI de amizade após um ano com um membro teletrabalhando evidencia
ligações recíprocas que envolvem o novo membro, o AGI-8A. No entanto, observa-se a
154
exclusão da relação com o AGI-6, que havia se aposentado (Figura 42). O exame direto na
matriz de adjacência mostra que chefia incluiu os atores AGI-3 e AGI-4 nas suas indicações,
o mesmo não ocorrendo por parte destes em sua direção, o que a manteve excluída das
relações imétricas; o teletrabalhador incluiu o AGI-7 entre seus escolhidos, mas também
nesse caso não houve reciprocidade.
B) RSI de Informação – T8
Na 1a medida não foram identificadas relações simétricas entre os atores do núcleo da
rede.
Seis meses após o inicio do projeto-piloto de teletrabalho a configuração da RSI de
informação evidencia ligações recíprocas e coesão entre os atores GI-7 e GI-3 e GI-4 e GI-3
(Figura 43). Observa-se também por meio do exame da matriz de adjacência que, à
semelhança do que ocorreu com as RSI de amizade, o teletrabalhador é excluído deste tipo de
vínculo. Isto significa que ele continua apontando como seus interlocutores para busca de
informações pessoas externas ao grupo e a sua chefia, porém o mesmo não aconteceu por
parte desta última em sua direção.
Na medida, pela primeira vez o teletrabalhador aparece numa relação de escolhas
mútuas para troca de informações. Os demais membros fizerem indicações dispersas e
direcionadas predominantemente a pessoas externas ao núcleo da rede; houve um ator que não
apontou qualquer contato, sendo que nas medidas anteriores ele escolheu o colega
teletrabalhador como uma das suas fontes de informação (Figura 44).
C) RSI de Confiança –T8
As escolhas feitas pelos atores para seus contatos de confiança obedeceram o mesmo
padrão nas duas primeiras medidas (Figuras 45 e 46), sendo evidenciada apenas uma relação
de reciprocidade que envolve CGI-3 e CGI-4. O teletrabalhador foi indicado pelos mesmos
colegas – CGI-6 e CGI-7 - nos dois momentos e também neste tipo de rede não incluiu sua
chefia, como fez para os outros tipos de RSI.
A RSI de confiança medida após um ano de teletrabalho, apresenta um núcleo mais
conectado, porém em dois subgrupos, inclusive com a presença do teletrabalhador e do ator
mais recente, o CGI-8 A (Figura 47). Este ator mantinha relacionamento com alguns
integrantes do grupo interno, conforme indicações verificadas nas matrizes de adjacência da
coletas anteriores.
155
4.4.2 - Análise Relacional – Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador -T8
O achado corresponde ao que foi constatado na análise estrutural, ou seja, apenas na
medida da RSI de amizade foi identificado um clique (Quadro 34).
Focalizando prioritariamente o ator teletrabalhador e considerando que não registro
de cliques com sua presença, afirma-se a inexistência de alterações nas suas posições
relacionais, na comparação entre antes e após a adoção do teletrabalho.
4.4.3 – Análise Centrada em Egos - Identificação de papéis dos atores - T8
Nesta abordagem micro-estrutural estão analisados os indicadores que permitem
identificar a posição de cada ator quanto ao desempenho dos papéis críticos de conector
central, corretor de informação e expansor de fronteiras. Os tópicos a seguir apresentam os
dados que subsidiam a referida análise. Vale lembrar que na 3a medida haviam ocorrido duas
alterações neste grupo, quais sejam, a saída do ator GI-6 por aposentadoria e a entrada do ator
GI-8 A, o qual já fazia parte das RSI como membro externo.
As tabelas com os dados que originaram os resultados discutidos a seguir encontram-se
no Apêndice 3.
4.4.3.1 – Conector central
Em nenhum das medidas o teletrabalhador foi identificado como conector central na
RSI de amizade, não tendo sido evidenciada qualquer alteração na sua posição frente a este
papel, antes ou depois da mudança na sua condição de trabalho. Os atores que preenchem os
requisitos para o desempenho do papel são o AGI-5 e AGI-7 na medida, e AGI-3 e AGI-7
nas duas últimas medidas (Tabela 32).
Na RSI de informação não foram identificados conectores central na medida; já na 2ª
medida aparece nesta posição o ator GI-3 e na o GI-7 (Tabela 33). Portanto nenhuma
alteração importante quanto à posição do teletrabalhador frente a este papel foi evidenciada,
depois da mudança na sua condição de trabalho.
Apenas na medida da RSI de confiança identificou-se um ator, o GI-7, com
indicadores suficientemente valorados para preencher os requisitos de um conector central
(Tabela 34).
156
4.4.3.2 - Corretor de Informação
Focalizando as posições ocupadas pelo teletrabalhador na rede de amizade, observa-se
que ele teve uma retração no desempenho papel, a partir do ingresso no projeto-piloto; nas
RSI de informação e de confiança mostrou-se atuando no papel nas três medidas, mas não
como ator crítico (Tabela 35). Portanto, após adoção do teletrabalho pelo ator T8GI-1, sua
posição no grupo em relação ao papel de corretor de informação alterou-se na rede de
amizade e manteve-se numa posição secundária nas demais. Os atores GI-3, GI-4 e GI-7
foram os identificados como principais corretores de informação nos três tipos de RSI, no
período analisado.
4.4.3.3 - Expansor de Fronteiras
Na RSI de amizade os atores AT8GI-1 e AGI-4 destacam-se como expansores de
fronteiras; na RSI de informação, o teletrabalhador aparece em todas as medidas como ator
secundário no papel. Na RSI de confiança, a posição de expansor de fronteiras é ocupada
criticamente pelo ator CGI-4 nas duas primeiras medidas e pelo teletrabalhador na terceira
(Tabela 36). Portanto, ao longo do período analisado, ocorreram oscilações no
posicionamento do teletrabalhador frente ao papel em questão, porém ele sempre o
desempenhou em algum grau relevante, tanto antes, quanto após ter iniciado a mudança na
sua condição de trabalho.
4.4.3.4 - Atores que desempenham papéis críticos – Grupo T 8
Para a visualização conjunta da posição dos atores frente aos três papeis analisados, nas
três medidas das RSI, os achados estão sintetizados nos Quadros 35, 36 e 37 a seguir.
Quadro 35: Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T8
RSI DE AMIZADE
CONECTORES CENTRAIS
ORDEM
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AGI-5 AGI-7 AGI-7
AGI-7 - -
- AGI-3 AGI-3
AGI-6
AGI-3
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
AGI-4 AGI-3 AGI-4
1a
AT8GI-1 AT8GI-1 AGI-4
2a
AGI-4 AGI 6 AT8GI-1
3a
AGI-6 AGI-5 -
157
A análise dos dados acima permite afirmar que o referido ator não exercia, na rede de
amizade do grupo, nenhum dos papéis analisados nesta investigação. Portanto nada mudou,
nesse sentido, a partir do seu ingresso no projeto-piloto de teletrabalho.
Em relação ao papel de corretor de informação, o ator AT8GI-1 não demonstrou ocupar
posição relevante em nenhuma das medidas.
A situação relativa ao papel de expansor de fronteiras revela que quando ainda
trabalhava presencialmente todos os dias, o AT8GI-1 atuava neste papel inclusive como ator
crítico, posição mantida na medida, porém reduzida na avaliação de um ano depois de
iniciar o teletrabalho.
Quadro 36: Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos – T8
Os dados acima evidenciam que antes da mudança da sua modalidade de trabalho, o
teletrabalhador não exercia o papel de conector central na rede de informação e que esta
posição não alterou-se, durante o projeto piloto.
Em relação aos papéis de corretor de informação e de expansor de fronteiras, foi
evidenciado que o referido ator atuava numa posição secundária e assim manteve-se até a
terceira coleta de dados.
RSI DE INFORMAÇÃO
CONECTOR CENTRAL
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
N E N H U M
IGI-3 IGI-7
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
IGI-4 IGI-3 IGI-7
1a
IGI-4 IGI-4 IGI-4
IT8GI-1 IGI-4 IT8GI-1
2a
IT8GI-1 IT8GI-1 IT8GI-1
IGI-3 IGI-1 -
3a
- - -
IGI-7 - -
- - -
158
Quadro 37: Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T8
Os dados acima permitem afirmar que o referido ator CT8GI1 não exercia antes, nem
passou a exercer durante o projeto-piloto, o papel de conector central na rede de confiança
Em relação ao papel de corretor de informação, indicação que nas três medidas ele é
ocupado secundáriamente pelo ator CT8GI-1. Sendo assim, o teletrabalhador não pode ser
caracterizado como corretor de informação crítico desta rede, em nenhum dos momentos
avaliados, porém verifica-se que ele manteve sua atuação secundária durante todo o projeto
piloto.
A situação relativa aos expansores de fronteiras revela que houve evolução na posição
ocupada pelo ator CT8GI1. Quando trabalhava presencialmente todos os dias, o referido ator
não atuava neste papel secundáriamente, porém na medida aparece na principal posição,
demonstrando que com maior tempo de teletrabalho, suas relações de confiança estavam
expandidas extrapolando os limites do seu grupo primário.
RSI DE CONFIANÇA
CONECTOR CENTRAL
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
NENHUM ATOR
CGI-7
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
CGI 4 CGI 4 CGI-7
CGI-4 CGI-4 CT8GI1
CT8GI1
CT8GI1
CT8GI1
CT8GI1
CT8GI1
-
CGI 2
CGI 4
159
4.5 -
ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS ( RSI ) DO GRUPO DO
TELETRABALHADOR 10 ( T10 )
Neste segmento estão apresentados e discutidos os indicadores relativos à unidade de
análise, à qual pertence o teletrabalhador 10. Trata-se dos resultados macro e micro-
estruturais, relacionais e referentes ao desempenho dos papéis críticos de conector central,
corretor de informações e expansor de fronteiras.
4.5.1 – Análise Estrutural
O Quadro 38 apresenta os valores estruturais, referentes aos três tipos de redes sociais
informais do grupo do teletrabalhador 10 (T10), nas três medidas realizadas.
Quadro 38 Dados estruturais das RSI – Grupo 10
ESTRUTURA DAS RSI DO GRUPO10
Matriz de adjacência não simetrizada
REDE DE AMIZADE REDE DE INFORMAÇÃO REDE DE CONFIANÇA
Medida Medida Medida
INDICADORES
3ª. 2ª
NO. DE PESSOAS
NA REDE
41 46 39 24 27 27 22 19 23
TAMANHO
(relações efetivas)
65 53 64 39 32 49 29 29 38
RELAÇÕES
POTENCIAIS ou
POSSÍVEIS
1640 1190 1482 552 702 702 462 342 506
DENSIDADE
(relações efetivas/
relações possíveis
)
0,0396 0,0445 0,0431 0,0706 0,0455 0,0698 0,0627 0,0847 0,0750
DISTANCIA
GEODÉSICA
( acessibilidade)
2.419 1.345 1.715 1.694 1.450 2.167 1.976 1.632 1.736
O Grupo 10 é composto de seis membros em todas as medidas, incluindo o
teletrabalhador, seus colegas e chefia imediata. O Quadro 38 acima mostra que o
quantitativo de pessoas envolvidas nas RSI de amizade é maior que nas RSI de informação e
de confiança, confirmando mais uma vez achados de pesquisadores anteriores.
Quanto à densidade o Grupo 10 apresenta baixa utilização do potencial de ligações das
redes, cujos índices variam de 3 a 8%, tendo este último valor ocorrido apenas uma vez, na
2ª medida da rede de confiança.
É importante lembrar que as pessoas citadas pelos membros do Grupo 10, portanto
atores fronteiriços, não foram solicitadas a explicitar suas escolhas; eventuais relações
recíprocas decorrentes de tais indicações aumentariam a densidade da rede. Por outro lado,
a análise das distâncias geodésicas médias indicam que qualquer dos atores necessita de 2
160
contatos para estabelecer relação com outro ator das respectivas RSI, o que permite
caracterizá-las como fortemente conectadas.
4.5.1.1 - Análise qualitativa de reciprocidades
Para cada tipo de RSI são analisadas somente as relações simetrizadas pelos mínimos
que focalizam apenas as relações recíprocas e portanto, os laços mais fortes, entre os
membros do núcleo dos grupos, que são as unidades de análise deste estudo. As figuras
com a visualização das ligações estão apresentadas no Apêndice 4 (página 221).
A) RSI de Amizade –T10
Antes do início do projeto piloto de teletrabalho as relações de amizade no núcleo da
rede envolviam a maior parte dos nodos, cujas ligações simétricas apresentaram-se em uma
díade e em uma tríade, estando nesta última o ator que se tornou teletrabalhador. Apenas do
GI-6 não se pode verificar reciprocidades, uma vez que este membro não respondeu a coleta
de dados na 1ª medida (Figura 48).
Seis meses após o inicio do teletrabalho, as relações simétricas envolvem apenas um
par de nodos que são o AGI-2 e o AGI-5. O ator GI_6 mais uma vez não respondeu a
pesquisa (Figura 49).
Um ano após o início do teletrabalho, as características estruturais da rede de
amizade, com o foco nas relações do seu núcleo, permitem perceber a conectividade mais
intensa e a reciprocidade nos laços entre 4 atores que formam um subgrupo ou clique, o qual
inclui o teletrabalhador - AT10GI-1, o chefe imediato do grupo - AGI-3, além dos colegas
AGI-4 e AGI-6, o qual respondeu a pesquisa pela primeira vez, ao passo que o ator GI-5
deixou de responder (Figura 50).
B) RSI de Informação –T10
Antes do início do projeto piloto de teletrabalho, as ligações para troca de informações
no núcleo da rede apresentaram-se em duas díades, das quais não faziam parte o colega que
se tornaria teletrabalhador e o ator IGI-6, que não respondeu a coleta de dados na 1ª medida
(Figura 51).
161
Seis meses após o inicio do projeto piloto, o padrão de ligações da RSI de informação
é igual ao da medida anterior, inclusive na ausência de resposta do ator IGI-6 e da exclusão
do ator teletrabalhador dos pares recíprocos (Figura 52).
A RSI de informação, identificada na medida tomada um ano após a implantação do
projeto piloto, apresenta-se com todos os seus atores vinculados por relações simétricas, o
que é verificado pela presença de 1 clique com 3 atores, inclusive o teletrabalhador, além de
outro par de ligação (Figura 53). Estas características denotam laços fortes e coesão e
significam que, quando se trata de contatos para troca de informações, é intenso o fluxo de
comunicação entre os membros do grupo. Fica também evidente a posição de centralidade
do ator IGI-4.
Para alargar a análise, a pesquisadora examinou a matriz de adjacência e verificou que
direcionamento de ligações ao ator IGI-3, chefe imediato do grupo, por parte de quatro
membros e não só de um, as quais não são vistas neste gráfico por não serem recíprocas. Foi
constatado, além disso, que em relação ao teletrabalhador também indicação de mais um
colega e que várias das pessoas externas ao grupo que fazem parte da RSI de informação.
Ou seja, os atores fronteiriços, são contatos comuns de vários membros do núcleo da rede, o
que explica sua maior densidade.
Nesta medida o ator IGI-6 respondeu a pesquisa pela primeira vez e o ator IGI-5
deixou de responder.
C) RSI de Confiança - T10
Os dados da medida revelam que mesmo antes de iniciar o teletrabalho, o ator
CT10GI-1 já não fazia parte das conexões simétricas de confiança formadas por seus
colegas e chefia, configuradas em pares (Figura 54). A análise direta nos registros das
escolhas feitas por cada respondente da pesquisa permite verificar que o laço de confiança
de CT10GI-1 é direcionado somente ao ator CGI-6, que não participou da coleta de dados;
por isso é uma relação que não aparece.
Na medida configurou-se a rede com menor número de pessoas envolvidas (Figura
55). Apesar disso, seu tamanho, que é expresso pelo número de relações efetivas, não se
reduziu proporcionalmente e embora os atores do núcleo do grupo tenham se indicado para
transacionar conteúdos que requerem laços de confiança, as relações não se confirmaram
reciprocamente, exceto no caso da díade mostrada no gráfico, formada por CGI-3 e CGI-4.
162
Na 3a medida o ator GI-6 respondeu a pesquisa pela primeira vez e o ator GI-5 deixou
de responder. Ao completar um ano de teletrabalho, o teletrabalhador aparece pela primeira
vez conectado com seu grupo interno, por meio de uma ligação simétrica com o ator CGI-4,
que revela-se numa posição central e intermediadora de relações entre os demais integrantes
do grupo (Figura 56). Não é mostrado nesta parametrização pelos nimos, porém o ator
CT10GI-1mais uma vez escolhe o CGI-6 como par para ligações de confiança, o qual não
demonstra reciprocidade.
4.5.2 - Análise Relacional – Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador T10
Conforme foi constatado também na análise estrutural, na 3ª medida das RSI de
amizade e de informação identificou-se um clique em cada uma, com inclusão do
teletrabalhador. Isto significa a existência de alterações das suas posições relacionais, na
comparação entre antes e após a adoção do teletrabalho (Quadro 39).
Na rede de confiança nenhum clique foi encontrado, em nenhuma das três medidas. A
análise destes dados leva à avaliação que o afastamento físico do ator T10GI-1 para
teletrabalhar não o impediu de fortalecer os nculos com colegas do seu grupo primário,
nas relações de companheirismo e de troca de informações. Mesmo na RSI de confiança
que não evidenciou cliques, a posição do teletrabalhador tornou-se mais próxima do seu
grupo, como foi visto no gráfico do item anterior.
4.5.3 – Análise Centrada em Egos - Identificação de papéis dos atores - T10
Os itens que se seguem abordam os achados relativos aos atores das RSI, frente a cada
um dos indicadores, principalmente aqueles envolvidos na identificação dos papéis críticos
e conector central, corretor de informação e expansor de fronteiras. As tabelas com os
dados que originaram os resultados discutidos a seguir encontram-se no Apêndice 4.
4.5.3.1 – Conector central
Em nenhum das medidas o teletrabalhador foi identificado como conector central na
RSI de amizade, não tendo sido evidenciada qualquer alteração na sua posição frente a este
papel, antes ou depois da mudança na sua condição de trabalho (Tabela 37). Apenas na
primeira medida é identificada a existência de um conector central. Os índices referentes ao
teletrabalhador alcançam um patamar de centralidade mais elevado na medida, porém no
mesmo nível daqueles demonstrados por outros atores.
163
Na RSI de informação, apenas na 3ª medida foi identificado um ator com os requisitos
que lhe conferem as características de conector central, que é o IGI-4 (tabela 38).
Quanto à posição do teletrabalhador frente a este papel, nenhuma alteração foi
registrada depois da mudança na sua condição de trabalho, embora tenham se elevado sua
centralidade e seu prestígio junto ao seu grupo no que diz respeito a troca de informações,
de acordo com os índices apurados na última medida.
O único conector central identificado na RSI de confiança foi o CGI-4, na 3ª medida.
À semelhança do que ocorreu nos outros dois tipos de rede, o teletrabalhador elevou
sua centralidade e seu prestígio junto ao seu grupo, no que diz respeito às relações de
confiança, de acordo com os índices apurados na última medida (Tabela 39).
4.5.3.2 - Corretor de Informação
Focalizando as posições ocupadas pelo teletrabalhador, observa-se que nas RSI de
amizade e de confiança mostrou-se atuando no papel de corretor de informação em alguns
momentos, mas não como ator crítico. Os atores GI-3, GI-5 e GI-6 foram os identificados
como principais corretores de informação nos três tipos de RSI, no período analisado
(Tabela 40).
4.5.3.3 - Expansor de Fronteiras
Nos diversos tipos de RSI o ator GI-5 é o que mais se destaca como expansor de
fronteiras; na 1a medida da rede de amizade o teletrabalhador aparece com o índice mais
elevadoa; e na RSI de confiança, a posição de expansor de fronteiras é ocupada criticamente
por diferentes atores em cada medida, estando o teletrabalhador em posição secundária na
terceira (Tabela 41). Portanto, ao longo do período analisado, ocorreram oscilações no
posicionamento do teletrabalhador frente ao papel em questão, tanto antes, quanto após ter
iniciado a mudança na sua condição de trabalho.
4.5.3.4 - Atores que desempenham papéis críticos – Grupo T 10
Antes de iniciar a análise de cada tipo de RSI, é oportuno, no caso deste ator T10GI-1,
registrar que de todos os teletrabalhadores das 17 unidades de análise incluídas neste estudo,
ele é o que durante mais dias seguidos exerce suas atividades domiciliarmente, ficando
portanto mais afastado do ambiente físico da empresa que os demais. Enquanto a freqüência
164
de teletrabalho em casa dos outros 16 sujeitos varia de 1 a 4 dias por semana, o T10GI-1 vai
ao SERPRO uma vez, a cada 15 dias, aproximadamente.
Os estudos de alguns pesquisadores, como Higgins & Kram (2001), Krackhardt
(1992), Ibarra (1993) encontraram relação entre proximidade e intensidade dos laços nas
relações informais em redes sociais. Isto é verificado, especialmente, naquelas redes em que
o principal conteúdo transacionado é a troca de informações sobre acontecimentos
cotidianos.
que se refletir também sobre a influência do afastamento físico mais prolongado
nas ligações de amizade, nas quais predominam o companheirismo para o lazer e a troca
afetiva, requerendo portanto a convivência e disponibilidade que tornam oportunos os
contatos mais dinâmicos, próprios deste tipo de rede. as redes de confiança, nas quais os
laços demoram mais para se estabelecer, porém uma vez criados, são mais intensos e
duradouros, é provável que sofram menos impactos decorrentes do afastamento físico.
No entanto, como levantado no Capítulo 3, sendo o SERPRO uma empresa que opera
nacionalmente, com regionais ou escritórios em todas as capitais do país, seus empregados
são altamente familiarizados com a comunicação virtual para realização das suas atividades
no cotidiano do trabalho e atendimento remoto.
Feitas estas considerações, é oportuno ressaltar que a interpretação dos achados
relativos a este ator não deve ser dissociada das bases em que está acordada a sua freqüência
de teletrabalho.
Os Quadros 40, 41 e 42 apresentam a posição de cada ator do grupo 10 em relação ao
desempenho dos papéis estudados, mostrando as alterações porventura ocorridas antes e ao
longo do projeto piloto de teletrabalho .
Quadro 40– Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T 10
RSI DE AMIZADE
CONECTORES CENTRAIS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AGI-2 NENHUM ATOR
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida . Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AGI-2 AGI-5 IGI-6 AT10GI-1 IGI-5 AGI-6
AGI-3 AGI-3 IGI-3 AGI-5 -
-
AT10GI-1
-
AT10GI-1
- - AGI-3
-
-
AGI-2
- -
-
165
Tendo como foco investigar as alterações das RSI do teletrabalhador, a partir da
mudança da sua modalidade de trabalho, a análise dos dados acima permite afirmar que na
rede de amizade do grupo o referido ator não exercia, nem passou a exercer o papel de
conector central e portanto nada mudou nesse sentido, a partir do seu ingresso no projeto-
piloto de teletrabalho.
Em relação ao papel de corretor de informação, o ator AT10GI-1 demonstrou que
ocupava uma posição secundária, a qual constatou-se mantida no final do período analisado.
A situação relativa ao papel de expansor de fronteiras revela que quando ainda
trabalhava presencialmente todos os dias, o AT10GI-1 atuava neste papel inclusive como
ator crítico, posição que não foi sustentada, consistindo assim numa alteração relevante na
RSI de amizade, após a adoção do teletrabalho.
Quadro 41– Desempenho de papéis na RSI de Informação nos 3 momentos – T 10
A análise dos dados acima permite afirmar que antes da mudança da sua modalidade
de trabalho, o ator teletrabalhador IT10GI-1 não exercia nenhum dos papéis analisados nesta
investigação na rede de informação e que esta posição não alterou-se, durante o projeto.
Quadro 42 – Desempenho de papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T 10
RSI DE INFORMAÇÃO
CONECTORES CENTRAIS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
NENHUM ATOR IGI-4
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
IGI-3 IGI-3 IGI-6 IGI-2 IGI-5 IGI-3
IGI-2 IGI-5 IGI-3 IGI-3 IGI-3 IGI-6
-
-
IGI 4
- - -
RSI DE CONFIANÇA
CONECTORES CENTRAIS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
NENHUM ATOR CGI-4
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
1ª. Medida
2ª. Medida
3ª. Medida
CGI-5
CGI-3
CGI 4
CGI-5
CGI-3
CGI 2
CGI 4
CGI-4
CGI-3
CGI-3 - CT10GI1
CGI 2
-
-
- - -
CGI-3 CGI-5 CT10GI-1
1
o
2
o
2
o
3
o
- - -
166
A análise dos dados acima permite afirmar que o ator CT10GI-1 não exercia antes,
nem passou a exercer durante o projeto-piloto, o papel de conector central na rede de
confiança. No entanto, conforme detectado anteriormente, foi registrado na última medida
elevação da sua centralidade e prestígio junto ao seu grupo, no que diz respeito às relações
de confiança.
Em relação ao papel de corretor de informação, indicação que nas duas primeiras
medidas não era desempenhado nem secundariamente pelo ator CT10GI-1, mas a última
medida aponta algum nível de atuação característico do papel em questão.
A situação relativa ao papel de expansor de fronteiras revela que quando ainda
trabalhava presencialmente todos os dias, o ator CT10GI-1 não atuava desta forma e
somente na terceira medida aparece na posição, tendo o seu colega CGI-2 reafirmado-se
como o mais crítico expansor de fronteiras da RSI de confiança.
167
4.6
- ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS ( RSI ) DO GRUPO DO
TELETRABALHADOR 12 ( T12 )
Continuando a apresentação dos resultados das unidades de análise, os dados deste
segmento referem-se ao grupo do teletrabalhador 12, no que diz respeito às características
estruturais das redes e representações gráficas das ligações do núcleo primário das RSI, à
análise relacional expondo o principal indicador de coesão e à análise centrada em egos.
4.6.1 – Análise Estrutural
A Quadro 43 apresenta os valores estruturais, referentes aos três tipos de redes
sociais informais do grupo do teletrabalhador 12 (T12), nas três medidas realizadas.
Quadro 43 - Dados estruturais das RSI – Grupo 12.
ESTRUTURA DAS RSI DO GRUPO 12
Matriz de adjacência não simetrizada
REDE DE AMIZADE REDE DE
INFORMAÇÃO
REDE DE CONFIANÇA
Medida Medida Medida
INDICADORES
3ª. 1ª 3ª
NO. DE PESSOAS
NA REDE
33 29 34 21 24 28 22 25 20
TAMANHO
(relações efetivas)
38 31 42 38 23 33 23 21 25
RELAÇÕES
POTENCIAIS ou
POSSÍVEIS
1056 812 1122 420 552 756 462 600 380
DENSIDADE
(relações efetivas/
relações possíveis)
0,0359 0,0381 0,0374 0,0904 0,0471 0,0436 0,0497 0,0350 0,0657
DISTANCIA
GEODÉSICA
( acessibilidade)
1.304 1.205 1.466 1.512 1.400 2.582 2.017 1.200 1.938
O Grupo 12 é composto de nove membros incluindo o teletrabalhador, seus colegas e
chefia imediata, no entanto apenas 5 atendeu as solicitações para participar da pesquisa; na
última coleta de dados mais um membro respondeu o questionário. O Quadro 43, mostra
que o quantitativo de pessoas envolvidas nas RSI de amizade é maior que nas RSI de
informação e de confiança, confirmando mais uma vez achados de pesquisadores
anteriores.
Quanto à densidade o Grupo 12 apresenta baixa utilização do potencial de ligações das
redes, cujos índices variam de 3 a 9%, tendo este último valor ocorrido apenas uma vez, na
1a medida da rede de informação.
168
Por outro lado, a análise das distâncias geodésicas médias indicam que qualquer dos
atores necessita de 2 contatos para estabelecer relação com outro ator das respectivas RSI,
o que permite caracterizá-las como fortemente conectadas.
4.5.1.1 - Análise qualitativa de reciprocidades
Para cada tipo de RSI foram analisadas somente as relações simetrizadas pelos
mínimos que focalizam apenas as relações recíprocas e portanto, os laços mais fortes,
entre os membros do núcleo dos grupos, que são as unidades de análise deste estudo. As
figuras com a visualização das ligações estão apresentadas no Apêndice 5 (página 225).
A) RSI de Amizade –T12
Antes do início do projeto-piloto de teletrabalho as relações simétricas de amizade no
núcleo da rede apresentaram-se em apenas uma díade, envolvendo os atores GI-2 e GI-3.
Quatro membros do grupo não retornaram o questionário respondido; foram eles GI-6, GI-
7, GI-8 e GI-9, o que certamente impacta a percepção mais acurada da configuração das
ligações existentes na RSI de amizade (Figura 57).
Na 2ª medida não foram identificadas relações simétricas na RSI de amizade.
Duas díades, uma delas incluindo o teletrabalhador, demonstram as ligações
recíprocas de amizade do núcleo da RSI, um ano após a implantação do projeto piloto.
Vale ressaltar que o ator que forma o par com o teletrabalhador é o chefe imediato do
grupo (Figura 58). O ator GI-9 respondeu o questionário pela primeira vez, porém outros
três continuam sem participar, apesar das inúmeras solicitações nesse sentido feitas pela
pesquisadora e pelo próprio colega teletrabalhador.
B) RSI de Informação –T12
Nas duas primeiras medidas da RSI de informação no núcleo primário do
teletrabalhador T 12 não foram evidenciadas relações recíprocas entre os integrantes do
núcleo da rede. Examinando-se os registros das indicações dos atores na matriz de
adjacência, é possível verificar que os atores não-respondentes são citados pelos atores
respondentes da pesquisa, significando assim que a ausência das suas citações impede o
169
acesso a dados completos dos vínculos que caracterizam os fluxos de informação desta
RSI.
A última medida tomada quando a implantação do projeto-piloto completou um ano,
trouxe mais uma vez a díade formada pelo par T12GI-1 e GI-5, portanto, o teletrabalhador
e seu chefe, o que é um dado relevante, principalmente em se tratando de uma rede de
informação. Mesmo com a participação de mais um membro do grupo como respondente
da pesquisa, não foram evidenciadas outras ligações recíprocas.
C) RSI de Confiança - T12
Nas e medidas da RSI de confiança são demonstrados os mesmos padrões de
ligações configurados nas RSI de amizade e de informação, sem trazer nenhum dado
diferencial que enriqueça a análise das relações predominantes no núcleo deste grupo
(Figuras 59 e 60). Na avaliação não foram identificadas relações simétricas na RSI de
confiança do grupo 12.
Um aspecto a ser acrescentado, é que os atores externos citados pelo grupo interno,
conforme visto nos registros das matrizes de adjacência, são sempre os mesmos, nas
diferentes medidas e para as diferentes redes, resultando num reduzido número de pessoas
nas RSI, conforme corroborado pelos dados estruturais fornecidos pelo Quadro 43, no item
4.6.1.
4.6.2 - Análise Relacional – Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador 12
Ratificando os dados da análise estrutural abordada nos itens anteriores, a análise
relacional não identificou cliques em qualquer das medidas, nos três tipos de RSI. Este
dado torna mais evidente a ausência de coesão que caracteriza as relações entre os atores do
grupo 12, ao menos no que diz respeito àqueles que responderam a pesquisa. É possível que,
se os outros quatro atores tivessem participado das medidas, diferentes achados seriam
trazidos para discussão.
Focalizando prioritariamente o ator teletrabalhador, afirma-se, considerando os
limites das circunstâncias acima referidas, a inexistência de registro de alterações nas suas
posições relacionais, na comparação entre antes e após a adoção do teletrabalho.
170
4.6.3 - Análise Centrada em Egos - Identificação de papéis dos atores -T 12
Os itens que se seguem abordam os achados relativos aos atores das RSI, frente a cada
um dos indicadores, principalmente aqueles envolvidos na identificação dos papéis críticos
acima citados.
4.6.3.1 – Conector central
Em nenhum das medidas o teletrabalhador foi identificado como conector central na
RSI de amizade, não tendo sido evidenciada qualquer alteração na sua posição frente a este
papel, antes ou depois da mudança na sua condição de trabalho (Tabela 42).
Além disso, verificou-se também que nenhum outro ator foi identificado no papel
nas 3 medidas da RSI de amizade. Observa-se algum grau de centralidade em AGI-2 e
AGI-3, o que significa que eram os mais procurados pelos colegas para relações de
amizade naqueles momentos.
Os valores zerados nas três medidas demonstram que nenhum ator atua como
intermediador de contatos. Entretanto, como indica o índice de Bonacich na medida,
algum grau de prestígio é atribuído ao teletrabalhador. Apesar disso, deve ser considerado
que a referida coleta de dados teve o retorno de apenas 4 respondentes, além do próprio
teletrabalhador e essa percepção pode não ser representativa de todos do núcleo do grupo.
Nenhum dos atores foi identificado como conector central nas 3 medidas das RSI de
informação, sendo evidenciado alguns graus de Bonacich e de centralidade para os atores
AT12GI-1 e AGI-5 em algumas medidas (Tabela 43). Ressalta-se que a ausência
sistemática de respostas de quatro atores impacta a avaliação das reais ligações dos atores
do núcleo da RSI de informação.
Repetem-se na RSI de confiança alguns graus de Bonacich e de centralidade para os
atores AT12GI-1 e AGI-5, em algumas medidas (Tabela 44).
Recorrendo ao auxílio do exame direto sobre a matriz de adjacência, na tentativa de
identificar outros dados que contribuam para a discussão das relações deste grupo, a
pesquisadora constatou a predominância de relações de confiança explicitadas por alguns
atores não confirmadas pelo colega indicado, com o agravante que várias das pessoas
citadas não responderam o instrumento de pesquisa, impossibilitando assim caracterização
de reciprocidades e de desempenho papéis.
171
4.6.3.2 - Corretor de informação
O ator mais crítico no desempenho do papel de corretor de informação,
principalmente nas RSI de informação e confiança, é o GI-5, chefe imediato do grupo. O
teletrabalhador ocupa esta posição nas duas primeiras medidas da RSI de amizade e na
segunda da RSI de confiança, além de secundariamente manter-se desempenhando o papel
em questão, o que é significativo frente ao seu afastamento físico do ambiente de convívio
cotidiano do grupo (Tabela 45).
4.6.3.3 - Expansor de Fronteiras
Na maioria das medidas, o ator GI-5, chefe imediato do grupo, é o que mais se
destaca como expansor de fronteiras. O teletrabalhador também é um ator crítico no
desempenho deste papel em alguns dos momentos avaliados e durante todo o período
mostra-se atuando como ponte, ou elo de ligação, entre o seu e outros grupo ou redes na
própria organização, nos três tipos de RSI (Tabela 46).
4.6.3.4 - Atores que desempenham papéis críticos – Grupo T 12
Os quadros 44, 45 e 46, a seguir, permitem evidenciar a classificação de cada ator do
núcleo do Grupo 12 e a situação do membro que tornou-se teletrabalhador, quanto ao
desempenho de papéis e assim, confrontar estes resultados com as hipóteses assumidas
neste estudo.
Quadro 44 - Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T 12
Tendo como foco investigar as alterações das RSI do teletrabalhador, a partir da
mudança da sua modalidade de trabalho, a análise dos dados acima permite afirmar que o
referido ator não exercia, na rede de amizade do grupo o papel de conector central e
RSI DE AMIZADE
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
NENHUM ATOR
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AT12GI-1 AT12GI-1 AGI-5 AT12GI-1 AGI-5 AT12GI-1
AGI-2
-
- -
- -
- AGI-4 AT12GI-1 AGI-5 AT12GI-1 AGI-5
-
-
AGI-4
- - -
172
portanto nada mudou nesse sentido, a partir do seu ingresso no projeto-piloto de
teletrabalho.
Em relação ao papel de corretor de informação, nas duas primeiras coletas de dados
ele é exercido pelo ator AT12GI-1, posição esta não sustentada pelo ator na medida,
quando completa um ano teletrabalhando. Verifica-se então que o chefe do grupo, o ator
AGI-5, caracteriza-se o principal corretor de informação da rede de amizade no último
momento avaliado.
Quanto ao papel de expansor de fronteiras, os achados revelam que quando ainda
trabalhava presencialmente todos os dias, o AT1GI-1 já o desempenhava, alternando-se na
posição com a chefia na segunda medida e retomando a posição principal no último
período avaliado. Em relação à sua situação inicial não houve alteração, porém é
importante registrar a relevância do teletrabalhador manter-se nela, considerando a
diminuição de freqüência do seu convívio no ambiente organizacional.
Quadro 45 – Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T 12
Nenhum ator exercia o papel de conector central na rede de informação; pode-se
afirmar, portanto, que em relação ao teletrabalhador sua posição não alterou-se a partir da
sua entrada no projeto piloto estudado nesta pesquisa.
No que se refere ao papel de corretor de informação, a predominância é do ator IGI-5
Em todos os momentos avaliados, observando-se que o teletrabalhador ao final de um ano,
havia perdido a posição que demonstrou ocupar nas duas primeiras medidas, mesmo
secundariamente.
Quanto ao papel de expansor de fronteiras ocorreu o inverso, pois o teletrabalhador
evoluiu no desempenho do papel na RSI de informação, com o passar do tempo. Um dado
obtido fora do contexto da pesquisa, porém impactante para a percepção do colega
teletrabalhador pelo seu grupo interno, é que num evento externo sobre teletrabalho, ele
RSI DE INFORMAÇÃO
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
NENHUM ATOR
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida . Medida
IGI-5 IGI-5 IGI-5 IGI-5 IGI-5 IGI-5
AT12GI-1 AT12GI-1 IGI-9 IGI-2 - AT12GI-1
-
-
IGI-3
- -
173
participou como integrante do projeto piloto do SERPRO e sendo uma pessoa com
deficiência visual, foi destacado como exemplo de vantagem proporcionada por esta
modalidade elo trabalho.
Quadro 46 – Desempenho de papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T 12
Nenhum ator exercia o papel de conector central na RSI de informação; pode-se
afirmar, portanto, que em relação ao teletrabalhador sua posição não se alterou a partir da
sua entrada no projeto piloto estudado nesta pesquisa.
Em relação ao papel de corretor de informação, verifica-se que o ator AT1GI-1
oscilou em diferentes posições durante o período avaliado, constatando-se redução da sua
atuação após um ano de teletrabalho.
No que se refere ao papel de expansor de fronteiras, o ator principal nas três medidas
foi o CGI-5 e as posições ocupadas pelo ator CT12GI-1 evoluíram ao longo do período
avaliado, igualando-se ao chefe do grupo ao completar um ano teletrabalhando.
RSI DE CONFIANÇA
CONECTOR CENTRAL
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
NENHUM ATOR
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
CGI-5 CT12GI-1 CGI-5 CGI-5 CGI-5 CGI-5
- - - - - CT12GI1
CT12GI-1 - CGI 4 CT12GI1 CT12GI1 -
CGI-3 - - - - -
- - CT12GI-1
- - -
174
4.7 ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS ( RSI ) DO GRUPO DO
TELETRABALHADOR 15 ( T15 )
Este segmento apresenta a análise dos resultados das RSI do Teletrabalhador 15, por
meio da identificação das respectivas características estruturais e as representações gráficas
referentes às ligações do núcleo primário. São mostradas também a análise relacional
baseada em cliques e a análise centrada em egos, para evidenciar os atores no desempenho
dos papéis críticos de conector central, corretor de informações e expansor de fronteiras.
4.7.1 – Análise Estrutural
O Quadro 47 apresenta os valores estruturais, referentes aos três tipos de redes sociais
informais do grupo do teletrabalhador 15 (T15), nas três medidas realizadas.
Quadro 47 – Dados estruturais das RSI – Grupo 15
ESTRUTURA DAS RSI DO GRUPO 15
Matriz de adjacência não simetrizada
REDE DE AMIZADE REDE DE INFORMAÇÃO REDE DE CONFIANÇA
Medida Medida Medida
INDICADORES
3ª.
NO. DE
PESSOAS NA
REDE
33 33 26 29 18 23 27 19 19
TAMANHO
(relações efetivas)
41 37 43 33 25 26 32 24 22
RELAÇÕES
POTENCIAIS ou
POSSÍVEIS
1056 1056 650 812 306 506 702 342 342
DENSIDADE
(relações efetivas/
relações
possíveis)
0,0388 0,0350 0,0661 0,0406 0,0816 0,0513 0,0455 0,0701 0,0643
DISTANCIA
GEODÉSICA
( acessibilidade)
1.906 1.205 1.707 1.705 1.647 1.940 1.815 1.850 1.912
O Grupo 15 é composto de quatro membros em todas as medidas, incluindo o
teletrabalhador, seus colegas e chefia imediata. O Quadro 47 mostra que o quantitativo de
pessoas envolvidas nas RSI de amizade é maior que nas RSI de informação e de confiança,
confirmando mais uma vez achados de pesquisadores anteriores.
Quanto à densidade o Grupo 15 apresenta baixa utilização do potencial de ligações das
redes, cujos índices variam de 3 a 8%, tendo este último valor ocorrido apenas uma vez, na
2a medida da rede de informação. Por outro lado, a análise das distâncias geodésicas médias
indicam que qualquer dos atores necessita de 2 contatos para estabelecer relação com outro
ator das respectivas RSI, o que permite caracterizá-las como fortemente conectadas.
175
4.7.1.1 - Análise qualitativa de reciprocidades
Para cada tipo de RSI são analisadas somente as relações simetrizadas pelos mínimos
que focalizam apenas as relações recíprocas e portanto, os laços mais fortes, entre os
membros do núcleo dos grupos, que são as unidades de análise deste estudo. As figuras
com a visualização das ligações estão apresentadas no Apêndice 6 (página 228).
A) RSI de Amizade –T15
Antes do início do projeto-piloto de teletrabalho as relações de amizade no núcleo da
rede envolviam ligações simétricas de todos os atores com o teletrabalhador, porém não
entre si. (Figura 61). Esta configuração corresponde a uma rede do tipo estrela, na qual 100%
das conexões de entrada e saída passam por um determinado ator (Alejandro e Norman,
2005).
Seis meses após o inicio do teletrabalho pelo ator AT15GI-1 as relações de amizade no
núcleo da rede mantém o padrão verificado na medida anterior (Figura 62).
Um ano após o inicio do teletrabalho pelo ator AT15TI-1, diminui uma relação
simétrica na rede de amizade, em função da ausência de indicação de qualquer dos membros
do grupo interno pelo ator AGI-3. (Figura 63). Embora ele tenha sido escolhido por todos,
conforme verificado nos registros da matriz de adjacência, o requisito de reciprocidade das
escolhas inerente ao parâmetro de simetrização pelos mínimos, o excluiu do diagrama
gráfico.
B) RSI de Informação
Na medida inicial da RSI de informação o ator que não protagoniza escolhas mútuas
com nenhum outro ator é o AGI-2, chefe imediato do grupo. Ele indicou todos os três
membros, mas a reciprocidade não ocorreu (Figura 64).
A RSI de informação seis meses após o inicio do projeto piloto de teletrabalho
apresenta-se intensamente conectada, numa dinâmica de relações em que a chefia imediata e
o teletrabalhador concentram igualmente as comunicações. São formados dois cliques e não
há ligação direta entre os atores AGI-3 e AGI-4 (Figura 65).
Um ano após o inicio do teletrabalho pelo ator AT15TI-1, repete-se na rede de
amizade a configuração de estrela, verificando-se outra vez as escolhas de todos os atores
direcionadas ao teletrabalhador, o qual simetricamente também os aponta como seus
interlocutores para trocas de informação (Figura 66). O exame dos registros na matriz revela
176
que os atores AGI-3 e AGI-4 apontam também o AGI-2, mas este não confirmou os
vínculos com eles tipo de RSI.
C) RSI de Confiança –T15
Na 1a medida está fortemente caracterizado o subgrupo para relações que envolvem
confiança, do qual não faz parte o AGI-3, o qual indicou apenas o AT15GI-1 (Figura 67).
Na medida o teletrabalhador confirmou a relação de confiança com o ator AGI-3 e
ele figura nas ligações entre os integrantes do núcleo da rede. Foi mais uma vez
caracterizado um subgrupo coeso, evidenciado pelo clique composto dos atores GI-2, GI-4 e
AT15GI-1 (Figura 68).
Na última medida que retrata as relações de confiança, o teletrabalhador continua
indicando todos os três atores do núcleo da rede e vice-versa (Fgura 69). A ligação que não
se confirma é entre AGI-2 e AGI-4, assim como mantém-se da mesma forma o laço de AGI-
3 apenas com AT15GI-1.
4.7.2 - Análise Relacional – Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador 15
É importante ressaltar que as alterações das posições relacionais ocorridas no núcleo
da rede não são relativas ao teletrabalhador, pois em todas as medidas, referentes aos três
tipos de RSI ele manteve-se mutuamente vinculado por laços fortes a todos os atores.
Portanto a formação ou dissolução de cliques foram decorrentes de mudanças nas relações
entre os demais atores do núcleo das redes. Dessa forma, pode-se afirmar que não houve
alteração nas posições relacionais do teletrabalhador, ao comparar as medidas tomadas antes
e após a adoção do teletrabalho (Quadro 48).
4.7.3 – Análise Centrada em Egos -Identificação de papéis dos atores -(T15)
Os itens que se seguem abordam os achados relativos aos atores das RSI, frente a cada
um dos indicadores, principalmente aqueles envolvidos na identificação dos papéis críticos
acima citados. As tabelas com os dados que originaram os resultados discutidos a seguir
encontram-se no Apêndice 6.
4.7.3.1 - Conector central:
Em todas as medidas da RSI de amizade o teletrabalhador é identificado como
conector central. Vale ressaltar que o teletrabalhador tem a função formal de chefia (Tabela
47).
177
Em todas as medidas da RSI de informação o teletrabalhador é identificado como
corretor de informações, papel que na medida divide com o ator GI-2, seu chefe imediato
(Tabela 48).
Na primeira medida da RSI de confiança nenhum conector central foi identificado. Nas
avaliações realizadas no período após a implantação do projeto-piloto de teletrabalho, o ator
que o adotou é evidenciado no desempenho do papel em questão, permitindo assim afirmar-
se que houve alteração neste tipo de RSI, ao comparar as medidas tomadas antes e após a
adoção do teletrabalho por um membro do grupo (Tabela 49).
4.7.3.2 - Corretor de Informação
Focalizando as posições ocupadas pelo teletrabalhador, observa-se que na primeira
medida de todas as RSI, portanto antes de mudar a forma de trabalhar, foi evidenciada sua
atuação como principal corretor de informação do grupo. Nas demais medidas predominou o
AGI-2 como ator crítico no desempenho do papel em questão (Tabela 50).
4.7.3.3 - Expansor de Fronteiras
Nos diversos tipos de RSI o ator GI-2 é o que mais se destaca como expansor de
fronteiras. Na 1a medida das redes de informação e de confiança o teletrabalhador aparece
com o índice mais elevado. Um dado que traz à tona um ator diferente dos dois que sempre
estão na liderança dos papéis é a ocupação da principal posição de expansor de fronteiras
pelo ator AGI-4, conforme evidenciado na primeira medida da RSI de amizade (Tabela 51).
Portanto, pode-se afirmar-se que ao longo do período analisado houve alteração no
posicionamento do ator T15GI-1 frente ao papel em questão, ao comparar as medidas
tomadas antes e após de tornar-se teletrabalhador.
4.7.3.4 -Atores que desempenham papéis críticos – Grupo T 15
Para a visualização conjunta da posição dos atores frente aos três papeis analisados,
nas três medidas das RSI de amizade, informação e confiança, os achados estão sintetizados
nos Quadros 49, 50 e 51 a seguir.
178
Quadro 49 – desempenho de Papéis na RSI de Amizade nos 3 momentos – T15
Tendo como foco investigar as alterações das RSI do teletrabalhador, a partir da
mudança da sua modalidade de trabalho, a análise dos dados acima permite afirmar que o
referido ator exercia na rede de amizade do grupo o papel de conector central e continuou
exercendo-o, a partir do seu ingresso no projeto-piloto de teletrabalho; portanto, nesse
sentido, não houve alteração do seu posicionamento na RSI de amizade.
No que diz respeito ao papel corretor de informações, o ator AT15GI-1 foi reduzindo
sua posições ao longo do período examinado, uma vez que o desempenhava antes de
teletrabalhar, ainda o ocupou numa posição secundária por algum tempo e depois não mais
foi identificado como corretor de informação na referida RSI.
Houve alteração também quanto ao papel de expansor de fronteiras, cujo desempenho
coube a outros atores do núcleo do grupo, durante o período analisado; o teletrabalhador não
manteve mesmo a posição secundária que ocupava, antes do seu ingresso no projeto-piloto.
Quadro 50 – Desempenho de Papéis na RSI de Informação nos 3 momentos –T15
O teletrabalhador já exercia o papel de conector central na RSI de informação e
continuou exercendo-o, a partir do seu ingresso no projeto-piloto de teletrabalho; portanto,
nesse sentido, não ocorreu alteração no posicionamento do ator frente ao papel em questão.
RSI DE AMIZADE
CONECTORES CENTRAIS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AT15GI-1 AT15GI-1 AT15GI-1
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AT15GI-1 AGI-2 AGI-2 AGI-4 AGI-2 AGI-2
AGI-4 AT15GI-1 AGI-3 AT15GI-1 AGI-4 AGI-4
-
AGI-4
- - -
RSI DE INFORMAÇÃO
CONECTORES CENTRAIS
1ª. Medida 2ª. Medida . Medida
AT15GI-1 AT15GI-1 AT15GI-1
- IGI-2 -
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AT15GI-1 IGI-2 IGI-2 AT15GI-1 IGI-2 AT15GI-1
IGI-2 - AT15GI-1
IGI-2 - -
179
Como corretor de informação o teletrabalhador reduziu a posição que ocupava; antes
era o ator crítico no desempenho do papel e na medida final tinha passado a exercê-lo
secundariamente. Em relação ao papel de expansor de fronteiras não houve alteração na
posição do teletrabalhador, uma vez que foi evidenciado no mesmo patamar de desempenho,
tanto na medida inicial, quanto na final.
Quadro 51 – Desempenho de Papéis na RSI de Confiança nos 3 momentos – T15
Nesta RSI houve alteração em relação ao desempenho pelo teletrabalhador de todos os
três papéis, no período analisado. Como conector central ele passou a atuar como ator crítico
após a adoção do teletrabalho e assim se manteve.
No que se refere ao papel de corretor de informação, sua posição reduziu-se, uma vez
que na primeira medida atuava como ator principal neste papel.
O exercício do seu papel como expansor de fronteiras foi caracterizado na primeira
medida, antes de mudar sua modalidade de trabalho. A partir daí não mais atuou como tal e
a posição foi ocupada pelo chefe do grupo, o ator AGI-2.
RSI DE CONFIANÇA
CONECTORES CENTRAIS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
NENHUM ATOR AT15GI-1 AT15GI-1
CORRETORES DE INFORMAÇÃO EXPANSORES DE FRONTEIRAS
1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida 1ª. Medida 2ª. Medida 3ª. Medida
AT15GI-1 IGI-2 IGI-2 AT15GI-1 IGI-2 IGI-2
IGI-2 AT15GI-1 AT15GI-1
IGI-2 - -
180
4.8 - ANÁLISE COMPARATIVA DOS ACHADOS
Este tópico visa propiciar a visão sintetizada e comparativa do conjunto dos achados
essenciais para a percepção acerca das alterações ocorridas com cada teletrabalhador, nos três
tipos de redes sociais informais, em relação aos indicadores de coesão ( análise relacional ), aos
indicadores de centralidade ( análise centrada em egos ) e ao desempenho de papéis, que são os
focos das hipótese deste estudo.
Para chegar às informações organizadas nas tabelas abaixo, que traduzem as mudanças
identificadas no período avaliado, comparou-se os valores dos referidos indicadores, obtidos na
primeira e na última medida por cada teletrabalhador; em seguida foram estabelecidas as
legendas e as situações correspondentes, quais sejam:
o valor ou posicionamento do indicador não alterou - NA
o valor ou posicionamento do indicador aumentou - A
o valor ou posicionamento do indicador diminuiu - D.
4.8.1 – Análise Relacional
Em análise de redes sociais informais, a presença ou ausência de cliques é o principal
indicador de coesão de uma rede. Sendo assim este foi o parâmetro utilizado nesta
comparação da situação das RSI, antes e após a adoção do teletrabalho por um dos seus
membros, como mostrado no Quadro 52.
Quadro 52: Alterações na Coesão por Teletrabalhador
ALTERAÇÕES NA COESÃO DAS RSI
TELE
TRABALHADORES
T1 T3 T6 T8 T10 T12 T15
TIPOS DE REDE
INDICADOR DE
COESÃO
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
CLIQUES
(reciprocidade,
força dos laços)
NA
NA N
A
D NA NA NA NA NA NA NA NA A A NA NA A A NA D D
181
Verifica-se o predomínio da situação de não alteração (NA) na coesão das RSI, no
entanto é preciso ressaltar as especificidades.
No caso do T1 os cliques existiam e continuaram existindo, porém em nenhuma das
redes, em nenhum momento, os subgrupos coesos incluíam o referido teletrabalhador.
Em relação aos demais Teletrabalhadores, todos os NA refletem a inexistência de
cliques, tanto antes, como depois da implantação do projeto piloto de teletrabalho,
evidenciando que não alterou a situação de coesão para os respectivos grupos.
Por outro lado, nas RSI de amizade do T3 e de informação e confiança do T15, estão
assinalados D, expressando que em cada uma existia um clique, do qual os respectivos
teletrabalhadores faziam parte e esses cliques desapareceram ao longo do período
avaliado. Nessas circunstâncias pode-se falar em redução da coesão da rede.
As únicas RSI em que se verificou aumento de cliques, com a presença do
teletrabalhador estão assinaladas com A; são as redes de amizade e informação de T10 e
informação e confiança de T12.
Diante de achados tão diversificados e caracterizados, predominantemente, por situações
de inexistência prévia de cliques e, portanto, de grupos que já não eram coesos mesmo antes
do projeto piloto de teletrabalho, não se pode concluir pela alteração da coesão das RSI, a
partir do fato de um dos membros dos grupos analisados ter se tornado teletrabalhador.
4.8.2. Análises centradas nos egos dos teletrabalhadores
As comparações a seguir focalizam as variações ao longo do tempo, dos indicadores
referentes às centralidades específicas dos teletrabalhadores, por serem os atores que
efetivamente mudaram sua condição laboral; no entanto, os índices são resultantes de
cálculos do UCINET que consideram o posicionamento de todos os componentes da rede
completa. Portanto o procedimento aqui utilizado foi extrair os dados referentes ao
teletrabalhador de cada grupo e analisar se variaram da 1ª para a última medida.
O primeiro conjunto de dados constante do Quadro 51, intitulado rede completa, refere-
se à situação de cada teletrabalhador frente a todos os atores das suas RSI, ou seja, inclui os
atores periféricos e aqueles do grupo interno.
Em seguida é apresentado o segundo conjunto de dados no Quadro 52, que diz respeito
a cada teletrabalhador em relação ao núcleo do grupo primário a que pertence.
182
A) Foco na Rede completa
O Quadro 53, apresenta as ocorrências verificadas nos três tipos de RSI relativas ao
desempenho de papéis por cada teletrabalhador, contemplando suas relações com os atores
periféricos e do grupo interno.
Quadro 53 - Alterações nos Indicadores de Centralidade – Redes Completas
ALTERAÇÕES NOS INDICADORES DE CENTRALIDADE ( Adjacência )
TELE
TRABALHADORES
T1 T3 T6 T8 T10 T12 T15
TIPOS DE REDE
INDICADORES DE
CENTRALIDADE
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
ENTRADA
( popularidade,
receptividade)
D D D N
A
N
A
A
-
N
A
D D D D D A A
-
N
A
N
A
N
A
N
A
D
+
N
A
+
N
A
SAÍDA
( expansividade)
D D N
A
A A D D A D D N
A
D D A A A A A D D D
PROXIMIDADE
( autonomia em relação
ao controle exercido por
outros)
D D D D D D D D D D D D D D D D D
+
N
A
D D D
INTERMEDIAÇÃO
( controle sobre as
interações;interrupção
de contato)
D D A A A A D D D D D D A D A A A D D D D
BONACICH
( prestígio próprio e das
pessoas com
quem se relaciona )
N
A
D D D D D D A D D A D D A D N
A
A A D D D
Quanto à centralidade de entrada, não há diferença entre as freqüências de alterações
do indicador nos três tipos de RSI. O índice diminuiu para 3 teletrabalhadores, aumentou para
1 e manteve-se o mesmo para 3.
A diferença foi o tipo de RSI que se modificou para cada um deles. Por exemplo, T1 e
T8 foram os piores casos, pois para eles a popularidade diminuiu em todas as três RSI;
para T3, T10 e T12, não diminuiu em nenhuma; para T6, diminuiu nas RSI de informação e
de confiança e para T15, na RSI de amizade. Os aumentos de popularidade ocorreram para a
RSI de confiança de T3 e para as RSI de amizade e de informação de T10. o T15, que
demonstra não ter tido alteração na quantidade de pessoas que o procuram para troca de
informações e relações de confiança, já possuía os índices mais altos do grupo neste indicador
desde antes de teletrabalhar. Entretanto, no NA do T6 a situação é contrária: mesmo antes de
183
adotar o teletrabalho, não era procurado pelos demais atores da RSI de amizade e assim
permaneceu.
Frente a essa diversidade de resultados, relativos a todos os tipos de RSI e a todos os
teletrabalhadores, não há como estabelecer uma conclusão acerca da centralidade de entrada.
Em relação à centralidade de saída, que informa se o ator é expansivo e busca relações
com outras pessoas das suas redes, as reduções ocorreram mais nas RSI de amizade, nas quais
5 teletrabalhadores – T1, T6, T8, T10 e T15 - diminuíram a procura de ligações, seguidas das
RSI de confiança, com 4 teletrabalhadores neste caso, sinalizando que o afastamento físico
atingiu mais as relações que envolvem companheirismo e afeto. Por outro lado, nas RSI de
informação 4 teletrabalhadores - T3, T6, T10 e T12 - aumentaram a busca de contatos , o que
pode ser explicado pela necessidade de manterem-se atualizados quanto ao que ocorre na
organização e assumirem a iniciativa de ir em direção aos colegas da sua e de outras áreas e à
chefia, com a finalidade de obter informações.
Muito significativos são os achados relativos ao grau de proximidade, pois evidenciam
redução maciça para todas as RSI, de todos os teletrabalhadores, com exceção da rede de
confiança do T12, que antes de teletrabalhar apresentava índice alto de proximidade e não o
alterou no período analisado. Pode-se concluir então, que o afastamento tornou estes atores
mais distantes fisicamente e mais autônomos e independentes das relações com os colegas dos
seus grupos interno e externos.
As alterações no grau de intermediação ocorreram mais sob a forma de reduções nos
três tipos de RSI, sendo para 5 teletrabalhadores na rede de informação e para 4 deles nas
redes de confiança e de amizade, significando que estes atores passaram a interferir menos
nos relacionamentos entre pares de outros membros dos seus respectivos grupos. No entanto,
nos casos em que houve aumento de intermediação para 3 teletrabalhadores foram em RSI de
amizade T3, T10 e T12 - e de confiança T1, T3 e T10. Vale ressaltar as situações
peculiares, quais sejam, T3 aumentou seus índices de intermediação em todas as RSI e T6, T8
e T15, diminuíram os índices em todas as RSI.
No que diz respeito aos índices de Bonacich, verifica-se que a queda de prestígio
ocorreu para 5 teletrabalhadores na RSI de amizade, para 6 deles na RSI de confiança e para
3 na rede de informação, sendo que nesta última, 4 teletrabalhadores tiveram seus índices
aumentados – T6, T8, T10 e T12, o que pode ser relacionado à importância atribuída àqueles
que possuem informação, uma característica sempre associada a poder, assim como também o
é, o prestígio.
184
B) Foco no Núcleo da rede
Os índices de centralidade que serviram de base para identificar as ocorrências
apresentadas pelo Quadro 54 foram resultantes de cálculos do UCINET envolvendo somente
os atores do núcleo da rede simetrizada, visando a comparação das alterações entre este
recorte e o anterior, que incluiu as centralidades dos atores periféricos.
Para melhor caracterizar o significado do código NA, são utilizados os sinais + e -.
Assim, o NA+ representa que a situação de desempenho do papel pelo ator antes do projeto
piloto foi mantida no período avaliado. Ao contrário, o NA - é para mostrar que a situação de
ausência de desempenho do papel em análise, antes do projeto piloto, permaneceu na
medida.
Quadro 54 - Alterações nos Indicadores de Centralidade – Núcleo das Redes
ALTERAÇÕES NOS INDICADORES DE CENTRALIDADE ( Simetrizada )
TELE
TRABALHADORES
T1 T3 T6 T8 T10 T12 T15
TIPOS DE REDE
INDICADORES DE
CENTRALIDADE
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
GRAU
( popularidade,
receptividade )
-
N
A
-
N
A
-
N
A
A
+
NA
+
NA
-
N
A
-
NA
-
NA
-
NA A A A A A
-
N
A
A A D A A
PROXIMIDADE
( autonomia em relação
ao controle exercido por
outros)
D D D D D D A NA NA NA A A D A A A A A D D D
INTERMEDIAÇÃO
(
controle sobre as
interações;interrupção
de contato)
-
N
A
-
N
A
-
N
A
A D
-
NA
-
N
A
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA D A A
BONACICH
( prestígio próprio e das
pessoas com
quem se relaciona )
A D A
+
NA D
+
NA A
-
NA A
-
NA D A
-
NA A A
-
N
A
D A
+
N
A
+
N
A
A
A comparação entre os dois recortes mostrou-se útil porque permitiu a constatação,
abrangendo todos os indicadores, que no núcleo das redes, por envolverem menos nodos e
convivência mais intensa entre eles, os atores são naturalmente mais conectados e mais
vinculados por laços mais sólidos e estáveis, do que nas redes maiores, que envolvem também
atores externos. Esta afirmação é corroborada por Hanemann (2002), segundo o qual o
tamanho da rede é crítico para a estrutura das relações sociais, por causa da limitação dos
185
recursos a serem intercambiados e da capacidade que cada ator dispõe para construir e manter
laços.
A conseqüência dessa diferença para a análise que se realiza neste comparativo é a
evidência que, nas relações do núcleo das RSI, os achados refletem mais situações de
ausência de alteração e até de aumento dos índices dos indicadores, do que nas relações das
RSI completas, conforme a discussão que se segue.
No que se refere ao grau de centralização, nas RSI de informação e de confiança os
índices aumentaram para 4 teletrabalhadores T8, T19, T12 e T15 e não se alteraram para 3
deles, T1, T3 e T6; em relação a dois destes T1 e T6 - o grau de centralização, que expressa a
quantidade de nodos aos quais um ator está diretamente ligado, era muito baixo antes da
adoção do teletrabalho e assim permaneceu ao final de um ano. Por outro lado, o T3 mostrou-
se um ator central no seu grupo durante todo o período avaliado. nas RSI de amizade,
predominaram as inalterações, principalmente de patamares baixos de centralização dos
atores.
Quanto ao grau de proximidade, a diferença é marcante nos dois focos de análise.
Enquanto nas redes completas houve redução maciça nos índices de proximidade, no núcleo
das 21 redes (3 de cada teletrabalhador) a variação desses índices é distribuída. Em 10 delas a
proximidade diminuiu, em 3 não se alterou e em 8 aumentou. Para 3 teletrabalhadores - T1,
T3 e T15 os índices foram impactados negativamente em todas as RSI; para 1 deles - o T12
o impacto foi positivo em todas as RSI, o que quer dizer que ele tornou-se ainda mais
próximo do seu grupo; e para os outros 3 T6, T8 e T10, o impacto no grau de proximidade
variou em cada RSI.
A respeito da intermediação constata-se que para a maioria dos teletrabalhadores os
índices eram consideravelmente baixos antes do projeto piloto e essa condição não se alterou.
Situações diferentes ocorreram apenas nas RSI de amizade e de informação do T3 , porém
com baixos valores (ver item 4.2.3) e nas RSI de informação e confiança do T15, cujos
índices de intermediação aumentaram em valores significativos ( ver item 4.7.3 ).
Na comparação do indicador de Bonacich destaca-se que 6 teletrabalhadores tiveram
aumento do índice na RSI de confiança e aquele que não teve essa alteração, já se posicionava
num patamar de prestígio alto junto ao seu grupo interno e assim se manteve durante o
período analisado. Por outro lado, na RSI de informação 4 teletrabalhadores tiveram seu
índice de bonacich diminuído - T1, T3, T8 e T12, outros 2 mantiveram a condição que já
possuíam, ou seja o T6, de baixo prestígio e o T15, de alto prestígio e somente 1 deles, o T10,
teve sua posição melhorada.
186
4.8.3 – Desempenho de papéis
Para a comparação relativa ao desempenho dos papéis pelos 7 teletrabalhadores
analisados, nas RSI dos seus respectivos grupos primários, as informações organizadas no
Quadro 55 abaixo são interpretadas obedecendo à seguinte legenda:
NA -
: O teletrabalhador não exercia o papel e continuou não exercendo
NA+
: O teletrabalhador já exercia o papel e continuou exercendo
D -
: O teletrabalhador exercia o papel e deixou de exercer ou reduziu a posição
A
: O teletrabalhador não exercia o papel e passou a exercer
Quadro 55 -Alterações no desempenho dos Papéis por Teletrabalhador
ALTERAÇÔES NO DESEMPENHO DE PAPÉIS
TELE
TRABALHADORES
T1 T3 T6 T8 T10 T12 T15
TIPOS DE REDES
PAPÉIS
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
A
M
I
Z
A
D
E
I
N
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
C
O
N
F
I
A
N
Ç
A
CONECTOR
CENTRAL
NA
-
NA
-
NA
-
A D NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
D NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA
-
NA
+
NA
+
NA
+
CORRETOR DE
INFORMAÇÃO
NA
-
NA
-
NA
-
A NA
+
D NA
-
NA
-
D D NA
-
NA
+
NA
+
NA
-
D D D D D D D
EXPANSOR DE
FRONTEIRAS
D NA
-
NA
-
NA
+
NA
+
D NA
-
NA
-
NA
-
D NA
+
A D NA
-
A NA
+
NA
+
A D NA
+
D
No papel de Conector Central ocorreram 3 alterações, das seguintes formas: o T10
deixou de ocupar o papel na RSI de amizade e o T3 deixou de desempenhá-lo na RSI de
informação e passou a exercê-lo na RSI de amizade.
As demais situações retratam ausência de alterações, a exemplo de 4 teletrabalhadores
T1, T6, T8 e T12 que não eram antes e continuarem não sendo conectores centrais durante o
projeto piloto, em nenhum tipo de RSI; por outro lado, o T15 exercia o papel antes de tornar-
se teletrabalhador e continuou exercendo-o no seu grupo após mudar sua condição laboral.
Com referência a Corretor de Informação ocorreram 11 alterações, a maior quantidade
entre os três tipos de papel analisados. Os casos mais relevantes são dos teletrabalhadores T12
e T15, que deixaram de desempenhar o papel em todas as RSI. Os outros casos foram os
187
seguintes: T6 deixou de exercê-lo na RSI de informação; T8, na RSI de amizade; T10 e T3
deixaram de ocupar o papel na RSI de confiança. Houve ainda uma alteração inversa, pois o
T3 passou a ser um corretor de informação na sua RSI de amizade.
Os demais registros referem-se a situações inalteradas, sendo as mais importantes as
dos teletrabalhadores T3, T8 e T10, que se mantiveram no papel nas RSI de informação,
confiança e amizade, respectivamente.
Quanto aos Expansores de Fronteira, verificou-se 9 alterações, sendo elas: 3
teletrabalhadores que não exerciam este papel T8, T10 e T12 - passaram a exercê-lo na sua
RSI de confiança; inversamente, outros passaram a não atuar como expansores de fronteiras,
sendo 4 na RSI de amizade - T1, T8, T10 e T15 e 2 na RSI de confiança – T3 e T15.
Entre aqueles teletrabalhadores com situações inalteradas destacam-se T3 e T12 que
mantiveram-se como expansores de fronteiras nas suas RSI de amizade e de informação antes
e durante todo o período do projeto-piloto.
4.8.3.1 - Outras sínteses quantitativas e comparativas
Como dito anteriormente, o fato de ter envolvido o grupo de trabalho de cada um dos 7
teletrabalhadores, suas relações em 3 tipos de RSI e medições em 3 diferentes momentos, este
estudo abrangeu a análise de 63 redes informais e gerou uma grande profusão de dados, que
dão margem a ampla variedade de discussões e observações.
Em mais um esforço de afunilamento da análise para os focos assumidos nas hipóteses,
quanto às alterações ocorridas no desempenho dos papéis de conector central, corretor de
informações e expansor de fronteiras pelos teletrabalhadores, buscou-se consolidar na Tabela
52 abaixo, a incidência das referidas alterações por cada ator e por tipo de mudança ocorrida.
Tabela 52 –Tipos de Alterações nos Papéis por Teletrabalhador
TELETRABALHADORES
ALTERAÇÕES
NOS PAPÉIS
T1 T3 T6 T8 T10 T12 T15
TOTAL DE
ALTERAÇÕES
D – DEIXOU DE EXERCER
1 3 1 2 3 3 5
18
A - PASSOU A ATUAR
- 2 - 1 1 1 -
5
ALTERAÇÕES POR ATOR
1 5 1 3 4 4 5 23
Verifica-se que com os teletrabalhadores T3 e T15 ocorreu a maioria das 23 alterações
de papéis identificadas. Além disso, em 78% delas a mudança foi no sentido dos
teletrabalhadores deixarem de exercer os papéis e em apenas 22%, a mudança os levou à
188
ocupação dos mesmos, nas relações com os demais atores do seu grupo de trabalho. Assim,
pode-se afirmar que nestes casos analisados, a adoção do teletrabalho impactou
predominantemente na perda do desempenho de papéis pelo ator, nas suas respectivas RSI.
Os achados da Tabela 52 ensejaram o aprofundamento desta análise comparativa e a
busca de uma visão mais conclusiva sobre o impacto das alterações discutidas com base nos
quadros anteriores, para responder às hipóteses. Então, procedeu-se a exposição quantitativa
das referidas alterações no desempenho de papéis pelos teletrabalhadores, utilizando a
agregação dos dados por tipos de papéis, por tipos de RSI e, finalmente, por meio do
cruzamento dessas duas classificações. A Tabela 53, a seguir, focaliza a análise das
ocorrências relativas a alterações, por tipo de papel.
Tabela 53 - Freqüência de Ocorrências no Desempenho de Papéis por Tipo de Papel
OCORRÊNCIAS NO DESEMPENHO DE PAPÉIS
POR TIPO DE PAPEL
(A) No. de Redes Sem
Alterações nos Papéis
(B) No. de Redes com
Alterações nos Papéis
PAPÉIS
NA – N+ Sub-total A D Sub-total
Conector
Central
15 3 18 1 2 3
Corretor de
Informações
7 3 10 1 10
11
Expansor de
Fronteiras
6 6 12 3 6 9
28
12
-
5
18
-
Subtotais
40
23
TOTAL
63
Os dados da coluna “B” evidenciam que o papel de corretor de informações foi o mais
impactado por alterações (11), das quais 91% foram no sentido da perda da posição pelos
atores teletrabalhadores.
Quanto ao papel menos impactado, que foi o de conector central (3), é preciso fazer uma
análise “casada” com a verificação dos números que expressam as situações sem alterações
nos papéis, na coluna “A”. Dessa forma, pode ser constatado que predomina, num patamar
alto (15), a manutenção da condição prévia ao projeto piloto, de falta de exercício do papel
pelo ator. Por outro lado, em apenas 3 redes (5% do total), a posição de conector central era
ocupada e assim continuou até o fim das avaliações. Ao verificar o Quadro 55 (pág 186),
identifica-se que essa centralidade é exercida e mantida por um único ator (T 15), nos 3 tipos
de RSI, cujos dados demográficos apontam que ele exerce função de chefia na hierarquia
formal, reforçando o que é sinalizado por Awazu (2004), ao argumentar que ocupantes de
189
média gerência são tipicamente conectores centrais, pois espera-se que possuam ampla gama
de conhecimento e experiência na sua área. No entanto, dos grupos analisados, o do T15 é o
menor, composto de apenas 3 pessoas além dele, conectados por ligações caracterizadas como
cliques.
Em relação ao Expansor de Fronteiras, observa-se mais resultados positivos quanto à
frequencia do seu desempenho, pois em 6 redes foi mantida a posição de destaque que o
teletrabalhador possuía e em outras 3, todas RSI de Confiança, o teletrabalhador cresceu
neste papel. Portanto em 15% das redes, o teletrabalho foi favorável ao exercício do papel de
Expansor de Fronteiras, indicando que os atores envolvidos mantiveram-se atuando, ou
passaram a atuar mais, no estabelecimento de conexões que extrapolavam os limites do seu
grupo primário e ligando-o a outras redes. Mesmo sendo um percentual baixo em relação ao
total de redes, esse resultado mostra-se superior, quando o comparamos com o desempenho
nos outros dois papéis. Nestes, ocorreu mais perdas e menos ganhos, do que constatou-se
com o papel de Expansor de Fronteiras.
Outro dado relevante refere-se à reduzida freqüência de aquisição de papéis pelos que
passaram a teletrabalhar. Ocorreram em apenas 5 ( 8%) das redes, num total de 63. Pode-se,
então, concluir pela caracterização de uma situação prévia de ausência de inserção dos atores
teletrabalhadores na atuação como conectores centrais nas suas redes informais. Por mostrar-
se mantida ao final do projeto piloto, não foram detectadas diferenças na comparação entre
esta situação inicial e a final, o que impede a confirmação da premissa de impacto da adoção
do teletrabalho neste papel.
Na seqüência desta análise comparativa, são apresentadas na Tabela 54 as ocorrências
relativas às alterações nos papéis desempenhados pelos teletrabalhadores, por tipo de RSI.
Tabela 54 - Freqüência de Ocorrências no Desempenho de Papéis por tipo de RSI
OCORRÊNCIAS NO DESEMPENHO DE PAPÉIS POR TIPO DE RSI
(A) No. de Redes Sem
Alterações nos Papéis
(B) No. de Redes com
Alterações nos Papéis
REDES
NA -
NA+
Sub-total
A
D
Sub-total
Total
RSI de
Amizade
7
4
11
2
8
10
RSI de
Informação
12
6
18
0
3
3
RSI de
Confiança
9
2
11
3
7
10
21
Subtotal
28
12
-
5
18
-
TOTAL
40 não alteraram
23 alteraram
63
190
Como mostrado na coluna “B”, as RSI de informação foram as menos impactadas por
alterações (3) no desempenho de papéis, com o correspondente registro na coluna “A” , da
expressiva quantidade de 18 ausências de alterações nesta mesma RSI. É um dado
surpreendente, uma vez que o afastamento físico poderia reduzir o fluxo de comunicação com
os teletrabalhadores e aumentar a sensibilidade deste tipo de rede aos prováveis efeitos do
teletrabalho.
Dois aspectos podem ter moderado este impacto, quais sejam: a pouca quantidade de
dias que são teletrabalhados ( ver Figura 14, no item 3.12) com a correspondente presença
semanal e regular dos teletrabalhadores no ambiente organizacional, sendo uma exceção o
T10, o qual comparece à empresa a cada quinzena. Porém, ele está entre aqueles que não
atuavam em nenhum papel na sua RSI de informação (ver Quadro 53, no início deste sub-
item) e esta posição não foi alterada no período do projeto piloto. O outro aspecto é o aparato
tecnológico para acesso remoto, posto à disposição dos teletrabalhadores pelo Serpro, tal
como notebook, telefone celular, correio eletrônico, sistemas de informações, rede
corporativa de longa distância, banda larga de internet, que lhes propicia as condições para
manterem-se muito bem conectados virtualmente.
Quanto às redes de amizade e de confiança, houve equilíbrio entre as significativas
freqüências de alteração e de ausência das mesmas, sendo neste último caso, mais altos os
números relativos à prévia baixa inserção nos papéis pelos teletrabalhadores.
Outro dado relevante é o predomínio de redes (63%) sem alterações no desempenho de
papéis, marcadamente por ausência anterior de seu exercício pelos empregados que tornaram-
se teletrabalhadores.
A Tabela 55 agrega os dados apresentados nas duas tabelas anteriores, para mostrar de
forma conjunta, a freqüência de teletrabalhadores, em relação às ocorrências relativas a cada
tipo de papel, em cada tipo de rede.
191
Tabela 55 - Freqüência de Ocorrências no Desempenho de Papéis Por Tipo de Papel e de RSI
DESEMPENHO DO PAPEL POR CADA
TELETRABALHADOR
Não alterou
REDES PAPÉIS
NA-
NA+
Aumentou Diminuiu
Conector Central
4
1
1
1
Corretor de Informações
2
1
1
3
RSI de
Amizade
Expansor de Fronteiras 1 2 - 4
Conector Central
5
1
-
1
Corretor de Informações
4
1
-
2
RSI de
Informação
Expansor de Fronteiras 3 4 - -
Conector Central
6
1
-
-
Corretor de Informações
1
1
-
5
RSI de
Confiança
Expansor de Fronteiras 2 - 3 2
Na RSI de amizade 4 teletrabalhadores tiveram alterações nos papéis de corretor de
informações e de expansor de fronteiras, sendo que este último deixou de ser exercido por 4
dos referidos atores. O papel de conector central foi o menos expressado e o menos alterado,
traduzindo a baixa centralidade dos empregados que optaram pelo teletrabalho.
Na RSI de informação o impacto foi menor, pois com exceção do T15 que tem função
gerencial, a maioria dos teletrabalhores manteve sua posição anterior em relação a todos os
papéis, mostrando que não tinham centralidade e o intermediavam informações entre
colegas. O aspecto diferente refere-se aos teletrabalhadores que eram e permaneceram
expansores de fronteiras, mostrando que praticavam ter ligações que extrapolam o cleo
do seu grupo de trabalho e que preservaram esta característica.
Na RSI de confiança apenas 1 teletrabalhador exerceu e manteve o papel de conector
central (T 15) discutido anteriormente; para os outros 6, os laços de confiança, portanto
laços fortes, configuram-se restritos e predominantemente sob a forma de ligações diádicas,
conforme mostrado nos diagramas das respectivas redes, corroborando também com os
resultados das análises relacionais.
Em relação ao papel de corretor de informações, 5 teletrabalhadores deixaram de
exercê-lo justamente nas redes cujos conteúdos transacionados são mais íntimos, exigem
reciprocidade e interações mais freqüentes; mesmo o teletrabalhador (T8) que atuava e se
192
manteve como corretor de informação nesta RSI, teve seus índices de intermediação muito
reduzidos ( ver item 5.4.3.1) na última avaliação. Porém não há, nos casos estudados, como
relacionar estes achados na RSI de confiança com a diminuição dos contatos face a face com
seu grupo de trabalho, porque a quantidade de tempo que os 6 teletrabalhadores, envolvidos
na queda de índices de intermediação, ficam ausentes da empresa e sem contato presencial
com seus colegas e chefia, varia de 3 turnos semanais a 14 dias por quinzena.
O que é marcante na análise de todo o conjunto de dados apresentados e discutidos neste
capítulo é o baixo grau de coesão e, portanto, de laços fortes entre os teletrabalhadores e a
maioria dos membros dos seus respectivos grupos e o baixo grau de exercício de papéis
críticos por esses mesmos teletrabalhadores, anteriormente ao seu engajamento no projeto
piloto.
É perceptível o predomínio de relações baseadas em laços fracos e, por conseguinte, é
pertinente sinalizar para fatores discutidos pela literatura como passíveis de associação com a
opção pelo trabalho remoto, distante fisicamente da organização.
Como exemplos de discussões que tocam em algumas questões prováveis de serem
preditoras do desejo de teletrabalhar, ou de influenciar a decisão do empregado de trabalhar
fora das instalações da empresa, podem ser citados os autores Vivian e Sudweeks (2003),
quando referem-se às condições propiciadas pelo espaço social para formar e manter
conexões básicas, a partir das quais são criados os relacionamentos. Bailey e Kurland (2002)
discutem o teletrabalho como um mecanismo de válvula de escape para lidar com as
demandas dos modernos locais de trabalho. Golden (2006) argumenta que a convivência
contínua no ambiente organizacional leva à exaustão e este ao desejo do afastamento físico, o
que propicia a recarga de energia e suporte emocional para lidar melhor com os
relacionamentos. Cross e Prusak (2002) defendem que os atores que ocupam papéis de
destaque nas redes informais são mais motivados e permanecem mais tempo na organização
do que os atores que ocupam uma posição fraca nas referidas redes.
Para complementar e finalizar esta análise de resultados, considerou-se pertinente
acrescentar as informações levantadas junto aos teletrabalhadores acerca dos motivos que os
levaram a optar pela adoção do trabalho em casa, cujo registro encontra-se no Quadro 56.
193
Quadro 56 - Motivos para adoção do teletrabalho
TELETRABALHADOR
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
CIDADE ONDE MORA
SP SP RJ RJ RJ BS
B
BS
B
SP SP BS
B
BS
B
SP RJ BS
B
BS
B
SP RJ G
O
SP SP
Tempo gasto no trânsito;
ganhar tempo do trajeto.
x x x x x x x x x x
Reduzir stress
x x x
Realizar outras atividades :
físicas, lazer, estudo, saúde
x x x x x x x x x
Conviver com a família
x x
Reduzir custo com
transporte e alimentação
x
Inovação e desafio do
projeto
x x x x
Mais autonomia e liberdade
( tarefas, ambiente e tempo)
x x x x x
Mais concentração e
produtividade
x x
Decidir sobre aposentadoria
x
Distãncia da residência
x x x
Melhorar qualidade de vida
x x x x x x x x x x
Conforme informações dos participantes, predominam os motivos relacionados à
economia do tempo gasto no trajeto entre a residência e o local trabalho e vice-versa, com
consequente aproveitamento desse ganho em outras atividades.
Para os teletrabalhadores que residem no Rio de Janeiro e em São Paulo (capital), essa
questão do gasto de tempo está fortemente relacionada ao trânsito das respectivas cidades, no
qual declaram consumir acima de 2 horas por dia, chegando a 4 para um deles. Porém entre
os teletrabalhadores de BSB também é marcante o anseio por ter tempo para dedicar-se a
atividades extra profissionais.
Outros dois motivos aparecem com maior incidência, em segundo lugar. Um refere-se à
inovação e desafio que consideram contidos no projeto de teletrabalho implantado pela
empresa.
O outro é o fato do teletrabalho propiciar mais autonomia e liberdade para decidir sobre
a forma de execução das tarefas, inclusive tempo e horário, assim como, para organizar de
uma forma mais pessoal seu próprio ambiente de trabalho.
Para os participantes T19 e T20 o problema central é a distância entre o trabalho e a
residência, pois moram em outras cidades do estado de São Paulo. Por esta razão,
teletrabalham no centro-satélite mantido pelo Serpro em Campinas, cidade onde funcionou
194
um escritório da empresa, no qual esses funcionários desenvolviam suas atribuições. Com o
fechamento do referido escritório, alguns anos, foi criado o centro satélite, hoje
considerado um dos embriões do projeto de teletrabalho.
Vários teletrabalhadores, além de citar motivos específicos, ainda acrescentaram o termo
mais abrangente, qualidade de vida. Outros atores resumiram apenas com esta expressão, seus
anseios relativos a ter possibilidade de ocupar-se de atividades pessoais que lhes dão
satisfação.
No primeiro semestre de 2007, o projeto piloto foi avaliado com base nos indicadores
citados no item 3.7 .
Em decorrência de ter sido validado, tanto pelos teletrabalhadores, quanto pelos
telegerentes, a modalidade de trabalho foi mantida e o número de participantes ampliado para
mais 50 empregados, com vagas para as 10 projeções regionais e sede da empresa. Para tal,
novo processo seletivo foi iniciado em março de 2007 e até o final deste ano, o segundo ciclo
do programa de teletrabalho será implementado.
194
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A crença na possibilidade de desvendar como se articulam os temas teletrabalho
domiciliar e redes sociais informais, pelas razões descritas na introdução desta dissertação,
foi o que motivou esta pesquisa. Partiu-se então para a busca na literatura dos marcos
teóricos e experimentos anteriores que poderiam fundamentar a investigação pretendida e
oferecer achados passíveis de comparação com os seus resultados.
Esse momento inicial já expôs duas conclusões prévias. A primeira veio da evidência
que, apesar da quantidade e diversidade de material escrito sobre teletrabalho, é marcante a
escassez de referenciais suportados por estudos empíricos e os poucos existentes são
centrados, predominantemente, no teletrabalhador em si mesmo. As principais questões
estudadas são relacionadas a produtividade, motivação, equilíbrio entre família e atividades
profissionais e isolamento social. Outros estudos são voltados à avaliação da viabilidade de
implantação do teletrabalho em organizações específicas e mais alguns, são revisões das
pesquisas produzidas sobre o assunto, as quais concluem apontando a necessidade de
explorar aspectos do gerenciamento, de políticas e práticas de gestão de teletrabalhadores.
É preciso expandir a lente das investigações, como dizem Bailey e Kurland (2003), para
focos que incluam as outras partes interessadas da organização, que são afetadas quando
alguém teletrabalha.
A segunda conclusão prévia estava endereçada ao campo das redes sociais informais,
o qual tem sido enriquecido com experimentos e estudos de caso voltados a processos de
mudança, estabelecimento e funcionamento de parcerias, compartilhamento de
conhecimento, mentoring e transferência de informação. Em algumas dessas abordagens
são utilizados conceitos e ferramentas da análise de redes sociais, porém, não foi
identificada em nenhuma delas, o foco em arranjos flexíveis de trabalho, muito menos
relacionado a teletrabalho. Assim, ficou claro que os pontos de contato mais próximos com
os temas centrais desta dissertação estavam nas discussões que vinculam times virtuais e
estruturas não hierárquicas ou informais, sejam elas interpessoais ou interorganizacionais.
Também vale destacar nas pesquisas sobre redes sociais informais, o foco na mediação dos
avançados recursos computacionais e de telecomunicações, como novo e infinito espaço
para troca de informações, compartilhamento de conhecimento e inovação, alterando
completamente as formas de conexões e relacionamentos entre as pessoas.
Estava configurado, então, que inúmeros seriam os desafios teóricos,
metodológicos e operacionais que estariam presentes no percurso. Neste cenário de falta de
195
referenciais similares, caracterizou-se o caráter exploratório do estudo a ser empreendido,
o que exigiria da mestranda, mais do que já é esperado de todo pesquisador. Foi preciso
total abertura para confrontar as hipóteses assumidas, apenas e diretamente, com a
realidade que viesse a se apresentar na experiência piloto de teletrabalho do Serpro. Postas
essas considerações preliminares, que contextualizam a realização desta investigação, é o
momento de introduzir as respostas sobre suas três hipóteses e principais achados.
Em relação à primeira hipótese, é possível afirmar, com base nos dados discutidos no
Capítulo 5, que na comparação entre o antes e o depois do projeto piloto, houve
diminuição de conexões entre o teletrabalhador e os membros da sua equipe em 2 grupos
(G3 e G15); houve, também, aumento de conexões em outros 2 grupos (G10 e G12); e nos
4 casos, as referidas alterações ocorreram em diferentes tipos de redes, indistintamente. No
entanto, não que se falar em perda, nem em ganho de coesão dos grupos, na medida em
que predominam, em todos eles, dados que apontam inalteração do indicador avaliado, em
virtude da prévia existência de baixos índices de reciprocidade nos laços entre os atores, ou
seja, fraqueza dos vínculos, como foi demonstrado nas análises relacionais. Portanto, com
exceção do G15, composto de apenas quatro pessoas, cujo teletrabalhador ocupa função
gerencial, os grupos não eram coesos antes da implantação do teletrabalho e os poucos
cliques (relações simétricas e baseadas em laços fortes), existentes em alguns (G1 e G8),
não incluíam o ator que passou a teletrabalhar.
As freqüências e tipos de alterações no desempenho de papéis pelos
teletrabalhadores, mencionadas na segunda hipótese, ocorreram em 37% das RSI e de
diferentes formas. Em 29% delas ficou caracterizada redução da atuação nos papéis e em
9%, os referidos atores passaram a exercê-los (ver tabela 52). As alterações incidiram mais
nas redes de amizade e de confiança e foram mais intensas no papel de corretor de
informações, no sentido da diminuição do seu exercício por 6 teletrabalhadores que o
desempenhavam em, pelo menos, uma das suas redes. Com relação à atuação como
conector central, observou-se que anteriormente ao projeto piloto, havia baixa inserção
dos teletrabalhadores neste papel, em todos os tipos de rede, com exceção do T15,
provavelmente, por influência do seu papel formal na chefia. No que se refere ao papel de
expansor de fronteiras, predominou a redução do seu desempenho, pois envolveu 5
teletrabalhadores, principalmente nas redes de amizade; mas registrou-se, também, o
incremento do seu exercício na rede de confiança de 3 teletrabalhadores (ver Quadro 55 e
tabelas 53 e 54). No entanto, conforme enfatizado no item 4.8.3, a evidência mais
significativa é a ausência de alterações no desempenho de papéis pelos teletrabalhadores
196
em 63%, das 63 RSI analisadas, associada à prévia falta de atuação dos mesmos como
atores críticos nos referidos papéis, antes de mudarem sua condição de trabalho.
Estas constatações nos levam a crer que as características individuais e as posições
ocupadas pelos participantes do projeto piloto nas suas redes sociais, quando
trabalhavam presencialmente, são mais preditoras de exercício, ou não, de papéis críticos
de conector central, corretor de informações e expansor de fronteiras, do que o fato de
passarem a trabalhar remotamente. Como afirma de Régis (2005), ao se tornar membro de
uma network, a continuidade e a proximidade dos laços no relacionamento podem fazer
com que os indivíduos desenvolvam papéis específicos dentro das redes.
É possivel depreender, então, que a fragilidade dos laços numa rede, como
encontrada na maioria das RSI deste estudo, pode concorrer para a pouca inserção nos
referidos papéis. Por outro lado, a maciça redução dos índices de proximidade é um achado
corroborado por Feldman e Gainey (1997), segundo os quais essa diminuição é comum e
até natural, não pelo afastamento físico, em si, mas porque o teletrabalho propicia ao
ator mais autonomia e mais independência para gerir suas tarefas e, consequentemente
menos interdependência do seu grupo. Mesmo assim, no núcleo de alguns grupos (T8, T10
e T12) houve mais proximidade, porém não se dispõe de outros dados destes casos, que
permitam explicar esta contradição com a argumentação dos citados autores.
Quanto à terceira hipótese, que diz respeito à perda de centralidade do
teletrabalhador, com impacto nos papéis de conector central e corretor de informações,
pode-se considerá-la parcialmente validada, tanto nas redes completas, quanto naquelas
formadas apenas pelos integrantes do núcleo dos grupos.
A análise dos dados consolidados, de todas as redes completas (Quadro 53 inclui
atores externos ao grupo) evidencia a predominância da diminuição dos índices em todos
os indicadores, na maioria das redes e para a maioria dos teletrabalhadores. Com um pouco
menos de intensidade, ocorreu o mesmo em relação aos T10, T12 e T3, os quais
apresentaram, também, aumento nos índices de centralidade de entrada, de intermediação e
de Bonacich, em algumas das suas redes.
Entretanto, a mesma análise voltada para o núcleo dos grupos (ver Quadro 54
somente atores internos) aponta que os resultados dos indicadores de centralidade são mais
favoráveis, pois revelam menos reduções nos índices. Além disso, foi maior a quantidade
de índices que tiveram seus valores aumentados, o que ocorreu para mais teletrabalhadores,
principalmente nas redes de confiança e nos indicadores de grau e de Bonacich, os quais
impactam diretamente o papel de conector central. Mais uma vez, os teletrabalhadores
197
melhor posicionados são T3, T10 e T12, além do T15, que chefia o seu grupo. De acordo
com Regis (2005), os indivíduos tendem a compartilhar informações com laços fortes, ou
com pessoas que são percebidas como tendo boas relações. Essa argumentação corrobora
as análises relativas a estes atores, tanto nos aspectos macro, como micro-estruturais.
Por outro lado, os reduzidos índices de intermediação foram mantidos, configurando
baixo impacto na atuação dos teletrabalhadores como corretores de informações, no seu
grupo de origem. Este achado é diferente do que se encontrou nas redes que incluem os
atores periféricos, com base nas quais foram feitos os cálculos que identificaram nos itens
4.1 a 4.7, os atores que desempenham criticamente o papel de corretor de informações.
Nesta conclusão sobre a terceira hipótese, chama a atenção o fato dos
teletrabalhadores T3, T10 e T12, que tiveram os melhores resultados nos índices de
centralidade, serem os participantes do projeto piloto que passam maior quantidade de
tempo teletrabalhando. Este achado não corrobora as posições resultantes de outras
análises, que relacionam, de forma direta, a redução dos contatos face a face dos colegas e
chefia com os teletrabalhadores, ao isolamento social destes últimos.
Ocorre que este tipo de análise não leva em conta um significativo conjunto de outros
fatores, incluídos nessa discussão por diversos autores. São exemplos destes fatores: as
características dos vínculos entre os membros do grupo (Borges Jr., 2004; Axtell, Fleck e
Turner, 2004); os perfis, características e percepções individuais dos teletrabalhadores
(Feldman e Gainey, 1997 ; Hill, Ferris e Märtinson, 2003; Golden, 2005; Raghuran,
Wiesenfeld e Garud, 2003; Lewis, 2003; Kurland e Egan, 1999); as condições acordadas
entre o teletrabalhador e seu gerente, o gerenciamento em si e o desenho das tarefas
(Feldman e Gainey, 1997; Clay,1998; Baruch, 2001; Mello, 2006;); o suporte e os meios
de comunicação oferecidos pela organização aos teletrabalhadores (Baruch, 2001;
Workman, Kahnweiler e Bommer, 2003; Axtell, Fleck e Turner, 2004; Mello, 2006); a
freqüência de teletrabalho (Bailey e Kurland, 2003; Baruch, 2001); e os motivos que
levaram o empregado a optar pelo teletrabalho (Bailey e Kurland, 2003).
Todos estes fatores são considerados pelos autores, como moderadores dos efeitos do
afastamento físico do teletrabalhador e influenciam outros aspectos da sua relação, tanto
com a organização, como com suas tarefas e com seu grupo. Estas influências envolvem
comprometimento, colaboração, produtividade, proatividade, resultados, satisfação,
inovação, criatividade, para citar os mais abordados na literatura.
Sendo assim, uma vez respondidas as hipóteses, algumas observações de caráter
geral, fruto das reflexões da mestranda a partir da literatura estudada e da realidade
198
investigada, são pontuadas a seguir. Trata-se de aspectos considerados relevantes no
contexto do projeto piloto analisado, com reflexos nos laços entre os atores das RSI dos
teletrabalhadores e respectivos grupos.
A primeira consideração diz respeito ao fato de ter sido uma experiência alicerçada
por um conjunto de ações de acompanhamento e avaliação, cuidadosamente planejadas e
implementadas por uma Coordenação específica, que propiciaram suporte e atenção aos
teletrabalhadores e aos telegerentes, de forma apoiá-los no tratamento e solução dos
problemas surgidos. Os participantes do projeto piloto caracterizam-se, então, como um
grupo que, no sentido aqui colocado, recebe atenção especial, minimizando situações que
poderiam ser vividas como várias das desvantagens citadas no Capítulo 1. Além disso, a
atenção especial pode assumir o significado de prestígio e despertar no seu grupo esse tipo
percepção. É provável que os índices de Bonacich tenham sido assim influenciados.
A segunda consideração remete ao aparato tecnológico posto à disposição dos
teletrabalhadores pela empresa, dando-lhes todas as condições de comunicação com
colegas, chefias e outras partes interessadas, para cumprimento das metas de trabalho
acordadas e com a produtividade esperada. Essas condições facilitam o funcionamento das
RSI, principalmente as de informação.
A terceira consideração refere-se ao caráter voluntário da participação no projeto
piloto e à flexibilidade para o estabelecimento do contrato de resultados e de
gerenciamento, entre cada teletrabalhador e sua chefia, de acordo com as especificidades
das respectivas áreas e das atribuições e responsabilidades dos cargos. Esse tipo de
relacionamento, que envolve, também, mais autonomia do empregado sobre a execução do
próprio trabalho, aproxima chefia e subordinado e impacta o comprometimento, a
produtividade e a satisfação.
A quarta consideração relaciona-se com a realização do teletrabalho domiciliar em
tempo parcial, o que mantém as oportunidades de contatos semanais e, em um caso,
quinzenal, do teletrabalhador com seu grupo e com o ambiente organizacional,
significando que a variável independente não mudou bruscamente. A presença constante
dos teletrabalhadores no ambiente da organização previne o isolamento social, além de
concorrer para preservar o vínculo com a cultura empresarial e o sentimento de
pertencimento.
A quinta consideração ressalta que cada grupo estudado é uma unidade singular, com
composições diferentes quanto a tamanho, características pessoais dos integrantes, padrões
de relacionamento, a respeito dos quais não se tinha qualquer informação e não se
199
conseguiu capturar mediante as coletas de dados. Em vários momentos, foram feitos
contatos telefônicos da pesquisadora com os participantes do projeto piloto, para obter
esclarecimentos e informações complementares que se fizeram necessários para a
compreensão, por exemplo, das recusas dos colegas para responder o questionário, do
clima existente entre os atores, das mudanças na constituição das equipes, entre outros .
A sexta e última consideração resgata a discussão levantada na introdução, acerca da
familiaridade dos teletrabalhadores do Serpro com a execução remota de trabalhos, as
relações profissionais mediadas por recursos da tecnologia da informação e comunicação e
a participação em comunidades virtuais, intra e interorganizacionais. Nesse contexto, o
teletrabalho é internalizado mais facilmente.
Adicionalmente se observou que o projeto não propiciou a formação de uma nova
rede entre os teletrabalhadores participantes do projeto piloto, cujos laços simétricos
evidenciados no instrumento de pesquisa eram somente algumas díades, entre atores que
tinham relações fortes anteriormente.
Além de ter contribuído para avançar no conhecimento sobre os temas centrais da
pesquisa, este estudo teve também o caráter de aproximação entre teoria e prática.
É possível, ainda, que as informações produzidas por este trabalho, sejam uteis para
propiciar ao SERPRO mais conhecimento sobre as relações entre teletrabalhadores,
telegerentes e colegas não-teletrabalhadores. Tais informações podem apoiar a empresa na
avaliação do seu programa de teletrabalho, assim como na elaboração de políticas de
gestão de pessoas e de estratégias de ação voltadas para teletrabalho.
Para finalizar, seguem observações da pesquisadora relativas às limitações identificadas na
realização deste trabalho e algumas sugestões para futuras pesquisas.
5.1- Limites do Estudo
Como todo trabalho acadêmico, feito em curto espaço de tempo, este estudo também
apresenta limitações, tais como:
- a investigação restringiu-se a uma única realidade organizacional, revestida de
características, como as vistas nas considerações acima, que condicionam a resultados que
não podem ser generalizados;
- os grupos pesquisados, além de pequenos, não propiciaram a participação de todos
os seus integrantes. O fato de partes dos grupos e em alguns casos, a chefia não ter
respondido o questionário pode ter levado a RSI diferentes, das que seriam encontradas se
a participação das unidades de análise fosse maciça;
200
- é próprio da análise das RSI basear-se em fotografias dos momentos em que as
coletas de dados são realizadas; logo em seguida as redes não são as mesmas, tendo em
vista seu caráter dinâmico. Os múltiplos laços estabelecidos pelos atores vão se alterando,
junto com as mudanças do contexto e de cada ator individualmente; neste estudo, o
desenho quase-experimental, com medidas ao longo do tempo, contribuiu para minorar os
efeitos dessa condição;
- as medidas não foram modeladas para captar variáveis estranhas e causas
envolvidas nas construções e alterações das redes, o que não permitiu avançar nas
explicações da variável dependente. A combinação com outras abordagens agregaria a
compreensão de outros fatores presentes nos fenômenos estudados.
5.2 - Sugestões para futuras pesquisas :
- Complementar a coleta de dados com outras técnicas qualitativas, como entrevistas,
ou grupos focais, que melhor esclareçam os padrões de relações explicitados nas matrizes
de adjacência;
- Levantar as redes dos atores fronteiriços, com foco na confirmação das ligações
declaradas pelos atores do núcleo da rede e assim, melhor caracterizar o grau de coesão dos
vínculos e o desempenho de papéis;
- Explorar outros itens já constantes, ou não, do questionário, relativos a freqüências
dos contatos, tipos de conteúdos transacionados, grau de aproximação entre os atores,
dentre outros dados qualitativos;
- Avaliar a utilização da metodologia de análise de redes sociais para aperfeiçoar
processos relativos a gestão de teletrabalhadores, tais como: no processo seletivo,
investigar como funcionam as redes informais do teletrabalhador, identificar os papéis que
desempenha e dar-lhe feedback para que não perca sua atuação.
- Investigar a relação entre adoção do teletrabalho e estágio da carreira: existe o
estágio mais adequado? Teletrabalho seria parte do planejamento da carreira ? relação
entre papéis informais desempenhados, estágios da carreira e opção por teletrabalho ?
- Aprofundar as pesquisas que abordam o impacto do teletrabalho nas relações com
outros atores organizacionais e investigar, junto aos empregados teletrabalhadores e não-
teletrabalhadores, medidas eficazes para preservação dos laços afetivos e instrumentais.
201
REFERÊNCIAS
Andreassi, T. (1997). Virtualização das organizações: o caso do teletrabalho em uma
consultoria. Revista de Administração RAUSP, 32 (4):79.
Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Teletrabalho APDT.
Recuperado em 05 set. 2005: http://www.apdt.org/news/default.htm.
Awazu, Y. (2004). Informal roles and intelligence activities: some management
propositions. Journal of Competitive Intelligence and Management, 2 (1), 16-24.
Awazu, Y. (2004). Knowledge management in distributed enviroments: roles of
informal networks players. Proceedings of the 37
th
Hawaii International
Conference on System Sciences. Hawaii. Recuperado em 15 nov. 2006:
http://csdl2.computer.org/persagen/DLAbsToc.jsp?resourcePath=/dl/proceedings
/&toc=comp/proceedings/hicss/2004/2056/01/2056toc.xml&DOI=10.1109/HIC
SS.2004.1265085.
Axtell, C.M., Fleck, S.J. & Turner, N. (2004). Virtual times: collaborating across
distance. In: C. L. Cooper & I. T. Robertson (eds.). International Review of
Industrial and Organizational Psychology, 19 (7), 1-28. Manchester, UMIST,
UK: John Wiley & Sons.
Bailey, D. E., & Kurland, N. B. (2002). A review of telework research: findings,
new directions and lessons for the study of moderm work. Journal of
Organizational Behavior, 23(4), 83-400 .
Baruch, Y. (2001). The status of research on teleworking and an agenda for future
research. International Journal of Management Reviews, 3(2), 113-129.
Beer A. & Blanc, G. (1985). Le travail à distance: enjeux et perspectives, une
analyse documentaire. Paris: Association Internacionale Futuribles.
Borges Jr., C. V. (2005). Características e Contribuições das Redes para o
Desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas. Revista Gestão e
Tecnologia, 1(4).
Brown, D. W. & Konrad, A. M. (2001). Granovetter was right: the importance of
weak tiesto a contemporary joj search. Group and Organization Management,
Sage Publication, 26(4), 434-462. .
BTS Bureau Transportation Statistics. (1999). New Technologies Drive Growth of
Work at Home: 1990-99. Recuperado em 10 Jun. 2005: http//www.bts.gov
Buaiz, S. (2001). Teletrabalhadores, uni-vos !. Fênix Central de Negócios em RH
Editora & Marketing. Recuperado em 9 jun. 2005:
http://www.rhcentral.com.br/artigos/abre_artigo.asp?cod_tema=982.
Carley, K. M & Krackhardt, D. (1998). A tipology for network measures for
organizations. Journal of Mathematical Sociology, 12, 137-189
202
Carvalho, F. (2006). Convergência da Mobilidade e da Conectividade. Fórum
Brasileiro de Teletrabalho. São Paulo. Recuperado em 05 fev. 2007:
http://www.sobratt.org.br.
Carvalho Neto, A. M. (1996). Inovações tecnológicas no setor de telecomunicações
e o impacto sobre o trabalho. Revista de Administração RAUSP, 31(2), 87.
Castells, M. (1999). Sociedade em Rede: A Era da Informação. Vol 1(3ª ed.). São
Paulo: Paz e Terra.da informação: economia, sociedade e
Clay, R. A. (1998). Many managers frown on use of flexible work options.
Recuperado em 21 jan. 2007: http//www. Opa.org/monitor
Cosby, P. C. (2003). Métodos de Pesquisa em Ciências do Comportamento. São
Paulo: Atlas.
Cross, R., Parker, A., Prusac, L. & Borgatti, S.P. (2001). Supporting knowledge
creation and sharing in social networks. Organizations Dynamics, 30 (2),100-
120.
Cross, R. & Prusak, L. (2002). The people who make organizations go or stop.
Harvard Business Review. 80 (6), 104-112.
Dantas, A.C. (2000). O teletrabalho no mundo e a possibilidade de implantação na
auditoria interna do Banco do Brasil S.A. Recuperado em 10 ago. 2005:
http://www.auditoriainterna.com.br/teletrabalho.htm.
Desrosiers, E. I. (2003). Telework and work atitudes: the relationship between
telecommuting and employee job satisfation, organizational commitment,
perceived organization suport and perceived co-workers suport. Recuperado em
10 abr. 2005: http://www.proquest.com/umi/ .
Dias, W. F. (2001). A influência das práticas de recursos humanos no
comprometimento dos teletrabalhadores. Dissertação de mestrado, Programa de
Pós-Graduação em Administração de Empresas, Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo, SP.
Dowbor, L. (2002). O que aconteceu com o trabalho? . Recuperado em 28 jan.
2007: http://www.sobratt.org.br ou http://ppbr.co./Id
Drucker, P. (2001). Os desafios gerenciais para o século XXI. São Paulo: Pioneira.
EUROPEAN TELEWORK ONLINE. (1999). Annual Report from the European
Congress. Recuperado em 12 set. 2005:
http://www.eto.org.uk?twork/tw99/index.htm.
Feldman, D. C. & Gainey, T. W. (1997). Patterns of telecommuting and their
consequences: framing the research agenda. Human Resource Management
Review, 7 (4), 369-388.
203
Ferreira, A. H. de S. (2001). As novas tecnologias de informação e comunicação e o
enclausuramento sócio-espacial: o teletrabalho no Rio de Janeiro Dissertação
de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano, IPPUR-
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Fetzner, M. A. (2001, julho/agosto). A viabilidade do Teletrabalho na PROCEMPA.
REAd - 22(7).
Gardner, S. D., Lepak, D. P. & Bartol, K. M. (2003). Virtual HR: The impact of
information technology on the human resource professional. Journal of
vocational Behavior, 63, 159-179.
Gartner-Group. (2000). Forecast: Teleworking, Westwern Europe, 2000-2010
Recuperado em 06 jun. 2005: http://www.gartner.com.
Gibson, S. (1998). Telecommuting It' s inevitable. Revista PCWeek. Recuperado
em 05 out. 2004: http://www.zdnet.com/pcweek/opinion/0504/04just.html.
Golden, T. D. (2005). Avoiding in virtual work: telework and the intervening impact
of work exhaustion on commitment and turnover intentions. Journal of
Vocational Behavior 69, 176-187.
Gondim, S. M. G., Sá, M. O., Melo, L. C. T., Barbosa, S.T., Vasconcelos, C. M.,
& Gomes, S. T. (2005). Da descrição do caso à construção da teoria ou da teoria
à exemplificação do caso? Uma das encruzilhadas da produção do conhecimento
em administração e áreas afins. Organizações e Sociedade, Salvador, 35(12),
47-68.
Hanemann, R. A. (2005). Introducción a los métodos del análisis de redes sociales.
Departamento de Sociologia de la Universidad de Califórnia Riverside. (J. L.
Molina Trad.). Recuperado em 02 fev. 2007: http://www.redes-
sociales.net/materiales.
Handy, C. (1996, março/abril). La organización virtual, cómo confiar em las
personas que no vemos. Revista Gestión, 2. Recuperado em 02 mar. 2005:
http://www.gestion.com.ar/index1.html.
Higgins, M. C., Kram, K. E. (2001). Reconceptualizing mentoring at work: a
developmental network perspective. The Academy of Management Review,
26(2), 264-288.
Hill, E. J., Ferris, M. & Märtinson, V. (2003). Does it matter where you work? A
comparison of how trhee work venues ( traditional office, virtual office and
home office) influence aspects of work and personal/family life. Journal of
Vocational Behavior, 63, 220 -241.
IEFP Instituto de Estudos e Formação Profissional. (1998). Portugal. Recuperado
em 05 abr. 2005: http://www.ilfp.com.
Ibarra, H. (1993). Network centrality, power and inovation involvement:
determinants of technical and administratives roles. The Academy of Management
Review, 36 (3), 471-501.
204
Igbaria, M. (1998). Special Section: Managing Virtual Workplaces and Teleworking
with Information Technology. Journal of Management Information Systems.
14(4), 5-6.
Katz, N., Laser, D., Arrow, W. & Contractor, N. (2004). Network theory and small
groups. Small group research. Sage publications, 35(3), 307-332..
Key, J. P. (1997). Experimental research and design. Research Design in
Occupational Education, Module R13. Recuperado em 11 dez. 2005:
http://www.okstate.edu/ag/agedcm4h/academic/aged5980a/5980/newpage2.htm.
Krackhardt, D. (1992). The strength of strong ties: the importance of philos in
organizations. In N. Nohria; R. G. Eccles (Eds.), Networks and organizations:
Structure, form, and action; 216-239. Boston: Harvard Business School Press.
Krackhardt, D. & Brass, D. J. (1994). Intraorganizational Networks: the micro side.
In Wasserman, S., Galaskiewicz, J. Advances in social network analysis: research
in the social and behavioral sciences. Thousand Oaks, Calif.: Sage Publications,
207-229.
Krackhardt, D. & Hanson, J. R. (1993, jul/ago). Informal networks: the company
behind the chart. Harvard Business Review, Boston, Mass., 17(4), 104-111.
Kugelmass, J. (1996). Teletrabalho Novas Oportunidades para o trabalho flexível.
São Paulo: Atlas,
Kuipers, K.J. (1999). Formal and informal networks in the workplace. Tese
Doutorado em Filosofia, Stanford University, Stanford, Calif.
Kurland, N.B. & Egan, T. D. (1999). Telecommuting: justice and Control in the
virtual organization. Organization Science, 10 (4), 500-513.
Lago, M. W. (2005). Redes Sociais Informais Intraorganizacionais e os processos de
mudanças organizacionais: estudo em uma empresa de tecnologia da
informação. Dissertação de mestrado, Escola de Administração - NPGA,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA.
Lewis, S. (2003). Flexible Working Arrangements: Implementation, Outcomes and
Management. In: C. L. Cooper & I. T. Robertson (Eds.). International Review of
Industrial and Organizational Psychology, 18, 1-28. Manchester, UMIST, UK:
John Wiley & Sons
.
Loiola, E., Bastos, A. V. B., Queiroz, N., Silva, T. D. (2004). Dimensões Básicas de
Análise das Organizações. In: J. C. Zanelli, J. E. Borges-Andrade & Bastos, A.
V. B. (Orgs.), Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. (pp. 91-141). Porto
Alegre: Artmed.
205
Lopes, H. E. G. (2004, jan/mar). Theoritical Reflections about the concept of social
networks. Revista de Administração Contemporanea – RAC 8 (1), 179-200.
Recuperado em 12 mai. 2006: http://anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/226.pdf.
Mariz, L. A., Goulart, S., Dourado, D. & Regis, H. P. (2005). O Reinado dos
Estudos de Caso em Teoria das Organizações: Imprecisões e Alternativas.
Cadernos EBAPE FGV, III (2). Recuperado em 05 mar. 2007:
http://www.ebape.fgv.br/cadernosebape.
Marteleto, R. M. (2001). Análise de redes sociais aplicação nos estudos de
transferência da informação. Ci. Inf. Brasília, 30(1), 71-81. Recuperado em 03
ago. 2006: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
19652001000100009&lng=en&nrm=iso.
Martino, V. Di (2004). Telework in Latin America and Caribbean. Centro
Intenacional de Investigaciones para el Desarollo.
Medeiros, C. A. F. (2003). Comprometimento Organizacional: um estudo de suas
relações com características organizacionais e desempenho nas empresas
hoteleiras. São Paulo. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em
Administração da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade,
Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
Mello, A. (1999). Teletrabalho (telework): O trabalho em qualquer lugar e a
qualquer hora. Rio de Janeiro: Qualitymark
Mello, A. & Sakuda, L. O. (2000). Telework trends in Brazil. Recuperado em 20
fev. 2005: http://www.teletrabalho.info/paginas/publicacoes/psq-trendsbr_pdf .
Mello, A. (2006). A Virtualização de Empresas: a prática do teletrabalho em uma
organização privada. In:
IX SEMEAD
FEA-USP, 2006, São Paulo.
Seminário
em Administração. Recuperado em 10 fev. 2007:
http://www.ead.fea.usp.br/Semead/9semead/resultado_semead/trabalhosPDF/126.
Minhoto, L. & Martins, C. (2001). As redes e o desenvolvimento social. Cadernos
FUNDAP. 22, 81-101.
Miller, M. A. Teletrabalho e home-office: casa, conforto e carinho. Recuperado em
02 jul. 2005: http://www.aureside.org.br/artigos/default.asp.
Neto, A. P. M. (2004). Teletrabalho: novas formas de subsunção do trabalho ao
capital? In: Anais do III Congresso Internacional de Direito e Tecnologias da
Informação, III Cibercon, Salvador, Bahia. Recuperado em 05 set. 2005:
http://www.cibercon.org.br.
Nilles, J. (1997). Fazendo do Teletrabalho uma realidade: um guia para telegerentes
e teletrabalhadores . São Paulo: Futura.
Norman, A. G. & Alejandro, V. A. (2005). Manual Introductorio al analisis de redes
sociales: medidas de centralidad. Recuperado em 04 nov. 2006:
206
http://revistaredes.rediris.es/webredes/talleres/Manual_ARS.pdf
http://www.redes-sociales.net/
Oliveira, J. P. M. (1994). Informação, Informática e Sociedade. São Paulo em
Perspectiva, 8 (4) . Recuperado em 08 dez. 2004:
http://www.scholargoogle.com .
Peters, P. & Dulk, L. D. (2003). Cross cultural differences in managers´ support for
home-based telework. Internactional Journal of Cross Cultural Management:
CMM; 3(3) 329-346, Dec; ABI/INFORM
.
Pinel, M. F. (2005). O trabalhador na Era Digital. Recuperado em 02 jul. 2005:
http://www.teletrabalhador.com/index.html.
Pinto, J. (2003). O. Avaliação da viabilidade de Implantação do Teletrabalho no
domicílio : um estudo de caso no SERPRO. Dissertação de mestrado, Programa
de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, SC.
Quiroga, A. (2003). Introdución al Análisis de Datos Reticulares. Práticas com
UCINET6 y NetDraw1 Versión 1. Departamento de Ciencias Políticas,
Universidad Pompeu Fabra.
Raghuram, S., Wiesenfeld B. & Garud, R. (2003). Technology enabled work: The
role of self-efficacy in determining telecommuter adjustment and structuring
behavior. Journal of Vocational Behavior, 63, 180-198.
Rau, B. L., & Hyland, M. A. (2002). Role conflict and flexible work arrangements:
the effects on applicant attraction. Personnel Psychology, 55(1), 111-136.
Raulin, M. L., & Graziano, A. M. (1996). Quase-experiments and correlational
studies. In A. M. Colman (Ed), Companion encyclopedia of psicologia. 2 (12.4),
1122-1141.
Regis, H. P. (2005). Construção Social de uma rede informal de mentoria nas
incubadoras de base tecnológica do Recife. Tese de doutorado, Programa de Pós-
Graduação em Administração, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE.
Regis, H. P., Dias, S. M. R. C. & Bastos, A. V. B. (2006). Articulando Cognição,
Redes e Capital Social: um estudo entre empresários participantes de
incubadoras de empresas. In: EnANPAD, 2006, Salvador. ENANPAD 2006 30
ANOS. Rio de Janeiro: ANPAD.
Ribeiro, E.A ( 2006). Redes sociais interorganizacionais: uma análise das parcerias
mantidas pelas organizações integrantes do consórcio social da juventude.
Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA.
207
Rodrigues, J.N.(2005). Reinventar o Trabalho. Recuperado em 09 jun. 2007:
http://www.janelanaweb.com/reinv/index.html
Ruiz, V. (1995). El trabajo a domicilio: un análisis comparativo de la legislación y
la prática. Programa del Servicio de Derecho del Trabajo y Relaciones
Laborales, 10, 45. Oficina Internacional del Trabajo. Ginebra.
Sakuda, L. O. (2003). Teletrabalho: desafios e perspectivas. Recuperado em 16 jan.
2006: http://www.crasp.com.br/telework/non_speakers.html.
Santos, M. V. (2004). Redes sociais informais e compartilhamento de significados
sobre mudança organizacional: estudo numa empresa petroquímica.
Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA.
Scott, J. (2000). Social network analysis: a handbook. 2.end.ed. London: Thousands
Oaks, Calif.: Sage Publications, p.208.
Senge, P. M. (1999). A dança das mudanças. Rio de Janeiro: Campus.
SERPRO Serviço Federal de Processamento de Dados.(2005). Projeto de
Teletrabalho. Portal corporativo. Recuperado em 18 nov. 2005:
http://www.serpro.gov.br.
Serra, P. (1995). O teletrabalho-conceito e implicações, 1996. Universidade da Beira
Interior. Portugal. Recuperado em 06 ago. 2005:
http://ubista.ubi.pt/~comum/jpserra_teletrabalho.html, ..
Silva, M. C. M. (2003). Rede sociais intraorganizacionais informais e gestão: um
estudo nas áreas de manutenção e operação da planta HYCO-8, Camaçari, BA.
Salvador. Dissertação de mestrado, Escola de Administração - NPGA,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA.
Smith-Lovin, L. & Ibarra, H.(1997). New directions in social network research on
gender and organizational carees. In: C. L. Cooper & I. T. Robertson (Orgs.).
Creating tomorrow´s organizations. UMIST, UK: John Wiley & Sons Ltd.
Soares, C. L. C. & Marcos, V. (2002). Teletrabalho. Universidade de Minho.
Portugal. Recuperado em 06 ago. 2005:
http://www.jornalistasdaweb.com.br/pmcteletrabalho.doc.
Sobratt Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades. (2001). Perfil do
Teletrabalhador Brasileiro. Recuperado em 17 jan. 2005:
http://www.sobratt.org.br
Stake, R. E. (2000). Case Studies. In: Denzin, N. & Lincoln, Y. (Eds). Handbook of
qualitative research. 2a. Ed. London. Sage Publication Inc, 2000, 435-453.
208
Stephens, G. K. & Szajana, B. (1998). Perceptions and expectations: why people
choose a telecommuting work style. International Journal of Eletronic
Commerce, 3(1), 70 -85.
Tremblay, D. G. (2002, jul/set). Organização e Satisfação no Contexto do Trabalho.
Revista de Administração de Empresas - RAE, 42 (3), 54-65.
Trochim, W. & Land, D. (1982). Designing Designs for Research. The Researcher,
1 (1), 1-6. Recuperado em 02 dez. 2005:
http://www.okstate.edu/ag/agedcm4h/academic/aged5980a/5980/newpage2.htm
Trope, A. (1999). Organização virtual: impacto do teletrabalho nas organizações.
São Paulo: Qualitymark.
Vitterso, J., Akselsen, S., Evjemo, B., Julsrud, T. E., Yttri, B. & Bergvik, S. (2003) .
Impacts of home-based telework on quality of life for employees and their
partners. Quantitative and qualitative results from a Europe survey. Journal of
Hapiness Studies 4:201-203.
Vivian, N., & Sudweeks, F. (2003). Social Networks Transnational and virtual
communities. Informing Science. Recuperado em 18 jan: 2007.
http://proceedings.informingscience.org/IS2003Proceedings/docs/192Vivia.pdf
Wasserman, S. & Faust, K. (1999). Social Network Analysis: Methods and
Aplications. Cambridge: Cambridge Universty Press.
Workmann, M., Kahnweiler, W. & Bommer, W. (2003). The effects of cognitive
style and media richness on commitment to telework and virtual times. Journal
of Vocational Behavior, 63, 199-219.
Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos. 2ª ed. Grassi, D. (Trad.)
Porto Alegre: Artmed.
Zanin, M. (2004). Horário flexível e trabalho em casa funcionam. Mulher Executiva,
19-21. Leitura Selecionada, circulação interna SERPRO. Recuperado em 05
dez. 2005: http://www.intra.serpro/servicos/cdi/
Zuboff, S. (1998). In the age of the smart machine. New York: Basic Books.
209
Apêndice 1 – Dados do Teletrabalhador T3
A) RSI de Amizade –T3
Figura 24: RSI Amizade simetrizada pelos mínimos – T3 –- 1a medida
Figura 25 : RSI Amizade simetrizada pelos mínimos – T3 –- 2a medida
Figura 26 : RSI Amizade simetrizada pelos mínimos – T3 –- 3a medida
B) RSI de Informação –T3
Figura 27: RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T3 –- 1a medida
210
Figura 28 : RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T3 –- 2a medida
Figura 29: RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T3 –- 3a medida
C) RSI de Confiança –T3
Figura 30: RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T3 –- 1a medida
Figura 31: RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T3 –- 2a medida
211
Figura 32: RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T3 –- 3a medida
– Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador T3
Quadro 25 – Analise Relacional – G3 – Teletrabalhador 3 (T3)
Cliques (reciprocidades)
Amizade Informação Confiança
1 clique encontrado, apenas na 2a medida
1: AT3GI-1 AGI2 AGI3
- nenhum clique encontrado
– Dados da Análise Centrada em Egos - Grupo do Teletrabalhador - T3
Tabela 22– Conector Central – RSI de Amizade – T3
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Amizade – T1
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich
AT3GI-1 1.000 0.000 0.707 2.000 0.000 0.448 2.000 1.000 0.707
AGI-2 1.000 0.000 -0.000 4.000 11.000 0.623 1.000 0.000 0.500
AGI-3 1.000 0.000 -0.000 2.000 0.000 0.448 0.000 0.000 0.000
AGI-4 0.000 0.000 -0.000 - - - - - -
AGI-5 1.000 0.000 0.707 1.000 0.000 0.261 1.000 0.000 0.500
AGI-6 0.000 0.000 -0.000 2.000 5.000 0.168 0.000 0.000 0.000
AGI-7 - - - 2.000 8.000 0.331 1.000 0.000 0.000
AGI-8 - - - 1.000 0.000 0.070 1.000 0.000 0.000
Média 666.6 0.000 0.235 2.000 3.500 0.335 857.1 142.8 0.243
Tabela 23 – Conector Central – RSI de Informação – T3
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Informação – T3
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich
IT3GI-1 1.000 1.000 0.707 1.000 0.000 0.372 1.000 0.000 0.000
IGI-2 0.000 0.000 -0.000 1.000 2.000 0.602 0.000 0.000 0.000
IGI-3 0.000 0.000 -0.000 1.000 0.000 0.372 0.000 0.000 0.000
IGI-4 0.000 0.000 -0.000 - - - - - -
IGI-5 1.000 1.000 0.707 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 -0.707
IGI-6 0.000 0.000 -0.000 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.000
IGI-7 - - - 1.000 2.000 0.602 1.000 0.000 -0.707
IGI-8 - - - 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
Média 333.3 333.3 0.235 571.4 571.4 0.278 571.4 0.000 -0.235
212
Tabela 24– Conector Central – RSI de Confiança – T3
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Confiança – T3
Índices de centralidade > média ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich
CT3G-1 1.000 0.000 0.707 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.707
CGI-2 0.000 0.000 -0.000 2.000 1.000 0.707 0.000 0.000 -0.000
CGI-3 0.000 0.000 -0.000 1.000 0.000 0.500 0.000 0.000 -0.000
CGI-4 0.000 0.000 -0.000 - - - - - -
CGI-5 1.000 0.000 0.707 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.707
CGI-6 0.000 0.000 -0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 -0.000
CGI-7A - - - 1.000 0.000 0.500 0.000 0.000 -0.000
CGI-8A - - - 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 -0.000
Média 333.3 0.000 0.235 571.4 142.8 0.243 285.7 0.000 0.202
- Corretor de Informação
Tabela 25 – Corretores de Informação – T3
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO - T3
Matriz de Adjacência não simetrizada
CENTRALIDADE DE INTERMEDIAÇÃO > média
Amizade Informação Confiança
ATORES
2ª
T3G-1 72.500 69.750 75.333 31.000 46.000 45.000 17.500 29.000 17.833
GI-2 73.000 91.417 67.167 0.000 44.500 8.000 11.000 11.000 0.333
GI-3 60.500 42.000 44.500 7.000 20.000 12.000 6.000 16.000 20.000
GI-4 5.000 - - 0.000 - - 0.000 - -
GI-5 27.000 62.083 12.917 26.000 21.500 18.500 22.500 18.000 3.833
GI-6 0.000 35.750 27.667 0.000 12.000 20.500 0.000 6.500 22.167
GI-7A - 51.500 12.250 - 40.000 0.000 - 8.500 4.833
GI-8A - 9.500 8.167 - 15.000 6.000 - 0.000 0.000
Média 39.666 51.713 35.428 10.666 28.428 15.714 7.833 12.714 8.572
- Expansor de Fronteiras
Tabela 26 – Valores para Identificação de Expansores de Fronteira – T3
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS –T3 - Amizade
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES COM BLOCOS SEGMENTADOS > MEDIA
Amizade Informação ConfiançaATORES
2ª 3ª 2ª
T36G-1
11 10 10 8 8 10 5 6 4
GI-2
11
1
11
2
5 4
2 1 0
GI-3
8 7 7 7 4 4
3
4 5
GI-4 1
- -
1
-- -
1
-
-
GI-5 6
9
0
8 3
0
7 3
0
GI-6 3 2 4 2
3 4
0 0
7
GI-7A
-
4 2
- 3
0
-
0 0
GI-8A
-
0 2
- 1
3
- 3 3
TOTAL
40 33 36 28 27 25 18 17 19
Média 6,6 4,7 5,1 4,6 3,8 3,5 3,6 2,4 2,7
213
Apêndice 2 – Dados do Teletrabalhador T6
A) RSI de Amizade –T6
Figura 33: RSI de Amizade –T6 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 1a medida
Figura 34: RSI de Amizade - T6 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 2a medida
B) RSI de Informação –T6
Figura 35: RSI de Informação - T6 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 1a medida
Figura 36: RSI de Informação - T6 - Matriz simetrizada pelos mínimos -2a medida
214
Figura 37: RSI de Informação -T6 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 3a medida
C) RSI de Confiança - T6
Figura 38: RSI de Confiança -T6 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 1a Medida
Figura 39: RSI de Confiança -T6 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 2a Medida
- Dados da Análise Centrada em Egos – Grupo do Teletrabalhador T6
Tabela 27 – Conector Central – RSI de Amizade – T6
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Amizade – T6
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich GrauInterme-
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich
AT6GI-1 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000
AGI-2 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-3 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000
AGI-4 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000
AGI-5 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
AGI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-7 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
AGI-8 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
AGI-9 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-10A - - 1.000 0.000 0.000 - - -
AGI-11A - - 0.000 0.000 0.000 - - -
Média 222.2 0.000 - 0.156 363.6 0.000 - 0.128 0.000 0.000 166.6
215
Tabela 28 – Conector Central – RSI de Informação – T6
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS
- Informação – T6
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA MEDIDA MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich
IT6GI-1 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
IGI-2 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
IGI-3 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 -0.707
IGI-4 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 -0.707
IGI-5 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
IGI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
IGI-7 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
IGI-8 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
IGI-9 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
IGI-10A - - - 0.000 0.000 0.000 - - -
IGI-11A - - - 0.000 0.000 0.000 - - -
Média 222.2 0.000 - 0.156 363.6 0.000 0.125 333.3 0.000 -0.235
Tabela 29 - Conector Central - RSI de Confiança - T6
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Confiança – T6
Índices de centralidade > média ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos)
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA MEDIDA
ATORES
GrauInterme-
diação
Bonacich Grau Interme
- diação
Bonacich GrauInterme-
diação
Bonacich
CT6GI-1 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000
CGI-2 1.000 0.000 0.000 2.000 1.000 0.707 0.000 0.000 0.000
CGI-3 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
CGI-4 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
CGI-5 1.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.500 - - -
CGI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
CGI-7 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
CGI-8 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
CGI-9 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
CGI-10A - - 1.000 0.000 0.500 - - -
CGI-11A - - 0.000 0.000 0.000 - - -
Média 444,4 0.000 - 0.156 545.4 0.090 0.045 0.000 0.000 166.6
Tabela 30 – Corretores de Informação – T6
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO – T6
Matriz de Adjacência não simetrizada
CENTRALIDADE DE INTERMEDIAÇÃO > média
Amizade Informação Confiança
ATORES
T6GI-1 0.000 2.500 0.000 0.500 0.500 0.000 11.167 21.583 0.000
GI-2 0.000 5.500 0.000 0.000 7.500 0.000 7.667 13.583 0.000
GI-3 23.000 33.000 0.000 30.500 39.000 6.000 12.167 21.583 0.000
GI-4 37.000 42.000 2.000 31.000 36.000 5.000 17.500 15.250 3.000
GI-5 17.000 22.000 - 2.000 4.000 - 1.500 10.000 -
GI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 5.000 0.000 0.000 0.000 0.000
GI-7 0.000 0.000 - 0.000 0.000 - 0.000 0.000 -
GI-8 0.000 0.000 - 0.000 0.000 - 0.000 0.000 -
GI-9 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
GI10A - 8.000 - - 0.000 - - 4.000 -
GI11A - 0.000 - - 0.000 - - 0.000 -
Média
8.555 9.545 333.3 7.111 8.363 1.833 5.500 7.818 500.0
216
Tabela 31 – Valores para Identificação de Expansores de Fronteira – T6
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS –T6 - Amizade
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES COM BLOCOS SEGMENTADOS > MEDIA
Amizade Informação Confiança
ATORES
2ª 3ª
T6G-1 1 2 3 1 1 1 3
5
1
GI-2
8 5
4 3
4 6 6 6 5
GI-3
5 4 8 6 6
2 -
-
2
GI-4
6 5
2
5 5 -
3 2
GI-5 2 1 - 1 1 - 1
GI-6 - -
- - -
-
GI-7
-
- -
-
- -
GI-8
-
- -
-
-
-
GI9
- - - - - -
GI-10A
-
2
-
1
- -
GI-11A
- - - - - -
TOTAL
22 19 17 16 18 9 12 14 8
Média 4,40 3,16 4,25 3,20 3,00 3,00 4,00 3,50 2,66
217
Apêndice 3 – Dados do Teletrabalhador T8
A) RSI de Amizade - T8
Figura 40: RSI de Amizade – T8 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 1a medida
Figura 41: RSI de Amizade – T8 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 2a medida
Figura 42: RSI de Amizade – T8 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 3a medida
B) RSI de Informação – T8
Figura 43 : RSI de Informação –T8– Matriz simetrizada pelos mínimos – 2a medida
218
Figura 44: RSI de Informação –T8– Matriz simetrizada pelos mínimos – 3a medida
C) RSI de Confiança –T8
Figura 45: RSI de Confiança –T8– Matriz simetrizada pelos mínimos – 1a medida
Figura 46: RSI de Confiança –T8 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 2a medida
Figura 47: RSI de Confiança –T8 - Matriz simetrizada pelos mínimos – 3a medida
- Análise Relacional – Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador -T8
Quadro 34 – Analise Relacional – G4 – Teletrabalhador 8 (T8)
Cliques (reciprocidades)
Amizade Informação Confiança
- 1 clique encontrado, apenas na 2ª medida
1: AGI5 AGI6 AGI7
- nenhum clique encontrado
219
– Dados da Análise Centrada em Egos - Grupo do Teletrabalhador - T8
Tabela 32 – Conector Central – RSI de Amizade – T8
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Amizade – T8
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme
- diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich
AT3GI-1
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-2
0.000 0000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-3
1.000 0.000 0.372 2.000 3.000 0.342 2.000 3.000 0.342
AGI-4
0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.155 1.000 0.000 0.155
AGI-5
2.000 2.000 0.602 2.000 0.000 0.497 2.000 0.000 0.497
AGI-6
1.000 0.000 0.372 2.000 0.000 0.497 - - -
AGI-7
2.000 2.000 0.602 3.000 4.000 0.604 3.000 4.000 0.604
AGI-8
- - - - - - 2.000 0.000 0.497
Média
857 571 0,278 1429 1000 0,299 1428 1429 -0.299
Tabela 33 – Conector Central – RSI de Informação – T8
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Informação – T8
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA
2ª MEDIDA
3ª MEDIDA
ATORES
GrauInterme
diação
Bonacich GrauInterme
diação
Bonacich GrauInterme
diação
Bonacich
IT8GI-1
0.000 0.000 1.000 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.500
IGI-2
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
IGI-3
0.000 0.000 0.000 2.000 1.000 0.707 0.000 0.000 0.000
IGI-4
0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.500 0.000 0.000 0.000
IGI-5
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
IGI-6
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
IGI-7
0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.500 2.000 1.000 0.707
IGI-8
- - - - - - 1.000 0.000 0.500
Média
0.000 0.000 143 571 143 0,243 571 143 0,243
Tabela 34 – Conector Central – RSI de Confiança – T8
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Confiança – T8
Índices de centralidade > média (Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
GrauInterme-
diação
Bonacich GrauInterme-
diação
Bonacich GrauInterme-
diação
Bonacich
CT8GI-1 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.500
CGI-2 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
CGI-3 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 0.000
CGI-4 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 0.000
CGI-5 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
CGI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 - - -
CGI-7 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 2.000 1.000 0.707
CGI-8 - - - - - - 1.000 0.000 0.500
Média 286 0.000 -0,202 286 0.000 -0,202 857 143 0,243
220
Tabela 35 – Corretores de Informação – T8
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO – T8
Matriz de Adjacência não simetrizada
CENTRALIDADE DE INTERMEDIAÇÃO > média
Amizade Informação Confiança
ATORES
3ª 1ª 2ª 2ª
T8GI-1 41.167 23.333 0.000 30.000 27.000 19.167 18.000 10.000 13.000
GI-2 7.000 9.500 31.467 8.000 14.500 8.000 4.000 8.000 6.500
GI-3 15.500 47.833 42.200 23.000 38.500 0.000 0.000 0.500 0.000
GI-4 41.833 9.000 63.133 44.000 36.000 7.000 26.000 13.500 9.000
GI-5 27.000 12.500 0.333 3.000 11.000 13.167 5.000 4.500 0.000
GI-6 37.167 29.500 - 0.000 0.000 - 0.000 0.000 -
GI-7 23.333 33.333 48.967 22.000 11.000 28.500 0.000 1.500 21.500
GI-8 - - 24.900 - - 10.167 - - 1.000
Média
27.571 23.571 30.095 18.571 19.714 13.429 13.452 5.929 7.286
Tabela 36 – Valores para Identificação de Expansores de Fronteira – T8
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS –T8 - Amizade
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES COM BLOCOS SEGMENTADOS > MEDIA
Amizade Informação Confiança
ATORES
3ª 3ª 2ª
T8GI1
10 5 6 8 7 3 10 3 4
GI2
1 1 1 1 2 1 1 2 1
GI3
1 2 3 2 2 2 1
-
-
GI4
10
1
9 11 11 6 13 5
2
GI5
4
3
- - 2 3 1 2 2
GI6
6 5 -
1
- -
1 1
-
GI7
1 - 1
-
1 1
-
- 2
GI8
-
- 1
-
-
- - -
TOTAL
33 17 21 23 25 16 27 13 11
MEDIA
4,71 2,83 3,50 4,6 4,16 2,66 3,85 2,60 2,20
221
Apêndice 4 – Grupo do Teletrabalhador - T10
A) RSI de Amizade –T10
Figura 48- RSI de Amizade simetrizada pelos mínimos – T10 – 1a medida
Figura 49 - RSI de Amizade simetrizada pelos mínimos – T10 – 2a medida
Figura 50 - RSI de Amizade simetrizada pelos mínimos – T10 – 3a medida
B) RSI de Informação –T10
Figura 51 : RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T10 - 1a medida
222
Figura 52 : RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T10 – 2a medida
Figura 53: RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T10 – 3a medida
C) RSI de Confiança - T10
Figura 54: RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T 10 – 1a medida
Figura 55: RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T 10 – 2a medida
223
Figura 56: RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T 10 – 1a medida
- Análise Relacional – Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador T10
Quadro 39– Analise Relacional – G10 – Teletrabalhador 10 (T 10)
Cliques (reciprocidades)
Amizade Informação Confiança
- 1 clique na 3ª medida
1: AT10GI-1 AGI3 AGI4 AGI6
- 1 clique na 3ª medida
1: IT10GI-1 IGI4 IGI6
- nenhum clique
encontrado
– Dados da Análise Centrada em Egos - Dados do Teletrabalhador - T10
Tabela 37 – Conector Central – RSI de Amizade – T10
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Amizade – T10
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA
2ª MEDIDA
3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme
diação
Bonacich
AT10GI-1 1.000 0.000 0.500 0.000 0.000 0.000 3.000 0.000 0.500
AGI-2 2.000 1.000 0.707 1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000
AGI-3 1.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 3.000 0.000 0.500
AGI-4 1.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 3.000 0.000 0.500
AGI-5 1.000 0.000 0.500 1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000
AGI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 3.000 0.000 0.500
Média 1.000 167,0 0.285 333.0 0.000 -0,236 2.000 0.000 333,0
Tabela 38 – Conector Central – RSI de Informação – T10
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Informação – T10
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme
diação
Bonacich
IT10GI-1 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 2.000 0.000 0.523
IGI-2 1.000 0.000 0.000 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 0.000
IGI-3 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.282
IGI-4 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 0.000 3.000 2.000 0.612
IGI-5 1.000 0.000 0.000 1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000
IGI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 2.000 0.000 0.523
Média 667,0 0.000 -0.236 667,0 0.000 -0.236 1.500 333 0.323
224
Tabela 39 – Conector Central – RSI de Confiança – T10
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Confiança – T10
Índices de centralidade > média ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA
2ª MEDIDA
3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich GrauInterme
diação
Bonacich GrauInterme
diação
Bonacich
CT10GI-1
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.408
CGI-2 1.000 0.000 -0.372 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
CGI-3 1.000 0.000 -0.372 1.000 0.000 -0.707 1.000 0.000 0.408
CGI-4 2.000 2.000 -0.602 1.000 0.000 -0.707 3.000 3.000 0.707
CGI-5 2.000 2.000 0.602 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
CGI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.408
Média 1.000 667.0 -0.324 333.0 0.000 -0.236 1.000 500.0 0.321
Tabela 40 – Corretores de Informação – T10
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO – T10
Matriz de Adjacência não simetrizada
CENTRALIDADE DE INTERMEDIAÇÃO > média
Amizade
Informação
Confiança
ATORES
3ª 1ª 2ª 3ª
T10GI-1 20.667 0.000 22.000 1.000 0.000 0.000 0.333 0.000 9.000
GI-2 32.000 0.000 16.250 23.000 4.000 0.000 18.000 0.000 4.000
GI-3 28.833 6.500 25.250 37.000 14.500 27.000 15.000 16.000 9.500
GI-4 10.167 3.000 2.250 3.000 0.500 14.500 18.833 11.500 26.000
GI-5 15.333 19.500 0.000 4.000 8.000 0.000 30.833 8.500 0.000
GI-6 0.000 0.000 27.250 0.000 0.000 31.500 0.000 0.000 4.500
Média 17.833 4.833 15.500 11.333 4.500 12.166 13.833 6.000 8.833
Tabela 41 – Valores para Identificação de Expansores de Fronteira – T10
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS –T10
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES COM BLOCOS SEGMENTADOS > MEDIA
Amizade Informação Confiança
ATORES
T10GI1
6
6 3 1
2
1 1 2
4
GI2
5 - 4
9
3 3 4 -
7
GI3
5 6
7 7 5 6 5 4
3
GI4
-
-
- - -
1
- -
3
GI5
6 7
- 4
8 - 6
3 -
GI6
- - 8
-
- 4
1
TOTAL
22 19 22 21 18 15 16 9 18
MEDIA
5,5 6,3 5,5 5,2 4,5 3,8 4,0 3,0 3,0
225
Apêndice 5 – Grupo do Teletrabalhador - T12
A) RSI de Amizade –T12
Figura 57 - RSI de Amizade simetrizada pelos mínimos – T12 – 1a medida
Figura 58 - RSI de Amizade simetrizada pelos mínimos – T12 – 3a medida
C) RSI de Confiança - T12
Figura 59 - RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T 12 – 1a medida
Figura 60 - RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T 12 – 3a medida
226
- Análise Centrada em Egos - Grupo do Teletrabalhador -T 12
Tabela 42 – Conector Central – RSI de Amizade – T12
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Amizade – T10
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA
2ª MEDIDA
3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme
diação
Bonacich
AT10GI-1 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.000 0.000
AGI-2 1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 -0.707
AGI-3 1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 -0.707
AGI-4 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-5 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-6 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-7
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-8
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-9
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
Média
222 0.000 -0.157 0.000 0.000 111 222 0.000 .-0.157
Tabela 43– Conector Central – RSI de Informação – T12
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Informação – T12
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich Grau
Interme
- diação
Bonacich Grau
Interme
- diação
Bonacich
AT12GI-1
0.000 0.000 1.000 0.000 0.000 0.213 1.000 0.000 0.707
AGI-2
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.293 0.000 0.000 -0.000
AGI-3
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.068 0.000 0.000 -0.000
AGI-4
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.062 0.000 0.000 -0.000
AGI-5
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.666 1.000 0.000 0.707
AGI-6
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.155 0.000 0.000 -0.000
AGI-7
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.155 0.000 0.000 -0.000
AGI-8
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.237 0.000 0.000 -0.000
AGI-9
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 -0.000
Média
0.000 0.000 111 0.000 0.000 0.205 222 0.000 157
Tabela 44 – Conector Central – RSI de Confiança – T12
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS - Confiança – T12
Índices de centralidade > média ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA 2ª MEDIDA 3ª MEDIDA
ATORES
Grau
Interme
-
diação
Bonacich
Grau
Interme
-
diação
Bonacich
Grau
nterme
diação
Bonacich
AT12GI-1
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000 1.000 0.000 0.707
AGI-2
1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-3
1.000 0.000 -0.707 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-4
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-5
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.707
AGI-6
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI -7
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-8
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-9
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
Média
222 0.000 -0.157 0.000 0.000 111 222 0.000 0,157
227
Tabela 45 – Corretores de Informação – T12
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO – T12
Matriz de Adjacência não simetrizada
CENTRALIDADE DE INTERMEDIAÇÃO > média
Amizade Informação Confiança
ATORES
AT12GI-1
8.000 7.000 10.000 3.000 2.000 20.000 15.000 5.000 12.000
AGI-2
8.000 0.000 3.000 0.000 0.000 0.000 2.000 0.000 0.000
AGI-3
0.000 0.000 1.000 0.000 0.000 46.000 15.000 0.000 0.000
AGI-4
1.000 1.000 6.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 14.000
AGI-5
0.000 0.000 14.000 18.000 14.000 87.000 28.000 0.000 34.000
AGI-6
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI -7
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-8
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
AGI-9
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 59.000 0.000 0.000 0.000
Média
1.888 889 3.778 2.333 1.778 23.556 6.667 556 6.667
Tabela 46 – Valores para Identificação de Expansores de Fronteira –T12
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS
T12 - Amizade
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES COM BLOCOS SEGMENTADOS > MEDIA
Amizade
Informação Confiança
ATORES
AT12GI1
9 8 11
2
2 5 6 6 5
AGI2
5 5 3
5
3 2 3 5 2
AGI3
- -
- - -
3
- - -
AGI4
2 2 4 3 3 1 1 1 -
AGI5
5 10 6 6 11 11 8 8 5
AGI6
- - -
-
- -
- -
AGI -7
- - - - - - - - -
AGI-8
- - - - - - - - -
AGI-9
- - - - - - - - -
TOTAL
21 25 24 16 19 22 18 20 12
MEDIA
5,2 6,2 6 4 4,7 4,4 4,5 5 4
228
Apêndice 6 – Grupo do Teletrabalhador - T15
A) RSI de Amizade –T15
Figura 61 - RSI de Amizade simetrizada pelos mínimos – T15 – 1a medida
Figura 62 - RSI de Amizade simetrizada pelos mínimos – T15 – 2a medida
Figura 63 - RSI de Amizade simetrizada pelos mínimos – T15 – 3a medida
B) RSI de Informação
Figura 64 - RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T15 – 1a medida
229
Figura 65
- RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T15 – 2a medida
Figura 66 - RSI de Informação simetrizada pelos mínimos – T15 – 1a medida
C) RSI de Confiança –T15
Figura 67 - RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T15 – 1a medida
Figura 68 - RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T15 – 2a medida
Figura 69 - RSI de Confiança simetrizada pelos mínimos – T15 – 3a medida
230
Análise Relacional – Índices de COESÃO das RSI – Teletrabalhador 15
Quadro 48 – Analise Relacional – G15 – Teletrabalhador 15 ( T15)
Cliques (reciprocidades)
Amizade Informação Confiança
- Nenhum
clique
- 2 cliques encontrados na 2ª medida
1: IT15GI-1 IGI2 IGI3
2: IT15GI-1 IGI2 IGI4
- 1 Clique encontrado na 1ª medida
1: CT15GI-1 CGI2 CGI4
- 1 clique encontrado na 2ª medida
1: CT15GI-1 CGI2 CGI4
- Análise Centrada em Egos - Grupo do Teletrabalhador -T 12
Tabela 47 – Conector Central – RSI de Amizade – T15
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS
- Informação – T15
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA
2ª MEDIDA
3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme
- diação
Bonacich
AT15GI-1
3.000 3.000 0.707 3.000 3.000 0.707 2.000 1.000 0.707
AGI-2
1.000 0.000 0.408 1.000 0.000 0.408 1.000 0.000 0.500
AGI-3
1.000 0.000 0.408 1.000 0.000 0.408 0.000 0.000 0.000
AGI-4
1.000 0.000 0.408 1.000 0.000 0.408 1.000 0.000 0.500
Média
1.500 750 0.483 1.500 750 0,483 1.000 250 0.427
Tabela 48 – Conector Central – RSI de Informação – T15
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS
- Informação – T15
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA
2ª MEDIDA
3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme
- diação
Bonacich Grau Interme
- diação
Bonacich
AT15GI-1
2.000 1.000 0.707 3.000 0.500 0.557 3.000 3.000 0.707
AGI-2
0.000 0.000 0.000 3.000 0.500 0.557 1.000 0.000 0.408
AGI-3
1.000 0.000 0.500 2.000 0.000 0.435 1.000 0.000 0.408
AGI-4
1.000 0.000 0.500 2.000 0.000 0.435 1.000 0.000 0.408
Média
1.000 250 0.427 2.500 0.250 0,496 1.500 750 0,483
Tabela 49 – Conector Central – RSI de Confiança – T15
CÁLCULOS PARA CONECTORES CENTRAIS
- Informação – T15
Índices de centralidade ( Matriz de adjacência simetrizada pelos mínimos )
1ª MEDIDA
2ª MEDIDA
3ª MEDIDA
ATORES
Grau Interme
diação
Bonacich Grau Interme-
diação
Bonacich Grau Interme
- diação
Bonacich
AT15GI-1
2.000 0.000
0.577 3.000 2.000 0.612 3.000 3.000 0.707
AGI-2
2.000
0.000
0.577
2.000 0.000
0.523
1.000 0.000 0.408
AGI-3
0.000 0.000 0.000 1.000 0.000 0.282 1.000 0.000 0.408
AGI-4
2.000 0.000
0.577
2.000 0.000
0.523
1.000 0.000 0.408
Média
1.500 0.000 0.433 2.000 500 0.485 1.500 750 0.483
231
Tabela 50– Corretores de Informação – T15
CÁLCULOS PARA CORRETORES DE INFORMAÇÃO – T15
Matriz de Adjacência não simetrizada
CENTRALIDADE DE INTERMEDIAÇÃO
> média
Amizade Informação Confiança
ATORES
3ª
AT15GI-1
57.500 33.500 10.000 47.500 1.000 25.000 47.500 14.000 20.000
AGI-2
7.500 38.500 26.500 34.000 37.000 42.000 34.000 28.000 39.000
AGI-3
18.000 12.000 18.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 0.000
AGI-4
33.000 24.000 18.500 3.500 3.000 9.000 3.500 6.000 3.000
Média
29.000 27.000 18.375 22.000 11.000 19.750 22.000 12.750 15.500
Tabela 51 – Valores para Identificação de Expansores de Fronteira – T15
CÁLCULOS PARA EXPANSORES DE FRONTEIRAS
–T15 - Amizade
Matriz simetrizada pelos máximos
ATORES COM BLOCOS SEGMENTADOS > MEDIA
Amizade
Informação Confiança
ATORES
AT15GI1
8
1 1
12
1
3 12
1 2
AGI2
1
12 13 7 12
-
10 9 13
AGI3
6 4 1 3 1 - 1 1 -
AGI4
11 8 9
3 1 - 1 2 1
TOTAL
26 25 24 25 15 3 24 3 16
MEDIA
6,5 6,3 6 6,3 3,8 0,75 6 3,3 4
232
Apêndice 7 – Questionário de Pesquisa
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pos-Graduação em Psicologia
Colega,
Este questionário faz parte da minha dissertação de Mestrado: O Teletrabalho domiciliar: impactos
sobre as redes sociais informais dos teletrabalhadores”. O que se pretende neste projeto é identificar
como os teletrabalhadores constroem sua redes sociais informais, discutindo a aplicação dos conceitos
teóricos a respeito do tema no TELETRABALHO e assim contribuir para o conhecimento sobre essa forma
de trabalho e o aperfeiçoamento dessa prática na Empresa.
As informações aqui contidas serão de uso exclusivo do Mestrado de Psicologia da UFBA, pois
este é um trabalho com finalidade apenas de pesquisa acadêmica. Assim, na apresentação dos
resultados, tanto no mestrado quanto para a empresa, os nomes não serão divulgados. Todos receberão
códigos que não permitam identificação das pessoas.
O questionário divide-se em quatro partes com suas respectivas instruções para
preenchimento. Certifique-se de que respondeu todas. Não existem respostas certas ou
erradas; o que importa é que sejam verdadeiras para você, que reflitam o que você
realmente pensa e sente. Responda individualmente e depois reenvie diretamente para
mim o questionário preenchido, pelo próprio correio eletrônico NOTES.
Quando o nome das pessoas relacionadas por você for comum a mais de uma, por
favor, identifique o nome completo com sobrenome. De maneira a preservar a
confidencialidade dos dados, todos os nomes citados no questionário serão
posteriormente codificados e o acesso a eles será somente do pesquisador.
Sua participação é essencial.
Muito obrigada!
Maria Isabel Drummond Oppel Silva - SUPGL/GLPDQ-SDR
Qualquer dúvida, entre em contato comigo, por favor:
Ramal na Regional Salvador: 71-7910
Celular: (71) 9975-3435 Tel.Residencial: (71) 3245-7333
notes:maria-isabel drummond / SERPRO
e-mail: maria-isabel.drummond@serpro.gov.br
233
Rede de Amizade
Primeiro, pense um pouco sobre as pessoas com quem você interagiu no trabalho, nos últimos seis
meses. Alguns desses indivíduos são provavelmente empregados, mas alguns podem ser
terceirizados, contatos de outras empresas ou ex-empregados. Nós estamos interessados naquelas
pessoas que são contatos relacionados ao trabalho, que você considera bons colegas.
Quadro de Respostas 1:
1) Liste na coluna 1, quem de seu universo de trabalho - você levaria para um churrasco no fim
de semana. Você só pode levar aqueles que você considera bons amigos, boas companhias. Liste no
máximo quinze pessoas.
2) Na coluna 2, escreva a respectiva função de cada pessoa listada como resposta da questão 1 (
superintendente, gerente, chefe, analista, técnico, auxiliar, fornecedor, cliente, etc.).
3) Na coluna 3, indique com um X” quais pessoas assinaladas não são empregados da empresa
(se houver alguma).
4) Na coluna 4, anote ao lado de cada nome listado como resposta da questão 1, sua estimativa
do tempo que cada pessoa tem sido importante na sua rede de amizade, de acordo com a escala
abaixo:
1 = menos de 1 ano 2 = de 1 a 3 anos 3 = de 3 anos e 1 mês a 5 anos 4 = mais de 5 anos
5) Na coluna 5, assinale para cada uma das pessoas o número da escala abaixo que indica o nível
hierárquico desta pessoa na organização:
1 = A pessoa é seu chefe direto
2 = A pessoa é chefiada por você
3 = A pessoa é o chefe do seu chefe direto.
4 = A pessoa é subordinada a um subordinado seu.
5 = A pessoa está no mesmo nível que você
.
6 = A pessoa está num nível mais alto que o seu, mas você não se reporta a ela
.
7 = A pessoa está num nível abaixo do seu, mas não é chefiada por você.
6) Na coluna 6, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve com que freqüência você
interage com cada uma das pessoas listadas:
1 = Várias vezes ao dia 4 = Uma vez por semana
2 = Uma vez ao dia 5 = Algumas vezes por mês
3 = Algumas vezes por semana 6 = Uma vez por mês 7 = Menos de uma vez por mês.
7) Na coluna 7, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve com que freqüência o seu
trabalho requer que você se relacione com cada uma das pessoas listadas:
1 = Várias vezes ao dia 4 = Uma vez por semana
234
2 = Uma vez ao dia 5 = Algumas vezes por mês
3 = Algumas vezes por semana 6 = Uma vez por mês 7 = Menos de uma vez por mês.
8) Na coluna 8, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve o seu grau de aproximação
com cada uma das pessoas listadas.
1 = Muito próxima (um de seus contatos mais próximos no momento)
2 = Próxima (você gosta de estar com esta pessoa, mas não a considera um de seus contatos
pessoais mais próximos)
3 = Menos que próxima (você não se incomoda de trabalhar com esta pessoa, mas não tem
nenhuma intenção de desenvolver uma amizade)
4 = Distante (você só se aproxima desta pessoa se absolutamente necessário)
QUADRO DE RESPOSTAS 1 - REDE DE AMIZADE
QUESTÕES
1(um nome por linha) 2 (função da pessoa)
3 4 5 6 7 8
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
235
Rede de Informação
Relembrando os últimos 6 meses, pense nas pessoas a quem você recorreu como fonte de
informações diversas sobre o que está ocorrendo na empresa. Que pessoas lhe deram alguma
informação importante da empresa, ou relacionada diretamente ao seu trabalho, ou à sua carreira ?
Alguns desses indivíduos são provavelmente empregados, mas alguns podem ser terceirizados,
contatos de outras empresas ou ex-empregados. Nessa parte você deve indicar o nome das
pessoas que foram suas melhores fontes de informação, nos últimos seis meses, sobre o que
ocorre na empresa.
- No Quadro de Respostas 2:
9) Liste no, na coluna 9, quem de seu universo de trabalho - você procuraria para trocar umas
idéias sobre o que está ocorrendo na empresa. Você pode indicar até quinze pessoas, que podem,
ou não, coincidir com as pessoas indicadas anteriormente. Podem ser nomes novos.
10) Escreva na coluna 10, a função de cada pessoa listada (superintendente, gerente, chefe,
analista, técnico, auxiliar, fornecedor, cliente, etc.).
11) Na coluna 11, indique com um X” quais pessoas listadas não são empregados da empresa (se
houver alguma).
12) Na coluna 12, anote ao lado de cada nome a estimativa do tempo que cada pessoa listada tem
sido importante na sua rede de informação, de acordo com a escala abaixo:
1 = menos de 1 ano 2 = de 1 a 3 anos 3 = de 3 anos e 1 mês a 5 anos 4 = mais de 5 anos
13) Na coluna 13, assinale para cada uma das pessoas listadas o número da escala abaixo que
indica o nível hierárquico desta pessoa na organização:
1 = A pessoa é seu chefe direto 4 = A pessoa é subordinada a um subordinado seu.
2 = A pessoa é chefiada por você 5 = A pessoa está no mesmo nível que você.
3 = A pessoa é o chefe do seu chefe direto. 6 = A pessoa está num nível abaixo do seu.
7 = A pessoa está num nível mais alto que o seu, mas você não se reporta a ela.
14) Na coluna 14, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve com que freqüência
você se relaciona com cada uma das pessoas listadas:
1 = Várias vezes ao dia 4 = Uma vez por semana
2 = Uma vez ao dia 5 = Algumas vezes por mês
3 = Algumas vezes por semana 6 = Uma vez por mês 7 = Menos de uma vez por mês.
15) Na coluna 15, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve com que freqüência o
seu trabalho requer que você se relacione com cada pessoa:
1 = Várias vezes ao dia 4 = Uma vez por semana
236
2 = Uma vez ao dia 5 = Algumas vezes por mês
3 = Algumas vezes por semana 6 = Uma vez por mês 7 = Menos de uma vez por mês.
16) Na coluna 16, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve o seu grau de
aproximação com cada pessoa.
1 = Muito próxima (Um de seus contatos mais próximos no momento)
2 = Próxima (Você gosta de estar com esta pessoa, mas não a considera um de seus contatos
pessoais mais próximos)
3 = Menos que próxima (Você não se incomoda de trabalhar com esta pessoa, mas
não tem nenhuma intenção de desenvolver uma amizade)
4 = Distante (Você só se aproxima desta pessoa se absolutamente necessário)
QUADRO DE RESPOSTAS 2 - REDE DE INFORMAÇÃO
QUESTÕES
9(um nome por linha) 10 (função da pessoa)
11 12 13 14 15 16
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
237
Rede de Confiança
Também relembrando os últimos seis meses, existem algumas pessoas de seu ambiente de trabalho
em quem você realmente confia, que têm sido fonte honesta de ajuda em seus projetos profissionais
e com as quais você se sente disposto a assumir riscos sem temer conseqüências negativas (Essas
pessoas na sua maioria provavelmente o empregados da empresa, mas algumas talvez não). O
foco desta parte do questionário está nas pessoas de seu ambiente de trabalho em quem você
pode confiar e com quem você se sente confortável para assumir riscos profissionais.
- No Quadro de Respostas 3:
17) Liste na coluna 17, em quem de seu universo de trabalho - você confiaria para lhe ajudar
profissionalmente. Liste até 15 nomes. Estes nomes podem já ter sido citados no Quadro de
Respostas 1 e/ou 2, ou em nenhum deles.
18) Na coluna 18, escreva a respectiva função de cada pessoa listada ( superintendente, gerente,
chefe, analista, técnico, auxiliar, fornecedor, cliente, etc.).
19) Na coluna 19, indique com um X” quais pessoas listadas não são empregados da empresa (se
houver alguma).
20) Na coluna 20, anote ao lado de cada nome listado sua estimativa do tempo que cada uma
dessas pessoas tem sido importante na sua rede de confiança.
1 = menos de 1 ano 2 = de 1 a 3 anos 3 = de 3 anos e 1 mês a 5 anos 4 = mais de 5 anos
21) Na coluna 21, assinale para cada uma das pessoas o número da escala abaixo que indica o
nível hierárquico desta pessoa na organização:
1 = A pessoa é seu chefe direto
2 = A pessoa é chefiada por você
3 = A pessoa é o chefe do seu chefe direto.
4 = A pessoa é subordinada a um subordinado seu.
5 = A pessoa está no mesmo nível que você.
6 = A pessoa está num nível mais alto que o seu, mas você não se reporta a ela.
7 = A pessoa está num nível abaixo do seu, mas não é chefiada por você.
22) Na coluna 22, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve com que freqüência
você interage com cada uma das pessoas listadas:
1 = Várias vezes ao dia 4 = Uma vez por semana
2 = Uma vez ao dia 5 = Algumas vezes por mês
3 = Algumas vezes por semana 6 = Uma vez por mês 7 = Menos de uma vez por mês.
23) Na coluna 23, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve com que freqüência o
seu trabalho requer que você se relacione com cada uma das pessoas listadas:
238
1 = Várias vezes ao dia 4 = Uma vez por semana
2 = Uma vez ao dia 5 = Algumas vezes por mês
3 = Algumas vezes por semana 6 = Uma vez por mês 7 = Menos de uma vez por mês.
24) Na coluna 24, assinale o número da escala abaixo que melhor descreve o seu grau de
aproximação com cada uma das pessoas listadas:
1 = Muito próxima (Um de seus contatos mais próximos no momento)
2 = Próxima (Você gosta de estar com esta pessoa, mas não a considera um de seus
contatos pessoais mais próximos)
3 = Menos que próxima (Você não se incomoda de trabalhar com esta pessoa, mas
não tem nenhuma intenção de desenvolver uma amizade)
4 = Distante (Você só só se aproxima desta pessoa se absolutamente necessário)
QUADRO DE RESPOSTAS 3 - REDE DE CONFIANÇA
QUESTÕES
17(um nome por linha) 18 (função da pessoa) 19 20 21 22 23 24
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
239
QUADRO DE RESPOSTAS 4: DADOS DEMOGRÁFICOS
QUESTÃO 27:
IDADE
ATÉ 25 ANOS
DE 26 A 30
DE 31 A 35
DE 36 A 40
DE 41 A 45
DE 46 A 50
ACIMA DE 50
QUESTÃO 28:
SEXO
MASCULINO
FEMININO
QUESTÃO 29:
ESTADO CIVIL
SOLTEIRO
CASADO
VIÚVO
DESQUITADO
OUTRO
QUESTÃO 30:
ESCOLARIDADE
1º GRAU COMPLETO
2º GRAU INCOMPLETO
2º GRAU COMPLETO
3º GRAU INCOMPLETO
3º GRAU COMPLETO
PÓS-GRADUADO
QUESTÃO 31:
NIVEL DE REMUNERAÇÃO
ATÉ R$ 1000
DE R$ 1001 A R$ 2000
DE R$ 2001 A R$ 3000
DE R$ 3001 A R$ 4000
DE R$ 4001 A R$ 5000
ACIMA DE R$ 5000
QUESTÃO 32:
TEMPO DE SERVIÇO NESTA
ORGANIZAÇÃO
Até 1 ano
De 1 a 3 anos
De 3 a 5 anos
De 5 a 7 anos
De 7 a 10 anos
Acima de 10 anos
QUESTÃO 33:
CARGO/FUNÇÃO
AUXILIAR
TÉCNICO
ANALISTA
COM FUNÇÃO
GERENCIAL
SEM FUNÇÃO
GERENCIAL
QUESTÃO 34:
ATIVIDADE QUE DESENVOLVE NESTA ORGANIZAÇÃO
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
SEU NOME COMPLETO: ( não se preocupe; será codificado e
ninguém terá acesso)
SUA LOTAÇÃO:
240
ANEXO 1
Erro! Indicador não definido.
287 - 8 de dezembro de
2005
TELETRABALHADORES EM AÇÃO
Nesta semana os 21 Teletrabalhadores, selecionados e
capacitados para o Projeto Piloto Teletrabalho, iniciaram uma nova
jornada no desempenho das suas funções na Empresa. Com atuação
nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, no Centro-Satélite de
Telesserviços em Campinas-SP e no Distrito Federal, contam em
seus respectivos domicílios com a ergonomia e toda a infra-estrutura
necessária para o atendimento das metas e o alcance dos resultados
esperados, definidos em conjunto com os Telegerentes, para os seis
meses de duração do Projeto.
A infra-estrutura de que dispõem é constituída dos mais modernos
recursos utilizados no mercado, constituindo-se de notebook,
comunicação banda larga, telefone celular, web-cam, todas as
ferramentas de segurança necessárias, inclusive tolken e certificados, e
o indispensável e eficiente atendimento da nossa CAS - Central de
Atendimento Serpro.
Estes 21 colegas que continuam conosco no esforço de tornar
nossa Empresa cada vez mais produtiva, eficiente e eficaz no
atendimento das expectativas dos nossos clientes, contam com o
inestimável apoio dos seus respectivos Telegerentes que, além do dia-
a-dia nas atividades normais de trabalho, dedicarão especial atenção ao
acompanhamento dos indicadores de qualidade de vida e produtividade
de cada um dos Teletrabalhadores, indicadores estes organizados por
equipe de psicólogos cujos serviços foram contratados pelo Serpro.
A Diretoria da Empresa receberá a cada 2 meses, por parte da
UAE-Pessoas, um Relatório com todas as informações gerenciais
possíveis, resultado do acompanhamento da Coordenação do Projeto e
de especialistas em Teletrabalho.
Unidade de Alinhamento Estratégico - Pessoas
Coordenação do Projeto Teletrabalho
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo