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melhor posicionados são T3, T10 e T12, além do T15, que chefia o seu grupo. De acordo
com Regis (2005), os indivíduos tendem a compartilhar informações com laços fortes, ou
com pessoas que são percebidas como tendo boas relações. Essa argumentação corrobora
as análises relativas a estes atores, tanto nos aspectos macro, como micro-estruturais.
Por outro lado, os reduzidos índices de intermediação foram mantidos, configurando
baixo impacto na atuação dos teletrabalhadores como corretores de informações, no seu
grupo de origem. Este achado é diferente do que se encontrou nas redes que incluem os
atores periféricos, com base nas quais foram feitos os cálculos que identificaram nos itens
4.1 a 4.7, os atores que desempenham criticamente o papel de corretor de informações.
Nesta conclusão sobre a terceira hipótese, chama a atenção o fato dos
teletrabalhadores T3, T10 e T12, que tiveram os melhores resultados nos índices de
centralidade, serem os participantes do projeto piloto que passam maior quantidade de
tempo teletrabalhando. Este achado não corrobora as posições resultantes de outras
análises, que relacionam, de forma direta, a redução dos contatos face a face dos colegas e
chefia com os teletrabalhadores, ao isolamento social destes últimos.
Ocorre que este tipo de análise não leva em conta um significativo conjunto de outros
fatores, incluídos nessa discussão por diversos autores. São exemplos destes fatores: as
características dos vínculos entre os membros do grupo (Borges Jr., 2004; Axtell, Fleck e
Turner, 2004); os perfis, características e percepções individuais dos teletrabalhadores
(Feldman e Gainey, 1997 ; Hill, Ferris e Märtinson, 2003; Golden, 2005; Raghuran,
Wiesenfeld e Garud, 2003; Lewis, 2003; Kurland e Egan, 1999); as condições acordadas
entre o teletrabalhador e seu gerente, o gerenciamento em si e o desenho das tarefas
(Feldman e Gainey, 1997; Clay,1998; Baruch, 2001; Mello, 2006;); o suporte e os meios
de comunicação oferecidos pela organização aos teletrabalhadores (Baruch, 2001;
Workman, Kahnweiler e Bommer, 2003; Axtell, Fleck e Turner, 2004; Mello, 2006); a
freqüência de teletrabalho (Bailey e Kurland, 2003; Baruch, 2001); e os motivos que
levaram o empregado a optar pelo teletrabalho (Bailey e Kurland, 2003).
Todos estes fatores são considerados pelos autores, como moderadores dos efeitos do
afastamento físico do teletrabalhador e influenciam outros aspectos da sua relação, tanto
com a organização, como com suas tarefas e com seu grupo. Estas influências envolvem
comprometimento, colaboração, produtividade, proatividade, resultados, satisfação,
inovação, criatividade, para citar os mais abordados na literatura.
Sendo assim, uma vez respondidas as hipóteses, algumas observações de caráter
geral, fruto das reflexões da mestranda a partir da literatura estudada e da realidade