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sucessivamente ao capitalismo, onde agrega valores de compra a cada produto produzido de
acordo com a necessidade da população. O capitalismo industrial levou a humanidade a sorver o
capital da Terra, ultrapassando os limites suportáveis sem considerar as conseqüências
ambientais. Num momento da história, mais precisamente na Revolução Industrial, o crescimento
econômico de alguns países, principalmente da Europa, era gigantesco, tanto em manufatura
quanto em tecnologia, influenciando outros países. A produção de tecnologia teve como objetivo
conquistar a natureza para acelerar o processo de produção e conseqüentemente obter mais lucro.
A máquina a vapor, indústrias de ferro, canais, rodovias, estradas, a transformação de vilas em
cidades eram exemplos de progresso. O desenvolvimento de um país se media pela quantidade de
fumaça e lixo que produziam. Os recursos naturais pareciam inesgotáveis, neste momento a
humanidade não imaginava que a destruição acelerada desses recursos chegaria a ponto de
ameaçar a sobrevivência da humanidade.
Conforme Primack & Rodrigues (2001) a diversidade biológica que levou milhões de
anos para se desenvolver vem sendo devastada pela ação da humanidade em todo o Planeta e
muitas espécies diminuíram consideravelmente, algumas até a ponto de extinção. Entre vários
exemplos de alterações antrópicas, destacam-se os ciclos naturais, hidrológicos e químicos que
vêm sendo alterados em conseqüência da destruição dos ecossistemas, os rios e córregos que são
assoreados constantemente pelo desgaste do solo e também o clima que tem sido alterado em
decorrência da poluição atmosférica e do desmatamento.
Os noticiários mostram que as espécies nunca estiveram tão perto da extinção em tão
pouco tempo e a diversidade genética diminuiu, inclusive entre espécies com grandes populações.
Junto ao problema da perda da biodiversidade, estão os problemas relacionados à população que
cresce rapidamente e, junto a esse crescimento populacional, crescem as desigualdades sociais,
fruto do modelo de desenvolvimento econômico adotado por inúmeros países, dentre eles o
Brasil. Todos esses problemas e as ameaças à diversidade biológica, ao clima, solo, água, ar são
ameaças à continuidade da espécie humana na Terra.
Capra (1996) afirma que há soluções para os principais problemas do nosso tempo,
algumas delas até simples. No entanto, requerem uma mudança radical em nossas percepções, no
nosso pensamento e nos nossos valores. O reconhecimento da necessidade de mudança de
percepção e de pensamento infelizmente ainda não atingiu a maioria dos líderes de corporações,
administradores, professores e nem mesmo outros componentes da sociedade.