
vínculos entre o comércio e o meio ambiente no
que tange a produtos e serviços florestais,
transferência de tecnologia e necessidade de
recursos financeiros).
Em 2000, o Brasil atuou decisivamente no
sentido de encaminhar o debate internacional
sobre florestas para uma instância na qual se
privilegiasse a implementação de ações em
lugar do mero diagnóstico sobre a situação das
florestas. Atuando em conjunto com uma
maioria de países desenvolvidos e em desenvol-
vimento, a delegação brasileira teve partici-
pação de liderança no estabelecimento do Foro
das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF).
Este Foro tem estrutura inovadora, orientada
para a implementação concreta das medidas
necessárias para a implementação, em bases
definitivas, do manejo sustentável de florestas, a
partir da experiência nacional dos Estados
Parte na implementação das Propostas de Ação
do IPF/IFF. A viabilidade de se iniciar um
processo de definição dos parâmetros de uma
convenção será discutida, por proposta
brasileira, apenas em 2005, quando se anali-
sará o resultado dos trabalhos do Foro.
Nas negociações no plano multilateral, o
Brasil vem promovendo, com o apoio dos
demais países em desenvolvimento, a idéia da
criação de um fundo internacional que, por meio
de contribuições dos países doadores, possa
apoiar investimentos públicos em favor do
manejo sustentável de florestas. Um Fundo
Internacional de Florestas, além de ser um
poderoso sinal político do comprometimento da
comunidade internacional com o manejo
sustentável, viria complementar outras
iniciativas de cooperação importantes, estabele-
cidas com escopo mais específico ou limitado,
como, por exemplo, o Programa Piloto para
Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras
(PPG-7) e as iniciativas desenvolvidas no
âmbito do Tratado de Cooperação Amazônica.
A criação de um fundo deve ser articulada com
a promoção de investimentos privados em
projetos de manejo sustentável de florestas.
O Programa Nacional de Florestas (PNF),
lançado no ano de 2000, busca promover essa
i n t e rface entre as políticas públicas que
viabilizem o manejo sustentável de florestas e o
investimento privado. Essa linha adotada no
PNF foi uma das primeiras internalizações no
mundo das propostas de ação adotadas pelo
Painel e pelo Foro Intergovernamental de
Florestas. O programa integra atividades de
conservação e manejo sustentável dos recursos
florestais e promove a capacitação das popula-
ções que vivem da exploração florestal. Também
no plano interno ressalte-se o Programa Avança
Brasil, que contempla três projetos voltados
especificamente para a área florestal. Esses
projetos compreendem medidas para elevar a
qualidade de vida das populações que vivem às
margens das florestas, buscando reverter,
assim, a modalidade de interação predatória
dessas populações com os recursos florestais.
O Governo brasileiro concluiu, também no
ano de 2000, o processo de definição nacional
dos critérios e indicadores de Tarapoto para o
Manejo Sustentável de Florestas, no contexto do
Tratado de Cooperação Amazônica, o que envol-
veu a participação dos diferentes “stakeholders”
em reuniões de consultas públicas realizadas em
todos os estados da região amazônica. Os resul-
tados de todos os países membros do TCA foram
h a rmonizados, em 2001, em reunião realizada
na cidade de Tarapoto, no Pe ru. Com isso,
definiram-se, no plano regional, os Critérios e
Indicadores de Tarapoto do Tratado de Coope-
ração Amazônica, que atuarão como relevante
i n s t rumento para a implantação do manejo
sustentável das florestas dos países amazônicos.
Diplomacia é forma e conteúdo. As ações
adotadas pelo Governo têm servido de base para
que o Brasil possa atuar de maneira decisiva
nos foros ambientais. Nossa extensão geográ-
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