
encontram-se convidadas pelas demandas espontâneas do desenvolvimento regional a reconstruir a
ótica das discussões de políticas de públicas que ausentavam a região amazônica em listas de
prioridades, nos debates das enchentes, escassez e do controle sanitário da poluição hídrica.
Os efluentes industriais dos frigoríficos possuem uma elevada vazão e grande carga de sólidos em
suspensão, nitrogênio orgânico e uma DBO5 de 4.200mg/L (AGUILAR, 2002), dependendo do
reaproveitamento ou tratamento do efluente. Devido à sua constituição, esses despejos são altamente
putrescíveis, começam a se decompor em poucas horas, formando gases mal-odorantes que tornam
difícil a respiração nos arredores dos estabelecimentos, causando incômodos à população local. Assim,
este tipo de efluente é responsável por uma imagem ruim que o público tem desses estabelecimentos.
Tratar os efluentes das indústrias de carne tem sido uma das maiores preocupações do setor, tendo
em vista que o mercado consumidor interno e, principalmente o externo, vem aumentando suas
exigências quanto à qualidade ambiental do processo produtivo. O investimento em processos que
visam à redução da geração dos efluentes e melhor eficiência de tratamento aumentam cada vez mais,
mesmo assim, ainda é muito elevada a quantidade de resíduos gerados, tendo a água como principal
efluente, com alta concentração de poluentes (BRAILE & CAVALCANTI,1993).
Assim, neste estudo, o objetivo principal foi avaliar-se a situação atual do sistema de tratamento dos
efluentes com concepção por lagoas de estabilização, componente de uma indústria da carne
(frigorífico), situada na parte Sul-Ocidental da Amazônia Brasileira, no arco de desenvolvimento da
Rodovia Federal BR-364, no município de Ariquemes-RO, na sub-bacia hidrográfica do Rio Jamari,
visando a sua otimização quanto à remoção de sólidos sedimentáveis e DBO
5,20
0
C
particulada e solúvel e
as influências nas variáveis oxigênio dissolvido (OD), em trechos a montante e a jusante do ponto de
lançamentos de efluentes no Rio Jamari-RO.
O empreendimento possui capacidade mensal máxima de abate de 32.240 bovinos, com uma área
útil total de aproximadamente 12,5 hectares. Toda a água utilizada no processo produtivo é aduzida do
rio Jamari-RO, sendo que a vazão máxima permitida para o lançamento do efluente é 1488,84 m³/dia.
A empresa está incluída no Sistema de Licenciamento Ambiental da Secretaria Estadual de
Desenvolvimento e Meio Ambiente – SEDAM e deve realizar medições e análises de seus efluentes
para encaminhar, trimestralmente, um relatório de Controle Ambiental de acompanhamento dos
efluentes líquidos à instituição com base nas parametrizações propostas na Resolução do CONAMA N
o
357/05.
O monitoramento físico-químico e microbiológico dos mananciais hídricos em áreas de influências
do lançamento dos efluentes das indústrias da carne (Matadouro, Curtume, Frigoríficos, Charqueados,
Graxarias) é de grande importância para a garantia da preservação e conservação dos recursos hídricos,
principalmente, porque tais mananciais em trechos urbanos geralmente também se constituem, em
alguns casos, como única fonte de abastecimento de água das cidades que estão localizadas a jusante
destas unidades produtivas.
2. REVISÃO BLIOGRÁFICA
2.1 Lançamento de Efluentes das Indústrias da Carne no Brasil
Os Frigoríficos de Matadouros e Charqueados de modo geral, lançam seus efluentes, devidamente
tratados ou não, em corpos hídricos. A resolução nº. 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), de 17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes. O artigo n°34 desta resolução cita as condições e padrões de lançamento de efluente, sendo