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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
ANA PAOLA VICTOR CHAYB
SEGURANÇA ALIMENTAR, GLOBALIZAÇÃO E
MODISMOS ALIMENTARES: O CONSUMO DE SUSHI E
FAST FOODS E SUA INTERFACE COM O
DESENCADEAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS
FORTALEZA-CEARÁ
2010
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1
ANA PAOLA VICTOR CHAYB
SEGURANÇA ALIMENTAR, GLOBALIZAÇÃO E
MODISMOS ALIMENTARES: O CONSUMO DE SUSHI E
FAST FOODS E SUA INTERFACE COM O
DESENCADEAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado Acadêmico em Saúde
Pública do Centro de Ciências da
Saúde da Universidade Estadual do
Ceará, como requisito parcial para a
obtenção do título de mestre em Saúde
Pública.
Orientadora: Profa. Dra. Helena Alves
de Carvalho Sampaio
FORTALEZA-CEARÁ
2010
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2
ANA PAOLA VICTOR CHAYB
SEGURANÇA ALIMENTAR, GLOBALIZAÇÃO E
MODISMOS ALIMENTARES: O CONSUMO DE SUSHI E
FAST FOODS E SUA INTERFACE COM O
DESENCADEAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS
Dissertação apresentada à
Coordenação do Curso de Mestrado
Acadêmico em Saúde Pública do
Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial para a obtenção do
título de mestre em Saúde Pública.
Aprovado em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. Dra. Helena Alves de Carvalho Sampaio
________________________________________________
Profa. Dra. Fernanda Maria Machado Maia
________________________________________________
Prof. Dr. José Wellington de Oliveira Lima
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos os
profissionais e estudantes de Nutrição.
4
AGADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar, por ter me conduzido para a profissão de
nutricionista e por me dar discernimento nos momentos mais diceis deste
projeto.
Ao meu namorado Kerginaldo Lima de Mattos Neto, meu eterno e
emocionado agradecimento por sua dedicação com seus conhecimentos
técnicos, que foram fundamentais, e pelo seu amor que me fortaleceu para
este trabalho.
À minha família e amigos que me apoiaram e me aconselharam durante
toda esta caminhada.
Aos alunos do curso de nutrição Antônio Augusto Ferreira Carioca,
Débora Maria de Almeida Silva, Fernando Átila Nascimento de Souza, Patrícia
Mariano Santos e Thais Helena de Pontes Ellery, que foram meus anjos da
guarda e sem os quais eu o teria conseguido cumprir as metas deste estudo.
Aos estabelecimentos comerciais: Shopping Aldeota e North Shopping,
que através das gentis representantes do setor de marketing Magna Medeiros
do Shopping Aldeota e Virgínia Costa do North Shopping permitiram a
realização desta pesquisa.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cienfico e Tecnológico
(CNPq) pela concessão da bolsa de Mestrado.
Aos jovens blico-alvo deste estudo, que pacientemente colaboraram
com esta investigação.
A todos os amigos batalhadores do Mestrado Acadêmico de Saúde
Pública, especialmente à amiga Clarissa Melo com quem compartilhei minhas
angústias e aflições, mas também excelentes momentos de descontração e
aconselhamento, que foram importantes para que eu me mantivesse firme nos
meus objetivos.
Aos professores José Wellington Oliveira Lima e Fernanda Maria
Machado Maia, que contribuíram imensamente para o desenvolvimento desta
pesquisa.
Meu agradecimento carinhoso à professora Helena, a quem eu admiro
muito pela sua orientação incontestável, pela sua disponibilidade e apoio
5
sempre e pela sua trajetória na profissão de nutricionista, que a tornou um
exemplo a ser seguido.
6
RESUMO
Esta dissertação avalia o consumo de sushi/sashimi e fast food na perspectiva
da Segurança Alimentar. Sabe-se que a urbanização e a globalização
transformaram os hábitos alimentares. Exemplo disso foi a disseminação do
consumo dos fast foods e sushi/sashimi. No Brasil, antes que se discutisse
exaustivamente com a população os malefícios do consumo elevado de fast
foods, a mesma incorporou uma novidade, o sushi/sashimi. O estudo justifica-
se principalmente pelo risco à Segurança Alimentar representado pela ingestão
não consciente desses produtos. Assim, para avaliar as características do
consumo de fast food e de sushi/sashimi, foram entrevistados 454 indivíduos
com 22 a 35 anos, em dois shoppings de Fortaleza, sobre o consumo quali-
quantitativo, fatores influenciadores, riscos e benecios e sobre o conceito de
segurança alimentar. Encontrou-se baixa prevalência de consumo de
sushi/sashimi (36,8%), e alta de fast foods (99,5%). Considerando freqüência e
quantidade consumida, não influência do sushi/sashimi na qualidade da
dieta diária, mas os fast foods representam risco aumentado para doenças
crônicas. Os jovens consomem sushi/sashimi principalmente pelo sabor
(71,9%) e fast foods pela praticidade (65,5%). O sushi/sashimi foi considerado
benéfico pelo peixe, já para os fast foods praticamente não foram destacados
benecios. O principal risco associado ao consumo de sushi/sashimi foi a
contaminação por ser cru (39,5%) e no caso dos fast foods o surgimento de
doenças crônicas (81,3%), mas isso não parece influenciar a escolha dos
alimentos pelos jovens. Os mesmos conhecem os principais aspectos do
conceito de segurança alimentar: qualidade, quantidade, práticas alimentares
saudáveis e sde. Tal conhecimento também não influencia a escolha dos
tipos de alimentos avaliados. Mudanças nas estratégias de educação
nutricional, envolvendo a aplicação dos pressupostos da alfabetização
nutricional podem ser importantes para melhorar a conexão conhecimento-
comportamento alimentar.
Palavras-chave: sushi, sashimi, fast foods, doenças crônicas, segurança
alimentar, alfabetização nutricional.
7
ABSTRACT
This study evaluates the consumption of sushi/sashimi and fast food in the
perspective of food safety. It is known that the urbanization and globalization
have transformed eating habits. Example was the spread of the consumption of
fast foods and sushi/sashimi. Before the hard discussion with the people about
the harmful effects of high intake of fast foods, it was incorporated the
sushi/sashimi. The study is mainly due to the risk to food safety represented by
the ingestion not aware of these products. Thus, to evaluate the characteristics
of the consumption of fast food and sushi/sashimi, we interviewed 454 persons
with 22 to 35 years in two malls in Fortaleza, about the consumption qualitative
and quantitative, factors that influence these habits, the risks and benefits, and
the concept of food security. We found a low prevalence of sushi/sashimi
(36.8%), and high in fast foods (99.5%). Considering the frequency and quantity
consumed, there is no influence of sushi/sashimi in the quality of the daily diet,
but the fast foods represent increased risk for chronic diseases. Young people
eat sushi/sashimi primarily by taste (71.9%) and fast foods because of the
convenience (65.5%). The sushi/sashimi was considered beneficial for the fish,
but for those fast foods just were not highlighted benefits. The main risk
associated with consumption of sushi/sashimi was contamination by the raw
food (39.5%) and in the case of fast foods to chronic diseases (81.3%), but it
does not seem to influence food choice by people. They know the main aspects
of the concept of food security: quality, quantity, healthy eating habits and
health. Such knowledge does not influence the choice of food types evaluated.
Changes in nutritional education strategies involving the application of the
assumptions of literacy nutrition may be important to better connect knowledge-
eating behavior.
Key-words: sushi, sashimi, fast foods, chronic diseases, food safety, literacy
nutrition.
8
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SÍMBOLOS
...................................
10
LISTA DE QUADROS E TABELAS
11
1.
INTRODUÇÃO
...............................................................
..........
..
............
13
1.
1
. Ensaio sobre globalização, alimentação, segurança alimentar e
saúde: focalizando o fast food, o sushi e o sashimi.........................
19
1.1.1 Evolução dos bitos alimentares no Brasil..........................................
19
1.1.2 Globalização, alimentação e segurança alimentar................................ 24
1.1.3 Consumo de fast-food no mundo e no Brasil e repercussões sobre a
saúde......................................................................................................
28
1.1.4 Consumo de sushi e sashimi no mundo e no Brasil e repercussões
sobre a saúde.........................................................................................
31
2.
OBJETIVOS
.....
...............
..........
.............................................................
39
2.1 Objetivo geral......................................................................................... 39
2.2 Objetivos específicos..............................................................................
39
3.
METODOLOGIA
.....................................................................................
40
3.1 Tipo de estudo........................................................................................ 40
3.2 Local da pesquisa..................................................................................
40
3.3 População e amostra.............................................................................
40
3.4 Critério de exclusão............................................................................... 41
3.5 Coleta de dados.................................................................................... 41
3.6 Tabulação e análise de dados...............................................................
42
3.7 Aspectos éticos..................................................................................... 43
4
.
RESULTADOS
.......................................................................................
45
4.1 Perfil social............................................................................................ 45
4.2 Prevalência de consumo de sushi, sashimi e fast foods 48
4.3 Padrão de consumo de sushi e/ou sashimi........................................... 49
4.4 Padrão de consumo de fast food........................................................... 58
4.5 Conceitos de segurança alimentar........................................................ 66
5
.
DISCUSSÃO
.............................
..............................................................
69
6
.
CONCLUS
ÕES
.......................................................................................
83
REFERÊNCIAS
........................
......................................
........................
85
9
A
NDICES
.
........................................................................................
98
APÊNDICE 1: receitas de sushi........................................................... 99
APÊNDICE 2: instrumento de coleta de dados.................................... 101
APÊNDICE 3: termo de consentimento livre e esclarecido.................. 106
ANEXOS
...........................................................................
....................
107
ANEXO 1: parecer do Comitê de Ética em Pesquisa...........................
108
10
LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SÍMBOLOS
ABRASCE Associação Brasileira de Shoppings Centers
a. C Antes de Cristo
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CDC Center for Disease Control and Prevention
CE Ceará
CONSEA Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
d. C Depois de Cristo
DF Distrito Federal
EUA Estados Unidos da América
Kcal Quilocalorias
Kg Quilogramas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estastica
Mg Miligramas
mL Mililitros
PR Paraná
RS Rio Grande do Sul
SUS Sistema único de Saúde
11
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Tabela 1. Distribuição dos indivíduos entrevistados segundo sexo e tipo de
shopping. Fortaleza CE, 2010..................................................................... 45
Tabela 2. Distribuição dos indivíduos entrevistados, segundo faixa etária,
sexo e tipo de shopping. Fortaleza CE, 2010..............................................
46
Tabela 3. Distribuição dos indivíduos entrevistados segundo anos de
estudo, sexo e tipo de shopping. Fortaleza CE, 2010................................. 46
Tabela 4. Distribuição dos indivíduos entrevistados, segundo ocupação,
sexo e tipo de shopping. Fortaleza CE, 2010..............................................
47
Tabela 5. Comparação entre os grupos entrevistados segundo o shopping
center freqüentado. Fortaleza CE, 2010..................................................... 48
Tabela 6. Prevalência de consumo de sushi, sashimi e fast foods pelos
entrevistados. Fortaleza-CE, 2010................................................................. 49
Tabela 7. Prevalência de consumo de sushi entre os entrevistados
consumidores da iguaria, segundo categorias da preparação e sexo.
Fortaleza CE, 2010......................................................................................
50
Tabela 8. Freqüência de consumo mensal de sushi entre os entrevistados
consumidores da iguaria, segundo o sexo. Fortaleza CE, 2010................. 51
Tabela 9. Freqüência de consumo mensal de sashimi entre os
entrevistados consumidores da iguaria, segundo o sexo. Fortaleza CE,
2010................................................................................................................
52
Tabela 10. Composição nutricional média diária do sushi e/ou sashimi
ingeridos pelos entrevistados consumidores de tais iguarias, segundo o
sexo. Fortaleza CE, 2009............................................................................ 53
Tabela 11. Fatores motivadores para o consumo de sushi/sashimi entre os
entrevistados consumidores de tais iguarias, segundo sexo. Fortaleza
CE, 2010.........................................................................................................
54
Tabela 12. Riscos associados ao consumo de sushi/sashimi identificados
pelos entrevistados que não consomem a iguaria, segundo sexo. Fortaleza
CE, 2010......................................................................................................
55
Tabela 13. Riscos associados ao consumo de sushi/sashimi identificados
pelos consumidores das iguarias, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010....... 55
12
Tabela 14. Benecios associados ao consumo de sushi/sashimi
identificados pelos entrevistados que não consomem a iguaria, segundo
sexo. Fortaleza CE, 2010............................................................................
56
Tabela 15. Benecios associados ao consumo de sushi/sashimi
identificados pelos consumidores das iguarias, segundo sexo. Fortaleza
CE, 2010.........................................................................................................
57
Tabela 16. Prevalência de consumo de fast foods entre os entrevistados
consumidores destes, segundo categorias das preparações e sexo.
Fortaleza CE, 2010......................................................................................
59
Tabela 17. Freqüência de consumo semanal de fast food entre os
entrevistados consumidores destes, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010... 61
Tabela 18. Composição nutricional média diária dos fast foods ingeridos
pelos entrevistados consumidores destes, segundo sexo. Fortaleza CE,
2010................................................................................................................
62
Tabela 19. Fatores motivadores para o consumo de fast foods entre os
entrevistados consumidores destes, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010... 63
Tabela 20. Riscos associados ao consumo de fast foods identificados
pelos entrevistados, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010............................ 64
Tabela 21. Benefícios associados ao consumo de fast foods identificados
pelos entrevistados, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010............................ 65
Tabela 22. Aspectos conceituais de segurança alimentar citados pelos
entrevistados, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010...................................... 66
Tabela 23. Categorias conceituais de segurança alimentar de acordo com
as citações dos entrevistados não consumidores e consumidores de
sushi/sashimi. Fortaleza CE, 2010.............................................................. 67
Tabela 24. Categorias conceituais de segurança alimentar de acordo com
as citações dos entrevistados consumidores de fast foods. Fortaleza CE,
2010................................................................................................................
68
13
1. INTRODUÇÃO
A alimentação é um componente essencial da humanidade. Não apenas
por ser uma necessidade fisiológica, mas por estar relacionada à cultura das
sociedades e ainda por ter influência no desenvolvimento de imeras doenças
crônicas (GIMENEZ, 2002).
Historicamente, a mobilidade humana gera contatos interculturais.
Elementos de procedências diversas ultrapassam suas fronteiras originais
(GIMENEZ, 2002). Nos últimos anos o termo globalização vem sendo citado
com grande freqüência. Esse femeno, que vem caracterizando a economia
internacional desde meados da cada de 70, tem sido interpretado de
diferentes maneiras (DINIZ, 2001). Segundo Therborn (2001), o termo deveria
ser utilizado como um conceito multidimensional e histórico que aponta para
tendências, dimensões, impacto e conexões mundiais e para fenômenos
sociais, podendo acarretar processos globais de estruturação social, tais como:
a divisão do trabalho; a alocação de direitos; a distribuição de riqueza e renda;
a padronização de riscos e oportunidades de acordo com a passagem do
tempo; a assimilação cultural; formação de identidades; definições e
distribuição de conhecimento; constituição de valores; instituição de normas.
Poderá envolver ação social, seja em alcance de sentido único ou de interação,
de ação individual dispersa ou coletiva, de harmonia ou de conflito.
O processo de globalização influencia a cultura dos diferentes povos,
incluindo seus bitos alimentares e sua relação com os alimentos, desde a
produção até a ingestão (PINEYRUA, 2006). Com seu foco na mais livre
circulação de capital, de tecnologia, bens e serviços, esse processo teve
efeitos profundos nos estilos de vida ligados à dieta (POPKIN, 2006). Nesta
perspectiva surge o termo globalização alimentar que, segundo Maluf et al.
(1996) representa uma ruptura radical dos sistemas alimentares (definidos
como sendo as escolhas alimentares e as práticas de cozinha associadas à
região e às condições locais de existência), fazendo com que produtos do
mundo inteiro se misturassem, transformando progressivamente os hábitos
alimentares.
14
De acordo com Pilcher (2006), na troca intercultural dos alimentos,
determinadas tendências gerais acabam emergindo. Diez Garcia (2003) conclui
que, se por um lado o processo de globalização alimentar aumenta a
diversidade alimentar, por outro também a reduz, uma vez que circulam, entre
as diferentes populações, as mesmas opções alimentares próprias da
globalização.
No Brasil, o fenômeno influenciou o estilo de vida da população,
conduzindo a uma tendência de imitação de padrões e características de
consumo de diferentes países, dentre estes se destacando os Estados Unidos
(ABREU et al., 2001). Assim, tal globalização exerceu influência na busca pelos
fast foods. Segundo Reichembarch (2007) as cadeias de fast food tornaram-se
sinais do desenvolvimento econômico do Ocidente. São, em geral, as primeiras
multinacionais que chegam quando um país abre seus mercados, servindo
como vanguarda do sistema de franquias.
Diez Garcia (2003) comenta que o acesso aos alimentos, na sociedade
moderna, predominantemente urbana, é determinado pela sua estrutura
socioeconômica. A comensalidade contemporânea se caracteriza pelo tempo
reduzido para o preparo e consumo de alimentos; pelo surgimento de itens
gerados com novas técnicas de conservação e de preparo; pela variedade de
produtos alimentares; pelo deslocamento das refeições em domicílio para
estabelecimentos que comercializam alimentos, como restaurantes,
lanchonetes, vendedores ambulantes, padarias, entre outros; pela crescente
oferta de preparações e utensílios transportáveis; pela oferta de ingredientes
provenientes de várias partes do mundo; pelo apelo publicitário associado aos
alimentos; pela flexibilização de horários para comer; pela crescente
individualização dos rituais alimentares. Desse modo os fast foods que,
segundo Jacobs Jr., (2006), representam lanches rápidos, convenientes,
apetitosos e com preço accessível, se encaixam no modo de vida
contemporâneo. Constituem alimentos e/ou preparações categorizados como
fast foods: hamrguer, pizza, batata-frita, hot-dog, entre outros (SHRÖDER et
al., 2007).
15
O consumo abusivo desses produtos, que em geral apresentam altas
quantidades de gorduras e calorias, está associado com o ganho de peso na
população (JACOBS JR., 2006). Bes-Rastrollo et al. (2006) relatam que o
consumo de comida rápida em detrimento do consumo de frutas, prediz um
ganho de peso de 0,4 quilos por ano, independente de ingestão energética e
atividade sica. Mariath et al. (2007) destacam que a transição nutricional
decorrente da urbanização e industrialização direcionam para uma dieta mais
ocidentalizada, caracterizada pelo consumo de fast food, com destaque para o
aumento da densidade energética, maior consumo de carnes, leite e derivados
ricos em gorduras, e redução do consumo de frutas, cereais, verduras e
legumes, a qual, aliada à diminuição progressiva da atividade sica, contribui
para o aumento no mero de casos de obesidade em todo o mundo. Stender
et al. (2007) tamm comentam que o consumo da comida rápida contribui
para o ganho de peso, a obesidade, o diabetes melito tipo 2 e a doença arterial
coronariana.
Realmente, durante os últimos 20 anos, a obesidade entre os adultos
tem crescido significativamente. Nos Estados Unidos, o National Center for
Health Statistics (NCHS) mostrou que 30% dos americanos adultos com 20
anos ou mais de idade, são obesos. Isto corresponde a sessenta milhões de
pessoas. O percentual de indivíduos jovens com sobrepeso mais do que
triplicou desde 1980 nos EUA. Entre crianças e adolescentes com idade de
seis a dezenove anos, 16%, mais de nove milhões de jovens, estão com
excesso ponderal. Esta condição, aliada à inatividade sica (mais de 50% dos
americanos adultos o praticam nenhum tipo de atividade sica) representa
um grave fator de risco para outras doenças crônicas associadas (CDC, 2005).
Marinho et al. (2007) resumem que o Brasil, nas últimas cadas,
passou por uma transição nutricional na qual os padrões alimentares mais
tradicionais, que incluíam cereais, raízes e tubérculos, foram sendo
progressivamente substituídos por uma alimentação mais ocidental, contendo
alimentos mais ricos em gorduras e açúcares, a qual, também associada à
diminuição progressiva de exercício sico, tem concorrido para o aumento no
mero de casos de sobrepeso e obesidade no país. Conseqüentemente
16
associa-se também ao risco aumentado de outras doenças crônicas,
principalmente considerando que o surgimento de muitas delas está direta ou
indiretamente associado ao excesso ponderal.
De acordo com a World Health Organization WHO (2003), por conta
dessas mudanças na dieta e no estilo de vida, doenças crônicas
(incluindo obesidade, diabetes melito, doenças cardiovasculares, hipertensão
arterial, doença cerebrovascular e alguns tipos de câncer) estão se tornando
causas de mortes prematuras em nações desenvolvidas e em
desenvolvimento, aumentando os gastos com a saúde em países que já
possuem graves deficiências neste setor.
Ribeiro Junior
(2007) aponta para uma pandemia de obesidade entre os
jovens no Brasil. A tendência de envolvimento de populações cada vez mais
jovens sinaliza para um ssimo prognóstico, pois se sabe que a precocidade
da instalação do problema associa-se, fortemente, à persistência desta
condição clínica na vida adulta, projetando-se assim uma geração futura com
percentuais ainda maiores de obesos.
Entre adolescentes, a prevalência de sobrepeso e obesidade atinge
índices de 12,1% e 10,8% nas Regiões Sudeste e Nordeste do Brasil,
respectivamente (BOA-SORTE et al., 2007). Em termos globais, a Pesquisa de
Orçamentos Familiares POF, realizada nos anos 2002-2003 apontou que
num universo de 95,5 milhões de pessoas de 20 anos ou mais de idade havia
38,8 milhões (40,6%) com excesso de peso, das quais 10,5 milhões eram
consideradas obesas (BRASIL, 2004a).
Devido ao reconhecimento da associação dos novos hábitos
alimentares com o surgimento do excesso ponderal e de outras doenças
crônicas, e ainda sob a influência da globalização, a população acaba
buscando opções mais sauveis, dentre as disponíveis no mundo moderno.
Nesse contexto iniciou-se o uso mais disseminado da culinária japonesa, cujos
pratos apresentam-se muito coloridos e com uma enorme variedade de
vegetais pouco cozidos, o que preserva seu valor nutritivo (TORRES et al.,
17
2005). O visual de tais pratos, bem como sua composição, parece estar
atraindo os adeptos de uma dieta sauvel.
Atualmente a culinária japonesa original sofre adaptações aos gostos de
diferentes locais (HOLZMANN, 2006), se destacando como itens mais
comumente consumidos o sushi e sashimi. O sushi é constituído à base de
arroz temperado com molho de vinagre, açúcar e sal, e combinado com peixe
ou frutos do mar ou ainda vegetais, frutas ou ovo. Já o sashimi corresponde ao
peixe cru filetado em pequenas porções (FOUCHIER, 2004). Os ideogramas
da palavra sushi são de origem chinesa e têm o significado de tripas de peixe
salgadas. Entretanto, numa atitude de bom senso de marketing, ao fazer a
transcrição fonética para seus próprios ideogramas, os japoneses mudaram o
significado da palavra. O primeiro ideograma su significa felicidade. O
segundo, shi, significa presidir, assim a palavra designa algo como presidir a
felicidade ou, numa interpretação livre, comer peixe, feliz. Já a palavra sashimi
significa simplesmente carne cortada (HOLZMANN, 2006).
Assim, tem-se percebido a incorporação de mais um novo hábito
alimentar na mesa do brasileiro. Antes mesmo que se discutisse com a
população, de forma exaustiva, os malefícios do uso freqüente e
quantitativamente elevado de fast foods, a mesma incorporou um novo prato, o
sushi e/ou sashimi. De um modo geral percebe-se, empiricamente, a co-
existência dos dois tipos de preparações na alimentação do brasileiro. Em
Fortaleza, especificamente, tem sido verificado um aumento de restaurantes
que oferecem sushi/sashimi. Atualmente já são no mínimo 24 restaurantes
japoneses na cidade. Sem contar com as padarias, supermercados e lojas de
conveniência que também comercializam o produto (ABRASEL, 2008).
Surgiu, então, o interesse em desenvolver o presente estudo, que
investigou como estão co-existindo, no contexto da globalização, os
comportamentos alimentares relativos à fast foods e sushi e sashimi e os
respectivos riscos e benecios potenciais associados.
18
O estudo justifica-se tanto pela falta de conhecimento dos
comportamentos e informações da população quanto aos dois tipos de
alimentos, como pelo potencial risco à segurança alimentar representado pela
ingestão não consciente de quaisquer deles. Urge que se discutam as
vantagens e desvantagens de tal consumo no contexto da segurança
alimentar, pois como já referido no início deste capítulo, os bitos alimentares,
através da globalização, vêm sendo incorporados e não questionados. A
associação de tal consumo com o desencadeamento de doenças crônicas
constitui um debate que ainda não chegou à população. A massificação do uso
do sushi/sashimi é uma discussão que sequer chegou aos meios acadêmicos.
Não se conhece o comportamento da população inclusive para se avaliar a
necessidade ou não de se planejar estratégias de intervenção. A intenção
deste estudo é reduzir esta lacuna.
A investigação foi dirigida à população jovem, pois de acordo com
Neutzling et al. (2007), a mesma tem maior probabilidade de experimentar o
processo de globalização, sendo mais vulnerável às novidades alimentares
trazidas por este processo.
Pretendeu-se caracterizar um perfil que respondesse às indagações: os
hábitos de consumo de fast food e sushi/sashimi co-existem? Os fast foods
estão sendo relegados? O comportamento alimentar global de consumidores
freqüentes de fast food tradicional é diferente do comportamento daqueles que
selecionam mais frequentemente o sushi/sashimi? Existe uma preocupação
com a saúde ao se escolher sushi/sashimi? A escolha de sushi/sashimi está
ligada à globalização da culiria japonesa? Como a população está avaliando
suas escolhas, no que tange a fast foods tradicionais e sushi/sashimi? Em que
quantidade e com que freqüência tais pratos são consumidos?
O estudo foi conduzido por pesquisadora do grupo de pesquisa Nutrição
e Doenças Crônico-Degenerativas da Universidade Estadual do Ceará. O
grupo desenvolve atualmente investigações que exploram a interface entre
doenças crônicas e segurança alimentar, cultura e comportamento alimentar e
alfabetização nutricional.
19
Considerando a alfabetização nutricional, o presente estudo é parte do
projeto de pesquisa Plano AlfaNutri: um novo paradigma, a alfabetização
nutricional, para promoção da alimentação saudável e prática regular de
atividade sica na prevenção e controle de doenças crônicas. O referido
projeto foi aprovado no edital 02/2009 Programa Pesquisa para o SUS:
gestão compartilhada em saúde PPSUS. Especificamente a partir deste estudo
será possível fundamentar a relação entre a noção do conceito de segurança
alimentar que os jovens que se pretende entrevistar têm e seus
comportamentos alimentares.
Para melhor consubstanciar o tema, segue uma revisão abordando as
inter-relações entre globalização, hábito alimentar e segurança alimentar e o
consumo de fast foods e/ou sushi e sashimi.
1.1. Ensaio sobre globalização, alimentação, segurança alimentar e
saúde: focalizando o fast food, o sushi e o sashimi
Para que se compreenda melhor o papel da globalização sobre o padrão
alimentar de um povo, é importante que se conheça a cultura alimentar deste,
particularmente no que tange à formação e evolução histórica de seus bitos
alimentares.
1.1.1 Evolução dos hábitos alimentares no Brasil
Revisão de Abreu et al. (2001) aponta que desde o princípio, por
milênios, estiveram os predecessores do homem, o próprio homem e seus
descendentes, descobrindo alimentos na face da terra. Foi deixado, assim, um
legado de experiências, em que se fundamentaram os diferentes cultivos.
Durante os séculos da Idade Média, houve um aperfeiçoamento, embora lento,
dos modos de produção de alimentos. Quando os árabes invadiram a Espanha
em 711, os europeus foram introduzidos a uma diversidade de plantas
comesveis. Nesse tempo os invasores levaram arroz para o sul da Europa,
além de outros vegetais, frutas, condimentos e a cana de açúcar. O domínio
20
árabe do Mediterrâneo abalou a estrutura da região, o que trouxe quinhentos
anos de dificuldades no comércio. Somente no século XII o Mediterrâneo
recuperou destaque no sistema comercial europeu e as especiarias voltaram a
ter importância em toda a Europa. Com as cruzadas, que tiveram início em
1096, milhares de peregrinos estabeleceram comércio com o Oriente Médio.
Durante os séculos XV e XVI, Portugal, Espanha e Veneza financiavam
viagens marítimas visando descobrir centros produtores de especiarias e
apoderar-se deles. A partir dessas viagens, descobriram-se novos alimentos e
especiarias e ficava evidente o domínio econômico dos países que as
organizavam. Durante a história, o poder econômico e o monopólio do
comércio passou por vários povos e nessas descobertas houve um intercâmbio
de cultura, saberes, hábitos e culinária.
Com relação ao Brasil, José Reginaldo Santos Gonçalves, em seus
estudos históricos sobre as produções de Luis da Câmara Cascudo, destaca
que uma cozinha nacional brasileira teria se configurado por volta do final do
século XVIII, como produto da dominação social e cultural portuguesa sobre as
organizações indígenas e africanas de alimentação. O autor resume que, de
certo modo, o sistema culinário brasileiro veio a se constituir como a síntese
dessas três tradições culirias, sob a égide da herança cultural portuguesa
(ESTUDOS HISTÓRICOS, 2004).
A base alimentar da escravaria no Brasil, de acordo com Costa e
Marcondes (2001), que levantaram evidências sobre o assunto, concentrava-se
no feijão, farinha de mandioca (ou de milho) e no toucinho e/ou na carne
salgada (carne-seca ou pescado). O arroz também se fazia presente, algumas
frutas eram consumidas mais ou menos regularmente, comparecendo, muito
raramente, a carne vermelha ou a de galinha. Tal dieta também era comum no
tráfico africano para o Brasil, tanto no trajeto, ainda naquele continente, como
na chegada ao novo mundo.
No estudo realizado por Rosemeire Bertolini Lorimer, que desvendou
alguns dos fatores que contribuíram para a formação das diversas culturas
regionais alimentares encontradas no País, ficou evidente o impacto dos
21
primeiros séculos de história da América portuguesa na formação da
brasilidade alimentar. O estudo revelou que antes mesmo da chegada dos
portugueses, a culinária sofreu sua primeira grande adaptação ainda em alto
mar. A incerteza da duração das viagens criou uma necessidade de levar
alimentos não perecíveis como biscoitos de farinha e peixes conservados em
sal. Apesar de em algumas expedições haver um navio destinado a transportar
mantimentos, a variedade era pouca e ainda havia ratos, vermes e baratas que
devoravam boa parte das provisões, além de várias doenças, como o
escorbuto. A passagem por diversos portos da costa africana durante as
primeiras grandes viagens propiciou um contato com diversas culturas, o que
permitiu que muitos alimentos diferentes fossem incorporados pela tripulação
dessas embarcações. Todo esse contexto teve influência na cultura alimentar
que chegou ao Brasil (BIAVA, 2002).
Em terra, ocorreu um primeiro grande passo rumo à evolução dos
hábitos alimentares. Sem saída, os portugueses incorporaram hábitos
indígenas, principalmente com relação aos procedimentos de obtenção dos
alimentos. Apesar de serem caçadores e coletores, os índios também
mantinham uma cultura para o plantio de mandioca, milho, abóbora e
amendoim. Os exploradores se aproveitaram dessa técnica para incrementar
sua dieta. Mais tarde, ocorreu ainda a substituição dos condimentos europeus
por similares da colônia. As maçãs, ras e ssegos utilizados para fazer
conservas foram substituídos pelo mamão verde e pelo coco. As cerejas e
ameixas podiam ter como similar a jabuticaba, enquanto as nozes e amêndoas,
tinham como substituto o amendoim. A estrutura culinária portuguesa
permaneceu, mas os ingredientes foram substituídos. Nas grandes fazendas
ou nas minas coloniais, a culinária variava de região para região de acordo com
os produtos disponíveis e as características dos povos presentes como
escravos, portugueses e índios (BIAVA, 2002).
O sistema de refeições no Brasil se constituiu tradicionalmente até fins
do século XIX e início do século XX numa seqüência organizada do seguinte
modo: a primeira refeição era o almoço, por volta de sete horas da manhã; a
segunda era o jantar, por volta de meio-dia; em seguida, a merenda, uma
22
curta refeição em torno de três horas da tarde; e, finalmente, a ceia, por volta
de seis horas. A partir do século XX houve a adoção da seguinte nomenclatura,
a qual perdura até os dias de hoje: café da manhã, almoço, lanche e,
finalmente, o jantar”. Esta nova seqüência e demais mudanças em outros
componentes do sistema culirio, marcaram a oposição histórica entre um
Brasil tradicional e um Brasil moderno (ESTUDOS HISTÓRICOS, 2004).
Grandes processos migratórios, resultantes de transformações
econômicas e demográficas, que marcaram a Europa a partir de meados do
século XIX contribuíram para a incorporação de novos elementos na cultura
alimentar brasileira. As mudanças na distribuição da posse da terra, o processo
de modernização da agricultura e as modificações mais profundas nas relações
de trabalho foram geradores de condições bastante adversas à permanência
em seus locais de origem de parcelas significativas da população européia.
Nesse processo, os grandes receptáculos desse fluxo populacional foram as
Américas (BOTELHO
et al., 2007).
No caso dos imigrantes japoneses, após a Segunda Guerra é a fase em
que, aceitando a derrota do Japão, os japoneses resolveram adotar o Brasil
como sua tria, aqui fixando residência com toda a sua família (MOTTA et al.,
2006). Esses imigrantes se instalaram inicialmente no interior do Estado de
São Paulo. Os primeiros restaurantes japoneses formais surgiram no bairro da
Liberdade, reduto dos imigrantes orientais na capital paulista (HOLZMANN,
2006).
Considerando as reflexões de Reichembarch (2007) que afirma que o
desenvolvimento da cultura alimentar é inerente ao meio, sujeita a ajustes e
modelações que variam conforme o desenrolar de acontecimentos
sóciopolíticos e econômicos, o estabelecimento de diferentes povos em regiões
brasileiras contribuiu ao longo dos anos para a diversidade alimentar marcante
no país. Esse processo de intercâmbio cultural com a introdução de novas
culturas alimentares no Brasil se mantém dimico até a atualidade e revela
aspectos positivos e negativos sobre a saúde da população.
23
Estudando as mudanças das tendências de consumo de alimentos ao
longo da história, pesquisadores esclarecem que, para populações muito
pobres, as raízes e tubérculos constituem muitas vezes a única fonte de
alimentos e renda, mas na medida em que a renda cresce, os produtos de
origem animal ganham maior importância na alimentação. Essa seqüência
pode ser observada na história da maioria dos países mais ricos do mundo e
se trata de uma característica que vem se repetindo nas nações em
desenvolvimento cuja renda per capita vem crescendo nas últimas cadas
(CARVALHO et. al., 2004). O aumento do poder aquisitivo da população está
geralmente associado com a adesão a maus hábitos alimentares. O consumo
de alimentos considerados não nutritivos tem um espaço muito maior nas
classes abastadas do que nas famílias de baixa renda
(CANESQUI; DIEZ-
GARCIA, 2005).
As mudanças mais recentes promovidas pela globalização acabaram
afetando ainda mais os referenciais culturais brasileiros, seus bitos
alimentares e sua relação com os alimentos, da produção à ingestão. Como já
comentado, foi aberto o espaço para modelos de refeição rápidos. Desse
modo, o paradigma do fast food passou a determinar o ritmo do tempo e a
qualidade do espaço destinados à alimentação, estabelecendo-se como
representação da modernidade. A demanda crescente da sociedade brasileira
por rapidez foi acompanhada pela expansão dos serviços de fast food
(PINEYRUA, 2006). O mero de unidades de fast food cresce todo ano no
país. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (2008), o
mero de franquias de fast food cresce 12% todo ano e movimenta cerca de
R$ 4 bilhões. Por outro lado, as transformações que a alimentação e o comer
brasileiros sofreram nas últimas cadas apontam para uma maior
preocupação com os efeitos negativos dessa modernidade alimentar,
desencadeando uma reação de alguns grupos que se organizaram em torno de
temas relacionados à alimentação, como é o caso do slow food (BARBOSA,
2007). Esse movimento procura substituir fast foods e produtos artificiais por
uma alimentação que se opõe à padronização do gosto, defendendo a
necessidade de informação do consumidor, protegendo identidades culturais
ligadas a tradições alimentares e gastronômicas (MENELEY, 2004). Visto isso,
24
hoje o comportamento alimentar do brasileiro aponta para o despertar de uma
consciência alimentar e a tentativa de resgatar alguns bitos alimentares
saudáveis, em meio às atrações do mercado de fast food que não pára de
crescer.
1.1.2 Globalizão, alimentão e segurança alimentar
A alimentação representa a possibilidade de dividir, de distribuir, de
oferecer, numa expressão de altruísmo de pais para com os filhos ou a
qualquer estranho que precise. A comida é a realidade do amor e da segurança
(SOCIAL ISSUES RESEARCH, 2000).
Há muito se admite que aquilo que se come passa a ser um símbolo do
que se é. O tipo de comida de uma região determina um padrão alimentar e
identifica os povos (SOCIAL ISSUES RESEARCH, 2000).
O padrão de consumo alimentar sofre influências de muitos aspectos
importantes. Abreu (2001) contextualiza o surgimento de novos ingredientes de
cozinha na Europa a partir de 1492, nas viagens de Cristóvão Colombo. Além
de repercussões políticas e econômicas, a descoberta oficial da América
permitiu importantes achados gastronômicos. No curso da história, o contato
entre os povos, a partir das colonizações, abriu espaço para um importante
intercâmbio de cultura alimentar. Segundo o autor, muitas descobertas técnico-
científicas importantes levaram ao progresso e à modificação dos costumes
alimentares: o aparecimento de novos produtos; a renovação de técnicas
agrícolas e industriais; as descobertas sobre fermentação; a produção do
vinho, da cerveja e do queijo em escala industrial; o beneficiamento do leite; os
avanços na genética, que permitiram sua aplicação no cultivo de plantas e
criação de animais; a mecanização agrícola; o desenvolvimento dos processos
técnicos para conservação de alimentos.
O processo histórico a que se denomina Globalização data do final da
cada de 1980 e, como já citado, corresponde a um aprofundamento da
integração econômica, social, cultural e política entre os países. Essa
25
tendência, interpretada por alguns autores como sinimo de progresso,
revelou ao longo dos tempos exclusão, concentração de renda,
subdesenvolvimento e graves danos ambientais, agredindo e restringindo
direitos humanos essenciais. Além disso, a globalização inseriu a população
dos países ditos periféricos numa realidade de novidades perigosas no
seguimento alimentação (DUPAS, 2007).
Do ponto de vista nutricional, a globalização da economia e a
industrialização exercem um papel expressivo, devido à gama de produtos e
serviços distribuídos em escala mundial e ao suporte publicitário envolvido.
Uma tendência crescente para o consumo de alimentos de maior concentração
enertica é promovida pela instria de alimentos através da produção
abundante de alimentos saborosos, de alta densidade enertica e de custo
relativamente baixo. A globalização atinge a indústria de alimentos, o setor
agropecrio, a distribuição de alimentos em redes de mercados de grande
supercie e em cadeias de lanchonetes e restaurantes. A difusão dos
conhecimentos cienficos em Nutrição nos meios de comunicação e o uso do
discurso científico na publicidade de alimentos também exercem seu papel no
cenário das mudanças alimentares. Embora nos países mais pobres este
modelo de consumo esteja distribuído diferentemente de acordo com as
classes sociais e com as possibilidades de acesso aos bens de consumo, de
todo modo, os desejos de consumo por si só marcam uma tendência a este
perfil alimentar (DIEZ GARCIA, 2003).
Com a urbanização, a distância e o tempo necessários para ir de casa
ao trabalho aumentaram consideravelmente. As pessoas passaram a se
adaptar ao seu novo ambiente e, neste cenário, o tempo dedicado à
alimentação ficou cada vez mais reduzido (PINEYRUA, 2006). A refeição,
entendida como uma situação social e cultural particular e fortemente
ritualizada, foi perdendo espaço para a comida, que as pessoas podem
consumir de modo casual na vida cotidiana (ESTUDOS HISTÓRICOS, 2004).
Por conseqüência de novas demandas geradas pelo modo de vida
urbano, o indivíduo passou a adaptar sua vida segundo as condições
26
disponíveis, como tempo, recursos financeiros, locais para se alimentar, local e
periodicidade das compras, entre outras. As soluções passaram a ser
oferecidas pela indústria e comércio, que apresentam alternativas adaptadas
às condições urbanas e determinaram novas modalidades no modo de comer,
o que certamente contribui para mudanças no consumo alimentar (DIEZ
GARCIA, 2003).
O reconhecimento dessas mudanças nos hábitos alimentares dos
brasileiros é útil na esfera do poder público como recurso para a elaboração de
políticas de segurança alimentar condizentes com a cultura do blico-alvo
(PINEYRUA, 2006).
Vale ressaltar que o conceito de Segurança Alimentar surgiu a partir da
Segunda Grande Guerra com mais de metade da Europa devastada e sem
condições de produzir o seu próprio alimento. Esse conceito leva em conta três
aspectos principais: quantidade, qualidade e regularidade no acesso aos
alimentos (BELIK, 2003). Os padrões globalizados de alimentação merecem
atenção do ponto de vista da Segurança Alimentar, de modo que se
estabeleçam limites na internacionalização de modos de produção e modelos
de consumo agroalimentar (MALUF et al. 1996). A ameaça que a globalização
pode representar à Segurança Alimentar reside na pressão que se exerce
sobre regiões e culturas específicas para que substituam a alimentação
tradicional por produtos globais, ferindo o aspecto da qualidade contido na
própria definição de Segurança Alimentar (SILIPRANDI, 2004). Desse modo,
os estudos que relacionam globalização e Segurança Alimentar consideram
que o respeito à integralidade do conceito, considerando o fator qualidade, é
fundamental para o sucesso das políticas públicas de prevenção e combate às
situações de sobrepeso e obesidade, entre outras doenças crônicas, que são
fortemente influenciadas pelo consumo de alguns produtos alimentares trazidos
pela globalização.
No Brasil, de 1940 a 1960, a educação alimentar e nutricional esteve
vinculada às campanhas de introdução de novos alimentos e às práticas
educativas centradas na idéia de ensinar o pobre a comer. As ações eram
27
fundamentadas no mito da ignorância como fator determinante da fome e da
desnutrição nas populações de baixa renda, tornando-se um dos principais
componentes das políticas de alimentação e nutrição do período (SANTOS,
2005).
A partir de 1970, o binômio alimentação-educação predominante
começou a ceder importância para o bimio alimentação-renda, resultado dos
novos planejamentos das políticas de alimentação e nutrição constituídas no
país, as quais, a partir de então, se baseavam no reconhecimento da renda
como principal obstáculo para se obter uma alimentação saudável. Em
conseqüência, intensas críticas foram feitas à educação alimentar e nutricional
que vinha sendo desenvolvida, avaliada como meio de ensinar ao pobre a
comer alimentos de baixo valor nutricional. Assim, as estratégias de
suplementação alimentar passaram a ser o eixo das políticas. Em meados de
1980, com a educação nutricional crítica, uma importante contribuição para a
discussão sobre novas perspectivas de educação alimentar e nutricional se
consolidou. Essa perspectiva resultou em parte das discussões sobre
segurança alimentar que integraram o cenário internacional e nacional nos
anos 1990, concebendo a alimentação como um direito humano. É nesse
contexto que também emerge a concepção da promoção das práticas
alimentares saudáveis, na qual a alimentação tem sido colocada como uma
das estratégias para a promoção da sde (WHO, 1986; SANTOS, 2005).
Pode-se dizer que o Brasil ainda não possui uma política agressiva o
suficiente no setor, mas seus primeiros passos desde 2004, com a criação
do Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2006), um dos
instrumentos construídos no âmbito das diretrizes da Política Nacional de
Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde. Constitui-se num documento
que pretende ensinar a população a se alimentar melhor em âmbito individual,
familiar e coletivo. No entanto, ainda é necessário aprofundar a discussão
sobre o papel da educação alimentar e nutricional dentro do contexto atual de
elevados índices de doenças decorrentes de uma alimentação excessiva e sem
qualidade nutricional, e qual seria a sua real contribuição para essas novas
demandas apontadas (SANTOS, 2005).
28
Nessa perspectiva é que se começa a pensar no uso da alfabetização
nutricional como uma estratégia que atenda aos três campos previstos na
Carta de Otawa (WHO, 1986): criação de ambientes favoráveis, reforço da
ação comunitária e desenvolvimento de habilidades pessoais.
Ainda são escassos os estudos que abordam a alfabetização (também
chamada letramento) em Nutrição. Em levantamento bibliográfico foram
encontradas duas referencias ao termo letramento/alfabetização nutricional,
uma americana (DIAMOND, 2007) e uma brasileira (BIZZO; LEDER, 2005). A
última apenas refere-se ao termo em âmbito da educação nutricional escolar
dentro dos parâmetros curriculares nacionais, destacando a importância de se
levar em consideração a alfabetização em Nutrição, instrumentalizando para
obter saúde. Já Diamond (2007) propõe um teste para medir alfabetização
nutricional, o Nutritional Literacy Scale NLS que por sua vez é baseado em
Baker et al. (2006) e no Test of Functional Health Literacy in Adults - TOFHLA
(PARKER et al., 1995). O teste permite categorizar o individuo quanto ao seu
letramento para, a partir daí, planejar a ação educativa.
A alfabetização nutricional pode conferir um novo rumo às intervenções
educativas: identificar como as mensagens de nutrição são percebidas, como
por exemplo, as contidas no guia alimentar já citado (BRASIL, 2006) e educar a
partir da percepção deste conteúdo. Da mesma forma, identificar como a
população percebe as pressões geradas pela globalização para direcionar seu
comportamento alimentar e planejar ações de intervenção com base nesta
compreensão.
1.1.3 Consumo de fast-food no mundo e no Brasil e repercussões sobre a
saúde
Segundo alguns historiadores, os alimentos modernos são aqueles que
se difundiram pelo mundo através do comércio e do intercâmbio intensificados
pelas navegações transocnicas do século XVI. Dentre os produtos
difundidos, o açúcar se constituiu talvez o mais importante. Os árabes
29
introduziram a cana de açúcar na Europa mediterrânea e durante a idade
média quase todas as preparações do Reino já levavam açúcar. Com a
disseminação do produto na Europa surgiram centenas de receitas de doces
além das diversas formas de uso do açúcar nas preparações de carnes e aves.
Todo esse intercâmbio alimentar culminou com a instalação, no final dos anos
1970, das redes de fast foods na cidade de Paris. As lanchonetes ascenderam
vertiginosamente no cenário da restauration francesa, caracterizando a
tendência planetária da norte-americanização da cultura alimentar (RIAL,
2003).
O fast food transformou-se numa característica proeminente da dieta dos
jovens no mundo inteiro (BOWMAN; VINYARD, 2004). French et al. (2001)
comentam que, nos Estados Unidos, em 1970, o dinheiro gasto com alimentos
consumidos fora de casa representava 25% da despesa total com alimentos.
Este percentual passou para 47,5% em 1999 e provavelmente alcançará 53%
em 2010. Entre 1977 e 1995, o percentual das refeições realizadas em
restaurantes de fast food aumentou 200%. Um adolescente americano de
classe média freqüenta um restaurante tipo fast food duas vezes por semana.
Nos Estados Unidos sozinho, as vendas do fast food alcançaram um valor de
$161 bilhões em 2004 (RUDOLPH et al., 2007).
No Brasil, os serviços de fast food, representando uma alternativa rápida
de refeição, transformaram a cultura alimentar tradicional. Segundo Sucupira et
al. (200_?), o modelo alimentar estaduniense se implantou no Brasil numa
velocidade vertiginosa, representando a rendição de um país que era marcado
por hábitos culturais dos povos negros, indígenas e europeus, à cultura da
rapidez, da higiene, da divisão e da racionalização do trabalho, bem como da
produção em série.
Levy-Costa et al. (2005), que analisaram a evolução da disponibilidade
domiciliar de alimentos no Brasil, considerando o período de 1974 a 2004,
ressaltaram a tendência clara e preocupante para o aumento do consumo de
refrigerantes e biscoitos (400%), ao lado de margarinas e produtos fritos,
especialmente aqueles comercializados em cadeias de fast foods. A última
30
Pesquisa de Orçamentos Familiares divulgada em 2004 revelou que, em geral,
as famílias brasileiras consomem muitos alimentos com alto teor de açúcar e
poucas quantidades de frutas e hortaliças, além de uma tendência ao aumento
do aporte relativo de gorduras em geral e saturadas (BRASIL, 2004 a), sendo a
despesa média mensal familiar com açúcares/derivados e refrigerantes de R$
13,66 e R$ 7,08, respectivamente. Vale ressaltar que a despesa média mensal
familiar com alimentação fora do domicílio é de R$ 73,14.
A preocupação com o consumo crescente desse tipo de alimento, ficou
evidente na primeira versão do Guia Alimentar para a População Brasileira
(BRASIL, 2004b), onde é referido que os fast food, caracterizados por
alimentos pré-cozidos oferecidos em lanchonetes, bares e restaurantes, com
alto teor de gorduras, sal e açúcar e de baixo valor nutricional, o devem
substituir refeições tradicionais. Já na versão mais recente (BRASIL, 2006) é
priorizada a abordagem sobre os tipos de gorduras que representam risco para
a saúde da população e suas principais fontes, sem fazer referência direta ao
fast food.
Segundo vários analistas, o fenômeno do fast food tem representado
uma corrosão dos bitos alimentares familiares, como as refeições
partilhadas. A expansão das lanchonetes construídas sob certas marcas traz
consigo um sistema alimentar baseado na substituição dos carboidratos
complexos (cereais, amido) por carboidratos simples (açúcares) e gorduras,
com ssimas conseqüências para a saúde pública e para a ecologia global
(CONGRESSO BRASILEIRO DE GASTRONOMIA E SEGURANÇA
ALIMENTAR, 2004).
Hoje é comum a discussão, na mídia popular (revistas, magazines,
jornais, rádio, televisão) e em grupos de indivíduos, sobre os malecios
causados pelo excesso de gordura e pela má qualidade das mesmas. Muito
vem se falando sobre gordura saturada e trans, por exemplo. A abordagem
ainda é incipiente, mas pode gerar frutos rumo à modificação de bitos
alimentares nocivos à saúde. Segundo Bowman e Koelen (2007), a
disponibilidade e acessibilidade a conselhos sobre sde e alimentação,
31
sustentados em opiniões médicas e de educadores em saúde, informações
científicas e artigos populares, dinamizam a aquisição de informações.
Já se sabe popularmente que o consumo excessivo de gorduras é
perigoso, portanto uma preocupação maior com a ingestão de alimentos
com menores conteúdos de gorduras ruins. Esta preocupação faz com que as
sociedades busquem a comida perfeita para a vida perfeita. Alguns estudos
têm demonstrado efeitos benéficos da chamada dieta mediterrânea,
caracterizada por ser rica em cereais o-refinados, frutas, hortaliças e com
elevada proporção de gorduras monoinsaturadas em relação às saturadas
(SANTOS; PORTELLA, 2006). Estudos epidemiológicos têm mostrado que
dietas contendo produtos marinhos (com elevada proporção de gorduras
polinsaturadas em relação às saturadas) exercem um efeito protetor contra o
desenvolvimento de aterosclerose (SOUSA et al., 2002).
A relação significativamente inversa entre o consumo de peixe e o risco
de doenças coronarianas leva os indivíduos a considerarem mais esse produto
no carpio. Uma opção para incorporar o peixe na dieta e que vem crescendo
em popularidade é o sushi e o sashimi, os quais serão enfocados a seguir
(GEBAUER et al., 2006).
1.1.4 Consumo de sushi e sashimi no mundo e no Brasil e repercussões
sobre a saúde
O consumo de peixe na Idade Média constituía a base da dieta cristã. O
salmão já era valorizado desde esta época, especialmente na quaresma, no
advento, nas sextas-feiras e em outros dias de jejum e abstinência, resultando
que comer carne era proibido durante quase a metade do ano e o peixe então
passava a ser muito prezado (FRANCO, 1995).
O sushi é um prato da culiria japonesa, cujas origens remontam ao
século IV a.C no Sudeste Asiático. Utilizava-se então uma porção de arroz
cozido para conservar o peixe salgado através da fermentação do arroz. Meses
32
depois, o arroz era descartado e o peixe consumido. A origem é desconhecida,
mas tornou-se famosa a partir da culinária japonesa (KAWASUMI, 2001).
Não há registros precisos de quando teve início o bito japonês de
comer peixe fresco cru (sashimi). Segundo Holzmann (2006), no final do século
XIV os primeiros portugueses a aportarem no Japão já se depararam com esse
costume local. Historicamente o consumo de peixe cru, misturado a molhos e
outros temperos, fez parte da cultura alimentar de vários países. Os arenques
da Escandinávia, as ostras da França, os ouriços-do-mar do Chile e o caviar do
Cáspio são exemplos de que o gosto por produtos do mar frescos não é
somente característica japonesa. No litoral sul do Brasil, as colinas surgidas do
acúmulo de conchas, cascas de ostras e outros restos de cozinha dos
habitantes do Brasil pré-histórico, comprovam a existência do bito de comer
peixe cru entre os índios primitivos.
Com relação ao sushi, Holzmann (2006) alerta que não se sabe bem
onde termina a verdade histórica e onde começa a lenda, mas se acredita que
os pescadores conservavam o pescado utilizando uma papa de arroz
misturada com vinagre do próprio arroz. A preparação envolvia a limpeza do
peixe, o processo de fatiá-lo e, em seguida, cobria-se o peixe com a papa de
arroz. Segundo o autor, esse seria o sushi original do Japão e o primeiro
documento formal que o descreve data de 700 d.C. O processo primitivo levava
de um a três anos para se completar e na hora de comer, a papa de arroz era
desprezada. Em torno de 1500, a técnica avançou e o prazo de maturação
reduziu bastante, sendo por vezes consumido o arroz. Por volta de 1700, o
peixe passou a ser colocado sobre o arroz avinagrado e modelado dentro de
caixas retangulares de madeira. Nesse processo, aguardava-se um mês para
que a preparação estivesse adequada ao consumo. O surgimento do sushi
conforme apreciado hoje é mais recente. Há relatos de que teria acontecido em
Tóquio, por volta de 1824, a idéia de reunir peixe cru fresco com arroz
avinagrado e modelar com os dedos a combinação. É importante ressaltar que
a ocupação norte-americana do Japão ao fim da Segunda Guerra Mundial
contribuiu para a popularização do sushi, que foi lentamente conquistando o
mundo com sua aparência exótica, porém atraente.
33
A diversidade crescente das preparações no Japão e no mundo torna
dicil a categorização do sushi em tipos, entretanto, de acordo com Holzmann
(2006), os tipos de sushi podem ser classificados em niguiri-zushi e maki-zushi.
O niguiri-zushi é o sushi mais tradicional, preparado com um punhado de arroz
avinagrado coberto por uma fatia de peixe com uma leve camada de wasabi
(raiz forte em pasta) no meio. São exemplos: niguiri de salmão, niguiri de polvo,
niguiri de lula, gunkan-maki, este último uma variante do niguiri em que o
bolinho de arroz é enrolado num cilindro de folha de alga e sobre ele são
colocados geralmente pedaços de pequenos mariscos ou ovas de peixe. Já o
maki-zushi denomina qualquer sushi enrolado em alga; são exemplos deste:
futo-maki, hosso-maki, o-niguiri, te-maki, ura-maki, oshi-zushi, chirashi-zushi,
inari-zushi, fukunasa-zushi, saiku-zusi, temaki-zushi, nare-zushi. O ANIDE 1
exibe algumas receitas das preparações aqui referidas.
Conforme citado, o processo de difusão internacional da culiria
japonesa teve início com o surto de imigrações depois do fim da Segunda
Guerra Mundial (RIBEIRO e PAOLUCCI, 2006). Milhões de japoneses
deixaram sua tria para se fixarem em outros países, entre eles o Brasil.
Segundo Holzmann (2006), com o surgimento dos primeiros restaurantes
japoneses no bairro da Liberdade em São Paulo, os brasileiros apresentaram
uma resistência inicial ao sushi e seus derivados e se limitavam, naquela
época, aos pratos cozidos da culinária japonesa.
Na Europa, já por volta da cada de 1960, especialmente na Grã-
Bretanha e na França, os restaurantes orientais estavam se tornando cada vez
mais populares. Atualmente, um número crescente de pessoas na Europa
consome freqüentemente estes pratos, no horário do almoço e em reuniões de
negócio, em restaurantes e bares. Aumenta a cada ano o mero de livros de
receitas japonesas publicadas em idioma europeu. Esses materiais são lidos
como entretenimento ou usados para fins culinários realmente, aumentando
certamente o conhecimento sobre a culiria e cultura japonesas em muitos
países europeus. É evidente tamm o crescimento dos restaurantes
japoneses na Europa, especialmente nas duas últimas cadas e a imensa
diversidade apresentada nesses estabelecimentos (CWIERTKA, 2007).
34
Nos Estados Unidos, a partir de 1980 difundiu-se a idéia de que a
cozinha japonesa, especialmente o sushi, era saudável, o que causou o
chamado sushi boom, com a abertura de sushi-bares, rodízios de sushi e
utilização de robôs na sua produção. Considera-se que a cozinha japonesa
conquistou o ocidente, seja pelo seu apelo visual seja por seu valor nutricional.
Prova disso é o grande mero de restaurantes do gênero espalhados pelo
mundo e a sua influência nas demais cozinhas (MOTTA et al., 2006). O mero
de restaurantes japoneses nos Estados Unidos aumentou consideravelmente
nos últimos cinco anos, de acordo com a associação americana de
restaurantes. E esse número não inclui os supermercados e as lojas de
conveniência, aonde o sushi também pode agora ser comprado (MOSKIN,
2004). Nos Estados Unidos existem mais de cinqüenta mil lugares que vendem
alguma forma de sushi. Os consumidores americanos esperam encontrar
sushi-bars em todos os lugares, inclusive nas áreas próximas aos parques, nos
shoppings e nos supermercados e seus clientes picos, costumam consumir
sushi no mínimo uma vez por semana (ANDERSON, 2004).
Historicamente, portanto, o século vinte representou o período em que a
cozinha japonesa acumulou influências do ocidente e se adaptou às
necessidades da sociedade moderna. Pratos e temperos anteriormente
estranhos, como teppanyaki (pratos cozidos em uma placa quente de ferro),
tempura (pedaços fritos de vegetais ou mariscos envoltos numa massa fina),
yakitori (espetinhos de frango), shoyu (molho de soja), wasabi (raiz forte),
misso (pasta de soja), karashi (mostarda), mirin e sake (bebidas alclicas à
base de arroz) e dashi (caldo de peixe ou carne) são agora familiares a milhões
de pessoas em todo o mundo (CWIERTKA, 2007).
O fato é que se pode encontrar facilmente sushi em lugares como Nova
York, Londres, Los Angeles, Hong Kong e Chicago, mas também em cidades
insólitas de lugares como México, Arizona, Turquia, Honduras, Kuait, China,
Espanha, Alemanha, Escócia, França e outros (HOLZMANN, 2006).
Foi também nas últimas duas cadas que o sushi surgiu de forma mais
freqüente na mesa do brasileiro. Aumentou não somente o número de
35
restaurantes exclusivamente japoneses, como também o número de
estabelecimentos que diversificaram seu menu, oferecendo comida japonesa
como uma opção a mais. A comida japonesa passou a ter uma conotação
desde exótica, representando um estilo de alimentação, até a conotação de
opção por um fast food saudável (CWIERTKA, 2007), uma vez que sushi e
sashimi também podem ser caracterizados como refeições rápidas e, portanto,
atendendo à demanda do mundo moderno.
São Paulo foi o estado que mais recebeu contribuições com a imigração
japonesa. O bairro da Liberdade é a região que mais concentra o comércio de
produtos japoneses. Os produtos ligados à mesa são alguns dos mais
vendidos, desde lascas de peixe seco até apetrechos para moldar os bolinhos
de arroz dos sushis (RIBEIRO; PAOLUCCI, 2006).
Na cada de 60, a produção de alimentos por japoneses estava
centrada em cleos em São Paulo, no Para e no Rio de Janeiro. A partir da
cada de 80, o consumo de sushis e sashimis ganhou maior expressividade
em todo o país. Hoje no Brasil, além dos sushi bars, em um restaurante a quilo
e em um grande mero de churrascarias pode-se encontrar do arroz e feijão
ao macarrão à bolonhesa, bife à milanesa, lasanha, canelone, carne assada,
farofa, rosbife e sushi/sashimi, havendo a representação do mundo em uma
única mesa (BARBOSA, 2007). Desta forma, atualmente os restaurantes são
extremamente importantes do ponto de vista sociológico por permitir a
expressão do gosto individual através das combinações as mais radicais
possíveis, como sushi/sashimi e feijão com arroz.
De acordo com Barbosa (2007) a comida significa o como, o quando, o
com quem, o onde e de que maneira os alimentos selecionados por um
determinado grupo humano são consumidos. Os grupos mais jovens da
população são altamente atraídos pelo fast food. Nas grandes cidades
brasileiras a classe média substituiu o arroz e o feijão pela comida rápida.
Passar numa lanchonete com sistema drive-thrue e comer um sanduíche
dentro do carro ou passar no supermercado e fazer um prato de sushis frescos
é rápido e conveniente, e no caso da comida japonesa alia ainda a tentativa de
36
se alimentar de forma mais saudável, passando a ser a opção de imeros
jovens trabalhadores de classe média a alta que não costumam retornar às
suas casas para almoçar.
Segundo Lopes (2007), a cultura japonesa é de interesse crescente
entre os jovens brasileiros pelos costumes, tradições e principalmente pela
culinária. Nesse sentido, um aspecto interessante é que os jovens e a
população de um modo geral passaram a ver na comida japonesa uma boa
opção para se manterem em forma (REICHEMBARCH, 2007). De fato, os
sushis/sashimis são constituídos de muitos ingredientes frescos e saudáveis,
compondo pratos leves, quase sem gordura e moderadamente temperados
(RIBEIRO e PAOLUCCI, 2006).
Os benecios do consumo de peixe na prevenção e tratamento das
doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, diabetes melito,
doenças cardiovasculares, está bastante documentado na literatura. As
diretrizes nacionais e internacionais para a abordagem dietoterápica dessas
afeões já evidenciam a importância da inclusão de duas ou mais porções de
peixe por semana devido ao seu conteúdo de gorduras poliinsaturadas
(AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2008; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2004).
A American Heart Association concluiu através das pesquisas do seu
comitê cienfico que é prudente recomendar a inclusão de proteína de soja na
dieta como forma de tratamento efetivo nos casos de hipercolesterolemia
(AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2006).
Um estudo multiétnico recente apontou a associação entre uma dieta
contendo baixo teor de gordura, incluindo o peixe, e baixos níveis de excreção
uriria de albumina. Uma microalbumiria elevada é resultado de mudanças
na permeabilidade da membrana glomerular com alterações na pressão
hidrostática glomerular, condição particularmente comum em pessoas com
diabetes e/ou hipertensão. O estudo concluiu que uma dieta rica em frutas,
grãos integrais e laticínios, carnes e pescados com baixo teor de gordura
37
estava associada com baixos níveis de microalbumiria (NETTLETON et al.,
2008).
Diante dessas evidências, o consumo de sushi pode ser uma via de
incorporação do peixe à dieta da população, especialmente entre os jovens,
que consomem menos pescado como parte da dieta usual. Um estudo
realizado com jovens do Estado do Paraná sobre consumo alimentar mostrou
que no grupo das carnes a menor freqüência de consumo semanal ocorreu
para os peixes. Tal dado corrobora outro estudo, realizado no Estado da Bahia,
em que mais de 50% dos jovens avaliados referiu consumir peixe apenas
raramente (SANTOS, 2005; COSTA et al., 2007).
Considerando as observações de alguns autores acerca da alimentação
dos jovens, cujas características podem ser justificadas pela falta de tempo
disponível para se dedicar a uma refeição, pelas preferências individuais, pelo
modismo e por se tratar de uma refeição que pode ser feita com os amigos, a
disseminação do consumo de sushi pode ser uma estratégia mais viável para
que determinados grupos melhorem o consumo de pescados frescos e sejam
contemplados com os seus benecios
(GAMBARDELA et al., 1999).
Entretanto, vale destacar que, apesar dos pontos positivos, o consumo
de pescados crus pode representar um risco de infeão alimentar, ligado à
própria natureza do produto (pescados crus) e à manipulação inadequada. Os
procedimentos em higiene e Segurança Alimentar são pontos cruciais na
confeão de sushi/sashimi de qualidade. Na América do Sul, foram
registrados casos de parasitose humana por Diphyllobothrium (parasita
encontrado na musculatura de peixes) no Chile, no Peru, na Argentina e no
Brasil. O homem adquire a infecção ao ingerir pescado de água doce cru ou
pouco cozido, que contenha a larva do parasita (MENGHI et al., 2006). De
acordo com Santos e Faro (2005), com o consumo crescente de pescado cru
(sushi, sashimi) pela população brasileira, a taxa de infecção de
Diphyllobothrium poderá aumentar, de forma que uma melhor fiscalização
sanitária dos peixes importados e a ênfase em práticas sanitárias nos
38
restaurantes parece ser a melhor estratégia para controlar a instalação desta
helmintose no Brasil.
Com relação às variações nacionais do sushi/sashimi, embora haja
críticas à distância que se acaba criando do tradicional oriundo do Japão, fritar
o sushi, incluir frutas tropicais, inventar novas receitas afeitas ao gosto
brasileiro é que está de acordo com a verdadeira tradição. Há variações locais
com base na disponibilidade de ingredientes, nos gostos, nos temperos. Cada
lugar adapta o sushi aos ingredientes de que gosta e que tem disponíveis.
Desse modo, através dos séculos o sushi tem sido apreciado em um grande
mero de variações, desde o mais simples e cotidiano, como o atum enrolado
em arroz avinagrado e alga, ao elegante sushi criado para ocasiões festivas,
passando pelos regionais adaptados às culturas alimentares (ISSEMBERG,
2007).
Pensando especificamente em Fortaleza, o ANDICE 1 exibe algumas
preparações e respectivas receitas mais utilizadas na cidade.
A presente revisão, portanto, contextualizou de forma mais abrangente a
temática que será explorada na pesquisa e as respectivas lacunas apontadas
no inicio do capítulo, ou seja, não se sabe qual o consumo qualitativo e
quantitativo de fast foods e sushi/sashimi na região, nem os determinantes
percebidos pela população para tal consumo.
39
2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
Avaliar o consumo de fast food e de sushi/sashimi por jovens da cidade
de Fortaleza-Ceará, no âmbito da segurança alimentar.
2.2 ESPECÍFICOS
- Identificar o consumo quali-quantitativo de fast food e de sushi/sashimi
pelo grupo avaliado;
- Determinar a influência do consumo de fast food e de sushi/sashimi
sobre o risco de doenças crônicas considerando a freqüência e quantidade
consumida e a parcela de contribuição à ingestão de componentes dietéticos
nocivos sob o ponto de vista nutricional;
- Identificar fatores que influenciam o consumo de fast food e de
sushi/sashimi;
- Verificar os conhecimentos do grupo avaliado sobre riscos e benecios
do consumo de fast food e de sushi/sashimi;
- Identificar a compreensão do conceito de Segurança Alimentar pelo
grupo avaliado.
40
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal, realizado em um único momento no
tempo, produzindo instantâneos da situação da população quanto ao tema
investigado, com base na abordagem individual de cada membro da amostra,
com características descritivas e analíticas (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL,
2002).
3.2 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada em dois shoppings centers, localizados em
Fortaleza, respectivamente identificados como detentores de circulação de
pessoas de maior e menor poder aquisitivo.
O primeiro estabelecimento, inaugurado em 1998, é o Shopping Aldeota,
localizado no bairro Aldeota, área nobre de Fortaleza, onde aproximadamente
66% dos domicílios na área de influência primária são das classes A e B, como
informado pelo setor de marketing do referido estabelecimento. Segundo a
mesma fonte, no local há um fluxo de cerca de 4 milhões de pessoas ao ano
(500 mil pessoas por mês).
O segundo estabelecimento é o North Shopping, inaugurado em 1991.
De acordo com informações da homepage (www.northshopping.com.br) do
estabelecimento, o mesmo atrai 24 milhões de visitantes anualmente.
3.3 Populão e amostra
A população do estudo foi constituída por adultos jovens (LOBATO,
2004), na faixa etária de 22 a 35 anos que freqüentam os shoppings centers
citados. A opção por este grupo etário foi devido ao fato de se constituírem em
pessoas relatadas na literatura como consumidores freqüentes dos chamados
41
alimentos da modernidade (RIBEIRO JUNIOR,
2007), foco principal do
estudo.
Para a determinação da amostra, considerando que não uma
prevalência conhecida de utilização de fast foods e sushi/sashimi por este
grupo etário, optou-se por estimar uma prevalência de 50%, com intervalo de
confiança de 95%, correspondente a um erro relativo de 5%, totalizando cerca
de 500 indivíduos, com uma margem de segurança já prevista, considerando
que a amostra não poderia ser plenamente aleatória, devido às características
dos locais. No entanto conseguiu-se entrevistar 454 indivíduos, devido a
dificuldades principalmente no Shopping Aldeota, onde além de haver menor
circulação de pessoas houve maior mero de recusas.
3.4 Critérios de incluo e exclusão
Considerando as características da amostra, já citadas, constituíram
critérios de inclusão no estudo: indivíduos do sexo masculino ou feminino na
faixa etária de 22 a 35 anos, que estivessem nas dependências dos shoppings
centers citados e que referissem não terem doença que impedisse o consumo
freqüente ou eventual de fast foods e/ou sushi/sashimi. O não atendimento a
quaisquer destes critérios configurou critério de exclusão.
3.5 Coleta de dados
Os dados foram coletados de fevereiro a outubro de 2009. Os
freqüentadores foram abordados pelo pesquisador responsável pelo estudo ou
por aplicadores de campo previamente treinados. Tendo preenchido todos os
critérios de inclusão, os indivíduos foram entrevistados nas dependências do
shopping em que estavam, valendo referir que ambos os estabelecimentos
possuíam bancos em sua área de circulação interna, onde pesquisadores e
indivíduos estudados permaneciam sentados durante a realização da
entrevista.
42
No estudo, fast foods representados por lanches rápidos convencionais
foram tratados exclusivamente com o termo fast foods; sushi/sashimi, apesar
de configurarem refeições rápidas, o foram aqui tratados como fast foods e
sim por sushi/sashimi.
As informações foram registradas em um formulário (APÊNDICE 2) que
contemplou os seguintes itens:
1) Dados de identificação (sexo, idade, escolaridade, formação
profissional e ocupação);
2) Dados sobre os fast foods e os sushis/sashimis mais consumidos,
com respectivas freqüências de consumo e quantidade ingerida por vez;
3) Dados sobre motivos da escolha de fast food e sushi/sashimi como
opção alimentar de refeição e/ou lanche (gosto/preferência; aspectos
nutricionais referentes aos mesmos; influência do grupo social ao qual
pertence; custo; outros);
4) Dados sobre conhecimentos sobre as vantagens de utilização ou não
de fast foods e sushi/sashimi no contexto de segurança alimentar (conceito de
segurança alimentar; vantagens do consumo de fast food; desvantagens do
consumo de fast food; vantagens do consumo de sushi/sashimi; desvantagens
do consumo de sushi/sashimi).
3.6 Tabulação e análise dos dados
Os dados foram analisados em frequência simples e percentual, médias
e desvio-padrão.
As contribuições nutricionais médias diárias do consumo de fast food e
sushi/sashimi foram avaliadas através do software Avanutri Profissional (versão
2.0). Os valores encontrados foram comparados com as referências de
ingestão desses nutrientes, de acordo com o Guia Alimentar da População
43
Brasileira (BRASIL, 2006), principalmente no que tange aos nutrientes mais
associados ao risco de desencadeamento de doenças crônicas e, portanto,
ameaça à segurança alimentar: calorias, contribuição energética percentual de
macronutrientes, quantidade de colesterol e quantidade de sódio.
Para avaliar os significados emitidos sobre o termo Segurança Alimentar
foram criadas quatro categorias que reuniram as opiniões, baseando-se nas
principais idéias do conceito de Segurança Alimentar que consiste na
“realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de
qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras
de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural,
econômica e socialmente sustentáveis (CONSELHO NACIONAL DE
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, 2004). Desse modo foram
definidas as quatro categorias: qualidade, quantidade, práticas alimentares
saudáveis, saúde em geral. O conceito emitido pelos entrevistados foi
enquadrado nas mesmas.
O conhecimento sobre riscos e benecios das preparações
sushi/sashimi e fast foods foi confrontado com o comportamento de consumo.
O tratamento estastico tentou avaliar diferenças entre os shoppings
para as variáveis sexo, idade, escolaridade e ocupação, a fim de direcionar as
análises. Para tanto foi utilizado o teste do Qui-quadrado com p < 0,05 como
nível de significância.
3.7 Aspectos éticos
O projeto foi delineado conforme a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996)
que rege a realização de pesquisas envolvendo seres humanos. O mesmo foi
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do
Ceará e a coleta de dados foi iniciada apenas após aprovação do mesmo
(ANEXO 1).
44
Os entrevistados assinaram um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido para realização da pesquisa, também de acordo com a referida
Resolução (APÊNDICE 3).
45
4. RESULTADOS
Para efeitos didáticos, este capítulo está subdividido em cinco partes
que apresentam a descrição e a análise, conforme os objetivos estabelecidos,
dos seguintes resultados: perfil social dos indivíduos entrevistados; prevalência
de consumo de sushi, sashimi e fast foods; padrão de consumo de sushi e/ou
sashimi; padrão de consumo de fast foods; conceito de segurança alimentar.
4.1 Perfil social
Os dados a seguir estão expressos de acordo com o shopping, aqui
definidos como SA (shopping situado em área nobre da cidade) e SB (shopping
situado em região em que habitam e circulam predominantemente pessoas de
menor poder aquisitivo).
A amostra estudada foi constituída por homens e mulheres jovens, que
circulavam nas dependências dos referidos shoppings durante o período de
realização da pesquisa, cuja distribuição segundo sexo e shopping encontra-se
exposta na Tabela 1.
Tabela 1. Distribuição dos indivíduos entrevistados segundo sexo e tipo
de shopping. Fortaleza CE, 2010.
Sexo SA SB
Total
N % N % N %
Masculino
57 41,3 101 32,0 159 35,0
Feminino 81 58,7 215 68,0 295 65,0
Total
138 100,0 316 100,0 454 100,0
SA = Shopping A; SB = Shopping B
46
Os entrevistados apresentaram uma idade média de 26,5 anos, sendo o
mesmo observado para homens e mulheres separadamente. No caso do SA, a
média de idade geral foi de 26,7 anos, sendo para os homens 26,5 anos e para
as mulheres 27,0 anos. No caso do SB, a média geral foi de 26,4 anos, sendo
para os homens 26,1 e para as mulheres 26,5 anos. A Tabela 2 apresenta a
distribuição da amostra considerando faixa etária, sexo e local da pesquisa:
Tabela 2. Distribuição dos indivíduos entrevistados, segundo faixa etária,
sexo e tipo de shopping. Fortaleza CE, 2010.
Faixa
etária
(anos)
Masculino Feminino
Total
SA SB SA SB
N % N % N % N % N %
22-25 23
40,3 53 52,5 35 43,2 105 48,8 216 47,6
26-30 23
40,3 30 29,7 34 42,0 73 33,9 160 35,2
31-35 11
19,3 18 17,8 12 14,8 37 17,2 78 17,2
Total
57
100,0
101 100,0
81 100,0
215 100,0
454 100,0
SA = Shopping A; SB = Shopping B
Com relação aos anos de estudos observa-se, na Tabela 3, que a
maioria possuía 11 ou mais anos de escolaridade, ou seja, tinham pelo menos
o ensino médio completo, sendo que 46% estavam cursando ou haviam
concluído o Ensino Superior.
Tabela 3. Distribuição dos indivíduos entrevistados segundo anos de
estudo, sexo e tipo de shopping. Fortaleza CE, 2010.
Anos de
estudo
Masculino Feminino
Total
SA SB SA SB
N % N % N % N % N %
< 8 1 1,7 1 1,0 1 1,2 1 0,5 4 0,9
8-10 3 5,3 10 10,0 5 6,2 11 4,6 29 6,2
11 53
93,0 90 89,1 75 92,6 203 94,9 422 92,9
Total
57
100,0
101 100,0
81 100,0
215 100,0
454 100,0
SA = Shopping A; SB = Shopping B
47
De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações, na sua versão
domiciliar (IBGE, 2007), os entrevistados se encontravam mais inseridos em
atividades de vendas no comércio, em lojas, em mercados e em serviços
(32,6%), como exposto na Tabela 4. Em outros foram citados: trabalhadores da
produção de bens e serviços industriais (TPI), trabalhadores de reparação e
manutenção (TRM), membros das forças armadas, policiais e bombeiros
militares (MFA), além de profissionais autônomos que não especificaram sua
área de trabalho, todos com menos de quatro citações em cada categoria.
Tabela 4. Distribuição dos indivíduos entrevistados, segundo ocupão,
sexo e tipo de shopping. Fortaleza CE, 2010.
Ocupação
Masculino Feminino
Total
SA SB SA SB
N % N % N % N % N %
MSP 2 3,5 1 1,0 0 - 1 0,5 4 0.9
PCA 11 19,3 19 18,8 9 11,1 31 14,4 70 15,4
TNM 7 12,3 15 14,8 5 6,2 27 12,6 54 11,9
TSA 3 5,3 6 5,9 8 9,9 15 7,0 32 7,0
TSV 19 33,3 34 33,7 33 40,7 62 28,8 148 32,6
Outros 1 1,7 7 6,9 1 1,2 3 1,4 12 2,6
Não tem 14 24,6 19 18,8 25 30,9 76 35,3 134 29,5
Total
57 100,0
101 100,0
81 100,0
215 100,0
454 100,0
SA = Shopping A; SB = Shopping B
MSP = Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público
e de empresas, gerentes; PCA = Profissionais das ciências e das artes; TNM = Técnicos de
nível médio; TSA = Trabalhadores de serviços administrativos; TSV = Trabalhadores dos
serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados.
As características dos grupos frequentadores dos dois shoppings foram
confrontadas, como exposto na Tabela 5. Observa-se que não diferença
entre os dois grupos, evidenciando que os freqüentadores dos shoppings
centers, independentemente da área em que o comércio es alocado,
possuem um perfil semelhante. Considerando esses achados, os resultados
apresentados nos próximos sub-capítulos não serão estratificados quanto ao
tipo de shopping center.
48
Tabela 5. Comparação entre os grupos entrevistados segundo o shopping
center freqüentado. Fortaleza CE, 2010.
Características Shopping Center A
N = 138
Shopping Center B
N = 316
Valor-p
N % N %
Sexo
Masculino 57 58,7 215 68,0 0,055
Feminino 81 41,3 101 32,0
Idade (anos)
22-25 58 42,0 158 50,0 0,199
26-30 57 41,3 103 32,6
31-35 23 16,7 55 17,4
Anos de estudo
< 8 2 1,4 2 0,6 0,680
8-10 8 5,8 20 6,3
11 128 92,8 294 93,0
Ocupação
MSP 2 1,4 2 0,6 0,478
PCA 20 14,5 50 15,8
TNM 12 8,7 42 13,3
TSA 11 8,0 21 6,6
TSV 52 37,7 96 30,4
Outros 2 1,4 10 3,2
Não tem 39 28,3 95 30,1
SA = Shopping A; SB = Shopping B
MSP = Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público
e de empresas, gerentes; PCA = Profissionais das ciências e das artes; TNM = Técnicos de
nível médio; TSA = Trabalhadores de serviços administrativos; TSV = Trabalhadores dos
serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados.
4.2 Prevalência de consumo de sushi, sashimi e fast foods
A Tabela 6 exibe os achados referentes às prevalências de consumo
dos alimentos e preparações investigados.
49
Tabela 6. Prevalência de consumo de sushi, sashimi e fast foods pelos
entrevistados. Fortaleza-CE, 2010.
Alimentos/preparações
N
%
Fast food 286 63,0
Fast food e sushi 107 23,6
Fast food, sushi e sashimi 54 11,9
Fast food e sashimi 5 1,1
Sushi 1 0,2
Não consome 1 0,2
TOTAL 454 100,0
Observa-se que um pronunciado consumo de fast foods,
isoladamente ou em associação com sushi e/ou sashimi. Não indivíduos
que consumam exclusivamente o sashimi, assim como não indivíduos que
consumam sushi e sashimi, mas não os fast foods. De um modo geral pode-se
afirmar que consumidores de sushi/sashimi também o são de fast foods.
4.3 Padrão de consumo de sushi e/ou sashimi
Como exposto na Tabela 6, 36,8% dos entrevistados referiu utilizar os
produtos japoneses (n = 167), sendo que destes, 97,0% (n = 162) consumiam
sushi e 35,3% (n = 59) consumiam sashimi. A maioria dos consumidores não
experimentava o sashimi, consumia apenas sushi (66,5%, n = 111), e apenas
3,0% (n = 5) consumiam somente o sashimi. Do total de consumidores, 54
(32,3%) eram do sexo masculino e 113 (67,7%) do sexo feminino.
50
O estudo das quantidades de sushi e/ou sashimi consumidas revelou um
consumo médio, per capita e por vez, de 13,7 unidades ± 2,7, sendo 15,5 ± 8,6
unidades no caso dos homens e 12,9 ± 8,6 unidades no caso das mulheres.
Os sushis foram classificados em 7 categorias (fritos; peixe; peixe e
queijo; marisco; marisco e queijo; doce; outros, que incluiu sushi contendo
tomate seco e frango). Os achados estão exibidos na Tabela 7. Observa-se um
destaque para o consumo da preparação frita, especialmente entre os homens
(72,2%, n = 39) para os quais os sushis de peixe foram o segundo tipo mais
referido (46,3%, n = 25), seguido pelo de marisco (31,5%, n = 17). No caso das
mulheres a segunda preferência foi por peixe e queijo (37,2%, n = 42), seguido
por sushi de peixe (35,4%, n = 40).
Tabela 7. Prevalência de consumo de sushi entre os entrevistados
consumidores da iguaria, segundo categorias da preparação e sexo.
Fortaleza CE, 2010.
Categorias de
preparação de sushi
Masculino
N = 54
%
Feminino
N = 113
%
Total
N = 167
%
Fritos 72,2 68,1 69,5
Peixe 46,3 35,4 38,9
Peixe e queijo 27,8 37,2 34,1
Marisco 31,5 25,7 27,6
Marisco e queijo 25,9 21,2 22,7
Doce 1,8 7,1 5,4
Outros 3,7 5,3 4,8
Os peixes ou mariscos mais citados, presentes nos sushis, foram:
salmão (86,8%, n = 145), camarão (59,9%, n = 100); caranguejo (21,0%, n =
35); atum (12,0%, n = 20).
51
Os tipos de sashimi citados foram: sashimi de salmão (29,9%; n = 50),
seguido pelo de atum (4,8%; n = 8), robalo (2,4%; n = 4), camarão (1,2%; n =
2), polvo (1,2%; n= 2) e kani (0,6%; n = 1).
Com relação à freqüência de consumo de sushi, observou-se que esta é
baixa, havendo um comportamento levemente diferente considerando a
clientela segundo o sexo, como exposto na Tabela 8.
O sexo masculino possui uma ingestão na freqüência de no máximo 1
vez por mês (33,3%, n = 18), seguida por 2 vezes por mês (24,1%, n = 13).
Para o sexo feminino o consumo predominante também é de no máximo 1 vez
por mês (42,5%, n = 48), entretanto a segunda freqüência mais referida foi de 4
vezes por mês (20,4%, n = 23).
Tabela 8. Freqüência de consumo mensal de sushi entre os entrevistados
consumidores da iguaria, segundo o sexo. Fortaleza CE, 2010.
Freqüência de consumo
(vezes/mês)
Masculino
N = 54
%
Feminino
N = 113
%
Total
N = 167
%
1 33,3 42,5 39,5
2 24,1 19,5 21,0
3 7,4 4,4 5,4
4 22,2 20,4 21,0
> 4 11,1 9,7 10,2
No caso do sashimi, houve um predomínio do consumo na freqüência de
1 vez por mês ou menos, principalmente entre os homens (22,2%, n = 12),
como aponta a Tabela 9. No caso das mulheres o consumo de até 1 vez por
mês (9,7%, n = 11) foi seguido pelo consumo de 4 vezes por mês (8,8%, n =
10).
52
Tabela 9. Freqüência de consumo mensal de sashimi entre os
entrevistados consumidores da iguaria, segundo o sexo. Fortaleza CE,
2010.
Freqüência de consumo
(vezes/mês)
Masculino
N = 54
%
Feminino
N = 113
%
Total
N = 167
%
1 22,2 9,7 13,8
2 3,7 4,4 4,2
3 1,9 1,8 1,8
4 9,3 8,8 9,0
> 4 3,7 1,8 2,4
Considerando as quantidades ingeridas por vez e a freqüência de
consumo, foi analisada a contribuição nutricional média diária de sushi e
sashimi, detectando-se que esta representa 4,5% (média geral de 89,32 Kcal),
das necessidades calóricas diárias (2000 Kcal) conforme o Guia Alimentar para
a População Brasileira (BRASIL, 2006). A Tabela 10 mostra a composição
nutricional média diária das preparações ingeridas, segundo sexo.
Percebe-se que as maiores médias se estabeleceram para os homens.
Observa-se, ainda, que as preparações têm uma composição de nutrientes que
as caracterizam como hiperprotéicas e hiperlipídicas, considerando a
distribuição apresentada como normal pelo Guia Alimentar para a População
Brasileira (BRASIL, 2006). Adicionalmente, destaca-se que as preparações
fornecem teores de colesterol cuja contribuição varia, em relação ao limite de
ingestão diária, de 6,4 a 9,0%.
Com relação ao sódio a contribuição varia de 2,9 a 3,9% em relação ao
limite recomendado de ingestão diária. Entretanto no caso do sódio vale
destacar um elemento que pode elevar o consumo desse nutriente, o molho de
soja (shoyu), que apresenta, numa porção de 10 mL, equivalente a uma colher
53
de sopa e meia, 600mg do mineral (ANVISA, 2003). Entretanto não foi objetivo
do estudo quantificar individualmente o total utilizado do citado molho.
Tabela 10. Composição nutricional média diária do sushi e/ou sashimi
ingeridos pelos entrevistados consumidores de tais iguarias, segundo o
sexo. Fortaleza CE, 2009.
Composição Nutricional
Masculino
N = 54
Média
Feminino
N = 113
Média
Total
N = 167
Média
Quilocalorias 105,19 81,74 89,32
Carboidratos (gramas) 8,48 6,28 6,99
Lipídeos (gramas) 5,01 4,24 4,49
Proteínas (gramas) 5,81 3,93 4,54
Colesterol (miligramas) 26,94 19,18 21,69
Sódio (miligramas) 94,90 69,63 77,80
Investigou-se, ainda, os fatores que motivam o consumo das iguarias
japonesas (Tabela 11).
Observa-se que, em ambos os casos, o sabor foi o principal fator
motivador (71,9%, n = 120). A influência de outras pessoas foi o segundo maior
responsável por este consumo (18%, n = 30). Como outros foram citados
apresentação do produto e bito, ambos com menos de cinco citações.
54
Tabela 11. Fatores motivadores para o consumo de sushi/sashimi entre
os entrevistados consumidores de tais iguarias, segundo sexo. Fortaleza
CE, 2010.
Fatores Motivadores
Masculino
N = 54
%
Feminino
N = 113
%
Total
N = 167
%
Sabor 66,7 74,3 71,9
Influência de pessoas 18,5 17,7 18,0
Variação 16,7 9,7 12,0
Nutritivo 13,0 11,5 12,0
Lazer 11,1 1,8 4,8
Vontade 3,7 5,3 4,8
Praticidade 3,7 4,4 4,2
Quantidade satisfatória 1,9 3,5 3,0
Não especificou 1,9 1,8 1,8
Outros 5,6 0,9 2,4
Os entrevistados também responderam que riscos e benecios
poderiam estar associados ao consumo de sushi/sashimi. Considerando o alto
percentual de indivíduos que não ingeriam as iguarias, os dados foram
separados, considerando todos os entrevistados, independente de consumir ou
não as preparações e considerando as respostas de pessoas que referiram
consumir as mesmas.
A Tabela 12 exibe os achados referentes aos riscos apontados pelo total
de entrevistados que não consomem as iguarias e a Tabela 13 os apontados
pelos consumidores de sushi e/ou sashimi. Independente de serem ou não
consumidores das preparações, o risco mais prevalente apontado foi o de
contaminação e/ou infeão, primeiramente por ser cru, seguido por falta de
higiene.
55
Tabela 12. Riscos associados ao consumo de sushi/sashimi identificados
pelos entrevistados que não consomem a iguaria, segundo sexo.
Fortaleza CE, 2010.
Riscos
Masculino
N = 105
%
Feminino
N = 182
%
Total
N = 287
%
Contaminação e/ou infeão por
ser cru
34,3 33,5 33,8
Contaminação e/ou infeão por
falta de higiene
6,7 17,0 13,2
Alergia 1,9 0,5 1,0
Outras doenças 3,8 - 1,4
Não sabe
28,6 39,0 35,2
Nenhum
18,1 12,6 14,6
Outros 9,5 2,2 4,9
Tabela 13. Riscos associados ao consumo de sushi/sashimi identificados
pelos consumidores das iguarias, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010.
Riscos
Masculino
N = 54
%
Feminino
N = 113
%
Total
N = 167
%
Contaminação e/ou infeão por
ser cru
37,0 40,7 39,5
Contaminação e/ou infeão por
falta de higiene
33,3 23,0 26,3
Alergia 1,9 2,7 2,4
Outras doenças 1,9 4,4 3,6
Não sabe 14,8 12,4 13,2
Nenhum 11,1 12,4 12,0
Outros 11,1 10,6 10,8
56
Observa-se que entre os indivíduos que não consomem um
percentual maior de pessoas (35,2%) que responderam não saber quais os
riscos da ingestão de sushi/sashimi, especialmente mulheres (39,0%). Esse
percentual, entre os consumidores da iguaria cai para 13,2%, Também a
categoria Contaminação e/ou infeão por falta de higiene, foi mais lembrada
pelos que consomem (26,3%) do que pelos que não consomem (13,2%) as
preparações.
Os benecios apontados encontram-se listados nas Tabelas 14
(indivíduos que não consomem) e Tabela 15 (consumidores de sushi/sashimi).
Tabela 14. Benefícios associados ao consumo de sushi/sashimi
identificados pelos entrevistados que não consomem a iguaria, segundo
sexo. Fortaleza CE, 2010.
Benecios
Masculino
N = 105
%
Feminino
N = 182
%
Total
N = 287
%
Saudável pelo peixe 31,4 30,2 30,7
Saudável/natural 13,3 12,6 12,9
Leve/Boa digestão 2,9 5,5 4,5
Saudável por menor gordura 1,9 1,6 1,7
Rico em proteínas 3,8 0,5 1,7
Baixa caloria 1,0 1,6 1,4
Rico em vitaminas 3,8 1,1 2,1
Rico em minerais 3,8 0,5 1,7
Saudável pela alga 1,0 - 0,3
Não engorda 1,0 0,5 0,7
Não sabe 34,3 41,2 38,7
Nenhum 9,5 8,2 8,7
Outros 5,7 2,7 3,8
57
Tabela 15. Benefícios associados ao consumo de sushi/sashimi
identificados pelos consumidores das iguarias, segundo sexo. Fortaleza
CE, 2010.
Benecios
Masculino
N = 54
%
Feminino
N = 113
%
Total
N = 167
%
Saudável pelo peixe 25,9 34,5 31,7
Saudável/natural 20,4 21,2 21,0
Leve/Boa digestão 14,8 2,7 6,6
Saudável por menor gordura 3,7 6,2 5,4
Rico em proteínas 3,7 5,3 4,8
Baixa caloria 5,6 2,7 3,6
Saudável pela alga 1,9 4,4 3,6
Prazer 7,4 0,0 2,4
Rico em vitaminas 3,7 1,8 2,4
Rico em minerais 1,9 1,8 1,8
Não engorda 1,9 1,8 1,8
Não sabe 20,4 21,2 21,0
Nenhum 7,4 9,7 9,0
Outros 14,8 4,4 7,8
Observa-se, na Tabela 14, que as citações reportam-se, principalmente
ao fato de ser saudável, aí ganhando destaque o peixe. Vale referir que, dentre
todos os entrevistados que citaram peixe, 30,5% também citaram o
componente ômega três presente nos pescados (salmão e atum) utilizados
nestas preparações. Foi alto o percentual de entrevistados que não soube
referir benefícios associados às iguarias investigadas.
Os achados constantes na Tabela 15 evidenciam similaridade de
respostas em relação ao grupo que não consome nas categorias sauvel
pelo peixe, saudável/natural e leve/boa digestão, sendo menor o número de
58
indivíduos que referiram não conhecer os benecios associados à ingestão de
sushi/sashimi. Os não consumidores destacaram mais os aspetos rico em
vitaminas e “rico em minerais (2,1% e 1,7%, respectivamente) do que os
fatores saudável pela alga ou o engordam (0,3% e 0,7%,
respectivamente). No caso dos consumidores a justificativa saudável pela
alga (3,6%) se sobrepôs aos aspectos rico em vitaminas e “rico em minerais
(2,4% e 1,8%, respectivamente).
4.4 Padrão de consumo de fast food
Com relação ao consumo de fast foods, 99,5% dos entrevistados referiu
o bito de consumir tais produtos (n = 452), como já exposto na Tabela 6. Do
total de consumidores, 158 (35,0%) eram do sexo masculino e 294 (65,0%) do
feminino.
Em média os entrevistados consumiam 5,5 ± 2,2 tipos diferentes de
produtos considerados fast foods. Para os indivíduos do sexo masculino a
média de consumo foi idêntica à média geral e para as mulheres foi de 5,6 ±
2,2 unidades.
Os fast foods citados puderam ser classificados em 14 categorias: batata
frita; refrigerantes; refrigerantes dietéticos; bebidas tipo milk shake; biscoitos;
bolos; chocolates; doces; pizza; salgados; salgadinhos de pacote; sanduíches;
sorvetes; outros. Nestes últimos foram incluídas citações referentes à tapioca,
comida chinesa e lasanha, que foram considerados fast foods por
representarem, para seus consumidores, comida encontrada pronta para o
consumo rápido. Os achados estão expostos na Tabela 16.
Observa-se que há uma maior prevalência de citações referentes a
pizza, sanduíches, refrigerantes e salgados, seguidos por batata frita e
salgadinhos de pacote. Entre as mulheres a pizza foi o fast food mais
59
consumido e entre os homens o refrigerante. Os alimentos doces foram mais
consumidos pelas mulheres.
Dada a diversidade de sub-tipos citados, vale discrimi-los, embora
sem considerar o sexo.
Na categoria “refrigerantes, foram referidos os sabores tipo cola
(58,4%), guara (8,4%), laranja (5,5%), uva (5,1%) e limão (2,2%).
Tabela 16. Prevalência de consumo de fast foods entre os entrevistados
consumidores destes, segundo categorias das preparões e sexo.
Fortaleza CE, 2010.
Categorias de fast foods
Masculino
N = 158
%
Feminino
N = 294
%
Total
N = 452
%
Pizza 84,2 81,3 82,3
Sanduíches 82,3 79,6 80,6
Refrigerantes 86,7 75,5 79,4
Salgados 78,5 75,5 76,6
Batata frita 52,5 55,8 54,6
Salgadinhos de Pacote 35,5 44,9 41,6
Sorvetes 13,9 21,1 18,6
Chocolates 6,3 11,9 10,0
Bolos 6,3 10,2 8,8
Refrigerantes dietéticos 3,2 7,8 6,2
Bebidas Tipo Milk Shake
5,1 6,5 6,0
Biscoitos 3,8 4,8 4,4
Doces 0,6 1,3 1,1
Outros 3,2 1,1 1,8
60
Na categoria sanduíches foram referidos sanduíches com recheios
gordurosos (como hamrguer, bacon, carnes gordas, salsicha, queijos
gordurosos), num total de 51,1% de citações ou com recheios leves (frango,
queijos menos gordurosos, peito de peru, peixe), 38,9%.
Em relação à categoria salgados, observou-se o consumo de salgados
de forno e de salgados fritos, ambos contendo recheios gordurosos (como
bacon, carnes gordas, salsicha, queijos gordurosos, liniça), 31,6%, ou
recheios leves (frango, queijos menos gordurosos), 66,4%.
Na categoria salgadinhos de pacote, os produtos citados foram
salgadinhos tipo petisco à base de milho, com sabores diversos.
Mesmo sem especificar prevalência de consumo por sub-tipo, vale citar,
dentre os fast foods menos relatados, os sub-tipos mais referidos. Na categoria
biscoitos, foram elencados biscoitos recheados e biscoitos tipo waffer; na
categoria bolos, foram referidos bolos contendo ingredientes gordurosos
(como recheios cremosos de chocolate, doce de leite e amanteigados) e bolos
simples (como bolo fofo de laranja, maracujá); na categoria chocolates,
observou-se o consumo de chocolates ao leite, chocolates com recheio e
chocolates tipo waffer; para a categoria doces, os produtos citados foram
brigadeiro, doce de leite e pudim; e na categoria sorvetes os representantes
foram sorvetes com ingredientes gordurosos (como chocolates, cremes) e
sorvetes de frutas (cajá, abacaxi, morango).
Com relação à freqüência de consumo de fast foods, observou-se que
esta é alta, conforme exposto na Tabela 17.
O consumo mais referido foi na freqüência de 7 vezes por semana
(36,9%, n = 167), podendo-se pensar num possível consumo diário destes
produtos. A maioria dos entrevistados (57,1%) consome este tipo de alimento
na maioria dos dias da semana (4 dias ou mais), isto valendo tanto para o sexo
masculino (58,2%), como para o feminino (56,5%).
61
Tabela 17. Freqüência de consumo semanal de fast food entre os
entrevistados consumidores destes, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010.
Freqüência de consumo
(vezes/semana)
Masculino
N = 158
%
Feminino
N = 294
%
Total
N = 452
%
1 10,8 15,6 13,9
2 14,6 15,3 15,0
3 16,5 12,6 13,9
4 12,0 7,5 9,1
5 4,4 4,8 4,6
6 1,3 0,3 0,7
7 36,1 37,4 36,9
> 7 4,4 6,5 5,8
Para avaliar a contribuição nutricional dos fast foods recorreu-se à
mesma metodologia utilizada para sushi/sashimi, sendo inferidas as
quantidades médias diárias consumidas, baseando-se nas freqüências de
consumo informadas (Tabela 18).
Destacam-se as maiores médias observadas entre os homens. O
consumo médio geral de calorias corresponde a 36,07% das recomendações
do Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2006). As preparações
são hipercalóricas, hiperprotéicas e hiperlipídicas. O colesterol ingerido
apresenta contribuição, em relação ao limite de ingestão diária, variando de
20,3 a 21,1%. Verifica-se que são preparações ricas em sódio, com
contribuição variando de 25,8 a 33,4% em relação ao limite de ingestão diária.
62
Tabela 18. Composição nutricional média diária dos fast foods ingeridos
pelos entrevistados consumidores destes, segundo sexo. Fortaleza CE,
2010.
Composição Nutricional
Masculino
N = 158
Média
Feminino
N = 294
Média
Total
N = 452
Média
Quilocalorias 774,07 693,24 721,50
Carboidratos (gramas) 109,51 100,60 103,72
Lipídeos (gramas) 27,94 24,41 25,64
Proteínas (gramas) 19,55 15,96 17,22
Colesterol (miligramas) 63,36 61,05 61,86
Sódio (miligramas) 801,95 619,18 683,07
Foram investigados os fatores que motivam o consumo de fast foods
(Tabela 19).
Observa-se destaque para praticidade (65,5%, n = 296), principalmente
entre os homens (83,5%). O sabor aparece como segundo elemento que mais
influencia o consumo desses alimentos, com maior prevalência de citação entre
as mulheres (48,3%).
Vale ressaltar ainda que, diferente do observado com sushi/sashimi, a
justificativa nutritivo não foi citada no caso de fast foods.
Em outros foram elencados moda, influência da mídia, ansiedade,
apresentação do produto, clima quente, qualidade dos produtos, ociosidade e
ganho de massa corporal, cada um com menos de cinco citações.
63
Tabela 19. Fatores motivadores para o consumo de fast foods entre os
entrevistados consumidores destes, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010.
Fatores Motivadores
Masculino
N = 158
%
Feminino
N = 294
%
Total
N = 452
%
Praticidade 83,5 55,8 65,5
Sabor 34,2 48,3 43,4
Influência de pessoas 7,0 8,8 8,2
Lazer 7,0 8,8 8,2
Variação 9,5 6,1 7,3
Vontade 3,8 6,1 5,3
Quantidade satisfatória 6,3 4,8 5,3
Hábito 1,3 3,4 2,7
Preço baixo 2,5 2,4 2,4
Não especificou 1,3 1,0 1,1
Outros 3,8 5,4 4,9
Foram levantados os riscos e benecios associados ao consumo de fast
foods sob a ótica dos entrevistados. Como quase a totalidade dos mesmos
utilizava um ou mais tipos de fast foods, os dados não foram separados em
consumidores e não consumidores.
Houve grande variedade de citações, as quais puderam ser agrupadas
em dois tipos de afirmativas: as associadas à presença de componentes
prejudiciais nas preparações e as associadas ao surgimento de doenças.
Houve 46,3% dos indivíduos que relataram presença de componentes
prejudiciais e 81,3% dos indivíduos que apontaram doenças associadas à
ingestão de fast foods. A Tabela 20 exibe os achados.
64
Tabela 20. Riscos associados ao consumo de fast foods identificados
pelos entrevistados, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010.
Riscos
Masculino
N = 159
%
Feminino
N = 295
%
Total
N = 454
%
Componentes prejudiciais
44,7 47,1 46,3
Muito colesterol 23,9 27,5 26,2
Muita gordura 11,9 15,6 14,3
Higiene insatisfatória 10,7 2,4 5,3
Muito carboidrato 3,8 1,7 2,4
Muitas calorias 1,3 2,0 1,8
Pobre em vitaminas e minerais 0,0 2,7 1,8
Excesso de corante e/ou conservante
1,3 1,7 1,7
Pobre em proteínas 0,6 0,3 0,4
Muito sal 1,3 0,3 0,7
Surgimento de doenças
78,0 83,1 81,3
Obesidade 22,6 36,9 31,9
Doenças cardiovasculares 30,8 18,3 22,7
Diabetes 17,0 18,3 17,8
Dislipidemia 18,9 16,6 17,4
Hipertensão arterial 17,6 15,3 16,1
Problemas de saúde 6,9 10,8 9,5
Infeão 8,2 7,8 7,9
Problemas digestivos 6,9 6,8 6,8
Problemas de pele 1,3 5,1 3,7
Câncer 3,8 1,7 2,4
Não sabe 2,5 1,7 2,0
Nenhum 0,6 0,7 0,7
Outros 4,4 2,0 2,9
65
Dentre os componentes prejudiciais, foram lembrados tanto os que se
fazem presentes em excesso, como os que se encontram em quantidade
deficiente. Observa-se destaque para o excesso de colesterol e de gordura.
Outros componentes foram pouco lembrados, inclusive o sal.
Dentre as doenças citadas, destaque para obesidade, doenças
cardiovasculares, diabetes, dislipidemias e hipertensão arterial.
De um modo geral, embora haja variações, as respostas foram similares,
considerando o sexo.
Ao contrário de múltiplos riscos terem sido citados, poucos benecios
foram lembrados, sendo que a maioria considerou não haver benecios
propiciados pela ingestão de fast foods (Tabela 21).
Tabela 21. Benefícios associados ao consumo de fast foods identificados
pelos entrevistados, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010.
Benecios
Masculino
N = 159
%
Feminino
N = 295
%
Total
N = 454
%
Saciar a fome 5,7 3,7 4,4
Ser saboroso 4,4 4,1 4,2
Ser prático 6,3 2,0 3,5
Conter nutrientes 3,1 2,0 2,4
Não sabe 9,4 5,1 6,6
Nenhum 70,4 82,0 78,0
Outros 0,6 1,4 1,1
66
4.5 Conceito de Segurança alimentar
No que tange ao conceito de Segurança Alimentar, não houve
entrevistados que verbalizassem o conceito completo, mas apenas 5,1%
referiram não saber o que significava Segurança Alimentar.
As citações foram agrupadas em quatro categorias, como descrito na
Metodologia, com base nos aspectos centrais do conceito. Os achados podem
ser visualizados na Tabela 22, onde foram também elencadas sub-categorias
de acordo com as citações dos entrevistados.
Tabela 22. Aspectos conceituais de segurança alimentar citados pelos
entrevistados, segundo sexo. Fortaleza CE, 2010.
Conceitos
Masculino
N = 159
%
Feminino
N = 295
%
Total
N = 454
%
Práticas Alimentares Saudáveis
49,1 50,5 50,0
Alimentação sauvel / correta / boa 34,6 36,6 35,9
Higiene dos alimentos 14,5 13,9 14,1
Controle de componentes específicos 5,7 2,0 3,3
Qualidade
32,1 34,2 33,5
Higiene 22,6 26,1 24,9
Composição dos alimentos 15,7 9,5 11,7
Saúde em geral (qualidade de vida)
6,9 12,2 10,4
Quantidade
6,3 3,4 4,4
Não sabe
3,8 5,8 5,1
Outros
8,2 4,7 5,9
Os resultados demonstram que homens e mulheres associam o termo
Segurança Alimentar a práticas alimentares saudáveis (50,0%), com
67
destaque para a referência a uma alimentação saudável ou correta (35,0%).
Muitos entrevistados associaram a expressão à qualidade (33,5%)
especialmente na higiene dos alimentos (24,9%). O entendimento de
Segurança Alimentar como saúde geral foi comentado por 10,4% dos
entrevistados.
A Tabela 23 exibe um comparativo entre consumidores e não
consumidores de sushi/sashimi acerca das suas opiniões sobre o conceito de
Segurança Alimentar, de acordo com as quatro categorias descritas
anteriormente, sem especificar por sexo.
Tabela 23. Categorias conceituais de segurança alimentar de acordo com
as citões dos entrevistados não consumidores e consumidores de
sushi/sashimi. Fortaleza CE, 2010.
Conceitos
Não
consumidores
N = 287
%
Consumidores
N = 167
%
Práticas Alimentares Saudáveis
55,4 40,7
Qualidade
25,1 47,9
Saúde em geral (qualidade de vida)
11,8 7,8
Quantidade
4,2 4,8
Não sabe
5,2 4,8
Outros
5,9 6,0
Observa-se que os não consumidores compreenderam o conceito de
Segurança Alimentar mais no âmbito das práticas alimentares saudáveis
(55,4%), ao passo que os consumidores relacionaram o conceito fortemente à
qualidade dos alimentos.
No caso dos fast foods, os resultados foram apresentados conforme as
mesmas categorias, entretanto visto que a quase totalidade dos entrevistados
68
consumiam os produtos, os dados não foram comparados entre consumidores
e não consumidores, conforme explicita a Tabela 24.
Tabela 24. Categorias conceituais de segurança alimentar de acordo com
as citações dos entrevistados consumidores de fast foods. Fortaleza
CE, 2010.
Conceitos
Consumidores
N = 452
%
Práticas Alimentares Saudáveis
49,8
Qualidade
33,6
Saúde em geral (qualidade de vida)
10,4
Quantidade
4,4
Não sabe
5,1
Outros
6,0
Percebe-se que, semelhante ao observado entre consumidores de sushi,
as categorias práticas alimentares saudáveis e qualidade foram as maiores
representantes das opiniões acerca do conceito de Segurança Alimentar.
Seja para consumo de sushi/sashimi, seja para consumo de fast foods
percebe-se que o conhecimento do conceito de segurança alimentar o
parece influenciar a escolha alimentar.
69
5. DISCUSSÃO
Iniciando a discussão dos achados do presente estudo, vale comentar a
maior presença feminina (65,0%) entre os entrevistados. O setor de marketing
dos dois estabelecimentos informou (comunicação pessoal) que o blico
rotineiro é feminino, sendo 56,0% no shopping A e 65,4% no shopping B.
Portanto, a distribuição encontrada reflete esta circulação.
Esse padrão de presença majoritariamente feminina já foi demonstrado
em pesquisas que avaliaram as características de usuários de shoppings
centers no Brasil (LUZ et al., 2007; FARIA, 2009), embora dados recentes
sobre a periodicidade de visitação indiquem que os homens vêm se tornando
mais assíduos nesses estabelecimentos (ABRASCE, 2009).
Com relação à faixa etária, foi pré-definido que seriam entrevistados
somente indivíduos com idade entre 22 e 35 anos e nesse intervalo houve
predomínio, independentemente do shopping, dos mais jovens, entre 22 e 25
anos. No shopping A 23% dos freqüentadores, segundo dados da
administração (comunicação pessoal), se encontram na faixa etária de 21 a 25
anos, sendo esta a faixa mais expressiva. Também segundo a administração
(comunicação pessoal) do shopping B, 37,5% dos clientes possuem entre 20 e
29 anos. Os dados encontrados foram próximos aos observados por Lemos
(2007) que publicou as características do consumidor jovem de um shopping
em Natal, no Rio Grande do Norte, demonstrando que as faixas etárias
predominantes foram de 15 a 20 anos, seguida por 21 a 25 anos.
Pesquisa realizada em shoppings centers de São Paulo (VANCE et al.,
2009) com número de entrevistados próximo ao da presente pesquisa, 500
pessoas, também encontrou quase a metade da amostra (42,8%) na faixa
etária de 25 a 40 anos, mesmo sem a idade como critério de inclusão.
No que tange à escolaridade, o achado da grande maioria dos
entrevistados ter pelo menos o ensino médio completo é condizente com a
70
tendência apresentada pela Associação Brasileira de Shoppings Centers em
2003, que revelou que 56% dos freqüentadores têm o ensino médio como
escolaridade mínima. As informações adquiridas junto ao shopping A
(comunicação pessoal) também confirmaram um maior percentual de clientes
nesta situação (47%). Não se obteve informações sobre a escolaridade dos
clientes do shopping B.
Com relação à ocupação dos entrevistados, onde se detectou um
predomínio de atividades de vendas no comércio e em serviços, não se
encontrou informações locais sobre perfil ocupacional de freqüentadores de
shoppings.
Luz et al. (2007), descreveram como estudante a segunda profissão
mais citada (27%) e comentaram sobre uma grande diversidade de atividades
exercidas pelos indivíduos maiores de 30 anos, no entanto não discriminaram
estas ocupações que configuraram a primeira categoria mais citada (30%). Na
presente pesquisa os estudantes que não tinham ocupação alguma além das
atividades escolares foram enquadrados na opção não tem ocupação que
também correspondeu à segunda categoria mais citada, semelhante aos
achados de Luz et al. (2007).
Com relação à prevalência de consumo de sushi/sashimi, observou-se
que a mesma ainda é baixa, apesar do relatado crescimento do bito no País.
Resende (2004) relatou que o consumo de pratos picos da culiria japonesa
cresceu, em Brasília-DF, 20% entre 2001 e 2002.
Foi observado por Patrocínio (2009) que o consumo de pescados
aumentou muito no mundo especialmente nos países emergentes. Em
Portugal, por exemplo, que parece ser o maior consumidor de pescados da
União Européia, o consumo per capita anual chegou em 2003 a mais de
33,5kg, fortemente influenciado pelo consumo crescente de sushi/sashimi. No
Japão o consumo de sushi em restaurantes fast food aumentou 33% nos anos
2000 (SOHSTEN, 2007).
71
Em 2001, um estudo em Cingapura confirmava esse crescimento,
atestando que o consumo total de sushi no país girava em torno de 2.500 a
3.000 milhões de dólares/ano (NG, 2001).
Nos Estados Unidos, Anderson (2004) constatou que a disseminação
dos sushi bars em universidades foi importante para desenvolver o bito de
consumo entre os jovens.
Apesar da baixa prevalência de uso de sushi/sashimi, o consumo médio
per capita em unidades foi alto, chegando a representar aproximadamente
0,5Kg de sushi no caso dos homens. Esse resultado corresponde ao consumo
observado em um restaurante em São Paulo, que recebe em um dia de final de
semana cerca de 1000 clientes que esgotam meia tonelada do pescado fresco
(GUEDES, 2009).
Com relação ao consumo de sushi por tipo de preparação, observou-se
grande predileção de homens e mulheres pelos produtos fritos, contrariando a
preferência japonesa e mundial, de acordo com Holzmann (2006), pelo sushi
de peixe conhecido como niguiri-zushi, que leva peixe cru, demonstrando que o
hábito local ainda o chegou a imitar totalmente o original japonês. Os
homens do presente estudo ainda pareceram mais ousados com relação ao
paladar do que as mulheres, por aceitarem mais o sushi somente de peixe,
enquanto as mulheres apontaram como segunda maior preferência os produtos
contendo peixe mais queijo.
Essa opção dos jovens entrevistados pela versão popular brasileira dos
enrolados fritos pode ocorrer no processo de iniciação ao consumo de comida
japonesa, visto que o paladar da fritura e o fato de, nesses casos o pescado
ser cozido, torna os produtos mais familiares aos consumidores brasileiros.
Esse processo de degustação e aprovação da comida japonesa é gradual,
visto o menor mero de consumidores na pesquisa que apreciam o sashimi,
uma iguaria ainda estranha ao bito brasileiro por incluir somente os peixes
crus, sendo assim de menor aceitação. Uma matéria que se referiu ao
consumo de sushi na Bahia destacou justamente a preferência dos
72
consumidores pelas iguarias fritas, menos estranhas e mais palatáveis. Os
chamados hot rolls são muito apreciados pelos baianos nos restaurantes
locais, especialmente por aqueles que não são simticos à consistência
exótica do peixe cru. Os pedidos variam de 6 a 12 peças por pessoa (UZEL,
2008).
Os resultados mostraram também baixa freqüência de consumo das
iguarias. De Silva e Yamao (2006) relataram em sua análise dos dados
demográficos e comportamentais dos consumidores de sushi no Japão que o
maior consumo dos produtos ocorre depois do trabalho, nos finais de semana e
feriados. O autor aposta no crescimento ainda maior desse hábito e esclarece
que muitos japoneses na década de 80 consumiam sushi/sashimi somente 2
ou 3 vezes no ano, por ser considerado um alimento de luxo, e hoje esse
hábito é de no mínimo 1 vez por mês. A mesma tendência poderá ser
futuramente observada em Fortaleza, pois o mero de estabelecimentos que
vendem o produto na capital vem aumentando e isso leva a uma concorrência
que termina por gerar uma queda nos preços, facilitando o acesso.
A análise da contribuição nutricional média diária das iguarias japonesas
consumidas pelos jovens investigados demonstrou, apesar das características
hipercalórica e hiperlipídica, uma baixa influência na qualidade dietética diária,
de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2006),
não significando uma piora na alimentação desses indivíduos e nem podendo
contribuir com alguma melhora devido aos nutrientes presentes no pescado e
na alga, além dos vegetais associados.
A preocupação com o sódio deve existir ao se considerar um potencial
aumento quantitativo e na periodicidade de ingestão, pois o molho shoyu é
acompanhamento constante das iguarias e sua concentração do mineral é
muito alta, cerca de 6000mg/100ml (ANVISA, 2003). Embora não quantificado
nesta pesquisa, vale lembrar os vários estudos epidemiológicos e clínicos que
associam o consumo elevado de sódio com hipertensão arterial e aumento do
risco de derrames (MENETON et. al., 2005; ALDERMAN, 2006; LARSSON et
al., 2008; STRAZZULLO et al., 2009). A média de ingestão de sódio tem se
73
mostrado mais elevada entre os japoneses, provavelmente por suas dietas
ricas em pasta de soja, molho de soja e picles e foi comprovado que a taxa de
mortalidade por acidente vascular cerebral no Japão é mais elevada do que em
muitos países ocidentais (SHUPPAN, 2006; ERVIN et al., 2004). Confirmando
isso o estudo de Nagata et al. (2004) que avaliou o consumo de sódio e o risco
de derrame em homens e mulheres japonesas concluiu sobre associações
positivas para ambos os sexos, especialmente para os homens (NAGATA et
al., 2004).
Entre os fatores que motivaram o consumo de sushi/sashimi o sabor dos
produtos foi o aspecto mais relevante segundo os entrevistados. O estudo de
De Silva e Yamao (2006) também destacaram o sabor como um dos elementos
mais considerados pelos jovens entre 21 e 30 anos na decisão de consumir
tais alimentos. Os autores também concluíram que a propaganda é um fator
atrativo, contrariando os resultados do presente estudo em que a influência da
mídia foi citada por um número insignificante de entrevistados. De fato, a
propaganda nem sempre é considerada. Borges (2004), em estudo qualitativo
sobre os hábitos alimentares de estudantes universitários do Mato Grosso do
Sul, não encontrou a influência da mídia como um fator que motivasse o
consumo alimentar; foram destacados falta de tempo, de recursos e variedade.
A pesquisa de Silva et al. (2007) sobre o mercado de refrigerante também
demonstrou que os entrevistados não julgam como muito importante a
composição do marketing de promoção, sendo que apenas 6,7% dos
entrevistados atribuíram importância às boas propagandas para refrigerantes
no que diz respeito ao consumo.
O fato dos sushis/sashimis serem nutritivos também foi referido na
pesquisa de De Silva e Yamao (2006), entretanto foi superado pelo sabor e
propaganda. No presente estudo o reconhecimento das iguarias como
nutritivas foi o terceiro motivo mais expresso, no entanto bem menos valorizado
do que o sabor.
A influência de outras pessoas foi o segundo fator mais lembrado pelo
público avaliado. Esses resultados sugerem que pode haver modismo no
74
consumo de sushi/sashimi, mas que as pessoas vão pouco a pouco se
habituando com o paladar desses alimentos e passam a apreciá-los e
incorporá-los como hábito alimentar exatamente por esse prazer. Ribeiro e
Paolucci (2006) deixam clara a influência dos indivíduos da raça ninica no
desenvolvimento do bito de consumir sushi entre os brasileiros, exatamente
por esse contato intercultural. Mas independentemente do intercâmbio cultural,
Story et al. (2002) identificaram que indivíduos próximos, como familiares e
colegas interferem nas escolhas alimentares dos jovens, demonstrando que a
influência de outras pessoas é um aspecto relevante na construção desses
hábitos. Borges (2004) tamm concluiu que os grupos de referência podem
incentivar os universitários a consumirem determinados alimentos e em locais
específicos para provarem que pertencem a determinado grupo.
A contaminação pelo fato dos produtos conterem ingredientes crus
constou nos resultados como o risco mais prevalente segundo os
entrevistados, especialmente entre os consumidores, e essa preocupação tem
total razão de existir visto as conclusões de Santos (2007) que avaliou a
comercialização de alimentos crus e saúde do consumidor através de um
estudo de caso sobre a venda de sushi em Fortaleza CE, apontando que os
sushis consumidos na capital estão contaminados, podendo comprometer a
saúde de quem os consome. Outra recente pesquisa que avaliou também a
qualidade higiênico-sanitária dos sushis/sashimis servidos em restaurantes de
Fortaleza (Alcântara, 2009), encontrou Escherichia coli em amostras de sushi
Filadélfia cru (salmão com queijo), sushi Filadélfia hot (salmão mais queijo frito)
e sashimi e atribuiu os achados ao fato dos cuidados higiênico-sanitários
associados aos manipuladores dos alimentos terem se mostrado
insatisfatórios, comprometendo a saúde do consumidor e consequentemente
sua segurança alimentar e nutricional.
Pinheiro et al. (2006) em estudo realizado também em Fortaleza
recomendaram uma maior atenção por parte das autoridades sanitárias para
com estabelecimentos que comercializassem pratos orientais à base de peixe
cru depois de encontrarem escies de Salmonella nas amostras de sushis de
dois estabelecimentos da cidade.
75
Peduzzi e Dupouy-Camet (2004) em revisão sobre a situação de
difilobotríase humana na Europa entre os anos de 1990 e 2002 concluíram que
as fontes de contaminação incluem peixes consumidos crus em várias regiões
do continente.
No Japão, 30% das amostras de sushis coletados nos mercados e
restaurantes do país estiveram contaminadas com Staphylococcus aureus e
Bacillus cereus (CHO et al., 2009).
Nos Estados Unidos, em que o consumo de camarão passou de 1kg per
capita por ano em 1989 para 1,8kg em 2005, 4,3% das amostras pesquisadas
do produto cru por Heinitz et al. (2000) apresentaram contaminação por
Salmonella.
A contaminação por falta de higiene no preparo foi também destacada
especialmente entre os consumidores que, muito provavelmente, por serem
freqüentadores dos estabelecimentos observam, quando possível, os modos
de preparo dos produtos e reconhecem alguns pontos críticos nesse processo.
Rebouças (2005) concluiu que a manipulação inadequada do pescado
representa um risco potencial, pois a partir desta, microrganismos patogênicos
tais como Streptococcus spp. e Staphylococcus aureus, ambos de origem
humana, podem contaminar o pescado. Santos (2007) que avaliou também o
grau de conhecimento dos manipuladores diante dos riscos do consumo dos
alimentos crus obteve informação preocupante: nenhum manipulador comentou
ter feito curso específico para se tornar sushiman e o tempo de
profissão/serviço não apresentou relação com conhecimentos tricos sobre
manipulação adequada e qualidade dos alimentos.
Vale também ressaltar que a alergia foi um outro aspecto citado tanto
por consumidores, quanto pelos que não consomem as iguarias e muitos
estudos vêm demonstrando esse potencial nos peixes consumidos em sushis.
Há um crescente reconhecimento de que a ingestão de um parasita que pode
ser encontrado no salmão - Anisakis simplex - pode desencadear reações
alérgicas graves (WEIR, 2005).
76
Há uma série de publicações no Japão e na Europa que confirmam a
sensibilização da população por Anisakis simplex, com casos de dermatite
atópica e urticária após consumo de peixe cru (YONEYAMA e ONO, 2002;
NAWA et al., 2005; HICKEY, 2007). Um estudo multicêntrico da Sociedade
Espanhola de Alergologia e Imunologia Clínica observou uma alta prevalência
de sensibilização e alergia por Anisakis simplex em áreas da Espanha em que
o consumo de peixe cru é freqüente (CORRES et al., 2001).
Dos consumidores, somente uma pequena parcela não soube atribuir
riscos às preparações, demonstrando que existe consciência acerca dos
prejuízos à saúde, mas apesar disto os jovens mantêm o consumo dos
produtos.
O fato do peixe ser considerado um alimento saudável, que constituiu o
principal benecio atribuído ao sushi/sashimi, também foi descrito por Moura et
al. (2002) que avaliou o conceito de alimentação saudável para portugueses
sendo que, de uma lista de 15 respostas, o consumo de peixe foi referido por
66% dos entrevistados. Mulheres relatadas na experiência de Ferreira et al.
(2008) na Paraíba também consideraram o peixe a opção alimentar sinimo
de saúde, embora seu consumo predominante fosse de carne bovina.
No presente estudo muitos justificaram o benecio pela presença de
ômega 3 no pescado e alguns consumidores destacaram a alga como um
alimento nutritivo. Oliveira (2005), em revisão sobre as propriedades das algas
no balanço oxidativo, enfatizou que as mesmas são especialmente ricas em
cálcio e iodo, e fornecem micronutrientes tais como: cromo, zinco, ferro,
potássio, cobre, fósforo, magnésio, e outros minerais traços necessários para a
saúde do organismo.
Analisando todos os dados sobre motivo alegado para consumo e
benecios e riscos apontados, percebe-se que não uma preocupação com o
valor nutritivo, o que vem em primeiro lugar é o paladar. Os entrevistados
conhecem os benecios e riscos, mas isso não os direciona para o consumo
ou para o o consumo das preparações.
77
Os resultados referentes ao padrão de consumo de fast foods
demonstraram elevada prevalência de uso, sendo maior do que as
preparações da culiria japonesa. Essa alta prevalência segue a crescente
tendência de alimentação fora do domicílio, conforme a Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) de 2003-2004 (BRASIL, 2004a), que detectou
que o percentual de despesas com alimentação fora de casa na população
residente em áreas urbanas era de 25,7% e segundo Maestro e Salay (2008)
não tardará que o Brasil se aproxime do observado nos Estados Unidos
(46,2%).
Paeratakul et al., (2003) encontraram nos Estados Unidos que 37% dos
adultos avaliados em um estudo que investigou a dieta e o perfil de consumo
de nutrientes tinham o hábito de consumir fast foods, especialmente os
homens, enquanto Bowman e Vinyard (2004), numa pesquisa semelhante,
totalizaram 26,5% dos jovens americanos com mais de 20 anos de idade como
consumidores de fast foods. Lima-Filho et al. (2009) fez um alerta à Saúde
Pública voltando as atenções para o idoso, que tende a seguir os padrões
alimentares da juventude, o que pode indicar uma certa preferência por fast
foods também nesse grupo.
Uma grande variedade de tipos foi citada na presente pesquisa e
receberam destaque a pizza, o sanduíche e o refrigerante. Os adultos do
estudo de Paeratakul et al., (2003) que relataram comer fast foods tiveram um
menor consumo de pães, cereais, leite, leguminosas, frutas e hortaliças, tendo
preferência por batata frita, também aqui colocada entre os cinco fast foods
mais consumidos. Pizza e refrigerante tamm foram destacados no estudo de
Paeratakul et al., (2003), corroborando os resultados do presente estudo.
Essas opções de lanches podem ser justificadas a partir das
observações de outros autores sobre a presença cada vez mais crescente de
companhias alimencias como Pizza Hut, McDonalds e Coca-Cola que são
copiadas em muitas regiões do mundo por restaurantes locais, padronizando
cada vez mais o estilo de alimentação das pessoas conforme o modelo
americano (POPKIN, 2006; RUDOLPH et al, 2007). Em oposição a estes
78
resultados Monteiro (2008) apresentou um estudo de caso numa praça de
alimentação de um shopping de Porto Alegre RS e encontrou que nem tudo
era McDonalds, concluindo a autora que o universo da comida no shopping é
muito mais complexo, talvez com o processo de homogeneização não tão
avassalador no que tange à comida rápida.
O consumo praticamente diário dos fast foods, o número médio de fast
foods consumidos, a quantidade média diária detectada e a composição
química desses lanches (excesso de calorias, lipídios, colesterol, sódio)
influenciam a qualidade nutricional da dieta dos indivíduos entrevistados no
presente estudo.
Na população estudada por Bowman e Vinyard (2004) os lanches
forneceram mais de um terço da energia e gordura necessários no dia,
semelhante ao observado neste estudo. Paeratakul et al. (2003) também
encontraram elevada contribuição desses alimentos para os totais de energia,
gordura e sódio consumidos no dia.
Os achados evidenciam que o padrão de consumo dos lanches
representa um forte risco para o desenvolvimento de doenças crônicas o-
transmissíveis que já afetam imeros jovens brasileiros, como demonstrou
Mariath et al. (2007) que avaliaram mais de 1200 indivíduos funcionários de
uma empresa em Santa Catarina e atestaram que sobrepeso e obesidade
estavam presentes em 45% e 10% da amostra, respectivamente; a elevada
circunferência da cintura foi observada em 33% dos indivíduos; alta pressão
arterial sistólica e diastólica estavam presentes em 18% e 11% dos
funcionários, respectivamente, e o diabetes mellitus tipo 2 foi diagnosticado em
2% da amostra.
Em São Paulo, um inquérito epidemiológico demonstrou associação
positiva entre o consumo de produtos de cafeteria, ricos em açúcares simples e
gorduras saturadas, com a pressão arterial, o índice de massa corporal e a
relação cintura-quadril (NEUMANN et al., 2007). Um estudo realizado no
sudeste da Califórnia com quase 2000 estudantes também reforçou a
79
associação entre o consumo freqüente de fast food e o risco maior de
sobrepeso (UNGER et al., 2004). Um outro estudo na Paraíba, entretanto, não
encontrou relação entre o consumo diário de refrigerantes, doces e salgadinhos
com excesso de peso/obesidade entre estudantes, mas atribuiu esse resultado
ao fato de não terem sidas computadas todas as refeições do dia, e sim
somente as consumidas na instituição de ensino (NUNES et al., 2007).
A praticidade foi apontada como o principal fator motivador para o
consumo de fast foods, especialmente entre os homens, que ainda são os que
mais trabalham fora de casa e acabam tendo que se valer desta conveniência,
mas o sabor também foi valorizado, como ocorreu para o sushi/sashimi. Uma
investigação realizada no final da década de 1990 com quase 3000 americanos
adultos já apontava que o gosto era uma importante influência sobre as suas
escolhas alimentares, seguido pelo custo que neste estudo apareceu apenas
em nono lugar como fator influenciador para o consumo de fast food (GLANZ et
al., 1998).
Com o passar dos anos, outros fatores surgiram em investigações desse
tipo, como a de Wansink (2004) que encontrou a apresentação dos produtos, o
tamanho das porções, o ambiente do restaurante, a socialização e a variedade
como influenciadores no consumo dos alimentos fora de casa.
Um estudo mais recente com indivíduos adultos já evidenciou que o
estresse é um fator que motiva ao consumo de alimentos mais doces, salgados
e com altos teores do gordura (KANDIAH, 2008). No presente estudo houve
menos de cinco referências a tal fator. Vermeir e Verbeke (2006) avaliaram as
atitudes e comportamentos de consumidores jovens e identificaram muitos
atributos que são percebidos por eles, tais como conveniência e sabor que
também foram marcantes neste estudo, e ainda preço, marca, embalagem e
ingredientes.
A grande maioria dos consumidores associou o uso de fast foods com o
risco de uma variedade de doenças e, reconhecendo isso, justamente poucos
benecios foram enunciados, porém esse reconhecimento o leva à
80
abstenção do consumo. Paeratakul et al., (2003) demonstraram que o grupo
com maior instrução consumia mais os lanches, o parecendo que um maior
nível de educação se associe com melhores hábitos alimentares entre os
jovens. Vermeir e Verbeke (2006) comentaram também que as atitudes dos
jovens europeus não são coerentes com seu padrão de opiniões quando se
refere à alimentação.
A investigação sobre o conceito de Segurança Alimentar demonstrou
que a maioria dos entrevistados estava em consonância com os pontos-chave
do conceito (CONSEA, 2004), associando o termo principalmente às práticas
alimentares saudáveis e à qualidade dos produtos.
Ao se avaliar separadamente os consumidores de sushi/sashimi,
observou-se que estes relacionaram mais com qualidade, ou seja, mais uma
vez emergindo a iia de que os jovens se exem ao risco de insegurança
alimentar, muitas vezes conscientemente, quando frequentam comércios de
comida japonesa que podem não praticar todos os cuidados com a higiene dos
alimentos ou não ter controle quanto à procedência dos produtos.
A mesma incoerência foi observada no caso dos fast foods e, nesse
raciocínio, praticamente todos os jovens consumidores de lanches estão
expostos voluntariamente ao risco de insegurança alimentar, uma vez que
afirmaram, predominantemente, que segurança é sinimo de prática alimentar
saudável e ao mesmo tempo souberam apontar todos os riscos associados ao
consumo de fast foods.
Embora os estudos em geral não focalizem adultos, a avaliação de
conhecimentos x práticas em nutrição entre crianças e adolescentes mostram
as incoerências relatadas. Triches (2004) quando avaliou em crianças a
associação entre conhecimentos em nutrição e práticas alimentares saudáveis
detectou que as crianças que sabem mais sobre nutrição relatam práticas
sabidamente mais saudáveis, mas que estas não são necessariamente as mais
prevalentes. Já Gordon-Larsen (2001) encontrou que adolescentes obesos na
Filadélfia tinham bons conhecimentos em saúde, apesar do excesso ponderal.
81
Reconhecendo que historicamente a metodologia de avaliação de
letramento em saúde não inclui medidas de letramento em nutrição, Diamond
(2007) descreveu e discutiu a escala NSL (Nutritional Literacy Scale), que
avalia a alfabetização nutricional em adultos, e concluiu que a mesma é
confiável e válida. Esse instrumento funciona para que se possa entender se a
habilidade de compreender assuntos ou informações nutricionais contribui para
a situação de sde das pessoas e o quanto isso é significante.
Silk et al. (2008), na tentativa de contribuir para a alfabetização em
nutrição, testaram que metodologia poderia ser mais aceita entre mães
americanas e européias de baixa renda na obtenção de informações sobre
nutrição. Entre material impresso, jogo de computador e web site este último
agradou mais às mulheres, demonstrando que o modelo tradicional de
educação nutricional, baseado em material impresso, precisa ser revisto. Há
que se revisar, inclusive, o pré-conceito presente em muitos profissionais de
saúde de que conhecem a melhor forma de educar em saúde e nutrição.
No Brasil, uma experiência em uma escola pública de Ponta Grossa
PR (WISNIEWSKI, 2007), que teve como referência o processo de letramento
no ensino de ciências, desenvolveu o projeto Lanche Saudável, que realizou
em primeira instância o estudo dos conceitos que as crianças tinham sobre
alimentação saudável, que é vista como essencial à aquisição do corpo ideal,
tendo em vista a crescente tendência de aversão à gordura e o processo de
desritualização do comer entre muitos jovens. Posteriormente os professores
foram abordados sobre a questão curricular e houve um mapeamento da
obesidade infantil nas crianças. Finalmente foram investigadas as condições da
alimentação oferecida aos alunos junto ao departamento de merenda escolar.
Os resultados da pesquisa apontaram que apesar de haver o conhecimento
dos termos hábito alimentar saudável e sua relação com um corpo saudável e
com a obesidade infantil, a educação nutricional ainda não é totalmente eficaz,
pois não envolve a conscientização no processo de aprendizagem para
formação de novos hábitos.
82
Esses estudos realizados e as metodologias utilizadas surgem, então,
como bons exemplos para trabalhos de determinação dos conteúdos em
nutrição que são desconhecidos ou deficientes entre adultos e para que a partir
disso se possa planejar uma educação nutricional mais efetiva para reverter
essa situação em que o discurso está longe da prática. Talvez essa distância
exista porque o conhecimento da população pode ser superficial, apenas tendo
a informação, mas sem processá-la e este fato é insuficiente para levar à
mudança de comportamento.
Pesquisas futuras deverão ser direcionadas para uma investigação mais
aprofundada dos determinantes do comportamento alimentar que se situam
além do fato de se ter conhecimento sobre o que faz bem ou mal. É comum o
erro de se acreditar que a educação calcada apenas no viabilizar que se
conheça gere per si um comportamento saudável.
O presente estudo tem limitações que impedem sua generalização,
como o fato de terem sido entrevistados apenas freqüentadores de shoppings e
de ter enfocado apenas uma faixa etária específica. Também houve recusas
que o foram quantificadas, pois a priori não se sabia que elas seriam
freqüentes e, principalmente, centradas em apenas um dos shoppings.
Mesmo assim, fica claro mediante a compilação de dados de 454
pessoas jovens, de ambos os sexos e moradoras de uma capital, que um
consumo pouco prevalente de sushi/sahimi e altamente prevalente de fast
foods, sendo estes últimos consumidos em grande variedade, quantidade e
freqüência. Esta realidade alimentar não tem sido quantificada pelos setores de
saúde, assim como não tem havido a ponderação de riscos e benéficos
associados de uma forma que gere a adoção de condutas de intervenção
direcionadas à prevenção de agravos à sde. O que se percebe é que um
senso comum de que ausência de conhecimentos e que, quando ele for
fornecido, automaticamente práticas alimentares saudáveis serão adotadas.
Uma mudança de paradigma, utilizando a estratégia da alfabetização
nutricional para diagnóstico de situações e consequente intervenção pode ser
um ponto de partida para uma atuação melhor sucedida.
83
6. CONCLUSÕES
O estudo permitiu chegar ás seguintes conclusões:
O consumo de sushi/sashimi é pouco prevalente entre os entrevistados,
sendo consumida principalmente a preparação de sushi frito, na
quantidade média de 13,7 ± 2,7 unidades por vez, com uma freqüência
predominante mensal.
O consumo de fast foods é altamente prevalente, cerca de 5,5 ± 2,2
tipos por pessoa, sendo consumidos principalmente pizza, sanduíches, e
refrigerantes, com freqüência pelo menos diária.
Não influência do consumo de sushi/sashimi sobre a qualidade da
dieta diária, considerando a freqüência de consumo e,
consequentemente, não há influência positiva ou negativa sobre o risco
de doenças crônicas.
O consumo de fast foods, na quantidade e freqüência ingeridos,
influencia negativamente a qualidade da dieta diária, podendo contribuir
para aumentar o risco de desenvolvimento de doenças crônicas,
fornecendo mais de 1/3 das necessidades energéticas diárias e
contribuindo com mais de 20% dos limites de ingestão de colesterol e
quase 30% dos limites de ingestão de sódio.
O fator que mais influencia o consumo de sushi/sashimi entre os jovens
é o sabor, assinalado pela maioria dos entrevistados.
Para os fast foods o principal fator que motiva o consumo é a
praticidade.
84
O principal risco reconhecido do consumo de sushi/sashimi é a
contaminação por ser um produto cru, considerado principalmente pelos
consumidores.
O risco mais associado ao consumo de fast foods identificados pelos
entrevistados é o surgimento de doenças, especialmente obesidade e
doenças cardiovasculares.
Os benecios atribuídos ao sushi/sashimi incluem principalmente a
noção de ser sauvel pelo peixe, igualmente relevante para os
consumidores e não consumidores.
Para os fast foods a maioria dos entrevistados apontou ausência de
benecios.
O conceito de Segurança Alimentar é bem compreendido entre os
jovens, que associam o termo às práticas alimentares saudáveis, mais
prevalente entre os consumidores de sushi/sashimi, e à qualidade dos
produtos, mais destacada pelos não consumidores das iguarias.
Considerando os consumidores de fast foods, a associação às práticas
alimentares saudáveis é o que mais se relaciona ao conceito de
Segurança Alimentar.
O consumo de sushi/sashimi e/ou fast foods não depende do
conhecimento sobre a conexão saúde-nutrição-comportamento
alimentar, evidenciando a necessidade de mudança de paradigmas na
adoção de condutas de educação nutricional.
85
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98
APÊNDICES
99
APÊNDICE 1
Receitas de sushi
Receita Arroz para sushi:
Ingredientes:
1 xícara (c) de arroz para sushi (grão curto)
2 colheres (sopa) de vinagre de arroz
1¼ xícara (chá) de água fria
1 colher (sopa) de açúcar
1 colher (c) de sal
Modo de Preparo:
1.Lavar muito bem o arroz em uma peneira até que a água corra límpida.
2.Deixar o arroz descansar por 30 minutos.
3.Colocar em uma panela a água, o sal e o arroz.
4.Tampar bem e levar ao fogo moderado até a água ferver.
5.Ferver por 1 minuto em fogo forte e em seguida baixar o fogo ao mínimo.
6.Cozinhar tampado por cerca de 15 minutos.
7.Apagar o fogo e deixar o arroz descansar por 10 minutos em panela
tampada.
8.Enquanto aguarda, colocar em uma pequena panela o vinagre e o açúcar.
9.Levar ao fogo baixo para que o açúcar dissolva.
10.Reservar.
11.Despejar o arroz cozido em uma assadeira e regar com a mistura de
vinagre, misturando delicadamente com uma estula e esfriando rapidamente
o arroz preferencialmente com um leque ou abano.
12.Fazer os bolinhos de arroz e cobri-los com os peixes para o niguiri-zushi,
ou enrolar em algas para o maki-zushi.
Receita
niguiri
-
zushi de salmão
:
Ingredientes:
Filé de salmão
Arroz para sushi
Modo de Preparo:
1.Cortar o salmão na largura de 3 cm.
2.Fazer um bolinho de arroz.
3.Colocar o filé do peixe sobre o bolinho de arroz.
4.Ajustar o recheio dos lados e em cima.
100
Receita
maki
-
zushi
Uramaki
Califórnia
Ingredientes:
arroz
maionese
kani
manga
pepino cortado em tiras
alface
gergelim
alga
Modo de Preparo:
1.Colocar a folha de alga sobre uma esteira de bambu e distribuir por cima
uma camada de arroz por toda a extensão da alga.
2.Polvilhar com gergelim.
3.Virar a alga para cima, deixando o arroz em contato com a esteira.
4.Espalhar a maionese sobre a alga, colocar o alface, a manga, o pepino e o
kani cortado ao meio.
5.Enrolar o sushi com o auxílio da esteira, pressionando levemente para fixar
bem o conteúdo.
6.Com uma faca bem afiada cortar o sushi em 6-8 porções.
Fonte: Sakamoto (2006).
101
APÊNDICE 2
Universidade Estadual do Ceará
Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública
Grupo Nutrição e Doenças Crônico-Degenerativas
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
CONSUMO DE FAST FOOD E SUSHI/SASHIMI
1) Dados de identificação
Sexo: ( ) M ( ) F
Idade: ________anos
Escolaridade:
( ) Analfabeto
( ) Alfabetizado
( ) Ensino fundamental incompleto
( ) Ensino fundamental completo
( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino médio completo
( ) Ensino superior incompleto
( ) Ensino superior completo
( ) Pós-Graduação lato sensu em curso
( ) Pós-Graduação lato sensu concluída
( ) Pós-Graduação stricto sensu em curso
( ) Pós-Graduação stricto sensu concluída
Mora com pai/mãe/pais?
( ) Sim ( ) Não
Caso sim,
Qual a ocupação de seu pai?
_______________________
Qual a ocupação de sua mãe?
________________________
Qual sua profissão:
_______________________________
Você trabalha em que?:
__________________________
( ) Não trabalha
2) Que lanches vo costuma consumir?
Lanches Freqüência de
consumo
Quantidade consumida
por vez
( ) Não consome lanches
------- --------
( ) Pizza
( ) Batata frita
102
( ) Sanduíche
Especificar:
___________________
( ) Sanduíche
Especificar:
___________________
( ) Sanduíche
Especificar:
___________________
( ) Pastel
Especificar:
____________________
( ) Salgados (Tipo coxinha,
folheados, risoles, etc)
Especificar:
____________________
( ) Salgados (Tipo coxinha,
folheados, risoles, etc)
Especificar:
____________________
( ) Salgados (Tipo coxinha,
folheados, risoles, etc)
Especificar:
____________________
( ) Salgados de pacote
Especificar:
____________________
( ) Salgados de pacote
Especificar:
____________________
( ) Refrigerante
Especificar:
____________________
( ) Outro fast food
Especificar:
____________________
103
3) Que tipos de sushi/sashimi vo costuma consumir?
Sushi Freqüência de
consumo
Quantidade consumida
por vez (peças)
( ) Não consome sushi
---------
---------
( ) __________________
( ) __________________
( ) __________________
( ) __________________
( ) __________________
( ) __________________
Sashimi Freqüência de
consumo
Quantidade consumida
por vez
( ) Não consome sashimi
----------
-------------
( ) __________________
( ) __________________
104
4) Dados sobre motivos da escolha de lanches e sushi/sashimi
O que faz você consumir os lanches que você citou?
O que faz você consumir sushi/sashimi?
5) Conhecimentos sobre riscos/benefícios do consumo destes tipos de
alimentos
Na sua opinião o que é segurança alimentar?
Na sua opinião quais os benefícios do consumo de lanches?
Na sua opinião quais os riscos do consumo de lanches?
Na sua opinião quais os benefícios do consumo de sushi/sashimi?
105
Na sua opinião quais os riscos do consumo de sushi/sashimi?
Gostaria de acrescentar algo sobre esse assunto?
106
APÊNDICE 3
Universidade Estadual do Ceará
Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública
Grupo Nutrição e Doenças Crônico-Degenerativas
Pesquisa Segurança alimentar, globalização e modismos alimentares: o
consumo de sushi e fast foods e sua interface com o desencadeamento de
doenças crônicas
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
No Brasil todo, incluindo o Ceará e, especificamente, Fortaleza, o bito
alimentar das pessoas está se modificando e várias preparações estão sendo
incluídas em nossos cardápios, seja no dia a dia, seja nos finais de semana.
Os fast foods (lanches rápidos, tipo sanduíches) e o sushi e sashimi, estes dois
picos da culinária japonesa, são exemplos destas novas preparações
incorporadas aos nossos hábitos. Considerando tal fato, estamos iniciando
uma pesquisa intituladaSegurança alimentar, globalizão e modismos
alimentares: o consumo de sushi e fast foods e sua interface com o
desencadeamento de doenças crônicas. Através dela pretendemos verificar
como está o consumo de fast foods e sushi/sashimi junto à população adulta
jovem de Fortaleza e o que faz com que a pessoa decida consumir ou o
consumir estas preparações. Assim, estamos convidando você a participar de
nossa pesquisa. Caso concorde em participar, você deverá responder a
algumas perguntas sobre sua idade, escolaridade, trabalho e sobre seu
consumo ou não das preparações que mencionamos. Como se trata apenas de
uma entrevista, caso concorde em participar garantimos que o riscos à
sua saúde. Como benecio futuro para você, informamos que, a partir das
respostas dos entrevistados, poderemos saber se a utilização das preparações
citadas está contribuindo para uma melhor saúde ou para uma piora desta
saúde. Pretendemos que a avaliação destes riscos e benecios seja divulgada
neste shopping e/ou na mídia a fim de que você possa escolher
adequadamente as preparações mais saudáveis, tanto em qualidade, como em
quantidade. Como essa participação é voluntária, não haverá despesas nem
pagamento para que você participe. Informamos ainda que você pode desistir
de participar do estudo a qualquer momento, sem nenhum tipo de prejuízo,
inclusive sem prejuízo à sua permanência neste shopping. Garantimos que na
ocasião de divulgar os resultados do estudo, seu nome será mantido em
segredo. Caso tenha vidas poderá contatar a qualquer momento a
pesquisadora Ana Paola Victor Chayb, da Universidade Estadual do Ceará
(3101-9830/ 8806-1204) ou o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual do Ceará (3101-9890). Este termo está elaborado em duas vias,
sendo uma para o pesquisador e uma para o indivíduo pesquisado.
Tendo sido informado sobre a pesquisa, concordo em participar da mesma.
Nome __________________________________________________________
Assinatura____________________________________ Data: ____/____/____
107
ANEXOS
Livros Grátis
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