
Anais do I WORCAP, INPE, São José dos Campos, 25 de Outubro de 2001, p. 94-96
SEGMENTAÇÃO MORFOLÓGICA PELA TRANSFORMAÇÃO DE
EXPANSÃO EM Z
2
: UMA METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE IMAGENS
DE ALTÍSSIMA RESOLUÇÃO
Vívian Cristina de Almeida Lopes
*, 1
, Gerald Jean Francis Banon
**, 1
,
(1)Área de Processamento de imagem
Divisão de Processamento de Imagem
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
(**) Orientador
Resumo
Apresentamos uma metodologia para segmentação de imagens, formalizada segundo a Morfologia
Matemática, sob a ótica da técnica de simulação de imersão watershed. O método consiste em expandir a
imagem a ser segmentada pela aplicação de novos operadores de dilatação ou erosão. Essa estrutura
permite espaço suficiente entre os pixels para a introdução de novos entes geométricos, de modo a
oferecer uma segmentação mais precisa, que favorece a análise de imagens de altíssima resolução. Nós
Verificamos que o domínio expandido corrige deformações de borda da imersão tradicional, tanto em
imagens binárias como em níveis de cinza. Observamos também que sob circunstâncias específicas,
algumas propriedades de invariância deixam de ser preservadas no procedimento tradicional,
constituindo-se em desafios para a nova abordagem.
Palavras-Chave: segmentação ,watershed, domínio expandido, resolução ultra- alta.
Introdução
O processo de segmentação é uma etapa fundamental na análise de imagem, por fornecer subsídios à
interpretação quantitativa de seus dados. Segmentar [1] uma imagem f é particionar seu domínio de
definição D
f
em n conjuntos não vazios disjuntos X
1
, X
2
, ... , X
n
chamados segmentos, tal que a união de
todos os segmentos é igual a D
f
; ou seja, separar os objetos entre si. Especificamente para imagens de
satélite de alta resolução (3m < resolução espacial
0.5m; as classificações não são uniformes e esse
espectro pode ser denominado de altíssima ou ultra- alta resolução), que são ricas em novos detalhes, os
algoritmos tradicionais têm-se mostrado pouco eficazes [2]. Precisamente nesse contexto, o formalismo
descrito nas próximas seções propõem-se a contribuir. Na primeira seção, descrevemos duas
transformações de expansão. Na segunda, a técnica watershed. Na terceira, mostramos alguns resultados
preliminares e na última, apresentamos nossas conclusões.
A Transformação de Expansão
Seja E um subconjunto de Z
2
. A coleção P(E) de todos os subconjuntos de E, provida da relação de
inclusão (⊂), forma um conjunto parcialmente ordenado, (P(E), ⊂), e como qualquer subcoleção de
P(E) possui um supremo e um ínfimo, dizemos que ele forma um reticulado completo [3]. A Morfologia
Matemática é uma ferramenta que estuda operadores em reticulados completos, sendo de sólida
sistemática e de comprovados resultados robustos a um baixo custo econômico; como exemplo, os
hardwares desenvolvidos para processamento de imagem.
A informação digital- topológica está ligada ao conceito de conexidade digital. Banon [4] apresenta
um formalismo de análise para imagens binárias que se baseia no conceito de espaço limitado ao invés
de vizinhança, para então definir conexidade. O resultado é equivalente ao obtido usando a topologia de
Khalimsky [5], porém expressivamente mais direto, cujos novos operadores favorecem a aplicação ora
pretendida.
Seja x um ponto em Z
2
. Denotemos por δ
8
({x}), a vizinhança-8 de x.
Sejam a e b mapeamentos de Z
2
para P(Z
2
) tais que a(y)
δ
8
({2y}) e b(y) δ≡
8
({2y})
c
(o
complemento de δ
8
({2y}) em Z
2
). Sejam δ
a
e
b
ε dois mapeamentos de P(Z
2
) para P(Z
2
) definidos, para
qualquer subconjunto Y em P(Z
2
):