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Observe-se, por exemplo, que a água bruta chega à estação em um ponto próximo à Casa de
Química. Desta forma, as dosagens de sulfato de alumínio e polímero, que são os primeiros
produtos químicos a serem aplicados, se tornaram mais fáceis, e as tubulações percorrem uma
pequena distancia até os pontos de dosagem.
Por outro lado, após percorrer o seu “circuito”, passando pelos floculadores,
decantadores e filtros (que se encontram sob a Casa de Química), a água retorna para as
proximidades da Casa de Química. Isto facilita a dosagem da solução de cal hidratada, que se
dá no reservatório de água tratada, assim como a do cloro, cujos equipamentos de controle de
vazão se encontram no pavimento térreo do prédio da ETA.
Um outro ponto positivo do arranjo escolhido são os decantadores, de fluxo
ascendente com a utilização de colméias, o que permite a obtenção de altas taxas de
escoamento utilizando-se áreas reduzidas.
Se o fluxo escolhido se mostrou adequado, o arranjo físico detalhado embutiu no local
de trabalho vários inconvenientes do ponto de vista da SST, como veremos a seguir.
No aspecto ergonômico, a operações de retirada do fardo do caminhão, sua colocação
na plataforma próxima ao elevador monta-carga, seu levantamento do chão e colocação dentro
do elevador, no pavimento térreo da ETA, sua retirada do elevador no 2º pavimento, e
posterior empilhamento na Casa de Química, acarretam um esforço físico considerável para os
trabalhadores, sacrificando, em especial, a musculatura do tronco e membros superiores.
Do ponto de vista toxicológico, a forma como o hidróxido de cálcio é transportado até
a Casa de Química mantêm o produto inconvenientemente próximo do trabalhador,
propiciando sua inalação e o contato com sua pele.
Da mesma forma, o arranjo físico da área dos tanques de solução de cal maximiza o
risco químico envolvido na tarefa de diluição. Isto se deve a necessidade de o trabalhador,
para a conclusão da tarefa, carregar o fardo desde seu local de armazenamento, colocá-lo
sobre a plataforma de madeira,
a qual não possui guarda-corpo
, e, em seguida, já de pé sobre
a mesma, erguer o fardo, apóia-lo sobre a parede do tanque, cortar seu invólucro, e despeja-lo.
Esta seqüência de movimentos representa um risco considerável de acidentes por queda do
trabalhador e/ou do fardo, hipótese em que a possibilidade de intoxicação do trabalhador por
inalação, contato com a pele ou ingestão é sobremaneira aguçada.
Outro aspecto negligenciado, quando do detalhamento do arranjo físico, foi a
incompatibilidade dos produtos químicos, visto que os tanques de sulfato de alumínio, um
ácido, e os de solução de cal hidratada, uma base, foram construídos muito próximos, até