1.2 Necessidade da formação específica para a prática: a dimensão do saber prático
Em principio a formação direcionada a prática é complexa, pois, é construída fora do
espaço onde o professor deve atuar como profissional. Essa formação é direcionada ao saber
prático, ou seja, inclui toda situação que faz parte do seu cenário de atuação, a sala de aula, e
deve condicionar todo conhecimento do professor para esse o meio, Portanto, esse saber, que
já deve estar construído, oriundos da sua formação acadêmica e escolar emerge nas relações
com a sala de aula. Assim, o professor, a partir de uma formação competente e direcionada
será capaz de realizar sua atividade profissional, com adequações as suas funções
respaldadas num saber direcionadas a sua prática (TARDIF, 2003).
Portanto, a formação teórica desse professor ou professora deve estar intrinsecamente
ligada ao seu fazer posterior, ou seja, ao ensino. Este ensino que, como já foi dito se
concretizará posteriormente e trará consigo os reflexos dessa mesma formação, cuja
constituição complexa, se compõe da conexão de diversos elementos, na qualidade de,
pessoas, de ambiente, de formação, de cultura, de afetividade, de pensamento próprio e de
decisão. Assim, um elemento essencial dessa formação é perceber o aluno e, fazer com que
ele se aproprie dos propósitos do ensino colocados na sala, como exprime Coll, et al. (2003,
p. 49):
Talvez essa trama de relações complexas explique que o autoconceito seja ao
mesmo tempo causa e efeito do rendimento escolar; obviamente quem aprende é
uma pessoa, globalmente considerada de modo que o caminho que segue os
resultados que obtém não influenciam apenas determinadas capacidades (de tipo
cognitivo, por exemplo), mas a elaboração de uma imagem pessoal que, convém
recordar, nunca é neutra.
Em vista disso, é coerente dizer que o futuro professor deve ter a oportunidade de
desenvolver a competência de se relacionar com seus alunos, criando situações que
oportunizem e facilitem a comunicação, a apropriação do conhecimento, o estilo de
aprendizagem de cada um, a personalização das atividades, uma avaliação saudável e o
envolvimento real dos alunos nestas situações (PAQUAY, 2001).
Dessa forma, cabe relembrar aqui a competência para o ensino, pois cada uma das
situações colocadas acima requer um conjunto de estratégias para a realização de atividades
que resulte na aprendizagem do aluno e também do professor, pois esses saberes podem se
configurar com uma comunicação multilateral. Essa formação para a prática não pode ser
realizada distante do seu meio, mas inserido nele (a escola), é também neste envolvimento
com o meio específico que a competência para a prática vai se constituindo e fazendo parte