
A Política Exterior do Uruguai
186 DIPLOMACIA, ESTRATÉGIA E POLÍTICA - OUTUBRO/DEZEMBRO 2004
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o Mercosul e a Comunidade Andina, mais o Chile, Cuba e México. A Aladi pode
servir para promover uma articulação intra-regional que compreenda comércio,
serviços e infra-estrutura, cooperação científica e tecnológica, integração
sociocultural, convocatória e serviço a outros agentes ativos da integração (como
trabalhadores, empresários, etc.), sem incorrer no risco sempre presente da inflação
institucional.
Nesse quadro de referência, impõe-se levar em conta aqui o projeto Iirsa
(Integração da Infra-estrutura Regional Sul-Americana): um projeto concreto
que abrange comunicações, transporte, energia., etc. O Uruguai tem grande
interesse por ele, com propostas específicas, e todos os seus participantes
esperam resultados muito tangíveis.
13) Nossa política exterior não ignora, certamente, nem a oportunidade
nem a magnitude desses temas, e por isso estima-se que um exame
circunstanciado dos níveis de concertação implicados, em caráter prévio, seria
imprescindível enquanto avance o processo.
Cenários como o do próprio Mercosul, per se e ampliado, e em
coordenação com a CAN, no contexto mais amplo da integração regional
(Aladi) mostram-se adequados para o referido exercício, desde que o
instrumento institucional já exista, não sendo necessário criá-lo.
14) Desde a criação do Mercosul, até o presente, a política exterior do
Uruguai tem privilegiado, sem solução de continuidade, o fortalecimento
institucional, que é um dos seus objetivos prioritários, conforme ficou claro na
participação ativa assumida pelo país em Assunção, Ouro Preto e ultimamente
na discussão e elaboração do Protocolo de Olivos, culminadas felizmente com a
instalação oficial em Assunção, nestes dias, do Tribunal Permanente de Revisão
do Mercosul (em 13 de agosto de 2004). Sem omitir, decerto, a transformação
da Secretaria Administrativa (Decr. 30/02), antiga SAM, em Secretaria Técnica
ou simplesmente Secretaria do Mercosul, cuja competência e perspectivas
constam do excelente trabalho por ela preparado para o primeiro semestre de
2004, sob o título “Um Foco para o Processo de Integração Regional”
(Montevidéu, julho de 2004).
15) Trabalhamos também na recente criação do Coreper (Decr. 11/03,
de 6 de outubro de 2003), atribuindo a seu Presidente um importante papel
coadjuvante no desenvolvimento da integração regional e ao próprio órgão o
valor de um foco diplomático, de natureza política, que hierarquiza a