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Dulcegleika Villas Boas Sartori
Reprodutibilidade da avaliação funcional do assoalho pélvico em
mulheres multíparas continentes
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-Graduação em Bases Gerais da
Cirurgia da Faculdade de Medicina de
Botucatu UNESP, na área de
Agressão, Reparação, Regeneração
e Transplantes de Tecidos e Órgãos,
para a obtenção do título de Mestre
em Cirurgia.
Orientador: Prof. Dr. João Luiz Amaro
Botucatu – SP
2010
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Sartori, Dulcegleika Villas Boas.
Reprodutibilidade da avaliação funcional do assoalho pélvico em mulheres
multíparas continentes / Dulcegleika Villas Boas Sartori. – Botucatu, 2010.
Dissertação (mestrado) – Faculdade de Medicina de Botucatu,
Universida-de Estadual Paulista, 2010
Orientador: João Luiz Amaro
Assunto CAPES: 40101150
1. Assoalho pélvico - Força muscular - Avaliação 2. Incontinência
urinária
Palavras-chave:Assoalho pélvico;Incontinência urinária; Multíparas; Palpação
digital da vagina; Reprodutibilidade
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DEDICATÓRIA
Dedicatória
Dedico este trabalho
... A Deus, pela presença constante em minha vida, e por guiar meu caminho.
Aos meus pais, Hamilton e Maria Silvia, que com amor, não pouparam
sacrifícios para os meus estudos, além de me confortar nos momentos difíceis.
À minha querida irmã, Hellen e meu cunhado Thiago, que me apoiaram e
tornaram os meus dias mais alegres.
À Daniel, uma pessoa muito especial, por todo carinho, que com muita dedicação e
serenidade me acompanhou nessa etapa da minha vida, tornando –a mais fácil e feliz.
Agradecimentos
Agradecimentos
Agradecimentos
Quero manifestar a minha gratidão às pessoas com que contei na elaboração,
realização e conclusão deste trabalho:
Ao meu orientador Dr. João Luiz Amaro, que com sabedoria coordenou este
trabalho.
À Dra. Mônica Orsi Gameiro, por todo o incentivo, dedicação, paciência e
apoio, desde o início até a conclusão desta dissertação, e a quem tenho a mais alta
consideração e respeito.
Aos funcionários da Seção de Pós - Graduação Regina, Nathanael, Lílian,
Janete, Andréa e Felipe pela atenção e dedicação.
À minha família, em especial meu primo Márcio, minha tia Neuza e meu tio
Zeco, e todos os amigos, meus grandes incentivadores nos momentos mais difíceis dessa
caminhada.
A todos os funcionários do Instituto da Mama – Maternidade Santa
Izabel, pela amizade e acompanhamento profissional.
Ao Dr. Sérgio, diretor clínico da Maternidade Santa Izabel, por tornar
possível a realização deste trabalho.
Agradecimentos
Ao coordenador da Pós - Graduação do Departamento de Bases Gerais da
Cirurgia da Faculdade de Medicina de Botucatu-Unesp, pela oportunidade da
realização do curso.
À Selma e Meire, funcionária da biblioteca da Faculdade de Medicina de
Botucatu – FMB/UNESP, pelo auxílio nas referências.
Ao Prof. Dr. Carlos Roberto Padovani, professor titular do Departamento
de Bioestatística IB/UNESP, pela análise estatística.
As queridas alunas Thais, Ana Carolina, Patricia, Michele e Juliana por
todo auxílio.
As fisioterapeutas Juliana Moreno e Karina Bueno, pela amizade,
cumplicidade e dedicação em que tiveram com o projeto.
Aos doutores Rodrigo e Filemon, pela disponibilidade, atenção e
aprendizagem.
A todas as pacientes, razão primordial de todo o desenvolvimento da ciência
médica.
Agradecimentos
A todos que torceram pela conclusão deste trabalho e assim colaboraram de
maneira muito especial.
Sumário
SUMÁRIO
Sumário
Resumo ...................................................................................................... 11
Abstract ...................................................................................................... 14
Lista de Figuras .......................................................................................... 16
Lista de Tabelas ......................................................................................... 18
Lista de Gráficos......................................................................................... 20
Lista de Abreviaturas e Siglas .................................................................... 22
Anexo I ........................................................................................... 68
Anexo II ............................................................................................ 69
Anexo III ........................................................................................... 71
1 – Introdução ........................................................................................ 24
2 – Objetivo ............................................................................................ 30
3 – Materiais e Métodos ........................................................................ 32
4 – Resultados ....................................................................................... 39
5 – Discussão ........................................................................................ 49
6 – Conclusão ........................................................................................ 55
7 – Referências Bibliográficas ................................................................ 57
8 – Anexos ............................................................................................. 67
Resumo
RESUMO
Resumo
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi estudar a função e a reprodutibilidade da
avaliação subjetiva do assoalho pélvico, utilizando a palpação vaginal digital, em
mulheres continentes de diferentes faixas etárias.
Materiais e Métodos: Foram estudadas prospectivamente 150 mulheres multíparas,
saudáveis, sem disfunções urinárias, distribuídas em quatro grupos, G1 (n=37)
mulheres na faixa etária de 30 a 40 anos, G2 (n=39) na faixa de 41 a 50 anos, G3
(n=39) na faixa de 51 a 60 anos e G4 (n=35) acima de 60 anos. Os dados
demográficos, como idade, número de partos, índice de massa corpórea (IMC),
atividade física e sexual, foram obtidos por questionário. A avaliação subjetiva dos
músculos do assoalho pélvico (MAP) foi feita por palpação digital da vagina nas
porções anterior e posterior por três examinadores. Foi utilizada a classificação
descrita por Amaro e col, 2003, foi garantido sigilo entre os examinadores.
Resultados: A média de idade foi de 35, 45, 54 e 66 anos em G1, G2, G3 e G4
respectivamente. 69,3% das mulheres tinham atividade sexual e 40,7% atividade
física regular. O IMC foi classificado como normal no G1 e pré-obeso no G2, G3 e
G4, sendo significativamente menor no G1 em relação ao G4 (p<0,05). O número de
partos vaginais foi menor no G2 em relação ao G4 (p<0,05), e de cesáreas foi menor
no G4 em relação aos grupos G2 e G3. Não houve diferença estatística significativa
entre os graus de contração muscular e entre a porção anterior e posterior do AP
(p>0,05). A concordância plena da palpação digital na porção anterior foi de 44,7% e
na posterior 55,3%, não houve diferença estatística significativa. Conclusão: Houve
concordância entre os diferentes examinadores do método subjetivo de palpação
digital do AP na porção anterior e posterior do AP independente da faixa etária
garantindo a reprodutibilidade do método.
Resumo
Palavra-chave: palpação digital da vagina; multíparas; assoalho pélvico; mulheres
continentes; reprodutibilidade.
Abstract
ABSTRACT
Abstract
Objective: The aim of this study is to assess the function and the reproductibility of
subjective evaluation of pelvic floor muscle (PMF) using the digital vaginal palpation
in continent women from different age ranges. Materials and methods: 150 healthy
multipararous women were studied with no urinary dysfunction, distributed in four
different groups: G1 (n=31) from 30 to 40 years; G2 (n=39) from 41 to 50 years; G3
(n= 39) from 51 to 60 years; and G4 (n=35) over 60 years. The demographic data,
such as age, number of deliveries, body mass index ( BMI ), physical and sexual
activity, were all obtained using a questionnaire. The subjective assessments of the
pelvic floor muscles (PFM ) were performed by three different examiners using
transvaginal digital palpation (TDP) in the anterior and posterior areas. It was used
tha classification as described by Amaro et al, 2003, the secret amongst the
examiners was granted. Results: The ages were in average 35, 45, 54 and 66 years
old in G1, G2, G3 and G4 respectively. 69,3% of the women had sexual activity and
40,7% had regular physical activities. The BMI was classified was significantly lower
in G1 in comparasion to G4 (p<0,05). The number of natural deliveries was lower in
G2 in comparasion to G4 ( p<0,05), and the number of caesarian was lower in G4 in
comparasion to groups G2 and G3. There was no statistical difference between the
subjective evaluation of PMF, neither the anterior and posterior area Threre was
44,7% agreement among the different examiners using TDP in the anterior and of
55,3%in the posterior, there was no statistical difference. Conclusion: There was an
agreement among the different examiners in the subjective evaluation of PMF using
TDP in the anterior and posterior area independent of the age range, demonstrating
the reproducibility of this method.
Key words: digital vaginal palpation; multipara; pelvic floor; continent women;
reproducibility.
Lista de Figuras
Lista de Figuras
Lista de Figuras
Figura 1 Ilustração do assoalho pélvico feminino ...........................................
25
Figura 2 Ilustração da inervação do assoalho pélvico ....................................
26
Figura 3 Ilustração do parto vaginal e a relação da cabeça do feto com o
AP.......................................................................................................
27
Figura 4 Ilustração do posicionamento da paciente durante a avaliação
subjetiva do assoalho pélvico............................................................
35
Figura 5 Ilustração da avaliação do assoalho pélvico pela palpação digital
na porção anterior..............................................................................
36
Figura 6 Ilustração da avaliação do assoalho pélvico pela palpação digital
na porção posterior............................................................................
36
Lista de Tabelas
LISTA DE TABELAS
Lista de Tabelas
Tabela 1 Classificação do Índice de Massa Corpórea (IMC) segundo
Organização Mundial da Saúde (WHO) (2006).........................
34
Tabela 2 Classificação subjetiva em diferentes graus de contração
muscular assoalho pélvico (Amaro e col., 2003).....................
37
Tabela 3 Característica demográfica da população.................................
40
Tabela 4 Correlação entre avaliação subjetiva do AP na porção
anterior e posterior segundo examinadores e grupos (faixa
etária).........................................................................................
44
Tabela 5 Associação entre avaliação da porção anterior e posterior do
assoalho pélvico, segundo examinadores.................................
45
Tabela 6 Freqüência de concordância plena e restrita entre
examinadores, segundo palpação digital anterior e posterior e
faixa etária.................................................................................
46
Tabela 7 Freqüência de concordância plena e restrita entre
examinadores, segundo palpação digital anterior e posterior
na população geral....................................................................
47
Tabela 8 Frequência de concordância e discordância entre
examinadores segundo palpação digital anterior e posterior
na população geral....................................................................
47
Lista de Gráficos
Lista de gráficos
Lista de Gráficos
Gráfico 1 Correlação entre aumento de peso corporal e idade ...............
41
Gráfico 2 Representação da avaliação subjetiva do AP na porção
anterior nas diferentes examinadoras………………………......
43
Gràfico 3 Representação da avaliação subjetiva do AP na porção
posterior nas diferentes examinadoras……………………........
43
Lista de Abreviaturas e Siglas
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Lista de Abreviaturas e Siglas
AP Assoalho pélvico
Fig Figura
MAP Músculo do assoalho pélvico
IMC Índice de massa corpórea
IU Incontinência Urinária
IUE Incontinência urinária de esforço
IUU Incontinência urinária de urgência
IUM Incontinência urinária mista
ICS International Continence Society (Sociedade Internacional de
Continência)
G1 Grupo 1
G2 Grupo 2
G3 Grupo 3
G4 Grupo 4
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
M Metro
Kg Kilograma
WHO World Health Organization
TAB Tabela
DD Decúbito dorsal
MMII Membros inferiores
USC Universidade do Sagrado Coração
Introdução
24
1. INTRODUÇÃO
Introdução
25
A continência urinária na mulher é conseqüente à interação de vários
fatores: capacidade de transmissão da pressão abdominal para a uretra, integridade
anatômica e funcional do assoalho pélvico (AP) e das estruturas responsáveis pelo
suporte do colo vesical (Palma e Rodrigues, 2004).
A anatomia pélvica é composta pelo conjunto de ossos, músculos
ligamentos que formam o assoalho pélvico e por órgãos, a bexiga, vagina, útero e
reto, que determinam sua função normal (Rocha e Fraga, 2005).
A pelve é uma estrutura ósteo - articular de grande importância por
sua função de proteção e sustentação dos órgãos da cavidade pélvica, atuando
ainda como ponto de fixação para os músculos do assoalho pélvico (MAP) e das
forças ascendentes (apoio no solo) e descendentes (peso do corpo) transferidas nos
membros inferiores, além de manter a continência urinária e fecal (Moreno, 2004;
Oliveira e Lopes, 2006).
O assoalho pélvico está localizado na parte inferior da cavidade
abdomino-pélvica e é formado por uma rede de músculos e fascia. Ele é composto
por: peritônio parietal e diafragma pélvico, pelos músculos levantador do ânus, que
compreende o pubococcígeo e iliococcígeo, puborretal, coccígeos e suas fáscias de
revestimento (Júnior e Júnior, 2004) (Fig 1). Esses músculos são inseridos na parte
frontal ao osso púbico e na parte posterior ao cóccix (Sanches, 2008).
Figura 1. Ilustração do assoalho pélvico feminino.
Introdução
26
As fibras musculares do AP são divididas em: tipo I, de contração
lenta, que correspondem a 70% da sua composição e do tipo II, de contração rápida
(30%). Devido esta composição, o AP é capaz de manter o tônus muscular por um
período prolongado e se contrair repentinamente em situações decorrentes do
aumento da pressão intra-abdominal tais como tosse e espirro (Ciofu e Haab, 2005).
Essa musculatura é inervada por ramos dos 2º, 3º e 4º nervos
sacrais, tendo como principais os nervos pudendo e perineais (Júnior e Júnior, 2004),
(Fig 2).
Figura 2. Ilustração da inervação do assoalho pélvico.
Algumas condições tais como gestação e trabalho de parto ,
deficiência estrogênica, constipação crônica, envelhecimento fisiológico, podem
acarretar deficiência funcional da musculatura do AP (Silva e Silva, 2003).
Em relação à gestação, o incremento do peso corporal materno e o
peso do útero gravídico distendendo sobre a parede abdominal e o AP, aumentam a
pressão sobre esta musculatura, constituindo fatores de risco para deterioração da
sua força. O aumento do índice de massa corpórea (IMC) nesse período, a
multiparidade, o parto por via vaginal e o período prolongado de expulsão também
contribuem para o enfraquecimento do AP (Polden e Mantle, 2005).
Pudendo
S2
S3
S4
Introdução
27
Desse modo durante a gestação, o músculo levantador do ânus pode
ser lesado por dois mecanismos: trauma direto, causado pela lesão mecânica ou
decorrente da distensão do próprio músculo, ou indireto, causado pela lesão da sua
inervação (Brinquet, 1994) (Fig 3). Esse fato pode ser decorrente da pressão
exercida pela cabeça do feto no AP sem que este esteja dilatado o suficiente para a
sua passagem, favorecendo assim estas lesões (Henry e col., 1982).
Cabeça do feto
Pubis AP
Figura 3. Ilustração do parto vaginal e a relação da cabeça do feto com o AP
Os esforços defecatórios crônicos ou constipação intestinal
contribuem para neuropatia progressiva e consequente disfunção do AP. A
defecação normal é acompanhada de relaxamento do músculo puborretal e abertura
do ângulo anorretal para esvaziamento da ampola. Em algumas mulheres isso não
ocorre, e desta forma o esvaziamento retal ocorre pela contração da musculatura
abdominal (Towers, 2004). Outra condição responsável pelo aumento da pressão
intra-abdominal, causando alterações no suporte pélvico é a obesidade (Moreno,
2004). O excesso de peso corporal pode contribuir para o enfraquecimento dos
músculos e fáscias, por meio de ação mecânica e de lesões neurológicas nas
Introdução
28
estruturas do AP, podendo desencadear incontinência urinária (IU) (Mydlo, 2004;
Lara, 2005).
O envelhecimento fisiológico também está associado ao declínio na
função e performance neuromuscular, cujas características são: redução da massa
músculo - esquelética e perda de força associada (Doherty, 2003). Estudos têm
demonstrado que a fibra muscular atinge seu tamanho máximo na terceira ou quarta
décadas de vida e depois se inicia um processo de degeneração gradativa, sendo
mais intenso nos músculos onde há predomínio de fibras do tipo II, justificando dessa
forma maior incidência de incontinência urinária de esforço em mulheres idosas
(Proctor e col., 2004; Thompson, 2004;).
No processo de envelhecimento fisiológico, a menopausa ocorre em
média aos 51,4 anos e é o período no qual ocorrem gradualmente mudanças na
produção hormonal e no metabolismo. Os hormônios mais afetados são os
produzidos pelos ovários e incluem o estrogênio, progesterona e androgênio. Os
sintomas se manifestam de forma variada, dentre eles destacam-se as alterações de
trato urinário e aparelho reprodutor como dispareunia, prurido vaginal, urgência
miccional, cistite e incontinência urinária de esforço (Pires, 2007).
De acordo com a International Continence Society (ICS), entende-se
por incontinência urinária qualquer perda involuntária de urina. Pode ser definida
como um sintoma, sinal, observação urodinâmica, ou condição. Com base nos sinais
e sintomas, a incontinência urinária pode ser classificada como: incontinência
urinária de esforço (IUE) quando há uma perda de urina durante tosse, espirro ou
esforço físico; incontinência de urgência (IUU) quando há perda de urina associada à
um desejo de urinar súbito; incontinência urinária mista quando os dois fatores
anteriores estão associados (Messelink e col., 2005).
Introdução
29
Essa condição constitui um dos maiores problemas de saúde pública,
afetando a qualidade de vida das mulheres adultas em sua idade reprodutiva e na
menopausa (Liu e col., 2006).
Desta forma, a avaliação do AP é um importante parâmetro podendo
auxiliar na profilaxia e no tratamento de suas disfunções miccionais (Peschers e col.,
2001).
Várias técnicas têm sido propostas para avaliar a função dos
músculos do assoalho pélvico como: observação visual, palpação digital da vagina,
perineometria, ultrassonografia, ressonância magnética e eletromiografia (Abrams e
col., 2002; Bø e Sherburn, 2005).
A palpação digital da vagina para avaliação funcional e tratamento
do AP foi proposta inicialmente por Kegel em 1948, é um método subjetivo
comumente utilizado na prática clínica devido à rapidez da obtenção de dados, baixo
custo e facilidade na sua realização, tendo em vista que não requer qualquer tipo de
equipamento. É bem tolerado pelas pacientes e pode ser considerado minimamente
invasivo (Hundley e col., 2005). Entretanto, a sua correlação com métodos objetivos
de avaliação do AP e sua reprodutibilidade são ainda questionáveis (Amaro et al.,
2003; 2005). Foram ainda propostas diversas classificações para avaliação subjetiva
do AP (Shusseler e col., 1994; Haslan, 1999; Ortiz e col., 1996; Amaro e col., 2003).
A International Continence Society (ICS) em seu consenso se
refere à palpação digital da vaginal como método fácil para avaliar a função de
contração e relaxamento do AP (Messelink e col., 2005). Entretanto trata-se de um
método subjetivo e pode sofrer influência da experiência dos examinadores.
Objetivo
30
2. OBJETIVO
Objetivo
31
Nosso objetivo foi estudar a função e a reproduttibilidade da
avaliação subjetiva dos músculos do AP, utilizando a palpação bidigital da vagina
em mulheres continentes de diferentes faixas etárias.
Materiais e Métodos
32
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais e Métodos
33
Foram avaliadas 150 mulheres continentes voluntárias saudáveis,
divididas em quatro grupos segundo a faixa etária, G1 (n=37) de 30 a 40 anos, G2
(n=39) de 41 a 50 anos, G3 (n=39) de 51 a 60 anos e G4 (n=35) acima de 60 anos,
acompanhadas na rotina do Instituto da Mama da Maternidade Santa Izabel – Bauru
- São Paulo. Esse estudo foi aprovado pelo “Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade do Sagrado Coração” (USC) (ANEXO I). Todas as participantes foram
esclarecidas sobre a importância do estudo e ao consentirem participar, assinaram o
“Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (TCLE) (ANEXO II).
Para composição dos grupos foram excluídas as mulheres
portadoras de IU, doenças neurológicas, cirurgias pélvicas prévias, diabéticas,
tabagistas, com dificuldades cognitivas (Sampselle, 1998; Di Stefano e col., 2000;
Meyer e col., 2001; Wijma e col., 2001).
Todas as mulheres foram avaliadas por meio de questionário clínico
(ANEXO III), onde foram obtidos dados pessoais, freqüência de atividade física,
atividade sexual, história obstétrica e ginecológica.
O IMC foi calculado utilizando a fórmula: IMC = peso / altura
2
. Para
isso, foi realizada medida da altura (m) e aferido o peso corpóreo (Kg) utilizando
balança digital com estadiômetro da marca Lider. Durante essas medidas, as
participantes retiraram os sapatos e as vestimentas pesadas. Os resultados foram
distribuídos segundo a classificação preconizada pela Organização Mundial da
Saúde (WHO, 2006) (Tab. 1).
Materiais e Métodos
34
Tabela 1. Classificação do Índice de Massa Corpórea (IMC) segundo WHO (2006).
Estado Nutricional IMC (Kg / m
2
)
Baixo peso < 18,50
Magreza severa < 16,00
Magreza moderada 16,00 – 16,99
Magreza leve 17,00 – 18,49
Normal 18,50 24,99
Sobrepeso >= 25,00
Pré-Obeso 25,00 29,99
Obeso >= 30,00
Obeso grau I 30,00 – 34,99
Obeso grau II 35,00 – 39,99
Obeso grau III >= 40,00
A função da musculatura do AP das mulheres foi avaliada
subjetivamente por palpação bidigital.
As voluntárias foram posicionadas em decúbito dorsal (DD),
desnudas da cintura para baixo, cobertas com lençol e com os membros inferiores
(MMII) fletidos e abduzidos (Fig. 4).
Materiais e Métodos
35
Figura 4. Ilustração do posicionamento da paciente durante a avaliação subjetiva do
AP.
Inicialmente, as voluntárias foram instruídas quanto à correta
contração dos músculos do AP. Após a instrução, foram avaliadas por três
examinadores diferentes, que realizaram o exame individualmente, com intervalo de
aproximadamente 2 minutos entre cada um, a classificação foi transcrita em sigilo e
separadamente, para que não houvesse interferência na avaliação entre as
diferentes examinadoras.
A avaliação foi padronizada entre as examinadoras, que
introduziram o dedo médio e indicador no intróito vaginal, abduziram os dedos e
solicitaram uma contração voluntária dessa musculatura contra seus dedos
supinados, quando avaliada a porção anterior (Fig 5) e pronados quando avaliada a
porção posterior (Fig 6) e que ela sustentasse essa contração por quanto tempo
fosse possível. As examinadoras foram devidamente treinadas para a realização do
teste, sendo três profissionais fisioterapeutas capacitadas em saúde da mulher,
caracterizadas em nosso estudo como examinadoras 1, 2 e 3, sendo que a 1 e 3 são
formadas há 4 anos e a 2 há 5 anos.
Materiais e Métodos
36
Foi considerada concordância plena quando houvesse concordância
entre todas as examinadoras, e restrita, quando pelo menos duas entre elas
concordassem.
Figura 5. Ilustração da avaliação do assoalho pélvico pela palpação digital na porção
anterior.
Figura 6. Ilustração da avaliação do assoalho pélvico pela palpação digital na porção
posterior.
A classificação do grau de força da contração foi feita de acordo com a
resposta muscular em oposição aos dedos do examinador, conforme a descrição de
Amaro e col., 2003 (Tab. 2).
Materiais e Métodos
37
Tabela 2. Classificação subjetiva em diferentes graus de contração muscular do
assoalho pélvico (Amaro e col., 2003).
Grau Palpação Digital
0 Ausência de Contração muscular
1 Contração leve
2 Contração moderada – não sustentada por mais de 6 segundos
3 Contração normal – sustentada por mais de 6 segundos
Materiais e Métodos
38
ANÁLISE ESTATÍSTICA
O estudo das variáveis qualitativas foi realizado utilizando-se o Teste
de Goodman (Goodman, 1965) para contraste entre e dentro de populações
multinomiais e para variáveis qualitativas.
Para análise de amostras independentes foi utilizado o teste não-
paramétrico de Mann Whitney.
Para a análise de comparações múltiplas foi utilizado o teste de
Tukey e a técnica da análise de variância não-paramétrica de Kruskal-Wallis
complementada com o teste de comparações múltiplas de Dunn (Zar, 1999).
Para freqüência de concordância foi utilizado o teste do Quiquadrado
e medida da associação linear entre as variáveis qualitativas.
A análise estatística foi realizada com nível de 5% de significância
(Norman e Streiner, 1994).
As tabelas de dupla entrada das proporções de respostas foram
configuradas contendo nas linhas a distribuição multinominal dos grupos e nas
colunas as categorias de resposta variável. Para indicação de significância das
comparações utilizaram-se letras minúsculas para comparação entre anterior e
posterior e maiúscula entre concordância e discordância. Proporções de uma mesma
letra minúscula numa categoria de resposta referenciada não diferem na comparação
dos grupos (p<0,05).
Resultados
39
4. Resultados
Resultados
40
A média de idade foi de 35, 45, 54 e 66 anos em G1, G2, G3 e G4
respectivamente (Tab 3).
A menarca ocorreu em média aos 13 anos nos grupos G1, G3 e G4
e aos 12 anos no G2 (Tab 3).
Tabela 3: Característica demográfica da população estudada
Grupos G1 G2 G3 G4
Idade
Menarca
35
13
45
12
54
13
66
13
Das 150 mulheres avaliadas, 69,3% relataram que tinham atividade
sexual e 40,7% delas praticavam atividade física regularmente, em média 3 vezes
por semana.
A média do IMC foi de 24,9 no G1 (normal), de 26,5; 25,7 e 28
Kg\m² nos grupos G2, G3 e G4 respectivamente. O IMC foi significativamente menor
no G1 em relação ao G4 (Gráfico 1) (p <0,05). Não houve diferença estatisticamente
significativa entre os demais grupos (p>0,05) (Gráfico 1).
Resultados
41
23
23,5
24
24,5
25
25,5
26
26,5
27
27,5
28
28,5
G1 G2 G3 G4
IMC (Kg\m²)
Gráfico 1. Correlação entre aumento de peso corporal e idade.
Na população geral (n=150) quando correlacionamos o IMC e a
frequencia de atividade física segundo a avaliação subjetiva do assoalho pélvico
observamos uma associação negativa entre estas variáveis somente no grau 3, na
avaliação da porção posterior do AP, demonstrando que a melhora da força muscular
esta relacionada aos menores pesos corporais e a maior atividade física (r = - 0,322;
p<0,05).
Considerando a população geral (n=150) quando correlacionamos o
número de partos vaginais e a frequencia de atividade física, observamos que existe
uma correlação positiva entre estas variáveis (r= 0,178; p<0,05), ou seja, as
mulheres com maior atividade física tiveram mais partos vaginais.
Na correlação do número de partos cesáreas com a frequência de
atividade física , observamos uma associação negativa entre estas variáveis,
demonstrando um maior número de partos cesáreas nas mulheres que tem pouca
atividade física (r = - 0,168; 0<0,05).
Resultados
42
Existe correlação positiva entre a idade e o IMC (0,188), ou seja,
durante o envelhecimento fisiológico notamos um ganho de peso.
O número de partos vaginais foi significativamente menor em G2 em
relação ao G4, e não houve diferença estatisticamente significativa entre os demais
grupos.
O número de partos cesárea foi significativamente menor no G4 em
relação aos grupos G2 e G3, não houve diferença estatisticamente significativa entre
os demais grupos (p>0,05).
Para facilitar o entendimento, referentes ao número total de
mulheres (n=150) os dados da avaliação subjetiva do AP serão separados em
relação a região anterior e posterior nas diferentes examinadoras.
Na porção anterior, na examinadora 1, não houve diferença
estatisticamente significativa entre os diferentes graus de avaliação. Nas
examinadoras 2 e 3, na porção anterior, houve uma proporção significativamente
menor de grau 3 em relação aos graus 1 e 2 (Gráfico 2).
Na porção posterior, na examinadora 1, houve uma proporção
significativamente menor de grau 1 em relação ao grau 2 (Gráfico 3). Na porção
posterior, na examinadora 2, houve uma proporção significativamente menor de
graus 1 e 3 em relação ao 2 (Gráfico 3). Na porção posterior, na examinadora 3, não
houve diferença estatisticamente significativa entre os diferentes graus (Gráfico 3).
Resultados
43
Gráfico 2. Representação da avaliação subjetiva do AP na porção anterior nas
diferentes examinadoras
.
0 1020304050
Ex 3
Ex 2
Ex 1
Porcentagem
Grau 3
Grau 2
Grau 1
(p<0,05)
Gráfico 3. Representação da avaliação subjetiva do AP na porção posterior nas
diferentes examinadoras.
0102030405060
Ex 3
Ex 2
Ex 1
Porcentagem
Grau 3
Grau 2
Grau 1
(p<0,05)
Resultados
44
Quando comparamos a avaliação subjetiva do AP na porção anterior
e posterior houve uma proporção significativamente menor de grau 3 na porção
anterior em relação a posterior (18% versus 32%) considerando a examinadora 3.
Não houve diferença estatisticamente significativa nas demais examinadoras em
relação à porção anterior e posterior (p>0,05).
Considerando a correlação entre a avaliação feita na porção anterior
e posterior, segundo os diferentes examinadores e faixa etária, notou-se no
examinador 1 uma concordância que variou de 57,05 a 72,35%, no examinador 2, de
55,59 a 71%, e no examinador 3 de 59,16 a 74,24% , independente da faixa etária,
não houve diferença estatística significativa entre os examinadores (Tab 4) (p>0,05).
Tabela 4. Correlação entre avaliação subjetiva do AP na porção anterior e posterior
segundo examinadores e faixa etária.
Examinadores Concordância
1 57,05 72,35%a
2 55,59 71,01%a
3 59,16 74,24%a
p>0,05
Quando consideramos a concordância da avaliação anterior e
posterior da força do AP na população total de mulheres (n=150), observamos um
padrão homogêneo de distribuição das variáveis nos diferentes examinadores.
Houve uma concordância em 64,7, 63,3 e 66,7% nos examinadores 1, 2 e 3
Resultados
45
respectivamente. Não houve diferença estatisticamente significativa entre
concordância e discordância (Tab 5).
Tabela 5 – Associação entre avaliação da porção anterior e posterior do assoalho
pélvico, segundo examinadores.
Examinadora 1 Examinadora 2 Examinadora 3
Concord.
64,7a
Discord.
35,3ª
Concord.
63,3a
Discord.
36,7ª
Concord.
66,7a
Discord.
33,3a
Em relação à avaliação feita pela palpação digital do assoalho
pélvico na porção anterior, a concordância plena foi de 37,8, 38,5, 43,6 e 60% nos
grupos G1, G2, G3 e G4 respectivamente, não havendo diferença estatística
significativa entre os grupos (p>0,05) (Tab 6). A concordância restrita foi de 59,5,
58,9, 48,7 e 40% nos grupos G1, G2, G3 e G4 respectivamente, não houve diferença
estatística entre os grupos. Não houve diferença estatisticamente significativa entre
discordância plena e restrita nas diferentes faixas etárias (Tab.6)
Resultados
46
Tabela 6. Freqüência de concordância plena e restrita entre examinadores, segundo
palpação digital anterior e posterior e faixa etária.
Situação
Grupos Palpação
digital
Concordância
Plena
Concordância
Restrita **
30 – 40 anos Anterior 14 (37,8%)aA 22 (59,5%)aA
Posterior 15 (40,5%)aA 21 (56,8%)aA
41 – 50 anos Anterior 15 (38,5%)aA 23 (58,9%)aA
Posterior 12 (30,8%)aA 26 (66,6%)aA
51 – 60 anos Anterior 17 (43,6%)aA 19 (48,7%)aA
Posterior 18 (46,2%)aA 18 (46,4%)aA
> 60 anos Anterior 21 (60,0%)aA 14 (40,0%)aA
Posterior 16 (45,7%)aA 18 (51,4%)aA
**pelo menos dois examinadores (p>0,05)
Ao consideramos a avaliação da população geral (n=150) feita pela
palpação digital do assoalho pélvico na porção anterior, a concordância plena foi de
44,7% e a restrita de 52%, sendo que não houve diferença estatística significativa
(Tab. 7). Ao considerarmos a avaliação da porção posterior a concordância plena foi
de 40,7% e a restrita 55,3%, não houve diferença estatística significativa (p>0,05).
Não houve diferença estatisticamente significativa entre a porção anterior e posterior
(p>0,05) (Tab.7)
Resultados
47
Tabela 7. Freqüência de concordância plena e restrita entre examinadores, segundo
palpação digital anterior e posterior na população geral.
Situação
Palpação digital Concordância Plena Concordância Restrita
Anterior 44,7 aA 52 aA
Posterior 40,7 aA 55,3 aA
Considerando a população geral (n=150) houve concordância de
aproximadamente 45% na avaliação da porção anterior, não houve diferença
estatística significativa (p>0,05). Na avaliação da porção posterior houve uma
discordância significativamente maior (59,3%) entre os examinadores (p<0,05) (Tab.
8).
Tabela 8. Frequência de concordância e discordância entre examinadores segundo
palpação digital anterior e posterior na população geral.
Situação
Palpação digital Concordância Discordância
Anterior 44,7 aA 55,3 aA
Posterior 40,7 aA 59,3 aA
Na associação entre palpação digital do AP na porção anterior e
posterior segundo examinador e faixa etária não houve diferença estatisticamente
significativa entre concordância e discordância nas diferentes faixas etárias ou
grupos (p>0,05) nem em relação aos diferentes examinadores (p>0,05).
Discussão
48
5. Discussão
Discussão
49
A menarca ocorreu foi em média aos 13 anos nos grupos G1, G3 e
G4 respectivamente e aos 12 anos no G2, esse dado está de acordo com a literatura
que considera normal a ocorrência de menarca entre 11 e 13 anos (Benson, 1981).
Das 150 mulheres estudadas, 40,7% delas relataram a prática de
atividade física regular, em média 3 vezes por semana. Moreira e Townsend
observaram a importância da atividade física de baixo impacto na manutenção da
função do assoalho pélvico e da continência urinária (Moreira, 1999; Townsend e
col., 2008). Por outro lado Bo, 2004 observou não haver correlação entre atividade
física regular e melhora da função do AP.
Em nosso estudo, o IMC das mulheres do G1 (30 a 40 anos) foi
classificado como normal, e nos grupos 2, G3 e G4 como pré-obesos segundo a a
WHO (2006), demonstrando existir correlação entre o aumento de peso corporal e
aumento da idade. Esses dados estão de acordo com a literatura, pois em estudo
realizado por Panatopoulus e col., 1997, 50% das mulheres européias referiram ter
aumentado em torno de 4,5Kg na menopausa. Lins e Sichieri, 2001, estratificaram as
mulheres por faixa etária e observaram o aumento de peso nas mulheres na
menopausa quando comparadas as que não estavam, mostrando prevalência mais
elevada na faixa etária entre 35 e 49 anos. Outros autores, no entanto, não
encontraram relação direta do IMC, tempo de menopausa e paridade (Guarisi e col.,
2001). Houve uma correlação negativa entre IMC e a frequência da atividade física,
demonstrando que as mulheres com maior peso corporal praticam atividade física.
Em relação ao número de partos, observamos que os partos vaginais
foram significativamente maiores no G4 , demonstrando uma predominância de
partos cesáreas nas mulheres com idade maior que 60 anos. Esses dados estão de
acordo com o Ministerio da Saúde , que atualmente descreve ocorrência de 43% de
partos cesáreas , com maior indice de concentração na região sudeste e centro-
Discussão
50
oeste em nosso país. Na rede pública de saúde a taxa de partos cesárea é de
aproximadamente de 26% e na particular de 80%. Ainda que haja incentivo para a
realização do parto vaginal, a maior parte das mulheres opta por parto cesárea
desconhecendo os riscos desta opção, e deste modo poderia justificar a maior
incidência de casáreas em faixas etárias mais jovens (Ministério da Saúde, 2004).
A International Continence Society (ICS) vem definido por meio de
consensos, os métodos diagnóstico e de tratamento das disfunções do assoalho
pélvico com enfoque científico para os mesmos (Abrams e col.,2002). Em 2002,
padronizou a avaliação do assoalho pélvico pela palpação digital da vagina por se
tratar de método fácil e confiável, recomendando sua utilização em uma escala de
quatro graduações (Abrams e col.,2002; Messelink e col.,2005). Em nosso estudo,
utilizamos uma escala de quatro graus com intensidade variando de 0 a 3
modificada, conforme descrito por Amaro e col., 2003 com o objetivo de facilitar a
reprodutibilidade e o entendimento na prática clínica. Muitos autores não consideram
a palpação digital da vagina como método sensível e reprodutível para a avaliação
do AP (Worth e col., 1986; Brink e col., 1994; Bo e Finckenhagen, 2001). Outros
autores relataram ainda que este seria o melhor método qualitativo para avaliar a
contração e a força muscular do AP (Bo e Finckenhagen, 2001; Laycock e Jerwood,
2001), avaliando assim a função do AP (Slieker-tenHove e col., 2009). Discute-se
ainda a necessidade de outros métodos de avaliação e função do AP como
perineometria, ultrassonografia, eletromiografia e ressonância magnética. No entanto
cada um deles apresenta vantagens e desvantagens, não tendo ainda sido definido
qual seria o melhor entre eles (Bo e Sherburn, 2005).
A avaliação digital da vagina é um método frequentemente utilizado
na prática clínica apesar de não mensurar as diferentes características do AP
(Messelink e col., 2005).
Discussão
51
Em nosso estudo foram incluidas mulheres continentes de diferentes
faixas etárias a partir dos 30 anos, com o objetivo de avaliar a função dos músculos
do AP e a interferência do declínio da capacidade funcional do organismo durante o
envelhecimento fisiológico aasim como a reprodutibilidade do método (Mc Ardle,
2008).
Consideramos esse método reprodutível, de baixo custo e fácil de
ralizar, porém não deve ser utilizado isoladamente para diagnosticar disfunções do
AP, ou para indicação do tratamento da IU. Como a instrução verbal é o comando
para desencadear a contração dos músculos do assoalho pélvico, mesmo que tenha
sido padronizado, existe interferência da experiência e didática do examinador
durante o procedimento (Slieker-tenHove et al., 2009).
Existe uma tendência de se diminuir a graduação nas escalas
utilizadas na avaliação pela palpação digital da vagina, a fim de torná-la mais
reprodutível (Laycock, 1994; Ortiz e col., 1994; Ortiz e col., 1996; Amaro e col.,
2003).
Em nosso trabalho verificamos a reprodutibilidade do método da
palpação digital da vagina como avaliação subjetiva dos músculos do AP com
diferentes examinadoras, tendo em vista que de 25 a 30% das mulheres saudáveis e
continentes não tem consciência de contração dos músculos do assoalho pélvico e
utilizam músculos acessórios (Kegel, 1948; Bo e col., 1988; Amaro e col., 2005;
Shepherd, 1990; Thompson e col., 2006).
Na padronização da terminologia e avaliação proposta pela
International Continence Society, os autores descrevem que pode haver diferenças
na função dos músculos do assoalho pélvico na avaliação pela palpação digital
vaginal, podendo ainda haver diferença entre a correlação da porção muscular
anterior e posterior do assoalho pélvico.
Discussão
52
Em nosso estudo não foi observada diferença estatística significativa
entre os diferentes graus de contração muscular e entre as porções anterior e
posterior do AP nos diferentes examinadores.
Na comparação da avaliação feita da porção anterior e posterior do
AP, houve uma proporção significativamente menor na porção anterior no grau 3 de
contração muscular em relação a posterior, considerando a examinadora 3,
demonstrando as diferentes interpretações entre examinadores tanto na porção
anterior e posterior quanto nos graus de classificação.
Nossos resultados estão de acordo com a literatura que relata a
dificuldade de avaliação dos músculos do assoalho pélvico pela palpação digital da
vagina devido sua característica anatômica. Essa avaliação depende ainda da
habilidade e experiência dos examinadores. Os examinadores que participaram do
estudo tinham 4 a 5 anos de experiência profissional após a graduação e ainda
assim houveram difrentes interpretações do graus de contração do asoalho pélvico, e
da classificação das mesmas.
Em nossa serie não houve diferença estatística significativa na
proporção de concordância plena e restrita nas diferentes faixas etárias, seja na
avaliação feita pela palpação digital do assoalho pélvico na porção anterior ou
posterior. E na associação entre palpação digital do AP na porção anterior e posterior
segundo examinador e faixa etária não houve diferença estatisticamente significativa
entre concordância e discordância nas diferentes faixas etárias ou grupos nem em
relação aos diferentes examinadores.
Nosso estudo esta de acordo com a literatura que observa
reprodutibilidade do método palpação digital intra examinadoras com algumas
restrições (Bo e Finckenhagen, 2003; Fitzgerald et., 2007; Frawley et al., 2006;
Slieker-tenHove et al., 2009) . Sliekerten-ten Hove et al. em 2009, realizaram um
Discussão
53
estudo de reprodutibilidade com 4 examinadores diferentes, que avaliaram 41
mulheres por palpaçãp digital, demonstrando alta taxa de reprodutibilidade do
método intra observadores e baixa inter examinadores. Segundo o autor, a
classificação das escalas utilizadas nos estudos pode não ter sensibilidade suficiente
para realizar a diferenciação entre os indivíduos.
Morin e col., 2004, demonstrou em seu estudo que não é possível
estabelecer correlação entre a palpação digital do AP com métodos objetivos de
avaliação como dinamometro ou perineômetro. Em outro estudo de nosso grupo
observamos que a correlação com métodos objetivos de avaliação do AP e sua
reprodutibilidade são ainda questionáveis (Amaro e col.,2003, 2005).
Observamos, estudando mulheres saudáveis e continentes, não
haver uma correlação entre fraqueza muscular e faixa etária. Esse dado está de
acordo com a literatura onde o envelhecimento fisiológico “per si” em mulheres
continentes não se correlaciona com a perda de força do AP (Thompson e col.,2006).
No entanto, mulheres incontinentes a força muscular é menor e está associada com
aumento da idade (Amaro e col., 2005; Fitzgerald e col., 2007).
Conclusão
54
6. Conclusão
Conclusão
55
- Houve concordância entre os diferentes examinadores do método subjetivo de
palpação digital do AP tanto na porção anterior quanto na posterior, independente da
faixa etária.
- Houve uma concordância em 64,7% dos casos de avaliação subjetiva do AP entre
os diferentes examinadores, na população geral de mulheres estudadas.
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Anexos
66
8.ANEXOS
Anexos
67
Anexo I - Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sagrado
Coração - USC
Anexos
68
ANEXO II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nome do Projeto
: Reprodutibilidade da avaliação funcional do assoalho pélvico
em mulheres multíparas continentes.
Eu, Dulcegleika Villas Boas Sartori fisioterapeuta, sob a orientação de
Mônica de O. Orsi Gameiro – fisioterapeuta da Seção Técnica de Reabilitação do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu seremos
responsáveis pela execução deste projeto a ser realizado na Faculdade de
Medicina de Botucatu - Unesp.
Esse estudo que você está participando tem como objetivo avaliar a
força muscular do períneo de mulheres (com mais de um filho) em diferentes faixas
de idade, para acompanhar as alterações e o enfraquecimento muscular.
Os riscos da avaliação são mínimos e se for verificada qualquer
alteração muscular no períneo, você poderá ser encaminhada para tratamento
preventivo se preferir.
As avaliações que você vai fazer são:
1) Questionário clínico – onde você responderá perguntas sobre seus
dados pessoais e problemas clínicos.
2)Exame bidigital da vagina – três examinadores diferentes,
fisioterapeutas capacitadas em saúde da mulher, farão exame de
palpação vaginal com intervalo de 2 minutos entre cada avaliação,
onde introduzirão o dedo indicador e médio na vagina e solicitarão
força contra seus dedos;
Todas as informações sobre os procedimentos, serão fornecidas. Você
terá liberdade de não realizar as avaliações. Será mantido o sigilo de identidade e
Anexos
69
das informações colhidas de todas as participantes. Os dados estarão disponíveis
somente aos pesquisadores e as entidades envolvidas.
Eu, ____________________, RG __________________, estado civil
_____________, profissão _______________, concordo voluntariamente em
participar dos procedimentos de avaliação, os quais fui devidamente esclarecida.
Data: ____/____/_____.
__________________________________________
Participante
_______________________________________
Dulcegleika Villas Boas Sartori*
_______________________________________
Mônica de O. Orsi Gameiro**
Para qualquer esclarecimento:
*Dulcegleika Villas Boas Sartori **Mônica de O. Orsi Gameiro
Av: Nossa senhora de Fátima 7-35, ap 24 Seção Técnica de Reabilitação
Jardim Paulista - Bauru HC- FMB UNESP- Botucatu
Telefone: (14) 8125-6381 Telefone: (14) 38116049
Orientador: João Luiz Amaro
Anexos
70
Anexo III - Protocolo de Avaliação da Força Muscular do Assoalho Pélvico
Data da avaliação:____/____/_____
Nome:___________________________________________________________
Endereço:_______________________________________________n
o
Bairro:________________________________Cidade:____________Estado:___
Telefone:______________________________Profissão:___________________
Data de Nascimento:____/____/_______ ( )anos
Peso:__________ Altura:__________ IMC:__________
Cor: ( )Branca ( )Amarela ( )Parda
G:_____ A:_____ P:_____C:_____
Complicações durante o parto: ____________________________________
Tempo de gestação: 1ª Gravidez:_________
2ª Gravidez:_________
3ª Gravidez:_________
4ª Gravidez:_________
Peso do recém nascido (baixo, normal ou alto): ____ Kg
Menarca:__________ Menopausa:______________ TRH:___________
Atividade Sexual: Orgasmo: ( ) Ausente-2
( ) Ausente-2 ( ) Presente-1
( ) Presente-1
Atividade física: ( )1-sim ( )2-não Qual?________________
Freqüência:________
Faz exame preventivo de Papanicolau? ( )sim ( )não
Infecções urinárias: ( )anteriores ( )repetição ( )atual
Habito intestinal: Nº de evacuações / dia ______
Anexos
71
Consistência e formato das fezes ___________
Perde urina aos esforços: ( )1-sim ( )2-não
Nº micções / 24h _________
Urgência miccional: ( )1-sim ( )2-não
Doenças associadas:_______________________________________________
Medicações:______________________________________________________
Cirurgias anteriores: ( )sim ( )via vaginal ( )não
( )via abdominal
Outras
Queixas:________________________________________________________
Observações:______________________________________________________
Avaliação funcional do Assoalho Pélvico:
0 – Ausência de Contração muscular
1– Contração leve
2 – Contração moderada – não sustentada por mais de 5 segundos
3 – Contração normal – sustentada por mais de 5 segundos
Data Terapeuta AFA
A
Data Terapeuta AFA
B
Anexos
72
Data Terapeuta AFA
C
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