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AMÉRICA CENTRAL, CARIBE E MÉXICO
Dizia ao Presidente Calderón: olhemos o mapa da América Latina e
vamos perceber que por mais estreito que seja o nosso mapa nesta região
e na região do Panamá, Deus, na sua onipotência, ligou os continentes,
foram os homens que dividiram o continente. E portanto, agora, os
homens que governam o mundo, no século XXI, precisam pensar diferente
dos homens que governaram no século XIX e no século XX. Afinal de
contas, não temos mais a política de colonização do século XIX, não
temos mais a guerras frias do século XX. E, a duras penas, com sacrifícios,
com vítimas, nós conquistamos a liberdade. É preciso agora transformar
essas palavras mágicas “liberdade e democracia” em mais comida na
barriga do povo pobre do nosso continente, em mais educação para a
gente pobre, em mais empregos, em mais salários e, sobretudo, em mais
expectativa de vida e de esperança para o nosso povo. Foram essas
convicções que me trouxeram a Honduras, que me levarão à Nicarágua,
que me levarão à Jamaica e ao Panamá. E essas mesmas convicções me
farão visitar, nos próximos meses, outros países e, sem nenhum
preconceito contra os países ricos, porque gosto de todos eles e quero
manter boas relações. Nós precisamos aprender, de uma vez por todas,
a descobrir, entre nós, as oportunidades que poderemos nos oferecer
mutuamente.
Declaração à imprensa do Presidente Lula, por ocasião
da visita a Honduras. Tegucigalpa, 7 de agosto de 2007
* * *
Da minha parte, esteja certo de que o Brasil pode fazer muitas parcerias
com a Nicarágua e, sem ter nenhuma visão hegemônica, queremos ter
uma visão de parceria, porque essa história de hegemonia é que nos levou
a ser colonizados durante tantos séculos. Só temos que fazer jus aos nossos
heróis que conquistaram a nossa independência. Queremos soberania,
queremos ter relações com todos os países do mundo, mas queremos,
sobretudo, governar a partir das nossas decisões.