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UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP
PRÓREITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUÃO
CURSO DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
AVALIÃO HISTOLÓGICA E IMUNO-HISTOQUÍMICA DE MUCOSA GENGIVAL
DE RATOS (Rattus norvegicus albinus) LACTENTES EM PROCESSO DE
IRRUPÇÃO DENTÁRIA
EVAMIRIS VASQUES DE FRANÇA LANDIM
NATAL - RN
2007
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EVAMIRIS VASQUES DE FRANÇA LANDIM
AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA E IMUNO -HISTOQUÍMICA DE MUCOSA GENGIVAL
DE RATOS (Rattus norvegicus albinus) LACTENTES EM PROCESSO DE
IRRUPÇÃO DENTÁRIA
Dissertação apresentada ao c urso de Mestrado
em Odontologia da Universidade Potiguar, como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Odontologia, com Área de
concentração em Clínica Odontológica.
Orientadora: Profª. Dra. Maria Goretti Freire de
Carvalho
Co-orientadora: Profª. Dra. Edja Maria Melo de
Brito Costa
NATAL - RN
2007
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L257a Landim, Evamiris Vasques de França.
DEDICATÓRIAS
À Deus,
Que em todos os momentos esteve comigo, me segurando em seus braços,
me capacitando a vencer todos os obstáculos da vida, me dando condições físicas e
emocionais para exercer a minha profissão.
Ao pai da eternidade, o meu reconhecimento, pois todo esse trabalho só foi
possível, porque Ele é meu escudo e força!
“O Senhor é minha luz é minha salvação; a quem temerei? Espera no Senhor,
anima-te, e ele fortalecerá o teu coração, espera pois no Senhor”.
Salmo; 27:1-14
Aos meus queridos e amados Pais,
José Vasques Landim e Cicera de França Landim pelo amor que me
concederam o presente da vida, por terem sido meus primeiros Mestres e Modelos.
Pelo esforço, investimento, admiração e confiança depositada. Orientadores do meu
caráter, vida profissional e pessoal, lutadores, que nunca mediram esforços para dar
o melhor para os seus filhos. Este prêmio é de vocês!
“O pensamento mais elevado é aquele que sempre trás alegria.
As palavras mais claras são aquelas que trazem a verdade.
O sentimento maior é aquele chamado de amor.
Os três são intercambiáveis, e cada um leva sempre aos outros,
não importa em que ordem se encontrem”.
(Neale Donald Walsch)
As minhas amadas irmãs,
Evelline e Taciana, fontes incondicionais de amor e generosidade, colegas
de profissão que me apoiaram e me motivaram a seguir a esta nova carreira, dando
força, coragem com suas mensagens alimentadoras de entusiasmo e suporte para
que houvesse inspiração para conclusão deste trabalho. Amo muito vocês!
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas
inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”
(Fernando Pessoa)
Quem se aceita como é doando assim a vida
o melhor que tem, caminha mais facilmente
para ser feliz como espera ser.
(Chico Xavier)
Ao meu irmão amado,
George, pelo companheirismo, amizade, carinho, apoio em todos os
momentos da minha vida e pela compreensão nos momentos em que estive
ausente. Amo muito você!
“Os momentos mais esplêndidos da vida são chamados de êxito, mas assim,
aqueles dias em que, saindo do desânimo e do desespero sentimos erguer-se
dentro de nós um desafio: a vida e a promessa de futuras realizações”.
(Gustave Flaubert)
Minha irmã e ao meu sobrinho amados,
Maciana e Vasques Vinícius por fazerem parte de uma família amável e
coesa me traz paz para lutar por meus objetivos. Amo vocês!
É fundamental diminuir entre o que se diz e o
que se faz, de tal maneira, num dado momento,
a tua falta seja a tua prática.”.
(Paulo Freire)
A Serafim Junior,
Por está sempre ao meu lado incansavelmente acreditando, apoiando,
motivando e contribuindo para as realizações dos meus projetos de vida. Pelo amor,
carinho e atenção durante todos os momentos de nossa convivência e da busca de
meus ideais. É muito gratificante poder estar ao seu lado!
“Para conquistarmos algo na vida não basta ter talento,
não basta ter força é preciso também viver um grande amor.
(Wolfgang Mozart)
A minha segunda família,
Maria José, Mychelle, Sinhazinha e Tita, que sempre me receberam de
braços aberto em sua residência, me apoiando, me incentivando nessa caminhada.
Uma amizade concisa torna maiores os braços de uma família. Nossa convivência
me deu força para transpor os momentos difíceis distante de minha família.
Obrigada por tudo!
“O que o cérebro pensa não passa de uma ninharia, comparado com o que, sob o
impacto das “paixões”, ocorre e se manifesta em nossa vida,
em nossas relações e amizades”
(Hermann Hesse).
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À minha orientadora e amiga, Professora Dra. Maria Goretti Freire de
Carvalho pelo empenho e inestimável orientação, por acreditar em minha
capacidade, pelos inúmeros ensinamentos e com sabedoria e simplicidade
profissional transmitiu sua valiosa experiência e, acima de tudo, um exemplo de
paciência e generosidade. Sou muito grata pelos ensinamentos transmitidos, pela
amizade e por acreditar em meu trabalho. Leal e conciliadora sempre residirá nos
meus pensamentos.
À minha co-orientadora e amiga Professora Dra. Edja Maria Melo de Brito
Costa pela imensa dedicação e força para que esse trabalho fosse bem realizado.
Abriu-me o caminho da pesquisa que me parecia árido e veio a tornar-se um
delicioso desafio, pelo seu incentivo, confiança, ensinamentos e por sua
competência.
Sábio é aquele que conhece os
limites da sua própria ignorância.”
(Sócrates)
“Feliz aquele que transfere o que se sabe
e aprende o que se ensina”.
(Cora Carolina)
AGRADECIMENTOS
A Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas! Agradeço,
por mais uma conquista.
Aos Dirigentes da Universidade Potiguar, em nome especial, ao Chanceler
Prof. Paulo Vasconcelos de Paula, ao Reitor Manoel Pereira dos Santos, à Pró-
Reitora de Pesquisa e Pós-graduação, no nome da Profa. Dra. Lecy de Maria
Araújo Gadelha Fernandes, e ao Diretor do Curso de Graduação em Odontologia,
Prof. Tasso Gadelha Fernandes, minha imensa gratidão.
À coordenadora do curso, Profa. Dra. Rejane Andrade de Carvalho por ter
estruturado este curso, considero uma grande educadora, incentivadora, e com seus
ensinamentos aprendi que a vida profissional é muito importante, no entanto, se não
houver laços de família, laços de amor e laços de humanidade para com o próximo,
o grande profissional não existirá.
Aos Professores de Mestrado, Dra. Patrícia, Dra. Rosângela, Dr. Cícero, Dr.
Alex, Dr. Carlos, Dra. Claudia, Dra. Rejane, Dra. Goretti, Dra. Ana Myrian, Dra.
Samira, Dr. Alexandre, Dra. Edja e Dra. Lecy representaram muito em minha
formação e tornaram-se grandes companheiros nesta caminhada.
A Profa. Dra. Patrícia Texeira por ter colaborado na correção de cada página
deste trabalho para a realização do Exame de Qualificação.
Aos funcionários responsáveis pelo Biotério da Universidade Potiguar
Tarcísio Bruno e Manoel por ter fornecido os animais sem eles não teríamos
realizados o nosso valioso trabalho.
A funcionária Vanízia e Gracinha, que sempre foram amigas, compreensivas
e disponíveis durante toda a jornada.
A minha amiga Vilmar, por ter me apoiado, transmitindo sua sabedoria,
autenticidade, companheirismo. Parceira de rotina, a quem eu devo o meu carinho e
respeito. Sem o seu espírito de equipe e cooperação constantes este trabalho não
teria sido tão gratificante.
A todos os colegas do Mestrado que se tornaram verdadeiros amigos,
Raquel, Aninha, João, Dani, Patrícia, Lucy, Luciana, Lílian, Roseane, Lacet,
Elisiane, Rômulo, Rafael, Vânio eles que compartilharam de muitas experiências
de vida, que participaram intensamente de cada momento de alegria, de angústia e
conquistas.
A Secretaria de saúde do Município de Barbalha e coordenadora de saúde
bucal Janini Rosas pela imensa compreensão quando necessitava me ausentar,
obrigada por me entender e perceber a grande importância da qualificação
profissional.
A minha auxiliar Francinete por está sempre presente na Unidade de Saúde
mesmo na minha ausência realizando atividades necessárias e aos demais colegas
de trabalho.
Aos meus pacientes pela paciência e compreensão.
Ao Prof. Dr. Fernando C. Lander Schmitt do IPATIMUP e Dr. Orlando
Pedro Dinis Barroso (bolsista) por sua inestimável ajuda na realização e exame
imino-histoquímico dos espécimes dentários, sem o qual não obteríamos as
respostas esperadas.
A FUNCAP Fundação Cearense de Apoio a Pesquisa, possibilitando meu
aperfeiçoamento profissional, através do curso de Mestrado.
A todos aqueles que de alguma forma favoreceram para que fosse possível a
realização deste trabalho.
“A vida é curta, mas as emoções que
podem deixar
duram uma eternidade”.
(Clarice Lispector)
“Sonhos são gratuitos, transfor-los em
realidade tem seu preço”.
(E.J.Gibs)
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Segmento da maxila de rato com 8 dias 54
Figura 2 - Segmento da maxila de rato com 12 dias 54
Figura 3 - Segmento da maxila de rato com 15 dias 55
Figura 4 - Fragmentos da região da maxila 55
Figura 5 - Aspecto histológico de fragmento da maxila de ratos com 8
dias exibindo incisivos sem irrupção (HE-40x).
60
Figura 6 - Cortes histológicos na região de incisivos de rato com 8 dias
exibindo leve afluxo mononuclear e neutrofílico no córion.
Leve exocitose neutrofílica em epitélio juncional (HE –
400x).
60
Figura 7 - Molares superiores de rato com 8 dias sem irrupção (HE –
40x)
61
Figura 8 -
Córion da região de molar do rato com 8 dias, mostrando
leve
afluxo mononuclear (HE – 400x).
61
Figura 9 - Fragmento de maxila de rato com 12 dias, exibindo
erupção dos incisivos (HE – 40x).
63
Figura 10 - Região do córion dos incisivos de ratos com 12 dias,
exibindo moderado infiltrado inflamatório. Epitélio
juncional com afluxo mono e polimorfonuclear (HE –
400x).
63
Figura 11 - Molar de rato com 12 dias sem erupção (HE – 40x). 64
Figura 12 - Aspecto histológico de molar de rato com 12 dias mostrando
um leve afluxo leucocitário mononuclear no córion e leve
exocitose epitelial (HE 400x).
64
Figura 13 - Fragmento de maxila de rato com 15 dias exibindo incisivos
erupcionados (HE-40x).
66
Figura 14 - Região de incisivo de rato com 15 dias, exibindo afluxo neu-
trofílico em epitélio juncional (HE-100x).
66
Figura 15 - Epitélio juncional da região de incisivo de rato com 15 dias
mostrando moderado infiltrado neutrofílico (HE- 400x).
67
Figura 16 - Córion de região de incisivo de rato com 15 dias exibindo
moderado afluxo mononuclear - (HE-400x). C= Córion.
67
Figura 17 - Molar de rato com 15 dias com erupção - (HE- 100x). 68
Figura 18 - Córion da região de molar de rato com 15 dias,exibindo
moderado afluxo de neutrofilos e mononucleares - (HE-
400x).
68
Figura 19 - IMH na região de incisivo com imunomarcação para IL-1b;
(IMH-40X).
71
Figura 20 - IMH na região de incisivo com imunomarcação para IL-1b;
leve de reação inflamatória; (IMH-200X ).
71
Figura 21 - Imunomarcação para IL-1b no córion na região de molares
em localização sub-epitelial e peridentária. (IMH 40X).
72
Figura 22 - Imunomarcação para IL-1b no córion na região de molares
em localização sub-epitelial e peridentária. (IMH 100X).
72
Figura 23 - Imunomarcação para IL-1b no córion na região de molares
em localiza-sub-epitelial e peridentária. (IMH 200X).
73
Figura 24 - Maior aproximação da figura anterior. Notar depósito corado
em região sub-epitelial e peridentária e no citoplasma de
células mononucleares.(IMH 400X).
73
LISTA DE ABREVIATURAS
CTMC Mastócitos do Tecido Conjuntivo
C3a Frações do complemento 3
C5a Frações do complemento 5
Ca – Cálcio
C – Córion
ERUP. Erupção
EP - Epitélio
EpJ = Eptélio Juncional
GA Grupo A
GB Grupo B
GC Grupo C
HE – Hematoxilina e Eosina
IL-1 Interleucina -1
IL -1b Interleucina-1 beta
IgE - Imunoglobulina E
IM+ = Imunomarcação +
IMH Imuno-histoquímica
I Incisivo
IE= Incisivo erupcionado
MMC Mastócitos das Mucosas
Mono- Mononuclear
M Molar
MCP-1- Proteínas quimiotáticas para monócitos
NK – Linfócitos Natural Killer
PGs Prostaglandinas
PMNs Polimorfonucleares
PAF- Fator de Ativação Plaquetária
PID = Papila interdentária
TNF-á Fator de Necrose Tumoral Alfa
µm Micrômero
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Intensidade e localização do afluxo de neutrófilos em região de
incisivos e molares de animais com 8, 12 e 15 dias de vida.
58
Tabela 2 - Intensidade e localização do afluxo de mononucleares em
região de incisivos e molares de animais com 8, 12 e 15 dias
de vida.
58
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Distribuição dos animais em grupos. 53
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Grupo A: Ratos com 8 dia de vida (sem erupção). 59
Gráfico 2 - Grupo B: Ratos com 12 dias de vida (erupção dos incisivos). 62
Gráfico 3 - Grupo C: Ratos com 15 dias de vida (erupção dos incisivos e
molares).
65
RESUMO
A literatura tem demonstrado que o processo fisiológico de irrupção de dentes
decíduos pode ser acompanhado por algum tipo de desconforto, de natureza local
ou sistêmica. As manifestações mais comuns são: irritabilidade, salivação e sucção
digital aumentadas, sono intranqüilo, inapetência, febre, inflamação da gengiva e
diarréia. O objetivo deste estudo foi avaliar histologicamente a mucosa gengival de
ratos lactentes em processo de irrupção dentária. Foram utilizados 18 ratos Wistar
entre 8 e 15 dias de vida, divididos em 3 grupos A, B e C. Grupo A - sem erupção (8
dias); Grupo B - erupção de incisivos (12 dias) e Grupo C - erupção de incisivos e
molares (15 dias). As amostras incluíram os dentes e tecidos peridentais, da região
de incisivos e molares de cada animal. Os fragmentos foram processados conforme
procedimentos de rotina e corados em hematoxilina e eosina para análise
histopatológica. Os resultados mostraram que nos ratos com 8 dias células
neutrofílicas estavam presentes no córion e epitélio da região de incisivos onde 50%
dos animais tiveram infiltrado inflamatório leve e moderado. Na região de molar
houve ausência de neutrofilos. Células mononucleares estiveram presentes no
córion na região dos incisivos e molares, em 100% dos animais, com intensidade
leve. Com 12 dias, os incisivos de todos os animais apresentaram inflamação
moderada no córion e epitélio, com discreta predominância de neutrófilos. Na região
dos molares, observou-se leve afluxo inflamatório predominantemente mononuclear
no córion. Com 15 dias, exsudação neutrofílica foi vista tanto no córion, quanto no
epitélio dos incisivos e molares, com intensidade predominantemente moderada.
Estudo imuno-histoquímico evidenciou positividade para IL-1b no córion, reação esta
que foi observada na fase pré-eruptiva. Concluiu-se que no decorrer do processo de
irrupção dentária ocorreu inflamação; esta resposta inflamatória teve intensificação
gradual até a erupção dentária; a liberação de IL-1b no córion na região de incisivos
e molares não erupcionados, independente da reação inflamatória.
Palavras Chaves: Irrupção, Inflamação, Imuno-histoquímica.
ABSTRACT
The literature has demonstrated that the physiological process of deciduous teeth’s
irruption it can be followed for some kind of discomfort, either local or systemic origin.
The manifestations most common are: irritability, salivation and digital suction raised,
uneasy sleep, no hunger, fever, gingival inflammation and diarrhea. Several studies
realized, not demonstrated the correlation between the general symptoms and the
process of dental irruption. In face of this controversy, the objective of this study was
to evaluate histological and the gingival mucosa of suckles’ rats in process of dental
irruption. It had been used 18 corpses of Wistar’s rats between 8 to 15 days of life for
exam of periodontal skin. Distributed in 3 groups A, B and C. Group A no irruption
(8 days); Group B incisive eruption (12 days) and Group C - eruption of incisive e
molars (15 days). The samples included teeth and periodontal skin, of incisive and
molars from each animal. The fragments had been processed under the procedure of
routine and were blushed in hematoxilin e eosyne for histopathology analysis. The
results had shown that in rats with 8 days, cells neutrophilic were present in the
chorion and epithelium of the area of incisors where 50% of the animals had
infiltrated inflammatory light and moderate. In the molar area there was neutrophils
absence. Cells mononuclear were present in the chorion in the area of the incisors
and molars, in 100% of the animals, with light intensity. With 12 days, the incisive of
all animals shown a moderate inflammation in the chorion and epithelial, with discrete
predominance of neutrophils. In the molars region, can be observed a light flow of
inflammation mainly mononuclear in the chorion. With 15 days, exudation neutropilic
can be seen in the chorion, and in the epithelial of incisive e molars, with intensity
predominantly moderate. An Immuno-histochemistry study shown positive for IL-1b in
the chorion. This reaction was independent of any inflammatory reaction this that was
observed in the phase pré-eruptiva. What can be concluded during the process of
dental irruption is that inflammation occurred; this inflammatory answer had gradual
intensification until the dental eruption; the liberation of IL-1b in the chorion in the
area of incisors and molars no erupcionados, independent of the inflammatory
reaction.
Keywords: Irruption, Inflammation, Immuno-histochemistry.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 29
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 32
2.1 IRRUPÇÃO DENTÁRIA................................................................................. 32
2.2 MANIFESTAÇÕES ASSOCIADAS À IRRUPÇÃO DENTÁRIA .................... 33
2.3 INDUTORES DA SINTOMATOLOGIA DA IRRUPÇÃO DENTÁRIA............. 40
2.4 INFLAMAÇÃO............................................................................................... 41
2.4.1 Células envolvidas da inflamação.............................................................. 43
2.4.2 Inflamação aguda ...................................................................................... 45
2.4.3 Inflamação crônica...................................................................................... 46
2.4.4 Mediadores químicos.................................................................................. 47
3 OBJETIVOS..................................................................................................... 51
3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 51
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................... 51
4 MATERIAL E MÉTODO ................................................................................... 53
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA E DO ESTUDO PILOTO..................... 53
4.2 AMOSTRA ..................................................................................................... 53
4.3 OBTENÇÃO DOS ESPÉCIMES E PROCESSAMENTO HISTOGICO..... 54
4.4 ANÁLISE HISTOLÓGICA .............................................................................. 55
4.5 PROCESSAMENTO IMUNO-HISTOQUÍMICO............................................ 56
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................... 56
5 RESULTADOS ................................................................................................. 58
5.1 GRUPO A - ANIMAIS COM 8 DIAS (SEM IRRUPÇÃO)............................... 58
5.2 GRUPO B - ANIMAIS COM 12 DIAS (ERUPÇÃO DOS INCISIVOS)............ 62
5.3 GRUPO C - ANIMAIS COM 15 DIAS (ERUPÇÃO DOS INCISIVOS E MO-
LARES)................................................................................................................
65
5.4 COMPARAÇÕES DA ANÁLISE ESTATÍSTICA DO ESTUDO HIS-
TOLÓGICO..........................................................................................................
69
5.5 ANÁLISE DO ESTUDO IMUNO-HISTOQUÍMICO ........................................ 70
6 DISCUSSÃO..................................................................................................... 75
7 CONCLUSÃO................................................................................................... 80
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 82
ANEXOS
INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Irrupção dentária pode ser definida, como sendo o rompimento da mucosa do
rebordo alveolar (Toledo, 1986) ou como a movimentação do dente durante a sua
formação (odontogênese), até atingir a posição funcional no plano oclusal (TOLEDO,
1986; TEN CATE, 1989).
O surgimento do primeiro dente decíduo por volta do sexto mês de vida é
considerado um marco de grande significado na vida da criança e dos pais. A
relação da irrupção do dente decíduo com o aparecimento de manifestações locais
e/ou sistêmicas tem sido considerada um assunto de grande controvérsia entre
médicos pediatras, odontopediatras e pais (CRISPIM, DUARTE, BONECKER, 1997).
No período de irrompimento dos dentes decíduos existe relato de uma grande
variedade de sinais e/ou sintomas a eles supostamente relacionados. Os pais ou
responsáveis geralmente referem-se a episódios como febre, diarréia, aumento da
salivação, inflamação gengival, irritabilidade e questionam a equipe de saúde com
relação a este fato (CRISPIM, DUARTE, BONECKER, 1997).
Ainda não existe um consenso na literatura, se os sinais e/ou sintomas
observados por pais, médicos pediatras e odontopediatras na fase de irrupção dos
dentes decíduos, são originários do próprio desenvolvimento fisiológico da criança
ou se fazem parte de um processo fisiopatológico relacionado com a irrupção
dentária (HARNDT e WEYERS, 1969; NORONHA, 1985).
Atualmente, como a relação simultânea entre o processo de irrupção e a
ocorrência de manifestações locais e sistêmicas é considerada um processo
fisiológico que não está estabelecida cientificamente, essa relação continua
dependente das observações acumuladas por médicos, dentistas e mães (COSTA
et. al., 1994). Assim sendo, permanece a antiga controvérsia da odontologia, se o
processo irrruptivo de dentes decíduos é causador de manifestações sistêmicas no
organismo infantil ou se a ocorrência paralela é uma mera coincidência, coincidência
essa que não deve ser desprezada (SEWARD, 1972; TOLEDO, 1986).
Pierce et. al., (1986) justificaram as manifestações locais concomitantes à
irrupção como resultantes da ação de mastócitos e liberação de IgE na área do
tecido extra folicular. Segundo os relatos de Freitas e Moliterno (2001), para
comprovação da relação causa-efeito entre a irrupção dentária e as manifestações
29
clínicas , seriam necessárias pesquisas sobre a liberação de substâncias (no
sangue, saliva ou urina) como, por exemplo, as prostraglandinas, que iriam explicar
a inflamação local e o aumento da temperatura ou a presença de interleucinas que
poderiam justificar os fenômenos inflamatórios e suas manifestações à distância
(SHAPIRA, et. al., 2003; WISE et. al., 2000).
Esse trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência de inflamação e de
mediadores químicos da inflamação como a IL-1b, na mucosa alveolar e gengival de
ratos lactentes, por meio de técnicas histológicas e imuno-histoquímicas a fim de
tentar justificar as repercussões locais e sistêmicas presentes durante o período de
irrupção de dentes decíduos.
30
REVISÃO DE LITERATURA
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 IRRUPÇÃO DENTÁRIA
De acordo com Bengston et. al., (1988), o termo irrupção dentária é derivado
do latim “erupe”, que significa irromper.
A irrupção dentária é um processo contínuo e dinâmico, de movimentação e
acomodação do órgão dentário a partir do início de sua formação e que o
acompanha por toda a sua vida (FRAIZ et. al., 1991).
A odontogênese é o processo embriológico que dá origem a formação do
germe dentário. Tem seu início por volta da 5ª e 6ª semana de vida intra-uterina e
inclui quatro fases: proliferação, histodiferenciação, morfodiferenciação e
calcificação (DUMMETT, 1994).
A irrupção dentária está intimamente relacionada com a odontogênese,
apesar de serem processos distintos. A primeira pode ser definida como um
conjunto de movimentos que cada dente efetua para ocupar o espaço que lhe
corresponde na arcada dentária e realizar as suas funções. Cada elemento dentário
segue um processo irruptivo cronologicamente diferente, mas similar no que diz
respeito às fases que realiza. Apesar de tradicionalmente se denominar irrupção ao
momento da ruptura da mucosa oral e visualização do dente na cavidade oral, trata-
se de processo demorado, sendo a emergência do dente, apenas uma parte deste
processo (MENDOZA, 2004; BARBERÍA, 2005).
As diversas alterações teciduais que acompanham a irrupção dentária
incluem o desenvolvimento da raiz, periodonto, reabsorção e aposição do osso
alveolar (McDONALD e AVERY, 1995; NORONHA, 1985).
Os mecanismos que determinam e realizam o movimento de irrupção
dentária, ainda não estão completamente compreendidos. Muitos fatores fazem
parte das propostas, mas tem sido dada atenção especial à remodelação óssea,
crescimento radicular, pressão hidrostática e tração do ligamento periodontal (TEN
CATE, 1989).
A teoria da remodelação óssea afirma que a deposição e reabsorção seletiva
promovem a irrupção dentária. O fator do crescimento radicular é uma teoria que
admite que a raiz dentária em formação vai de encontro ao anteparo fixo e assim
32
converte a força apical. Já a teoria da pressão hidrostática supõe que, quando
ocorre um aumento na pressão do líquido tissular, na região periapical, é o suficiente
para ocorrer à movimentação dentária. Finalizando as teorias, tem a da tração do
ligamento periodontal, onde as células e as fibras do ligamento tracionam a estrutura
dentária até chegar à posição de oclusão. Esta teoria, provavelmente, é uma
associação de todos os outros fatores acima citados (TEN CATE, 1989).
Ferreira (1998) conceitua irrupção dentária como um fenômeno que resulta de
varias causas, que fazem com que o dente, ainda sem estar completamente
formado migre do interior dos ossos basais para a cavidade oral. Segundo este
autor, o processo de irrupção pode ser estudado através de três períodos que se
sucedem e são independentes: período inicial ou pré-irruptivo, período irruptivo
propriamante dito, período pós-irruptivo. O período inicial ou pré-irruptivo inicia-se
com a diferenciação dos germes dentários, ainda, na vida intra-uterina e se estende
até o contato da borda incisal. Na segunda fase, considerada movimento irruptivo,
estão envolvidos os movimentos dentários, a partir da formação completa da coroa,
capazes de possibilitar o irrompimento na cavidade oral e o estabelecimento da
posição do elemento dental em oclusão. A terceira fase, reconhecida como pós-
irruptiva, é caracterizada pela compensação do crescimento dos maxilares e os
desgastes ocluso-proximais dos dentes, buscando mantê-lo corretamente em
posição no arco dental.
Guedes-Pinto (1997) considera o término do processo de irrupção quando a
coroa encontra-se completamente formada sem que o dente se movimente em
direção ao plano oclusal e alcance a mucosa oral.
2.2 MANIFESTAÇÕES ASSOCIADAS À IRRUPÇÃO DENTÁRIA
A ocorrência de sintomatologia durante a irrupção dos dentes decíduos gera
uma grande controvérsia entre autores sobre a causalidade ou mera coincidência.
Há uma variedade de sinais e sintomas associados à irrupção dentária: dor,
sialorréia, irritação gengival, febre, sono intranqüilo, diarréia, perda do apetite e
irritabilidade
(MOREILLON e SCHROEDER, 1982).
Os sinais de irrupção dentária surgem entre o sexto e o trigésimo mês de
vida, quando a gengiva se apresenta abaulada, com leve inchaço, evidenciando as
coroas dentárias, que estão próximas de irromperem na cavidade bucal
(CORRÊA;
33
VILLENA; FRASCINO, 1997) e sinais e sintomas gerais ocorrem mais
frequentemente nos 12 primeiros meses de vida (HOING, 1975).
A maioria dos autores não associa a sintomatologia apresentada pelo lactente
à irrupção dentária; atribuem à febre e a infecção, eventos simultâneos à irrupção de
dentes decíduos e ao fato de que o lactente entre seis e um ano de idade pode
apresentar queda da imunidade, tendo como conseqüência uma maior
vulnerabilidade à infecção (BENNET e SPENCER, 1996; SEWARD, 1979).
Fraiz et. al., (1991) afirmaram que a irrupção dos dentes decíduos não pode
ser considerada um fator etiológico primário de manifestações gerais, no entanto,
manifestações locais podem estar presentes na área circunvizinha ao dente.
Costa et. al., (1994) concluíram que o processo de irrupção e os fenômenos
fisiológicos simultâneos não estão estabelecidos cientificamente e permanece
dependente das observações acumuladas por médicos, dentistas e mães.
Na literatura existem três linhas de pensamento bastante importantes da
possível relação entre os sintomas clínicos e a irrupção de dentes decíduos. A
primeira acredita que a irrupção de dentes decíduos é um processo fisiológico,
portanto, não traz sintomatologia (PIERCE et. al., 1986; KRUSKA, 1946; SOLIMAN e
SOLIMAN, 1978; TASAMEN, 1968). A segunda defende que a irrupção dos dentes
decíduos é um processo patológico que traz sintomas muitas vezes severos,
chegando às convulsões (NEADERLAND, 1952; BENGTON et. al., 1988; SEWARD,
1972; ROCHA et. al., 1988; ABUJAMRA et. al., 1994; NORONHA, 1985). E a
terceira, retrata a irrupção como um processo normal, mas com alterações das
atividades normais que manifestam o seu desequilíbrio sob a forma de sintomas
(MAGNUSSON e PERSLIDEN, 1987; SIGAL e MOCK, 1992).
Para Magnusson e Persliden (1987) durante a irrupção, os dentes decíduos
podem ultrapassar a mucosa oral sem produzir nenhum sintoma, porém, em pelo
menos 2/3 das crianças, podem ser observados sintomas locais na zona de ruptura
da mucosa. Tasamen (1968) relatou que dois terços das crianças por ele estudado
apresentaram modificações na coloração tecidual (isquemia), na área em que a
coroa dentária pressionava a mucosa, e discreta hemorragia, no dia da irrupção.
Para Harndt e Weyers (1969), a irrupção é um processo fisiológico que ocorre
sem qualquer relação com manifestações orgânicas. Toledo (1986), por sua vez,
afirma que existe um fator coincidência que não deve ser desprezado, porém a
34
irrupção como processo fisiológico pode, eventualmente, sofrer alterações e fazer-se
acompanhar de desordens gerais e locais.
Friend; Harris; Mincer, (1990), relatam que assim como os processos
fisiológicos são típicos, também existem alterações de desenvolvimento e patologias
próprias durante essa faixa etária. Sendo assim, uma variedade de alteração pode
ocorrer na cavidade oral, geralmente comum e na grande maioria inócuas,
resolvendo-se com a idade e sem necessidade de tratamento.
Embora não haja uma concordância, vários sintomas como febre, inflamação
gengival, diarréia, sialorréia, irritabilidade, dor, sono agitado e estresse têm sido
relacionados com irrompimento dos dentes decíduos (NEADERLAND, 1952;
CRISPIM, DUARTE, BONECKER, 1997). Outros distúrbios podem ser observados,
como perda de apetite, diminuição do sono, cistos de erupção, úlceras orais,
aumento de sucção digital, bruxismo, corrimento nasal, tosse, apresentação clínica
de herpes (BENGSTON et. al., 1988).
Seward (1972), a fim de verificar a ocorrência dos distúrbios sistêmicos
durante a irrupção dos dentes decíduos, realizou uma pesquisa longitudinal com 224
crianças. Do total, 131 crianças não apresentaram distúrbios sistêmicos. As
alterações sistêmicas mais comuns foram irritabilidade, distúrbios do sono, salivação
intensa e perda de apetite. Constatou que 74% e 100% das crianças apresentaram
pelo menos um tipo de distúrbios relacionados ao processo irruptivo dos dentes
anteriores e posteriores, respectivamente. As alterações mais freqüentes foram
inflamação gengival, edema de bochecha e ulcerações orais.
Rocha et. al., (1988) entrevistaram pediatras de Santa Maria-RS para avaliar
o aparecimento de manifestações sistêmicas e/ou locais em seus pacientes, durante
o processo de irrupção dos dentes decíduos. Observaram que a irritabilidade,
inflamação gengival, salivação aumentada e o sono agitado foram às manifestações
mais encontradas.
Abujamra et. al., (1994) conduziram um estudo na cidade de São Paulo, com
o objetivo de correlacionar a irrupção dos dentes decíduos com manifestações
sistêmicas ou locais, em crianças com idade entre seis meses a três anos de idade.
Foram distribuídos questionários para 50 médicos pediatras e para 50 pais ou
responsáveis. Observaram que a grande maioria dos médicos pediatras (96%) e
pais ou responsáveis (74%) acredita que há uma correlação entre a irrupção
dentária e as manifestações sistêmicas e locais. Assim, as manifestações mais
35
freqüentes citadas pelos os pediatras foram irritação, sialorréia e febre. Pelas mães,
a irritação, falta de apetite e sono agitado foi às manifestações observadas com
maior freqüência.
Um estudo com crianças de colégios de Minas Gerais constatou que 81,70%
das mães das crianças relataram alguma alteração em seus filhos na época da
irrupção dos dentes decíduos. Irritabilidade, salivação aumentada, febre, diarréia,
inflamação gengival, redução do apetite, erupções cutâneas, tosse, vômitos figuram
entre os vários fenômenos que acompanharam a fase de início da irrupção dentaria
(ANDRADE e SILVA, 1999).
A irrupção dos dentes decíduos coincide com a ocorrência de sintomas
gerais. Nesta fase a criança é mais suscetível a doenças e infecções. Kruska (1946)
defende que sintomas como diarréia ou distúrbios intestinais durante a irrupção
dentária, devem ter como causa, uma infecção bacteriana ou algum problema
relacionado à alimentação, uma vez que estão sendo introduzidos alimentos novos
na dieta da criança.
A febre é um sinal geral que pode estar associado à irrupção de dentes
decíduos e também é um achado controvertido na literatura. Noronha, (1985) e
Rocha et. al., (1988) observaram respectivamente, que 31,1% e 32,1% dos
profissionais acreditam que a febre é uma manifestação que pode estar relacionada
com o irrompimento dos dentes decíduos.
Há dez anos Voltarelli e Falcão (1984) estudam a patogênese, fisiopatologia e
significado clínico da febre. Nesta época, se conhecia a resposta febril como parte
integrante da reação inflamatória aguda, sendo mediada predominantemente por
uma citocina, a interleucina - 1 (IL-1), de efeitos múltiplos sobre vários tecidos. Neste
período de dez anos, houve um enorme progresso no entendimento dos
mecanismos bioquímicos envolvidos na reação inflamatória e na resposta febril,
principalmente na participação de outros mediadores além da IL-1 e nas suas
interações durante o processo inflamatório
Kruska (1946) observou que os sintomas ocorridos durante a irrupção dos
dentes decíduos podem ser resultados direto da irritação nervosa local e reflexa em
decorrência da pressão do dente em irrupção. No momento anterior ao irrompimento
dos dentes na cavidade oral, a criança pode se mostrar irritada, levando objetos e
dedos à boca, e com salivação abundante, pela pressão da coroa do dente na
mucosa (ANDO e FRIGGI, 1991).
36
Alguns autores acreditam que o aumento da salivação esteja relacionado à
recente maturação das glândulas salivares e a dificuldade de deglutição
apresentada pelas crianças, lembrado que à mesma torna se mais viscosa
(HOING, 1975).
Seward (1972) e Crispim, Duarte, Bonecker (1997) citaram a sialorréia como
um dos mais freqüentes sinais encontrados entre as crianças na época da irrupção
dentária, o que foi corroborado por Bengston et. al., (1988) e Abujumra et. al.,
(1994). Hardnt e Weyers (1969), afirmam que o aumento do fluxo salivar é devido ao
fato de que a diferenciação das células específicas das glândulas salivares se faz
somente ao final do segundo mês e, como o lactente não sabe reter esta secreção
constante, escorre da boca e se fala em “salivação aumentada”, para relacioná-la
infundadamente com a irrupção dental. Tasamen (1968) associa o aumento de
salivação como conseqüência do estímulo da sucção digital com friccionamento
gengival, ato este durante a irrupção dental.
O nascimento do primeiro dente, geralmente aos seis meses, coincide com as
mudanças alimentares do lactente. Geralmente a criança começa a ingerir comidas
temperadas e consistentes, o que pode levar às infecções bacterianas. Para Kruska
(1946) estes distúrbios intestinais, estão erroneamente ligados à erupção dentária.
Rocha et. al., (1988), acreditam que a diarréia nesta fase é devido à contaminação
dos dedos e objetos levados à boca, devido ao desconforto gengival. Hermman
(1913) acredita que coincidência entre o desmame (que ocorre frequentemente
entre o 4° e o 12° mês de vida) e o irrompimento dos dentes e que durante esse
período 55 a 60% das crianças apresentam sintomas de diarréia e transtornos
intestinais. Noronha, (1985) e Rocha et. al., (1988) atribuem esses distúrbios
gastrintestinais à sucção digital em condições precárias de higiene.
Os transtornos intestinais têm sido atribuídos tanto à alteração na dieta
devido ao desmame, como à contaminação por sucção digital dessa fase. O
estresse da criança em função do desmame também poderia ocasionar alterações
na fisiologia normal do intestino. De outra forma, alguns atribuem os sinais e
sintomas clínicos que coincidem durante a irrupção dentária há uma suposta reação
de hipersensibilidade, provocadas pela IgE ao redor do dente em irrupção (SIGAL e
MOCK, 1992).
O aparecimento de irrupção cutânea perioral, pode ser resultado da umidade
constante causada pela salivação que escoa da cavidade oral. O que pode também
37
propiciar o aparecimento de lesões peribucais são as condições intestinais e
mudanças alimentares. (KRUSKA, 1946).
Para Schwartzman (1942), a inapetência está relacionada com a introdução
de alimentos sólidos na dieta associado ao desconforto e dor que ocorre durante o
ato mastigatório, enquanto Shapira et.. al., (2003) acreditam que esteja relacionado
à liberação de citocinas.
Seward (1989), estudando o aparecimento de úlcera bucal, nesta fase,
acredita estar ela relacionada à colocação de objetos na boca ou causada pela
unha, uma vez que a sucção digital é muito comum. A tendência de levar objetos a
boca é segundo Ando e Friggi (1991), McDonald e Avery (1995) causada pelo
desconforto que ocorre na boca durante a erupção dentária.
O abandono do vínculo oral com a mãe pelo lactante coincide com o avanço
neurológico da criança. Aberastury (1996) acredita que quando se inicia a dentição,
surge nova fase, com uma descarga agressiva oral, que é a necessidade de morder.
Este autor aconselha a utilização de objetos de morder, permitindo uma descarga
oral, para obtenção de uma dentição sem transtornos. Tanner e Kitchen (1964),
Tsamtsouris e White (1977) consideram que um objeto limpo para morder facilita a
erupção do dente pela gengiva e reduz o desconforto gengival.
A irritabilidade segundo Kruska (1946) e Witkn (1939) é causada pela pressão
do dente durante a irrupção, levando a uma irritação local e reflexa. A diferença
entre a perda celular do tecido conjuntivo da gengiva e o avanço do dente, pressiona
a polpa contra as margens da raiz do dente, causando irritação na gengiva onde ela
fica inflamada, edemaciada e irritada. Outra explicação para irritabilidade da criança
é o fator psicológico, pois esse momento é que surgem na criança a consciência e a
possibilidade de construir atos voluntários.
Magnusson (1969) investigou em ratos, o papel das bactérias na junção dento
- gengival e o papel dessas na desintegração do tecido conjuntivo aos dentes em
irrupção. Para isso, utilizou grupo experimental e um grupo controle por animais
germ-free. O autor observou a fusão dos epitélios acompanhada pelas células
inflamatórias neutrófilas e linfócitos na região dento - gengival. Inicialmente as
células mostraram-se igualmente em ambos os grupos, mas em estudos seguintes
foram comprovados que as células inflamatórias especialmente os linfócitos
mostrou-se em menor número nos animais germ-free.
38
Apesar de toda a controvérsia em torno deste assunto, ocorreram mudanças
na forma dos profissionais o enfrentar. Em trabalho realizado por Hoing (1975),
constatou-se que o tratamento das alterações que acompanhavam a irrupção
dentária era realizado pelos pediatras através do uso de placebos, com o intuito
principal de reduzir a ansiedade das mães e outros familiares em torno do problema,
mas não o encarando como uma alteração orgânica verdadeira. Noronha (1985), em
trabalho realizado junto a 396 pediatras da cidade de Belo Horizonte, verificou que
90,30% destes profissionais acreditavam que a irrupção dentária possa originar
alguma manifestação geral ou local na criança.
Noronha (1985) procurou estudar a maneira pela qual a comunidade médica
pediátrica de Belo Horizonte entende a relação entre a irrupção dentária decídua e
suas manifestações locais ou sistêmicas. Através de um questionário enviado para
dicos pediatras da cidade, contendo perguntas relacionadas aos sintomas
sistêmicos e locais durante a irrupção dentária decídua, constatou que 90,30% dos
entrevistados consideram que o processo de irrupção pode ter uma relação com
manifestações sistêmicas e/ou locais na criança. A manifestação mais comumente
relatada pelos entrevistados foi a irritabilidade (37%). O autor chamou atenção para
o fato de que a ocorrência das manifestações sistêmicas e/ou locais relacionadas ao
processo irruptivo dos dentes decíduos podem variar de criança para criança e que
dependem da complexidade de interação entre os fatores pessoais e ambientais.
Em um estudo realizado por Freitas e Militerno (2001) observou-se que
apenas 11,90% dos pediatras que atenderam as crianças estudadas negaram uma
possível relação entre o quadro clínico e a irrupção dentária e que em 70% das
consultas foi prescrita alguma droga para aliviar os sintomas da irrupção dental, seja
medicamento sistêmico ou tópico.
Vasques; Vasques; Costa (2004 pesquisaram as manifestações da irrupção
dentária e a atitudes das mães em relação a elas. Estes autores distribuíram 200
questionários, onde foram devolvidos 145 (72,5%) com respostas. Das 145 mães
que responderam 130 (89,65%) relatou a ocorrência de algum tipo de alteração
durante a irrupção dos dentes decíduos. Dentre as manifestações relatadas, a
irritabilidade foi o sintoma mais freqüente, citado por 105 mães (80,76%). Em
relação às atitudes tomadas por elas, para tentar solucionar os problemas surgidos
39
neste período, foram procurar o médico pediatra (56,92%) e 11,53% fizeram auto-
medicação. A visita ao odontopediatra, na tentativa de buscar solução para os
problemas relacionados à irrupção dos dentes, foi citada por apenas 10% das
entrevistadas.
2.3 INDUTORES DE SINTOMATOLOGIA NA IRRUPÇÃO DENTÁRIA
Na literatura existem algumas teorias tentando explicar a ocorrência de
manifestações durante a irrupção de dentes decíduos. Sabe-se que a ocorrência das
manifestações depende de uma complexa interação dos fatores pessoais e
ambientais (NORONHA, 1985).
Pierce et. al., (1986), observaram e relataram em seu estudo, que existe a
presença de IgE nos tecidos em torno dos dentes em irrupção, provocando uma
reação de hipersensibilidade local. Esse achado permitiu os autores associarem a
presença dessa imunoglobulina aos sinais clínicos ocorridos durante a irrupção
dentária. Afirmaram que antes da maturação dos ameloblastos, as proteínas
existentes na matriz do esmalte são eliminadas para fora do esmalte em formação,
determinando uma reação totalmente imunológica, com acúmulo de mastócitos ao
redor do dente em irrupção. A ativação das células mastocitárias está intimamente
associada com a imunoglobulina IgE. Adicionalmente, relataram que os sintomas
locais como eritema, salivação abundante e prurido são devido ao grau de
hipersensibilidade. Ressaltaram que os sintomas apresentados durante a irrupção
dentária variam de criança para criança devido à diferença de suas respostas.
Segundo os relatos de Kruska (1946), os sintomas podem ser resultantes de
um desequilíbrio na velocidade de avanço axial do dente e reabsorção da mucosa,
imediatamente acima deste, o que levaria a criança a ter uma irritação nervosa. O
autor mencionou, também, a infecção do folículo dental como sendo um fator
etiológico de distúrbios de irrupção.
Além disso, tem sido admitido que aspectos gerais do organismo como o
stress e baixa resistência às infecções determinam a intensidade das manifestações
sistêmicas (PIERCE et. al., 1986).
Brewer e Akers (1939) acreditam que os sintomas são decorrentes de uma
irritação do nervo trigêmeo, produzida pela pressão dentária, causando uma
40
desordem local reflexa. Para explicar o mecanismo da irrupção patológica Brebner
(1947) propõem que ocorra uma irritação no nervo trigêmeo, causando uma
desordem local produzida pela pressão dentária, com conseqüente dor reflexa. Deve
ser lembrado que o 5° nervo craniano está relacionado com o 6° e 7°, ao redor do
assoalho do 4ª ventrículo, o que possibilita a ocorrência de distúrbios salivares,
musculares e pulmonares.
Bengston e Bengston (1994) afirmam que irrupções múltiplas exercem
pressão sobre os tecidos, irritando a extensão do nervo trigêmeo que pode estimular
o centro regulador de temperatura, ocasionando estresse, diminuição da resistência
do organismo, o que favorece a instalação de infecções.
Soliman e Soliman (1978) observaram que as enzimas desmolíticas, liberadas
do epitélio reduzido do esmalte, têm poder de dissolver o ácido hialurônico e
também as substâncias cimentantes entre as fibras colágenas do tecido conjuntivo,
provocando uma irritação local.
Schwatzman (1942) aponta a hipótese de que toxinas bacterianas são
introduzidas no sistema circulatório durante o processo de irrupção e causam vários
sinais e sintomas.
Pierce et. al., (1986) declaram que, poucos dias antes do irrompimento dos
dentes ocorrem edema local e eritema gengival devido a uma complexa interação de
células inflamatórias, proteínas da matriz do esmalte e IgE.
A influência do hormônio da tireóide na irrupção dos dentes sugere a
possibilidade de existir uma relação entre distúrbios sistêmicos associados ao
irrompimento de dentes com alterações hormonais.
Galili et. al., (1969), atribuem o aparecimento dos sintomas ao stress durante
a irrupção dentária, pois a resistência orgânica do corpo está diminuída,
aumentando à predisposição a distúrbios infecciosos.
2.4 INFLAMAÇÃO
A inflamação é considerada um processo básico de resposta tecidual a um
dano traumático infeccioso, isquêmico, tóxico ou auto-imune e seu estudo data
3.000 anos atrás (CHERNYAR e TAUBER, 1988), tendo Romano Celsus, 30 a.C o
crédito de descrever os quatros sinais da inflamação aguda: rubor, tumor, calor e
dor.
41
O processo inflamatório definido por Kumar; Abbas; Fausto (2005) como uma
reação complexa a vários agentes nocivos, como os microorganismos ou células
danificadas, consistindo em resposta vascular, migração e ativação de leucócitos e
reações sistêmicas, sendo de fundamental importância que ele possa ser
desencadeado corretamente em função da defesa do tecido. Seu principal objetivo é
eliminar o agente agressor e remover tecidos degenerados, preparando a região
afetada para o reparo (SIQUEIRA e SABÓIA, 1996). Quando o processo reparatório
se completa, naturalmente o processo inflamatório e seus sinais desaparecem
(ZANINI e OGA, 1994).
A resposta inflamatória ocorre no tecido conjuntivo vascularizado e envolve
mudanças locais no fluxo sanguíneo (vasodilatação, aumento da permeabilidade das
vênulas, extravasamento de fluídos e formação de edema) combinado a migração
de várias células inflamatórias (neutrófilos, eosinófilos, células dentríticas, mastócitos
e linfócitos) no local do tecido inflamado. As alterações no fluxo sanguíneo são
desencadeadas por diferentes mediadores que se originam do plasma ou células
locais, e que podem ser ampliados ou modificados por produtos liberados das
células inflamatórias que migram para o local da inflamação e são conhecidos como
mediadores químicos de inflamação (HERSON, 2005; AZEVEDO et. al., 2000).
Os principais mediadores envolvidos nas alterações vasculares local são
histamina, fator de ativação plaquetária (PAF), prostaglandinas (PGs), o sistema das
cininas, fatores do complemento, fatores do sistema de coagulação (HERSON,
2005, BRASILEIRO FILHO, 2000; MONTENEGRO e FECCHIO, 1999). Enquanto
aqueles envolvidos na resposta sistêmica são principalmente as citocinas IL-1 e o
FNT-á (KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
O recrutamento de leucócitos no foco inflamatório é um fenômeno complexo
que depende da natureza do estímulo dos mediadores químicos liberados e da
expressão de moléculas de adesão (LUSTER; LON; VON ADRIAN, 2005; GALLIN;
GOLDSTEIN; SNYDERMAR, 1982).
A regulação inicial e tardia da resposta inflamatória é realizada por células
imunológicas e inflamatórias como linfócitos T, linfócitos B e macrófagos e seus
mediadores químicos e é de fundamental importância que o processo inflamatório
possa ser desencadeado corretamente em função da defesa do organismo
(KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
42
Dos cinco sinais clínicos da inflamação aguda o rubor ou eritema, é produzido
por uma intensa dilatação vascular. Neste processo, contribui decisivamente dois
mediadores: as prostaglandinas (PGs) e prostaciclinas (PGI) que são classificados
como vasodilatadores. (BRASILEIRO FILHO, 2000; KUMAR; ABBAS; FAUSTO,
2005; RANG; DALE; RITTER, 2001).
O calor, considerado como um aquecimento dos tecidos inflamados e a dor
são provocados pela liberação de metabólicos do ácido araquidônico, principalmente
a prostaglandina PGs (RANG; DALE; RITTER, 2001; BRASILEIRO FILHO, 2000;
(KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
A dor pode fazer ou não parte do processo inflamatório e sempre significa a
presença de dano no organismo e por meio dela a maioria das afecções se
manifesta (SIQUEIRA e SABÓIA, 2001). As citocinas contribuem para formar um
concentrado inflamatório que estimula as fibras aferentes receptoras de dor, as
quais conduzem ao estímulo doloroso. Esta é a dor por nocicepção (KATER, 2001).
O edema é devido a uma dilatação vascular, com o surgimento de fendas no
endotélio vascular, as quais não só facilitam migração dos leucócitos para o espaço
extravascular como também permitem a saída de plasma, tendo como conseqüência
o aumento local do líquido intersticial (RANG; DALE; RITTER, 2001; BRASILEIRO
FILHO, 2000; KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005; PINTO, 1997).
A perda da função, descrito por Virchow no século XIX, é o quinto sinal da
inflamação, é muito importante, pois torna o organismo mais vulnerável a infecções
e impede o desempenho das atividades normais dos pacientes, prejudicando assim
a sua qualidade de vida (RANG, DALE, RITTER, 2001; BRASILEIRO FILHO, 2000;
KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
A resposta inflamatória, portanto, consiste na primeira linha de defesa contra
um agente agressor, fazendo parte de uma imunidade inata, não específica, onde as
mesmas reações ocorrem constantemente, independentemente do tipo do agente
agressor (SIQUEIRA e SABÓIA, 1996).
2.4.1 Células envolvidas na inflamação
A população celular mais envolvida com a inflamação é constituída por
células leucocitárias oriundas do sangue: Neutrófilos, Eosinófilos, Basófilos,
Linfócitos e Monócitos.
43
Os polimorfonucleares neutrófilos (PMNs) são as células dominantes nas
primeiras 24h à 48h após a agressão. As propriedades de locomoção e fagocitária
exibidas pelos neutrófilos fazem com que estas células constituam a primeira linha
de defesa, sendo estas, os tipos celulares predominantes nas inflamações agudas,
pois fagocitam bactérias, substâncias estranhas, complexos imunes ou tecidos
degenerados, podendo também perpetuar a resposta inflamatória por liberarem
enzimas, mediadores químicos e radicais livres tóxicos (SIQUEIRA e SABÓIA,
1996).
Os eosinófilos são mais lentos que os PMNs e por isso apresentam menor
potencial para destruir microorganismos (PINTO, 1997; KUMAR; ABBAS; FAUSTO,
2005; MONTENEGRO e FECCHIO, 1999). Os basófilos e mastócitos têm na sua
constituição grânulos contendo histamina e heparina que são liberados para o
ambiente extracelular em reações antígeno-anticorpo, através da união da IgE a
receptores específicos na superfície destas células. (BRASILEIRO FILHO, 2000;
MILLER et. al. 1978). Os mastócitos são derivados de células precursoras
hematopoiéticas presentes na medula óssea, que geralmente sofrem seu processo
de maturação nos tecidos. Embora sejam semelhantes aos basófilos em muitos
aspectos, originam-se de células-troncos diferentes. Os mastócitos apresentam
importante função nas reações inflamatórias agudas e persistentes (KUMAR;
ABBAS; FAUSTO, 2005). Na hipersensibilidade imediata e nas doenças alérgicas
(ABBAS; LICHTMAN; POBER, 2002). Quando estimulados, secretam mediadores
químicos (MILLER et. al., 1978) e atuam nas reações inflamatórias agudas e em
processos de reparação de feridas (BONELLI et. al., 2003).
Apesar de apresentarem características morfológicas semelhantes, duas
populações de mastócitos podem ser distinguidas com base em sua distribuição
tecidual, propriedades tensoriais e conteúdo das proteases. Os mastócitos do tecido
conjuntivo (CTMC) são encontrados ao redor de vasos sanguíneos na maioria dos
tecidos. Os mastócitos das mucosas (MMC) apresentam maior concentração em
humanos na mucosa do intestino médio e nos pulmões. Ambas as populações de
mastócitos possuem histamina e serotonina em seus grânulos, entretanto maior
quantidade de histamina tem sido atribuída aos mastócitos do tecido conjuntivo
(ROITT; BROSTOFF e MALE, 1999; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). Outra
característica dessas populações é que os mastócitos das mucosas são reativos
para anticorpos contra a triptase e não para quimase (MCT). Já os mastócitos do
44
tecido conjuntivo expressam positividade para triptase e também para quimase
(MCTC) (WALSH, 2003). A histamina, seu principal mediador químico, tem efeito
prioritário desencadeado no estágio inicial do processo inflamatório, estimulando as
células endoteliais a se modificarem promovendo vasodilatação e aumento da
permeabilidade vascular que acarretará a formação do edema inflamatório (MILLER
et. al. 1978; KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
Os Linfócitos são células que aparecem mais tardiamente, e compõem as
células da fase crônica da inflamação. São responsáveis pela síntese e secreção de
imunoglobulinas ou anticorpos e de linfocinas. Existem vários tipos de linfócitos, os
linfócitos T responsáveis pela imunidade celular e que se subdividem em linfócitos T
auxiliares e T citotóxicos. Os linfócitos B são responsáveis pela imunidade humoral e
produzem imunoglobulinas mediante diferenciação em plasmócitos. São
encontrados ainda, os linfócitos NK (Natural Killer), responsáveis por ligar-se a
anticorpo independente a ativação imunológica (BRASILEIRO FILHO, 2000;
KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
Os Monócitos são células que após alguns dias na corrente sanguínea,
migram para os tecidos transformando-se em macrófagos. Estes se fazem presentes
nas fases mais tardias, ou seja, em processo inflamatório crônico, sendo atraídos
para o local da inflamação pela a ação de substâncias quimiotáticas. Sua função é
complexa abrangendo desde a ação fagocitária, bem como, a de processadora de
antígeno, moduladora de resposta imunológica e secreção de substâncias para o
meio extracelular, como as citocinas (BRASILEIRO FILHO, 2000; CALICH e VAZ,
1989).
Essas células podem proliferar localmente nos tecidos e dar origem a novas
células. Os macrófagos localizam-se no tecido conjuntivo de todos os órgãos, onde
podem receber nomes específicos como células de Kupffer no fígado, células gliais
no sistema nervoso central, células de Langherans na pele e osteoclastos no tecido
ósseo. Quando estimulados, sofrem alterações morfológicas e metabólicas que lhes
conferem maior capacidade para fagocitose e digestão de partículas estranhas.
Nesse estágio de diferenciação são chamados de macrófagos ativados (ABBAS;
LICHTMAN; POBER, 2002; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
45
2.4.2 Inflamação aguda
A resposta inflamatória aguda é de natureza exsudativa, caracterizada pelo
aumento de permeabilidade vascular onde permite a saída de quido e proteínas
plasmáticas do compartimento intravascular para os tecidos (SIQUEIRA e SABÓIA,
1996).
A inflamação aguda tem como características a presença de fenômenos
exsudativos e a predominância de neutrófilos polimorfonucleares (PMNs) no local
afetado (SIQUEIRA e SABÓIA, 1996). Consiste em uma resposta rápida a um
agente nocivo encarregada de levar mediadores da defesa do hospedeiro
leucócitos e proteínas plasmáticas ao local da lesão. A inflamação aguda possui
três componentes principais: (1) alterações no calibre vascular que levam a um
aumento no fluxo sangüíneo; (2) alterações estruturais na microcirculação que
permitem que proteínas plasmáticas e leucócitos deixem a circulação; e (3)
emigração dos leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco de lesão e sua
ativação para eliminar o agente nocivo (KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
As reações inflamatórias agudas são desencadeadas por vários estímulos
como infecção, trauma, agentes físicos e químicos, necrose tissular, corpos
estranhos, reações imunológicas, portanto cada um desses estímulos pode provocar
características diferentes, mas toda reação inflamatória tem características
semelhantes (KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
A magnitude de resposta inflamatória depende mais da intensidade e do
tempo da ação do estímulo agressor do que propriamente do tipo de agressão, isto
é, depende mais da quantidade do que da qualidade do estímulo (SIQUEIRA e
SABÓIA, 1996).
Segundo Siqueira e Sabóia (1996), a resposta aguda é rápida, durando de
minutos a um ou dois dias e se a agressão for transitória ela é suficiente para
eliminá-la. A resposta inflamatória ao contrário da resposta imune não possui
especificidade para o combate ao agente agressor.
2.4.3 Inflamação crônica
A resposta inflamatória que dura por dias ou semanas é considerada como
um processo crônico, e pode decorrer da persistência de um agente agressor, de
46
agressão recorrente ou de uma agente agressor pouco virulento (SIQUEIRA e
SABÓIA, 1996).
É de natureza proliferativa, devido à presença de fibroblastos e angioblastos
em estado de proliferação. A presença destes elementos celulares estabelece uma
estreita relação entre a inflamação crônica e processo de reparo, pois grandes
partes dos processos inflamatórios crônicos estão associadas a infecções
persistentes. Visando a eliminação dos agentes agressores a presença de células
relacionadas ao sistema imune nos processos crônicos, indica que este processo
está envolvido na eliminação de antígenos (SIQUEIRA e SABÓIA, 1996).
2.4.4 Mediadores químicos da inflamação
Os mediadores químicos atuam como uma rede de substâncias que
interagem nas reações inflamatórias, envolvendo uma complexa série de eventos
que incluem dilatação de arteríola, capilares e vênulas com o aumento da
permeabilidade vênular e fluxo sanguíneo, exsudação de fluídos e migração de
leucócitos para o foco inflamatório (ROCHA e SILVA, 1978; LUENGO, 2005).
Os vários mediadores inflamatórios normalmente atuam restringindo as
conseqüências e a extensão do dano tecidual, induzindo somente os sinais locais.
Entretanto, dependendo da persistência ou intensidade da lesão, alguns mediadores
podem difundir-se e mediar sinais e sintomas sistêmicos como febre, aumenta de
proteínas de fase aguda, leucocitose, ativação do sistema complemento, aumento
da produção de glicocorticóides, alterações metabólicas. Esta resposta sistêmica é
denominada reação de fase aguda e nessas situações pode-se observar que o
sistema nervoso central e imune está funcionalmente conectado (STADNYK e
GAULDIE, 1991).
Os mediadores químicos da inflamação, mais relevantes, são: a histamina,
prostaglandinas, leucotrienos, citocinas, linfocinas e constituintes lisossômicos.
A Histamina induz a dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade
vascular das vênulas, promovendo vasodilatação e aumento da permeabilidade
vascular que poderá acarretar a formação do edema inflamatório (MILLER et al.,
1978; KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005).
Ela é armazenada, principalmente, nos grânulos dos mastócitos e é liberada
prontamente através do processo de granulação (PINTO, 1997). A histamina é o
47
mediador químico mais importante das fases iniciais da resposta inflamatória aguda
e isto se deve por ser encontrada e armazenada nos tecidos. Os estímulos que
causam a liberação da histamina são agentes físicos: trauma, calor e frio; reação
imune mediada por IgE; C3a e C5a; IL-1. Estes estímulos induzem o aumento da
concentração de Ca intracelular com aumento da permeabilidade da membrana
(SIQUEIRA e SABÓIA, 1996).
As Prostaglandinas e os Leucotrienos são ácidos graxos derivados do
metabolismo do ácido aracdônio presente nos fosfolipídios das membranas
celulares, através de duas vias: a da cicloxigenase e da lipoxigenase. As
Prostaglandinas, originada da via da cicloxigenase, tem função de vasodilatação e
possui envolvimento na patogenia da febre e dor. Já os Leucotrienos apresentam
ação de quimiotaxia e adesão leucocitária ao endotélio de vênulas, bem como são
responsáveis pelo o aumento da permeabilidade vascular (KUMAR; ABBAS;
FAUSTO, 2005).
Os constituintes lisossômicos encontram-se armazenado nas granulações
presente nos neutrófilos e nos monócitos (macrófagos). Este conteúdo enzimático
pode ser liberado por morte da célula ou por auto-mecanismo. Quando degranulado,
os constituintes lisossômicos provocam lesão tecidual, vasodilatação e aumento da
permeabilidade vascular (PINTO, 1997).
As citocinas são definidas, segundo Arend (2002) como proteínas de pequeno
peso molecular que fazem a mediação da comunicação intercelular. A denominação
“citocinas” compreende fatores que estimulam colônias, fatores de crescimento,
interleucinas e interferons, consideradas moléculas mediadoras de ações biológicas
normais.
Exercem efeitos sobre a fase aguda da inflamação, produzindo febre,
sonolência, diminuição do apetite e neutrofilia, podendo ser reguladores da ativação,
crescimento e diferenciação dos linfócitos e mediadores da resposta imune (PINTO,
1997).
As citocinas atuam na auto-regulação da homeostasia do meio ambiente
interno e sua produção descontrolada podem determinar conseqüências patológicas
em doenças inflamatórias e auto-imunes (AREND, 2002). Têm como função regular
a duração e intensidade das respostas específicas; recrutar células efetoras para as
áreas onde se desenvolvem respostas; e induzir a geração e maturação de novas
células a partir de percursores.
48
49
OBJETIVOS
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
O presente estudo consiste em avaliar a presença de inflamação e de
citocinas mediadoras da inflamação (IL-1b) na mucosa gengival de ratos lactentes,
durante o processo de irrupção dentária.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
§ Verificar a ocorrência de reação inflamatória durante a irrupção dentária;
§ Analisar o tipo e a intensidade da resposta inflamatória na gengiva e tecidos
peridentais de ratos nos diferentes períodos de irrupção dentária;
§ Pesquisar a presença de imunomarcação de IL-1b nos tecidos peridentais;
51
MATERIAL E MÉTODO
53
54
4.3 OBTENÇÃO DOS ESPÉCIMES E PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO
Animais com 8, 12 e 15 dias de vida, foram sacrificados emmara a gás
carbônico, em seguida decapitados e suas maxilas dissecadas (Figuras 1, 2, 3).
Depois, os espécimes foram fixados em formalina a 10% por no mínimo 24hs. Após
esse período, foram descalcificados em ácido nítrico a 7,5% por um período de 24 a
36 horas. A descalcificação foi considerada satisfatória quando se inseria uma
agulha de insulina na maxila e esta não oferecia resistência. Em seguida o material
foi clivado, com cortes sagitais na região dos incisivos superiores e cortes coronais
na região dos molares superiores esquerdos. As amostras obtidas foram colocadas
em cassetes (Figura 4) e encaminhadas para processamento histológico seguindo a
rotina do laboratório, com desidratação em álcool, diafanização em xilol e
impregnação em parafina. A seguir, foram feitos cortes em micrótomo rotativo com
m de espessura, os quais foram colocados em lâminas e corados pela técnica
hematoxilina e eosina (HE).
Figura 1. Segmento da maxila de rato com 8 dias.
Figura 2. Segmento maxila de rato com 12 dias.
55
Figura 3. Segmento da maxila de rato com 15 dias.
Figura 4. Fragmentos da região da maxila.
4.4 ANÁLISE HISTOLÓGICA
Após a confecção das lâminas foram feitas as leituras e fotomicrografias com
o auxílio de microscópio óptico Olympus CX31, commara fotográfica digital
acoplada. Os fenômenos teciduais foram observados por três examinadores
calibrados e as alterações de natureza inflamatória foram anotados em ficha
específica (Anexo 2).
A análise microscópica foi realizada subjetivamente, obedecendo aos
seguintes cririos:
1) Tipo de células inflamatórias:
· Neutrófilos (+ ou -)
· Mononucleares (+ ou -);
Após a avaliação qualitativa foi realizada uma avaliação quantitativa dos itens
positivos acima descritos.
2) Intensidade do infiltrado inflamatório
Para analisar a intensidade do infiltrado inflamatório foi contado o número de
células inflamatórias presentes nos cortes teciduais de onde foram atribuídos os
seguintes escores:
· Leve (+) presença de 6 a 8 células inflamatórias;
· Moderado (++) presença de 9 a 20 células inflamatórias;
· Intenso (+++) presença de mais de 20 células inflamatórias;
4.5 PROCESSAMENTO IMUNO-HISTOQUÍMICO
Para o estudo imuno-histoquímico foram realizados cortes histológicos de
3µm de espessura, os quais foram estendidos em lâminas de vidro
organosilanizadas, e marcados com anticorpo monoclonal anti-IL-1b.
Todo o estudo imuno-histoquímico foi realizado no Instituto de Patologia da
Universidade do Porto IPATIMUP, em Portugal. A descrição da técnica de
preparação do material encontra-se em anexo (Anexo 3).
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística foi realizada através do teste Kruskal-Wallis, para avaliar
significância das variáveis. Para a detecção da variável que gerou a diferença
estatística, foi aplicado o teste de Dunn.
56
RESULTADOS
58
Como demonstrado no gráfico 2 e tabelas 1 e 2 podemos observar células
neutrofílicas presentes no córion e epitélio da região de incisivos onde 50% dos
animais tiveram infiltrado inflamatório leve e moderado. Na região de molares houve
ausência de neutrófilos. Células mononucleares mostraram-se presentes no córion
na região dos incisivos e molares onde 100% dos animais tiveram infiltrado
inflamatório leve. Nenhum animal mostrou afluxo mononuclear no epitélio (figuras 5,
6, 7 e 8).
Dos 6 espécimes examinados, em apenas dois foi observada congestão
vascular na região de molares; leve edema intersticial foi evidenciado em todos os
animais.
Grafico 1- Grupo A - Ratos com 8 dias de vida (sem erupção)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
I M I M I M I M
rion Epitélio Córion Epitélio
Neutrófilos Mononuclear
Eix o X -
Tipo de células inflamatórias, local e região do
infiltrado inflamario
Eixo Y-
Porcentagem das células
inflamatórias presentes nos rato s
Leve
Moderada
Ausent e
I = Incisivo ; M= Molar
59
60
61
5.2 GRUPO B - RATO COM 12 DIAS DE VIDA (COM IRRUPÇÃO DOS INCISIVOS)
Este grupo foi composto por 6 animais com 12 dias de vida, com erupção
apenas dos incisivos.
Como demonstrado no gráfico 2 e tabelas 1 e 2 podemos observar células
neutrofílicas presentes no córion e epitélio na região dos incisivos, em intensidade
moderada em 100% dos animais, e na região dos molares o afluxo na foi leve e
ausente em 50% deles. No epitélio, em região de molares o afluxo neutrofílico foi
leve e ausente respectivamente em 33,3% e 66,66% dos animais. Células
mononucleares estiveram presentes no córion dos incisivos e molares com
intensidade, respectivamente, moderada e leve em 100% dos animais. No epitélio foi
visto infiltrado inflamatório mononuclear moderado (66,66%) e leve (33,33%) na
região dos incisivos. Nenhum animal mostrou afluxo mononuclear epitelial na região
de molares (Ver figuras 9,10, 11 e 12).
O afluxo neutrofílico predominou no epitélio juncional.
Foi evidenciado discreta congestão vascular e edema, na região de incisivos
e molares, de todos os animais.
Gráfico 2- Grupo B - Ratos com 12 dias de vida (erupção dos
incisivos)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
I M I M I M I M
Córion Epitélio rion Epitélio
Neutrófilos Mononuclear
Eix oX -
Tipo de células inflamatórias , local e região do
infiltrado inflamatório
Eixo Y -
Porcentagem das células
inflamatórias presentes nos ratos
Leve
Moderada
Ausente
I= Incisivo; M= Molar
62
63
64
5. 3 GRUPO C - RATO COM 15 DIAS DE VIDA (COM IRRUPÇÃO DOS INCISIVOS
E MOLARES)
Este grupo foi composto por 6 animais, com 15 dias de vida, com irrupção dos
incisivos (Figuras 13 e 14) e molares (Figura 17 e 18).
Como demonstrado no gráfico 3 e tabelas 1 e 2 podemos observar a
presença de células neutrofílicas no córion, na região dos incisivos, com intensidade
moderada em 100% dos ratos. Nos molares este tipo de infiltrado foi,
respectivamente, moderado e intenso em 66,66% e 33,33% dos animais. Já no
epitélio, na região de incisivos e molares o infiltrado inflamatório foi considerado,
respectivamente, moderado e intenso em 83,33% e 16,66% deles. O afluxo
mononuclear no córion, na região de incisivos e molares teve intensidade
moderada em 100% dos animais. No epitélio, ao nível de incisivos e molares a
resposta inflamatória foi similar, ou seja, presente com intensidade leve (33,33%) e
ausente em 66,66%. ( Ver figuras 13, 14,15, 16, 17 e 18).
Foi evidenciado discreta congestão vascular e edema, na região de incisivos
e molares, de todos os animais.
Gráfico 3 - Grupo C - Ratos com 15 dias de vida (erupção dos
incisivos e molares)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
I M I M I M I M
Córion Epitélio rion Epitélio
Neutrófilos Mononucle ar
Eixo X-
Tipo de célula inflamatória, local e região do infiltrado
inflamatório
Eixo Y-
Porcentgem do número de células
presentes nos ratos
Leve
Moderada
Ausente
Intenso
I =
Incisivo; M = Molar
65
66
67
68
5.4 COMPARAÇÕES DA ANÁLISE ESTATÍSTICA DO ESTUDO HISTOLÓGICO
Através de análise estatística foi possível realizar várias comparações entre
os grupos, em relação ao infiltrado Neutrofílico e Mononuclear, local em que foi
evidenciado o infiltrado (Córion e Epitélio) e região dos dentes (Incisivos e Molares).
- Comparação entre os grupos A, B e C em relação ao infiltrado
neutrofílico no epitélio de incisivos:
Feito o teste de Kruskal-Wallis, foi encontrada diferença significante entre os
grupos (p=0,04) mas, esse teste não detecta entre quais grupos houve a diferença.
Para isso foi feito o teste de Dunn, mas nesse caso, como o Kruskal-Wallis
apresentou uma diferença considerada fraca, o teste de Dunn não detectou a
diferença.
- Comparação entre os grupos A, B e C em relação ao infiltrado
neutrofílico no epitélio de molares:
Feito o teste de Kruskal-Wallis, foi encontrada diferença significante entre os
grupos (p=0,0007) o teste de Dunn, nesse caso detectou diferença entre os grupos
A e C (p<0,001).
- Comparação entre os grupos A, B e C em relação ao infiltrado
neutrofílico no córion dos incisivos:
Feito o teste de Kruskal-Wallis, foi encontrada diferença significante entre os
grupos (p=0, 036) mas esse teste não detecta entre quais grupos está a diferença
para isso é feito o teste de Dunn, que nesse caso detectou que a diferença entre os
grupos A e C (p<0,05).
- Comparação entre os grupos A, B e C em relação ao infiltrado
neutrofílico no córion de molares:
Feito o teste de Kruskal-Wallis, foi encontrada a diferença significante entre os
grupos (p=0,0008) mas esse teste não detecta entre quais grupos esta diferença
para isso é feito o teste de Dunn, que nesse caso detectou que a diferença entre os
grupos A e C(p<0,001) e entre B e C (p<0,05).
- Comparação entre os grupos A, B e C em relação ao infiltrado
mononuclear no epitélio dos incisivos:
69
Feito o teste de Kruskal-Wallis, foi encontrada diferença significante entre os
grupos (p=0,0013) mas esse teste não detecta entre quais grupos esta a diferença
para isso e feito o teste de Dunn, que nesse caso detectou que a diferença e entre
os grupos A e B (p<0,01) e entre B e C (p<0,05).
- Comparação entre os grupos A, B e C em relação ao infiltrado
mononuclear no epitélio de molares:
Feito o teste de Kruskal-Wallis, não foi encontrada diferença significante entre
os grupos (p=0,11) nesse caso o teste de Dunn, não e feito.
- Comparação entre os grupos A, B e C em relação ao infiltrado
mononuclear no córion de incisivos:
Feito o teste de Kruskal-Wallis, foi encontrada diferença significante entre os
grupos (p=0,0002) mas esse teste não detecta entre quais grupos esta a diferença
para isso e feito o teste de Dunn, que nesse caso detectou que a diferença e entre
os grupos A e B (p<0,01) e entre A e C (p<0,01).
- Comparação entre os grupos A, B e C em relação ao infiltrado
mononuclear no córion de molares:
Feito o teste de Kruskal-Wallis, foi encontrada diferença significante entre os
grupos (p=0,0002) mas esse teste não detecta entre quais grupos esta a diferença
para isso e feito o teste de Dunn, que nesse caso detectou que a diferença e entre
os grupos A e C (p<0,01) e entre B e C (p<0,01).
5.5 ANÁLISE DO ESTUDO IMUNO-HISTOQUÍMICO
No estudo imuno-histoquímico (IMH) observou-se marcação positiva para o
anticorpo IL-1b no córion, na região de incisivos e molares, foi considerada
marcação positiva a presença de Coloração acastanhada na matriz intesticial do
córion em localização sub-epitelial e peridentária na região de incisivos e molares
não erupcionados. A reação independeu da resposta inflamatória e a
imunomarcação foi negativa nos dentes erupcionados (Ver figuras 19, 20, 21, 22, 23
e 24).
70
71
72
73
DISCUSSÃO
6 DISCUSSÃO
A erupção dentária é uma expressão usada para designar o momento em que
o dente irrompe na cavidade oral. No entanto, essa fase é apenas uma das etapas
de todo o fenômeno de irrupção, que tem início nos primórdios da odontogênese e
acompanha toda a vida do órgão dentário, até a oclusão dos dentes antagônicos
(GUEDES-PINTO, 1997).
De acordo com a literatura, existem várias controvérsias sobre as
manifestações locais e sistêmicas durante a irrupção dos dentes decíduos. Autores
fazem estudos com a finalidade de chegar a uma linha de pensamento mais
precisa, pois uns acreditam que seja um processo fisiológico que não apresenta
sintomatologia: (PIERCE et al., 1986; KRUSKA, 1946; SOLIMAN e SOLIMAN, 1978;
TASAMEN, 1968; HARDT e WEYERS, 1969), outros acreditam que seja um
processo patológico que apresenta sintomatologia (NEADERLAND, 1952;
BENGTON, 1988; SEWARD, 1972; ROCHA et al., 1988; ABUJAMRA et al., 1994;
NORONHA, 1985) e os demais que a irrupção seja um processo normal, que pode
ter alterações e manifestar o seu desequilíbrio sob forma de sintomas (MAGNUSON
e PERSLIDEN, 1987; SIGAL e MOCK, 1992).
O diferencial deste estudo consistiu em avaliar a presença de inflamação e
de citocinas mediadoras da inflamação (IL-1b) na mucosa gengival de ratos
lactentes, durante o processo de irrupção dentária. Assim verificou-se a ocorrência
de reação inflamatória durante a irrupção dentária, analisando-se o tipo e a
intensidade de resposta inflamatória na gengiva de ratos, nos diferentes períodos de
irrupção dentária, bem como a presença de imunomarcação de IL-1b nos tecidos
gengivais.
Durante o processo irruptivo dos dentes decíduos, um dos sintomas
sistêmicos mais freqüentemente observado é a irritabilidade da criança
(NEADERLAND, 1952; SEWARD, 1972; NORONHA, 1985; ROCHA et al., 1988),
corroborando com os estudos de Vasques; Vasques; Costa, (2004) que relataram a
ocorrência de algum tipo de alteração durante a irrupção dos dentes decíduos,
sendo a irritabilidade o sintoma mais freqüentemente citado pelas mães (80,76%).
A metodologia empregada foi iniciada através de um estudo piloto que teve o
intuito de determinar as fases da irrupção dos dentes dos ratos recém-nascidos.
75
Com isso foi detectado que a erupção dos incisivos superiores ocorreu no 1
e a dos molares superiores entre o 15º e 16º dia de vida. Com estes dados
pudemos dividir a amostra em três grupos, sendo eles grupo A, grupo B e grupo C,
composto por seis ratos, cada um, respectivamente com as idades de 8, 12 e 15
dias.
Magnusson (1987) observou a presença de células inflamatórias no tecido
conjuntivo adjacente aos dentes e neutrófilos disseminados entre as células
epiteliais, corroborando assim com nossos resultados onde foi observado uma
resposta inflamatória em tecidos peridentais de dentes irrupcionados, com afluxo
neutrofílico no epitélio.
Segundo os estudos de Seward (1972), que analisou distúrbios locais em
224 crianças, a inflamação gengival foi o sinal clínico mais significativamente
encontrado durante a irrupção dos dentes decíduos. Esse achado também foi
encontrado por outros autores (ABUJAMRA, 1994; ROCHA et al., 1988;
SCHWARTZMAN, 1942 e SEWARD, 1972) e pelos resultados desta pesquisa, que
evidenciou reação inflamatória de intensidade crescente e gradual até a erupção
dentária.
O exame histológico de tecidos peridentais dos ratos lactentes demonstrou
reação inflamatória mononuclear leve, em todos os animais, na fase pré-eruptiva,
coincidindo com a imunomarcação para IL-1b. Isto nos faz pensar que estas células
mononucleares do córion da mucosa e de tecidos gengivais liberam a IL-1b , que por
sua vez ativam outras células com liberação de outras substâncias pró-
inflamatórias, facilitando a migração do dente até sua eclosão final na cavidade
bucal, o que concorda com os achados de Wise; Que e Huang (1999) e Wise et al.,
(2000) que acreditam estar esta citocina relacionada a fase pré-eruptiva do
processo de irrupção dentária. Outro aspecto que endossa esta afirmação é o fato
do desaparecimento desta interleucina nos tecidos após a erupção dentária, aliada
ao aspecto clínico referido pelas mães, de que, após a erupção cessa a
sintomatologia da criança.
Noronha, (1985) e Rocha et. al., (1988) relataram que muitos profissionais da
saúde acreditam ser a febre uma manifestação que pode estar relacionada ao
irrompimento dos dentes decíduos. Voltarelli e Falcão (1984) estudando a
patogênese, fisiopatologia e significado clínico da febre observaram que a resposta
76
febril era parte integrante da reação inflamatória aguda, sendo mediada
predominantemente por uma citocina, a interleucina - 1 (IL-1).
Os principais efeitos da IL - 1 (um ativador de fase aguda) é de atuar sobre as
células e os tecidos exercendo as seguintes funções: ativar macrófagos, estimular a
biossíntese das prostaglandinas (PGs) por macrófagos e fibroblastos, estimular
síntese de anticorpos, ser quimiotática para neutrófilos polimorfonuccleares,
estimular síntese de linfocinas por linfócitos T, causar febre por estímulo de células
hipotalâmicas e estimular a reabsorção óssea (SIQUEIRA e SABÓIA, 1996;
PRADELA; NEMETZ; BOVO,1995).
A IL-1 é secretada no fluido extracelular em duas formas moleculares, á e â,
tendo ambas efeitos pró-inflamatórios. É produzida por inúmeras células incluindo
macrófagos, monócitos, osteoclastos, células â, neutrófilos, fibroblastos e células
epiteliais (VAN DYKE et al., 1993; CHENU et al., 1989; DIRANELLO, 1988 e
KJELDSEN et. al., 1993).
Nesta pesquisa, foi detectada a imunomarcação de IL-1b em região de
incisivos e molares não erupcionados, à nível de córion, demonstrando a presença
de um mediador químico pró-inflamatório de fase aguda que tem ação local, atraindo
neutrófilos, estimulando macrófagos e induzindo a síntese de Prostaglandinas (PGs)
e que pode desencadear dor e fenômenos inflamatórios sistêmicos como febre e
inapetência, corroborando com os estudos de Siqueira e Sabóia (1996); Pradela,
Nemetz, Bovo(1995), Shapira et al., 2003.
A presença de IL-1b nos tecidos gengivais e peridentais pode estar
relacionadas com a febre, distúrbios nutricionais e do apetite e o seu encontro na
fase pré-eruptiva reforça o fato de que os sintomas e sinais clínicos são mais
intensos antes da erupção dentária (SHAPIRA et. al., 2003) o que coincide com os
estudos de outros autores (KRUSKA, 1946; NORONHA, 1985 e ROCHA et al., 1988;
BENGSTON e BENGSTON, 1994).
Foi possível observar que na fase eruptiva a reação inflamatória foi
mononuclear e neutrofílica, com predomínio de neutrófilos no epitélio mucoso,
principalmente em epitélio juncional. Isto nos faz questionar se esta exocitose
neutrofílica seria decorrente apenas da liberação de outras substâncias pró-
inflamatórias e/ou da ação atrativa, quimiotática da flora bacteriana local, alterada ou
exacerbada pela reação inflamatória, inicialmente asséptica.
77
A contribuição desta pesquisa está no fato da comprovação morfológica inicial
de eventos bioquímicos e moleculares que interferem na dinâmica de um processo
fisiológico, mas que podem se exteriorizar através de sintomas clínicos que
estressam mães e interferem no comportamento de lactentes.
Supomos que muito mais ainda tem que ser estudado e comprovado, e que
muitas outras substâncias químicas medeiem este processo. Outras pesquisas em
animais, ou clínicas, devem ser realizadas no intuito de completar a elucidação
destas controvérsias.
78
CONCLUSÃO
7 CONCLUSÃO
De acordo com a metodologia empregada na nossa pesquisa podemos
conclui que:
· Com o decorrer do processo de irrupção dentária ocorre inflamação;
· intensificação deste processo é gradual até o processo de
erupção;
· Os neutrofílos estão presentes em região de incisivos, tanto em córion
e epitélio 50% inflamação moderada e leve;
· A resposta inflamatória de dentes irrupcionados é com o leve afluxo
neutrofílico no epitélio;
· Após a erupção a resposta inflamatória na região dos incisivos e
molares é predominantemente neutrofílica.
· Há liberação de IL-1b que ocorre no córion, antes da irrupção dentária
é independente a reação inflamatória.
80
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, R.B; SILVA, L.P; LEMOS, A.P.C; MIYASAKA, C.K; LAÇAVA, Z.G.M.
Controle da resposta inflamatória por ácidos graxos. In: Curi R, Pompéia C, Kenji C.
Entendendo a gordura - os ácidos graxos. São Paulo: Manole, 2000. p.381-392.
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ANEXOS
Anexo 1. Comitê de ética em pesquisa .
Anexo 3. PROTOCOLO DA TÉCNICA IMUNOHISTOQUÍMICA DO IPATIMUPI
(Instituto de Patologia da Universidade do Porto).
Este procedimento aplica-se à descrição de todos os procedimentos
necessários a realização da técnica de imunohistoquímica em sistema automático
(Lab Vision Autostainer ® - LV-1).
A) Desparafinação e Hidratação
Utilizam cortes de 3µm em lâminas adesivas(polysina), após secagem
durante a noite na estufa a 37ºC. Antes de se proceder à recuperação antigênica, os
cortes são desparafinados e hidratados em sistema automático (MT.TEC.)%) ou
manualmente, procedendo da seguinte forma: Clear Rite (1) 15 minutos; Clear Rite
(2) 15 minutos; álcool absoluto 5 min; álcool 70% 3 minutos; álcool 50% 3 minutos; e
água corrente 3 minutos.
B) Recuperação Antigênica
Após a hidratação das lâminas com cortes histológicos, consoante o anticorpo
em questão, estas podem ser ou não submetidas a uma das diferentes
recuperações.
a) Banho- Maria
Solução Retrieval: Diluir a solução retrieval (comercial) em água
desionizada. Acertar o pH da solução a 6.00 (6.00-6.10). Pré-aquecer a solução em
banho-maria a 98ºC durante 5 min. Colocar as lâminas na solução dentro do banho-
maria ( durante 20 ou 30 min, conforme o padronizado para o anticorpo em questão)
e deixar arrefecer a solução à temperatura ambiente durante 5 min. Colocar as
lâminas em PBS ( phosphate buffered saline).
Tampão TRIST- EDTA: Diluir a solução de TRIST-EDTA (DAKO Cytomation
®), pH= 9,01/10 em água desionizada. Acertar o pH da solução em banho-maria a
98ºC durante 5 min. Colocar as lâminas durante 20 min na solução dentro do banho-
maria e deixar arrefecer a solução à temperatura ambiente durante 5 min. Colocar
as lâminas em PBS.
b) ESTUFA 37ºC
Solução Pepsina: Diluir 400mg de pepsina(Sigma Pepsin A 1:10000) em
100ml de água desionizada a adicionar 0.1 ml de HCL 1M. Colocar as lâminas
dentro desta solução durante 30 minutos na estufa a 37ºC. Após incubação inactivar
a ação da enzima colocando as lãminas em PBS durante 3 minutos a 20ºC.
c) PT Module
Preparar 1,5 L da solução PT Module pH 6,0 a partir de uma solução
concentrada 100x. Colocar as lãminas na rack do aparelho automático de
imunohistoquímica e encaixa-la no recipiente do PTmodule previamente aquecido a
65ºC. Fechar o tanque com lâminas e a solução de recuperação antigênica e iniciar
o aquecimento até 98ºC e manter a temperatura durante 40 minutos, ao fim dos
quais a temperatura do tanque começa a arrefecer até chegar 65ºC (momento que o
tanque desbloqueia a tampa e se podem retirar as lâminas). Depois coloca as
lãminas em solução tampão PBS Tween auqecido a 65ºC durante 10 minutos
Depois de feita a recuperação antigênica, as lâminas são colocadas no Lab
Vision Autostainer, pela ordem específica no programa. A partir daqui, o aparelho
realiza automaticamente os seguintes passos:
· Bloqueio da Peroxidáse Endógena
Bloqueio da peroxidase endógena com solução de peróxido de hidrogênio a
3% diluído em etanol durante 10 minutos. Lavagem em PBS.
· Bloqueio de Reacções Inespecíficas
Incubação das lãminas com UltraVisionBlock durante 10 minutos. Após esta
incubação retirar o excesso de reagente das lãminas e não lavar.
· Anticorpo Primário
Incubação do Anticorpo primário durante 30 e/ou 60 minutos (dependendo do
anticorpo secundárioutilizado). Lavagem em PBS.
· Anticorpo secundário conjugado com polímero com peroxidase
Incubação das lãminas com anticorpo secundário conjugado com polímero
durante 30 minutos. Lavagem em PBS.
· Cromogénio Diaminobenzidina (DAB)
Preparar uma solução de Diaminobenzidina: 20µl de comogénio DAB por cada
ml de substrato. Incubar durante 10 minutos. Lavagem em água corrente durante 5
minutos.
C) Contraste Nuclear
Este passo é efetuado em sistema automático (MT.TEC.01) ou manualmente
procedendo da seguinte forma: Contrastar os núcleos com Hematoxilina de Mayer,
mergulhando as lãminas neste corante durante 20 minutos. Diferenciar em água
amoniacal 1% durante 15 segundos e lavar em água corrente 3 minutos. Desidratar
as lâminas mergulhando-as em álcoois de concentrações crescentes.
D) Montagem
Procede-se à montagem das lâminas em sistema automático (MT.TEC.03) ou
manualmente colocando meio de montagem e lamela por cima do corte.
E) Autoclavagem de material
As pontas utilizadas nas micropipetas e os tubos utilizados para diluição de
anticorpos e reagentes do kit de detecção são autoclavados. As pontas são
colocadas em caixas próprias e sacos específicos para autoclavagem. Os tubos e as
respectivas tampas, depois de lavados, são também colocados em sacos
específicos para autoclavagem. Estes sacos seguem para a sala de lavagem de
material e são lacrados com uma fita. Esta fita indica se a autoclavagem foi efetiva
através da alteração da cor.
Controle de qualidade
Controle de anticorpos utilizados
Todos os anticorpos utilizados na técnica da imunohistoquímica da rotina do
Laboratóriode Patologia da USP são validados pela MED através de testes em
controles positivos realizados pela TEC. Estes teste são registrados no IM.TEC.16 “
Teste de validação de anticorpos”.
Controle positivo
Deve ser incluído na série de lâminas para a técnica de imunohistoquimica
um corte correspondente a um tecido que se saiba à partida que é positivo para o
anticorpo em questão. Para cada anticorpo deve existir um controle positivo.
Para anticorpos com prazo de validade expirado, é necessária a validação da reação
através de comparação da qualidade da coloração entre os controles positivos após
expiração do prazo de validade e o controle positivo anterior à expiração da
validade.
Controle negativo
Quando se utiliza anticorpos monoclonais deve incluir-se um corte histológico
do mesmo caso para controle negativo da reação imunohistoquímica. Este corte vai
ser submetido a todos os passos do protocolo de imunohistoquimica exceto um: O
anticorpo primário é substituído por um soro normal constituído por imunoglobulinas
que não têm afinidade com os tecidos humanos. Se este soro não se liga, os
restantes complexos também não se irão conjugar-se constituído um controle
negativo da reação.
Controle interno
Alguns cortes histológicos têm áreas de tecido normal que podem servir de
controle positivo ou negativo da reação de imunohiatoquímica para determinados
anticorpos primários.
Controle da temperatura e umidade
Ambiente: A temperatura e umidade do ambiente são controladas por
higrômetros que se encontram no laboratório (Piso 1) e na sala de macroscopia
(Piso 0). A temperatura ambiental deve permanecer entre 18 e22ºC, podendo atingir
o máximo de 25ºC, em situações especiais. A umidade do ambiente deve
permanecer entre os 50 e 70%.
Normas de funcionamento e manutenção do higrômetro:
- O higrômetro mostra o grau de umidade do ar em %.
- Para um bom funcionamento e maior duração do aparelho, este deve ser testado
semestralmente, sendo os valores registrados no IM.TEC.03 “ Controle de
Temperatura e Umidade do ambiente”. Durante o teste, o aparelho deve permanecer
envolvido num pano úmido durante 30 minutos, após os quais o ponteiro deverá
indicar 95%. Se o aparelho não atingir esta percentagem de umidade, deve ser feito
um ajuste na parte traseira do mesmo, com a ajuda de uma chave de parafusos.
Frigoríficos: A temperatura dos frigoríficos é controlada através de
termômetros digitais colocados na porta dos dois frigoríficos existentes no
laboratório(Piso 1), com sensores localizados no interior dos frigoríficos (Sanyo e
Siemens). Os termômetros mostram a temperatura interna e a temperatura externa
ao frigorífico. Estas temperaturas devem ser registradas diariamente no IT.TEC.02 “
Controle de Temperatura dos Frigoríficos”.
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