
ORGANIZAÇÕES MISSIONÁRIAS INTERNACIONAIS
Embora os números informem que continuaremos a crescer com fôlego no Brasil, muita coisa tem
mudado desde a época de ouro das missões internacionais (Séculos XVII a XIX), quando algumas
das potências mundiais (e outras emergentes) como Reino Unido, Holanda, Alemanha e Estados
Unidos possuíam em suas populações uma parcela significativa de cristãos devotos, muitos dos
quais investidores fiéis em missões mundiais. O diagnóstico espiritual dessas nações hoje,
infelizmente, mostra um quadro completamente distinto e deveras preocupante.
Diversas denominações históricas enfrentam hoje uma crise de decadência crônica nesses países
outrora grandes contribuintes missionários. Boa parte desse problema deve-se ao avanço do
fenômeno conhecido como pós-modernidade, isto é, o rol de transformações sociais que tem
gradativamente afetado a cosmovisão do homem ocidental desde o fim da era medieval, tornando-o
mais cético, individualista e secularizado. Muitos desses países de longa tradição protestante
tornaran-se pós-cristãos e necessitam ser urgentemente re-evangelizados.
O caso do Reino Unido é clássico. Nos dias em que regeu o mundo, o império britânico semeou o
evangelho abundantemente nos cinco continentes. Cristãos como Tyndale, Wesley, Whitefield e
Spurgeon são alguns nomes que refletem o fervor típico do passado inglês. Hoje, por outro lado, os
crentes praticantes no Reino Unido não passam de míseros 1,2 milhão, para uma população total de
60 milhões!
Temos, então, a seguinte e delicada equação: um cristianismo vigoroso nos países carentes do
terceiro mundo, como o Brasil, e quase extinto nos países ricos do primeiro mundo (exceção ainda
dos Estados Unidos), outrora grandes subsidiários das missões mundiais.
Isso mudou muita coisa para nós, cristãos brasileiros. Há que se entender que os fartos subsídios que
algumas igrejas e demais organizações missionárias recebiam do primeiro mundo tendem a se
extinguir com rapidez. Necessitamos, com urgência, nos conscientizar de que a igreja brasileira, tão
abençoada por outros países até um passado muito próximo, terá, doravante, que sair da
adolescência espiritual e assumir ao menos os custos inerentes à evangelização de si próprios.
Até pouco tempo dizíamos que o Brasil seria a nova potencia missionária mundial, outros até
disseram que o Brasil é um gigante e está adormecido. Eu prefiro dizer que nossos líderes precisam
urgentemente voltar ao alvo que dia a dia tem sido mudado aleatoriamente. (Apocalipse 2.4)
CONCLUSÃO
Conforme observamos à pouco o envolvimento da Igreja brasileira como sustento não só é novo
como precário. O comportamento de parte dela é de mero descaso para com o próximo – por pura
ausência de consciência cidadã, que é o divino direito à existência.
As dificuldades que o missionário enfrenta, pois, lhe é imposta para obter o apoio financeiro de que
precisa para fazer o trabalho que é de todos. Ele acaba sendo pedinte. Pior: às vezes, visto como um
reles vagabundo que, não tendo logrado êxito em nada, opta pela ocupação que supostamente aceita
qualquer um. Afinal, é um trabalho que poucos querem fazer; é como os migrantes desgraçados que,
no Primeiro Mundo, são explorados à exaustão para fazer o tipo de trabalho considerado sujo pelos
nacionais que, devido ao seu status, não querem exercer mais.
Uma vez tendo recebido o chamado, o obreiro precisa de recursos para levá-lo a cabo. Aí, depois de
muita oração, preparo e petição, tenta levantar uma parte de seu sustento que, ao menos, lhe
permitirá, ainda que com muito sacrifício, manter a si mesmo, a família e as necessidades da obra e
comunidade que Deus lhe confiou.