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UNIVERSIDADE DE TAUBA
Maurício Augusto Aquino de Castro
AVALIAÇÃO DE UM MODELO EXPERIMENTAL
PARA ESTUDOS RADIOGRÁFICOS EM
ENDODONTIA
Taubaté – SP
2007
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1
UNIVERSIDADE DE TAUBA
Maurício Augusto Aquino de Castro
AVALIAÇÃO DE UM MODELO EXPERIMENTAL
PARA ESTUDOS RADIOGRÁFICOS EM
ENDODONTIA
Taubaté – SP
2007
Dissertação apresentada para
obtenção do Título de Mestre pelo
Programa de Pós-graduação do
Departamento de Odontologia da
Universidade de Taubaté.
Área de Concentração: Endodontia
Orientador: Prof. Dr. José Luiz Lage-
Marques
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MAURÍCIO AUGUSTO AQUINO DE CASTRO
AVALIAÇÃO DE UM MODELO EXPERIMENTAL PARA ESTUDOS
RADIOGRÁFICOS EM ENDODONTIA
Data: 26/01/2007
Resultado: Aprovado com “Distinção e Louvor”
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr.José Luiz Lage-Marques. Universidade de Taubaté.
Prof. Dr. João Marcelo Ferreira de Medeiros. Universidade de Taubaté.
Prof. Dr. Evandro Neves Abdo. Universidade Federal de Minas Gerais.
Dissertação apresentada para obtenção
do Título de Mestre pelo programa de
Pós-graduação do Departamento de
Odontologia da Universidade de
Taubaté.
Área de Concentração: Endodontia.
3
Dedico este trabalho à minha mãe, pelos momentos inesquecíveis. O seu
incentivo amoroso foi, e será sempre, fundamental para os passos mais importantes
da minha vida.
4
AGRADECIMENTOS
A DEUS! Sempre!
À Mariana e ao bebê, motivos de tudo.
Ao meu pai, às tias, ao Marcos e à Valéria, pelo aconchego de família em todas as
horas.
À querida tia Glaura, por sua amizade e por ter me ajudado tanto em momentos tão
importantes.
Ao Prof. Arnaud Alves Bezerra Júnior, sem o qual essa conquista seria impossível,
sendo uma pessoa a quem devo o eterno agradecimento pela amizade.
Ao Prof. Dr. José Luiz Lage Marques, por sua valorosa orientação e por estimular a
mim e aos colegas a buscar a excelência, apenas com o seu exemplo.
À Profa. Dra. Sandra Márcia Habitante, pela disponibilidade e pelos ensinamentos,
sempre passados de maneira proveitosa, competente e suave.
À UFMG, na pessoa do Prof. Dr. Evandro Neves Abdo, pelo incentivo, pelo
acolhimento e pela viabilização do trabalho, valorizando-o enormemente.
5
À Cristiane Alves Ferreira, pela demonstração de sensibilidade ao compreender a
importância da continuidade dos estudos para a evolução profissional.
Aos Profs. Adriene Mara Souza Lopes, Maximiliano Piero Neisser e João Marcelo
Ferreira de Medeiros, pela disponibilidade para as orientações e pela amizade.
Aos funcionários da UNITAU, sempre atenciosos; em especial à Adriana Peloggia,
pela prontidão em ajudar.
À Profa. Dra. Addah Regina da Silva Freire, pelo incentivo ao meu desenvolvimento
acadêmico.
Ao Prof. Dr. Peter Reher, por colaborar com a viabilidade deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Francisco Haiter Neto, pelo apoio.
À Flavinha, pelo companheirismo e logística.
Aos colegas de mestrado, pela convivência agradável e pelos incentivos, em
especial aos colegas da Endo.
6
“Queremos saber
o que vão fazer
com as novas invenções...
... Pois se foi permitido ao homem
tantas coisas conhecer,
é melhor que todos saibam
o que pode acontecer”
Cássia Eller
7
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
α :
nível de significância
cm : centímetro
FORP-USP: Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo
GMC: Geraldo Maia Campos
KVp: Kilovoltagem-pico
mAs: miliampére por segundo
mm: milímetro
n : amostra
Rx: Raio-X
s: segundo
FO-UFMG: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG: Universidade Federal de Minas Gerais
USP: Universidade de São Paulo
8
RESUMO
Diversos procedimentos endodônticos dependem da utilização das radiografias
periapicais. O exame convencional ainda é o método de eleição para a prática
clínica, a despeito dos avanços trazidos com os sistemas digitais e com os
localizadores eletrônicos. Ocorre, porém, que nos estudos científicos não se verifica
adequada padronização quanto aos modelos de estudo utilizados. Ao mensurar e
comparar a densidade óptica das imagens do canal e dentina radicular de
radiografias periapicais de um modelo experimental e de indivíduos vivos, este
trabalho se propôs avaliar a viabilidade da utilização deste modelo em estudos
endodônticos radiográficos. Após coleta de dados avalizada cientificamente pela
utilização do aparelho fotodensitômetro (MRA
®
), e análise estatística (Testes de
Kolmogorov-Smirnof, Levene com correção de Bonferroni, Kruskal-Wallis, Mann-
Whitney e de correlação de Pearson), observou-se que os resultados obtidos não
evidenciaram diferenças estatisticamente significativas entre as radiografias do
modelo e dos pacientes. Diante disso, conclui-se que o modelo experimental é
adequado para a utilização em experimentos endodôntico-radiográficos.
Palavras-chave: Odontometria. Radiografia periapical. Densidade óptica. Modelo de
estudo.
9
ABSTRACT
Several endodontic procedures depend of dental radiographs. The conventional
radiograph is the usual method to clinical practice, even the advances proportionate
by digital systems and electronic apex locators. However, the endodontic studies
don’t display standardized radiographic models. Analyzing the optical density of the
images from an experimental model and patients, based on digital photodensitometer
(MRA
®
), this study evaluated the viability of this model in endodontic studies. The
Kolmogorov-Smirnof, Levene, Bonferroni’s correction, Kruskal-Wallis, Mann-Whitney
and Pearson’s correlation tests don’t display statistical differences between images
from patients and the model. Thus concluded that is adequate to use in radiographic-
endodontic studies.
Key-words: Root canal length. Dental radiograph. Optical density. Study model.
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 11
2 REVISÃO DE LITERATURA 13
2.1 MODELOS EXPERIMENTAIS 14
2.2 DENSIDADE ÓPTICA 24
3 PROPOSIÇÃO 32
4 METODOLOGIA 33
4.1 RADIOGRAFIAS DOS PACIENTES 34
4.1.1 Critério de inclusão de pacientes
4.1.2 Critério de exclusão de pacientes
35
35
4.2 RADIOGRAFIAS DO MODELO 36
4.3 LEITURA DAS DENSIDADES ÓPTICAS 37
4.4 GRUPOS EXPERIMENTAIS
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
5 RESULTADOS
6 DISCUSSÃO
7 CONCLUSÕES
39
41
43
48
54
REFERÊNCIAS 55
ANEXOS 59
11
1 INTRODUÇÃO
É consagrado que a avaliação de imagens radiográficas é essencial para o
correto diagnóstico, tratamento e proservação de casos em qualquer especialidade
odontológica.
Para a Endodontia, em particular, a precisão necessária para a execução da
odontometria, seleção de cones e avaliação de resultado evidenciam seu maior
interesse no desenvolvimento das técnicas radiográficas.
tempos, novas tecnologias são avaliadas quanto à capacidade de
executar os procedimentos endodônticos dependentes de imagens. Como resultado,
o desenvolvimento dos localizadores eletrônicos de forame apical e o
aprimoramento dos sistemas de radiografias digitais, os quais abriram novas
perspectivas com relação ao desenvolvimento da técnica endodôntica.
Porém, uma observação mais aprofundada permite constatar que existe uma
importante demanda metodológica. Embora seja necessário simular as condições
reais apresentadas na rotina clínica do endodontista, como o uso de limas de fino
calibre e a avaliação de canais de difícil visualização, também é essencial a adoção
de critérios científicos para a escolha dos modelos de estudo, particularmente no
caso de estudos in vitro.
A revisão de literatura a seguir, ao comentar os trabalhos científicos
levantados, com preocupação exclusivamente científica, procura evidenciar que não
uma certificação de que as radiografias obtidas de modelos de estudo utilizados
apresentem características similares às obtidas de pacientes. Do mesmo modo, não
uma padronização na adoção de um determinado modelo, utilizando amostras
diversificadas, sem que suas similaridades sejam atestadas à realidade clínica.
12
Procurando encontrar um modelo de estudo apropriado para as pesquisas
radiográficas, este projeto propôs a avaliação comparativa de radiografias
convencionais obtidas de um modelo experimental com radiografias convencionais
obtidas de indivíduos vivos, analisando as suas densidades ópticas através de
fotodensitometria.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
Na análise metodológica dos trabalhos radiográficos da Endodontia,
percebem-se discrepâncias que refletem algumas dificuldades encontradas pelos
pesquisadores.
Alguns trabalhos in vitro citados adiante, que analisam radiografias tomadas
de dentes isolados, peças anatômicas dissecadas ou modelos experimentais
diversos, não apresentam evidências científicas de que as amostras utilizadas
possuam características capazes de reproduzir a realidade dada ao exame
radiográfico de pacientes.
Como a presença dos tecidos vivos produz atenuações no feixe de radiação
que alteram peculiarmente as imagens radiográficas, a análise de amostras
incapazes de simular estas condições pode limitar a validade dos resultados destas
pesquisas.
Também não um consenso sobre a padronização da utilização de um
determinado modelo de estudo, impossibilitando uma comparação de resultados
afins.
Considerando que os estudos científicos guiam a conduta clínica dos
profissionais, para a Endodontia essa discrepância é especialmente danosa,
principalmente quando se considera a precisão necessária para a correta realização
de seus procedimentos.
Deste modo, dividindo este capítulo em dois blocos, um tratando de modelos
experimentais e outro de densidade óptica, este trabalho pretende valorizar o estudo
da problemática do assunto e o critério de avaliação empregado na sua metodologia.
14
2.1 MODELOS EXPERIMENTAIS
Como um exemplo da tentativa de simular-se a situação clínica em estudos
radiográficos, pode-se citar o artigo publicado por Gröndahl, Gröndal e Olving
(1983), em que compararam filmes D e E para a detecção de lesões ósseas
periapicais. Os autores lançaram mão de um modelo de estudo composto por uma
hemi-mandíbula humana seca, seccionada longitudinalmente por um corte que
passava sobre as cúspides dentárias. Após fixarem o modelo em um suporte, com
auxílio de material plástico, eles criaram as lesões ósseas efetuando pequenos
desgastes no osso alveolar exposto com a utilização de brocas. As radiografias
analisadas foram tomadas antes e após a criação das lesões e avaliadas
subjetivamente por avaliadores. Os resultados não apontaram diferenças
estatisticamente significativas na performance dos dois filmes, considerando-se
valores percentuais de falsos positivos e verdadeiros positivos.
Em outro estudo, Okano et al. (1983), utilizaram um modelo que visava
reproduzir in vitro a atenuação da radiação exercida pelos tecidos moles. Neste
trabalho, os autores avaliaram o nível de exposição efetiva sobre diferentes filmes
convencionais e a performance diagnóstica de avaliadores sobre radiografias
endodônticas. Os exames foram tomados de seções de corte da região anterior de
mandíbulas e maxilas secas. A atenuação foi simulada pela interposição de uma
placa composta por um material denominado Mix-D, de efeito supostamente
equivalente ao dos tecidos moles. Foram realizadas exposições em diferentes
tempos de exposição, com padronização da geometria das tomadas pela utilização
de um dispositivo que assegurava igual projeção e distância foco/filme para todas as
radiografias. Os resultados demonstraram que em uma faixa de exposição próxima à
15
da condição clínica simulada, não houve diminuição na performance diagnóstica dos
avaliadores.
Utilizando seções de corte de uma mandíbula humana seca que incluíam
molares inferiores, Lee e Messer (1986), avaliaram a aparência radiográfica de
lesões periapicais de origem endodôntica, preparadas artificialmente em osso
alveolar. Buscando repetir no modelo as características dessas lesões, os
pesquisadores executaram cuidadosa remoção dos dentes e o afastamento da
lâmina cortical lingual em cada peça, procurando preservar o máximo da estrutura
óssea e, consequentemente, evitar interferências na mimetização das peculiaridades
clínicas das lesões. As lesões foram então criadas com a utilização de brocas
esféricas de alta rotação, seguindo-se com o reposicionamento das corticais e dos
dentes. As radiografias tomadas antes e após a manobra de criação das lesões
foram analisadas por observadores, sendo que as alterações foram detectadas em
oitenta por cento dos casos.
Shearer, Horner e Wilson (1990), em análise comparativa de radiografias
convencionais com um sistema digital de imagens para a capacidade de
visualização de canais radiculares, avaliaram dentes extraídos e montados em um
bloco de metil-metacrilato (um centímetro cúbico). Este dispositivo foi elaborado com
o intuito de promover a atenuação da radiação de modo equivalente ao dos tecidos
moles. Para a visualização radiográfica dos canais radiculares, foi limitada uma área
de análise determinada entre o limite amelo-cementário e o ápice radiográfico. Não
foi detectada diferença estatisticamente significativa do comprimento dos canais
entre as imagens convencionais e digitais.
Procurando meios para a realização da análise objetiva e subjetiva da
qualidade da imagem de dois filmes velocidade E, Kaffe (1990) utilizou um modelo
16
de estudo radiográfico designado como 501A. Segundo o autor, este modelo foi
avalizado por garantia de qualidade fornecida por uma entidade privada, sendo
composto por uma seção de maxila com dentes restaurados, uma escala de
alumínio e três malhas de arame com orifícios de diferentes diâmetros. Parte deste
conjunto era sobreposto por material plástico previamente à execução das tomadas
radiográficas. A referida garantia não foi referendada por nenhuma publicação
científica citada nas referências bibliográficas deste artigo. Embora os resultados
apontem que ambos os filmes sejam adequados para o uso clínico, a análise
apontou a utilização do filme convencional Dentus M4, exposto a 70 KVp e
processado automaticamente com a utilização do químico Periomat como a
combinação com melhores resultados.
Percebendo que o controle dos fatores geométricos ligados à formação de
imagens é uma preocupação constante nas metodologias de estudos
endodôntico/radiográficos, Sidney, Batista e De Melo (1991), preconizaram uma
plataforma de tomadas radiográficas para estudos endodônticos que fixava a
distância do objeto ao filme/sensor quando da avaliação do preparo dos canais
radiculares.
Considerando que em situações clínicas a visibilidade radiográfica de limas
endodônticas é influenciada pela presença dos tecidos moles e duros circundantes,
Sanderink et al. (1994), avaliaram a qualidade de imagens de dois sistemas digitais
para a determinação do comprimento de canais, comparando-as com imagens de
radiografias convencionais. Para simular a condição clínica, foi utilizado um crânio
humano seco envolto por acrílico como modelo de estudo. As raízes analisadas
foram as mais estreitas das regiões de pré-molares e molares, permitindo-se a
superposição de reparos anatômicos. Sem avaliarem os recursos de manipulação de
17
imagens disponíveis de cada sistema, os autores concluíram que quando em uso de
limas mais finas, os sistemas digitais apresentaram imagens inferiores às imagens
convencionais.
Em avaliação de um sistema digital indireto para a tomada de medidas
endodônticas, Borg e Gröndal (1996), analisaram subjetivamente amostras
radiográficas de mandíbulas humanas secas dentadas, expostas em diferentes
tempos de exposição. Controlando-se o posicionamento dos espécimes, efetuou-se
a simulação da presença dos tecidos moles pela utilização de um anteparo entre a
fonte de radiação e as peças anatômicas. Este era composto por um tubo de
polimetil-metacrilato contendo água, com paredes medindo dois centímetros de
espessura. Embora os resultados não tenham apontado nenhuma diferença
estatisticamente significativa em diferentes mensurações endodônticas, a análise
intra-observadores considerou que as maiores diferenças de avaliação ocorriam na
análise das radiografias expostas em menores tempos de exposição; apesar de que
estes valores tenham ficado dentro da faixa de desvio-padrão. Deste modo, o
sistema digital avaliado foi considerado capaz de prover radiografias endodônticas
confiáveis.
Buscando melhorias na visualização radiográfica do sistema de canais
radiculares, Shearer, Wasti e Wilson (1996), propuseram a introdução de um
contraste radiopaco hidrossolúvel no interior dos canais, previamente à realização
das tomadas iniciais do tratamento. Para avaliarem a aparência radiográfica
resultante da aplicação desta solução, os autores injetaram-na em molares humanos
recém extraídos e envolveram os dentes em blocos de cera de cinco milímetros de
espessura, para simular a atenuação da radiação promovida pelos tecidos moles. A
análise, realizada por avaliadores, foi devidamente calibrada por teste estatístico
18
específico (Kappa) e evidenciou que tal manobra pode promover um valioso auxílio
na visualização dos canais.
Uma pesquisa de Hintze e Wenzel (1996), sobre a perda da acurácia
diagnóstica das imagens radiográficas em estudos in vitro, avaliou radiograficamente
a presença de cáries em terceiros molares, antes e após sua extração. Com a
intenção de simularem as condições clínicas quando das tomadas das radiografias
in vitro, os autores interpuseram uma placa de acrílico de 12 mm e silicona entre as
coroas e o feixe de radiação. Embora o resultado da análise não tenha mostrado
diferenças estatisticamente significativas na acurácia diagnóstica de cáries por
avaliadores, ao avaliarem as densidades ópticas das imagens os autores
averiguaram que o grupo in vitro ainda apresentava imagens consideravelmente
mais densas.
Meier et al. (1996), avaliando um sistema de imagens digitais diretas para a
interpretação de lesões periapicais criadas artificialmente, utilizaram seções de
mandíbulas e maxilas secas como modelo de estudo. Os autores moldaram
previamente as coroas dos dentes em posição natural, antes de extraí-los com
auxílio de fórceps. Com os alvéolos expostos, as lesões periapicais foram criadas
pela aplicação gradativa de ácido perclórico a 70%. Em intervalos determinados de
tempo, o ácido era removido, assim como o osso desmineralizado, e os dentes
reposicionados seguindo o guia dado pela moldagem prévia. Os espaços criados no
alvéolo foram preenchidos com material de moldagem para que fossem realizadas
tomadas radiográficas padronizadas. Para simular a presença de tecidos moles, os
pesquisadores interpuseram um bloco de Plexiglass de uma polegada de espessura
(2,54 cm), entre a fonte de radiação e as peças anatômicas. Alterando as imagens
digitais pela utilização das ferramentas de manipulação disponibilizadas pelo sistema
19
avaliado, pôde-se concluir, pela análise subjetiva de endodontistas, que ocorreu
variabilidade estatística dos resultados diagnósticos inter-examinadores.
Cederberg et al. (1998a), em análise comparativa do sistema de
armazenamento de fósforo com os filmes radiográficos para a determinação do
comprimento de trabalho endodôntico, avaliaram amostras de exames in vivo. Para
que se pudesse realizar a comparação dos sistemas, mensurações de avaliadores
foram previamente calibradas por teste estatístico. As mensurações referiram-se ao
comprimento dos canais, à medida de limas endodônticas e à diferença entre estes.
Os resultados apontaram uma similaridade entre as medidas realizadas com o uso
do sistema digital e do sistema convencional, ressalvando que a melhor visualização
das limas mais finas ocorreu no sistema digital.
Em outro trabalho, Cederberg et al. (1998b), investigaram a influência da
iluminação ambiente sobre a acurácia diagnóstica de cáries proximais em exames
radiográficos intra-orais. Para a composição do modelo de estudo, foram utilizadas
quatro lâminas de madeira, de três milímetros de espessura, entre o aparelho e os
dentes extraídos que compunham a amostra, para promover a atenuação da
radiação durante as tomadas radiográficas dos dentes. Após a criação artificial das
lesões cariosas, feitas com auxílios de brocas, foi realizda a análise radiográfica das
tomadas por oito dentistas, sob condições controladas de iluminação. A análise
estatística da performance dos observadores levou à conclusão de que as condições
de iluminação do ambiente não exercem influência sobre a habilidade dos
avaliadores na detecção de cáries proximais.
Preocupados em determinar critérios de avaliação da qualidade de imagens
de sistemas convencionais e digitais, Yoshiura et al. (1999), propuseram um modelo
de estudo e o submeteram à análise de avaliadores. O modelo foi composto por uma
20
escala de Alumínio de 12 degraus, com sete cavidades de diferentes profundidades
em cada degrau. Para simular a atenuação do feixe de radiação, assim como ocorre
com os tecidos moles, os autores cobriram a frente e o verso do modelo com dois
blocos de acrílico de dez e dois milímetros de espessura, respectivamente.
Reconhecendo que não havia nenhuma correlação entre este modelo e as
radiografias de pacientes, os autores afirmaram que se as imagens do objeto
apresentassem faixa de variação de densidade semelhante às das condições
clínicas, as projeções poderiam ser padronizadas para simular as tomadas in vivo
em estudos comparativos de sistemas.
Retornando à recorrente preocupação com as distorções das imagens, no
estudo de Burger et al. (1999), em que compararam a radiografia convencional e o
sistema digital direto para a odontometria de canais curvos, foi utilizada a citada
plataforma preconizada por Sidney, Batista e De Melo (1991), visando o controle dos
fatores geométricos durante as tomadas radiográficas. Para a comparação, os
autores radiografaram dentes humanos extraídos com curvaturas radiculares
variadas, de todos os grupamentos dentários. Apenas dentes uni-radiculados foram
avaliados, sendo que os multi-radiculados foram seccionados e tiveram apenas uma
de suas raízes incluídas na pesquisa. A análise estatística de variância mostrou que
todas as técnicas radiográficas resultaram em comprimentos de canais
significativamente diferentes da realidade.
Similarmente, Martinez-Lozano, Forner-Navarro e Sánchez-Cortés (1999),
avaliaram amostra de radiografias de pré-molares extraídos, sob diferentes
angulações, para a determinação da acurácia diagnóstica de dentes com duas
raízes. Sem preocupações quanto à simulação das condições clínicas, a amostra foi
21
posicionada em plataforma que padronizava as variações de angulação, sendo
levadas, posteriormente, para a análise de avaliadores.
Considerando que a localização radiográfica do ápice radicular pode não
coincidir com o limite anatômico dos canais, Martinez-Lozano et al. (2001),
compararam radiografias convencionais, imagens digitais diretas e localizadores
eletrônicos de forame apical para a habilidade em determinar o comprimento de
trabalho endodôntico. A amostra analisada foi composta por imagens convencionais
e digitais de dentes uni-radiculados, extraídos e posicionados em suporte que
promoveu a padronização dos fatores geométricos durante as tomadas; antes e
após a execução do acesso aos canais radiculares. Após a obtenção dessas
imagens, foi executada a mensuração dos comprimentos de trabalho, utilizando os
recursos disponíveis para cada sistema de imagem. No caso do localizador
eletrônico de forame apical, as raízes foram mantidas submersas em solução salina
fisiológica, assim como o clip labial. A análise estatística não apontou diferenças
estatisticamente significativas entre as odontometrias pelos diferentes métodos.
Reunindo um notável grupo de pesquisadores, o trabalho de Bóscolo et al.
(2001), efetuou uma comparação de diversos sistemas (três sistemas digitais, um
sistema de digitalização e o sistema convencional), quanto à capacidade de fornecer
imagens em condições diagnósticas. Com exceção de um dos sistemas digitais,
todos os outros sistemas se mostraram capazes de produzir imagens em condições
ideais para o diagnóstico. Embora não se tenha tido como meta a avaliação
científica do modelo empregado, durante a discussão dos resultados os autores
afirmam que na análise subjetiva de diferentes grupos de amostras, além da
sensibilidade e da escala dinâmica de um filme ou sensor, depende-se também da
importância do objeto da análise. Neste sentido, eles preconizam:
22
A despeito dessa consideração, Mentes e Gencoglu (2002), compararam o
sistema digital direto às radiografias convencionais para a odontometria de canais
curvos utilizando um modelo composto por dentes extraídos, com curvatura variada
e inseridos em blocos de resina acrílica. Sem descrições detalhadas, os blocos,
segundo os autores, serviram apenas para simular a mandíbula e para posicionar os
espécimes em plataforma em igual distância da fonte ao filme/sensor e do objeto ao
filme/sensor. À partir da avaliação de dois observadores, revelou-se que ambos os
métodos superestimam o comprimento dos canais radiculares, sendo que o sistema
digital avaliado também promoveu um aumento na severidade de curvaturas dos
canais.
Também comparando o sistema digital com o sistema convencional, Vale e
Bramante (2002), compararam radiografias provenientes de três filmes diferentes às
imagens de um sistema digital, aplicando-se três recursos de manipulação de
imagem, com a finalidade de se observarem limas endodônticas no interior dos
canais. O modelo de estudo utilizado foi composto por mandíbulas humanas secas e
dentadas, posicionadas em base de resina acrílica e recobertas por cera rosa e cera
utilidade, com a finalidade de simular gengivas e bochechas, respectivamente. As
projeções foram padronizadas, assim como o processamento dos filmes
convencionais. Os tempos de exposição foram variados de acordo com a velocidade
dos filmes utilizados. Os autores concluíram que o sistema digital exibiu melhores
resultados que o sistema convencional quanto a visualização das limas,
[...] é fundamental utilizar-se de um objeto que exija uma imagem
de excelente qualidade para a sua fiel evidenciação, pois são nos
registros radiográficos sutis que se tem um parâmetro mais
exigente de diferenciação da qualidade de imagens dos sistemas.
23
principalmente quando em uso do negativo como recurso de manipulação das
imagens.
Em um estudo in vitro que comparou a eficiência de radiografias
convencionais e de imagens digitais para a realização de odontometrias utilizando
limas de fino calibre, Pace (2002), evidenciou a intenção de simular o mais
fidedignamente possível a realidade clínica. Em trabalho de dissertação, a autora
utilizou um modelo de estudo composto, basicamente, por um crânio seco com
dentes reimplantados em alvéolos preenchidos com osso bovino liofilizado.
Buscando a dificuldade de visualização, a autora introduziu limas endodônticas de
pequeno calibre nas raízes mésio-vestibulares de primeiros molares superiores.
Baseado em Bóscolo et al. (2001), este crânio foi revestido por silicona, com intuito
de simular a presença de tecidos moles e promover a atenuação da radiação
durante as tomadas radiográficas. Os resultados estatísticos não apontaram
diferenças estatisticamente significativas para ambos os sistemas, quando da
visualização das limas.
Para comparar o sistema convencional com os sistemas digitais quanto à
eficiência em odontometrias, Lozano, Forner e Llena (2002), utilizaram setenta
dentes extraídos, de todos os grupamentos dentários (incisivos, pré-molares e
molares). Após estocagem dos dentes em solução fixadora, os autores os
posicionaram em um aparato com função de facilitar o direcionamento do cilindro do
aparelho de raio-x. A distância da fonte de radiação aos dentes foi de 5 cm e a
distância dos dentes ao filme/sensor foi de 1 cm. Com auxílio de suportes
posicionadores, foram realizadas duas tomadas de cada dente, com variação da
angulação horizontal. As conclusões deste estudo apontaram que o sistema
24
convencional permanece como o sistema de escolha para a determinação do
comprimento de canais.
Desenvolvido pelos pesquisadores gregos Lyroudia et al. (2002), um
experimento buscou desenvolver tecnologia para visualização de imagens
tridimensionais de dentes. Tal tecnologia visava o conhecimento da anatomia interna
e externa de elementos dentários, além da simulação de seu acesso endodôntico
pelo uso virtual de brocas. Dificuldades como a necessidade de se realizarem cortes
ultra-finos de dentes extraídos, para posterior execução de radiografias seriadas e a
aplicação de um software específico que reconstrói as imagens, evidenciam,
segundo o autor, a necessidade do desenvolvimento de técnicas radiográficas mais
precisas e avançadas, que permitam sua utilização durante a rotina clínica de
atendimento aos pacientes.
Considerando que diversos fatores podem afetar a execução de mensurações
endodônticas e a percepção da qualidade radiográfica, Sheaffer et al. (2003),
submeteram radiografias de diferentes filmes convencionais à análise de
observadores. As imagens avaliadas foram da região de pré-molares e molares
superiores de cadáveres, com a presença dos tecidos moles. Para assegurar a
padronização das projeções geométricas, as peças anatômicas foram posicionadas
em plataforma que assegurava igual angulação e distância foco-filme de cada
espécime. Igualmente para evitar distorções, secções de agulhas calibrosas foram
fixadas por resina na entrada dos canais avaliados, à fim de se controlar o
posicionamento das limas utilizadas. O fator de variação foi dado pela variação no
tempo de exposição das diferentes tomadas. Os resultados apontaram que as
radiografias sub-expostas foram ligeiramente inferiores às radiografias super-
25
expostas para a determinação do comprimento dos canais radiculares,
independentemente da velocidade dos filmes avaliados.
Na averiguação da relação entre os sinais histológicos e radiográficos de
inflamações periapicais de dentes obturados endodonticamente, Barthel, Zimmer e
Trope (2004), analisaram amostra de secções de mandíbulas secas. Para análise
microscópica, um operador realizou as avaliações, enquanto as radiografias foram
analisadas por dois observadores experientes. O resultado das avaliações foi
separado de acordo com o tipo de análise, sendo que, na análise radiográfica, os
resultados foram colhidos após decisão consensual dos avaliadores. Pôde-se
concluir que há relação entre os sinais histológicos e radiográficos de inflamação nos
espécimes avaliados. Parece haver uma tendência de que a avaliação radiográfica
determina a qualidade do selamento endodôntico, com impacto nos sinais
histológicos da inflamação em dentes obturados endodonticamente.
No estudo de Folk et al. (2005), que comparava dois diferentes sistemas de
radiologia digital para a detecção de lesões periapicais preparadas artificialmente,
foram utilizados pré-molares inferiores de cadáveres para a avaliação. Radiografias
iniciais, que averiguavam a presença prévia de lesões, indicaram o descarte das
peças lesionadas. Após a dissecação das peças selecionadas, para a remoção dos
tecidos moles, procedeu-se um corte mésio-distal que promoveu a separação das
corticais lingual e vestibular, seguindo-se com a extração dos dentes. A amostra foi
novamente radiografada, após o reposicionamento das corticais e dos dentes, e
somente as peças que não apresentaram alterações radiográficas provocadas pela
sua manipulação foram aproveitadas. Com esse critério, dez peças foram
selecionadas para o estudo, sendo trabalhadas com brocas e instrumentos discóide-
cleóide para a simulação das lesões.
26
Akdeniz e Sogur (2005), ao compararem o sistema digital de armazenamento
de fósforo com sistemas convencionais para a avaliação da qualidade das imagens
de obturações endodônticas in vitro, preocuparam-se em promover a atenuação do
feixe de radiação. Para isso, após determinarem a padronização do posicionamento
das peças anatômicas e do processamento das imagens, os autores posicionaram
um anteparo de Plexiglass de 1,5 cm entre a fonte e as hemi-mandíbulas analisadas.
Um dos filmes convencionais avaliados apresentou melhores imagens,
comparativamente aos outros métodos avaliados; porém, as imagens digitais
manipuladas se mostraram superiores às imagens digitais originais e às imagens
convencionais.
Em meta-análise para a determinação científica do comprimento ideal de
obturações endodônticas, Schaeffer, White e Walton (2005), usaram a base de
dados MEDLINE da biblioteca norte-americana de medicina para a seleção de
trabalhos. A adoção de diversos critérios de inclusão resultou na avaliação de 38
pesquisas publicadas entre os anos de 1956 e 2000. Chama a atenção o fato de que
um dos principais critérios de inclusão de estudos foi a utilização de radiografias
periapicais de indivíduos vivos.
A republicação de um artigo (MANSON-HING, 2005), originalmente publicado
em 1959, reconhece a qualidade das descrições das características radiográficas
das alterações bucais decorrentes de traumas, elaboradas pelo autor. Considerando
que algumas das referidas alterações ocorrem somente após o transcorrer de longos
períodos de tempo, o trabalho exibe diversas imagens radiográficas in vivo,
ilustrando e caracterizando as conseqüências do trauma.
Buscando o melhor método para a determinação da curvatura dos canais e do
ângulo de acesso em canais curvos, Günday, Sazak e Garip (2005), compararam os
27
métodos de Schneider, Weine e Hankins. Para a análise, os dentes foram extraídos,
fixados ao filme com auxílio de cera, radiografados com padronização dos fatores
geométricos das tomadas (distância e angulação), e do processamento. Após as
tomadas, as imagens foram escaneadas para execução de traçados. Testes
estatísticos mostraram que há diferenças significativas da mensuração da angulação
usando cada método.
2.2 DENSIDADE ÓPTICA
Gröndahl, Gröndahl e Olving (1983), no estudo da capacidade de visualização
de lesões ósseas por filmes D e E, submeteram radiografias periapicais à análise de
avaliadores para a marcação de escores. A análise dos observadores foi executada
após mensuração dos valores de densidade do filme (três mensurações em cada
radiografia), com auxílio de densitômetro. Os resultados não apontaram diferenças
estatisticamente significativas na performance dos dois filmes, ressaltando-se, na
discussão do estudo, que a performance diagnóstica varia com a densidade do
filme, de modo que a avaliação não poderia ser feita sem o conhecimento prévio dos
valores de densidade das radiografias.
No trabalho de Okano et al. (1983), que avaliou o nível de exposição sobre
três diferentes filmes convencionais e a performance diagnóstica de radiografias
endodônticas in vitro, foi determinado que três fatores seriam utilizados como critério
da análise da qualidade radiográfica: contraste, resolução e ruído. A relação desses
três fatores, dada em uma única e complexa combinação, foi calculada pelo número
equivalente de ruído de quanta por unidade de área, ou, abreviadamente, NEQ.
Para chegarem aos valores encontrados da NEQ, foi necessário conhecer a
28
variação dos limites de exposições dos filmes empregados, o que só foi possível
através da mensuração prévia das suas densidades ópticas. Além de relacionar-se
com a qualidade radiográfica, essa mensuração permitiu que se obtivessem
radiografias dentro de uma faixa controlada de exposição, que as aproximava às
radiografias obtidas em procedimentos clínicos, segundo os autores. Considerando
que a variação de densidade foi relativamente ampla, os autores concluíram que na
faixa de densidade próxima à das condições clínicas simuladas, não houve redução
na performance diagnóstica dos avaliadores.
Também preocupado em avaliar a qualidade da imagem, porém em análise
objetiva e subjetiva de dois filmes de velocidade E, Kaffe (1990), determinou o
melhor tempo de exposição para as radiografias através da padronização das
densidades ópticas de uma escala de alumínio. Utilizando densitômetro digital com
abertura de luz de um milímetro, o autor tomou a densidade óptica um como o valor
mais adequado para esta análise, considerando a densidade base e velamento dos
diferentes filmes. A velocidade e o contraste foram então correlacionados, assim
como a resolução das imagens que, por sua vez, foi avaliada pela análise de malhas
de arame posicionadas no modelo de estudo. Ambos os filmes avaliados foram
considerados adequados para a utilização clínica, de acordo com os resultados da
análise da performance diagnóstica dos observadores.
Dubrez et al. (1992), considerando que a fotodensitometria e a digitalização
de imagens poderiam ser utilizadas como técnicas hábeis para detectar pequenas
alterações no osso alveolar, compararam estes métodos para a avaliação da
densidade óssea em processos de cura pós tratamento. Radiografias padronizadas
in vivo de um estudo prévio, contendo uma escala de alumínio, foram escaneadas e
analisadas por microdensitômetro digital, comandado por um computador
29
programado para realizar a mensuração da densidade óptica de duzentos e
cinqüenta pontos pré-definidos. A seguir, as radiografias foram digitalizadas por
câmera de vídeo de alta resolução (12 bits), limitando resolução das imagens
digitalizadas para aproximá-las à resolução das radiografias. Após a aquisição de
todas as imagens, um programa específico (Laboimage) converteu os valores dos
níveis de cinza em valores equivalentes de milímetros de alumínio para a calibração
das mensurações. Com esse cuidado, as densidades ópticas das imagens
digitalizadas foram medidas do mesmo modo que as radiografias, para posterior
comparação. O resultado da comparação apontou que não houve diferenças
estatísticas entre os dois métodos de avaliação, quando observados os referidos
critérios de análise.
Para a obtenção de uma amostra de imagens digitais que apresentasse
densidade média similar a radiografias clínicas, Borg e Gröndal (1996),
determinaram limitada faixa de variação do tempo de exposição de exames tomados
de peças anatômicas secas, com base nos tempos de exposição recomendados
para o exame de pacientes. Os resultados apontaram que mesmo em tempos de
exposição relativamente baixos, o sistema digital avaliado foi capaz de prover
radiografias adequadas à prática endodôntica.
Hintze e Wenzel (1996), em já citado estudo in vitro sobre a acurácia
diagnóstica de filmes radiográficos convencionais quanto à presença de ries em
terceiros molares inferiores, avaliaram dentes antes e após sua extração. Os autores
adotaram a densidade óptica das imagens como critério para a seleção e avaliação
da qualidade das radiografias, analisando-as em fotodensitômetro. Embora os
resultados estatísticos não tenham mostrado diferença significativa na comparação
das radiografias in vivo e in vitro, devido à avaliação das densidades ópticas a
30
discussão do trabalho não ficou restrita à análise subjetiva da performance
diagnóstica dos avaliadores, uma vez que os resultados também se basearam em
critérios científicos objetivos.
Em busca de fatores que pudessem influenciar a análise de avaliadores,
Cederberg et al. (1998b), avaliaram a influência de diferentes condições de
iluminação do ambiente sobre a performance diagnóstica de observadores. Para
isso, eles simularam lesões cariosas em alguns dentes extraídos e realizaram
exames radiográficos convencionais e digitais da amostra, de modo a obterem o
valor padronizado de densidade óptica um em dentina. Após a análise estatística da
performance dos observadores, os autores concluíram que as condições de
iluminação do ambiente o exercem influência sobre a habilidade dos avaliadores
na detecção de cáries.
Para a certificação da qualidade de um modelo experimental criado para
avaliação de sistemas convencionais e digitais, Yoshiura et al. (1999), determinaram,
em teste prévio, o nível de exposição mais adequado, levando em consideração o
tipo de receptor e os aparelhos utilizados. Após avaliação prévia das radiografias,
feita por análise subjetiva, foram registradas as densidades ópticas das radiografias
incluídas, com o auxílio de um aparelho microdensitômetro. Para a seleção da
amostra de imagens digitalizadas, efetuou-se a correlação entre os valores de
densidade radiográfica e os valores de densidade óptica para a comparação com
radiografias de pacientes. Foram selecionadas as imagens digitalizadas com valores
aproximados aos de radiografias de pacientes, desde que seus valores estivessem
enquadradados em parâmetros determinados pelo comitê de radioproteção da
sociedade japonesa de radiologia oral e maxilo-facial. Os resultados apontaram a
31
aproximação das imagens do modelo experimental às radiografias dos pacientes
graças, segundo os autores, à promoção da atenuação da radiação.
Percebe-se que a densidade de uma radiografia, medida pelo grau de
escurecimento de uma imagem, ou, mais precisamente, pelo logaritmo da diferença
entre a quantidade de luz que atinge um filme e a quantidade de luz que o
atravessa, é critério fundamental de análise. Entende-se que mesmo o contraste ou
a latitude de uma radiografia não podem ser avaliados sem antes conhecermos a
densidade base e velamento de um filme e a densidade das imagens geradas
(ALVARES; TAVANO, 1999).
Com o avanço promovido pelo surgimento de novas tecnologias de formação
de imagens, a própria definição de densidade evoluiu. Pavan e Tavano (2000), em
trabalho em que adotaram a análise das densidades como critério fundamental para
avaliar a influência de uma solução processadora na qualidade de imagens,
determinaram que a aplicação de recursos de softwares especializados em análise
de imagens digitais fornece a densidade radiográfica. Analogamente, através da
utilização de densitômetros para análise de radiografias convencionais, obtém-se o
que os autores conceituaram como densidade óptica de radiografias.
Nicopoulou-Karayianni et al. (2002) estudaram a melhoria do diagnóstico de
lesões periapicais pela aplicação do método da subtração em imagens digitalizadas
e especialmente processadas. Os autores avaliaram radiografias de pacientes
portadores de lesões ao longo de 12 meses, iniciando logo após o tratamento
endodôntico. As radiografias foram tomadas em momentos definidos, sendo
digitalizadas a seguir. Lançando mão dos recursos do sistema digital, os
histogramas das imagens iniciais foram registrados para que as imagens
subseqüentes tivessem suas densidades ajustadas à imagem original. Os tons de
32
cinza foram, então, ajustados individualmente e cores foram determinadas para
evidenciar as variações de densidade na região das lesões. Ao final, observadores
avaliaram as imagens convencionais e as imagens digitalizadas coloridas para o
diagnóstico das alterações das lesões ao longo do tempo. Tal recurso promoveu
uma considerável melhoria na performance diagnóstica dos observadores.
Como citam Mol e Dunn (2003), a padronização das tomadas para a
execução do método de subtração e o conhecimento das densidades dos filmes e
imagens são requisitos essenciais para o êxito da análise.
A Odontologia como ciência e em especial a Endodontia, necessita de
imagens de alta qualidade para o diagnóstico, tratamento e proservação dos casos,
o que gera grande interesse no desenvolvimento de sistemas digitais.
O trabalho de Naoum, Chandler e Love (2003), que objetivou a análise
comparativa do método radiográfico convencional ao digital para a visualização dos
canais radiculares, é exemplo disso. Confirmando a importância da densidade óptica
como característica essencial para a análise radiográfica, os autores mediram a
densidade das imagens obtidas após o uso de materiais radiopacos inseridos como
contraste nos canais. Curiosamente, apesar de os resultados estatísticos não terem
sido fora do esperado, eles ponderaram que erros metodológicos oriundos do
modelo experimental talvez tenham prejudicado a análise das imagens obtidas e,
extensivamente, as conclusões do estudo. Desse modo, fica evidente o grau de
exigência a que se impõem os pesquisadores comprometidos com a qualidade de
seus trabalhos e, em especial, os endodontistas quando se propõem avaliações
radiográficas.
Na evolução das pesquisas, trabalhos como o de Bernstein et al. (2003), que
objetivou estudar a influência de soluções químicas de processamento rápido sobre
33
a qualidade da imagem gerada em filmes convencionais, tiveram conferida a
validação de seus resultados ao avaliarem amostra de filmes pelos valores de
densidade. Os autores, também avaliaram o contraste, mas somente após obterem
dados sobre os valores médios de densidade óptica das imagens.
Afirmando que a densidade das imagens, a geometria das projeções, as
condições anatômicas e a capacidade de observadores podem afetar as
odontometrias, Sheaffer et. al. (2003), realizaram um estudo para avaliar a
influência da velocidade e da densidade de alguns filmes convencionais sobre a
acurácia de mensurações endodônticas e a percepção da qualidade radiográfica.
Diferentes exposições foram feitas para obterem-se densidades-base de 1,5; 2 e 2,5,
medidas por fotodensitômetro. Somente após a obtenção da amostra de radiografias
com os valores de densidade determinados, avaliadores qualificados realizaram a
análise proposta, determinando o comprimento de trabalho de alguns canais e a
análise subjetiva da qualidade das imagens. As radiografias menos densas foram
ligeiramente inferiores às radiografias mais densas para a determinação do
comprimento dos canais radiculares, independentemente da velocidade dos filmes
avaliados.
Considerando que avaliações radiográficas longitudinais da reparação de
lesões periapicais podem ser comprometidas por alterações no processamento das
radiografias, Camps, Pommel e Bukiet (2004), adotaram imagens digitalizadas de
uma escala de alumínio como referência de análise. Os autores acreditaram que, se
determinassem uma faixa ideal de contraste dada pela escala de alumínio, poderiam
correlacioná-la à determinadas condições de processamento e, assim, corrigir
imagens sem controle de processamento. A amostra analisada foi composta por
radiografias de indivíduos portadores de lesões ao longo de seis meses após
34
tratamento endodôntico. Os dentes analisados eram de todos os grupamentos
dentários, mas nos multiradiculados, apenas uma raiz foi analisada. As radiografias
foram escaneadas e tiveram os valores de cinza corrigidos, com base nas imagens
da escala de alumínio, quando então seguiu-se com a avaliação das lesões por
observdores. Os resultados mostraram que a correção dos níveis de cinza pode ser
um método poderoso para reduzir os riscos de falsos negativos durante o tratamento
ou em estudos epidemiológicos.
Inúmeros trabalhos expressam a preocupação em avaliar a qualidade da
imagem radiográfica. Cada um, em seu tempo e ao seu modo, propõe-se a avaliar
os dispositivos envolvidos na execução das mais diversas técnicas radiográficas,
objetivando o seu desenvolvimento. Os filmes convencionais e, mais recentemente,
os sensores digitais são os principais alvos de investigação, mas também o são os
aparelhos de Rx, sistemas de imagens digitais, processadoras automáticas e os
químicos de processamento. Muitos desses trabalhos contribuíram de alguma
maneira para a evolução da técnica radiográfica, e, indiretamente, para o
desenvolvimento da Odontologia e de suas especialidades, uma vez que esta é uma
profissão bastante dependente do diagnóstico fornecido pelo exame de imagens.
Percebe-se, então, que o conhecimento das características que dão
qualidade às imagens é uma condição essencial para esse tipo de avaliação e a
densidade óptica é um critério adequado para o propósito do presente projeto.
35
3 PROPOSIÇÃO
Constitui proposta da presente investigação, avaliar comparativamente as
radiografias periapicais convencionais tomadas de pacientes e de um novo modelo
experimental para estudos radiográficos da Endodontia com vistas a verificar a
viabilidade de sua aplicação em relação ao tempo de exposição.
36
4 METODOLOGIA
A execução deste trabalho se fundamenta na análise comparativa entre
radiografias periapicais tomadas de indivíduos vivos e do modelo experimental
proposto. (Figura 1).
Basicamente, o modelo experimental é composto de uma mandíbula humana
seca, dentada, de um indivíduo adulto, autorizada para utilização no estudo
conforme declaração em anexo (Anexo A). Esta mandíbula é recoberta por resina
acrílica incolor, com espessura média de 2 mm (Figura 1- letra A).
Paralelamente à face lingual dos dentes, existe um bloco móvel de acrílico
incolor que serve para efetuar o posicionamento de filmes radiográficos periapicais,
mantendo-os na posição correta para o exame dos dentes (Figura 1– letra B).
A
B
A
A
A
C
Figura 1 – Modelo experimental
37
Circundando o modelo, um escudo, também em resina acrílica incolor,
com 1,3 cm de espessura, o qual serve para atenuar o feixe de radiação durante as
tomadas radiográficas, simulando a presença dos tecidos moles (Figura 1 - letra C).
Para a obtenção das radiografias necessárias na análise comparativa, foram
adotados os seguintes critérios:
4.1 RADIOGRAFIAS DOS PACIENTES
Foram utilizadas radiografias periapicais convencionais da região de pré-
molares inferiores de pacientes que compareceram à Clínica de Radiologia
Odontológica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas
Gerais (FO-UFMG), com solicitação formal para a tomada radiográfica, emitida por
um cirurgião-dentista.
As radiografias foram tomadas com a garantia de que não foi atribuído
nenhum ônus adicional aos pacientes (à saúde ou financeiro), após autorização
formal em Formulário de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B), aprovado
pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade de Taubaté (Anexo C).
As tomadas foram padronizadas pela utilização de um único aparelho de Rx
(Gendex 765 DC General Electric
®
; 60 KVp e 10 mAs), com tempo de exposição
de 0,25 segundos, obedecendo a indicação dada pelo fabricante do aparelho.
As imagens foram registradas em filmes duplos (Insight IP22 - Kodak
®
;
velocidade F/E), sendo tomadas por um único operador, aplicando-se a técnica do
Paralelismo com auxílio de suportes posicionadores (Jon
®
), e reveladas em
processadora automática (Gendex GXP - General Electric
®
); com tempo de
38
processamento programado em seis minutos e trinta segundos. Uma das cópias
ficou em posse dos pacientes envolvidos com o estudo.
4.1.1 Critérios de inclusão de pacientes
Pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos.
Indicação para o exame comprovada através de solicitação por
escrito de um cirurgião-dentista.
Pacientes dentados na região anterior inferior, com presença do
primeiro pré-molar inferior.
Ausência de intervenções endodônticas prévias no primeiro pré-
molar inferior.
Inserção óssea sobre, no mínimo, dois terços da raiz do primeiro
pré-molar inferior, medindo a raiz do limite amelo-cementário ao
ápice radicular.
Concordância formal do paciente em participar do estudo, segundo
Formulário de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B).
4.1.2 Critérios de exclusão de pacientes
Pacientes menores de 18 anos.
Ausência de solicitação formal para o exame.
Pacientes desdentados na região anterior inferior e/ou com ausência
do primeiro pré-molar inferior.
39
Histórico de intervenções endodônticas no primeiro pré-molar
inferior.
Inserção óssea menor que dois terços da raiz do primeiro pré-molar
inferior, medindo a raiz do limite amelo-cementário ao ápice
radicular.
Ausência de concordância formal em participar do estudo, segundo
Formulário de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B).
4.2 RADIOGRAFIAS DO MODELO
Foram realizadas tomadas radiográficas periapicais da região de pré-molares
inferiores.
As tomadas radiográficas foram feitas em um único aparelho (Gendex 765 DC
– General Electric
®
; 60 KVp e 10 mAs ).
Com o intuito de se identificar qual o tempo de exposição mais apropriado
para as tomadas radiográficas do modelo, serão registrados três tempos de
exposição, os quais foram o mesmo tempo indicado para a tomada radiográfica de
pacientes fisicamente medianos (0,25 s); um tempo imediatamente maior (0,32 s), e
um tempo imediatamente inferior (0,2 s). Estes tempos de exposição são
disponibilizados automaticamente pela programação digital do próprio aparelho.
Normalmente essa programação visa obter radiografias com melhores imagens, de
acordo com o tipo físico médio dos pacientes (considerando a variabilidade individual
de idade, constituição física e sexo). Essa variação visou identificar qual o tempo de
exposição mais adequado para as tomadas radiográficas do modelo.
40
As imagens foram registradas em filmes duplos (Insight IP22 - Kodak
®
;
velocidade F/E), sendo tomadas por um único operador, aplicando-se a técnica do
Paralelismo com auxílio de suportes posicionadores (Jon
®
), e reveladas em
processadora automática (Gendex GXP - General Electric
®
), com tempo de
processamento programado em seis minutos e trinta segundos.
4.3 LEITURA DAS DENSIDADES ÓPTICAS
Obtidas as radiografias, essas foram posicionadas individualmente em
aparelho fotodensitômetro digital (MRA
®
) da Clínica de Radiologia Odontológica da
Faculdade de Odontologia da UFMG, para a análise das densidades ópticas dos
pontos de interesse para a avaliação endodôntica.
As condições da análise foram controladas, sendo que as leituras foram
realizadas em ambiente escuro, após a calibragem do aparelho e feitas
seqüencialmente, sem interrupções, em um único dia.
Considerando que a área mínima de leitura do fotodensitômetro é de um mm
de diâmetro e observando o fato de que interessa a visualização das imagens
características da dentina e do canal radicular dadas com a sobreposição do osso e
dos tecidos moles, os pontos determinados para a análise foram (Figura 2):
Ponto médio da dentina radicular do primeiro pré-molar inferior,
localizado verticalmente na metade da distância do limite amelo-
cementário ao ápice radicular, e, horizontalmente, localizado na
metade da espessura da dentina distal ao canal;
41
Ponto médio do canal radicular do primeiro pré-molar inferior,
verticalmente localizado na metade da distância do limite amelo-
cementário ao ápice radicular e horizontalmente na metade do
diâmetro do canal radicular;
Foram realizadas três mensurações da densidade óptica de cada ponto
analisado. O valor médio das mensurações foi calculado e anotado, discriminando a
radiografia de origem.
Após estudo piloto, executado com amostra de três radiografias, foi realizada
a avaliação dos parâmetros amostrais (Quadro 1) e o cálculo amostral para o
experimento (Quadro 2), pelo programa bioestatístico GMC (FORP-USP). O
resultado indicou a utilização de uma amostra (n) de no nimo oito radiografias em
cada grupo a ser analisado (pacientes e modelo), com grau de significância
determinado em (α) = 0,001.
½
Figura 2 – Localização dos pontos de análise
42
4.4 GRUPOS EXPERIMENTAIS
As radiografias dos pacientes e do modelo foram distribuídas em grupos
assim compostos:
Parâmetros amostrais
Soma dos dados
2.8780
Número de dados 3.0000
Soma de quadrados 2.7614
Termo de correção 2.7610
Variação total 0.0005
Graus de liberdade 2.0000
Média da amostra
0.9593
Variância da amostra 0.0002
Desvio padrão da amostra 0.0153
Erro padrão da média 0.0088
Nivel de significância escolhido: α = 0.001
Valor de z para esse nível de α
3.2800
Desvio-padrão no ensaio piloto
0.0153
Erro padrão da média no piloto
0.0088
Número de dados da amostra 3
Tamanho recomendado para a amostra: 8 dados
Quadro 1 – Parâmetros amostrais
Quadro 2 – Cálculo amostral
43
Grupo I: Nove radiografias dos pacientes, tomadas em 0,25 segundos.
Grupo II: Nove radiografias do modelo experimental, tomadas em 0,32
segundos.
Grupo III: Nove radiografias do modelo experimental tomadas em 0,25
segundos.
Grupo IV: Nove radiografias do modelo experimental tomadas em 0,2
segundos.
A distribuição dos Grupos em função da metodologia empregada está
sintetizada no Quadro 3.
Filme E/F; Paralelismo; Processamento automático
PACIENTES MODELO EXPERIMENTAL
Grupo I (9)
0,25 s
Grupo II (9)
0,32 s
Grupo III (9)
0,25 s
Grupo IV (9)
0,2 s
Fotodensitômetro digital
Dentina - Canal
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
Dentina - Canal
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
Dentina - Canal
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
Dentina - Canal
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
Análise estatística
Quadro 3 – Distribuição dos grupos
44
As nove repetições para cada tempo de exposição, além de estarem de
acordo com o indicado pelo cálculo amostral, corroboraram para eliminar fatores
energéticos que influenciam a qualidade das imagens, tal como variações da
intensidade da corrente elétrica no aparelho, alterando a reprodutibilidade da
intensidade do feixe de radiação.
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Após a coleta de dados, foi realizada a análise da normalidade da distribuição
das amostras pela aplicação dos testes de Kolmogorov-Sminorf, com p<0,05.
Refinando essa avaliação, foram realizados testes de Levene para avaliação
da homocedasticidade das distribuições amostrais, com p<0,05.
A análise comparativa entre os valores médios de densidade óptica dos
grupos foi realizada para determinar se o modelo experimental fornece radiografias
semelhantes às dos pacientes. O estudo dos resultados de, também, determinar
qual o tempo de exposição mais adequado. Os testes aplicados foram os testes de
Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, com a devida correção de Bonferroni (LUIZ;
COSTA; NADANOVSKY, 2005).
O nível de significância estatística considerado no teste de Mann-Whitney foi
p<0,017. Esse maior rigor na definição da significância estatística deve-se à
correção de Bonferroni; ou seja, uma vez que foram realizados três testes (Grupo I e
II; Grupo I e III; Grupo I e IV), o valor de p é igual a 0,05 divido por três.
Complementando, foi aplicado o teste de correlação de Pearson em todos os
grupos. Este teste serviu para determinar a correlação entre os valores de densidade
45
óptica da dentina e do canal em cada grupo, além de permitir comparações inter-
grupos para avaliar a qualidade do modelo e o tempo de exposição.
Os testes estatísticos foram aplicados no programa SPSS for Windows,
versão 11.0 (SPSS, 2002).
46
5 RESULTADOS
As tabelas a seguir (Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5) exibem os valores individuais de
densidades ópticas das radiografias, colhidos durante a execução da parte
experimental desta dissertação.
Foram colhidos três valores de densidade óptica de cada ponto avaliado,
durante a análise das radiografias do modelo e dos pacientes.
Grupo I (9) – Pacientes (0,25 s)
Dentina Canal
1 0,93 0,93 0,92 0,98
0,97
0,97
2 0,82 0,82 0,82 0,85
0,85
0,85
3 0,67 0,67 0,67 0,69
0,69
0,68
4 0,83 0,83 0,83 0,87
0,87
0,87
5 0,70 0,69 0,69 0,73
0,73
0,73
6 0,71 0,71 0,71 0,73
0,73
0,73
7 0,73 0,72 0,72 0,75
0,75
0,75
8 0,71 0,71 0,72 0,75
0,75
0,75
9 0,83 0,83 0,83 0,87
0,87
0,87
Tabela 1 – Valores de densidade óptica (Grupo I)
47
Tabela 2 – Valores de densidade óptica (Grupo II)
Grupo II (9) – Modelo (0,32 s)
Dentina Canal
1 0,88 0,89 0,89 0,91
0,91
0,91
2 0,92 0,93 0,92 0,97
0,97
0,96
3 0,86 0,86 0,85 0,92
0,92
0,92
4 0,89 0,89 0,89 0,91
0,91
0,91
5 0,88 0,87 0,87 0,91
0,91
0,92
6 0,94 0,94 0,93 0,97
0,96
0,96
7 0,88 0,88 0,88 0,92
0,92
0,92
8 0,90 0,90 0,90 0,94
0,94
0,94
9 0,90 0,90 0,90 0,94
0,95
0,94
Tabela 3 – Valores de densidade óptica (Grupo III)
Grupo III (9) – Modelo (0,25 s)
Dentina Canal
1 0,80 0,80 0,80 0,82
0,82
0,82
2 0,80 0,80 0,80 0,81
0,81
0,81
3 0,84 0,84 0,84 0,82
0,82
0,81
4 0,82 0,82 0,81 0,79
0,79
0,79
5 0,77 0,79 0,78 0,77
0,76
0,77
6 0,79 0,79 0,79 0,80
0,80
0,80
7 0,81 0,81 0,81 0,84
0,85
0,84
8 0,82 0,82 0,82 0,82
0,83
0,83
9 0,78 0,78 0,78 0,79
0,79
0,80
48
Tabela 4 – Valores de densidade óptica (Grupo IV)
Grupo IV (9) – Modelo (0,2 s)
Dentina Canal
1 0,68 0,68 0,67 0,68
0,68
0,69
2 0,68 0,68 0,68 0,70
0,70
0,70
3 0,70 0,70 0,70 0,71
0,71
0,71
4 0,69 0,68 0,68 0,69
0,69
0,69
5 0,69 0,68 0,68 0,72
0,71
0,71
6 0,69 0,68 0,69 0,70
0,69
0,70
7 0,69 0,69 0,69 0,69
0,70
0,70
8 0,71 0,70 0,71 0,72
0,72
0,72
9 0,72 0,71 0,72 0,72
0,72
0,73
A avaliação da normalidade da distribuição das amostras, de acordo com os
testes de Kolmogorov-Smirnof, determinou que os valores de densidade óptica das
amostras apresentaram distribuição normal em dentina (p=0,616) e canal radicular
(p=0,751).
Porém, a análise da distribuição amostral entre os grupos mostrou que estes
não apresentaram homocedasticidade (teste de Levene, p=0,000). Desta forma,
para a comparação entre os valores médios dos grupos, optou-se pela aplicação dos
testes não-paramétricos Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, com correção de Bonferroni
(LUIZ; COSTA; NADANOVSKY, 2005).
Para a aplicação destes testes, foram considerados os valores médios das
três mensurações (Tabela 5).
49
Avaliando-se os valores médios das densidades ópticas das radiografias em
dentina, foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre grupos
(p=0,000). O grupo I apresenta-se com valores de densidade inferiores ao grupo II
(p=0,003) e superiores ao grupo IV (p=0,014). Não diferença significativa entre os
valores médios de densidade óptica entre os grupos I e III (p=0,666).
Avaliando-se os valores médios das densidades ópticas das radiografias no
canal radicular, foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre
grupos (p=0,000). O grupo I apresenta-se com valores de densidade inferiores ao
grupo II (p=0,004) e superiores ao grupo IV (p=0,003). Não diferença significativa
entre os valores médios de densidade óptica entre os grupos I e III (p=0,730).
PACIENTES MODELO EXPERIMENTAL
Grupo I (9)
0,25 s
Grupo II (9)
0,32s
Grupo III (9)
0,25s
Grupo IV (9)
0,2s
Dentina
0,926
0,820
0,670
0,830
0,693
0,710
0,723
0,716
0,830
Canal
0,973
0,850
0,686
0,870
0,730
0,730
0,750
0,750
0,870
Dentina
0,886
0,923
0,856
0,890
0,873
0,936
0,880
0,900
0,900
Canal
0,910
0,966
0,920
0,910
0,916
0,963
0,920
0,940
0,943
Dentina
0,800
0,800
0,816
0,790
0,766
0,790
0,810
0,820
0,780
Canal
0,820
0,810
0,840
0,816
0,780
0,800
0,843
0,826
0,793
Dentina
0,676
0,680
0,700
0,683
0,683
0,686
0,690
0,706
0,716
Canal
0,683
0,700
0,710
0,690
0,713
0,696
0,696
0,720
0,723
Tabela 5 – Valores médios de densidade óptica por grupo
50
Durante a execução dos testes, o programa disponibiliza para comparação,
os valores médios globais de cada grupo, assim como os valores de desvio-padrão
das amostras (Tabela 6).
Grupo
Local
Média
Desvio-padrão
I
Dentina
Canal
0,76867
0,80100
0,085640
0,093552
II
Dentina
Canal
0,89378
0,93200
0,024591
0,21835
III
Dentina
Canal
0,79689
0,81422
0,017410
0,020945
IV
Dentina
Canal
0,69111
0,70344
0,013374
0,013749
Ao aplicar-se o teste de correlação de Pearson, observou-se em relação ao
grupo I, uma forte correlação (linear), entre os valores de densidade óptica da
dentina e do canal radicular (r = 0,998). Os grupos 2, 3 e 4 apresentaram os
seguintes valores de correlação: r=0,844 para o grupo II, r = 0,908 para o grupo III e
r = 0,827 para o grupo IV.
Tabela 6
Médias globais e desvio
-
padrão em dentina e canal radicular, por grupos.
51
6 DISCUSSÃO
A busca da precisão necessária para execução dos procedimentos
endodônticos se revela como um dos objetivos primordiais das pesquisas
endodôntico/radiográficas.
Contraditoriamente, ocorre que a maioria dos modelos de estudo das
pesquisas in vitro desprezam, ou são incapazes de reproduzir, a presença dos
tecidos moles, um dos fatores mais importantes que caracterizam os exames
radiográficos de pacientes.
Essa negligência, porém, pode afetar a capacidade diagnóstica dos exames,
muitas vezes comprometendo a validade das avaliações, conforme afirmação de
Bóscolo et al. (2001).
Isso torna evidente a necessidade de disponibilização de um modelo de
estudo que seja capaz de simular, in vitro, condições similares às encontradas in
vivo.
Na busca de modelos, diversas pesquisas de interesse endodôntico, como as
de Barthel, Zimmer e Trope (2004), Burger et al. (1999), Günday, Sazak e Garip
(2005), Lozano, Forner e Llena (2002), Mentes e Gencoglu (2002), Sheaffer et al.
(2003) e de Sidney, Batista e De Melo (1991), desconsideraram a existência dos
tecidos moles, preocupando-se exclusivamente com o controle e a padronização dos
fatores geométricos ligados à formação de imagens e do processamento das
amostras.
Outros estudos, como os de Akdeniz e Sogur (2005), Borg e Gröndal (1996),
Hintze e Wenzel (1996), Meier et al. (1996), Okano et al. (1983), Pace (2002),
Shearer, Horner e Wilson (1996), Vale e Bramante (2002) e Yoshiura et al. (1999),
52
demonstrando inteirarem-se das alterações promovidas pela presença dos tecidos
moles, utilizaram diversos materiais para tentar reproduzir in vitro a atenuação do
feixe de radiação.
Destaca-se, nas metodologias desses trabalhos, que à exceção do estudo de
Hintze e Wenzel (1996), a preocupação simultânea de simular a presença dos
tecidos moles e de padronizar as tomadas e o processamento das imagens.
Também interessados em reproduzir as condições clínicas, Manson-Hing
(2005) e Schaeffer, White e Walton (2005), determinaram que somente radiografias
in vivo fossem utilizadas como amostras para as análises.
Porém, mesmo nos trabalhos em que se utilizou algum dispositivo para a
atenuação do feixe de radiação, a análise comparativa dos resultados fica
prejudicada pela falta de padronização destes. Um exemplo disso é dado nos
estudos de Akdeniz e Sogur (2005) e de Meier et al. (1996), que utilizaram um bloco
semelhante, composto por um material denominado Plexiglass. A comparação
poderia ser realizada caso os autores o tivessem utilizado espessuras diferentes
do material e avaliado diferentes aspectos endodônticos.
Aprofundando-se na análise da literatura, valem ser comentados os trabalhos
de Kaffe (1990) e de Okano et al. (1983). O primeiro utilizou um material
denominado Mix-D, enquanto o segundo utilizou um modelo de estudo alternativo
denominado 501-A. Ocorre que, como estes artefatos não foram alvos de
experimentações prévias nem tiveram suas validades atestadas por nenhuma
publicação contida nas referências destes artigos, a despeito de sua funcionalidade
ficam questionadas as suas utilizações.
Diante disso, como avaliar um modelo experimental para a finalidade de
estudos endodôntico/radiográficos? É de se esperar que, dentre as estruturas de
53
interesse para a prática endodôntica, as imagens in vitro do sistema de canais
radiculares e da dentina radicular tenham, prioritariamente, similaridades com as
radiografias in vivo.
A utilização isolada de escalas de alumínio, dentes ou peças anatômicas
dissecadas, certamente apresentarão variações quanto à densidade óptica das
imagens geradas que influenciarão as avaliações, em especial quando
fundamentadas em análises subjetivas de avaliadores.
O trabalho de Camps, Pommel e Bukiet (2004), em que foram corrigidos os
tons de cinza de radiografias escaneadas com base em imagens previamente
digitalizadas contendo uma escala de alumínio, é exemplo de tal limitação. Devido à
aplicação de apenas um tempo de exposição para as tomadas de diferentes
grupamentos dentários, a referência dada pela escala de alumínio pode não ter
promovido a otimização necessária das imagens. Além disso, a falta de controle do
processamento forneceu uma amostra subjetivamente corrigida para a também
subjetiva análise de avaliadores, ao final do experimento.
Nesses casos, essa limitação poderia ser contornada com a adoção de
alguns critérios. A utilização de cores distintas durante as avaliações, conforme
realizado por Nicopoulou-Karayianni et al. (2002), ou a análise estatística prévia da
performance dos avaliadores, como realizado por Shearer, Wasti e Wilson (1996) e
Cederberg et al. (1998), poderiam ter contribuído para minimizar o problema.
A propósito da avaliação de imagens digitais em estudos endodônticos, é
importante salientar que para converter valores de densidade radiográfica em
valores de densidade óptica, referindo-se às definições de densidade determinados
por Pavan e Tavano (2000), é necessário estabelecer previamente uma correlação
científica entre estes, assim como fizeram Dubrez et al. (1992). Convertê-los
54
diretamente como no estudo de Yoshiura et al. (1999), sem determinar um indexador
científico de correlação, não é recomendável. Menos ainda, quando se comparam
imagens digitais de peças anatômicas secas tomadas com o mesmo tempo de
exposição recomendado para pacientes, como realizado por Borg e Gröndal (1996).
Deste modo, com o propósito de realizar uma avaliação do modelo
experimental proposto, o presente estudo realizou uma análise comparativa de
radiografias periapicais convencionais deste modelo com radiografias de pacientes.
Os exames periapicais convencionais foram adotados por representarem o sistema
de avaliação de imagens mais utilizado pelos endodontistas
Para viabilizar a comparação, promoveu-se a padronização dos filmes
utilizados, das projeções durante as tomadas e do processamento das radiografias,
criando condições para avaliar diferentes estruturas de interesse endodôntico.
O critério de avaliação utilizado foi a densidade óptica das imagens das
estruturas, mensurada com a utilização de aparelho fotodensitômetro digital (MRA
®
),
repetindo Pavan e Tavano (2000). A utilização deste aparelho conferiu certificação
científica aos resultados, evitando variações oriundas de critérios subjetivos de
análise.
Os pontos médios das dentinas e dos canais radiculares foram escolhidos por
representarem porções intermediárias de estruturas de interesse, considerando o
comprimento radicular como Shearer, Horner e Wilson (1990). A limitação
determinada pelo tamanho mínimo da área de análise do aparelho fotodensitômetro
(1 mm), também exerceu influência na escolha dos pontos de análise, uma vez que
impediu a análise de estruturas mais estreitas. Pontos mais cervicais foram evitados
para evitarem-se influências nas avaliações, dada a variação do nível das cristas
ósseas alveolares.
55
A adoção de diversos tempos de exposição para as tomadas do modelo
experimental visou comparar as variações médias das densidades ópticas das
imagens com as variações de densidade das imagens dos pacientes (produzidas
pela variação das densidades e espessuras dos tecidos de cada indivíduo). Desse
modo, possibilitou-se identificar qual o nível de exposição mais adequado para as
tomadas radiográficas do modelo, quando da utilização de um aparelho de raio-x
com características similares às do aparelho utilizado.
O número de mensurações de cada ponto (três), foi determinado para que se
possibilitasse a adoção de um valor médio, o que anula a influência de mínimas
variações de leitura do aparelho provocadas por fatores externos, conforme
executado por Bernstein et al. (2003).
O número de imagens da amostra obedeceu ao determinado pelo cálculo
amostral, servindo, também, para eliminar influências provenientes de possíveis
falhas de reprodutibilidade da kilovoltagem-pico do aparelho, ou seja, da intensidade
do feixe de radiação do aparelho de raio-x. Essas variações, provenientes de
oscilações na corrente elétrica, também foram minimizadas com a utilização de um
aparelho retificador de corrente (Gendex 765 DC General Electric
®
; 60 KVp e 10
mAs ).
Obtidos os resultados, com a análise estatística pôde-se comprovar que o
modelo de estudo avaliado é capaz de produzir imagens semelhantes a de
pacientes, visto que as densidades ópticas da dentina (p= 0,616) e do canal (p=
0,751) do grupo III não apresentaram diferenças estatísticamente significativas das
densidades das radiografias dos pacientes (grupo I).
Ainda de acordo com esses dados, observou-se que diante do fato de o grupo
III apresentar imagens com densidades ópticas mais próximas às dos pacientes, fica
56
indicado o tempo de exposição de 0,25 segundos como o tempo de exposição ideal
para as tomadas do modelo. Como este tempo foi idêntico ao tomado para o grupo I
(pacientes), conclui-se que para a obtenção de radiografias deste modelo deve-se
utilizar o mesmo tempo de exposição indicado para os pacientes, de acordo com o
aparelho utilizado.
Adicionalmente, a igualdade do tempo de exposição do grupo III com o tempo
de exposição das radiografias do grupo I (pacientes), também atesta a proximidade
das características radiográficas do modelo com as características radiográficas de
indivíduos vivos.
A aplicação do teste de correlação de Pearson mostrou correlação linear
entre as densidades ópticas de dentina e canal em cada grupo. Em especial no
grupo I, que apresentou correlação muito acentuada entre as densidades das
estruturas (r = 0,998).
Avaliando os valores de correlação obtidos para os demais grupos, a maior
proximidade foi encontrada entre o grupo I e III, confirmando sua indicação como o
grupo que ofereceu imagens com características mais próximas às dos pacientes.
Desse modo, a certificação científica da qualidade deste modelo de estudo
propicia, dentre diversas possibilidades, o desenvolvimento de manequins mais
adequados às práticas pré-clínicas de estudantes de Endodontia, inclusive para as
tomadas radiográficas, o que permitirá um treinamento mais próximo da realidade
dos consultórios, além da tão esperada interação entre ensino e pesquisa.
57
7 CONCLUSÕES
Após atenta revisão de literatura, execução criteriosa da metodologia
selecionada e análise dos resultados obtidos foi possível concluir que:
O modelo proposto é capaz de produzir imagens radiográficas in vitro
semelhantes às imagens in vivo.
O modelo experimental proposto é adequado para a utilização
científica em estudos radiográficos endodônticos.
O tempo de exposição indicado para a sua utilização corresponde ao
mesmo tempo de exposição indicado para radiografias de adultos.
58
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62
ANEXOS
63
ANEXO A
64
ANEXO B
FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
A pesquisa “AVALIAÇÃO DE UM MODELO EXPERIMENTAL PARA
ESTUDOS RADIOGRÁFICOS EM ENDODONTIA” visa melhorar o tratamento
endodôntico (tratamento de canal) dos pacientes e o desenvolvimento de outras
especialidades odontológicas.
O objetivo desta pesquisa é procurar melhorar o índice de diagnóstico dos
canais, evitando assim, conseqüências indesejáveis ao paciente.
A sua participação é importante, e, para isso, você terá que permitir que seja
obtida uma pia da radiografia que foi solicitada pelo seu dentista. Para isto
usaremos filme duplo, adequado para que você não seja exposto
desnecessariamente à radiação, sem que nenhum custo adicional lhe seja cobrado.
Caso você queira participar, nenhum outro exame será realizado e sua
privacidade será respeitada, o havendo possibilidade de você ser identificado.
Ainda lhe será garantido o direito de se retirar da pesquisa assim que o desejar.
Caso você não queira participar, você será atendido normalmente.
Esta pesquisa foi aprovada pela Comissão de Pesquisa em Odontologia e
pelo Comitê de Ética em pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade de
Taubaté.
AUTORIZAÇÃO
Assim, eu, _______________________________________________________, me
declaro devidamente informado(a) sobre a pesquisa e concordo, por minha livre
escolha, em participar do trabalho.
Belo Horizonte, _______ de ____________________ de 2006.
___________________________________________________
Nome e nº Carteira Identidade
Qualquer dúvida poderá ser esclarecida pelo pesquisador responsável:
MAURÍCIO AUGUSTO AQUINO DE CASTRO (Fone: 31-9111 5152)
65
ANEXO C
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