essa verba fazia parte do orçamento. Com isso, as doações de particulares e os
eventos para arrecadar verbas continuaram sendo cada vez mais determinantes para a
manutenção do Educandário.
Como o Educandário localizava-se em uma área cada vez mais urbana, a
diretoria estava sendo pressionada, inclusive pela prefeitura, para vender algumas de
suas terras, para serem abertas ruas de ligação à Avenida Rodoviária. Nesse mesmo
período a padaria estava sendo desativada devido à falta de recursos para mantê-la.
Em 1993 o Educandário solicitou ajuda ao Banco do Brasil para fazer as reformas
nos pavilhões do Educandário, e o banco colaborou com a instituição, doando uma
verba para as reformas.
Ainda no ano de 1993 foram comemorados os cinqüenta anos de
funcionamento do Educandário Getúlio Vargas. Algumas palavras ficaram
registradas sobre o trabalho na instituição:
[...] levamos adiante o desafio que nos propusemos desde o longínquo ano
de 1973, que é dar aos 140 menores que aqui vivem, estudando e
trabalhando, em ambiente que possa se aproximar o mais possível de um
lar, não tem sido fácil por vários motivos, dentre eles a dificuldade maior
para obter recursos não só oficiais, mas também de empresas privadas e
de pessoas sensíveis, que infelizmente, também se vêem atingidas pela
crise econômica e moral que afeta nosso país. Porém esse desafio maior
que nos estimula a continuar lutando, porque, acima de tudo acreditamos
no que fazemos, e o fazemos pela vontade imensa de acolher o outro,
descobrindo assim a beleza de amar. Nada mais gratificante que
encontrar, ao longo desses anos, aqueles que por aqui passaram e que hoje
são cidadãos que produzem e colaboram para o crescimento de nossa
cidade. Nada mais gratificante do que rever aqueles rostos que vimos
meninos, e vimos crescer e que hoje já possuem suas próprias famílias,
aqui retornarem para passear, matar a saudade sim, já que aqui formamos
uma família, verdadeira comunidade. Passamos no momento por uma
adaptação com as novas leis do ECA, que é contrário ao regime de
internato. Até concordamos em muitos pontos, mas, no nosso caso, em
que tudo é feito com muita seriedade, nos questionamos: como estariam
esses menores sem o porto seguro que é esta casa? Sim, senhoras e
senhores, porque a inexistência do internato requer um ambiente sadio
para acolher a volta do menor após o dia que passou na creche ou na
instituição ocupacional. Espero que chegue o dia em que não seja preciso
haver creches ou abrigos para receberem desprotegidos nesse Brasil
(EDUCANDÁRIO GETÚLIO VARGAS, 1988 a 2007, p. 40 e 41)
.
Os integrantes dessa diretoria do ano de 1993 tomaram posse no ano de
1973 e continuaram, em sua maioria, durante os anos de 1990. Essa citação retrata
bem o pensamento da diretoria em relação a seus trabalhos no Educandário e as
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Essa diretoria assumiu a direção do Educandário no ano de 1973, por esse motivo relataram o início
de seus trabalhos até aquele momento da comemoração dos cinquenta anos da instituição.