Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
MÉDICAS: PEDIATRIA
AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO
DO ALEITAMENTO MATERNO EM ESCOLAS
DO ENSINO FUNDAMENTAL
SILVANIA MORAES BOTTARO
TESE DE DOUTORADO
Porto Alegre, Brasil.
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
MÉDICAS: PEDIATRIA
AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO
DO ALEITAMENTO MATERNO EM ESCOLAS
DO ENSINO FUNDAMENTAL
SILVANIA MORAES BOTTARO
Orientadora: Dr
a
Elsa Regina Justo Giugliani
A apresentação desta tese é exigência do
Programa de Pós-Graduação em Ciências
Médicas: Pediatria, da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul UFRGS, para obtenção do
título de Doutor.
Porto Alegre, Brasil.
2006
ads:
2
B751a Bottaro, Silvania Moraes
Avaliação de estratégia para promoção do aleitamento
materno em escolas do ensino fundamental / Silvania Moraes
Bottaro ; orient. Elsa Regina Justo Giugliani. – 2006.
141 f. : il. color.
Tese (doutorado) – Universidade Federal Rio Grande do
Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em
Ciências Médicas: Pediatria. Porto Alegre, BR-RS, 2006.
1. Aleitamento materno 2. Educação em Saúde. 3. Escolas
4. Criança I. Giugliani, Elsa Regina Justo II. Título.
NLM: WS 125
Catalogação Biblioteca FAMED/HCPA
3
Ao meu pai (in memorian), que sempre
apoiou minha vida profissional e, onde estiver,
me ilumina.
4
AGRADECIMENTOS
- À minha orientadora, Dra. Elsa Regina Justo Giugliani, pela idéia do tema da pesquisa,
interesse sempre demonstrado nas orientações e zelo profissional decisivo para a
conclusão deste estudo. Pela sua competência, que admiro e lhe sou extremamente grata.
- Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Pediatria, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que me propiciou a realização desta pós-
graduação.
- À Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ),
Departamento de Ciências de Saúde, pela oportunidade de realizar meu doutorado.
- Aos alunos de todas as escolas que participaram do estudo, pela simplicidade de verem
a vida me mostraram que ensinar é uma constante troca.
- Aos pais dos escolares, que concordaram que seus filhos participassem do projeto de
pesquisa.
- À 36ª Coordenadoria de Educação e Secretaria Municipal de Educação do município
de Ijuí, bem com aos diretores das escolas Sagrado Coração de Jesus (CSCJ) e
Francisco de Assis (EFA), pelos dados fornecidos, por entenderem o espírito do estudo e
por disponibilizarem seus espaços.
- Aos professores, que permitiram o estudo e me deixaram livre para realização do mesmo,
principalmente naquelas escolas que foi realizada a intervenção.
- À Iara Battisti, por sua contribuição, pela clareza das explicações e horas de trabalho nas
análises estatísticas dos artigos.
- À Cêres Oliveira, por toda a sua contribuição estatística.
- A Vânia, por sua contribuição na montagem do banco de dados e em análise estatística.
- À Rosane Blanguer, secretária da Pós-Graduação em Ciências Médicas: Pediatria, pela
atenção e disponibilidade mostrada em todos os momentos em que foi solicitada.
5
- À Betina Cassarotti e Sabrina Dal Molim, colegas de equipe, com quem convivi meses
na aplicação do questionário, intervenção nas escolas e digitação dos dados; por tudo que
realizamos em conjunto e, sobretudo, pelo constante afeto, responsabilidade e prazer no
trabalho que compartilhamos, para o qual não mediram esforços.
- Aos acadêmicos do Curso de Nutrição da UNIJUÍ, hoje colegas, que se dedicaram ao
trabalho da montagem inicial do vídeo usado na intervenção e na confecção do material
para ser usado na dramatização.
- Aos amigos e familiares, pelo carinho e compreensão pela minha eterna ausência em
muitas horas especiais.
- À amiga Marlene, pela força em todas as horas difíceis e pela leitura e correção dos
textos escritos.
- À Vera Ione Bottaro, pelo incansável acolhimento e amizade em todas as horas em que
precisei na minha estada em Porto Alegre.
- À amiga Vera Lúcia Miron, pela amizade, profissionalismo, que faz efeito na minha vida
e, onde estiver, deve estar pensando – até que enfim!
- Às colegas do Curso de Nutrição, pelo apoio e disponibilidade de assumirem minhas
funções acadêmicas para que pudesse concluir o estudo.
- Ao meu querido José Alcebíades de Oliveira Junior (Juninho), pelo seu
companheirismo e crítica estimuladora.
- À minha mãe, pelo apoio, paciência e amor.
- A todos que de alguma forma me ajudaram e compreenderam esta fase da minha vida.
Obrigada!
6
RESUMO
O estudo teve como objetivo avaliar a eficácia e o efeito residual de uma intervenção de
promoção do aleitamento materno (AM) entre escolares da quinta-série por meio de um
ensaio clínico randomizado, por conglomerado. O estudo envolveu 564 escolares de ambos os
sexos, sorteados em grupo controle (n=253) e grupo de estudo (n=311). Para comparar seus
conhecimentos, percepções e mitos sobre AM antes e três meses após a intervenção, utilizou-
se questionário padronizado contendo 25 questões objetivas sobre diversos aspectos do AM,
em que o escolar recebia pontos quando optava pela resposta mais favorável à amamentação.
A intervenção foi desenvolvida na escola, em três sessões, com intervalo de uma semana. Para
as comparações, utilizou-se o teste t de Student para médias, o teste qui-quadrado para
proporções e o teste de Mann-Whitney U para deltas percentuais. Os resultados mostram que
os escolares do grupo de estudo aumentaram significativamente os seus escores quando
testados imediatamente após a intervenção, mantendo esse efeito após três meses. A
intervenção teve maior impacto nos escolares das escolas públicas (p=0,002) e entre as
meninas (p=0,055). Foi quase consenso a importância da participação do pai na
amamentação, embora cerca de 70% dos escolares tenham relatado que a forma de o pai
ajudar é dando mamadeira para o bebê. Após a intervenção, apenas dois tópicos, um
relacionado à duração do AM e outro ao uso do chá em bebês amamentados, persistiram com
um percentual abaixo de 50% de acertos. A intervenção aumentou o número de escolares que
responderam que amamentariam exclusivamente os seus filhos e diminuiu o dos que tinham
restrições à amamentação em público. Conclui-se ser possível melhorar os conhecimentos, as
percepções e as crenças de meninos e meninas em relação ao AM por meio de atividades
desenvolvidas nas escolas, mantendo-os inalterados até pelo menos três meses após a
intervenção.
Descritores: Aleitamento Materno. Educação em Saúde.
7
ABSTRACT
The present work aimed at evaluating the efficacy and the residual effect of an intervention of
improvement of breastfeeding amongst the scholars of fifth grade through a clinic random
test, by conglomerate. The study involved 564 scholars of both sexes, picked in a control
group (n=253) and study group (n=311). In order to compare their knowledge, perception and
myths about breastfeeding before and three months after the intervention, a standardized
questionnaire containing 25 objective questions about various aspects of breastfeeding, in
which the scholar received points when opted for the most appropriate to breastfeeding. The
intervention was developed in the school in three sessions, with an interval of one week. For
the comparisons, the t for student test was utilized for the averages, the qui-square test for the
proportions and the Mann-Whitney U for the delta rates. The results show that the scholars in
the group of study had their scores improved significantly when tested immediately after the
intervention, keeping this effect after three months. The intervention had the bigger impact in
the scholars of public schools (p=0,002) and amongst girls (p=0,055). The importance of
father participation in breastfeeding was practically consensual, although about 70% of
scholars have claimed that the way the father has to help is giving the bottle to the baby. After
the intervention, only two topics, one related to the duration of breastfeeding and another to
using tea in breastfeeding babies, persisted with rate below 50% of right questions. The
intervention increased the number of scholars who answered that they would exclusively
breastfeed their children and it decreased the ones who have restrictions to breastfeeding in
public. Finally, it is possible to improve knowledge, perceptions and beliefs of boys and girls
in relation to breastfeeding by doing activities developed at school, keeping them steady until,
at least, three months after intervention.
Key words: Breastfeeding, Education in health.
8
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................1
1.1 IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO.........................................................1
1.2 TAXAS DE ALEITAMENTO MATERNO........................................................................4
1.3 ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO............................6
2 JUSTIFICATIVA................................................................................................................11
3 OBJETIVOS........................................................................................................................12
3.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................12
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................................12
4 HIPÓTESE...........................................................................................................................13
5 POPULAÇÃO E MÉTODOS.............................................................................................14
5.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO.....................................................................................14
5.2 POPULAÇÃO-ALVO........................................................................................................14
5.3 AMOSTRA.........................................................................................................................14
5.3.1 Seleção.............................................................................................................................14
5.3.2 Cálculo do Tamanho da Amostra....................................................................................15
5.3.3 Alocação dos Grupos.......................................................................................................16
5.4 ESTUDO-PILOTO.............................................................................................................17
5.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA.....................................................................................17
5.6 COLETA DOS DADOS.....................................................................................................24
5.7 INTERVENÇÃO................................................................................................................24
5.7.1 Primeira Atividade da Intervenção..................................................................................24
5.7.2 Segunda Atividade da Intervenção..................................................................................25
5.7.3 Terceira Atividade da Intervenção ..................................................................................26
5.8 VARIÁVEIS INCLUÍDAS NO ESTUDO.........................................................................26
5.8.1 Variável Independente ou Fator de Exposição................................................................26
5.8.2 Variável Dependente ou Desfecho..................................................................................26
5.8.3 Outras Variáveis..............................................................................................................26
5.9 EQUIPE DE TRABALHO.................................................................................................27
5.10 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS..........................................................................................27
5.11 ANÁLISE ESTATÍSTICA...............................................................................................28
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................29
7 ARTIGOS.............................................................................................................................33
Artigo 1 – Estudo Exploratório sobre Aleitamento Materno em Escolares de Quinta Série do
Ensino Fundamental.................................................................................................................33
Artigo 2 – Versão em Português – Estratégia de Promoção do Aleitamento Materno na Escola
do Ensino Fundamenta..............................................................................................................48
Artigo 2 – Versão em Inglês – Strategy of improvement of breastfeeding in a fundamental
school…………………………………………………………………………………………62
9
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................76
ANEXOS .................................................................................................................................77
Anexo 1 - Instrumento de Coleta de Dados..............................................................................78
Anexo 2 - Intervenção: Texto do Vídeo: O Show de Bonileite..............................................100
Anexo 3 - Intervenção: Perguntas para os Pais ......................................................................103
Anexo 4 - Intervenção: Dramatização: Registro de Foto.......................................................104
Anexo 5 - Intervenção: Cartilha "Bonileite e a Amamentação"
............................................106
Anexo 6 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................................................115
Anexo 7 - Manual do Entrevistador .......................................................................................118
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Tendência de aumento na duração da mediana de aleitamento materno em
diferentes momentos segundo pesquisas de abrangência nacional...............
05
Figura 2 - Seleção da amostra para o estudo.................................................................
15
11
LISTA DE TABELAS
Artigo 1:
Tabela 1 - Proporção de escolares do sexo masculino e feminino que optaram pela
resposta mais favorável ao aleitamento materno nos diversos picos
pesquisados nas escolas do Ensino Fundamental em Ijuí, RS .....................
43
Tabela 2 - Vivências prévias em aleitamento materno, intenção de terem seus filhos
amamentados e opinião sobre amamentação em público de escolares do
sexo masculino e feminino da 5ª série do Ensino Fundamental – Ijuí, RS ..
45
Tabela 3 - Desempenho dos escolares na avaliação de conhecimentos, percepções e
crenças relacionadas ao aleitamento materno, de acordo com
características selecionadas – Ijuí, RS ..........................................................
46
Tabela 4 - Respostas das perguntas descritivas sobre três vantagens e três
desvantagens da amamentação e da mamadeira e sugestões sobre a
participação do pai na amamentação, pelos escolares do sexo masculino e
feminino da 5ª série das escolas de Ensino Fundamental de Ijuí, RS ..........
47
Artigo 2:
Tabela 1 - Características da amostra, por grupo .......................................................... 57
Tabela 2 - Escore dos alunos (média ± desvio padrão) na avaliação do conhecimento,
percepção e crenças relativas ao aleitamento materno em diferentes
momentos antes: imediatamente após e três meses após a intervenção, por
grupo .............................................................................................................
58
Tabela 3 - Impacto da intervenção nos escores de conhecimento, percepção e crenças
segundo variáveis selecionadas ....................................................................
59
Tabela 4 - Pontos francos (-) e fortes (+) na avaliação do conhecimento, percepção e
crenças relativas ao aleitamento materno antes e três meses após a
intervenção no grupo de atuação (n=298) ....................................................
60
Tabela 5 - Prevalência de escores que responderam que gostariam que seus filhos
fossem amamentados exclusivamente e que achavam feio amamentar em
público, antes e três meses após a intervenção, segundo sexo .....................
61
Artigo 2:
Table 1 - Characteristics of schoolchildren in the control and intervention groups … 71
Table 2 - Scors (meant ± standard deviation) obtained in the evaluation of
knowledge, perceptions and beliefs of 5
th
grade students concerning
breatfeeding ..................................................................................................
72
Table 3 - Impact of the intervention on the knowledge, perceptions and belief
scores for selected variables .........................................................................
73
Table 4 - Weak points (-) and strog Points (+) in the evaluation of knowledge,
perceptions in the intervention group (n=298) ............................................
74
Table 5 - Prevalence of students who answered that they would like their babies to
be exclusively breastfed and who found it inappropriate to breastfeed in
public before and three months after the intervention ..................................
75
12
LISTA DE ABREVIATURAS
AM - Aleitamento Materno
WHO - World Health Organization
SIDS - Síndrome de Morte Súbita do Lactente
DHA - Ácido docosahexaenóico
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PNSN - Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição.
ENDEF - Estudo Nacional da Despesa familiar.
PNDS - Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde.
PPAM - CDT - Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno - Capitais e Distrito Federal
UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO
O aleitamento materno (AM) confere vantagens nutricionais à criança e a protege de
várias enfermidades, sendo muitos desses benefícios bem documentados (WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 2000).
Entre as vantagens nutritivas do leite materno destaca-se a adequada concentração de
nutrientes por volume de leite ingerido pelo lactente. A absorção desses nutrientes é
influenciada pela sua excelente biodisponibilidade, a qual será, no entanto, comprometida
caso outro alimento seja oferecido (INSTITUTE of MEDICINE, 1991).
Os benefícios nutricionais do leite materno, quando aliados a outros mecanismos
biológicos do próprio leite, explicam as propriedades de proteção à saúde da criança
conferidas pela amamentação. Esse efeito complexo se pela interação dos constituintes
específicos do leite com microorganismos patógenos existentes no lúmen intestinal da criança
e, ainda, pela modulação direta do sistema imune do lactente por esses constituintes
(LIVINGSTONE, 1995; GOLDMAN et al., 1993).
Segundo Jones et al. (2003), o aleitamento materno poderia prevenir de 13% a 15% de
todas as mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Para Victora et al.
(1999), um aumento de 40% nas taxas de aleitamento materno reduziria em até 15% as mortes
por diarréia e em 7% as por pneumonia em locais em que a amamentação tem curta duração.
O efeito protetor do leite materno contra infecções gastrintestinais foi um dos
primeiros benefícios comprovados que tem impacto na redução da morbidade e mortalidade
infantis (WORLD WEALTH ORGANIZATION, 2000). Em 1984, Feachen e Koblinski
publicaram uma revisão que evidencia a importância da amamentação exclusiva na proteção
às doenças infecciosas quando realizada por cerca de quatro seis meses. A revisão mostrou
que, dos 35 estudos realizados em 14 países, houve proteção contra diarréia em 83% quando
se comparou, o aleitamento materno exclusivo com outras modalidades de aleitamento.
Outra revisão da literatura, realizada por Cunningham et al. (1991), observou que,
além dos efeitos positivos do aleitamento materno contra as infecções gastrintestinais e a
2
significante diminuição de outras infecções, como pneumonia, bacteremia e meningite,
fortes indícios de que o leite materno confere proteção contra doenças crônicas que se
instalam mais tardiamente. Mais recentemente, as pesquisas sugerem que o aleitamento
materno possui efeito protetor contra obesidade (DEWEY, 2003), diabetes insulino-
dependente, linfoma e síndrome da morte súbita do lactente - SIDS (WOLF, 2003). Esses
estudos são especialmente significativos porque demonstram que não basta iniciar a
amamentação; ela deve ser, inicialmente, exclusiva. A relação dose/resposta do aleitamento
materno com a saúde humana encontra-se diretamente associada ao aleitamento materno
exclusivo até os seis meses e complementada por dois anos ou mais (WOLF, 2003; WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 2001).
A Academia Americana de Pediatria, em seu último documento oficial sobre
aleitamento materno, menciona uma possível proteção do aleitamento materno contra a
síndrome da morte súbita do lactente, a doença de Crohn, a colite ulcerativa e outras doenças
crônicas do aparelho digestivo (AMERICAN ACADEMY of PEDIATRICS, 2005).
Wickman et al. (2002), em Estocolmo (Suécia), conduzindo estudo de coorte,
observaram efeito preventivo do AM nas doenças alérgicas em crianças com idade de até dois
anos. Os resultados evidenciaram que o leite materno reduz o risco de sintomas de doenças
alérgicas, tais como asma, dermatite atópica e rinite durante os primeiros dois anos de vida.
Entretanto, para se obter esse efeito preventivo, o aleitamento materno deve ser mantido por
quatro meses ou mais.
No Brasil, Romieu et al. (2000) examinaram a associação entre amamentação e pre-
sença de sintomas respiratórios crônicos em 5.182 escolares, entre 7 e 14 anos de idade. As
crianças que não foram amamentadas apresentaram maior probabilidade de diagnóstico médi-
co para asma e chiado após exercício do que as crianças amamentadas por mais de seis meses.
A associação entre acuidade visual da criança e aleitamento materno também tem sido
investigada. Williams et al. (2001), após avaliarem crianças de três anos e meio, nascidas
saudáveis, a termo e amamentadas por, no mínimo, quatro meses, mostraram que a
probabilidade de atingir um alto grau de visão estereoscópica é 2,8 vezes maior nas crianças
amamentadas, quando comparadas com crianças semelhantes que não foram amamentadas.
No leite materno, encontra-se o ácido docosahexaenóico (DHA) e evidências
bioquímicas de que esse ácido graxo poliinsaturado está presente em maior quantidade no
3
cérebro e na retina das crianças que são amamentadas do nas das que receberam rmula
infantil comercial. Por isso, a criança alimentada com leite materno se beneficia em sua
função visual e desenvolve precocemente funções neurofisiológicas (REYNOLDS, 2001).
Estudos têm apontado as vantagens da amamentação no desenvolvimento cognitivo e
neuromotor da criança. Uma metanálise envolvendo 20 estudos, após ajustes para alguns
fatores de confusão, mostrou que as crianças amamentadas apresentam escores de
desenvolvimento cognitivo significativamente maiores do que as crianças alimentadas por
fórmulas. O aumento da função cognitiva foi evidenciado em crianças entre 6 e 23 meses e se
manteve nas idades sucessivas (10 a 15 anos de idade). As crianças com baixo peso foram as
que mais se beneficiaram com a amamentação. Esses resultados sugerem que a amamentação
tem efeito significativo no desenvolvimento neurológico em crianças prematuras e a termo,
sendo esse efeito também relacionado com a duração do aleitamento materno (ANDERSON
et al., 1999).
Em Honduras, Dewey et al. (2001), em ensaio controlado, avaliaram os efeitos do AM
quando praticado por quatro ou seis meses, no estado nutricional da mãe e no
desenvolvimento motor da criança. Os dados desse estudo sugerem que o aleitamento materno
exclusivo por seis meses estimula o desenvolvimento motor e a maturidade neurológica da
criança; nas mães que amamentaram exclusivamente por seis meses, ele promove maior perda
de peso e aumento do período de amenorréia lactacional do que nas que amamentaram
exclusivamente por quatro meses.
Não para a criança o aleitamento materno traz benefícios físicos. A amamentação
protege a mulher contra câncer de mama (NEWCOMB et al., 1999; TESSARO et al., 2003) e
de ovário (LABBOK, 2001), propicia a involução do útero mais rapidamente após o parto e,
conseqüentemente, diminui o sangramento e o risco de anemia materna (LABBOK, 2001).
Estudo recente mostrou haver nas mulheres que amamentam uma redução em 15% na
incidência de diabetes tipo 2 para cada ano de lactação, independentemente do índice da
massa corporal e de outros fatores de risco relevantes para a doença. Atribui-se essa proteção
a uma melhor homeostase da glicose nessas mulheres (STUEBE et al., 2005).
Além de todos os benefícios citados, o aleitamento materno promove o
fortalecimento do vínculo entre mãe e filho, o qual é uma importante referência para a
4
criança, que ele sustenta a dependência necessária no primeiro ano de vida e a posterior
individualidade da criança (WOLF, 2003).
Amamentar também tem impacto econômico na família e no Estado (ALMEIDA,
2004), pois implica diminuir os gastos da família com a compra de leite para alimentar o
bebê, de mamadeiras, de chupetas, de gás de cozinha, bem como os eventuais gastos
decorrentes de doenças, mais comuns em crianças não amamentadas (GIUGLIANI, 2000b).
1.2 TAXAS DE ALEITAMENTO MATERNO
As prevalências e a duração do aleitamento materno variam amplamente em diferentes
regiões e de acordo com a situação socioeconômica da sociedade estudada (GIUGLIANI,
2000b). Acredita-se que as mudanças observadas na prática do aleitamento materno
acompanhem o desenvolvimento da sociedade. Em sociedades tradicionais, praticamente
todas as mulheres amamentam; porém, à medida que ocorre o desenvolvimento, as mulheres –
primeiramente as mais educadas - deixam de amamentar e dão preferência às facilidades da
mamadeira. Mesmo no meio rural, as mulheres seguem essa tendência de usar a mamadeira.
Em sociedades mais desenvolvidas, as mulheres, primeiramente as com maior escolaridade,
passam a valorizar mais o aleitamento materno, comportamento que é assimilado pelas
camadas menos privilegiadas; na área rural a adesão se à medida que a sociedade se
desenvolve. Por isso, em países em processo de desenvolvimento, como o Brasil, as mulheres
com melhor escolaridade amamentam mais nas regiões mais desenvolvidas (GIUGLIANI et
al., 1995; SUSIN et al., 1998; GIUGLIANI, 2000a).
No Brasil, não existem estudos anteriores à década de 70 que documentem os índices
de amamentação no âmbito nacional, embora se saiba que nos anos 60 e início dos anos 70
houve um declínio no aleitamento materno, em razão de influências internacionais e de
determinantes socioculturais (NETO et al., 2000). Porém, nas três últimas décadas, logo após
as denúncias de morbidade e mortalidade infantis causadas pela desnutrição, precipitada pela
ausência do aleitamento materno, houve um movimento de retomada da amamentação, tanto
nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento (REA, 2003; ALMEIDA, 2004).
Embora a amamentação proporcione inúmeros benefícios, o Brasil, ainda apresenta
taxas muito baixa de amamentação exclusiva até os seis meses (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
5
2001). Entretanto, um aumento importante dessa prática em crianças menores de dois
meses. Comparando-se os dados de pesquisa realizada em 1986 com amostra representativa
da população brasileira (BARROS et al., 1990) com os do estudo nacional de 1999
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001), percebe-se que houve aumento na duração da
amamentação exclusiva. Se o primeiro estudo indica que, em 1986, apenas 6% das crianças
recebiam exclusivamente leite materno no primeiro mês (BARROS et al., 1990), o estudo
nacional de 1999 aponta uma prevalência de aleitamento materno exclusivo no primeiro mês
de 53,1%. No entanto, a duração mediana de aleitamento materno exclusivo no Brasil é de
apenas 23,4 dias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
Ainda, comparando-se os resultados de pesquisas de abrangência nacional realizadas
em 1975 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, em 1989 pelo Instituto
Nacional de Alimentação e Nutrição - INAN, em 1996 pela Sociedade Civil Bem-estar
Familiar – Brasil (BEMFAM) e em 1999 pelo Ministério da Saúde, observa-se uma tendência
de aumento na duração mediana de aleitamento materno: de 2,5 meses em 1975 passou-se
para 5,5 meses em 1989, sete meses em 1996 e 9,9 meses em 1999 (Figura 1). É importante
ressaltar que o inquérito realizado em 1999 envolveu apenas as capitais brasileiras e o Distrito
Federal, com exceção do Rio de Janeiro (INSTITUTO BRASILEIRO de GEOGRAFIA e
ESTATÍSTICA, 1999; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). em Porto Alegre – RS, a
duração mediana da amamentação é de apenas 6,4 meses e a do aleitamento materno
exclusivo é de 29,5 dias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
1975 - ENDEF (IBGE) 1996 - PNDS (BEMFAM)
1989 - PNSN (INAN) 1999 - PPAM-CDF
1.Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF).
2. Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) (INAN).
3.
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS).
4.
Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais e Distrito Federal.
Figura 1: Tendência do aumento na duração da mediana de aleitamento materno em diferentes
momentos, segundo pesquisas de abrangência nacional.
9,9
6,7
1,5
4,1
0
2
4
6
8
10
12
1975 1989 1996 1999
6
Em estudo de revisão, Rea (2003) mostra a trajetória do Programa Nacional de
Aleitamento Materno e relata que, no inquérito de 1975, uma em cada duas mulheres
brasileiras amamentava apenas até o segundo ou terceiro mês. Já no inquérito de 1999, uma
em cada duas mulheres amamentava cerca de 10 meses. A autora evidencia que os programas
de aleitamento materno no Brasil, em que pese a análise de dados concretos, produziram
resultados importantes, mas que eles poderiam ter impacto maior se as ações realizadas
fossem mantidas, avaliadas, corrigidas e depois retomadas.
Em Ijuí-RS, município onde esta pesquisa foi realizada, um dos hospitais locais de
médio porte informa que, mesmo não existindo dados oficiais, é possível afirmar que, na
rotina da maternidade, ao menos uma mamada é observada e que as mães de filhos nascidos a
termo costumam deixar o hospital em aleitamento materno exclusivo. Já o serviço público
informa que possui uma boa estimativa de aleitamento materno exclusivo até três meses e
menor até os seis meses. Como não estudos populacionais que confirmem esses dados,
sendo difícil afirmar dados conclusivos.
1.3 ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO
Várias têm sido as propostas de implementação de ações e estratégias para a
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Existem importantes contribuições a
favor do aleitamento materno de grupos internacionais e nacionais. No entanto, as
intervenções de promoção do AM têm resultado no reconhecimento da importância da
amamentação, mas não necessariamente na prática do aleitamento exclusivo até o sexto mês
(GIUGLIANI, 2000b).
Revisão feita por Oliveira et al. (2001) mostra que intervenções realizadas no período
pré e s-natal surtem efeito no aumento da duração da amamentação. Os autores destacam a
importância de diferentes estratégias empregadas na promoção do AM e apontam que
abordagens como visita domiciliar, aconselhamento face a face, sessão em grupos e consultas
pelo telefone são mais eficazes quando combinadas entre si e usadas nos dois períodos: antes
e após o nascimento da criança. Albernaz e Victora (2003), em artigo de revisão, concluem
que intervenções destinadas a mostrar a importância do AM são bastante positivas quando a
orientação é realizada face a face e em diferentes momentos da gravidez e depois reforçada no
período da amamentação.
7
Para que haja objetivamente aumento das taxas de aleitamento materno, é necessário
otimizar ações de promoção e apoio à amamentação com todos que cercam a mulher e que
podem servir de suporte a este ato, tais como o pai, os avós e a família em geral (SUSIN,
2003). Estudos que abordam a promoção do aleitamento materno com mulheres adultas e
adolescentes apontam para a necessidade de se iniciar o repasse das informações em idade
mais precoce, utilizando-se para tal, inclusive, a escola (MOTIL et al., 1997; INEICHEN et
al., 1997; KIM, 1998; WIEMANN et al., 1998). Percebe-se, cada vez mais, que é preciso
implementar ações de promoção do aleitamento materno junto às crianças, pois se acredita
que elas sejam mais abertas a mudanças (HILL, 1987; ALTSHULER, 1995; KIM, 1998). É
razoável pensar que quanto mais cedo o jovem recebe informações sobre aleitamento
materno, mais aumenta a probabilidade de ele interceder a favor do mesmo em seu meio
familiar, e também assim proceder quando adulto (INEICHEM et al., 1997; TERRENGUI,
2003).
A família representa o primeiro campo de aprendizagem, podendo as relações
interfamiliares influenciar nas preferências e internalizar hábitos socialmente aceitos ou até
criar novos hábitos que contribuirão para um comportamento alimentar adequado ou não no
futuro (VIEIRA et al., 2004). Já a escola, referência para a criança e espaço formal de
aprendizagem, tem como função a mudança de conceitos consolidados (KIM, 1998).
As ações de promoção do aleitamento materno nas escolas são escassas, tanto no
Brasil como no exterior. Porém, é possível encontrar na literatura alguns estudos sobre o AM
focados nos adolescentes. Observa-se que esses estudos tiveram como objetivo mostrar para
os jovens a importância da amamentação, principalmente porque a freqüência de gestação tem
aumentado nessa faixa etária (MOTIL et al., 1997; KIM, 1998; WIEMANN et al., 1998;
VOLPE et al., 2000).
Para Yeo et al. (1994), o jovem, quando despertado para assuntos relacionados à
amamentação, responde positivamente, mesmo em populações que possuem comportamento
crítico e de repúdio à prática do aleitamento materno, como nos Estados Unidos (WOLF,
2003; WRIGHT, 2001). Em resposta a essa realidade têm surgido estudos preocupados em
tornar o adolescente público-alvo de pesquisa, entre eles, trabalhos preocupados em
implementar programas pró-aleitamento materno em escolas americanas (VOLPE et al.,
2000; WRIGHT, 2001).
8
Agnew (1996) relata uma tentativa de informar sobre o aleitamento materno numa
escola primária americana (Norwich School). O estudo mostra a visão da criança americana
quando o assunto é a amamentação, sendo interessante a reação de alguns escolares frente ao
programa. Na primeira apresentação, um menino de sete anos de idade ameaçou deixar a sala
de aula porque a professora mostrou uma figura de mulher amamentando com os seios à
mostra. Na mesma escola, alunos de outras faixas de idade também se mostraram relutantes
em discutir a amamentação, tendo sido possível identificar em certos jovens fortes
preconceitos em relação ao tema, com a mama sendo muitas vezes vinculada ao sexo e a
mamadeira considerada a forma normal ou “natural” de alimentar uma criança.
Para Parlato (1990), a estratégia de intervenção usada para promover efeitos entre as
crianças e jovens é importante, uma vez que a aprendizagem do escolar encontra-se,
atualmente, condicionada à imagem da televisão e do computador, com que despendem mais
tempo do que realizando leituras. No Canadá, um grupo de estudiosos desenvolveu um teste
sobre aleitamento materno usando como estratégia um anúncio na televisão direcionado aos
adolescentes e comparou os escores de conhecimento e atitude antes e depois da campanha.
Os resultados revelaram que os jovens demonstraram uma atitude mais favorável à
amamentação após assistirem ao anúncio. Os autores concluíram que esse tipo de intervenção
também atinge os familiares dos jovens, uma vez que eles também começaram a ver os
benefícios e as vantagens do aleitamento materno para suas crianças (FRIEL et al., 1989).
No Brasil, no Estado de Minas Gerais, na década de 1980, Xavier et al. (1987)
desenvolveram uma experiência em escolas de primeiro grau, com o objetivo de despertar,
desde a infância, um posicionamento positivo em relação ao aleitamento materno. Os autores
observaram que os professores demonstraram ser mais convencionais quanto ao uso da
mamadeira que os escolares, mostrando que, entre os adultos, os conceitos arraigados a favor
da alimentação artificial predominam.
Além desse trabalho, dois estudos sobre amamentação foram realizados em escolas
brasileiras. Um deles, em São Paulo foi direcionado para escolares de ambos os sexos do
ensino fundamental e teve como objetivo investigar os resultados do uso de estratégias de
ensino-aprendizagem baseadas no lúdico para fixação de conceitos e disseminação de
informação sobre aleitamento materno a partir da criança. Para isso, foram elaboradas canções
para o estudo, as quais foram associadas a técnicas de colagem, dramatização e expressão
corporal. Foi observado que as meninas propagaram as informações recebidas em todo o seu
9
ciclo social, enquanto que os meninos concentraram-se mais na família, com enfoque na mãe.
O estudo ainda concluiu que, na fase escolar, a aplicação de programas de incentivo ao
aleitamento materno determina uma postura positiva no escolar, aumentando o conhecimento
e a freqüência do comportamento de disseminação da informação sobre a amamentação
(TERRENGUI, 2003).
Outro estudo, realizado em Ribeirão Preto (SP), comparou dois grupos de meninas, de
diferentes extratos sociais, quanto à percepção e conhecimento sobre aleitamento materno. Os
autores concluíram que a maioria das meninas (90%) sabe que o leite materno é o melhor
alimento para o recém-nascido, mas poucas conseguem especificar quais são as vantagens.
Dentre as meninas pesquisadas, menos de 1/3 optaria pelo aleitamento exclusivo para os seus
futuros filhos; e aproximadamente 60% ofereceriam chupeta para o bebê e consideram como
prática adequada o oferecimento de água, chá e sucos antes dos seis meses (NAKAMURA et
al., 2003). Para os autores, existem muitos aspectos que ainda devem ser esclarecidos e
ensinados às meninas, sendo preciso destacar as práticas que interferem e prejudicam a
amamentação exclusiva, pois as vantagens não são adequadamente conhecidas pelas meninas.
Ainda, segundo os autores, o suporte cultural para o aleitamento materno parece ser
inadequado, pois se observa que as meninas, ao reproduzirem a alimentação da criança em
suas brincadeiras com bonecas, mantêm um distanciamento da naturalidade do ato de
amamentar, uma vez que as bonecas vêm acompanhadas de mamadeira e chupetas para lhes
serem ofertadas.
O preconceito de amamentar em público também precisa ser considerado nas
estratégias em prol da amamentação entre as crianças, pois, segundo Leffer (2000), esse
comportamento pode ser um fator cultural impeditivo do aleitamento. No estudo de Nakamura
et al. (2003), 46% das meninas com melhor condição social e 32% das alunas com menor
poder aquisitivo disseram que teriam vergonha de amamentar em público. No estudo de
Hannon et al. (2000), em Chicago, as jovens, ao serem questionadas sobre as razões para não
amamentar em público, responderam que essa atitude lhes causa um misto de sentimento
antecipado de medo e de dor no ato de amamentar.
Outro aspecto que deve ser averiguado nas estratégias de promoção do aleitamento
materno é o uso da chupeta, prática freqüente entre as crianças brasileiras, assim como em
outros países (LAMOUNIER, 2003). No estudo de Nakamura et al. (2003), as principais
razões apresentadas pelas meninas entrevistadas para oferecer ou não a chupeta a crianças são
10
semelhantes aos achados em pesquisa com mulheres adultas, as quais atribuem à chupeta a
função de acalmar o bebê (VICTORA et al., 1997; LAMOUNIER, 2003). Entre os fatores
negativos que elas apontam, estão os efeitos que a chupeta pode vir a causar na conformação
dentária da criança e o seu sofrimento para largá-la, mas elas não associam o prejuízo do
hábito de usar a chupeta na amamentação.
Após a análise da percepção e do conhecimento das meninas sobre aleitamento
materno, Nakamura et al. (2003) concluíram que seria importante avaliar também o
conhecimento dos meninos sobre amamentação. Estudos mostram que o entendimento da
amamentação como responsabilidade feminina tem levado o homem a manter-se afastado,
não se envolvendo no processo. Para Jordan et al. (1993), o sentimento de exclusão que os
pais experimentam no período da amamentação poderia ser amenizado se eles passassem a ser
incluídos nos programas de incentivo ao aleitamento materno, pois são comum eles se
sentirem alheios a ele, em parte pela falta de conhecimento sobre amamentação.
Susin (1999, 2003) afirma que o pai pode representar uma influência positiva na
amamentação mas, para isso, deve ser incluído nas estratégias de promoção do aleitamento
materno. Os meninos de hoje, que poderão ser pais futuramente, se continuarem excluídos dos
programas de promoção do AM, provavelmente vão dar continuidade as práticas alimentares
não recomendadas e se posicionar a favor de crenças e tabus relacionados à amamentação.
Ainda é preciso considerar que os livros, por terem forte influência sobre as crianças,
poderiam ser incluídos nas estratégias de reforço do AM, propiciando, já bem cedo, mudanças
de atitude em relação a ele. Porém, o que se observa é que, desde a infância, as crianças se
deparam com a idéia distorcida do aleitamento materno na literatura. Isso pode ser constatado
nos livros infantis, quando exploram figuras de crianças sendo alimentadas com mamadeira, e
mesmo nas histórias lúdicas sobre bonecas e animais, nas quais esses aparecem recebendo
mamadeira (ALTSHULER, 1995). Conforme Kim (1998), as informações veiculadas nos
meios de comunicação são as de maior impacto sobre as crianças, razão pela qual deveriam
ser mais bem exploradas por meio de filmes, desenhos, personagens, brincadeiras e jogos
infantis.
11
2 JUSTIFICATIVA
Apesar dos benefícios da amamentação e dos esforços em promover essa prática, as
taxas de aleitamento materno estão aquém do ideal, sobretudo quando se considera a sua
exclusividade por seis meses. É necessário, portanto, investir em ações que promovam a
conscientização da importância da amamentação.
Inúmeros programas de promoção do aleitamento materno são implementados, no
Brasil, em concordância com estratégias promovidas por órgãos internacionais. No entanto,
são necessárias novas estratégias de promoção que envolvam grupos populacionais capazes de
se conscientizar e de serem também formadores de opinião. As crianças formam grupo
prioritário para esse tipo de ação, pois futuramente se constituirão nos sujeitos sociais na luta
em defesa da vida. Além disso, elas têm capacidade de legitimar as informações e contribuir
com questionamentos na família e na comunidade a que pertencem. Entende-se, ainda, que
um maior conhecimento sobre aleitamento materno iniciado na infância auxilie na
compreensão da importância da amamentação e no manejo de situações que possam levar a
sua interrupção precoce. É possível, também, que a informação iniciada na infância minimize
a forte influência da cultura da alimentação artificial, prejudicial à prática da amamentação,
principalmente do aleitamento materno exclusivo até os seis meses.
Apesar do valor de se trabalhar a importância da amamentação com as crianças, a
participação delas é escassa em intervenções de incentivo ao aleitamento materno. Existem
alguns estudos feitos com meninas, mas raros incluíram os meninos. Vale a pena ressaltar que
a maioria dos estudos foi feita com jovens adolescentes, tendo a gravidez na adolescência
como foco principal.
A escola do ensino fundamental é espaço prioritário para educação em saúde pois,
além de facilitar o acesso às crianças, é o ambiente institucionalizado do processo pedagógico,
possibilitando assim a realização de diagnósticos e de estudos do impacto de intervenções.
Pouco se conhece a respeito do aleitamento materno sob a ótica da criança no Brasil. Uma
ampla revisão da literatura feita nas bases de dados Medline, Scielo, Lilacs e Cochrane não
acusou estudo nacional ou estrangeiro medindo impacto de intervenção em crianças visando
ao incentivo ao aleitamento materno. O presente estudo pretende contribuir para o
preenchimento dessas lacunas do conhecimento.
12
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a eficácia e o efeito residual de intervenção direcionada para o
desenvolvimento de uma postura favorável ao aleitamento materno entre escolares de ambos
os sexos, que freqüentam escolas do Ensino Fundamental do município de Ijuí-RS.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Comparar conhecimentos, percepções e crenças em relação ao aleitamento materno entre
os escolares de ambos os sexos antes e imediatamente após a intervenção (efeito
imediato).
2. Comparar conhecimentos, percepções e crenças em relação ao aleitamento materno entre
os escolares de ambos os sexos logo após a intervenção e três meses depois (efeito
residual).
3. Avaliar a influência do sexo, idade, tipo de escola, procedência dos alunos e escolaridade
dos pais no impacto da intervenção estratégica de promoção do aleitamento materno.
13
4 HIPÓTESE
Intervenção de promoção do aleitamento materno direcionada a escolares de ambos os
sexos do Ensino Fundamental é capaz de favorecer a postura e o conhecimento sobre
aleitamento materno e possui efeito residual.
14
5 POPULAÇÃO E MÉTODOS
5.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um ensaio clínico randomizado tendo como desfecho o desempenho dos
escolares na avaliação de conhecimento, percepções e crenças sobre AM.
5.2 POPULAÇÃO-ALVO
A população-alvo do estudo é constituída de escolares de ambos os sexos,
matriculados na quinta série das escolas estaduais, municipais e particulares do Ensino
Fundamental do município de Ijuí-RS.
5.3 AMOSTRA
5.3.1 Seleção
Para a seleção da amostra foram utilizados subgrupos populacionais conglomerados
representados primeiramente pelas escolas e, posteriormente, pelas turmas de quinta série
existentes nas escolas sorteadas no primeiro estágio. O esquema amostral está demonstrado na
Figura 2.
15
Figura 2: Seleção da amostra para o estudo.
Levou-se, em consideração, a proporção de alunos que freqüentavam as escolas
estaduais, municipais e particulares, bem como a sua distribuição geográfica: urbana e rural.
A seleção das escolas foi realizada através da geração de números aleatórios com
speed casualizado (Software STATGRAPHICS). Nas escolas, que apresentavam duas ou mais
turma de quinta série, utilizou-se amostra aleatória simples; e nas com apenas uma turma, o
sorteio da escola definiu automaticamente a turma como parte da amostra.
Foram considerados elegíveis para o estudo todos os alunos que freqüentavam a quinta
série do Ensino Fundamental de Ijuí. Foram excluídos os alunos que freqüentavam a escola no
período noturno, os de escolas em que o número de alunos matriculados na quinta série era
inferior a dez e os de turmas com alunos de séries diferentes.
5.3.2 Cálculo do Tamanho da Amostra
O cálculo do tamanho da amostra foi realizado considerando-se amostragem por
conglomerado em dois estágios, o primeiro tendo como unidade amostral as escolas e o
segundo, as turmas de quinta série das escolas sorteadas. Para obter o número de
conglomerados necessários no estudo estimou-se o efeito do delineamento pela fórmula:
32 Escolas Urbanas Públicas 4 Escolas Urbanas Particular 11 Escolas Rural Pública
Turmas
Controle
8 Escolas
Experimental
9 Escolas
19 Urbanas Pública
Controle
1 Escola
Experimental
1 Escola
Turmas
2 Urbanas Particular
Controle
5 Escolas
Experimental
6 Escolas
Turmas
9 Rurais Públicas
30 Escolas
47 Escolas Ensino Fundamental
Ijuí / RS
16
)1(1
+
=
mED , onde “mcorresponde ao número de escolas e
é o coeficiente de
correlação intraclasse (UKOUMUNNE et al., 1999). O cálculo desse coeficiente foi realizado
a partir do estudo-piloto porque não havia dados disponíveis na literatura. Assim, estimou-se
em 24 o número mínimo de conglomerados. Ampliou-se o tamanho da amostra em 25%,
prevendo-se possíveis perdas no decorrer do processo, o que resultou em um total de 30
escolas.
5.3.3 Alocação dos Grupos
a) Primeiro estágio (escolas) – Das 47 escolas existentes no município com turmas de
quinta série (32 urbanas públicas, 11 rurais públicas e quatro urbanas particulares), 30 foram
sorteadas: 19 públicas urbanas; 9 públicas rurais e 2 urbanas particulares. Dentre as escolas
inicialmente selecionadas para o estudo, três se recusaram a participar (uma escola particular
e duas públicas urbanas). Essas escolas foram substituídas por outras previamente sorteadas
como suplentes.
As escolas foram sorteadas aleatoriamente para o grupo-controle e experimental,
considerando a proporcionalidade quanto ao tipo de escola (estadual, municipal e particular) e
o meio (urbano e rural). O grupo-controle não foi exposto a nenhum tipo de intervenção e o
grupo experimental sofreu a intervenção detalhada mais adiante.
Vale a pena ressaltar que, no meio rural, havia apenas uma escola pública municipal
com quinta série, a qual, por sorteio, foi alocada ao grupo experimental.
b) Segundo estágio (turmas) Após as turmas serem sorteadas, pôde-se calcular o
número de alunos selecionados para o estudo: foram 656 escolares, dos quais 564
participaram do estudo, 253 no grupo-controle e 311 no experimental. Dos 656 alunos
selecionados, 92 (14%) não participaram do estudo: 41 não trouxeram a autorização do
responsável (29 meninos e 12 meninas) e 51 se recusaram a participar (36 meninos e 15
meninas). Quando comparados os 564 escolares que constituíram a amostra estudada com os
92 escolares não incluídos, observa-se pelo teste do qui-quadrado (p = 0,901) que não houve
diferença quanto à idade, sexo, tipo de escola, procedência do aluno e escolaridade dos pais.
No grupo-controle não houve perdas no seguimento. No experimental foram excluídos
das análises 13 alunos que não estavam presentes na escola no dia em que as atividades de
17
intervenção foram realizadas. Portanto, o grupo experimental totalizou-se em 298 escolares.
Quando comparados os 298 escolares que constituíram a amostra estudada com os 13 alunos
não incluídos, observa-se, pelo teste do qui-quadrado (p = 0,809) que não houve diferença
quanto à idade, sexo, tipo de escola, procedência do aluno e escolaridade dos pais.
5.4 ESTUDO-PILOTO
Antes do início da pesquisa, em outubro de 2001, foi realizado um teste exploratório
para definir a faixa etária para o estudo. Os estudos anteriores realizados com adolescentes
apontam a importância de abordar o tema com meninos e meninas antes da adolescência, mas
não especificam a melhor idade para isso. A partir do teste exploratório, selecionou-se a faixa
etária de crianças que freqüentam a quinta série do Ensino Fundamental, por tratar-se de
alunos que já haviam estudado o corpo humano e a importância da alimentação em geral.
No mês de março de 2002, foi realizado o estudo-piloto em duas escolas, uma pública
e uma privada de um município vizinho (Santo Ângelo-RS) à cidade de Ijuí, onde se realizou
a pesquisa. Na escola pública, a turma de quinta série estudada tinha 22 alunos e na escola
particular, 30 alunos.
O estudo-piloto teve a finalidade de testar os instrumentos de coleta de dados
(questionários) elaborados para o estudo quanto ao grau de compreensão, à possibilidade de
autopreenchimento, à adequação da linguagem, à necessidade de informações
complementares e aos problemas de aplicação e de sistematização. A intervenção também foi
testada quanto à sua adequação e dinâmica nas mesmas turmas de quinta série em que se
aplicou o teste-piloto.
5.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA
Inicialmente, foram elaborados pelas autoras dois instrumentos para a coleta de dados,
com o objetivo de, após teste exploratório, selecionar o mais apropriado para a idade dos
escolares. Os questionários foram estruturados com o intuito de coletar informações sobre a
escola, o aluno e alguns aspectos relacionados ao aleitamento materno, tais como
conhecimento, percepção, crenças e vivências.
18
No primeiro questionário, parte das questões visava à detecção do conhecimento dos
escolares sobre aleitamento materno por meio de simulação de um caso, devidamente
adaptado para a idade deles. Consistia na narração de situações vivenciadas por personagens
de uma família, envolvendo um filho recém-nascido. Solicitava-se ao aluno que desse a
opinião ou dissesse o que faria nas referidas situações. O segundo instrumento também previa
obter as mesmas informações, porém as perguntas, que no primeiro instrumento estavam
descritas sob a forma de um estudo de caso, foram elaboradas de maneira direta, excluindo os
personagens. Os dois instrumentos foram avaliados, questão por questão, e verificou-se que o
primeiro instrumento, que continha as perguntas na forma de caso, obteve melhor aceitação
dos escolares. Isso porque, quando testadas todas as variáveis estudadas, entre os dois
instrumentos de coleta de dados, pelo coeficiente de correlação linear de Pearson, o
instrumento elaborado com as perguntas na forma de um caso apresentou maior coeficiente
significativo de respostas.
O questionário utilizado na pesquisa (Anexo 1) continha perguntas que procuravam
avaliar a condição socioeconômica da família, as vivências do escolar e seu conhecimento,
percepções e crenças relacionadas ao aleitamento materno (25 questões objetivas e 5
descritivas). As questões objetivas foram assim distribuídas quanto ao tópico do aleitamento
materno abordado: valorização (quatro questões), exclusividade nos primeiros seis meses (três
questões), duração (uma questão), livre demanda (uma questão), crescimento da criança (uma
questão), técnica (duas questões), uso de chupeta (duas questões), importância do apoio do pai
(duas questões), amamentação quando a mãe trabalha fora (uma questão) e crenças (oito
questões).
Para cada pergunta objetiva respondida com a opção mais favorável ao aleitamento
materno, o aluno recebia um ponto e, para as parcialmente favoráveis ao aleitamento materno,
0,5 pontos. Assim, o escore possível varia de 0 a 25 pontos. A seguir são descritas as 25
questões objetivas e o valor atribuído para cada resposta:
Valorização do AM
1. Na sua opinião , qual a principal função das mamas?
[1] Dar de mamar para as crianças pequenas (1 ponto).
[2] Embelezar o corpo das mulheres (zero ponto).
[3] Diferenciar o corpo das mulheres do corpo dos homens (zero ponto).
[4] Não sei (zero ponto).
19
2. Marquinhos acabou de nascer e é o primeiro filho de Dona Ana e Seu Paulo. Eles estão
muito felizes e querem que Marquinhos receba o melhor leite. Qual o leite que você acha que
seria o melhor para o Marquinhos?
[1] Leite em pó (zero ponto).
[2] Leite tirado da vaca (zero ponto).
[3] Leite de saquinho ou caixinha (zero ponto).
[4] Leite do peito da mãe (1 ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
3. Imagine que você é o médico do Marquinhos, que acabou de nascer. Que conselho você
daria à mãe dele?
[1] Dê só o peito para o seu bebê (1 ponto).
[2] Dê o peito e mamadeira para o seu bebê (0,5 ponto).
[3] Dê só mamadeira para o seu bebê (zero ponto).
[4] Tanto faz dar o peito ou a mamadeira (zero ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
4. As crianças que mamam no peito pegam........................
[1] Menos doenças (1 ponto).
[2] Mais doenças (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Exclusividade do AM nos primeiros seis meses
1. Marquinhos está com 15 dias de vida e continua mamando no peito. Dona Teresa, sua
avó, acha que o neto precisa receber também água e chazinho. Na sua opinião:
[1] Dona Tereza está certa, porque todo o bebê precisa receber água e chazinho desde que
nasce (zero ponto).
[2] Marquinhos não precisa de água ou chá no 1º mês, mas depois que completar um mês
vai precisar tomar água e chazinho nos intervalos das mamadas no peito (zero ponto).
[3] Marquinhos deve receber chazinho só se tiver cólicas (zero ponto).
[4] Marquinhos não precisa de água ou chá porque a criança que mama no peito não
precisa de outros líquidos até os 6 meses (1 ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
20
2. Marquinhos vai completar 3 meses na semana que vem e ainda mama no peito. Ele está
crescendo bem. Os pais levaram Marquinhos ao médico para saber quando ele deve começar a
receber outros alimentos (suquinhos, frutinhas, sopinhas). O que o médico respondeu?
[1] Marquinhos já deveria estar comendo outros alimentos (zero ponto).
[2] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando tiver 3 meses
(zero ponto).
[3] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando tiver 4 meses
(zero ponto).
[4] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos perto dos 6 meses (1 ponto).
[5] Marquinhos só deve comer outros alimentos depois de 1 ano de idade (zero ponto).
[6] Não sei (zero ponto).
3. Bebê que mama só no peito...................entre as mamadas.
[1] Precisa tomar chá e água (zero ponto).
[2] Não precisa tomar chá e água (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Duração do AM
1. Até quando você acha que Marquinhos deve mamar no peito?
[1] Por 3 meses (zero ponto).
[2] Por 6 meses (0,5 ponto).
[3] Por 1 ano (0,5 ponto).
[4] Por dois anos ou mais (1 ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
Livre demanda
1. Marquinhos fez 2 meses e continua mamando no peito. Os pais estão preocupados
porque Marquinhos não tem horário certo para mamar. Mama seguido (8 a 12 vezes por dia) e
acorda à noite para mamar. O médico de Marquinhos constatou que ele está muito bem de
saúde. Se você fosse o médico, o que diria para os pais de Marquinhos?
[1] Bebê dessa idade não tem hora para mamar e mama várias vezes ao dia (1 ponto).
[2] É preciso dar de mamar em horários regulares (de 3 em 3 horas ou de 4 em 4 horas),
para disciplinar a criança (zero ponto).
[3] É preciso dar água e chazinho para a criança mamar menos no peito (zero ponto).
[4] Durante o dia a criança pode mamar quando quiser, mas à noite ela deve se acostumar
a não mamar (zero ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
21
Crescimento da criança
1. O bebê que mama só no peito nos primeiros 6 meses.............
[1] Fica mais magrinho (zero ponto).
[2] Fica mais gordinho (zero ponto).
[3] Fica com o peso adequado (1 ponto).
[4] Não sei (zero ponto).
Técnica da amamentação
1. Quando o bebê machuca o peito da mãe é porque...............
[1] Ele está com fome e sugando muito forte (zero ponto).
[2] Ele está mamando de mau jeito (1 ponto).
[3] É normal o bebê machucar o peito da mãe (zero ponto).
[4] Não sei (zero ponto).
2. O bebê quando nasce......................
[1] Precisa aprender a mamar porque ele não nasce sabendo (1 ponto).
[2] Não precisa aprender a mamar porque ele nasce sabendo (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Uso de chupeta (bico)
1. Marquinhos agora tem 1 mês de idade, não chupa bico e só mama no peito. Dona Ana e
Seu Paulo levaram Marquinhos ao médico porque eles acham que Marquinhos chora muito. O
médico disse que Marquinhos está bem e está crescendo bem. Se você fosse à mãe ou o pai de
Marquinhos, o que você faria em primeiro lugar para ele chorar menos?
[1] Daria bico (zero ponto).
[2] Daria mais colo (1 ponto).
[3] Daria mamadeira com outro leite (zero ponto).
[4] Daria chazinho (zero ponto).
[5] Daria umas palmadas (zero ponto).
[6] Não sei (zero ponto).
2. Na maioria das vezes ...........dar chupeta para o bebê.
[1] É preciso (zero ponto).
[2] Não é preciso (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
22
Importância do apoio do pai
1. Marquinhos cresceu, casou-se com Marcela e tiveram uma filha chamada Linda.
Marquinhos decidiu com Marcela que a filha seria amamentada no peito. Na sua opinião, qual
a melhor maneira de Marquinhos ajudar para que a amamentação seja boa?
[1] Dando mamadeira de vez em quando para a mãe descansar (zero ponto).
[2] Dando força, carinho e atenção à Marcela, fazendo o serviço da casa, fazendo as
compras da casa e trocando as fraldas do bebê (1 ponto).
[3] Trabalhando para manter as despesas da casa (zero ponto).
[4] Marquinhos não ajuda pois só a Marcela pode dar o peito à Linda mamar (zero ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
2. Para que uma mulher amamente o seu bebê com sucesso .................. a participação do pai.
[1] É muito importante (1 ponto).
[2] Não é muito importante (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Amamentação quando a mãe trabalha fora
1. Se a mãe trabalha fora de casa................continuar amamentando seu filho no peito.
[1] Não é possível (zero ponto).
[2] É possível (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Crenças
1. Você acha que o bebê gosta mais.................
[1] Do peito (1 ponto).
[2] Da mamadeira (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
2. É mais fácil alimentar um bebê.......................
[1] Com a mamadeira (zero ponto).
[2] Dando o peito (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
23
3. Amamentar uma criança.................
[1] Dói (zero ponto).
[2] Não dói (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
4. O leite do peito de algumas mulheres.......................
[1] É fraco e não sustenta o bebê (zero ponto).
[2] Não é fraco e sustenta o bebê (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
5. A mulher que tem mamas grandes ................ que as mulheres com mamas pequenas.
[1] Produz mais leite (zero ponto).
[2] Produz a mesma quantidade de leite (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
6. A mãe ................parar de dar o peito para o bebê quando ele começa a ter dentinhos.
[1] Não precisa (1 ponto).
[2] Precisa (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
7. Quando o bebê tem cólicas ou chora muito...................dar chazinho para ele.
[1] É preciso (zero ponto).
[2] Não é preciso (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
8. A amamentação ...................do peito da mulher ficar caído.
[1] É a principal causa (zero ponto).
[2] Não é a principal causa (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Para avaliar as vivências (experiências prévias) em relação ao aleitamento materno, os
escolares foram questionados sobre os seguintes itens:
-
Se havia mamado no peito;
- Se havia visto alguém amamentando e, em caso positivo, quem era(m) essa (s) pessoa(s);
24
- Se nas suas brincadeiras de infância as bonecas mamavam no peito;
- A sua opinião sobre amamentar em público.
Além disso, os alunos foram solicitados a citar três aspectos positivos e três negativos
da amamentação e da mamadeira e escrever como o pai, na sua opinião, pode participar na
fase de amamentação da criança e como alimentaria o bebê caso tivesse um no momento.
5.6 COLETA DOS DADOS
A partir de abril de 2002, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido do responsável pelo aluno, iniciou-se a coleta dos dados nas escolas selecionadas
para o estudo. Num primeiro momento, aplicou-se o questionário em sala de aula, em todos os
alunos, tanto do grupo-controle como do grupo experimental. Logo após o final dos três
momentos da intervenção, foi aplicado o mesmo questionário (pós-teste) somente no grupo
experimental, excluindo-se as questões sobre a situação socioeconômica da família e vivência
do escolar em AM. Após três meses do início da intervenção, o mesmo questionário foi
reaplicado em todas as turmas, tanto do grupo-controle como do experimental (Anexo 1).
5.7 INTERVENÇÃO
A intervenção desenvolveu-se em três momentos na sala de aula ou dependências da
escola. O uso de dinâmicas diferenciadas aplicadas em três momentos distintos, com intervalo
de sete dias, proporcionou o enfoque da intervenção sob três formas: vídeo, dramatização e
cartilha. O vídeo e a cartilha foram especialmente produzidos para o estudo.
5.7.1 Primeira Atividade da Intervenção
Utilizou-se um vídeo com duração de sete minutos com o objetivo de mostrar a
importância da amamentação para a saúde da criança, a valorização do aleitamento materno
exclusivo e o processo da lactação, além de chamar a atenção para as crenças/mitos e tabus
que prejudicam o aleitamento materno. O tempo despendido para essa atividade foi de um
período de aula (45 minutos).
25
A primeira versão do vídeo realizada para o teste-piloto tinha 20 minutos de duração e
várias formas de comunicação, com conotação lúdica, as quais tiveram como finalidade
verificar qual era a mais comunicativa para a faixa etária em estudo. As crianças
demonstraram maiores interesse em um personagem-fantoche, que supostamente representava
um apresentador de uma rede de televisão e também na fala de uma vovó. Para a produção
final do vídeo, usou-se um personagem animado chamado “Bonileite”, apresentador de um
programa da “Rede Mamar de Televisão” - o “Show do Bonileite”. A produção final do vídeo
foi realizada por uma agência de publicidade Zcomunic - Ijuí, 2002 (Anexo 2).
Todas as informações contidas no vídeo foram discutidas com os escolares logo após a
apresentação. O vídeo abordava os seguintes tópicos:
- Importância do AM exclusivo nos primeiros seis meses;
- Duração recomendada;
- Livre demanda;
- Época de introdução dos alimentos complementares;
- Desvantagens do uso da chupeta e da mamadeira;
- O mito do “leite fraco”;
- Maneiras (técnica) adequadas de amamentar;
- Vínculo mãe-filho.
Nesse mesmo dia, no final da atividade, foi dado para cada aluno um “tema de casa”,
que consistia em responder cinco questões, com a ajuda dos pais ou responsáveis. Essas
informações seriam usadas no desenvolvimento da terceira atividade da intervenção. Para
responder as questões, a mãe (ou outro familiar) tinha que relatar se o escolar havia sido
amamentado ou não (se não, qual a razão; se sim, por quanto tempo) e também contar uma
história ocorrida no período de amamentação da criança. Foi solicitado, também, que as
crianças trouxessem fotos desse período, quando disponíveis (Anexo 3).
5.7.2 Segunda Atividade da Intervenção
Esta atividade, com duração de dois períodos de aula (90 minutos), teve como objetivo
verificar a percepção dos escolares a respeito da amamentação por meio da dramatização. Foi
pedido que os escolares se organizassem em grupos e criassem uma história sobre o tema para
ser apresentada. Eles escreviam e depois escolhiam fantasias, previamente confeccionadas, e
26
outros objetos que ajudassem na interpretação. Todas as dramatizações foram filmadas e
depois mostradas aos alunos, o que permitiu que eles identificassem seus posicionamentos em
relação ao AM, que eram discutidos e esclarecidos (Anexo 4).
5.7.3 Terceira Atividade da Intervenção
Esta atividade tinha como objetivo promover o reforço da aprendizagem sobre
aleitamento materno e verificar as vivências prévias com amamentação ou outra forma de
alimentação na primeira infância. O tempo desta atividade foi de 90 minutos. A estratégia
usada foi uma cartilha com desenhos animados intitulada “Bonileite e a Amamentação”
(produção final da Zcomunic Ijuí, 2002), contendo informações básicas (Anexo 5). Além de
proporcionar espaço para o escolar desenhar e pintar algo que havia aprendido, também havia
uma página para escrever a história que o familiar lhe havia contado sobre a amamentação.
Alguns escolares trouxeram fotos, sendo amamentados ou não, que foram fixadas em cartazes
e permaneceram na sala de aula.
5.8 VARIÁVEIS INCLUÍDAS NO ESTUDO
5.8.1 Variável Independente ou Fator de Exposição
Intervenção: programa de promoção do aleitamento materno direcionado a escolares
de ambos os sexos de quinta série do Ensino Fundamental.
5.8.2 Variável Dependente ou Desfecho
Desempenho na avaliação de conhecimento, percepções e crenças.
5.8.3 Outras Variáveis
- Tipo de escola: pública e particular.
-
Procedência: urbana e rural.
- Turno: manhã e tarde.
27
- Idade do escolar: em anos completos no dia da aplicação do questionário.
- Sexo do escolar: feminino e masculino.
- Escolaridade da mãe: até oito anos, de nove a 12 anos, mais que 12 anos.
- Escolaridade do pai: até oito anos, de nove a 12 anos, mais que 12 anos.
- Vivências prévias em aleitamento materno: se o escolar foi amamentado: sim, não, não
sei; se havia visto alguém amamentando: sim, não, não sei; se nas brincadeiras de
infância as bonecas mamavam no peito: sim, não, não sei.
- Acha-se feio dar o peito na frente de outras pessoas: sim, não, não sei.
- Caso tivesse filho agora como alimentaria: só com leite em pó na mamadeira; só com leite
de vaca (direto da vaca ou do saquinho) na mamadeira; só com leite do peito; com leite do
peito e outro leite na mamadeira; não tenho opinião ainda.
5.9 EQUIPE DE TRABALHO
Para a realização do estudo, foi composta uma equipe formada pela orientadora, pela
autora da tese e por cinco alunos monitores devidamente orientado e capacitado. Esses alunos
participaram da montagem do material da intervenção e do estudo piloto. Os acadêmicos
selecionados pertenciam ao Curso de Nutrição da Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ.
A intervenção foi aplicada pela pesquisadora, sempre presente, e por duas acadêmicas
monitoras. A primeira digitação do banco de dados foi processada por duas acadêmicas e a
segunda (dupla digitação) pela pesquisadora. O processo de sistematização e redação foi de
responsabilidade da pesquisadora. O tratamento estatístico dos dados teve o auxílio do Grupo
de Pesquisa e Pós-Graduação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e de uma estatística da
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUÍ. Todas as
etapas da pesquisa foram acompanhadas e orientadas pela orientadora.
5.10 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
O projeto (processo número 01-429) foi aprovado pelo Grupo de Pesquisa e Pós-
Graduação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e pela Comissão Científica e Comissão de
Pesquisa e Ética em Saúde.
28
O projeto foi aprovado também pela 36ª Coordenadoria de Educação do município de
Ijuí, Secretaria Municipal de Educação de Ijuí e pela direção das escolas privadas deste
município. As escolas selecionadas foram previamente visitadas e informadas sobre a
pesquisa, sendo-lhes facultativo participar ou não da pesquisa.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi enviado aos pais dos escolares
antes do início da pesquisa (Anexo 6). A declaração de aceite para realização do estudo
encontra-se arquivada. A forma de aplicação do termo encontra-se no Manual do
Entrevistador (Anexo 7).
5.11 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Na análise dos dados considerou-se a estratificação usada no cálculo da amostra, ou
seja, a probabilidade proporcional à rede e localização da escola (pública urbana, pública rural
e particular urbana). Foi aplicado um peso, a ponderação amostral, que caracteriza o número
de indivíduos que cada elemento da amostra representa na população. O peso foi definido pela
fórmula:
i
i
p
w
1
=
, em que
escolaturmaestratoescolai
ppp
//
.
(UKOUMUNNE et al., 1999).
As análises estatísticas incluíram: freqüência absoluta e proporção para descrever as
características da amostra estudada; teste do qui-quadrado para verificar as diferenças entre
proporções; teste t para amostras independentes para comparar médias dos escores entre os
grupos; teste t para amostras pareadas para comparar médias dos escores inicial e final dos
indivíduos; cálculo da percentagem de variação entre o escore inicial e o escore final (delta
percentual); teste não paramétrico Mann-Whitey U para comparar o delta percentual de duas
amostras independentes. O software utilizado para a obtenção das estimativas foi o STATA
8.0, que utiliza a linearização por série de Taylor para estimação da variância. Em todas as
análises estabeleceu-se o nível de significância de 5%. Os dados foram armazenados no
software EPI INFO 6.03, com dupla digitação.
29
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agnew T. Battle of the breast in the classroom. Nurs Time 1996; 92:15.
Albernaz E, Victora CG. Impacto do aconselhamento face a face sobre a duração do
aleitamento materno exclusivo: um estudo de revisão. Rev Panam Salud Pública 2003;14:17-
24.
Almeida JAG. Amamentação: um híbrido natureza-cultura. J Pediatr (Rio J.) 2004;80(Suppl
5):S119-25.
Altshuler A. Breastfeeding in children’s books: reflecting and shaping ours values. J Hum
Lact 1995; 11:293-305.
American Academy of Pediatrics, Work Group on Breastfeeding. Breastfeeding and the use
of human milk. Pediatrics 2005;115:496-506.
Anderson JW, Johnstone BM, Remley DT. Breastfeeding and cognitive development: meta-
analysis. Am J Clin Nutr 1999;70:525-35.
Barros FC, Victora CG. Breastfeeding and diarrhea in Brazilian children. Demographic and
Heallth Surveys Further Analysis Series; 1990.
Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área de Saúde da Criança.
Prevalência de aleitamento materno nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. Brasília:
Ministério da Saúde; 2001.
Cunningham AS, Jellife DB, Jellife EFP. Breast-feeding and health in the 1980’s: a global
epidemiologic rewiew. J Pediatr 1991;118:659-66.
Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul. Ministério da Saúde. Data/Sus/Siab. Ministério da
Saúde. Disponível em: <http//3.datasus.gov.br/siab.php>. Acesso em: 11 maio 2005.
Dewey KG, Cohen RJ, Brown KH, Rivera LL. Effects of exclusive for four versus six months
on maternal nutrition status and infant motor development: results of two randomized trials in
Honduras. J Nutr 2001;131:262-7.
______. Is breastfeeding protective against child obesity? J Hum Lact 2003;19:9-18.
Feachem RG, Koblinsky MA. Interventions for the control of diarrhoeal diseases among
young children: promotion of breast-feeding. Bull WHO 1984;62:271-91.
Friel JK, Hudson NM, Banoub S, Ross A. The effect of promotion campaign on attitudes of
adolescent female toward breast-feeding. Can J Public Health 1989; 80:195-9.
Giugliani ERJ, Rocha VL, Neves JM, Polanczk, Seffrin CF, Susin LO. Conhecimentos
maternos em amamentação e fatores associados. J Pediatr (Rio J.) 1995; 71:77-81.
30
______. How can we increase exclusive breastfeeding: Technical Consultation on Infant and
Young Child Feeding.Genebra: World Health Organization; 2000a.
______. O aleitamento materno na prática clínica. J Pediatr (Rio J.) 2000b; 76 (Suppl 3):238-
52.
Goldman AS. The immune system of human milk: antimicrobial, antiinflammatory and
immunomodulating properties. J Pediatr Infect Dis 1993;12:664-71.
Hannon PR, Willis SK, Bishop-Townsend V, Martinez IM, Scrimshaw S C. African-
American and Latina adolescent mother’s infant feeding decisions and breastfeeding
practices: a qualitative study. J Adolesc Health 2000; 26: 399-407.
Hill PD. Effects of education on breastfeeding success. J Mater-chil Nur 1987;12:145-57.
Ineichen B, Pierce M, Lawrenson R. Teenage mothers as breasfeeders: atitude and behaviour.
J Adolesc 1997; 20 (Suppl 5):505-9.
Institute of Medicine (US). Nutrition during lactation. Washington, D.C: National Academy
Press; 1991.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Metodologia do Estudo Nacional da Despesa
Familiar-ENDEF 75. Rio de janeiro: Fundação IBGE; 1999.
Jones G, Steketee RW, Black RE, Bhutta ZA, Morris SS. How many child deaths can we
prevent this year? Lancet 2003;362-71.
Jordan PL, Wall VR. Supporting the father when an infant is breastfed. J Hum Lact
1993;9:31-4.
Kim Y. The effects of a breast-feeding campaign on adolescent Korean women. Pediatr Nurs
1998;24:235-40.
Labbok MH. Effects of breastfeeding on the mother. Pediatr Clin North Am 2001; 48:143-58.
Lamounier JA. O efeito de bicos e chupetas no aleitamento materno. J Pediatr (Rio J.)
2003;79:284-6.
Leffer D. US high school age girls may be receptive to breastfeeding promotion. J Hum Lact
2000;16:36-40.
Livingstone V. Breastfeeding kinetics. A problem-solving approach to breastfeeding
difficulties. World Rev Nutr Diet 1995; 78:28-52.
Motil KJ, Kertz B, Thotathuchery M. Lactational performance of adolescent mothers shows
preliminary differences from that of adult women. J Adolesc Health 1997;20:442-9.
Nakamura SS, Veiga K F, Ferrarese SRB, Martinez FE. Percepção e conhecimento de
meninas escolares sobre o aleitamento materno. J Pediatr (Rio J.) 2003;79:181-8.
31
Neto HB, Taddei JAAC. Mudança de conhecimento de gestantes em aleitamento materno
através de atitude educacional. Rev Paul Pediatr 2000; 18:7-14.
Newcomb PA, Egan KM, Titus-Ernstoff L, Dietz AT, Greenberg ER, Baron JA, et al.
Lactation in relation to postmenopausal breast cancer. Am J Epidemiol 1999; 150:174-82.
Oliveira MIC, Camacho LAB, Tedstone AT. Extending breastfeeding duration through
primary care: a systematic review of prenatal and postnatal interventions. J Hum Lact
2001;17:326-43.
Parlato MB. The use of mass media to promote breast-feeding. Int J Gynecol Obstet 1990; 31
(Suppl 1): 105-10.
Rea MF. Reflexões sobre a amamentação no Brasil: de como passamos a 10 meses de
duração. Cad Saúde Pública 2003;19 (Suppl 1):37-45.
Reifsnider E, Eckhart D. Prenatal breastfeeding education: it’s effect on breastfeeding among
WIC participants. J Hum Lact 1997;13:121-6.
Reynolds A. Breastfeeding and brain development. Pediatr Clin North Am 2001;48:159-71.
Romieu I, Werneck G, Ruiz Velasco S, White M, Hernandes M. Breastfeeding and asthma
among Brazilian children. J Asthma 2000;37:575-83.
Soares MEM, Giugliani ERJ, Braun ML, Salgado ACN, Oliveira AP, Aguiar PR. Uso de
chupeta e sua relação com o desmame precoce em população de crianças nascidas em
Hospital Amigo da Criança. J Pediatr (Rio J) 2003; 79: 309-16.
Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil. Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde
1996. Amamentação e Situação Nutricional das Mães e Crianças. Rio de Janeiro:
BEMFAM;1997.p.125-38.
Susin LRO, Giugliani ERJ, Kummer SC, Maciel M, Benjamin ACW, Machado DB, et al.
Uma estratégia simples que aumenta os conhecimentos das es em aleitamento materno e
melhora as taxas de amamentação. J Pediatr (Rio J)1998; 74:368-75.
______, Giugliani ERJ, Kummer SC, Maciel M, Simon C, Silveira L. Does parental
breastfeeding Knowledge increase breastfeeding rates? Birth 1999;26:149-56.
______. Influência do pai e das avós no aleitamento materno. [Tese]. Porto Alegre (RS):
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2003.
Stuebe AM, Rich-Edwards JW, Willett WC et al. Duration of lactation and incidence of Type
2 Diabetes. JAMA 2005;294:2601-10.
Terrengui LCS. Avaliação de um programa educativo sobre amamentação aplicado a
escolares do ensino fundamental [dissertação]. São Paulo (SP): UNISA; 2003.
Tessaro S, Béria JU, Tomasi E, Victora CG. Breastfeeding and breast câncer: a case-control
study in Southern Brasil. Cad Saúde Pública 2003;19:1593-601.
32
Ukoumunne OC, Gulliford MC, Chinn S, Sterne JAC, Burney PGJ, Donner A. Evaluation of
health interventions at area and organization level. BJM 1999;319:376-9.
Victora CG, Behague DP, Barros FC, Olinto MTA, Weiderpass E. Paciefier use and short
breastfeeding duration: cause, consequence, or coincidence? Pediatrics 1997;99:445-53.
______, Kirkwood BR, Ashworth A, Black RE, Rogers S, Sazawal S, et al. Potential
interventions for the prevention of childhood pneumonia in developing countries: improving
nutrition. Am J Clin Nutr 1999;70:309-20.
Vieira GO, Silva LR, Vieira TO, Almeida JAG, Cabral VA. Hábitos alimentares de crianças
menores de 1 ano amamentadas e não amamentadas. J Pediatr (Rio J.) 2004; 80:411-6.
Volpe EM, Bear M. Enhancing breastfeeding iniciation in adolescent mothers through the
breastfeeding educated and supported teen (BEST) club. J Hum Lact 2000; 16:196-200.
Wickman IK, Lilja G, Nordvall SL, Pershagen G. Breast feeding and allergic diseases in
infants-a prospective birth cohort study. Arch Dis Child 2002;87:478-81.
Wiemann CM, Dubois JC, BerensonAB. Strategies to promote breastfeeding among
adolescent mothers. Arch Pediatr Adolesc Med1998;152:862-9.
Williams C, Birch EE, Emmett PM, Northstone K. Stereoacuity at age 3.5 y children born
full-term is associated with prenatal and postnatal dietary factors: a report from a population-
based cohort study. Am J Clin Nutr 2001;73:316-22.
Wolf JH. Low breastfeeding rates and public health in the United States. Am J Publ Health
2003; 93:2000-12.
World Health Organization. Collaborative Study Team on the role of breastfeeding on the
prevention of infant mortality. Effect of breastfeeding on infant and child mortality due to
infectious disease in less developed countries: a pooled analysis. Lancet 2000;355: 451-5.
______. Expert consultation on optimal duration of exclusive breastfeeding. Geneva: World
Health Organization; 2001.
Wright AL. The rise of breastfeeding in the United States. Pediatr Clin North Am 2001; 48:1-
12.
Xavier CC, Rego MAS, Viana MRA. Aleitamento materno no ensino de primeiro grau.
Relato e análise de uma experiência em Minas Gerais. Secretaria do Estado da Educação de
MG;1987.
Yeo S, Mulholland P, Hirayama M, Breck S. Cultural views on breast-feeding among high-
school female students in Japan and United States: a survey. J Hum Lact 1994;10:25-30.
33
7 ARTIGOS
Artigo 1 Estudo Exploratório sobre Aleitamento Materno em Escolares de Quinta
Série do Ensino Fundamental
RESUMO
O estudo avaliou os conhecimentos, percepções, crenças e vivências em relação ao
aleitamento materno em 564 escolares, de ambos os sexos, da quinta série do Ensino
Fundamental. Utilizou-se um questionário contendo, entre outras, 25 questões objetivas.
Aplicou-se o teste qui-quadrado e teste t, considerando a amostragem por conglomerado. Os
escolares consideraram o leite materno o melhor alimento para o bebê, mas apenas 60%
optariam pela amamentação exclusiva de seus filhos. Menos de 20% responderam que a
criança pode mamar até dois anos ou mais, aproximadamente ¼ acredita que o bebê deve
começar a receber outros alimentos aos seis meses, e mais de 80% acredita que o consumo de
chás e água é necessário. Detectaram-se as seguintes crenças: existência de leite fraco, chá é
bom para cólicas, a amamentação deixa o peito caído, tamanho da mama influencia no
volume de leite e a lactação deve ser interrompida com o aparecimento dos dentes. Os
escolares destacam a participação do pai na amamentação, porém 70% relataram que ele pode
ajudar dando mamadeira. Evidencia-se a necessidade de ações que promovam uma postura
mais favorável à amamentação no ensino fundamental.
Palavras-chave: Aleitamento materno. Educação em saúde.
ABSTRACT
The present study assessed the knowledge, perceptions, beliefs and experiences related to
breastfeeding, in 564 fifth grade scholars both male and female. A questionnaire was used,
which contained 25 objective questions, amongst others. A t test as well as a chi-square test
was made, considering the sample per group. Scholars consider maternal milk the best food
for the infant, but only 60% would choose exclusive breastfeeding for their own children.
Less than 20% answered that children can be breastfed till they are 2 years old or more;
approximately ¼ believe that the baby should start getting other food at 6 years of age and the
34
80% also believe that the consumption of tea and water is necessary. Moreover, there is the
weak milk belief; that tea is good for baby cramps; that breastfeeding makes breasts flaccid;
that the size of breast influences the volume of milk and that lactation should be stopped as
soon as the first teeth appears. The participation of the father during breastfeeding food is
clear. However, 70% have said that the father can help by giving the bottle. It is also evident
the need of actions that promote a more favourable posture to feeding in fundamental schools.
Key words: Maternal breastfeeding. Education in health.
INTRODUÇÃO
Apesar do aumento progressivo das taxas de aleitamento materno no Brasil nos
últimos 25 anos, elas ainda estão muito aquém das recomendadas internacionalmente, ou seja,
amamentação por dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros seis meses
1
. O
último inquérito nacional, realizado em 1999 nas capitais brasileiras e no Distrito Federal,
revelou uma duração mediana de amamentação de 10 meses, e de amamentação exclusiva de
apenas 23 dias
2
, o que evidencia a necessidade de esforços adicionais e de novas estratégias
para a promoção do aleitamento materno.
Considerando que a amamentação é uma prática condicionada por fatores
socioculturais
3
, acredita-se que quanto mais cedo a importância do aleitamento materno for
internalizada, mais positiva e favorável a essa prática tornar-se-á o indivíduo. Assim, parece
importante que a promoção do aleitamento materno seja iniciada na infância. Além disso,
as crianças são veículos de propagação de informações na sua família
4
. A escola, por ser o
ambiente institucionalizado do processo pedagógico, poderia contribuir na conscientização
das crianças da importância da amamentação. Mas, antes de se instituir qualquer programa
nesse sentido, faz-se necessário ter conhecimento prévio da visão dos escolares sobre vários
aspectos relacionados à amamentação.
Uma minuciosa revisão da literatura feita nas bases de dados Medline, Scielo, Lilacs e
Cochrane acusou apenas um estudo brasileiro
sobre aleitamento materno, tendo como foco o
conhecimento e a opinião de escolares sobre o tema. Esse estudo, realizado em Ribeirão Preto
(SP)
5
entre escolares de duas escolas do Ensino Fundamental (uma pública e uma privada),
revelou que a maioria delas sabe que o leite materno é o melhor alimento para o bebê, mas
poucas optariam por amamentar exclusivamente seus filhos. O estudo mostrou, também, que
35
práticas que interferem negativamente na amamentação, tais como o uso de chupeta e o
oferecimento de água, chá, sucos e outros leites antes dos seis meses são consideradas
normais. Uma limitação deste estudo foi não ter incluído meninos na amostra. Acreditamos
ser importante conhecer também a visão de escolares do sexo masculino sobre o aleitamento
materno, que eles, como futuros pais, podem exercer influência na decisão da mulher de
amamentar ou não os seus filhos, bem como na duração da amamentação
6
.
O presente estudo teve como objetivo avaliar mais detalhadamente o conhecimento, as
percepções, as crenças e as vivências sobre aleitamento materno de escolares de ambos os
sexos que freqüentam a quinta série do Ensino Fundamental.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo transversal com amostra representativa dos escolares que
freqüentam a quinta série das escolas do Ensino Fundamental do município de Ijuí, RS,
situado a 385 km de Porto Alegre, com 78 mil habitantes (68.500 na área urbana e 8.500 na
rural). O município conta com 47 escolas diurnas do Ensino Fundamental, sendo 43 blicas
(32 em área urbana e 11 em área rural) e quatro particulares (todas em área urbana). Optou-se
por estudar os alunos da quinta série porque eles haviam estudado o corpo humano e a
importância da alimentação em geral. As escolas noturnas não foram incluídas no estudo
porque a idade dos escolares que freqüentam a quinta série no período noturno é muito
superior à média de idade dos alunos do turno diurno. Porém, nos turnos diurnos é possível
encontrar alguns alunos cursando a quinta série com idade superior à prevista para matrícula
nesta série, considerada entre 10 e 11 anos de idade.
O cálculo do tamanho da amostra foi realizado considerando-se amostragem por
conglomerado em dois estágios, o primeiro tendo como unidade amostral as escolas e o
segundo, as turmas de quinta série das escolas sorteadas. Para obter o número de
conglomerados necessários estimou-se o efeito do delineamento pela seguinte fórmula:
)1(1
+
=
mED , onde “mcorresponde ao número de escolas e
é o coeficiente de
correlação intraclasse
7
.
O cálculo do referido coeficiente foi realizado a partir de estudo-piloto, que não
havia dados disponíveis na literatura. Assim, estimou-se em 24 o número mínimo de
36
conglomerados. Prevendo-se possíveis perdas no decorrer do estudo, ampliou-se o tamanho
da amostra em 25%, o que resultou em um total de 30 escolas (19 públicas urbanas, nove
públicas rurais e duas particulares). Na primeira etapa da amostragem, foram sorteadas as
escolas por meio da geração de números aleatórios, levando-se em consideração a proporção
de escolas estaduais, municipais e particulares, bem como a sua distribuição geográfica:
urbana e rural. Na segunda etapa foi sorteada a turma que participaria do estudo.
O instrumento de coleta dos dados, um questionário, elaborado pelas autoras e
previamente testado em estudo-piloto, visava à obtenção de dados sobre a escola, o aluno e
sua família e continha perguntas que objetivavam avaliar conhecimentos, percepções, crenças
e vivências dos escolares em aleitamento materno. Parte das questões foi formulada sob a
forma de simulação de um caso, com linguagem adequada para a idade dos alunos, onde eram
narradas situações vivenciadas por personagens de uma família, envolvendo um filho recém-
nascido. Solicitou-se ao aluno que emitisse sua opinião ou o seu posicionamento em tais
situações.
Para avaliar conhecimentos, percepções e crenças, foram elaboradas 25 questões
objetivas, abordando os seguintes tópicos: valorização do aleitamento materno (quatro),
exclusividade do aleitamento materno nos primeiros seis meses (três), duração do aleitamento
materno (uma), freqüência das mamadas (uma), crescimento do bebê amamentado (uma),
técnica da amamentação (duas), uso da chupeta (duas), apoio do pai na amamentação (duas),
amamentação em mãe que trabalha fora do lar (uma) e crenças referentes ao aleitamento
materno (oito). Para cada pergunta objetiva respondida como a opção mais favorável ao
aleitamento materno, o aluno recebia um ponto; para as parcialmente favoráveis, ele recebia
0,5 pontos, podendo o escore variar de 0 a 25 pontos. Além de responder as perguntas
objetivas, era solicitado ao escolar que citasse três vantagens e três desvantagens da
amamentação e da mamadeira, e que ele fizesse sugestões de participação do pai na
amamentação.
Para avaliar as vivências prévias das crianças em aleitamento materno, foram
considerados os seguintes aspectos: se o escolar fora amamentado; se havia visto alguém
amamentando; e se nas brincadeiras de infância as bonecas mamavam no peito. Ainda foi
solicitada a opinião do escolar sobre amamentar em público e sobre como alimentaria seus
filhos caso os tivesse agora. O questionário foi respondido individualmente, em sala de aula,
na presença dos pesquisadores.
37
As análises estatísticas incluíram: freqüência absoluta e proporção para descrever as
características da amostra estudada; teste do qui-quadrado para verificar a diferença entre
proporções; e teste t para amostras independentes comparando médias dos escores.
Considerou-se o vel de confiança de 5% para todos os testes. Os dados foram armazenados
no software EPI INFO 6.03 com dupla digitação. Nas análises estatísticas foi utilizado o
software STATA 8.0, que utiliza o efeito de ponderação para amostras por conglomerado. A
pesquisa foi aprovada pela Comissão de Pesquisa e Ética do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre e, posteriormente, pelos órgãos de educação competentes do município e pela direção
das escolas. Os pais ou responsáveis pelo aluno assinaram Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
RESULTADOS
Dos 656 alunos selecionados, 92 (14%) não participaram do estudo: 41 não trouxeram
a autorização do responsável (29 do sexo masculino e 12 do feminino) e 51 se recusaram a
participar (36 do sexo masculino e 15 do feminino). Quando comparados os 564 escolares que
constituíram a amostra estudada com os 92 escolares não incluídos, pelo teste do qui-
quadrado, não houve diferença quanto à idade, sexo, tipo de escola, procedência do aluno e
escolaridade dos pais.
A maioria dos escolares tinha entre nove e 11 anos de idade 399 (70,7%), 153 (27,1%)
entre 12 e 14 anos e 12 (2,2 %) de 15 a 17 anos. Houve um leve predomínio de escolares do
sexo feminino (51,1%). A maioria estudava em escola pública (87,7%) e residia em área
urbana (83,7%). Pouco menos da metade das mães (46,3%) e dos pais (43,5%) tinha até oito
anos de escolaridade, 159 (28,1%) de nove a 11 anos de estudo e pouco mais de 20% haviam
estudado mais que 12 anos.
A proporção de alunos e alunas que optou pela resposta mais favorável ao aleitamento
materno nas diferentes questões encontra-se na Tabela 1. No item “valorização do aleitamento
materno”, os escolares apresentaram bom desempenho, havendo diferença significativa a
favor das alunas na questão sobre a principal função das mamas. Na questão sobre
“crescimento do bebê amamentado”, aproximadamente 2/3 responderam favoravelmente ao
aleitamento materno. Já nos itens “exclusividade do aleitamento materno”, “duração da
amamentação”, “freqüência das mamadas” e “uso de chupetas”, menos da metade dos
38
escolares optaram pela resposta mais favorável. Os alunos, mais que as alunas, prefeririam dar
colo ao invés de oferecer a chupeta quando o bebê chora. Quanto à técnica de amamentação, a
maioria dos escolares respondeu que o bebê precisa aprender a mamar, mas poucos
relacionaram trauma mamilar à cnica de amamentação. Quanto à questão sobre o trabalho
materno, as alunas, mais que os alunos, relataram acreditar ser possível amamentar mesmo
quando a mãe trabalha fora de casa. Foi quase consenso entre os alunos que a participação do
pai na amamentação é importante. No entanto, apenas metade achava que a melhor maneira
de o pai ajudar na amamentação era apoiando essa prática.
As crenças relacionadas ao aleitamento materno, freqüentemente relatadas, foram:
existe leite fraco, o volume de leite está relacionado com o tamanho das mamas, chá é bom
para cólicas, a amamentação deixa o peito caído (mais evidente entre os meninos) e a
amamentação deve ser interrompida com o aparecimento dos dentes.
A Tabela 2 mostra as vivências prévias dos alunos e alunas em relação ao aleitamento
materno, assim como a opinião sobre amamentar em público e a escolha do método de
alimentação para os seus filhos. A maioria diz ter sido amamentada e que presenciou
alguém amamentando. Porém, nas brincadeiras de infância, menos da metade dos escolares do
sexo feminino e poucos do sexo masculino relataram que as bonecas eram amamentadas. A
maioria dos escolares, em especial os do sexo feminino, não tem restrição quanto à
amamentação em público. Quando questionados sobre como gostariam que seu filho fosse
alimentado futuramente, aproximadamente 60% responderam que gostariam que fosse com o
leite materno.
A Tabela 3 apresenta as médias dos escores obtidos no teste sobre conhecimentos,
percepções e crenças em aleitamento materno, de acordo com algumas características da
amostra. A comparação das médias revelou que os escolares do sexo feminino, os que
relataram ter sido amamentados, os que vivenciaram brincadeiras com bonecas amamentadas,
os que não tinham restrição quanto à amamentação em público e os que gostariam que os seus
filhos fossem amamentados exclusivamente obtiveram os maiores escores. Não houve
diferença quanto à idade do escolar, tipo de escola e escolaridade dos pais.
A Tabela 4 lista as respostas dadas pelos dois sexos quando solicitados a citar três
vantagens e três desvantagens da amamentação e da mamadeira, e a dizer como o pai pode
participar na amamentação. O aspecto favorável mais citado da amamentação foi que o leite
39
materno é o melhor alimento. A maioria relatou não haver aspectos negativos na
amamentação. O aspecto positivo da mamadeira mais enfatizado foi a sua praticidade, e o
negativo, a dificuldade de conservá-la limpa. Quando questionados sobre como o pai poderia
ajudar na amamentação, dar mamadeira para a criança foi a resposta mais comum entre os
escolares de ambos os sexos. Observa-se que houve diferença significativa entre a opinião
entre os sexos para todas as questões.
DISCUSSÃO
Julgamos ser importante conhecer a visão da criança, independentemente do sexo,
sobre vários aspectos do aleitamento materno. Esse conhecimento pode nortear o trabalho das
escolas do Ensino Fundamental no sentido de esclarecer e conscientizar os seus alunos sobre a
importância da amamentação. Este estudo trouxe informações sobre o que o aluno de quinta
série sabe a respeito do aleitamento materno e as suas percepções e crenças sobre o tema. Ele
teve o mérito de abordar a visão dos escolares do sexo masculino, tópico ainda não explorado
na literatura médica. Os dados, aqui, apresentados, seguramente, podem ser generalizados
para a população que costuma freqüentar a quinta série do Ensino Fundamental do município
em que o estudo foi desenvolvido, graças à cuidadosa seleção da amostra. Possivelmente,
podem ser generalizados também para populações brasileiras com características semelhantes
às do presente estudo. Infelizmente, a escassez de pesquisas com o mesmo objetivo do
presente trabalho limitam as comparações com outras populações de crianças na faixa etária
estudada.
Os resultados mostram que os escolares referem ser o aleitamento materno importante.
A valorização da amamentação foi o tópico em que houve os melhores escores, e o leite
materno foi apontado como o melhor alimento, havendo dificuldade em apontar aspectos
negativos da amamentação. Em Ribeirão Preto, SP, as alunas de quarta a oitava série também
consideraram o leite materno o melhor alimento para o bebê, apesar de desconhecerem suas
vantagens específicas
5
. A valorização do aleitamento materno entre os escolares
provavelmente reflete a opinião dos adultos. Estudos brasileiros com mulheres adultas têm
demonstrado que elas possuem um alto grau de conhecimento com relação às vantagens do
aleitamento materno
8,9
. Apesar de valorizarem a amamentação, os escolares sabem pouco
sobre outros aspectos dessa prática, como duração recomendada, época da introdução de
outros alimentos, freqüência das mamadas e técnica de amamentação. Menos de 20% dos
40
escolares responderam que a criança pode mamar até dois anos ou mais, aproximadamente ¼
acredita que a criança deve começar a receber outros alimentos em torno dos seis meses, e a
maioria pensa ser necessário o uso de chás e água em crianças amamentadas. Esses dados não
surpreendem, uma vez que expressam o que ocorre na prática. A Pesquisa Nacional sobre
Prevalência de Aleitamento Materno no Brasil revela que menos da metade das crianças de
nove a 12 meses que residem nas capitais do País é amamentada, que menos de 10% das com
cinco a seis meses recebem leite materno exclusivamente e que ¼ recebe água e/ou chá já no
primeiro mês de vida
2
. A opinião dos escolares sobre a necessidade do uso da chupeta
também não surpreende, uma vez que mais da metade das crianças brasileiras menores de um
ano usa chupeta
2
. A percepção de que água, chás e chupeta devem ser ofertados,
precocemente, aos bebês também foi constatada entre as escolares de Ribeirão Preto
5
.
O presente estudo revelou que algumas crenças antigas que interferem negativamente
na prática do aleitamento materno estão sendo transmitidas de geração a geração, como a
existência de leite fraco, a associação entre tamanho de mama e capacidade de produção de
leite e o uso de chá para o manejo das cólicas. É compreensível que as crianças acreditem que
exista leite fraco, pois com freqüência elas assistem lactantes oferecendo outros leites para
saciar a fome dos seus bebês. É compreensível também que acreditem que o chá seja remédio
para a cólica, já que essa prática é bastante arraigada na cultura brasileira
10,11
, mesmo entre os
pediatras. Em Pelotas, RS, 44% dos 150 médicos entrevistados que prestavam atendimento a
crianças recomendavam uso de chás para lactentes abaixo de seis meses para tratamento de
cólicas, suplementação à dieta e reidratação oral
11,12
.
Esta pesquisa incluiu os alunos do sexo masculino pela importância do apoio do pai
para uma amamentação bem sucedida
6
. Cabe, inclusive, destacar que os escolares
investigados foram quase unânimes em afirmar que a participação do pai é muito importante,
muito embora tivessem dificuldade em especificar como ele poderia ajudar na amamentação.
Para que o pai possa influenciar positivamente na amamentação, é necessário que ele também
assuma uma postura positiva em relação a essa prática. Daí a importância de se conhecer o
que os meninos sabem sobre amamentação e como se posicionam em relação a ela. Nesse
sentido, este estudo revelou alguns aspectos relevantes. Observou-se, por exemplo, que o
conhecimento dos escolares do sexo masculino não difere muito do sexo feminino em muitos
aspectos, apesar de a média do desempenho das meninas ter sido significativamente maior
que a dos meninos (a diferença da média dos escores equivale a apenas uma questão). Os
alunos, assim como as alunas, valorizam o aleitamento materno, mas desconhecem muitos
41
aspectos dessa prática e possuem basicamente as mesmas crenças. As diferenças das repostas
encontradas entre os sexos estão, muitas delas, relacionadas ao papel sexual das mamas. Os
escolares do sexo masculino, com mais freqüência, não consideraram a amamentação a prin-
cipal função das mamas e opinaram negativamente sobre a amamentação em público, bem
como acreditam que essa prática é a principal causa do peito caído. Esses dados mostram a
existência de tabus que devem ser considerados ao se promover a amamentação entre crianças
e adolescentes, em especial entre os do sexo masculino. O fato de os meninos acreditarem me-
nos que as meninas que é possível a e trabalhar fora e amamentar pode estar relacionado
com algum grau de preconceito contra o trabalho feminino entre escolares do sexo masculino.
Quanto às vivências prévias dos escolares, este estudo mostra que eles, em sua grande
maioria, foram amamentados e são expostos ao ato de amamentar. Porém, menos de metade
das alunas relataram ter tido a vivência de amamentar as suas bonecas e menos de 20% dos
estudantes do sexo masculino participaram de brincadeiras em que as bonecas eram
amamentadas. Esse fato, também observado entre as meninas de Ribeirão Preto
5
, reflete a
“cultura da mamadeira”, tão bem representada pelas bonecas acompanhadas de mamadeiras e
chupetas. É interessante observar que as crianças com vivências mais positivas quanto ao
aleitamento materno (foram amamentadas e vivenciaram brincadeiras com bonecas
amamentadas) mostraram posicionamento mais positivo à prática (obtiveram escores
significativamente mais altos).
Este estudo revelou algumas contradições, possivelmente, as mesmas encontradas
entre os adultos. Apesar de os escolares considerarem o leite materno o melhor alimento para
o bebê, o mito do leite fraco está presente e apenas 60% deles optariam pela amamentação
exclusiva como método de alimentação preferencial para os seus próprios filhos. Outra
contradição diz respeito ao pai que, apesar de ser considerado muito importante para o
sucesso do aleitamento materno, é visto como a pessoa que pode ajudar oferecendo
mamadeira à criança. Se por um lado houve contradições, por outro os escolares foram
coerentes em um aspecto importante: os que optariam por dar somente leite materno aos seus
filhos tiveram um melhor desempenho na avaliação, ou seja, posicionaram-se mais
favoravelmente em relação aos vários aspectos da amamentação e práticas relacionadas.
Concluindo, este estudo mostrou que os escolares valorizam o aleitamento materno,
mas têm poucos conhecimentos e algumas percepções e crenças negativas com relação a essa
prática. Os alunos do sexo masculino tiveram uma visão do aleitamento materno semelhante à
42
do sexo feminino, diferindo em algumas questões, principalmente relacionadas à mama como
órgão sexual. Ficou evidente que os conhecimentos, as percepções e as crenças dos escolares
são uns reflexos do que é comumente praticado, como o consumo precoce de chás e o uso da
mamadeira, chupeta e outros leites. Faz-se necessárias ações que visem ampliar o
conhecimento dos escolares do Ensino Fundamental em aleitamento materno e a inclusão do
tema no currículo escolar, o que representa um importante passo nesse sentido.
REFERÊNCIAS
1 Kramer MS, Kakuma R. Optimal duration of exclusive breastfeeding. Cochrane Database
Syst Rev 2002; (1):CD003517.
2 Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área de Saúde da Criança.
Prevalência de aleitamento materno nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. Brasília:
Ministério da Saúde; 2001.
3 Almeida JAG. Amamentação: um híbrido natureza-cultura. J Pediatr (Rio J) 2004; 80 (5
Suppl): S119-25.
4 Terrengui LCS. Avaliação de um programa educativo sobre amamentação aplicado a
escolares do ensino fundamental [Dissertação]. São Paulo (SP): UNISA; 2003.
5 Nakamura SS, Veiga KF, Ferrarese SRB, Martinez FE. Percepção e conhecimento de
meninas escolares sobre o aleitamento materno. J Pediatr (Rio J) 2003; 79:181-8.
6 Bar-Yam NB, Darby L. Fathers and breastfeeding: a review of the literature. J Hum Lact
1997; 13:45-50.
7 Ukoumunne OC, Gulliford MC, Chinn S, Sterne JAC, Burney PGJ, Donner A. Evaluation
of health interventions at area and organization level. BJM 1999; 319:376-9.
8 Giugliani ERJ, Rocha VL, Neves JM, Polanczyk CA, Seffrin CF, Susin LO. Conhecimentos
maternos em amamentação e fatores associados. J Pediatr (Rio J.) 1995; 71:77-81.
9 Susin LRO, Giugliani ERJ, Kummer SC, Maciel M, Benjamin ACW, Machado DB, et al.
Uma estratégia simples que aumenta os conhecimentos das es em aleitamento materno e
melhora as taxas de amamentação. J Pediatr (Rio J) 1998; 74:368-75.
10 Vieira GO, Silva LR, Vieira TO, Almeida JAG, Cabral VA. Hábitos alimentares de crian-
ças menores de 1 ano amamentadas e não amamentadas. J Pediatr (Rio J) 2004;80:411-6.
11 Marques NM, Lira PIC, Lima MC, Silva NL, Batista Filho M, Huttly SRA, et al.
Breastfeeding and early weaning practices in Northeast Brazil: a longitudinal study. Pediatrics
2001; 108:66.
12 César JA, Kuhn D, Devens ES, Martins E Jr, Aguiar MR, Holthausen RS et al. Prescrição
de chás para crianças menores de seis meses: a opinião dos médicos de uma cidade de porte
médio no sul do Brasil. J Pediatr (Rio J) 1996; 72:27-31.
43
Tabela 1. Proporção de escolares do sexo masculino e feminino que optaram pela resposta
mais favorável ao aleitamento materno nos diversos tópicos pesquisados nas escolas do
ensino fundamental em Ijuí, RS.
Respostas mais favoráveis ao AM
Masculino
(n = 281)
n (%)*
Feminino
(n = 283)
n (%)*
Total
(n= 564)
N (%)*
p
Valorização do AM
A principal função das mamas é dar de
mamar para crianças pequenas
O leite do peito da mãe é o melhor leite para
o bebê
Se fosse médico aconselharia a mãe a
dar só o peito para o recém-nascido
As crianças que mamam no peito pegam
menos doenças
219 (88,4)
257 (92,1)
179 (70,8)
219 (93,1)
243 (94,8)
272 (96,8)
208 (77,4)
226 (95,2)
462 (91,7)
529 (94,5)
387 (74,3)
445 (94,2)
0,021
0,054
0,110
0,347
Exclusividade do AM nos primeiros 6
meses
Bebê com 15 dias que mama só no peito não
precisa receber água e chá
Bebê deve começar a receber outros
alimentos em torno dos 6 meses
O bebê que mama só no peito não precisa
tomar água ou chá entre as mamada
60 (24,7)
64 (25,2)
89 (41,0)
62 (23,9)
73 (28,4)
86 (38,2)
122 (24,3)
137 (26,8)
175 (39,5)
0,863
0,593
0,559
Duração da amamentação
A criança pode mamar dois anos ou mais
43 (15,6)
58 (20,0)
101 (17,9)
0,169
Freqüência das mamadas
Bebê pequeno não tem horário para mamar e
mama várias vezes ao dia
132 (52,8)
126 (47,0)
258 (49,8)
0,155
Crescimento do bebê amamentado
Bebê que mama só no peito nos seis primeiro
meses fica com o peso adequado
151 (62,2)
160 (65,8)
311 (64,1)
0,547
Técnica de amamentação
Bebê machuca o peito da mãe porque está
mamando de mau jeito
O bebê precisa aprender a mamar
69 (29,5)
151 (64,8)
70 (26,6)
175 (67,0)
139 (28,0)
326 (66,0)
0,490
0,471
Uso da chupeta
Dar colo para bebê que chora é melhor do
que dar o bico
Na maioria das vezes não é preciso oferecer
bico para acalmar o bebê
101 (40,1)
75 (31,6)
72 (28,2)
100 (37,6)
173 (33,9)
175 (34,7)
0,036
0,183
*Os percentuais não correspondem aos valores esperados em relação à freqüência absoluta
devido à ponderação aplicada por tratar-se de amostra por conglomerado.
Teste do qui-quadrado.
AM = aleitamento materno.
44
(Continuação da tabela 1)
Respostas mais favoráveis ao AM
Masculino
(n = 281)
N (%)*
Feminino
(n = 283)
n (%)*
Total
(n= 564)
N (%)*
p
Mãe que trabalha
É possível a mãe trabalhar fora de casa e
continuar amamentando
134 (56,8)
162 (64,0)
296 (60,5)
0,039
Apoio do pai na amamentação
A melhor maneira do pai ajudar para que a
amamentação seja boa é dando força
É muito importante a participação do pai para
que a mulher amamente com sucesso
116 (48,6)
233 (91,0)
139 (55,1)
247 (92,3)
255 (52,2)
480 (91,7)
0,173
0,664
Crenças
O bebê gosta mais do peito do que da
mamadeira
É mais fácil amamentar um bebê dando o peito
do que a mamadeira
Amamentar não dói
Leite do peito não é fraco
A mulher que tem mamas grandes produz a
mesma quantidade de leite que a mulher
com mamas pequenas
A mãe precisa parar de dar o peito para o bebê
quando ele começa a dentição
O bebê que tem cólicas ou chora muito não
precisa de chá
A amamentação não é a principal causa do
peito caído
253 (93,0)
188 (70,6)
156 (85,3)
100 (42,5)
92 (40,5)
118 (49,3)
36 (14,8)
58 (31,3)
269 (97,1)
194 (73,1)
148 (80,3)
113 (44,9)
94 (41,0)
136 (54,6)
23 (8,8)
93 (43,2)
522 (95,1)
382 (71,9)
304 (82,7)
213 (43,4)
86 (40,7)
254 (52,1)
59 (11,6)
151 (37,7)
0,083
0,570
0,295
0,498
0,926
0,335
0,093
0,020
*Os percentuais não correspondem aos valores esperados em relação à freqüência absoluta devido à
ponderação aplicada por tratar-se de amostra por conglomerado.
†T
este do qui-quadrado.
AM = aleitamento materno.
45
Tabela 2. Vivências prévias em aleitamento materno, intenção de terem seus filhos
amamentados e opinião sobre amamentação em público de escolares do sexo masculino e
feminino da quinta-série do Ensino Fundamental – Ijuí, RS.
Masculino
(n = 281)
n (%)*
Feminino
(n = 283)
n (%)*
Total
(n = 564)
N (%)*
p
Escolar foi amamentado
Sim 263 (93,4) 264 (92,8) 527 (93,1) 0,862
Não 9 (3,1) 10 (3,9) 19 (3,5)
Não sabe 9 (3,5) 9 (3,3) 18 (3,4)
Viu alguém amamentando
Sim 270 (97,9) 280 (98,9) 550 (98,4) 0,264
Não 5 (2,1) 3 (1,1) 8 (1,5)
Nas brincadeiras da infância,
as bonecas mamavam no peito
Sim 44 (16,6) 114 (41,7) 158 (29,4)
< 0,001
Não 136 (45,9) 161 (55,7) 297 (50,9)
Não sabe 101 (37,5) 8 (2,6) 109 (19,7)
Acha feio dar o peito para o bebê na
frente de outras pessoas
Sim 50 (18,6) 29 (9,8) 79 (14,1)
< 0,001
Não 203 (70,7) 241 (85,2) 444 (78,1)
Não sabe 28 (10,7) 13 (5,0) 41 (7,8)
Como alimentariam seus próprios
filhos
Só com leite do peito 167 (60,6) 171 (61,7) 338 (61,1) 0,611
Só com leite em pó ou de vaca na
Mamadeira
15 (5,4) 14 (4,1) 29 (4,7)
Com leite do peito e outro leite na
Mamadeira
52 (16,7) 56 (19,7) 108 (18,2)
Não tem opinião 47 (17,3) 42 (15,6) 89 (15,9)
* Os percentuais não correspondem aos valores esperados em relação à freqüência absoluta
devido à ponderação aplicada por tratar-se de amostra por conglomerado.
Teste do qui-quadrado.
AM = aleitamento materno.
46
Tabela 3. Desempenho dos escolares na avaliação de conhecimentos, percepções e crenças
relacionadas ao aleitamento materno, de acordo com características selecionadas - Ijuí, RS
Variáveis
Escore
Média + EP*
p
Sexo
Masculino
12,2±0,29
0,021
Feminino
12,9±0,33
Idade
9 – 11
12,7±0,32
0,073
12 – 17
12,1±0,28
Tipo de escola
Pública
12,5±0,19
0,723
Privada
13,1±1,72
Procedência
Urbana
12,6±0,30
0,828
Rural
12,5±0,30
Mamou no peito
Sim
12,7±0,28
0,005
Não/Não sabe
11,2±0,52
Vivenciou brincadeiras na infância com bonecas
que mamavam no peito
Sim
13,3±0,30
0,010
Não/Não sabe
12,7±0,30
Acha feio amamentar em público
Não
12,6 ± 0,28
<
<<
< 0,001
Sim/Não sabe
11,2 ± 0,34
Método de alimentação preferencial para os filhos
Só com leite do peito
13,6 ± 0,29
<
<<
< 0,001
Outro leite na mamadeira
10,8 ± 0,24
Escolaridade da mãe
Até 8 anos
13,0 ± 0,20
0,910
Mais de oito anos
13,1 ± 0,53
Escolaridade do pai
Até 8 anos
12,8 ± 0,25
0,089
Mais de 8 anos
13,5 ± 0,39
*Erro padrão.
Teste t para amostras independentes.
47
Tabela 4. Respostas das perguntas descritivas sobre três vantagens e três desvantagens da
amamentação e da mamadeira e sugestões sobre a participação do pai na amamentação, pelos
escolares do sexo masculino e feminino da quinta-série das escolas do Ensino Fundamental de
Ijuí-RS.
Variáveis
Masculino
(n= 281)
n (%)
Feminino
(n=283)
n (%)
p*
Vantagens da amamentação
Leite materno é o melhor alimento 279 (99,3) 204 (72,1)
< 0,001
Evita doenças 167 (59,4) 181 (64,0)
É prático 104 (37,0) 117 (41,4)
É nutritivo 88 (31,4 ) 104 (36,8)
Deixa o bebê mais inteligente 35 (12,5) 46 (16,3)
É bom sob o ponto de vista psicológico 28 (10,0) 28 (9,9)
É econômico 26 (9,3) 56 (19,8)
Outras 116 (41,2) 113 (39,9)
Desvantagens da amamentação
Não há 267 (95,1) 235 (83,1)
0,046
Não é prática 111 (39,5) 130 (45,9)
O peito fica caído 98 (34,9) 85 (30,0)
O bebê morde o seio da mãe 45 (16,1) 40 (14,1)
Em alguns lugares é constrangedor amamentar 28 (10,0) 46 (16,2)
Quando a mãe fuma e/ou bebe 23 (8,2) 38 (13,4)
Outras 271 (96,4) 275 (97,1)
Vantagens da mamadeira
É nutritivo 259 (92,1) 270 (95,4)
0,041
É prático 245 (87,2) 248 (87,6)
Ajuda no desmame 75 (26,7) 89 (31,4)
Não machuca o peito 73 (26,0) 88 (31,0)
Acostuma com outro tipo de comida 35 (12,5) 44 (15,6)
Outros 156 (55,5) 110 (38,9)
Desvantagens da mamadeira
Suja facilmente e é ruim de limpar 190 (67,6) 180 (63,6)
< 0,001
Deixa os dentes tortos 131 (46,6) 104 (36,8)
O bico tem gosto ruim 105 (37,3) 87 (30,7)
Criança fica doente 88 (31,3) 76 (26,9)
Não é nutritivo 78 (27,8) 64 (22,6)
Difícil de largar 59 (21,0) 55 (19,4)
A criança sente falta da mãe 58 (20,6) 64 (22,6)
Outros 134 (47,7) 219
(77,4)
Participação do pai na amamentação
Dando mamadeira 249 (88,6) 185 (65,3)
0,005
Dando apoio na hora da mãe amamentar 148 (52,7) 176 (62,1)
Ajudando a mulher nos afazeres domésticos 139 (49,5) 156 (55,1)
Dando amor e carinho para o bebê e a mãe 41 (14,6) 54 (19,0)
Outros 266 (94,6) 278 (98,2)
* Significância em relação ao teste qui-quadrado.
48
Artigo 2 Versão em Português Estratégia de Promoção do Aleitamento Materno na
Escola do Ensino Fundamental
RESUMO
Objetivo: Avaliar a eficácia e o efeito residual de estratégia de promoção do aleitamento
materno (AM) entre escolares do ensino fundamental. Metodologia: ensaio clínico
randomizado por conglomerado envolvendo 551 escolares da quinta-série de ambos os sexos,
divididos em grupo de estudo (n=298) e controles (n=253), para comparar seus
conhecimentos, percepções e crenças sobre AM antes e três meses após a intervenção. Para
avaliação, utilizou-se questionário padronizado contendo 25 questões objetivas sobre diversos
aspectos do AM, em que as crianças recebiam pontos quando optavam pela resposta mais
favorável à amamentação. A intervenção foi desenvolvida na escola, em três sessões, com
intervalo de uma semana. Para as comparações, utilizou-se o teste t de Student para médias, o
qui-quadrado para proporções e o teste de Mann-Whitney U para deltas percentuais.
Resultados: os escolares do grupo de estudo aumentaram significativamente seus escores
quando testados imediatamente após a intervenção, mantendo esse efeito após três meses. A
intervenção teve maior impacto nos escolares das escolas públicas (p=0,002) e entre as
meninas (p=0,055). Dos 15 tópicos em que mais de 50% dos escolares não haviam optado
pela resposta mais favorável ao AM, apenas dois, relacionados à duração do AM e ao uso de
chá em bebês amamentados, persistiram após a intervenção. A intervenção aumentou o
número de escolares que responderam que amamentariam exclusivamente os seus filhos e
diminuiu o dos que tinham restrições à amamentação em público. Conclusão: este estudo
demonstrou ser possível melhorar os conhecimentos, as percepções e as crenças de meninos e
meninas em relação ao AM por meio de atividades desenvolvidas nas escolas, mantendo-os
inalterados até pelo menos três meses após a intervenção.
Descritores: Aleitamento Materno. Educação em Saúde.
INTRODUÇÃO
Apesar da tendência ascendente das taxas de aleitamento materno no Brasil, a maioria
das mulheres ainda está longe de manter a amamentação por período ótimo. A duração
mediana da amamentação no país, que era de 2,5 meses em 1975, aumentou para 5,5 meses
49
em 1989, para 7 meses em 1996 e, finalmente, para 10 meses em 1999
1
. No entanto, a
duração da amamentação exclusiva é de apenas 23 dias
2
. Os avanços, decorrentes de um
conjunto de ações de órgãos governamentais e o governamentais ao longo de mais de duas
décadas, ainda não foram suficientes para se atingir a meta de amamentação por dois anos ou
mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros seis meses, como recomenda a OMS
3
. Portanto,
fazem-se necessárias novas estratégias de promoção do aleitamento materno para que as taxas
atinjam patamares mais próximos do considerado ideal.
É razoável acreditar que, quanto mais cedo for internalizada a importância do
aleitamento materno, mais positivo e favorável a essa prática estará o indivíduo. Assim,
também parece importante promover o aleitamento materno já na infância. A escola do ensino
fundamental, certamente seria o local prioritário de intervenções dessa natureza, pois, além de
facilitar o acesso às crianças, ela tem a função de sistematizar o aprendizado. Tais
intervenções, além de promover a conscientização das crianças quanto à importância da
amamentação, teriam a vantagem de torná-las veículo de propagação de informações na sua
família e comunidade
4
. Até o momento, é rara a participação de crianças em intervenções de
incentivo ao aleitamento materno e muito pouco se conhece a respeito do que elas pensam
sobre a amamentação
5
, em especial os meninos. Revisão cuidadosa da literatura não acusou
estudo que avaliasse resultados de intervenções envolvendo crianças. O presente estudo
pretende contribuir para o preenchimento dessa lacuna do conhecimento, ao avaliar a eficácia
e o efeito residual de uma intervenção direcionada para o desenvolvimento de uma postura
favorável ao aleitamento materno entre meninas e meninos em idade escolar.
METODOLOGIA
Este é um ensaio randomizado por conglomerados envolvendo escolares, de ambos os
sexos, da quinta-série do ensino fundamental do município de Ijuí, localizado no sul do Brasil.
Com 78 mil habitantes, a maioria residindo em área urbana (90%), o município possui 47
escolas diurnas do ensino fundamental: 43 públicas (32 em área urbana e 11 em áreas rurais) e
4 particulares (todas em área urbana).
O cálculo do tamanho da amostra foi realizado em dois estágios, que levou em
consideração a amostragem por conglomerado, o primeiro tendo as escolas como unidade
amostral e o segundo as turmas de quinta-série das escolas sorteadas. Para isso, estimou-se o
50
efeito do delineamento pela fórmula
ρ
)1(1
+
=
mED
, onde “m” corresponde ao número de
escolas e
ρ
é o coeficiente de correlação intraclasse
6
, obtido com o estudo piloto. O
número mínimo de turmas foi estimado em 24, às quais foram adicionadas mais 6 (25%) para
compensar eventuais perdas ao longo do estudo. Primeiramente, foram sorteadas as 30 escolas
por meio da geração de números aleatórios, levando-se em consideração a proporção de
escolas estaduais, municipais e particulares, bem como a sua distribuição geográfica: urbana e
rural. A seguir, foram sorteadas as turmas (uma de cada escola) que participariam do estudo.
Um terceiro sorteio foi feito, desta vez para definir o grupo ao qual pertenceriam as turmas:
controle (9 escolas públicas urbanas, 4 públicas rurais e 1 particular) ou de intervenção (10
escolas públicas urbanas, 5 públicas rurais e 1 particular). Assim, foram selecionados para
participar do estudo 564 escolares, 253 alocados para o grupo-controle e 311 para o grupo de
intervenção.
A intervenção consistia de um conjunto de atividades desenvolvidas na escola, em três
sessões, com intervalo de uma semana entre elas. Na primeira, com duração de 45 minutos,
utilizou-se um vídeo, que objetivava mostrar a importância da amamentação, em especial a do
aleitamento materno exclusivo, e o processo da lactação, bem como chamar a atenção para as
crenças e tabus que prejudicam o aleitamento materno. O vídeo, com 7 minutos de duração,
tinha como personagem central um boneco apresentando um show de televisão e abordava os
seguintes tópicos: importância do AM exclusivo nos primeiros seis meses, duração
recomendada da amamentação, livre demanda, época de introdução dos alimentos
complementares, desvantagens do uso da chupeta e da mamadeira, o mito do “leite fraco”,
maneiras (técnica) adequadas de amamentar e vínculo mãe-filho. O conteúdo do vídeo era
discutido com os escolares logo após sua exibição. No final da atividade, era solicitado aos
alunos que perguntassem aos pais ou responsáveis se eles haviam sido amamentados (se não,
qual a razão; se sim, por quanto tempo) e que lhes pedissem para contar uma história ocorrida
no período de amamentação. Foi solicitado, também, que eles trouxessem fotos desse período,
quando disponíveis, para serem utilizadas na terceira sessão. A segunda atividade, com 90
minutos de duração, foi dedicada à dramatização de histórias criadas pelas crianças,
abordando o aleitamento materno. As dramatizações foram filmadas e depois repassadas aos
alunos, que comentavam as suas atitudes em relação à amamentação. No terceiro e último
encontro, também de 90 minutos, era distribuída uma cartilha com texto e figuras, que visava
ao reforço do aprendizado dos tópicos abordados anteriormente. Na cartilha, havia espaço
51
para o aluno desenhar e pintar cenas relacionadas à amamentação e escrever a história que
havia sido contada pela sua mãe ou outro familiar.
O instrumento de coleta dos dados (questionário), previamente testado em estudo-
piloto, foi elaborado pelas autoras para obter dados sobre a escola, o aluno e sua família, e
continha perguntas que objetivavam avaliar conhecimento, percepções, crenças e vivências
dos escolares sobre aleitamento materno. Parte das questões foi formulada sob a forma de
simulação de um caso, devidamente adaptado para a idade dos escolares, onde eram narradas
situações vivenciadas por personagens de uma família, envolvendo um filho recém-nascido.
Solicitava-se ao aluno que desse a sua opinião ou o seu posicionamento em tais situações.
Para avaliar conhecimentos, percepções e crenças, foram elaboradas 25 questões objetivas,
assim distribuídas quanto ao aspecto pesquisado: valor do aleitamento materno (4),
exclusividade do aleitamento materno nos primeiros seis meses (3), duração do aleitamento
materno (1), freqüência das mamadas (1), crescimento do bebê amamentado (1), técnica da
amamentação (2), uso da chupeta (2), apoio do pai na amamentação (2), amamentação em
mãe que trabalha fora do lar (1) e crenças referentes ao aleitamento materno (8). Para cada
pergunta respondida com a opção mais favorável ao aleitamento materno, o aluno recebia um
ponto e, para as parcialmente favoráveis ao aleitamento materno, recebia 0,5 ponto. Dessa
maneira, o escore poderia variar de 0 a 25 pontos.
Para avaliar as vivências prévias dos escolares em aleitamento materno, foram
considerados os seguintes aspectos: se o escolar fora amamentado; se havia visto alguém
amamentando; e se nas brincadeiras de infância as bonecas mamavam no peito. Foi ainda
solicitada a opinião do escolar sobre amamentar na frente de outras pessoas e sobre como
alimentaria seus filhos caso os tivesse agora.
Primeiramente, o questionário foi aplicado tanto no grupo-controle como no
experimental, antes da intervenção (pré-teste). O mesmo questionário foi aplicado, no dia
seguinte, ao término da intervenção, apenas aos alunos do grupo de intervenção (pós-teste) e
após três meses, para ambos os grupos (re-teste). Ele foi respondido, individualmente, em sala
de aula, na presença dos pesquisadores.
Os dados foram armazenados no software EPI INFO 6.03 mediante dupla digitação
(para checar erros de digitação); e nas análises estatísticas foi utilizado o software SAS 8.0.
52
Para a análise dos dados, seguiram-se os seguintes passos: distribuição e freqüência
das variáveis estudadas; cálculo das médias e desvios-padrão dos escores iniciais e finais;
comparação das médias pelo teste t de Student ou ANOVA para amostras pareadas e não
pareadas; cálculo de mudança percentual (delta percentual) para identificar a variação
percentual entre os escores iniciais e finais ( = [(m
2
-m
1
)/m
1
x 100]; teste não paramétrico
Mann-Whitney U para comparar o delta percentual de duas amostras independentes; e teste do
qui-quadrado para medir as diferenças entre proporções. Adotou-se p<0,05 como nível crítico
de significância.
A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Pesquisa e Ética do Hospital de Clínicas de
Porto Alegre e, posteriormente, pelos órgãos de educação competentes do município e pela
direção das escolas. Os pais ou responsáveis pelo aluno assinaram “Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido”.
RESULTADOS
Todos os 253 alunos selecionados para o grupo-controle responderam o questionário
antes da intervenção e após três meses. Dos 311 escolares do grupo experimental, 298 (96%)
concluíram o estudo, ou seja, participaram das três sessões da intervenção e responderam os
questionários nos três momentos previstos.
A Tabela 1 apresenta as características dos escolares dos dois grupos estudados. Não
houve diferença entre os grupos quanto à idade e sexo dos escolares e à escolaridade materna.
No grupo experimental, houve, proporcionalmente, mais alunos de escolas públicas e de área
rural. Os pais dos escolares do grupo-controle tinham maior escolaridade. O estudo conside-
rou as turmas como conglomerado, sendo assim, todos os alunos que freqüentavam a quinta-
série, mesmo com idade superior a esperada para o grupo em estudo, também fizeram parte.
A maioria dos escolares foi amamentada (94,3%) e presenciou alguém
amamentando (97,1%), não havendo diferença entre os grupos (p = 0,984 e p = 0,437
respectivamente) e entre os sexos quanto a essas variáveis (p = 0,701 e p = 0,854
respectivamente).
Poucas meninas confirmaram que nas brincadeiras da infância colocavam a boneca
para amamentar (26,7%) e proporção semelhante de meninos afirma ter assistido a esse tipo
53
de brincadeira (27,2%). Nesse aspecto, também não houve diferença significativa entre os
grupos (p = 0,103 e p = 0,893, respectivamente).
Na Tabela 2, são mostradas as médias dos escores das avaliações de conhecimentos,
percepções e crenças relativas ao aleitamento materno nos três momentos avaliados. Na
avaliação inicial, isto é, antes da intervenção, os alunos dos grupos controle e experimental
tiveram o mesmo desempenho. Porém, após três meses, enquanto os escolares do grupo-
controle mantiveram os seus escores, os que receberam a intervenção aumentaram,
significativamente, os seus escores. Neste grupo, os escores da avaliação feita, imediatamente,
após a intervenção, não foram significativamente distintos dos obtidos pelos escolares três
meses depois.
Através do cálculo dos deltas percentuais, foi possível medir a diferença entre os
escores obtidos antes e após a intervenção, segundo algumas características. Percebe-se que a
intervenção teve maior impacto nos alunos de escolas públicas quando comparadas com os de
escolas privadas. A diferença do impacto da intervenção entre os meninos e as meninas ficou
muito próxima da significância (p=0,055), com vantagem para as meninas. Idade, procedência
e escolaridade dos pais não influenciaram significativamente o impacto (Tabela 3).
A Tabela 4 mostra as questões em que menos de 50% e 75% ou mais dos escolares do
grupo de intervenção optaram pela resposta mais favorável ao aleitamento materno (pontos
fracos e fortes, respectivamente) antes da intervenção e três meses depois. Antes da
intervenção, havia 15 pontos fracos e 5 pontos fortes. Com a intervenção, permaneceram
apenas dois pontos fracos (relacionados à duração do aleitamento materno e ao uso de chá em
cólicas ou choro do bebê) e dobrou o número de pontos fortes.
O impacto da intervenção nas respostas dos alunos quando questionadas sobre
amamentar em público e como alimentariam seus próprios filhos é mostrado na Tabela 5.
Observa-se que, com a intervenção, houve uma mudança de postura favorável ao aleitamento
materno, tanto entre as meninas quanto entre os meninos, o que não ocorreu no grupo-
controle.
DISCUSSÃO
Este estudo mostrou que é possível melhorar os conhecimentos, as percepções e as
crenças relacionadas ao aleitamento materno de escolares do ensino fundamental submetidos
54
a atividades de promoção do aleitamento materno em suas escolas. Acreditamos que a
intervenção foi bem sucedida porque usou estratégias interativas próprias para a faixa etária
de quinta série, despertando o seu interesse pelo tópico. Os escolares participaram,
ativamente, das atividades, expressando-se por intermédio de dramatização, desenhos e
relatos de histórias que lhe foram contadas em casa. Comparações com outras populações e
outros métodos ficam prejudicadas por falta de estudos de intervenção em aleitamento
materno, envolvendo crianças.
O impacto da intervenção foi maior entre os escolares de escolas públicas, de menor
nível socioeconômico. Esses escolares tinham inicialmente escores menores que os de escolas
privadas, fato também demonstrado em outro estudo brasileiro que comparou conhecimentos
e percepções em aleitamento materno de meninas de escolas públicas e privadas
5
. A
intervenção, no presente estudo, igualou os dois grupos de escolares – de menor e maior poder
aquisitivo, quanto aos aspectos avaliados.
Esta pesquisa incluiu os meninos, prováveis pais no futuro, pela importância crescente
que vem sendo atribuída aos pais para o sucesso do aleitamento materno
7
. Curiosamente, na
avaliação inicial o desempenho dos meninos não diferiu muito do das meninas. Porém, o
impacto da intervenção foi maior para as meninas (diferença muito próxima da significância),
provavelmente, pelo fato de o aleitamento materno estar tão intimamente ligado à mulher.
No Brasil, a grande maioria das mães inicia a amamentação, e na população estudada
isso não foi diferente. Mais de 90% dos escolares do estudo foram amamentadas e grande
parte é exposta ao ato de amamentar. Apesar disso, menos de metade das meninas relatou ter
tido a vivência de amamentar as suas bonecas e pouco mais de 20% dos meninos participaram
de brincadeiras em que as bonecas eram amamentadas. Esse fato, também observado entre as
crianças de outro estudo brasileiro mencionado
5
, provavelmente, reflete a difusão do uso da
mamadeira entre as crianças brasileiras. Inquérito de âmbito nacional
2
revelou que mais de
50% das crianças menores de um ano usam mamadeira.
Antes da intervenção, os escolares apresentaram pouco conhecimento sobre vários
aspectos do aleitamento materno e percepções e crenças não favoráveis a essa prática. Por
exemplo, menos da metade respondeu que a criança amamentada não precisa de água e chá,
que o aleitamento materno pode se estender por dois anos ou mais e que os alimentos
complementares devem ser introduzidos em torno dos seis meses. Os alunos, na realidade,
55
expressaram o que eles testemunham na prática. Menos da metade das crianças de 9 a 12
meses que residem nas capitais brasileiras é amamentada, menos de 10% das com 5 a 6 meses
recebem leite materno exclusivo e 25% das crianças recebem água e/ou chá no primeiro
mês de vida
2
. A opinião da maioria dos escolares em favor do uso da chupeta não poderia ser
diferente, uma vez que mais da metade das crianças brasileiras menores de um ano usa
chupeta
2
. A constatação, em outro estudo
5
,
de que as crianças acreditam ser necessária a oferta
de água, chás e chupeta a crianças pequenas reforça o quanto essas práticas são arraigadas
no Brasil.
Após a intervenção, em apenas dois itens a maioria dos escolares continuava a o
optar pela resposta considerada mais favorável ao aleitamento materno. Assim, as atividades
desenvolvidas durante a intervenção não foram suficientes para que a maioria dos alunos
acreditasse que o aleitamento materno pode ser estendido até os dois anos ou mais e que chá
deve ser evitado nas crianças que recebem somente leite materno. Faz-se necessário, portanto,
reforçar esses dois aspectos em programas de promoção do aleitamento materno para crianças
e adolescentes.
Outro aspecto positivo da intervenção foi o fato de que ela aumentou,
significativamente, o mero de escolares (tanto meninas quanto meninos) que relataram que
optariam por amamentar exclusivamente os seus filhos. Além disso, a intervenção diminuiu o
número de escolares que disseram achar feio amamentar em público, principalmente entre as
meninas. É possível que a intervenção tenha feito os alunos que, inicialmente, tinham
restrições à amamentação em público passar a enxergar esse ato com mais naturalidade, já que
o assunto foi abordado com muita descontração.
Embora um melhor conhecimento em aleitamento materno e um posicionamento mais
favorável a essa prática não garantam que os filhos dos escolares que receberam a intervenção
vão ser mais amamentados que os dos do grupo-controle no futuro, acredita-se que o efeito da
intervenção seja um importante passo para promover mudanças de atitudes e práticas em
relação ao aleitamento materno. Um aspecto a ser considerado é o efeito do tempo sobre o
impacto da intervenção. O estudo demonstrou que o efeito da intervenção se manteve por pelo
menos três meses, porém é possível que esse efeito diminua ou até desapareça ao longo do
tempo se reforços não forem feitos.
56
Concluindo, este estudo demonstrou ser possível melhorar os conhecimentos e as
percepções de meninos e de meninas relativos ao aleitamento, através de atividades, muitas
delas lúdicas, desenvolvidas nas escolas. O ambiente escolar se mostrou ideal para esse tipo
de ação, pois ele oportuniza discussões entre os escolares, pais e professores, favorecendo a
assimilação de conceitos que posteriormente são disseminados na família e na comunidade.
Estamos conscientes de que, para ser atingida a meta de amamentação exclusiva nos
primeiros seis meses e de complementada até os dois anos ou mais para a grande maioria das
crianças, são necessárias mudanças profundas no comportamento dos indivíduos. Acredita-se
que tais mudanças têm mais chance de ocorrer se elas forem incentivadas desde a infância.
REFERÊNCIAS
1. Rea MF. A review of breastfeeding in Brazil and how the country has reached ten months'
breastfeeding duration. Cad Saúde Publica 2003;19 (Supl 1):S37-S45.
2. Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área de Saúde da Criança.
Prevalência de aleitamento materno nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. Brasília:
Ministério da Saúde; 2001.
3. Kramer MS, Kakuma R. Optimal duration of exclusive breastfeeding. Cochrane Database
Syst Rev 2002; (1):CD003517.
4. Terrengui LCS. Avaliação de um programa educativo sobre amamentação aplicado a
escolares do ensino fundamental [dissertação]. São Paulo (SP): UNISA; 2003.
5. Nakamura SS, Veiga K F, Ferrarese SRB, Martinez FE. School girls’ perception and
knowledge about breastfeeding. J Pediatr (Rio J) 2003;79:181-8.
6. Ukoumunne OC, Gulliford MC, Chinn S, Sterne JAC, Burney PGJ, Donner A. Evaluation
of health interventions at area and organization level. BJM 1999;319:376-9.
7. Bar-Yam NB, Darby L. Fathers and breastfeeding: a review of the literature. J Hum Lact
1997;13:45-50.
57
Tabela 1. Características da amostra, por grupo controle e experimental.
Característica
Controle
(n = 253)
N
o
(%)
Experimental
(n = 298)
N
o
(%)
p†
Idade
0,742
9 a 11 anos 153 (60,5%) 174 (58,4%)
12 a 17 anos 100 (39,5%) 124 (41,6%)
Sexo
0,734
Masculino 126 (49,8%) 143 (48,0%)
Feminino 127 (50,2%) 155 (52,0%)
Tipo de escola
0,035
Pública 223 (88,1%) 279 (93,6%)
Privada 30 (11,9%) 19 (6,4%)
Procedência
0,035
Urbana 206 (81,4%) 219 (73,5%)
Rural 47 (18,6%) 79 (26,5%)
Escolaridade materna‡
0,338
Até 8 anos 113 (61,4%) 145 (66,5%)
Mais que 8 anos 71 (38,6%) 73 (33,5%)
Escolaridade paterna‡
0,013
Até 8 anos 96 (56,5%) 145 (69,4%)
Mais que 8 anos 74 (43,5%) 64 (30,6%)
† Teste qui-quadrado.
‡ Desconsiderando as 83 crianças que não sabiam no grupo-controle e 89 do grupo experimental.
58
Tabela 2. Escores dos alunos (média ± desvio padrão) na avaliação do conhecimento,
percepção e crenças relativas ao aleitamento materno em diferentes momentos, antes,
imediatamente após e três meses após a intervenção, por grupo.
Grupo
Antes da
intervenção
Imediatamente
após intervenção
Três meses após
intervenção
P
Controle 12,1 ± 3,3
aA
- 12,1 ± 3,5
aA
0,922*
Experimental 12,7 ± 3,5
aB
18,3 ± 4,5
b
18,4 ± 4,6
bB
<0,001
P
0,059
<0,001
Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre testes e letras maiúsculas diferentes
indicam diferença significativa entre os grupos.
* Teste t para amostras pareadas.
† ANOVA para medidas repetidas.
‡ Teste t para amostras não pareadas.
59
Tabela 3. Impacto da intervenção nos escores finais de conhecimento, percepção e crenças
segundo variáveis selecionadas.
Característica
Escore médio
inicial
DPx
±
Escore médio
final
DPx
±
%
mediano
p
*
Idade
0,126
9 a 11 anos 13,1 ± 3,4 19,3 ± 4,0 50,0
12 a 17 anos 12,2 ± 3,3 17,2 ± 4,8 44,1
Sexo
0,055
Masculino 12,4 ± 3,4 17,5 ± 4,5 37,5
Feminino 13,0 ± 3,4 19,3 ± 4,3 50,0
Tipo de escola
0,002
Pública 12,6 ± 3,4 18,5 ± 4,5 50,0
Privada 15,3 ± 3,1 18,3 ± 4,2 22,2
Procedência
0,766
Urbana 12,7 ± 3,4 18,5 ± 4,4 45,5
Rural 12,7 ± 3,4 18,3 ± 4,8 50,0
Escolaridade
materna‡
0,645
Até 8 anos 13,2 ± 3,2 19,1 ± 4,1 47,1
Mais que 8 anos 13,5 ± 3,3 19,2 ± 4,1 43,8
Escolaridade
paterna‡
0,964
Até 8 anos 13,2 ± 3,3 18,9 ± 4,2 46,7
Mais que 8 anos 13,3 ± 3,4 18,9 ± 4,0 42,7
%
= delta percentual.
*
Teste não paramétrico Mann-Whitney para comparar entre duas categorias.
‡ Desconsiderando as crianças que não sabiam.
60
Tabela 4. Pontos fracos (-) e fortes (+) na avaliação do conhecimento, percepção e crenças
relativas ao aleitamento materno antes e três meses após a intervenção no grupo de estudo
(n=298)*
Item avaliado Antes Depois
A principal função das mamas é dar de mamar para as
crianças pequenas
O leite do peito da mãe é o melhor leite para o bebê
Se fosse médico, aconselharia a mãe a dar só o peito para
recém-nascidos
As crianças que mamam no peito pegam menos doenças
Bebê deve começar a receber outros alimentos em torno
dos 6 meses
Um bebê de 15 dias não deve receber água ou chá
O bebê que mama só no peito não precisa tomar água ou
chá entre as mamadas
A criança pode mamar dois anos ou mais
Bebê pequeno não tem horário para mamar e mama
várias vezes ao dia
Bebê machuca o peito da mãe porque está mamando de
mau jeito
Dar colo para bebê que chora é melhor do que dar o bico
Na maioria das vezes não é preciso oferecer bico para
acalmar o bebê
É muito importante a participação do pai para que uma mulher
amamente com sucesso
A melhor maneira de o pai ajudar para que a amamentação
seja boa é dando força
O bebê gosta mais do peito do que da mamadeira
É mais fácil amamentar um bebê dando o peito do que a
mamadeira
Amamentar não dói
Leite do peito não é fraco
A mulher que tem mamas grandes produz a mesma quantidade de
leite que a mulher com mamas pequenas
A mãe não precisa parar de dar o peito para o bebê quando ele
começa a dentição
O bebê que tem cólicas ou chora muito não precisa de chá
A amamentação não é a principal causa do peito caído
+
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
+
-
+
-
-
-
-
-
-
+
+
+
+
-
+
+
+
+
+
+
-
* Pontos fracos: menos de 50% dos escolares optaram pela resposta mais favorável ao aleitamento materno;
pontos fortes: mais de 75% dos escolares optaram pela resposta mais favorável ao aleitamento materno.
61
Tabela 5. Prevalência de escolares que responderam que gostariam que seus filhos fossem
amamentados exclusivamente e que achavam feio amamentar em público, antes e três meses
após a intervenção, segundo sexo.
Controle Intervenção
Antes
N
o
(%)
Depois
N
o
(%)
P* Antes
N
o
(%)
Depois
N
o
(%)
p*
Amamentariam só com leite
de peito os seus filhos
Meninos
Meninas
66 (52,0)
74 (58,7)
69 (54,3)
76 (59,8)
0,750
0,958
92 (64,3)
97 (62,6)
121 (84,6)
134 (86,5)
< 0,001
< 0001
Achavam feio amamentar na
frente de outras pessoas
Meninos
Meninas
41 (32,3)
18 (14,3)
30 (23,6)
19 (15,0)
0,132
1,000
35 (24,5)
24 (15,5)
20 (14,0)
8 (5,2%)
0,036
0,005
* Teste qui-quadrado.
62
Artigo 2 – Versão em Inglês – Strategy of improvement of breastfeeding in a
fundamental school.
ABSTRACT
Objective: To evaluate the efficacy and residual effect of an intervention to promote
breastfeeding among elementary school students. Method: Cluster-randomized trial with 551
fifth graders of both sexes allocated to an intervention (n=298) or control group (n=253) to
compare their knowledge, perceptions and beliefs concerning breastfeeding before and after
the intervention. To evaluate the students, a standardized 25-item, multiple choice
questionnaire concerning several aspects of breastfeeding was used. The children received
points if they chose the answer that was the most favorable to breastfeeding. The intervention
was carried out in school, in three sessions with a one-week interval between them. Student’s
t test was used to compare means, chi square for proportions and Mann-Whitney’s U test for
the percent change. Results: The scores in the intervention group improved significantly, with
the effect lasting at least three months. The impact was stronger on public school students
(p=0.002) and girls (p=0.055). Of the 15 topics in which more than 50% of the students did
not choose the most favorable answer to breastfeeding only two (concerning breastfeeding
duration and use of herbal teas in breastfed infants) persisted after the intervention. The
number of children who answered that they would breastfeed their children exclusively
increased, and the number of children who felt it was inappropriate to breastfeed in public
decreased after the intervention. Conclusion: The study shows that it is possible to positively
influence the knowledge, perceptions and beliefs of boys and girls concerning breastfeeding
through focused activities conducted in school, with the effect lasting at least three months
after the intervention.
Descritores: Maternal breastfeeding. Education in Health.
INTRODUCTION
Despite the increasing breastfeeding rates in Brazil, most Brazilian women do not
follow this practice for an optimal duration. The median duration of breastfeeding in Brazil
increased from 2.5 months in 1975 to 5.5 months in 1989, 7 months in 1996 and finally
63
reached 10 months in 1999.
1
The median duration of exclusive breastfeeding, however, is
only 23 days.
2
It seems that the improvement resulting from a series of actions promoted by
governmental and non-governmental organizations for more than two decades was not
sufficient to ensure the fulfillment of two major goals, that of continued breastfeeding for two
years or more and that of exclusive breastfeeding during the infant’s first six months of life, as
recommended by the World Health Organization (WHO).
3
Therefore, new strategies are
required to promote breastfeeding and to bring these rates closer to ideal levels.
It is reasonable to believe that the sooner the importance of breastfeeding is
internalized the more favorable the individual’s perception regarding this practice will be.
Thus is seems important to start the promotion of breastfeeding in childhood. In that sense,
elementary school is probably a priority location for this type of intervention, since it
combines access to children and systematized learning. Such interventions, in addition to
raising the awareness of children concerning the importance of breastfeeding, would have the
advantage of preparing them to disseminate information in the family and the community.
4
Until the present moment, children have seldom been involved in pro-breastfeeding
interventions and very little is known about their opinion (especially that of boys) regarding
this practice.
5
A careful review of the literature did not reveal any studies describing the
impact of breastfeeding actions targeting this age group. The present study aims to contribute
to fill this knowledge gap by evaluating the efficacy and residual effect of an intervention to
encourage a favorable opinion on breastfeeding in school age boys and girls.
METHODS
The present cluster randomized trial was carried out with children of both sexes
enrolled in fifth grade in the city of Ijuí, Southern Brazil. This municipality has 78,000
residents, 90% living in urban areas. Forty-seven elementary schools offer day-shift classes:
43 public schools (32 urban and 11 rural) and four private schools (all urban).
The size of the sample was calculated in two stages, taking into consideration cluster
sampling, so that in the first stage the schools were considered to be the sampling unit, and in
the second stage the fifth grade classes, picked by lot, comprised the sampling unit. For that,
the design effect was estimated using the formula
ρ
)1(1
+
=
mED
, in which “m”
corresponds to the number of schools and “
ρ
” is the intraclass correlation coefficient
6
chosen
64
based on the pilot study. The minimum number of fifth grade classes to be included was
estimated at 24. To those, six (25%) were added to compensate for eventual losses along the
study. First, the 30 schools were selected by generating random numbers taking into account
the proportion of state, city and private schools and their geographic distribution (urban or
rural). After that, the participating classes were picked (one from each school). A third
number draw was carried out, this time to define to which group the classes would be
allocated: control (9 urban public schools, 4 rural public schools and one private school) or
intervention (10 urban public schools, 5 rural public schools and 1 private school). In this
manner, 564 children were selected for the study, 253 in the control group and 311 in the
intervention group.
The intervention consisted of a set of activities developed in the school during three
sessions with a one-week interval between them. In the first session, lasting 45 minutes, a
video was used, with the objective of showing the importance of breastfeeding and especially
of exclusive breastfeeding, and the lactation process. The video also called attention to beliefs
and taboos that may hinder breastfeeding. The seven-minute video had as its main character a
puppet TV host and covered the following topics: importance of exclusive breastfeeding
during the first six months of life, recommended duration of breastfeeding, breastfeeding on
demand, timing for introduction of complementary foods, disadvantages of using a pacifier or
bottle, the “weak milk” myth, adequate breastfeeding techniques and the mother-child bond.
Immediately after the video, the contents were discussed with the students. At the end of the
activity, the students were instructed to ask their parents or guardians about whether they
themselves had been breastfed (if not, why; if yes for how long) and to ask the
parents/guardians to tell them a story from the time when they were breastfed. The students
were also asked to bring pictures from that period, if available, for use in the third session.
The second meeting lasted 90 minutes and was dedicated to role playing stories about
breastfeeding created by the children. The role playing was recorded and shown to the
students, who discussed their attitudes concerning breastfeeding. In the third and last meeting,
which also lasted 90 minutes, the children received a booklet with text and pictures whose
contents reinforced the topics that had been previously covered. The booklet had pages for
drawing and painting breastfeeding scenes and for the student to write the story s/he had heard
from the mother or another family member.
The data collection instrument, previously tested in a pilot study, was elaborated by
the authors to obtain data about the school, the student and the family, and included questions
65
whose objective was to evaluate the students’ knowledge, perception and experience with
breastfeeding. Some of the questions were elaborated as vignettes adapted to the specific age
group being studied and describing events experienced by members of a family including a
newborn child. The students were asked to provide an opinion or view on each situation. To
evaluate knowledge, perceptions and beliefs, 25 multiple choice questions were elaborated
and distributed according to the aspect under study, as follows: value of breastfeeding (four
questions); exclusive breastfeeding during the baby’s first six months of life (three questions);
breastfeeding duration (one question); frequency of feeds (one question); growth of breastfed
babies (one question); breastfeeding techniques (two questions); using a pacifier (two
questions); role of the father in supporting breastfeeding (two questions); breastfeeding by
mothers who work outside the home (one question); and beliefs concerning breastfeeding
(eight questions). For each question answered with the choice that was the most favorable to
breastfeeding, the student received one point. Partially favorable answers scored 0.5. The
score ranged from zero to 25 points.
To evaluate the student’s previous experience with breastfeeding, the following
aspects were considered: if or not the student had been breastfed, if the student had already
seen someone breastfeed, and if the dolls were breastfed during play. The student was also
asked to give her/his opinion about breastfeeding in public and about how s/he would feed a
son or daughter born now.
First, the questionnaire was answered by both the control and study group before the
intervention (pre-test). The same questionnaire was answered by the students in the study
group one day after the intervention had been completed (post-test) and three months later by
both groups (retest). The questionnaire was answered individually by each student in the
classroom in the presence of the investigators.
EPI INFO 6.03 was used with double data entry. The SAS 8.0 software was used for
the statistical analyses.
The following steps were followed for data analysis: distribution and frequency of the
variables under study; means and standard deviation for the initial and final scores;
comparison of means, using Student’s t test or ANOVA for paired and unpaired samples;
calculation of percent change to identify the percent variation between initial and final scores
(
= [(m
2
-m
1
)/m
1
x 100]; non-parametric Mann-Whitney U test to compare the percent
66
change of two independent samples; and chi-square test to measure the difference between
proportions. Significance was established at p<0.05.
The study protocol was approved by the Research Ethics Committee at Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, and later by the appropriate municipal offices and by the schools’
principal offices. The parents or guardians of the children participating in the study signed a
free and informed consent form.
RESULTS
All the 253 students selected for the control group answered the questionnaire before
the intervention and three months later. Of the 311 schoolchildren in the intervention group,
298 (96%) completed the study, i.e., participated in the three intervention sessions and
answered the questionnaire at the three planned occasions.
Table 1 shows the characteristics of the students in the two groups. No difference was
observed between the groups in terms of age and sex or maternal schooling. In the
intervention group there were proportionally more students from public schools and rural
areas. The parents of the students in the control group had more schooling. For the purpose of
this study, the classes were assumed to be clusters, and thus all fifth graders were included,
even if they were older than expected for that grade.
Most children had been breastfed (94.3%) and had seen somebody breastfeed (97.1%),
with no difference between the groups (p = 0.984 and p = 0.437 respectively) and sexes (p =
0.701 and 0.854 respectively). Only a few girls reported having played breastfeeding with
their dolls (26.7%). A similar proportion of boys declared having witnessed this type of play
(27.2%). The groups were also similar concerning this aspect (p = 0.103 vs. p = 0.893,
respectively).
Table 2 shows the mean scores for the evaluation of knowledge, perceptions and
beliefs associated with breastfeeding at the three moments assessed. Before the intervention,
the performance of both groups was similar. Three months later, however, the children in the
control group repeated their initial scores, while those in the study group significantly
improved their scores. In this latter group the scores obtained immediately after the
intervention were similar to the scores obtained three months later.
67
The calculation of percent change allowed us to measure the difference between the
scores obtained before and after the intervention according to some specific characteristics.
The results show that the intervention had a more striking impact on public school children in
comparison to private school students. The difference of impact between boys and girls came
closer to significance (p=0.055), with advantage for the girls. Age, background and parental
schooling did not significantly influence the impact of the intervention (table 3).
Table 4 shows the questions in which less than 50% or 75% or more of the children in
the intervention group chose the most favorable answer to breastfeeding (weak and strong
points, respectively) before the intervention and three months later. Before the intervention,
there were 15 weak points and five strong points. After the intervention only two weak points
remained (duration of BF and use of herbal teas to mitigate abdominal pain or crying), and the
number of strong points doubled.
The impact of the intervention on the response of children when asked about
breastfeeding in public and how they would feed their own child appears in Table 5. The
intervention promoted a favorable opinion about breastfeeding in both boys and girls, a fact
that was not observed in the control group.
DISCUSSION
This study shows that it is possible to positively influence the knowledge, perceptions
and beliefs concerning breastfeeding in elementary school students participating in activities
designed to promote breastfeeding and conducted in the school. We believe that the
intervention was successful because it employed age-appropriate strategies, awakening the
interest of participants in the topic. The children actively participated in all activities,
expressing themselves through role playing and drawings and telling the stories they had been
told at home. No previous studies are available for comparison to the present study
concerning these aspects.
The impact of the intervention was stronger among students from lower
socioeconomic classes attending public schools, whose initial scores were lower than those of
private school students. A similar observation was reported in another Brazilian study
comparing the knowledge and perceptions concerning breastfeeding in girls from private and
68
public schools.
5
In the present study, the intervention leveled the children in lower and higher
socioeconomic groups in terms of the aspects evaluated.
This study included boys, likely to become fathers in the future, due to the growing
importance attributed to the father’s role in the success of breastfeeding.
7
It is interesting that
in the initial evaluation the performance of boys was similar to that of girls. However, the
intervention had a stronger impact on girls (with a difference that was close to significance),
perhaps because breastfeeding is more intimately related to women.
In Brazil, most mothers initiate breastfeeding, which was also the case with the
population under study. More than 90% of the children were breastfed and a large proportion
had been exposed to the act of breastfeeding. Despite this fact, less than half the girls reported
having played breastfeeding with their dolls, and a little over 20% of the boys had participated
in play activities involving breastfeeding dolls. This was also reported by another study,
5
and
probably reflects the widespread practice of bottle feeding in Brazilian children. A nationwide
survey in Brazil
2
has shown that more than 50% of the children younger than 1 year of age
drink from a bottle.
Before the intervention, the students had little knowledge about various aspects of
breastfeeding, and had perceptions and beliefs that were not favorable to this practice. For
example, fewer than half the students answered that an exclusively breastfed child does not
require water or herbal teas, that breastfeeding can continue for two or more years and that
complementary foods should be introduced around the age of six months. In fact, the children
express what they witness. Less than half the children between 9 and 12 months living in state
capitals in Brazil are breastfed, less than 10% of the children aged 5 to 6 months are
exclusively breastfed and 25% of the children receive water and/or herbal teas already during
their first month of life.
2
The opinion of most children favoring the use of a pacifier could not
have been different, since more than half the Brazilian children younger than 1 year use a
pacifier.
2
The results of a previous study
5
reporting that children believe it is necessary to
offer babies water, herbal teas and pacifiers merely underscores how deeply these practices
are rooted in Brazil.
After the intervention, the children did not choose the answer considered to be the
most favorable to breastfeeding in two questions. This suggests that the activities developed
during intervention were not sufficient for most of the children to believe that breastfeeding
69
can be extended beyond 2 years of age and that the consumption of herbal teas should be
avoided in breastfeeding children. These two points should be reinforced in programs to
promote breastfeeding among children in Brazil.
Another positive aspect of the intervention was the fact that it significantly increased
the number of both boys and girls who reported that they would choose to exclusively
breastfeed their children. In addition, the intervention caused a decrease in the number of
children, especially girls, who felt it was inappropriate to breastfeed in public. It is possible
that the intervention made students who initially had restrictions to breastfeeding view this
action more naturally, since the topic was discussed in an informal manner.
Although more information concerning breastfeeding and a more favorable stance
towards this practice do not guarantee that the babies of students receiving the intervention
will be breastfed more frequently than those of the schoolchildren in the control group, we
believe that the proposed intervention is an important step to promote a change in attitude and
practices associated with breastfeeding. One aspect to be considered is the effect of time on
the impact of the intervention. The present study showed that the change lasted for at least 3
months, but it is possible that this effect will decrease or even disappear with time in the
absence of reinforcement.
In conclusion, the present study demonstrated that it is possible to improve the
knowledge and perceptions of boys and girls concerning breastfeeding by conducting focused
activities, many of them playful, in schools. The school was the ideal environment for this
type of action, since it has room for discussions involving the students, teachers and parents,
favoring the assimilation of concepts that will later be disseminated in the family and
community. We are aware of the fact that, to reach the goal of exclusive breastfeeding in the
first 6 months and complemented breastfeeding until 2 years of age or more in the majority of
children, deep behavioral changes will be required. We believe that these changes are more
likely to occur if they are fostered since childhood.
70
REFERENCES
1. Rea MF. A review of breastfeeding in Brazil and how the country has reached ten months’
breastfeeding duration. Cad Saúde Publica 2003;19 (Suppl 1):S37-S45.
2. Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área de Saúde da Criança.
Prevalência de aleitamento materno nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. Brasília:
Ministério da Saúde; 2001.
3. Kramer MS, Kakuma R. Optimal duration of exclusive breastfeeding. Cochrane Database
Syst Rev 2002; (1):CD003517.
4. Terrengui LCS. [Evaluation of an educational program on breastfeeding applied to
elementary school students] [dissertation]. São Paulo (SP): UNISA; 2003.
5. Nakamura SS, Veiga K F, Ferrarese SRB, Martinez FE. School girls’ perception and
knowledge about breastfeeding. J Pediatr (Rio J) 2003;79:181-8.
6. Ukoumunne OC, Gulliford MC, Chinn S, Sterne JAC, Burney PGJ, Donner A. Evaluation
of health interventions at area and organization level. BJM 1999;319:376-9.
7. Bar-Yam NB, Darby L. Fathers and breastfeeding: a review of the literature. J Hum Lact
1997;13:45-50.
71
Table 1. Characteristics of schoolchildren in the control and intervention groups
Characteristic
Control
(n = 253)
No. (%)
Intervention
(n = 298)
No. (%)
p†
Age (years)
0.742
9 to 11 153 (60.5) 174 (58.4)
12 to 17 100 (39.5) 124 (41.6)
Sex
0.734
Male 126 (49.8) 143 (48.0)
Female 127 (50.2) 155 (52.0)
School
0.035
Public 223 (88.1) 279 (93.6)
Private 30 (11.9) 19 (6.4)
Background
0.035
Urban 206 (81.4) 219 (73.5)
Rural 47 (18.6) 79 (26.5)
Maternal schooling (years)‡
0.338
8 113 (61.4) 145 (66.5)
> 8 71 (38.6) 73 (33.5)
Paternal schooling (years)‡
0.013
8 96 (56.5) 145 (69.4)
> 8 74 (43.5) 64 (30.6)
† Chi-square test.
Not considering 83 children in the control group and 89 children in the study group who
were unable to provide the information.
72
Table 2. Scores (mean ± standard deviation) obtained in the evaluation of knowledge,
perceptions and beliefs of 5
th
grade students concerning breastfeeding
Group
Pre-
intervention
Immediately post-
intervention
Three months
after
intervention
p
Control 12.1±3.3
aA
- 12.1±3.5
aA
0.922*
Intervention 12.7±3.5
aB
18.3±4.5
b
18.4±4.6
bB
<0.001†
P‡ 0.059 <0.001
*t test for paired samples
†ANOVA for repeated measures
t test for unpaired samples
73
Table 3. Impact of the intervention on the knowledge, perceptions and belief scores for
selected variables
Characteristic
Initial mean
score
DPx
±
Final mean
score
DPx
±
%
Median
p*
Age (years)
0.126
9 to 11 13.1 ± 3.4 19.3 ± 4.0 50.0
12 to 17 12.2 ± 3.3 17.2 ± 4.8 44.1
Sex
0.055
Male 12.4 ± 3.4 17.5 ± 4.5 37.5
Female 13.0 ± 3.4 19.3 ± 4.3 50.0
School
0.002
Public 12.6 ± 3.4 18.5 ± 4.5 50.0
Private 15.3 ± 3.1 18.3 ± 4.2 22.2
Background
0.766
Urban 12.7 ± 3.4 18.5 ± 4.4 45.5
Rural 12.7 ± 3.4 18.3 ± 4.8 50.0
Maternal schooling (years)‡
0.645
8 years 13.2 ± 3.2 19.1 ± 4.1 47.1
> 8 years 13.5 ± 3.3 19.2 ± 4.1 43.8
Paternal schooling (years)‡
0.964
8 years 13.2 ± 3.3 18.9 ± 4.2 46.7
> 8 years 13.3 ± 3.4 18.9 ± 4.0 42.7
%
= percent delta.
* Non-parametric Mann-Whitney test.
‡Not considering the children who were unable to provide the information.
74
4. Weak points (-) and strong points (+) in the evaluation of knowledge, perceptions and
beliefs related to breastfeeding before and three months after the intervention in the
intervention group (n=298)*
Item Before After
The main function of the breasts is to breastfeed small children + +
Maternal breast milk is the best food for the baby + +
If I were the doctor, I would advise the mother to breastfeed
the baby exclusively
+
Breastfed children catch fewer diseases + +
A child should start receiving complementary foods around 6
months of age
-
A 15-day old baby should not receive herbal teas or water -
An exclusively breastfed baby does not need to drink water or
herbal teas between feeds
-
A child can be breastfed for two years of longer - -
A small baby does not have a schedule to feed and will feed
many times per day
- +
A baby can hurt the mother’s breast by not sucking properly -
Holding a crying baby is better than giving the baby a pacifier -
Most times it is not necessary to use a pacifier to calm the
baby
-
Engagement of the father is very important for successful
breastfeeding
+ +
The best way for the father to help successful breastfeeding is
to provide support
- +
Babies prefer the breast to the bottle + +
It is easier to breastfeed than to bottle feed +
Breastfeeding doesn’t hurt - +
Breast milk is not weak -
Women with large breasts produce the same amount of milk as
women with small breasts
-
The mother must not stop breastfeeding when the baby starts
teething
-
Babies with abdominal pain or who cry a lot do not need
herbal teas
- -
Breastfeeding is not the main cause of sagging breasts -
*Week points: fewer than 50% of the students chose the most favorable answer to breastfeeding.
Strong points: more than 75% of the students chose the most favorable answer to breastfeeding.
75
Table 5. Prevalence of students who answered that they would like their babies to be
exclusively breastfed and who found it inappropriate to breastfeed in public before and three
months after the intervention
Control Intervention
Before
No. (%)
After
No. (%)
P* Before
No. (%)
After
No. (%)
p*
Would breastfeed
exclusively
Boys 66 (52.0) 69 (54.3)
0.750 92 (64.3)
121 (84.6) < 0.001
Girls 74 (58.7) 76 (59.8)
0.958 97 (62.6)
134 (86.5) < 0001
Breastfeeding in public is
inappropriate
Boys
Girls
41 (32.3)
18 (14.3)
30 (23.6)
19 (15.0)
0.132
1.000
35 (24.5)
24 (15.5)
20 (14.0)
8 (5.2%)
0.036
0.005
*Chi-square test..
76
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudos realizados nas últimas décadas m mostrado a superioridade da
amamentação, especialmente do aleitamento materno exclusivo, na redução de
morbimortalidade infantil. Também evidências de que hábitos arraigados influenciam na
duração do AM. Mesmo que estratégias de incentivo motivem o aumento das taxas de
amamentação, elas se mostram limitadas porque esbarram em crenças que são exaustivamente
repassadas de geração em geração, como as que consideram verdadeira a necessidade de
oferecer chá para diminuir a cólica dos bebês que estão sendo amamentados, chupeta para
acalmar o bebê, além do mito de que o leite de algumas mães é fraco, entre outras.
As estratégias de promoção do AM, na sua grande maioria, têm sido direcionadas às
mulheres durante o período da gestação ou logo após o parto. Cabe lembrar, porém, que essa
população tem crenças e acredita em mitos que talvez possam ser amenizados, mas que
provavelmente influenciaram ou influenciarão na decisão de amamentar ou não a criança e
por quanto tempo. Por isso, trabalhar com a criança em idade escolar é importante, ensinando-
lhe a importância do AM e desmistificando crenças arraigadas em sua cultura. Outra
vantagem de trabalhar com escolares é poder envolver meninas e meninos nas atividades de
intervenção, e num processo pedagógico, visto que a escola é a promotora do saber.
Neste estudo, pôde-se observar que os escolares de ambos os sexos possuem conceitos
semelhantes a respeito do AM e que eles nitidamente repetem o conhecimento dos adultos
com que convivem. Ele também mostra que, mesmo que os escolares valorizem a prática do
AM, eles se contradizem quando dizem que a mamadeira é uma forma de ajudar as mães a ter
momentos de descanso ou tempo para realizar outras tarefas.
O ensino sobre as condições do aleitamento materno deveria ser fazer parte dos planos
curriculares do ensino infantil e médio, com ênfase numa metodologia compatível com a
idade da criança, a exemplo de programas de proteção ao meio ambiente. Os projetos de
proteção ao meio ambiente desenvolvidos nas escolas surtiram efeito positivo e hoje a criança
tornou-se agente potencial de divulgação da premissa de proteção e cuidado ambiental.
Dessa forma, acredita-se que escolares de ambos os sexos precisam aprender sobre o
AM para disseminarem informações adequadas e no futuro escolham amamentar seus filhos.
77
ANEXOS
78
Anexo 1
Instrumento de Coleta de Dados
Opinião de alunos da 5ª série sobre a alimentação de bebês
Pré-teste Data:___/___/___
A. Dados gerais:
1. Número do questionário
NUMQ

2. Número do entrevistador
NUME

B. Dados da Escola:
1 . Nome da escola
2. Tipo de escola [1]
estadual urbana
[2] estadual rural
[3] municipal urbana
[4] municipal rural
[5] particular
TIPE
C. Dados do aluno:
1. Nome do aluno:...............................................................................
2. Idade [___] anos completos
IDADE

3. Sexo [1] masculino [2] feminino
SEXO
4. Turma [ ][ ]
TURMA

5. Turno [1] manhã [2] tarde
TURNO
D. Para cada questão, escolha apenas UMA resposta, a que melhor expresse a que sua
opinião:
1. Na sua opinião, qual a principal função das mamas?
[1] Para dar mamar para as crianças pequenas.
[2] Embelezar o corpo das mulheres.
[3] Para diferenciar o corpo das mulheres do corpo dos homens.
[4] Não sei.
MAMA1
2. Marquinhos acabou de nascer e é o primeiro filho de Dona Ana e seu Paulo.
Eles estão muito felizes e querem que Marquinhos receba o melhor leite. Qual
leite você acha que seria o melhor para o Marquinhos?
[1] Leite em pó.
[2] Leite tirado da vaca.
[3] Leite de saquinho ou caixinha.
[4] Leite do peito da mãe.
[5] Não sei.
ALIMF1
79
3. Imagine que você é o médico do Marquinhos, que acabou de nascer. Que conselho
você daria à mãe dele?
[1] Dê só o peito para o seu bebê.
[2] Dê o peito e mamadeira para o seu bebê.
[3] Dê só mamadeira para o seu bebê.
[4] Tanto faz dar o peito ou a mamadeira.
[5] Não sei.
MELB1
4. Marquinhos está com 15 dias de vida e continua mamando no peito. Dona
Teresa, sua avó, acha que o neto precisa receber também água e chazinho. Na sua
opinião:
[1] Dona Teresa está certa, porque todo o bebê precisa receber água e chazinho desde
que nasce.
[2] Marquinhos não precisa de água ou chá no primeiro mês, mas depois que
completar 1 mês vai precisar tomar água e chazinho nos intervalos das mamadas no
peito.
[3] Marquinhos deve receber chazinho só se tiver cólicas.
[4] Marquinhos não precisa de água ou chá, porque a criança que mama só no peito
não precisa de outros líquidos até os 6 meses.
[5] Não sei.
AVON1
5. Marquinhos agora tem 1 mês de idade, não chupa bico e mama no peito. Dona
Ana e seu Paulo levaram Marquinhos ao médico porque eles acham que Marquinhos
chora muito. O médico disse que Marquinhos está bem e está crescendo bem. Se você
fosse a mãe ou o pai de Marquinhos, o que você faria em primeiro lugar para ele
chorar menos?
[1] Daria bico.
[2] Daria mais colo.
[3] Daria mamadeira com outro leite.
[4] Daria chazinho.
[5] Daria umas palmadas.
[6] Não sei.
MECO1
6. Marquinhos já fez 2 meses e continua mamando só no peito. Os pais estão
preocupados porque Marquinhos não tem horário certo para mamar. Mama seguido (8
a 12 vezes por dia) e acorda à noite para mamar. O médico de Marquinhos constatou
que ele está muito bem de saúde. Se você fosse o médico, o que diria para os pais de
Marquinhos?
[1] É normal bebê dessa idade não ter horário para mamar e mamar várias vezes ao
dia.
[2] É preciso dar de mamar em horários regulares (de 3 em 3 horas ou de 4 em 4
horas), para a criança se disciplinar.
[3] É preciso dar água e chazinho para a criança mamar menos no peito.
[4] Durante o dia, a criança pode mamar quanto quiser, mas à noite ela deve se
acostumar a não mamar.
[5] Não sei.
HORA1
80
7. Marquinhos vai completar 3 meses na semana que vem e ainda mama no
peito. Ele está crescendo bem. Os pais levaram Marquinhos ao médico para
saber quando ele deve começar a receber outros alimentos (suquinhos,
frutinhas, sopinhas). O que você acha que o médico respondeu?
[1] Marquinhos já deveria estar comendo outros alimentos.
[2] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando completar 3
meses.
[3] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando tiver 4 meses.
[4] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos perto dos 6 meses.
[5] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos depois que
completar 1 ano de idade.
[6] Não sei.
ALIA1
8. Até quanto tempo você acha que Marquinho deve mamar no peito?
[1] Por 3 meses.
[2] Por 6 meses.
[3] Por 1 ano.
[4] Por 2 anos ou mais.
[5] Não sei.
MESES1
9. Marquinhos cresceu, casou-se com Marcela e tiveram uma filha chamada
Linda. Marquinhos decidiu com Marcela que a filha seria amamentada no
peito. Na sua opinião, qual a melhor maneira de Marquinhos ajudar para que a
amamentação seja boa?
[1] Dando mamadeira de vez em quando para a mãe descansar.
[2] Dando força, carinho e atenção à Marcela, fazendo os serviços da casa,
fazendo as compras da casa e trocando as fraldas do bebê.
[3] Trabalhando para manter as despesas da casa.
[4] Marquinhos não pode ajudar, pois a Marcela pode dar o peito para Linda
mamar.
[5] Não sei.
LINDA1
ESCORE 1:
ESCORE1

81
E. Marque com um X as palavras que na sua opinião completam melhor a frase:
10. O bebê gosta mais .............
[1] do peito
[2] da mamadeira.
[3] Não sei.
GOSTO2
11. É mais fácil alimentar um bebê ...........
[1] com mamadeira.
[2] dando o peito.
[3] Não sei
FACIL2
12. Amamentar uma criança...........
[1] dói.
[2] não dói.
[3] Não sei.
DORA2
13. O leite do peito de algumas mulheres..........
[1] é fraco e não sustenta o bebê.
[2] não é fraco e sustenta o bebê.
[3] Não sei.
FRACOL2
14. As crianças que mamam no peito pegam...........
[1] menos doenças.
[2] mais doenças.
[3] Não sei.
DOEN2
15. Quando o bebê machuca o peito da mãe é porque..........
[1] eles estão com fome e sugando muito forte.
[2] ele está mamando de mau jeito.
[3] é normal o bebê machucar o peito da mãe.
[4] Não sei.
JEITO2
16. A mulher que tem mamas grandes.............que as mulheres com mamas
pequenas.
[1] produz mais leite.
[2] produz a mesma quantidade de leite.
[3] Não sei.
MAGR2
17. A mãe............. parar de dar o peito para o bebê quando ele começa a ter
dentinhos.
[1] não precisa.
[2] precisa.
[3] Não sei.
DENT2
82
18. O bebê que mama só no peito nos primeiros 6 meses..................
[1] fica muito magrinho.
[2] fica muito gordinho.
[3] fica com o tamanho adequado.
[4] Não sei.
LEPO2
19. Na maioria das vezes ............oferecer bico para acalmar o bebê.
[1] não é preciso.
[2] é preciso.
[3] Não sei.
BICO2
20. Bebê que mama só no peito.......................... entre as mamadas.
[1] precisa tomar chá e água.
[2] não precisa tomar chá e água.
[3] Não sei.
ACHA2
21. Quando o bebê tem cólicas ou chora muito...........dar chazinho para ele.
[1] é preciso.
[2] não é preciso.
[3] Não sei.
COLIC2
22. Para que uma mulher amamente o seu bebê com sucesso............ a
participação do pai.
[1] é muito importante
[2] não é importante.
[3] Não sei
PPAI2
23. O bebê quando nasce....................................................................
[1] precisa aprender a mamar porque ele não nasce sabendo.
[2] não precisa aprender a mamar porque ele nasce sabendo.
[3] Não sei.
NASC2
24. Se a mãe trabalha fora de casa....................continuar amamentando seu
filho no peito.
[1] não é possível.
[2] é possível.
[3] Não sei.
TRABA
25. A amamentação..................... do peito da mulher ficar caído.
[1] é a principal causa.
[2] não é a principal causa.
[3] Não sei.
PEICA
ESCORE 2:
ESCORE2

ESCORE TOTAL: ESCORE
TOTAL

83
F. Escolha a resposta e marque com X, quando for pedido explique a sua resposta:
1. Você mamou no peito?
[1] Sim [2] Não [3] Não sei
MAMOU
2. Você já viu alguém amamentando?
[1] Sim [2] Não [3] Não sei
ERAM
3. Se você já viu alguém sendo amamentado, quem você já viu?
(Marque com X e pode marcar mais de uma resposta)
[ ] Meu irmão ou minha irmã.
[ ] Bebê da família.
[ ] Bebês de pessoas conhecidas, mas não da família.
[ ] Desconhecidos, na rua.
[ ] Personagem da televisão.
[ ] Em livros e revistas.
[ ] Outros
Quais os outros? ----------------------------------------------------------------
MUEMI
BFAM
BCON
DRUA
PERST
LIVRE
VOUTRO
4. Nas suas brincadeiras da infância, as bonecas mamavam no peito?
[ ] Sim. [ ] Não. [ ] Não sei.
BRIBO
5. Você acha que é feio dar o peito para o bebê na frente de outras pessoas?
[1] Sim [2] Não [3] Não sei
FEIO
6. Se você (ou sua esposa) tivesse um filho hoje, como gostaria que ele fosse
alimentado?
[1] Só com leite em pó, na mamadeira.
[2] Só com leite de vaca (direto da vaca ou de saquinho), na mamadeira.
[3] Só com leite do peito.
[4] Com leite do peito e outro leite na mamadeira.
[5] Não tenho opinião ainda.
FIMA
84
G. Complete as frases a seguir:
1. Diga três coisas boas da amamentação.
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
2. Diga três coisas não boas da amamentação.
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
3. Diga três coisas boas da mamadeira:
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
4. Diga três coisas não boas da mamadeira:
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
5. Descreva como o pai do bebê pode participar na fase de
amamentação da criança.
.......................................................................................
.......................................................................................
.......................................................................................
85
H. Informações socioeconômicas sobre a família:
1. Com quem você mora?
(Marque com um X e pode marcar mais que uma resposta)
[ ] mãe [ ] madrasta [ ] pai [ ] padrasto [ ] irmãos
[ ] com outros.
Quais são as outras pessoas? .......................................................
.....................................................................................................
MAE
MADRAS
PAI
PADRAS
IRMAOS
OUTRO
2. A sua mãe sabe ler ?
[1] Sim. [2] Não. [3] Não sei.
MESLER
3. A sua mãe sabe escrever ?
[1] Sim. [2] Não. [3] Não sei.
MSESC
4. A sua mãe estudou na escola até:
[1] ensino fundamental (da primeira a oitava série)
[2] ensino médio (segundo grau).
[3] Ensino superior (faculdade).
[4] Não sei.
MPSF
5. Quantos anos completos a sua mãe estudou?
[___] anos. [88] Não sei.
[____] ANOS
MESC

6. O seu pai sabe ler?
[1] Sim. [2] Não. [3] Não sei.
PESLER
7. O seu pai sabe escrever?
[1] Sim. [2] Não. [3] Não sei.
PSECR
8. Seu pai estudou na escola até:
[1] ensino fundamental (da primeira a oitava série)
[2] ensino médio (segundo grau).
[3] Ensino superior (faculdade).
[4] Não sei.
PSESC
9. Quantos anos completos o seu pai estudou?
[____] anos. [88] Não sei.
[_____] ANOS
PESC

86
Opinião de alunos da 5ª série sobre a alimentação de bebês
Pós-teste Data:___/___/___
A. Dados gerais:
1. Número do questionário
NUMQ

2. Número do entrevistador
NUME

B. Dados da Escola:
1 . Nome da escola
2. Tipo de escola [1]
estadual urbana
[2] estadual rural
[3] municipal urbana
[4] municipal rural
[5] particular
TIPE
C. Dados do aluno:
1. Nome do aluno:...............................................................................
2. Idade [___] anos completos
IDADE

3. Sexo [1] masculino [2] feminino
SEXO
4. Turma [ ][ ]
TURMA

5. Turno [1] manhã [2] tarde
TURNO
D. Para cada questão, escolha apenas UMA resposta, a que melhor expresse a que sua
opinião:
1. Na sua opinião, qual a principal função das mamas?
[1] Para dar mamar para as crianças pequenas.
[2] Embelezar o corpo das mulheres.
[3] Para diferenciar o corpo das mulheres do corpo dos homens.
[4] Não sei.
MAMA1
2. Marquinhos acabou de nascer e é o primeiro filho de Dona Ana e seu Paulo.
Eles estão muito felizes e querem que Marquinhos receba o melhor leite. Qual
leite você acha que seria o melhor para o Marquinhos?
[1] Leite em pó.
[2] Leite tirado da vaca.
[3] Leite de saquinho ou caixinha.
[4] Leite do peito da mãe.
[5] Não sei.
ALIMF1
87
3. Imagine que você é o médico do Marquinhos, que acabou de nascer. Que conselho
você daria à mãe dele?
[1] Dê só o peito para o seu bebê.
[2] Dê o peito e mamadeira para o seu bebê.
[3] Dê só mamadeira para o seu bebê.
[4] Tanto faz dar o peito ou a mamadeira.
[5] Não sei.
MELB1
4. Marquinhos está com 15 dias de vida e continua mamando no peito. Dona
Teresa, sua avó, acha que o neto precisa receber também água e chazinho. Na sua
opinião:
[1] Dona Teresa está certa, porque todo o bebê precisa receber água e chazinho desde
que nasce.
[2] Marquinhos não precisa de água ou chá no primeiro mês, mas depois que
completar 1 mês vai precisar tomar água e chazinho nos intervalos das mamadas no
peito.
[3] Marquinhos deve receber chazinho só se tiver cólicas.
[4] Marquinhos não precisa de água ou chá, porque a criança que mama só no peito
não precisa de outros líquidos até os 6 meses.
[5] Não sei.
AVON1
5. Marquinhos agora tem 1 mês de idade, não chupa bico e mama no peito. Dona
Ana e seu Paulo levaram Marquinhos ao médico porque eles acham que Marquinhos
chora muito. O médico disse que Marquinhos está bem e está crescendo bem. Se você
fosse a mãe ou o pai de Marquinhos, o que você faria em primeiro lugar para ele
chorar menos?
[1] Daria bico.
[2] Daria mais colo.
[3] Daria mamadeira com outro leite.
[4] Daria chazinho.
[5] Daria umas palmadas.
[6] Não sei.
MECO1
6. Marquinhos já fez 2 meses e continua mamando só no peito. Os pais estão
preocupados porque Marquinhos não tem horário certo para mamar. Mama seguido (8
a 12 vezes por dia) e acorda à noite para mamar. O médico de Marquinhos constatou
que ele está muito bem de saúde. Se você fosse o médico, o que diria para os pais de
Marquinhos?
[1] É normal bebê dessa idade não ter horário para mamar e mamar várias vezes ao
dia.
[2] É preciso dar de mamar em horários regulares (de 3 em 3 horas ou de 4 em 4
horas), para a criança se disciplinar.
[3] É preciso dar água e chazinho para a criança mamar menos no peito.
[4] Durante o dia, a criança pode mamar quanto quiser, mas à noite ela deve se
acostumar a não mamar.
[5] Não sei.
HORA1
88
7. Marquinhos vai completar 3 meses na semana que vem e ainda mama no
peito. Ele está crescendo bem. Os pais levaram Marquinhos ao médico para
saber quando ele deve começar a receber outros alimentos (suquinhos,
frutinhas, sopinhas). O que você acha que o médico respondeu?
[1] Marquinhos já deveria estar comendo outros alimentos.
[2] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando completar 3
meses.
[3] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando tiver 4 meses.
[4] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos perto dos 6 meses.
[5] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos depois que
completar 1 ano de idade.
[6] Não sei.
ALIA1
8. Até quanto tempo você acha que Marquinho deve mamar no peito?
[1] Por 3 meses.
[2] Por 6 meses.
[3] Por 1 ano.
[4] Por 2 anos ou mais.
[5] Não sei.
MESES1
9. Marquinhos cresceu, casou-se com Marcela e tiveram uma filha chamada
Linda. Marquinhos decidiu com Marcela que a filha seria amamentada no
peito. Na sua opinião, qual a melhor maneira de Marquinhos ajudar para que a
amamentação seja boa?
[1] Dando mamadeira de vez em quando para a mãe descansar.
[2] Dando força, carinho e atenção à Marcela, fazendo os serviços da casa,
fazendo as compras da casa e trocando as fraldas do bebê.
[3] Trabalhando para manter as despesas da casa.
[4] Marquinhos não pode ajudar, pois a Marcela pode dar o peito para Linda
mamar.
[5] Não sei.
LINDA1
ESCORE 1:
ESCORE1

89
E. Marque com um X as palavras que na sua opinião completam melhor a frase:
10. O bebê gosta mais .............
[1] do peito
[2] da mamadeira.
[3] Não sei.
GOSTO2
11. É mais fácil alimentar um bebê ...........
[1] com mamadeira.
[2] dando o peito.
[3] Não sei
FACIL2
12. Amamentar uma criança...........
[1] dói.
[2] não dói.
[3] Não sei.
DORA2
13. O leite do peito de algumas mulheres..........
[1] é fraco e não sustenta o bebê.
[2] não é fraco e sustenta o bebê.
[3] Não sei.
FRACOL2
14. As crianças que mamam no peito pegam...........
[1] menos doenças.
[2] mais doenças.
[3] Não sei.
DOEN2
15. Quando o bebê machuca o peito da mãe é porque..........
[1] eles estão com fome e sugando muito forte.
[2] ele está mamando de mau jeito.
[3] é normal o bebê machucar o peito da mãe.
[4] Não sei.
JEITO2
16. A mulher que tem mamas grandes.............que as mulheres com mamas
pequenas.
[1] produz mais leite.
[2] produz a mesma quantidade de leite.
[3] Não sei.
MAGR2
17. A mãe............. parar de dar o peito para o bebê quando ele começa a ter
dentinhos.
[1] não precisa.
[2] precisa.
[3] Não sei.
DENT2
90
18. O bebê que mama só no peito nos primeiros 6 meses..................
[1] fica muito magrinho.
[2] fica muito gordinho.
[3] fica com o tamanho adequado.
[4] Não sei.
LEPO2
19. Na maioria das vezes ............oferecer bico para acalmar o bebê.
[1] não é preciso.
[2] é preciso.
[3] Não sei.
BICO2
20. Bebê que mama só no peito.......................... entre as mamadas.
[1] precisa tomar chá e água.
[2] não precisa tomar chá e água.
[3] Não sei.
ACHA2
21. Quando o bebê tem cólicas ou chora muito...........dar chazinho para ele.
[1] é preciso.
[2] não é preciso.
[3] Não sei.
COLIC2
22. Para que uma mulher amamente o seu bebê com sucesso............ a
participação do pai.
[1] é muito importante
[2] não é importante.
[3] Não sei
PPAI2
23. O bebê quando nasce....................................................................
[1] precisa aprender a mamar porque ele não nasce sabendo.
[2] não precisa aprender a mamar porque ele nasce sabendo.
[3] Não sei.
NASC2
24. Se a mãe trabalha fora de casa....................continuar amamentando seu
filho no peito.
[1] não é possível.
[2] é possível.
[3] Não sei.
TRABA
25. A amamentação..................... do peito da mulher ficar caído.
[1] é a principal causa.
[2] não é a principal causa.
[3] Não sei.
PEICA
ESCORE 2:
ESCORE2

ESCORE TOTAL:
ESCORE
TOTAL

91
F. Escolha a resposta e marque com X, quando for pedido explique a sua resposta:
1. Nas suas brincadeiras da infância, as bonecas mamavam no peito?
[ ] Sim. [ ] Não. [ ] Não sei.
BRIBO
2. Você acha que é feio dar o peito para o bebê na frente de outras pessoas?
[1] Sim [2] Não [3] Não sei
FEIO
3. Se você (ou sua esposa) tivesse um filho hoje, como gostaria que ele fosse
alimentado?
[1] Só com leite em pó, na mamadeira.
[2] Só com leite de vaca (direto da vaca ou de saquinho), na mamadeira.
[3] Só com leite do peito.
[4] Com leite do peito e outro leite na mamadeira.
[5] Não tenho opinião ainda.
FIMA
92
G. Complete as frases a seguir:
1. Diga três coisas boas da amamentação.
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
2. Diga três coisas não boas da amamentação.
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
3. Diga três coisas boas da mamadeira:
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
4. Diga três coisas não boas da mamadeira:
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
5. Descreva como o pai do bebê pode participar na fase de
amamentação da criança.
.......................................................................................
.......................................................................................
.......................................................................................
93
Opinião de alunos da 5ª série sobre a alimentação de bebês
Reteste Data:___/___/___
A. Dados gerais:
1. Número do questionário
NUMQ

2. Número do entrevistador
NUME

B. Dados da Escola:
1 . Nome da escola
2. Tipo de escola [1]
estadual urbana
[2] estadual rural
[3] municipal urbana
[4] municipal rural
[5] particular
TIPE
C. Dados do aluno:
1. Nome do aluno:...............................................................................
2. Idade [___] anos completos
IDADE

3. Sexo [1] masculino [2] feminino
SEXO
4. Turma [ ][ ]
TURMA

5. Turno [1] manhã [2] tarde
TURNO
D. Para cada questão, escolha apenas UMA resposta, a que melhor expresse a que sua
opinião:
1. Na sua opinião, qual a principal função das mamas?
[1] Para dar mamar para as crianças pequenas.
[2] Embelezar o corpo das mulheres.
[3] Para diferenciar o corpo das mulheres do corpo dos homens.
[4] Não sei.
MAMA1
2. Marquinhos acabou de nascer e é o primeiro filho de Dona Ana e seu Paulo.
Eles estão muito felizes e querem que Marquinhos receba o melhor leite. Qual
leite você acha que seria o melhor para o Marquinhos?
[1] Leite em pó.
[2] Leite tirado da vaca.
[3] Leite de saquinho ou caixinha.
[4] Leite do peito da mãe.
[5] Não sei.
ALIMF1
94
3. Imagine que você é o médico do Marquinhos, que acabou de nascer. Que conselho
você daria à mãe dele?
[1] Dê só o peito para o seu bebê.
[2] Dê o peito e mamadeira para o seu bebê.
[3] Dê só mamadeira para o seu bebê.
[4] Tanto faz dar o peito ou a mamadeira.
[5] Não sei.
MELB1
4. Marquinhos está com 15 dias de vida e continua mamando no peito. Dona
Teresa, sua avó, acha que o neto precisa receber também água e chazinho. Na sua
opinião:
[1] Dona Teresa está certa, porque todo o bebê precisa receber água e chazinho desde
que nasce.
[2] Marquinhos não precisa de água ou chá no primeiro mês, mas depois que
completar 1 mês vai precisar tomar água e chazinho nos intervalos das mamadas no
peito.
[3] Marquinhos deve receber chazinho só se tiver cólicas.
[4] Marquinhos não precisa de água ou chá, porque a criança que mama só no peito
não precisa de outros líquidos até os 6 meses.
[5] Não sei.
AVON1
5. Marquinhos agora tem 1 mês de idade, não chupa bico e mama no peito. Dona
Ana e seu Paulo levaram Marquinhos ao médico porque eles acham que Marquinhos
chora muito. O médico disse que Marquinhos está bem e está crescendo bem. Se você
fosse a mãe ou o pai de Marquinhos, o que você faria em primeiro lugar para ele
chorar menos?
[1] Daria bico.
[2] Daria mais colo.
[3] Daria mamadeira com outro leite.
[4] Daria chazinho.
[5] Daria umas palmadas.
[6] Não sei.
MECO1
6. Marquinhos já fez 2 meses e continua mamando só no peito. Os pais estão
preocupados porque Marquinhos não tem horário certo para mamar. Mama seguido (8
a 12 vezes por dia) e acorda à noite para mamar. O médico de Marquinhos constatou
que ele está muito bem de saúde. Se você fosse o médico, o que diria para os pais de
Marquinhos?
[1] É normal bebê dessa idade não ter horário para mamar e mamar várias vezes ao
dia.
[2] É preciso dar de mamar em horários regulares (de 3 em 3 horas ou de 4 em 4
horas), para a criança se disciplinar.
[3] É preciso dar água e chazinho para a criança mamar menos no peito.
[4] Durante o dia, a criança pode mamar quanto quiser, mas à noite ela deve se
acostumar a não mamar.
[5] Não sei.
HORA1
95
7. Marquinhos vai completar 3 meses na semana que vem e ainda mama no
peito. Ele está crescendo bem. Os pais levaram Marquinhos ao médico para
saber quando ele deve começar a receber outros alimentos (suquinhos,
frutinhas, sopinhas). O que você acha que o médico respondeu?
[1] Marquinhos já deveria estar comendo outros alimentos.
[2] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando completar 3
meses.
[3] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando tiver 4 meses.
[4] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos perto dos 6 meses.
[5] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos depois que
completar 1 ano de idade.
[6] Não sei.
ALIA1
8. Até quanto tempo você acha que Marquinho deve mamar no peito?
[1] Por 3 meses.
[2] Por 6 meses.
[3] Por 1 ano.
[4] Por 2 anos ou mais.
[5] Não sei.
MESES1
9. Marquinhos cresceu, casou-se com Marcela e tiveram uma filha chamada
Linda. Marquinhos decidiu com Marcela que a filha seria amamentada no
peito. Na sua opinião, qual a melhor maneira de Marquinhos ajudar para que a
amamentação seja boa?
[1] Dando mamadeira de vez em quando para a mãe descansar.
[2] Dando força, carinho e atenção à Marcela, fazendo os serviços da casa,
fazendo as compras da casa e trocando as fraldas do bebê.
[3] Trabalhando para manter as despesas da casa.
[4] Marquinhos não pode ajudar, pois a Marcela pode dar o peito para Linda
mamar.
[5] Não sei.
LINDA1
ESCORE 1:
ESCORE1

96
E. Marque com um X as palavras que na sua opinião completam melhor a frase.
10. O bebê gosta mais .............
[1] do peito
[2] da mamadeira.
[3] Não sei.
GOSTO2
11. É mais fácil alimentar um bebê ...........
[1] com mamadeira.
[2] dando o peito.
[3] Não sei
FACIL2
12. Amamentar uma criança...........
[1] dói.
[2] não dói.
[3] Não sei.
DORA2
13. O leite do peito de algumas mulheres..........
[1] é fraco e não sustenta o bebê.
[2] não é fraco e sustenta o bebê.
[3] Não sei.
FRACOL2
14. As crianças que mamam no peito pegam...........
[1] menos doenças.
[2] mais doenças.
[3] Não sei.
DOEN2
15. Quando o bebê machuca o peito da mãe é porque..........
[1] eles estão com fome e sugando muito forte.
[2] ele está mamando de mau jeito.
[3] é normal o bebê machucar o peito da mãe.
[4] Não sei.
JEITO2
16. A mulher que tem mamas grandes.............que as mulheres com mamas
pequenas.
[1] produz mais leite.
[2] produz a mesma quantidade de leite.
[3] Não sei.
MAGR2
17. A mãe............. parar de dar o peito para o bebê quando ele começa a ter
dentinhos.
[1] não precisa.
[2] precisa.
[3] Não sei.
DENT2
97
18. O bebê que mama só no peito nos primeiros 6 meses..................
[1] fica muito magrinho.
[2] fica muito gordinho.
[3] fica com o tamanho adequado.
[4] Não sei.
LEPO2
19. Na maioria das vezes ............oferecer bico para acalmar o bebê.
[1] não é preciso.
[2] é preciso.
[3] Não sei.
BICO2
20. Bebê que mama só no peito.......................... entre as mamadas.
[1] precisa tomar chá e água.
[2] não precisa tomar chá e água.
[3] Não sei.
ACHA2
21. Quando o bebê tem cólicas ou chora muito...........dar chazinho para ele.
[1] é preciso.
[2] não é preciso.
[3] Não sei.
COLIC2
22. Para que uma mulher amamente o seu bebê com sucesso............ a
participação do pai.
[1] é muito importante
[2] não é importante.
[3] Não sei
PPAI2
23. O bebê quando nasce....................................................................
[1] precisa aprender a mamar porque ele não nasce sabendo.
[2] não precisa aprender a mamar porque ele nasce sabendo.
[3] Não sei.
NASC2
24. Se a mãe trabalha fora de casa....................continuar amamentando seu
filho no peito.
[1] não é possível.
[2] é possível.
[3] Não sei.
TRABA
25. A amamentação..................... do peito da mulher ficar caído.
[1] é a principal causa.
[2] não é a principal causa.
[3] Não sei.
PEICA
ESCORE 2:
ESCORE2

ESCORE TOTAL: ESCORE
TOTAL

98
F. Escolha a resposta e marque com X, quando for pedido explique a sua resposta:
1. Nas suas brincadeiras da infância, as bonecas mamavam no peito?
[ ] Sim. [ ] Não. [ ] Não sei.
BRIBO
2. Você acha que é feio dar o peito para o bebê na frente de outras pessoas?
[1] Sim [2] Não [3] Não sei
FEIO
3. Se você (ou sua esposa) tivesse um filho hoje, como gostaria que ele fosse
alimentado?
[1] Só com leite em pó, na mamadeira.
[2] Só com leite de vaca (direto da vaca ou de saquinho), na mamadeira.
[3] Só com leite do peito.
[4] Com leite do peito e outro leite na mamadeira.
[5] Não tenho opinião ainda.
FIMA
99
G. Complete as frases a seguir:
1. Diga três coisas boas da amamentação.
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
2. Diga três coisas não boas da amamentação.
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
3. Diga três coisas boas da mamadeira:
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
4. Diga três coisas não boas da mamadeira:
1.......................................................................................
2.......................................................................................
3.......................................................................................
5. Descreva como o pai do bebê pode participar na fase de
amamentação da criança.
.......................................................................................
.......................................................................................
.......................................................................................
100
Anexo 2
Intervenção: Texto do Vídeo: O Show de Bonileite
Vídeo
(imagem)
Áudio
(fala)
Bip de três segundos (tv dentro
de tv). Vinheta do programa
“Show do Bonileite”.
Atenção emissoras da Rede Mamar, dentro de três
segundos estará no ar o Show do Bonileite”.
Bonileite como se estivesse
apresentando um jornal.
Olá amiguinhos, está começando o Show do Bonileite, o
meu show! E hoje vamos conversar sobre a
Amamentação!
Entra cenas de mães
amamentando e o Bonileite
diminui e fica num canto da tela
falando
Amamentar, nada mais é, do que alimentar o bebê com o
leite da mãe. E isso é muito importante para o crescimento
saudável da criança, por isso, preste bem atenção para
depois poder ensinar para quem não sabe!
Junto às explicações do
Bonileite, vão aparecendo
caracteres coloridos na tela,
complementando a explanação.
Alem de alimentar o bebê, o ato de amamentar dá
segurança e carinho para a criança. Até os seis meses, o
bebê não precisa de outros alimentos, no leite da mamãe
estão todas as proteínas que ele precisa para ficar forte,
sem precisar de chá nem suquinhos.
Bonileite inicia falando e num
quadro ao lado vão aparecendo
imagens de mães amamentando.
Ao fim, aparece desenho de
cigarro e bebidas alcoólicas com
um “x” vermelho em cima
indicando proibido.
Ah! E ao contrário do que muitas mamães pensam, não
existe leite fraco. Ele pose ser meio transparente, mas é
normal. Quando a mãe tem uma alimentação saudável,
não fuma e não bebê, o leite é sempre forte e nutritivo.
Vinheta do programa Comerciais
Votamos a apresentar Neste bloco, nós temos uma convidada muito especial,
que vai falar um pouquinho de coisas muito importantes!
Boa tarde vovó Maria!
Entra a imagem da vovó falando
com os telespectadores. Nos
cantos da tela vários cliparts
animados
Boa tarde Bonileite, boa tarde amiguinhos! Meus filhos já
estão bem crescidos, mas eu ainda me lembro muito bem
da importância de amamentar uma criança. Vocês sabiam
que os bebês que mamam no peito pegam menos
doenças?
Pois é verdade, o leite materno contém substâncias que
passam da mãe para o bebê, protegendo contra infecções.
Bonileite no estúdio E a mamadeira vovó, não é a mesma coisa que dar de
mamar no peito?
101
Volta a vovó falando com os
cliparts coloridos em volta.
Claro que não Bonileite! O leite em pó e o leite de vaca
não são melhores que o leite da mãe, sendo que o da mãe
é muito mais forte, está sempre na temperatura ideal. Sem
falar que é muito mais econômico, pois nada se gasta na
produção do leite, a única coisa que a mamãe deve fazer é
dar de mamar sempre que o bebê quiser. Ah! E usando a
mamadeira, é mais fácil o bebê “pegar” doenças! Então
viva a amamentação!
Bonileite no estúdio Muito obrigada vovó, pela sua participação, acho que
agora nossos amiguinhos já sabem como é importante que
a mamãe amamente seu filho.
Vovó se despede De nada Bonileite, quando precisar estou sempre pronta
para ajudar. E vocês amiguinhos não esqueçam que
quanto mais a criança mamar no peito, mais forte e
saudável ela cresce!
Vinheta do programa Comerciais
Votamos a apresentar Já estamos de volta e agora vamos assistir um desenho
que nos mostra como o leite é produzido.
Desenho da mama com as
estruturas internas e o caminho
que o leite percorre
Off Bonileite: O leite da mamãe é produzido nos alvéolos
mamários que são esses cachinhos de uva. Dali, o leite
circula pelos caninhos até ficarem acumulados só
esperando o bebê suga-lo.
Bonileite no “estúdio” com
imagens de mães amamentando
numa tela ao lado.
Amamentar não requer grandes preparativos, sendo que o
bebê não tem horário para mamar, mamando várias vezes
ao dia. Mas nem sempre o choro do bebê significa fome,
muitas vezes, ele só quer colo e carinho! É aconselhável
que o bebê mame até os doía nos de idade ou mais.
Bonileite no “estúdio” (com a
TV na tela).
Existem algumas informações que escutamos por aí, que
não são verdadeiras, vamos ver algumas delas.
Caracteres na tela, salientando
que a frase é falsa.
Amamentar dói. Falso. Amamentar não dói, o bebê só
machuca o peito da mãe, quando não está na posição certa
de mamar.
Amamentar deixa o peito caído. Falso. A medida que a
mulher envelhece, o peito vai perdendo a rigidez, mas isso
NÃO ocorre porque ela amamentou.
Imagens de mãe e filhos (fotos) Quando os dentinhos do bebê começam a nascer é preciso
parar de amamentar. Falso. Quanto mais tempo o bebê
mamar, melhor.
Bonileite com cliparts na tela No programa de hoje, podemos ver a importância que tem
o aleitamento materno. A amamentação só traz benefícios,
tanto para a mamãe, quanto para o filho que cresce forte e
saudável.
102
Bonileite com cliparts na tela E para completar, alguns lembretes muito importantes!
1 – Não esqueça que o bebê não nasce sabendo mamar.
Aos poucos, a mamãe e o bebê vão aprendendo esta lição
da natureza.
2 – O papai é muito importante para o bebê e para a
mamãe. Ele deve dar muito carinho e atenção e também
ajudar na higiene do bebê!
3 – Evite o bico, se a criança chupa muito bico, ele mama
menos, podendo até se atrapalhar com a maneira de
mamar no peito da mãe.
Bonileite se despedindo Por hoje é só meus amiguinhos, espero que vocês tenham
gostado do programa e ensinem aquelas mães que não
sabem a real importância da amamentação.
Tchauzinho, até mais!
103
Anexo 3
Intervenção: Perguntas para os Pais
Perguntas para os alunos levarem para casa e perguntarem aos pais (parte da segunda
estratégia da intervenção).
1. Como fui alimentado depois que nasci?
2. Se eu mamei no peito, até que idade?
3. Existem fotos da época em que fui amamentado? (pedir autorização aos pais para levar
as fotos à escola).
4. Conte alguma história da época em fui amamentado.
5. Se não fui amamentado, posso saber por quê?
104
Anexo 4
Intervenção: Dramatização: Registro de Foto
Anexo 5
Intervenção: Cartilha “Bonileite e a Amamentação”
106
107
108
109
110
111
113
114
115
Anexo 6
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(grupo experimental)
T
ERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado(a) Senhor(a):
Estou desenvolvendo uma pesquisa sobre alimentação da criança, e por isso preciso saber o que os
escolares de série sabem sobre esse assunto. Esse estudo será realizado nas escolas estaduais, municipais e
particulares do município de Ijuí-RS. A pesquisa é parte dos meus estudos no Curso de Pós-Graduação em
Ciências Médicas: Pediatria, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.
Sendo assim, estou convidando o seu (sua) filho(a) a participar deste trabalho. A participação de seu
(sua) filho (a) será em sala de aula, nas ocasiões que explicarei a seguir:
-
No primeiro contato, será entregue folhas com perguntas sobre alimentação da criança e pediremos que
sejam respondidas.
-
No próximo contato, passaremos um vídeo educativo de 7 minutos e logo depois será discutido.
-
A próxima atividade se dará em sala de aula com apresentação de teatro sobre alimentação. Nessa
oportunidade os escolares serão filmados e fotografados. Logo depois assistirão às filmagens e para discutir
sobre.
-
A próxima atividade será trabalhada em uma cartilha sobre alimentação da criança. Nesse momento, os
escolares escreverão sobre a própria alimentação na infância. Os escritos em salas de aula serão usados
posteriormente para atividades da pesquisa, mas o nome de seu (sua) filho (a) será divulgado (a) com sua
permissão, mediante a sua assinatura abaixo.
-
Em outro momento, ainda, será pedido que seu (sua) filho (a) responda um questionário com perguntas
sobre as atividades desenvolvidas, até o momento.
-
Após três meses voltaremos à escola e pediremos para seu (sua) filho (a) responder um questionário sobre
alimentação da criança.
Você tem liberdade para recusar a participação de seu (sua) filho(a) na pesquisa ou afastar-se dela em
qualquer fase, sem que isso implique em danos pessoais. Está garantido a seu (sua) filho (a) nenhum tipo de
despesa material ou financeira durante o desenvolvimento da pesquisa, como também, nenhum
constrangimento moral decorrente dela.
Como pesquisadora assumo toda e qualquer responsabilidade no decorrer da pesquisa e garanto-lhe que
as informações somente serão utilizadas para o estudo acima mencionado. Se houver dúvidas quanto à
participação, poderá pedir esclarecimentos ligando-me diretamente para o número (55) 3332-9791.
116
Eu, _____________________________________________________________, ciente das informações
recebidas, concordo que meu (minha) filho(a)_________________________________________________
participe da pesquisa de Silvania Moraes Bottaro, autorizando-a a utilizar as informações, de acordo com o
descrito acima, sem restrições de prazos ou citações, a partir da presente data.
______________________
Nome do responsável
__________________________
Assinatura do responsável
___________________
Nome do (a) aluno (a)
__________________________
Assinatura do aluno(a)
__________________
Nome do pesquisador
__________________________
Assinatura do pesquisador
Ijuí, ________ de ______________de 2002.
117
T
ERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(grupo-controle)
Prezado(a) Senhor(a):
Estou desenvolvendo uma pesquisa sobre alimentação da criança, e por isso preciso saber o que os
escolares de série sabem sobre esse assunto. Esse estudo será realizado nas escolas estaduais, municipais e
particulares do município de Ijuí-RS. A pesquisa é parte dos meus estudos no Curso de Pós-Graduação em
Ciências Médicas: Pediatria, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.
Sendo assim, estou convidando o seu (sua) filho(a) a participar deste trabalho. A participação de seu
(sua) filho (a) será em sala de aula, nas ocasiões que explicarei a seguir:
-
No primeiro contato, será entregue folhas com perguntas sobre alimentação da criança e pediremos que
sejam respondidas.
-
Em outro momento, será pedido que seu (sua) filho (a) responda um questionário com perguntas sobre as
atividades desenvolvidas, até o momento.
-
Após três meses voltaremos à escola e pediremos para seu (sua) filho (a) responder, mais uma vez, um
questionário sobre alimentação da criança.
Você tem liberdade para recusar a participação de seu (sua) filho(a) na pesquisa ou afastar-se dela em
qualquer fase, sem que isso implique em danos pessoais. Está garantido a seu (sua) filho (a) nenhum tipo de
despesa material ou financeira durante o desenvolvimento da pesquisa, como também, nenhum constrangimento
moral decorrente dela.
Como pesquisadora assumo toda e qualquer responsabilidade no decorrer da pesquisa e garanto-lhe que
as informações somente serão utilizadas para o estudo acima mencionado. Se houver dúvidas quanto à
participação, poderá pedir esclarecimentos ligando-me diretamente para o número (55) 3332-9791.
Eu, _____________________________________________________________, ciente das informações
recebidas, concordo que meu (minha) filho(a) _______________________________________________
participe da pesquisa de Silvania Moraes Bottaro, autorizando-a a utilizar as informações, de acordo com o
descrito acima, sem restrições de prazos ou citações, a partir da presente data.
______________________
Nome do responsável
__________________________
Assinatura do responsável
___________________
Nome do (a) aluno (a)
__________________________
Assinatura do aluno(a)
__________________
Nome do pesquisador
__________________________
Assinatura do pesquisador
Ijuí, ________ de ______________de 2002.
118
Anexo 7
Manual do Entrevistador
Avaliação de estratégia de promoção do aleitamento materno em escolas de do ensino
fundamental (Manual de Instruções)
A. INSTRUÇÕES GERAIS
1. Contato com as escolas
Entraremos previamente em contato com os diretores de todas as escolas sorteadas
aleatoriamente para expor sobre a pesquisa. As escolas sorteadas para o grupo experimental
serão comunicadas sobre a necessidade dos responsáveis pelos alunos assinarem o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e também explicaremos a dinâmica da intervenção. Para
agendar os dias em que serão realizadas as intervenções na escola, pediremos uma reunião
com o professor responsável pela turma. Nessa oportunidade será marcado o dia para a
entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os alunos. Aproveitando a visita
na escola será também marcada a data da aplicação do questionário (pré-teste).
2. Entrega e retorno do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para os alunos, na sala de
aula, se realizará na data e horário acordado anteriormente. O responsável pela pesquisa fará a
distribuição do termo, para cada aluno, na classe, tendo a preocupação de checar
anteriormente a lista de presença. Será feita a explicação dos motivos desse termo, da
responsabilidade e da necessidade de retornarem com a assinatura de um responsável, em três
dias. No terceiro dia se retornará à escola para buscar o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido devidamente assinado. No caso de alunos que não estiveram presentes no dia da
entrega do mesmo, estes serão chamados à sala da supervisão e partindo do mesmo
procedimento seencaminhado o termo, ou seja, o aluno receberá a explicação e também
terá os três dias para o retorno. Ainda, no caso dos alunos que não retornarem com o termo
assinado procuraremos saber o motivo (esquecimento, desinteresse, negativa do responsável,
analfabetismo do responsável). Após sabermos o motivo, mais uma vez será explicada ao
aluno a necessidade da assinatura do responsável para que ele possa fazer parte da pesquisa e
daremos mais 2 dias para o retorno do termo. Para os responsáveis que são analfabetos
procuraremos saber na escola qual é a forma usada nesses casos e procederemos conforme a
119
escola costuma fazer para obtermos o consentimento. Caso ainda assim não houver o retorno,
a criança será chamada em particular e lhe será comunicado que não fará parte da pesquisa,
fazendo a mesma entender, mais uma vez, que para fazer parte da pesquisa deveria ter o
consentimento do responsável.
3. Aplicação dos instrumentos de coleta dos dados
Aplicação do pré-teste - Ao chegar na escola o responsável por coletar os dados
procurará a direção ou o supervisor da escola para ser encaminhado à turma de série
sorteada. Na sala de aula será apresentado para a turma pelo professor ou por outro
profissional da escola. Logo após, será pedido ao professor responsável pela turma que
informe o número de presenças.
Após apresentar-se à turma, o aplicador do questionário dará as instruções necessárias
para padronizar as informações, evitando que possíveis vícios impliquem na aferição da
pesquisa. Portanto, acertará o tempo de uma hora para o preenchimento do questionário, a
forma individual como deverá ser respondido o questionário, que o mesmo deverá ser
preenchido à caneta e também que as explicações serão realizadas no início, na leitura do
questionário. Caso surjam dúvidas durante o preenchimento, os alunos deverão fazer as
perguntas em voz alta para todos ouvirem. As perguntas serão lidas, como estão escritas no
questionário, com o cuidado de não induzir à resposta.
4. As mesmas observações citadas no item três serão consideradas para aplicação do pós-teste
e reteste.
5. A codificação dos dígitos do lado direito do questionário e das respostas escritas somente
uma pessoa deverá codificar. O preenchimento será realizado logo após a aplicação e as
questões abertas serão posteriormente analisadas conforme critérios estabelecidos.
6. Será solicitado que os alunos não deixem de preencher todas as respostas, pois o
questionário previu a resposta “não sabe” para as informações ignoradas. Na elaboração do
questionário foi destinado o código 88 para “não sei” e código 9 para ignorado.
Observem as seguintes instruções:
1) O questionário possui perguntas que têm respostas tanto de marcar (objetivas) como de
responder por escrito (descritivas). Portanto, pedimos que respondam conforme o enunciado
da pergunta, deixando a parte da direita do questionário para preenchermos depois. As
respostas de marcar devem ser dadas assinalando com um X ao número escolhido.
120
2) O questionário é dividido em campos, que são esses quadros, designados de A, B, C, D, F,
G e H. Conforme vocês podem observar cada quadro tem um enunciado diferente, ou seja,
foram escritos de uma forma diferente, exigindo uma maneira diferente de responder as
questões.
3) Quando na resposta diz “outros”, para serem citados, pedimos que informem qual é o tipo
de nculo que essas pessoas têm com vocês e não o nome da pessoa. Por exemplo: devem
responder se a pessoa é avó, avô, primo, prima, sobrinho, sobrinha ou amigo.
4) Quando vocês não sabem o que responder, sejam sinceros, procurem a resposta - “não sei”.
5) Nas perguntas sobre o número de anos que seus pais estudaram é para responder os anos de
estudo completos, realizados pela sua mãe e pelo seu pai. Por exemplo: caso o seu pai estudou
o ano primário, deve colocar ano primário. Se estudou, até a série , responder série
primária. Caso o seu pai tenha parado de estudar na série, deve responder que ele estudou
até a 4ª série primária.
6) Mesmo que o seu pai e/ou a sua mãe forem falecidos, deverá constar a resposta que faz
referência a eles.
7). Gostaríamos de fixar que sobre alguma dúvida, as perguntas deverão ser feitas em voz alta
para toda a turma e assim também será dada a resposta.
8) Gostaríamos de informar que consideramos, nessa pesquisa, aleitamento materno quando a
mãe o peito para a criança mamar. Uma das formas de dar o peito é quando a mãe oferece
somente o peito. Outra forma é a mãe oferecer o peito e a mamadeira com água, chá e/ou
suco. E outra forma, é a mãe dar o peito e complementar a alimentação com outro tipo de leite
no copinho ou na mamadeira.
9) Quando a mãe o peito e não oferece nenhum outro alimento, água ou chá, chamamos
esse tipo de aleitamento materno de exclusivo.
10) Podem começar a responder e após uma hora será encerrado o tempo. Por favor, me
chamem se terminarem antes ou aguardem, pois o questionário será recolhido em sua classe.
Voltaremos a nos encontrar. Para qualquer esclarecimento pedimos que se dirijam à
direção ou à supervisão da escola, que as mesmas entrarão em contato conosco.
121
11) Armazenamento e encerramento da coleta dos dados
Após os questionários serem entregues o responsável deverá verificar se o número dos
mesmos confere com o número de alunos presentes em sala de aula. Conferidos, devem ser
guardados em envelope com o nome da escola.
12) Codificação e entrega do instrumento de pesquisa
O responsável pela coleta dos dados deverá preencher o campo na direita do
questionário. Nesse quadro encontram-se os códigos previamente determinados. Após os
questionários serem preenchidos e codificados o responsável pela pesquisa realizará a revisão
da codificação e digitação no banco de dados.
B. INSTRUÇÕES E CRITÉRIOS ESPECÍFICOS PARA CADA QUESTÃO
Dados gerais:
- O número do questionário aplicado no pré-teste deve corresponder ao número no pós-teste
e reteste.
- Número do entrevistador corresponde ao número de cada um que participará da equipe do
estudo.
Dados da escola:
- O nome da escola será preenchido por extenso pelo aluno.
- O mero que corresponde ao tipo de instância administrativa foi codificado na
resposta da pergunta, basta confirmá-lo no dígito ao lado direito.
Dados do aluno:
- O nome do aluno será preenchido por extenso pelo aluno.
- A idade completa será preenchida pelo aluno.
- O número do código que indica o sexo foi codificado na resposta da pergunta, basta
confirmá-lo no dígito ao lado direito.
- O número do código que indica a turma e o turno já foi codificado na resposta da
pergunta, basta confirmá-lo no dígito ao lado direito.
Nos quadros D e E os códigos serão quantificados para medir o conhecimento sobre
aleitamento materno do entrevistado.
122
Pergunta 1
Na sua opinião, qual a principal função das mamas?
[1] Dar de mamar para as crianças pequenas (1 ponto).
[2] Embelezar o corpo das mulheres (zero ponto).
[3] Diferenciar o corpo das mulheres do corpo dos homens (zero ponto).
[4] Não sei (zero ponto).
Pergunta 2
Marquinhos acabou de nascer e é o primeiro filho de Dona Ana e Seu Paulo. Eles estão muito
felizes e querem que Marquinhos receba o melhor leite. Qual o leite você que acha que seria o
melhor para o Marquinhos?
[1] Leite em pó (zero ponto).
[2] Leite tirado da vaca (zero ponto).
[3] Leite de saquinho ou caixinha (zero ponto).
[4] Leite do peito da mãe (1 ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
Pergunta 3
Imagine que você é o médico do Marquinho, que acabou de nascer. Que conselho você daria à
mãe dele?
[1] Dê só o peito para o seu bebê (1 ponto).
[2] Dê o peito e mamadeira para o seu bebê (0,5 ponto).
[3] Dê só mamadeira para o seu bebê (zero ponto).
[4] Tanto faz dar o peito ou a mamadeira (zero ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
Pergunta 4
Marquinhos está com 15 dias de vida e continua mamando no peito. Dona Teresa, sua avó,
acha que o neto precisa receber também água e chazinho. Na sua opinião:
[1] Dona Tereza está certa, porque todo o bebê precisa receber água e chazinho desde
que nasce (zero ponto).
[2] Marquinhos não precisa de água ou chá no primeiro mês, mas depois que
completar um mês vai precisar tomar água e chazinho nos intervalos das mamadas no
peito (zero ponto).
123
[3] Marquinhos deve receber chazinho só se tiver cólicas (zero ponto).
[4] Marquinhos não precisa de água ou chá porque a criança que mama só no peito não
precisa de outros líquidos até os 6 meses (1 ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
Pergunta 5
Marquinhos agora tem 1 mês de idade, não chupa bico e mama no peito. Dona Ana e Seu
Paulo levaram Marquinhos ao médico porque eles acham que Marquinhos chora muito. O
médico disse que Marquinhos está bem e está crescendo bem. Se você fosse a mãe ou o pai de
Marquinhos, o que você faria em primeiro lugar para ele chorar menos?
[1] Daria bico (zero ponto).
[2] Daria mais colo (1 ponto).
[3] Daria mamadeira com outro leite (zero ponto).
[4] Daria chazinho (zero ponto).
[5] Daria umas palmadas (zero ponto).
[6] Não sei (zero ponto).
Pergunta 6
Marquinhos já fez 2 meses e continua mamando só no peito. Os pais estão preocupados
porque Marquinhos não tem horário certo para mamar. Mama seguido (8 a 12 vezes por dia) e
acorda à noite para mamar. O médico de Marquinhos constatou que ele está muito bem de
saúde. Se você fosse o médico, o que diria para os pais de Marquinhos?
[1] É normal bebê dessa idade não ter horário para mamar e mamar várias vezes ao dia
(1 ponto).
[2] É preciso dar de mamar em horários regulares (de 3 em 3 horas ou de 4 em 4
horas), para disciplinar a criança (zero ponto).
[3] É preciso dar água e chazinho para a criança mamar menos no peito (zero ponto).
[4] Durante o dia a criança pode mamar quando quiser, mas à noite ela deve se
acostumar a não mamar (zero ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
Pergunta 7
Marquinhos vai completar 3 meses na semana que vem e ainda mama no peito. Ele está
crescendo bem. Os pais levaram Marquinhos ao médico para saber quando ele deve começar a
124
receber outros alimentos (suquinhos, frutinhas, sopinhas). O que você acha que o médico
respondeu?
[1] Marquinhos já deveria estar comendo outros alimentos (zero ponto).
[2] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando completar 3 meses
(zero ponto).
[3] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos quando tiver 4 meses (zero
ponto).
[4] Marquinhos deve começar a comer outros alimentos perto dos 6 meses (1 ponto).
[5] Marquinhos só deve começar a comer outros alimentos depois que completar 1 ano
de idade (zero ponto).
[6] Não sei (zero ponto).
Pergunta 8
Até quando você acha que Marquinhos deve mamar no peito?
[1] Por 3 meses (zero ponto).
[2] Por 6 meses (0,5 ponto).
[3] Por 1 ano (0,5 ponto).
[4] Por dois anos ou mais (1 ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
Pergunta 9
Marquinhos cresceu, casou-se com Marcela e tiveram uma filha chamada Linda. Marquinhos
decidiu com Marcela que a filha seria amamentada no peito. Na sua opinião, qual a melhor
maneira de Marquinhos ajudar para que a amamentação seja boa?
[1] Dando mamadeira de vez em quando para a mãe descansar (zero ponto).
[2] Dando força, carinho e atenção à Marcela, fazendo o serviço da casa, fazendo as
compras da casa e trocando as fraldas do bebê (1 ponto).
[3] Trabalhando para manter as despesas da casa (zero ponto).
[4] Marquinhos não pode ajudar, pois só a Marcela pode dar o peito para Linda mamar
– (zero ponto).
[5] Não sei (zero ponto).
Pergunta 10
Você acha que o bebê gosta mais.................
125
[1] do peito (1 ponto).
[2] da mamadeira (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 11
É mais fácil alimentar um bebê.......................
[1] com a mamadeira (zero ponto).
[2] dando o peito (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 12
Amamentar uma criança.................
[1] dói (zero ponto).
[2] não dói (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 13
O leite do peito de algumas mulheres.......................
[1] é fraco e não sustenta o bebê (zero ponto).
[2] não é fraco e sustenta o bebê (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 14
As crianças que mamam no peito pegam ............................
[1] menos doenças (1 ponto).
[2] mais doenças (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 15
Quando o bebê machuca o peito da mãe é porque...............
[1] ele está com fome e sugando muito forte (zero ponto).
[2] ele está mamando de mau jeito (1 ponto).
[3] é normal o bebê machucar o peito da mãe (zero ponto).
[4] Não sei (zero ponto).
126
Pergunta 16
A mulher que tem mamas grandes ................ que as mulheres com mamas pequenas.
[1] produz mais leite (zero ponto).
[2] produz a mesma quantidade de leite (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 17
A mãe ................parar de dar o peito para o bebê quando ele começa a ter dentinhos.
[1] não precisa (1 ponto).
[2] precisa (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 18
O bebê que mama só no peito nos primeiros 6 meses ...................
[1] fica mais magrinho (zero ponto).
[2] fica mais gordinho (zero ponto).
[3] fica com o peso adequado (1 ponto).
[4] Não sei (zero ponto).
Pergunta 19
Na maioria das vezes ...........oferecer bico para acalmar o bebê.
[1] é preciso (zero ponto).
[2] não é preciso (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 20
Bebê que mama só no peito ..........................entre as mamadas.
[1] precisa tomar chá e água (zero ponto).
[2] não precisa tomar chá e água (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 21
Quando o bebê tem cólicas ou chora muitos...................dar chazinho para ele.
[1] é preciso (zero ponto).
[2] não é preciso (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
127
Pergunta 22
Para que uma mulher amamente o seu bebê com sucesso .................. a participação do pai.
[1] é muito importante (1 ponto).
[2] não é muito importante (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 23
O bebê quando nasce......................
[1] precisa aprender a mamar porque ele não nasce sabendo (1 ponto).
[2] não precisa aprender a mamar porque ele nasce sabendo (zero ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 24
Se a mãe trabalha fora de casa................continuar amamentando seu filho no peito
[1] não é possível (zero ponto).
[2] é possível (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
Pergunta 25
A amamentação ...................do peito da mulher ficar caído.
[1] é a principal causa (zero ponto).
[2] não é a principal causa (1 ponto).
[3] Não sei (zero ponto).
No quadro F serão feitas perguntas para avaliar as vivências (experiências prévias) em
relação ao aleitamento materno e também a opinião sobre a amamentação em público e, se
fosse hoje, como alimentaria seu filho:
- Se havia mamado no peito.
- Se havia visto alguém amamentando e, em caso positivo, quem era(m) essa (s) pessoa(s).
- Se nas suas brincadeiras de infância as bonecas mamavam no peito.
- A sua opinião sobre amamentar em público.
- Se tivesse um filho hoje, como gostaria que ele fosse alimentado.
128
No quadro G solicitaremos que citem três aspectos positivos e três negativos da
amamentação e da mamadeira, além de descrever como o pai, na sua opinião, pode participar
na fase de amamentação da criança e como alimentaria o bebê caso tivesse um no momento.
No quadro H o escolar responderá sobre as condições socioeconômicas da família.
- Com quem mora.
- Se a mãe sabe ler
- Se mãe sabe escrever.
- Até que período a mãe estudou.
- Quantos anos completos a mãe estudou.
- Se o pai sabe ler
- Se o pai sabe escrever.
- Até que período o pai estudou.
- Quantos anos completos o pai estudou.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo