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Para a coleta de todas as amostras o aparelho foi colocado a uma altura de 1,5
metros do solo, de acordo com a Norma Técnica 001 da Resolução nº 176 do MS.
Para o isolamento de bactérias foram utilizadas placas de agar sangue de carneiro a
5%, marca Bio Mèrieux, e para o isolamento de fungos foram utilizadas placas de agar
Sabouraud dextrose a 4%, marca Plast Labor, devidamente certificadas e dentro do prazo
de validade.
As placas foram incubadas a uma temperatura média de 35ºC, por dois dias, para as
culturas bacterianas e a uma temperatura média de 25ºC, por sete dias, para as culturas de
fungos.
A identificação bacteriana foi feita apenas para grupos de bactérias (cocos gram
positivos, bacilos gram positivos, etc.), utilizando-se como parâmetro a morfologia dos
microrganismos e suas respectivas características pela coloração de Gram.
A metodologia utilizada para a identificação dos fungos, como gênero, consistiu
inicialmente na observação das características macroscópicas das colônias e na observação
de suas características microscópicas coradas com a solução de azul de lactofenol,
procurando-se identificar as características taxonômicas dos micélios vegetativos e das
estruturas de reprodução.
O número de colônias de fungos e de bactérias foi determinado para metros cúbicos
de ar.
Os fungos são organismos eucarióticos, com cerca de 250 mil espécies e cujos
principais grupos taxonômicos compreendem os zigomicetos, os ascomicetos, os
basidiomicetos e os deuteromicetos. Das espécies conhecidas, apenas cerca de 150 são
consideradas como patógenos humanos primários .
Os fungos contaminantes do ar fazem parte, principalmente, do grupo dos
ascomicetos, que produzem esporos assexuados chamados conídios e onde está a maioria
dos fungos alergênicos como Alternaria, Aspergillus, Fusarium e Penicillium.
Os esporos dos fungos encontrados no meio externo se infiltram nos ambientes
internos especialmente através de portas, janelas e sistemas mecânicos de ventilação.
Encontrando a umidade necessária, esses esporos germinam e se transformam em fungos
com micélio germinativo, que vão dar origem a novos esporos e daí a novo ciclo
reprodutivo.
Além de poderem causar doenças por ação direta, alguns fungos produzem
micotoxinas como as aflatoxinas, as fumonisinas, os tricotecenos e as ocratoxinas, que
podem desenvolver desde alguns tipos de câncer, como o carcinoma hepatocelular, até
nefropatias. Essas toxinas são produzidas, principalmente, pelos mesmos fungos
encontrados no meio ambiente, como os Aspergillus, Fusarium e Penicillium. Por conta
desses problemas, passou-se a dar maior ênfase à saúde ambiental, que tem como um de
seus objetivos a prevenção dos danos à saúde causados por contaminantes presentes no
meio ambiente, fazendo com que os níveis dessas exposições sejam mantidos em patamares
que não constituam risco inaceitável à saúde do ser humano.
Nosso estudo identificou diversos tipos de fungos, que são considerados
contaminantes habituais do meio ambiente externo e interno, como Penicillium,
Aspergillus, Fusarium, Alternaria, Geotrichum, Mucor, Rhizopus, Curvularia, Rhodotorulla
e Candida, entre outros.