Science Writers, em que foram entrevistados 1919 adultos norte-americanos. Desse total,
75,6% tinham conseguido se lembrar de alguma notícia sobre Ciência ou Medicina.
De acordo com a pesquisa, (idem, p. 68), 36,6% das pessoas entrevistadas se lembraram de
matérias sobre Ciência publicadas em jornais, 21,5% na televisão, 20,5% em revistas, 8,3%
em rádios e 48,2 não se lembraram de nenhuma matéria sobre Ciência. No caso de notícias
sobre Medicina, a pesquisa revelou que 60,2% das pessoas se lembraram de matérias de
jornais, 25% da televisão, 19,2% de revistas, 7,4% de rádio e 31,4% não se recordavam de
nenhuma matéria sobre Medicina.
A preocupação com a percepção que o público tem da Ciência e da Tecnologia começou, no
entanto, na década de 70. Nos Estados Unidos, a National Science Foundation (NSF) foi uma
das instituições pioneiras a medir a percepção do público. “Entre os 15 volumes do Science
and Engineering Indicators, 14 contêm um capítulo dedicado à compreensão e às atitudes do
público em relação à C&T” (FAPESP, 2004, p. 4). Na década de 80, novos estudos foram
desenvolvidos, entre eles, com base em pesquisas de opinião, tendo como foco as tensões
entre as instituições de pesquisa e a sociedade.
No dia 15 de novembro de 1985, o jornal francês Okapi, de periodicidade mensal, voltado ao
público de 10 a 15 anos, publicou um questionário, com questões fechadas, intitulado
“Ciência, o que é isso para você?”. Dos mais de 6 mil questionários respondidos, Delacôte
(1987) selecionou 3.060 (os questionários que retornaram ao jornal até 31 de dezembro
daquele ano). Diante da pergunta, “Onde você encontra a maior parte das informações sobre
descobertas científicas?”, o pesquisador constatou que sete, em cada dez adolescentes,
obtinham a maior parte do conhecimento científico vindos da televisão. Outros meios,
segundo ele, foram: revistas especializadas (39%), livros (30%), museus (26%). Somente 25%
mencionaram a escola. Os menos citados foram histórias em quadrinhos e rádio (5%).
Uma outra edição do Science and Engineering Indicators, da NSF, de 1996, avaliou que o
nível de compreensão pública de conceitos básicos de Ciência é, recorrentemente, associado à
educação formal, mas enfatizou que os americanos recebiam a maior parte das informações
sobre Ciência de programas de televisão e de jornais. No ano de 1995, segundo o estudo, os
americanos assistiram, em média, a 409 horas de programas televisivos de notícias, dos quais
80 horas de programas sobre Ciência (TRUMBO, 2000).
Clifford, Gunter & McAller (1995) desenvolveram uma pesquisa, nos Estados Unidos, com
111 crianças (55, com idades entre 8 e 9 anos, e 56, com idades entre 14 e 15 anos) sobre a
percepção de dois programas televisivos temáticos sobre Ciência (Body Matters e Erasmus
Microman) a partir de questionários. O objetivo do estudo foi verificar a compreensão dos
conteúdos científicos pelas crianças e avaliar o acréscimo de conhecimento proporcionado por
tais programas. Os pesquisadores concluíram que as crianças das faixas etárias estudadas
avaliam a Ciência como algo desejável e benéfico. A opinião das crianças é de que a Ciência
deveria estar no horário nobre da televisão e não estar restrita a poucos canais ou apenas
apresentada em programas escolares. De acordo com o estudo, as crianças acreditam que
programas televisivos temáticos de Ciência podem comunicar importantes informações sobre
Ciência. Os pesquisadores concluíram, também, que as crianças podem aprender com tais
programas.
Wynne et al. (2005) desenvolveram, em 1996, um estudo sobre a percepção pública da
Ciência no Reino Unido – através de observação participante, entrevistas em grupos e