
pela morte de 80.000 crianças, anualmente. O custo da desinfecção da água é menos
de um dólar americano por pessoa por ano e os relatórios científicos indicam que a
combinação de água potável e esgotamento sanitário com educação sanitária pode
reduzir 25% dos casos de diarréia, 29% de ascaridíase e 55% da mortalidade infantil
em geral.
Cada um dos 370 milhões de habitantes urbanos da América Latina e do Caribe
produz cerca de 0,92 kg de resíduos sólidos por dia, o que resulta em 330.000 tonela-
das de lixo que devem ser administradas diariamente. Aproximadamente 75% destes
resíduos são coletados e têm destinação freqüentemente inadequada. Portanto, diari-
amente, um mínimo de 82.500 toneladas de lixo são lançadas no ambiente, servindo
de alimento, abrigo e criadouro a um grande número de roedores e mosquitos trans-
missores de diversas doenças.
Segundo os dados da CEPAL, 39% dos domicílios da América Latina e Caribe
vivem em condições de pobreza, 18% em condições de indigência e 37% das mora-
dias são inadequadas para serem habitadas. Destas, somente 21% podem ser melho-
radas para se tornarem habitáveis. Esta situação implica problemas de saúde pública
tais como a doença de Chagas, as infecções respiratórias agudas (IRA), alergias e,
inclusive, a violência. Contudo, não existem, na América Latina e no Caribe, nem
técnicos nem instituições especializadas em higiene das habitações. Tampouco há,
na maioria dos países, planos ou políticas claras com relação a este problema.
A situação de pobreza que afeta a milhões de habitantes da Região se relaciona
diretamente com as condições ambientais. De acordo com os antecedentes analisa-
dos, grande parte das deficiências dos serviços básicos sanitários esta concentrada
nos setores mais pobres, porém é necessário também incorporar as novas “cargas
ambientais” que estes setores começaram a enfrentar como conseqüência da transi-
ção econômica para processos de desenvolvimento mais complexos que atualmente
vivenciam muitos países latino-americanos.
A contínua urbanização, associada à expansão industrial, tanto urbana como
rural, transformou-se num problema crescente para a saúde pública e requer inter-
venção antes que se torne incontrolável. Ainda que a maioria dos países possua
algum tipo de regulamento sobre despejos industriais, seu cumprimento não é efeti-
vo porque as autoridades sanitárias não têm a capacidade nem os meios para vigiar
ou obrigar sua aplicação. Comprovou-se que os veículos a motor e algumas ativida-
des industriais que queimam gasolina são as fontes principais de chumbo, elemento
que reduz a capacidade de aprendizagem nas crianças. A geração de substâncias que
favorecem a fotossíntese, derivadas dos processos de combustão, é a responsável por
OPS/HEP
Capítulo 1. Contexto e compromissos Página 12