incentivo ao consumismo e a superficialidade de tudo, provendo então uma
identidade fragmentada no sujeito.
Seguindo esta tradição marxista, Stuart Hall (2005), desenvolve a tese de que
as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em
declínio, o que faz surgir novas identidades que fragmentam o indivíduo, que por
herança iluminista era visto como um sujeito unificado. Dessa forma, o sujeito
assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são
unificadas ao redor de um eu coerente e conciso.
A identidade (...), costura o sujeito à estrutura. Estabiliza tanto os sujeitos
quanto os mundos culturais que eles habitam, tornando ambos
reciprocamente mais unificados e prediziveis.
Argumenta-se, entretanto, que são exatamente essas coisas que agora
estão "mudando". O sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade
unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto não de uma
única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não
resolvidas. Correspondentemente, as identidades, que compunham as
paisagens sociais (...) e que asseguravam nossa conformidade subjetiva
com as "necessidades" objetivas da cultura, estão entrando em colapso,
como resultado de mudanças estruturais e institucionais. O próprio processo
de identificação, através do qual nos projetamos em nossas identidades
culturais, tornou-se mais provisório, variável e problemático.
Esse processo produz o sujeito pós-moderno, conceptualizado como não
tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente. A identidade torna-se
uma "celebração móvel": formada e transformada continuamente em
relação às formas pelas quais somos representeados ou interpelados nos
sistemas culturais que nos rodeiam. (p. 12-13)
Contudo, neste constante processo de soma de identidades – moderador de
fórum, blogueiro, comentarista, leitor, autor, leitor/autor, podcaster – entramos na
ambiência da Cibercultura, que nada mais é do que a forma sócio cultural
proveniente de uma relação de trocas entre a sociedade, a cultura e as novas
tecnologias de base micro-eletrônicas. Pois através da cibercultura pode-se exercitar
a ação de escolher o que o sujeito quer para si, diferente da cultura de imposição de
consumo de produtos e marcas provindas do pós-modernismo. Atualmente, através
da internet, assistir televisão, ouvir rádios, discutir assuntos ao vivo – como o caso
do Twitter –, on-line, nos dá o acesso à acessibilidade da informação.
A partir do contexto acima disposto, o novo leitor – que não se satisfaz apenas
com impressos –, ávido pela informação, que é um dos elementos principais da
contemporaneidade, ampliada e amplificada pela tecnologia, faz com que os sujeitos
busquem diariamente atualizações e especializações, sejam elas acadêmicas ou
informais, pois ter a disponibilidade dos meios de conhecimento e informação,