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No Brasil, a plantação de palma destina-se basicamente à produção de
forragem para pecuária. A utilização de frutos é extrativista, isto é, sem finalidade
comercial, subestimando assim as propriedades nutricionais e econômicas por falta
de informações e alternativas de conservação (ALBUQUERQUE, ANDRADE, 2002).
Nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e São Paulo há,
aproximadamente, 100.000 hectares de palma. Em São Paulo, na região de
Valinhos, há pequena área plantada (1,5 ha com rendimento anual de US$ 8
mil/ano), com a finalidade de exportar para a Europa e Estado Unidos, cujo consumo
é mais bem disseminado que no Brasil (ALVES et al., 2008 CHIACCHIO,
MESQUITA, SANTOS, 2006.).
Ao se observar a composição físico-química, química e nutricional de frutos
Opuntia ficus indica, é consenso entre os autores que o referido fruto apresenta bom
conteúdo de carboidratos (cerca de 15%), sendo seu principal nutriente,
betacarotenos, ácido ascórbico e minerais, como fósforo e potássio; além de alta
umidade. (MEDINA; RODRIGUEZ; ROMERO, 2007; CEREZA, DUARTE, 2005;
SÁENZ, 2004; COELHO et al., 2004; MANICA,2002). O valor calórico é reduzido, de
13,42 a 50 kcal/100g; tornando-o similar ao de: melancia (33 kcal/100g); kiwi (51
kcal/100g) e pitanga (41 kcal/100g) (TACO, 2006). Seu conteúdo de proteína,
cinzas, lipídios e fibras também são semelhantes a laranja, maçã e pêssegos
(ALVES et al., 2008, TACO, 2006).
O conteúdo de ácido ascórbico (12,7 a 60mg/100 g) é superior ao encontrado
para tomate, cajá-manga, caju e laranja comum (TACO, 2006). Possui teor de sódio
(0,6 a 14,47 mg/100g) e potássio (217 a 1583 mg/100g), sendo uma boa opção
para a alimentação de pessoas com problemas cardiovasculares.
Em relação ao conteúdo de aminoácidos livres, o fruto de palma apresenta-se
rico em serina, ácido γ-aminobutírico, glutamina, prolina, arginina e histidina e
metionina (ASKAR Y EL-SAMAHY, 1981). Segundo Stintzing et al. (1999), há
também alto conteúdo de taurina em frutos originários do México e África do Sul,
chegando a 323,6 a 572,1 mg/l. A taurina é um aminoácido intracelular, essencial
para humanos, com altas concentrações no sistema nervoso central (SNC). Possui
importantes atividades fisiológicas, como: proliferação celular, conjugação da bile,
regulação do sistema cardiovascular, pressão arterial e manutenção da integridade