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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Paulo Augusto Fraccaroli Moino
DESEJABILIDADE SOCIAL DA
ASSERTIVIDADE E AS DIMENSÕES
CULTURAIS DE HOFSTEDE NO CONTEXTO
UNIVERSITÁRIO
Taubaté – SP
2007
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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Paulo Augusto Fraccaroli Moino
DESEJABILIDADE SOCIAL DA
ASSERTIVIDADE E AS DIMENSÕES
CULTURAIS DE HOFSTEDE NO CONTEXTO
UNIVERSITÁRIO
Dissertação apresentada para obtenção do
Título de Mestre em Gestão e
Desenvolvimento Regional do Departamento
de Economia, Contabilidade, Administração e
Secretariado da Universidade de Taubaté.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Júlia F. Xavier
Ribeiro.
Taubaté – SP
2007
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rado de Bibliotecas
SIBi/UNITAU
Moino, Paulo Augusto Fraccaroli
Desejabilidade social da assertividade e as dimensões
culturais de Hofstede no contexto universitário / Paulo Augusto
Fraccaroli Moino. – 2007.
108 f.: il.
Dissertação (mestrado) – Universidade de Taubaté,
Departamento de Economia, Contabilidade e Administração,
2007.
Orientação: Profa. Dra. Maria Júlia Ferreira Xavier Ribeiro,
Departamento de Psicologia.
1. Variações culturais 2. Habilidades sociais. 3.
Dimensões culturais de Hofstede. 4. Assertividade. Título.
Paulo Augusto Fraccaroli Moino
DESEJABILIDADE SOCIAL DA ASSERTIVIDADE E AS DIMENSÕES
CULTURAIS DE HOFSTEDE NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO
Dissertação apresentada para obtenção do
Título de Mestre em Gestão e
Desenvolvimento Regional do Departamento
de Economia, Contabilidade, Administração e
Secretariado da Universidade de Taubaté.
Data: __________________
Resultado: ______________
BANCA EXAMINADORA
Prof. _______________________________________ Universidade de Taubaté
Assinatura __________________________________
Prof. _______________________________________ ____________________
Assinatura __________________________________
Prof. _______________________________________ ____________________
Assinatura __________________________________
Dedico este trabalho a todos aqueles que me apoiaram direta ou indiretamente na
realização deste sonho.
AGRADECIMENTOS
Quando nos lançamos a novos desafios, muitas vezes não imaginamos o que nos espera e
geralmente subestimamos as dificuldades que aparecerem ao longo do nosso trajeto. Com
certeza esse foi um deles, porém a experiência também mostra que é dos grandes desafios
que se obtêm as maiores vitórias e tenho certeza que a satisfação de realizar esse projeto
foi enorme e recompensou todo o tempo dedicado e os desafios assumidos.
Agradeço a todos os que compreenderam essa decisão e, além de me cederem seu tempo,
terem paciência e saberem aceitar a minha ausência física ou mental, muitas vezes em
momentos importantes de suas vidas e ainda assim continuam a me apoiar e motivar a
seguir o caminho escolhido, sem hesitar nem jamais pensar em desistir.
Agradeço especialmente à minha família, meus amigos e colegas de trabalho e peço
desculpas pela minha ausência em suas vidas.
Agradeço aos participantes da pesquisa que me forneceram a contribuição necessária à
realização desse trabalho.
Agradeço também à Patrícia Rossi pela ajuda e apoio na aplicação dos questionários de
pesquisa, a Augmar Alfredo Casemiro da Rocha Filho, pelo apoio na gravação das vinhetas.
A todos os funcionários da Unitau que, com sua presteza e eficiência, participaram direta ou
indiretamente desse trabalho.
Agradeço às professoras doutoras Nancy J. Inocente e M. Cristina A. Joly, pelas
contribuições inestimáveis apresentadas por ocasião da qualificação e da defesa deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Agradeço enormemente à minha orientadora Profa. Dra. Maria Júlia Ferreira Xavier Ribeiro
pelo apoio, pelos ensinamentos tão importantes e por estar constantemente me mostrando a
luz no fim do túnel. Sem esse apoio, eu ainda estaria pensando por onde começar a
trabalhar!
Agradeço especialmente à minha esposa Fernanda Pimentel, por tanta paciência,
compreensão e principalmente pelo apoio sempre dado na hora e na dose certa. Sem isso
Fernanda, seria tudo muito mais difícil. Desculpe e minha ausência nesse período!
"O começo da sabedoria é encontrado na
dúvida; duvidando começamos a questionar, e
procurando podemos achar a verdade." (Pierre
Abelard)
RESUMO
Esta dissertação estudou a correlação entre a desejabilidade social da assertividade,
medida pela Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro e as
dimensões culturais de Hofstede, medidas pelo Questionário VSM 94 junto a um universo de
66 estudantes de pós-graduação de uma Universidade do Vale do Paraíba Paulista. A
amostra foi representada por 28 mulheres e 38 homens, 81% dos participantes tinha idade
entre 20 e 35 anos e mais de 15 anos de estudo. Como instrumentos de pesquisa foram
utilizados o Questionário VSM 94 de Hofstede na versão em português e a Escala de
Desejabilidade Social de Assertividade de Moino e Ribeiro, que foi construída com base no
IAI de St. Lawrence et al e posteriormente validada para a amostra estudada, obtendo altos
índices de confiabilidade e consistência interna. Os participantes responderam à Escala de
Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro após assistir ao vídeo composto
por cinco vinhetas com um ator apresentando comportamentos assertivos, de recusa e/ou
solicitação de mudança de comportamento, respondendo, posteriormente ao Questionário
VSM 94 de Hofstede sobre cultura. A pesquisa apresentou como resultado uma correlação
positiva e significativa entre a desejabilidade social da assertividade e o Individualismo,
porém não foi encontrada correlação significativa para a Masculinidade conforme era
esperado. Verificou–se uma tendência positiva (média geral de 3,8) de desejabilidade social
da assertividade. O comportamento assertivo apresentado pelo ator foi julgado como
Assertivo, Justo, Diplomático, Corajoso, Atencioso, Apropriado, Honesto e Verdadeiro,
porém Indiferente, Chato e Antipático. Os valores encontrados para os índices de Hofstede
foram maiores para o Individualismo (IDV) e menores para o Índice de Distância Hierárquica
(IDH) e Orientação de Longo Prazo (OLP), diferenciando bastante os participantes desta
pesquisa dos índices encontrados na literatura para o Brasil.
Palavras-chave: Assertividade. Variações Culturais. Cultura. Habilidades Sociais.
Desejabilidade Social. Psicologia Social.
ABSTRACT
SOCIAL DESIRABILITY OF ASSERTIVENESS AND THE HOFSTEDE’S
CULTURAL DIMENSIONS IN AN UNIVERSITARY CONTEXT
This dissertation studied the correlation between Social Desirability of Assertiveness,
measured by the Moino-Ribeiro Social Desirability of Assertiveness Scale and Hofstede’s
Cultural Dimensions, measured by VSM 94 Questionnaire. Participants were 66 students
from Post-Graduation courses of a Brazilian University in São Paulo State. The universe was
represented by 28 women and 38 men, 81% of participants aged between 20 and 35 years
and more than 15 years of study. Research instruments were Portuguese version of
Hofstede VSM 94 Questionnaire and Moino-Ribeiro Social Desirability of Assertiveness
Scale, which was construed, based on Interpersonal Attraction Inventory of St. Lawrence et
al, and validated afterwards for the researched universe obtaining high consistency and
internal validity. Participants answered to the Moino-Ribeiro Social Desirability of
Assertiveness Scale after watching the video composed by five vignettes with an actor
presenting assertive behaviors of refuse and/or behavior change requests. After that they
answered to the VSM 94 Questionnaire. This research presented the following results
positive and significant correlation between social desirability of assertiveness and
Individualism (IDV), but no significant correlation was found between social desirability of
assertiveness and Masculinity (MAS) as was supposed. A positive trend to social desirability
of assertiveness score (average 3,8). Assertive performance was judged as Assertive, Fair,
Tactful, Superior, Considerate, Appropriate, Honest and Truthful, but Cold, Repulsive and
Unsympathetic. Values encountered for Hofstede’s Indexes were higher for Individualism
(IDV) and lower for Power Distance Index (PDI) and Long Term Orientation (LTO),
establishing gaps among values found in this research and the indexes found in the literature
for Brazil.
Keywords: Cultural Variations. Social Skills. Assertiveness. Culture. Social Desirability.
Social Psychology.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classificação das Habilidades Sociais - Fonte: Del Prette e Del Prette (2001) .. 29
Quadro 2 – Diferenças de Gênero na Avaliação da Assertividade ....................................... 36
Quadro 3 – As Percepções do Comportamento Assertivo.................................................... 37
Quadro 4 – Fatores Gerados Pela Análise Fatorial da Escala de Desejabilidade Social da
Assertividade de Moino e Ribeiro.......................................................................................... 75
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição dos Participantes nas Variáveis Demográficas ................................ 60
Tabela 2 – Distribuição Absoluta e Percentual dos Participantes por Curso ........................ 62
Tabela 3 – Índice de Discriminação e Coeficiente de Correlação (Pearson) entre o Item e
Escore Total........................................................................................................................... 72
Tabela 4 – Análise Fatorial com Rotação Varimax (N=66).................................................... 74
Tabela 5 - Resultados Estatísticos Para a Desejabilidade Social da Assertividade.............. 77
Tabela 6 – Questionário VSM 94: Resultados Estatísticos Para os Índices de Hofstede
Encontrados Nesta Pesquisa ................................................................................................ 78
Tabela 7 - Correlação de Postos (Spearman; Kendall Tau e Pearson). ............................... 79
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Pirâmide da Competência Social – Fonte: Rose-Krasnor (1997) ......................... 26
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 15
1.1 O Problema.................................................................................................... 15
1.2 Objetivos .......................................................................................................17
1.2.1 Objetivo Geral.................................................................................................17
1.2.2 Objetivos Específicos......................................................................................18
1.3 Delimitação do Estudo .................................................................................18
1.4 Relevância do Estudo................................................................................... 20
1.5 Organização do Trabalho.............................................................................21
2 REVISÃO DA LITERATURA..........................................................................23
2.1 Habilidades Sociais e Assertividade...........................................................23
2.2 Desejabilidade Social ................................................................................... 38
2.3 As dimensões das Culturas Nacionais: os estudos de Hofstede............. 42
3 PROPOSIÇÃO................................................................................................ 58
4 MÉTODO........................................................................................................59
4.1 Participantes .................................................................................................59
4.2 Material ..........................................................................................................62
4.2.1 Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro........... 63
4.2.2 Questionário VSM 94......................................................................................64
4.2.3 Vídeo com comportamento assertivo.............................................................. 65
4.3 Pesquisa piloto para adequação dos instrumentos..................................66
4.4 Procedimento de coleta ...............................................................................67
4.5 Tratamento dos dados .................................................................................68
5 RESULTADOS...............................................................................................70
5.1 Validade e confiabilidade da Escala de Desejabilidade Social da
Assertividade de Moino e Ribeiro ............................................................... 70
5.1.1 Análise dos itens............................................................................................. 71
5.1.2 Análise fatorial. ...............................................................................................73
5.2 Desejabilidade Social da Assertividade...................................................... 76
5.3 Dimensões Culturais de Hofstede...............................................................78
5.4 Correlação entre Desejabilidade Social da Assertividade e as Dimensões
de Hofstede ................................................................................................... 79
6 DISCUSSÃO...................................................................................................81
7 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................. 84
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 86
APÊNDICE A – DADOS CENSITÁRIOS DA POPULAÇÃO...............................................91
APÊNDICE B – ESCALA DE DESEJABILIDADE SOCIAL DA ASSERTIVIDADE DE
MOINO E RIBEIRO..............................................................................................................92
APÊNDICE C – TRANSCRIÇÃO DAS VINHETAS .............................................................95
APÊNDICE D – RESUMO DOS DADOS OBTIDOS NA COLETA PILOTO .......................96
APÊNDICE E – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO......................97
APÊNDICE F – RESULTADOS DA ESCALA DE DESEJABILIDADE SOCIAL DA
ASSERTIVIDADE DE MOINO E RIBEIRO..........................................................................99
APÊNDICE G – RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO VSM 94 DE HOFSTEDE.............100
APÊNDICE G – RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO VSM 94 DE HOFSTEDE.............100
APÊNDICE H – RESULTADOS DA CORRELAÇÃO ENTRE OS QUESTIONÁRIOS:
DESEJABILIDADE SOCIAL DA ASSERTIVIDADE E VSM 94 ........................................101
ANEXO A – QUESTIONÁRIO VSM 94 – DIMENSÕES CULTURAIS ..............................102
ANEXO B – FÓRMULAS PARA CÁLCULO DOS ÍNDICES DO QUESTIONÁRIO
VSM 94
DE HOFSTEDE..................................................................................................................107
15
1 INTRODUÇÃO
Esta dissertação versa sobre as habilidades sociais, estudadas na forma de
desejabilidade social da assertividade, e as variações culturais voltadas para o
contexto universitário, pesquisada junto a alunos de pós-graduação, de uma
universidade do Vale do Paraíba Paulista.
Pretendeu-se estudar se variações culturais, medidas pelas dimensões de Hofstede,
refletiam-se em maior ou menor grau de desejabilidade social da assertividade.
Os instrumentos de pesquisa utilizados foram o Questionário VSM-94 de Hofstede e
a Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro, construída
com base no Inventário de Atração Interpessoal IAI (St. Lawrence et al, 1985). A
escolha do universo de pesquisa foi motivada pelo grande aumento no número de
pessoas cursando cursos de pós-graduação e por supormos que esses cursos
pudessem oferecer maior probabilidade de se encontrar variações culturais regionais
por conglomerarem pessoas de diversas regiões.
1.1 O Problema
Em um ambiente globalizado, as pessoas são constantemente expostas às
variações culturais e têm que ser capacitadas para responder a elas. Como essas
variações afetam a disposição para agir dessa ou daquela maneira? Durante uma
interação social, ocorrem os comportamentos de iniciar e manter conversação,
recusar propostas irrazoáveis, apresentar consideração positiva, expressar opiniões
quando o outro já expressou opinião contrária, e tudo tem que se dar de modo a não
16
impedir situações futuras de interesse. Acrescente-se que cada interação ocorre no
contexto de uma cultura específica, entre indivíduos com histórias culturais diversas.
Baseado nessas premissas pretendia-se investigar se o julgamento da
desejabilidade social da assertividade guarda alguma correlação com as dimensões
de Hofstede
Em seu livro “Cultures and Organizations – A Software of the Mind” Hofstede e
Hofstede (2005, p. 116) supõem haver relação direta entre maiores índices de
Masculinidade com maior grau de assertividade.
A pesquisa de Hofstede teve início com Culture´s Consequences (1980), de Geert
Hofstede, que se tornou referência em pesquisas sobre as variações culturais. Foi
traduzido para vários idiomas e pesquisou mais de 100.000 empregados de
empresas multinacionais em mais de cinqüenta países, nos cinco continentes.
As Dimensões de Hofstede de acordo com Hofstede e Hofstede (2005) são:
Índice de Distância Hierárquica (IDH) – Índice que define como o poder é
distribuído nas instituições e organizações de modo geral,
Individualismo x Coletivismo (IDV) – Nesse índice há ênfase sobre a
orientação da cultura nacional em relação à natureza humana,
Masculinidade x Feminilidade (MAS) – Avalia se os valores sociais
dominantes enfatizam a assertividade, dinheiro e bens materiais ou se
recaem sobre o bem-estar das pessoas e a sociabilidade,
17
Índice de Controle da Incerteza (ICI) – Avalia o nível de tolerância das
pessoas em relação a situações incertas ou ambíguas, exigindo leis e regras
mais ou menos rígidas para a sociedade,
Índice de Orientação de Longo Prazo (OLP) – Mede a relação que as
sociedades guardam com o passado, o presente e o futuro, que importância
dão às tradições, diferenciado-se em termos da necessidade de planejamento
de curto ou longo prazo.
A pesquisa da IBM de Hofstede, iniciada em 1980, foi a base de referência para o
estudo das variações culturais neste trabalho.
Considerando que as dimensões culturais guardam relação direta ou indireta com a
assertividade, queríamos estudar se esta relação ocorria e para quais dimensões de
Hofstede, cruzadas com a desejabilidade social da assertividade, haveria correlação
significativa.
1.2 Objetivos
Os objetivos desta pesquisa serão expostos a seguir.
1.2.1 Objetivo Geral
Estudar, em uma população de estudantes de pós-graduação de uma universidade
do Vale do Paraíba Paulista, as variações culturais com base no modelo de Hofstede
e Hofstede (2005) e verificar se estas variações se relacionam ao julgamento de
desejabilidade social da assertividade.
18
1.2.2 Objetivos Específicos
9 Estudar características culturais de estudantes de pós-graduação em
administração e negócios com base nas dimensões propostas por Hofstede e
Hofstede (2005),
9 Comparar os resultados obtidos com os padrões descritos na literatura,
9 Caracterizar o julgamento de desejabilidade social da assertividade desses
estudantes de pós-graduação,
9 Relacionar as dimensões culturais de Hofstede ao julgamento de
desejabilidade social.
1.3 Delimitação do Estudo
Este trabalho se limitou a estudar as tendências de variações culturais,
apresentadas por estudantes de pós-graduação de uma Universidade do Vale do
Paraíba Paulista, em resposta ao questionário VSM 94 de Hofstede e seus reflexos
na avaliação da desejabilidade social da assertividade.
Esta pesquisa avaliou o julgamento da desejabilidade social da assertividade, por
parte dos participantes, após verem os vídeos com as situações assertivas. Não era
objeto deste estudo que eles fizessem uma auto-avaliação da assertividade, mas
sim uma avaliação do comportamento assertivo de outra pessoa, de acordo com a
sua desejabilidade social.
O estudo das habilidades sociais serviu como base para a elaboração da Escala de
Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro. Não se pretendeu
19
analisar, à luz da psicologia, se comportamentos apresentados pelos participantes,
eram mais ou menos assertivos, mais sim o julgamento que estes fizeram, de acordo
com suas experiências de vida, do comportamento assertivo que lhes foi
apresentado por um ator, que foi treinado para apresentar esses comportamentos.
Os participantes viram o vídeo com as vinhetas em situações assertivas e
responderam à Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e
Ribeiro, sem receber nenhum treinamento sobre o assunto ao longo da aplicação da
pesquisa.
O vídeo usado nesta pesquisa foi elaborado com um único ator apresentando
comportamentos assertivos para, posteriormente, serem julgados pelos participantes
da pesquisa como mais ou menos desejáveis. Com isso esta pesquisa ficou limitada
ao julgamento da desejabilidade para comportamentos assertivos em situações de
recusa ou solicitação de mudança de comportamento, sem porém, considerar a
variável mudança de gênero do ator para verificar se haveria mudanças no
julgamento da desejabilidade social da assertividade.
Outras situações de comportamento assertivo não foram consideradas para a
elaboração das vinhetas para julgamento da desejabilidade social da assertividade
e, portanto, não foram estudadas nesta pesquisa.
O tamanho da amostra desta pesquisa não pretendeu atingir tamanho suficiente
para que ela pudesse ser generalizada para a região, para o estado ou para o país,
nem tampouco que ela devesse refletir os mesmos resultados obtidos pelas
pesquisas de Hofstede já aplicadas no país.
20
Não se pretendeu afirmar que os resultados obtidos nesta pesquisa devessem servir
como base para todos os níveis da cultura nacional brasileira, mas sim verificar a
validade das afirmações de Hofstede sobre a relação entre as dimensões culturais e
as habilidades sociais percebidas pelo grupo estudado.
O período tomado como base para a pesquisa foi o ano de 2006 e o universo de
pesquisa foi composto pelos alunos dos cursos de pós-graduação em administração
e negócios da Universidade de Taubaté, ingressados naquela ano.
Não se pretendeu estudar a cultura nacional do ponto de vista antropológico, mas
sim a cultura dos grupos sociais nacionais, classificada por Hofstede e Hofstede
(2005) como Cultura 2, cuja definição está exposta na seção 2 desta pesquisa.
1.4 Relevância do Estudo
Este estudo se mostrou relevante para a análise e/ou avanço do estado atual da
temática, para um tema ainda pouco explorado no Brasil, envolvendo as variações
culturais e a assertividade.
O advento da globalização vem trazendo à tona a necessidade de comunicação
entre pessoas das mais diversas culturas. A capacidade de entender as diferenças
culturais e as formas socialmente hábeis de se comportar numa interação está se
tornando um diferencial competitivo para os profissionais ao interagirem num
mercado de trabalho cada vez mais global.
Os profissionais que não perceberem este diferencial poderão estar fadados a
ocupar apenas cargos nos quais a interação internacional não se faça necessária,
cargos esses cada vez mais raros. Ou terão menores chances de sucesso por não
21
se comportarem adequadamente ou não entenderem corretamente o que os
profissionais estrangeiros pretendem transmitir.
Hofstede (2006) afirma em seus estudos que há correlação entre as dimensões de
Hofstede, principalmente Masculinidade x Feminilidade e a assertividade. Estudos
de pesquisadores brasileiros (ZANELLI, BORGES-ANDRADE; BASTOS, 2004;
FERREIRA, ASSMAR E SOUTO, 2002), bem como de pesquisadores internacionais
(BIRÓ, MESSNARZS; DAVIDSON, 2002; O’KEEFE; O’KEEFE, 2004) também
propõem esta relação. Tais evidências constituíram a motivação para estudar a
relação entre cada uma das dimensões de Hofstede e a Desejabilidade Social da
Assertividade
A forma encontrada para estudar esta correlação foi a aplicação do Questionário
VSM 94 de Hofstede para medir os índices culturais e o julgamento da
desejabilidade social da assertividade, medido pela Escala de Desejabilidade Social
da Assertividade de Moino e Ribeiro.
Hofstede (2006) afirma haver forte correlação entre masculinidade e a assertividade
e esta é a hipótese que se pretende aqui confirmar.
1.5 Organização do Trabalho
Este trabalho se encontra dividido em cinco capítulos e segue uma ordem de
apresentação conforme se descreve a seguir:
O capítulo 1 trata do problema, dos objetivos da pesquisa, da sua delimitação e
relevância, além da organização do trabalho.
22
O capítulo 2 faz a revisão da bibliografia com base nas publicações existentes e
remete o autor à análise crítica dos assuntos abordados e que formam o
conhecimento necessário para realizar esta pesquisa.
O capítulo 3 se encarregou da proposição da pesquisa e das hipóteses levantadas.
O capítulo 4 trata do método de pesquisa utilizado, apresentando o tratamento dos
dados obtidos, o universo e os demais procedimentos de pesquisa.
O Capítulo 5 traz os resultados da pesquisa e confronta as hipóteses levantadas no
capítulo 3.
O Capítulo 6 faz a discussão dos resultados à luz da revisão da literatura
apresentada no capítulo 2.
O Capítulo 7 traz as considerações finais e as sugestões para pesquisas posteriores.
23
2 REVISÃO DA LITERATURA
Esta revisão de literatura remete-nos a estudar as habilidades sociais, mais
especificamente a assertividade, a desejabilidade social e as diferenças culturais
que possam influenciar as pessoas, num ambiente considerado multicultural.
2.1 Habilidades Sociais e Assertividade
Atribui-se a origem do movimento das habilidades sociais a Salter (1949), que é
considerado um dos pais da terapia comportamental. Salter promoveu técnicas para
aumentar a expressividade verbal e facial.
Wolpe (1958) apud Caballo (2003) utilizou pela primeira vez o termo
“comportamento assertivo” referindo-se à expressão de sentimentos negativos e
defesa dos próprios direitos.
A assertividade, que será definida ao longo deste tópico, será aqui considerada
como parte das habilidades sociais e, por isso, algumas definições de habilidades
sociais serão feitas a seguir:
“A capacidade complexa de emitir comportamentos que são reforçados
positivamente ou negativamente, e de não emitir comportamentos que são punidos
ou extintos pelos demais” (LIBET e LEWINSOHN, 1973, apud CABALLO, 2003, p.
5).
24
“A capacidade de expressar interpessoalmente sentimentos positivos e negativos
sem apresentar como resultado uma perda de reforço social” (HERSEN E
BELLACK, 1977, apud CABALLO, 2003, p. 5).
Escolheu-se esta última definição como base científica para a formação da
seqüência de raciocínio desta pesquisa.
O grau em que uma pessoa pode comunicar-se com os demais de modo a
satisfazer os próprios direitos, necessidades, prazeres ou obrigações até um
nível razoável, sem prejudicar os direitos, necessidades, prazeres ou
obrigações similares do outro, e compartilhar esses direitos etc. com os
demais, em um intercâmbio livre e aberto (PHILLIPS, 1978, apud
CABALLO, 2003, p. 5).
Segundo Del Prette et al (2004), “a avaliação do repertório das habilidades sociais
pode focalizar aspectos observáveis e não observáveis do comportamento humano”.
Os aspectos observáveis do comportamento humano podem ser classificados
conforme abaixo:
Os aspectos observáveis referem-se às classes comportamentais amplas
ou molares como fazer e responder (a) cumprimentos e elogios, expressar
opiniões e discordâncias, iniciar, manter e encerrar conversações, fazer
críticas e responder a elas etc. (DEL PRETTE et al, 2004, p. 342).
Os componentes molares referem-se às habilidades gerais e facilmente perceptíveis,
como as acima mencionadas.
Os aspectos observáveis referem-se também, a seus componentes
moleculares verbais e não-verbais, como de tom de voz, contato visual,
gestos, postura etc. (DEL PRETTE et al, 2004, p. 342).
Os componentes moleculares referem-se às habilidades indiretas e geralmente
percebidas de forma mais inconsciente.
25
Há também aqueles aspectos acessíveis somente ao próprio indivíduo e que
“incluem pensamentos, percepções, representações etc., que precedem,
acompanham ou seguem o desempenho social.” (DEL PRETTE et al, 2004, p. 342).
Destacam ainda Del Prette et al (2004) que o caráter cultural também tem influência
sobre as habilidades sociais, principalmente em termos de gênero, idade, ocupação
e papéis sociais, porém os que têm sido mais diretamente afetados são gênero e
idade.
Caballo (2003) ainda considera que podem haver várias culturas dentro de uma
mesma cultura e alguns fatores como sexo, idade, classe social e educação podem
interferir nas habilidades sociais, juntamente como os objetivos almejados, se
houver, de cada membro na interação.
Para Del Prette et al (2004), o advento da globalização e do grande aumento no
volume das comunicações interculturais criou a necessidade da busca por padrões
normativos de uma dada cultura e levou pesquisadores a estudos transculturais.
Estes estudos geralmente direcionam–se para a adaptação e validação de
instrumentos de avaliação do repertório de habilidades sociais ou com objetivo de
orientar intervenções visando à convivência e o ajustamento de indivíduos em
diferentes culturas.
Caballo (2003) e Rose-Krasnor (1997) concordam que as habilidades sociais
dependem do contexto, considerando-se sempre um contexto mutável, e que um
comportamento bem sucedido em uma situação, pode não ter o mesmo resultado
em outra.
26
Alguns autores consideram habilidades sociais como assertividade ou como
competência social, outros as diferenciam. Neste último caso está Rose-Krasnor
(1997, p. 120) que utiliza o prisma da competência social. Este prisma apresenta três
níveis, sendo o superior o da competência social propriamente dita, classificado
como teórico. O nível intermediário, dos índices, é compreendido pelos contextos
próprios e dos outros. O inferior é compreendido pelas motivações e habilidades e é
chamado nível das habilidades, no qual, segundo a autora, se encaixariam as
habilidades sociais.
Figura 1 - Pirâmide da Competência Social – Fonte: Rose-Krasnor (1997)
Em um estudo sobre habilidades sociais com universitários, Del Prette e Del Prette
(2003) observaram que a maior parte dos cursos de nível superior, no Brasil, forma
profissionais capacitados analítica e instrumentalmente, porém deixam a desejar
quanto às habilidades sociais e interpessoais dos alunos, habilidades essas
indispensáveis a quase todas as áreas de formação nos dias atuais.
27
Para Alberti e Emmons (1978, 1995) a assertividade é a expressão de sentimentos,
pensamentos e percepções de forma adequada, defendendo seus direitos sem ferir
os dos outros de forma a atingir seus objetivos, sem prejudicar as relações futuras
com os mesmos. Ou seja, o indivíduo utiliza entonação, latência e fluência da fala
adequadas, ouve os outros para então responder,
Ainda para eles, a não-assertividade ocorre quando o emissor não expressa seus
pensamentos e sentimentos ao receptor, indo muitas vezes contra a sua própria
vontade ou deixando de defender-se por medo de prejudicar sua relação futura com
o receptor. A não-assertividade nega e inibe a expressão de sentimentos, levando a
pessoa a sentir-se ferida, frustrada, ansiosa e autodesvalorizada.
Já a agressividade, às vezes, permite atingir objetivos desejados, mas magoa ou
prejudica os demais, fazendo escolhas por eles, além de os desvalorizar.
As dimensões comportamentais, mais comumente aceitas, para as habilidades
sociais são (CABALLO, 2003, p. 8):
Fazer elogios,
Aceitar elogios,
Fazer pedidos,
Expressar amor, agrado e afeto,
Iniciar e manter conversações,
Defender os próprios direitos,
Recusar pedidos,
28
Expressar opiniões pessoais, inclusive o desacordo,
Expressar incômodo, desagrado ou enfado justificados,
Pedir mudança de conduta do outro,
Desculpar-se ou admitir ignorância,
Enfrentar as críticas,
Solicitar satisfatoriamente um trabalho,
Falar em público.
Nesta pesquisa serão utilizadas as dimensões comportamentais: Recusar pedidos e
pedir mudança de conduta do outro para elaboração das vinhetas do vídeo com os
comportamentos assertivos para aplicação da Escala de Desejabilidade Social da
Assertividade de Moino e Ribeiro.
29
Já Del Prette e Del Prette (2001, p.60) definem as principais habilidades sociais e as
classificam de acordo com a análise de seu conteúdo e funcionalidade, conforme se
apresenta no Quadro 1:
HS de comunicação HS assertivas, direito
e cidadania
HS do trabalho
Fazer e responder
perguntas,
Pedir feedback,
Dar feedback,
Gratificar/ elogiar,
Iniciar, manter e
encerrar conversação.
Manifestar opinião,
concordar, discordar,
Fazer, aceitar e recusar
pedidos,
Desculpar-se, admitir
falhas
Interagir com autoridade,
Estabelecer
relacionamento afetivo
e/ou sexual,
Encerrar relacionamento,
Expressar raiva/
desagrado e pedir
mudança de
comportamento,
Lidar com críticas.
Coordenar grupo,
Falar em público,
Resolver problemas,
tomar decisões e
mediar conflitos,
HS educativas
HS de civilidade HS empáticas HS de expressão de
sentimento positivo
AUTOMONITORIA
Dizer por favor,
Agradecer,
Apresentar-se,
Cumprimentar,
Despedir-se.
Parafrasear,
Refletir sentimentos,
Expressar apoio.
Fazer amizade,
Expressar a
solidariedade,
Cultivar o amor.
Quadro 1 - Classificação das Habilidades Sociais - Fonte: Del Prette e Del Prette
(2001)
Del Prette e Del Prette (2001) ressaltam que as modalidades das habilidades
sociais, constantes do Quadro 1, podem se sobrepor ou até se mesclar em
determinadas situações, pois não é possível exercer um controle rígido sobre a
divisão estabelecida no Quadro 1.
30
De maneira muito semelhante à classificação de Del Prette e Del Prette (2001),
Caballo (2003) também classifica as habilidades sociais em duas categorias: as
molares e as moleculares, sendo que as primeiras referem-se às habilidades gerais
como, por exemplo, defesa dos direitos, habilidade heterossocial, e as últimas
referem-se a contato visual, postura, volume e tom de voz, por exemplo.
Caballo (2003) afirma que apesar da categoria molecular ser altamente objetiva e
confiável, questiona-se o valor desta categoria para a avaliação das habilidades
sociais, pois não se sabe ao certo que elementos moleculares constituem uma
determinada conduta molar.
Para Caballo (2003), apesar de muitos autores definirem, recentemente de forma
empírica e sistemática, que elementos de resposta são críticos para as habilidades
sociais, outros autores selecionaram elementos componentes da conduta hábil,
usando a psicologia social e baseando-se em estudos de comunicação interpessoal
que mostraram, experimentalmente, a importância de determinados elementos
verbais e não-verbais.
Caballo (2003) ainda acredita que o enfoque molecular seja uma estratégia
indispensável para a pesquisa das habilidades sociais. A comunicação não-verbal é
inevitável na presença de outras pessoas, ou seja, toda interação pessoal estaria
sujeita aos componentes não-verbais, mesmo que as pessoas não tenham
consciência disso. Um indivíduo pode ser incapaz de se comunicar verbalmente na
presença de outro, porém continuará emitindo mensagens sobre si mesmo aos
demais por meio de seu corpo.
31
Muitos comportamentos não-verbais são tomados como conscientes e indicam
comunicação direta como, por exemplo, o gesto de apontar direção ou objetos,
porém a maior parte dos componentes não-verbais é entendida de forma não-
consciente pelos interlocutores, a não ser que os mesmos sejam treinados para
interpretá-las.
A comunicação não-verbal é usada para formar impressões das outras pessoas
levando-se a ter empatia ou repulsa sem muitas vezes nem se saber o por quê.
As mensagens não-verbais têm a função de substituir palavras, reforçar ou enfatizar
uma mensagem verbal, e também servem para regular a interação, como, por
exemplo, numa conversação uma pessoa sinalizará a outra, com um assentimento
de cabeça ou com um olhar, que é a sua vez de tomar a palavra. E, finalmente, a
mensagem não-verbal pode contradizer a mensagem verbal, que geralmente ocorre
de forma não-consciente e não intencional, mais pode revelar através de gestos o
verdadeiro sentimento, que pode estar sendo negado na mensagem verbal.
Para Alberti e Emmons (1978, p. 47) “as condutas hábeis requerem uma expressão
facial que esteja de acordo com a mensagem. Já se viu alguém tentando expressar
raiva enquanto sorri ou dá risada?”
Ressalta-se, ainda, que condutas não-verbais provocam, normalmente e de forma
não-consciente, condutas não-verbais recíprocas.
Del Prette e Del Prette (2001, p.33) defendem que “a idéia de que pessoas
socialmente competentes são as que contribuem na maximização de ganhos e na
minimização de perdas para si e para aquelas com quem interagem”.
32
Bandeira et al (2005) relacionam o comportamento assertivo com um baixo grau da
ansiedade e elevada auto-estima. Para as autoras, pessoas mais ansiosas tendem a
ser menos assertivas por medo de avaliações negativas e por considerarem as
situações, que demandam de comportamentos assertivos, como uma ameaça.
St. Lawrence et al (1985) estudaram 835 estudantes universitários que avaliaram
videotapes com situações recomendatórias, de conflito social ou ambas em
conjunto, representadas por atores de ambos os sexos, com comportamentos
assertivos e não assertivos. Os videotapes apresentavam situações onde um ator ou
atriz aparecia interagindo com outra pessoa que era ouvida mais não era vista para
não influenciar na resposta dos avaliadores.
Após ver os videotapes, os estudantes respondiam a um inventário chamado
Interpersonnal Atraction Inventory, composto por 26 perguntas com respostas numa
escala de Likert de 7 pontos. Das 26 perguntas 24 eram formadas por adjetivos
(como por exemplo: assertivo, apropriado, amigável, honesto, flexível) e seus
antônimos na outra extremidade da escala, com a finalidade de descrever o
comportamento dos atores. Esses adjetivos foram validados como sensíveis à
atração interpessoal e à desejabilidade social.
Os resultados indicam que comportamentos assertivos em situações de conflito
social são avaliados como honestos e competentes, mais foram avaliados como
notavelmente indesejáveis e insensíveis do ponto de vista da desejabilidade social.
Por outro lado, os atores que se comportaram de forma pouco assertiva, nas
situações de conflito social, foram avaliados mais positivamente nos adjetivos
amável e sensível, mais foram julgados menos favoravelmente em termos de
competência e honestidade.
33
Fisch e McCord (1987) avaliaram a relação entre a orientação sexual e as
habilidades sociais em 59 estudantes de psicologia do sexo feminino que foram
classificadas como: masculinas, femininas, andróginas ou indiferenciadas de acordo
com a escala aplicada PRF-Andro, que tem a função de medir características da
personalidade humana, relativas às tendências de masculinidade e feminilidade.
Não foi possível encontrar correlações significativas entre as avaliações que os
pesquisados fizeram das habilidades sociais dos locutores, das narrações da
pesquisa e a auto-avaliação da orientação sexual obtida no questionário PRF-Andro,
a não ser para o fator habilidade de conversação, definida pelos autores como a
habilidade de se iniciar e manter uma conversação aceitável, apropriada e amigável
com um estranho.
Os resultados encontrados reforçam as afirmações de: Baucom; Danker-Brown,
1983; Bem et al, 1976; Burger; Jacobson, 1979; Foushee et al, 1977; kelly et al,
1981; Orlofsky; Windle, 1978; Parelman, 1983; Reiser; Troost, 1986, citados por
Fisch; McCord (1987), de que em algumas situações a feminilidade por si só ou
combinada com a masculinidade, contribuem para um melhor comportamento e
ajuste social.
A pesquisa de Delamater; McNamara (1985) com estudantes universitárias,
previamente classificadas como assertivas ou pouco assertivas, por um questionário
de auto-avaliação, foram posteriormente convidadas a dirigir um outro estudante,
(treinado para a situação sem que os participantes da pesquisa soubessem) na
execução de três tarefas com ambas as mãos e avaliar o seu desempenho após a
execução das tarefas usando o inventário Interpersonnal Evaluation Inventory.
34
Para Delamater e McNamara (1985), estudos têm demonstrado que muito embora
indivíduos assertivos sejam percebidos como altamente competentes e habilidosos,
são constantemente desvalorizados por serem percebidos como pouco amáveis,
desejáveis e sensíveis. Esse efeito, como um todo, pode ser moderado por variáveis
como: gênero, raça e as variações culturais.
Campbell, Kleim e Olson (1986) se basearam no estudo de Jackson e Houston
(1975) que afirmava que mulheres norte-americanas atraentes eram mais assertivas
que as mulheres pouco atraentes e tentaram expandir a pesquisa em termos de
atratividade física e assertividade, estudando indivíduos de ambos os sexos.
Vinte e um universitários e quarenta e uma universitárias responderam a questões
ambíguas enquanto eram filmados e os filmes foram analisados posteriormente em
termos de ordem da fala, duração da fala, volume da fala e assertividade. Os
participantes da pesquisa também completaram a um questionário de auto-avaliação
da assertividade. O quesito atratividade física foi avaliado por dois juízes de cada
sexo que classificaram os participantes da pesquisa numa escala variando de muito
atrativos até muito pouco atrativos.
Os achados de Campbell, Kleim e Olson (1986) foram que as mulheres fisicamente
mais atrativas falam menos e respondem mais prontamente às perguntas que as
pouco atrativas, talvez por se sentirem mais seguras e terem menor necessidade de
justificar suas opiniões. A variável volume de voz não foi influenciada pela variação
da atratividade física. Para os homens nenhuma variável apresentou diferença
notável com a variação da atratividade física.
35
O quadro a seguir mostra uma compilação de vários autores que estudaram a
influência do gênero sobre a avaliação da assertividade:
36
Autor Tema Resultado
Gormally
(1982)
Evaluation of Assertiveness:
Effect of Gender, Rater
Involvement and level of
assertiveness
Não foram encontradas diferenças de gênero em
sua pesquisa. Avaliadoras do sexo feminino não
apresentaram diferenças na avaliação de gravações
de situações de atores de ambos os sexos durante
uma conversa telefônica. Sua resposta foi parcial
por não avaliar o julgamento do sexo masculino
Campbell,
Kleim e Olson
(1986)
Gender, Physical
Attractiveness and
Assertiveness
Mulheres fisicamente mais atrativas falam menos e
respondem mais prontamente às perguntas que as
menos atrativas. Para o sexo masculino a
assertividade não apresentou diferença notável com
a variação da atratividade física
Delamater;
McNamara
(1985)
Perceptions of
Assertiveness by High- And
Low-Assertive Female
College Students
Não obtiveram respostas concretas sobre a
influência do gênero sobre a avaliação da
assertividade
Frisch; McCord
(1987)
Sex Role Orientation and
Social Skill: A Naturalistic
Assessment of Assertion
and Conversational Skill
Estudantes do sexo feminino foram classificadas
como: Masculinas, Femininas, andróginas ou
indiferenciadas e posteriormente foram avaliadas
por questionários de auto-avaliação quanto a suas
habilidades sociais.
As respondentes com orientação sexual masculina
obtiveram melhores índices para as habilidades
sociais
Schroeder,
Rakos e Moe
(1983)
The Social Perception of
Assertive Behavior as a
Function of Response Class
and Gender
Não pôde encontrar diferenças de gênero
significativas
Kelly et al
(1980)
Reactions to Assertive
Versus Unassertive
Behavior: Differential Effects
for Males and Females and
Implications for
Assertiveness Training
Comportamentos assertivos exibidos por mulheres
foram avaliados mais negativamente que
comportamentos assertivos exibidos por homens.
Fiedler e
Beach, 1978;
Lao et al, 1975;
Trower, Bryant
e Argyle, 1978
apud
Delamater e
McNamara
(1986)
The Social Impact of
Assertiveness: Research
Findings and Clinical
Implications
A Asserção é, geralmente, vista como um
comportamento inapropriado para mulheres.
Quadro 2 – Diferenças de Gênero na Avaliação da Assertividade
37
Autor Tema Resultado
Gormally
(1982)
Evaluation of Assertiveness:
Effect of Gender, Rater
Involvement and level of
assertiveness
Avaliadores conhecidos dos atores avaliaram
comportamentos passivos apresentados por
esses atores como mais desejáveis. Avaliadores
desconhecidos dos atores avaliaram
comportamentos assertivos apresentados por
esses atores como mais desejáveis
Lewis e Gallois
(1984)
Disagreements, Refusals, or
Negative Feeling:
Perceptions of Negatively
Assertive Messages from
Friends and Strangers
Expressões de discordância foram avaliadas
mais positivamente que expressões de
sentimentos negativos.
Amigos que expressaram discordância foram
avaliados mais favoravelmente que estranhos,
porém amigos que se recusaram a atender a um
pedido foram avaliados como insensíveis e
menos habilidosos socialmente que estranhos.
Schroeder,
Rakos e Moe
The Social Perception of
Assertive Behavior as a
Function of Response Class
and Gender
A avaliação dos comportamentos assertivos e a
percepção do grau de assertividade variaram
com a classe de resposta.
A expressão de sentimentos positivos, ao iniciar
interações ou solicitar mudança de
comportamento alcançou as avaliações sociais
mais positivas, enquanto que a expressão de
sentimentos negativos ao iniciar interações ou
solicitar mudança de comportamento alcançou
as avaliações sociais menos positivas.
Kelly et al
(1980)
Reactions to Assertive
Versus Unassertive
Behavior: Differential Effects
for Males and Females and
Implications for
Assertiveness Training
Pessoas assertivas foram avaliadas como mais
desejáveis socialmente para os adjetivos:
competência, habilidade e realizações e, por
outro lado, menos desejáveis socialmente nos
quesitos: atratividade, calor humano,
flexibilidade e amizade.
St. Lawrence et
al (1985)
Situational Context: Effects
on Perceptions of Assertive
and Unassertive Behavior
Comportamentos assertivos em situações de
conflito foram avaliados como competentes e
honestos, porém foram descritos como
extremamente indesejáveis e insensíveis.
Modelos assertivos que apresentaram HS
recomendatórias, foram avaliados como
competentes e honestos, enquanto modelos
pouco assertivos que falharam ao apresentar
HS recomendatórias foram avaliados menos
favoravelmente.
Quadro 3 – As Percepções do Comportamento Assertivo
38
Os quadros 3 e 4 mostram os resultados obtidos por diversos pesquisadores quanto
ao relacionamento da assertividade com gênero e quanto à desejabilidade ou
avaliação social.
Alberti e Emmons (1978 p. 28) afirmam que “um comportamento assertivo
apropriado aumenta a auto-apreciação do emissor e uma expressão honesta de
seus sentimentos.”
Ainda para eles é comum confundir comportamentos assertivos com
comportamentos agressivos, porém isso é um grande erro, pois o comportamento
assertivo não envolve ferir a outra pessoa.
Heisler e Shipley, 1977; Pitcher e Meikle, 1980 apud Delamater e McNamara,
(1986); Lange e Jakubowsky, (1977); Romano e Bellack, (1980); Bandeira et al
(2005) e Falcone (2001) sugerem que a adição do componente empatia no contexto
da assertividade pode minimizar qualquer avaliação negativa da assertividade.
Dellamater e McNamara (1986), ainda sugerem que a adição do componente
empatia pode minimizar efeitos potencialmente negativos da assertividade e tornar
as reações interpessoais mais favoráveis.
2.2 Desejabilidade Social
Gordon (1951) descreve que a razão primordial para a baixa validade dos
questionários de personalidade é a motivação que a maior parte dos respondentes
tem para escolher itens com alternativas socialmente mais aceitáveis que aqueles
que realmente julgam serem mais adequados para consigo mesmo.
39
Um método sugerido pelo autor para atacar esse fenômeno seria o método da
alternativa forçada (forced-choice method). Este método envolve a apresentação de
pares de itens que foram previamente equalizados para a preferência, mas se
diferenciam em critério.
A principal hipótese fundamentada nesta técnica, para avaliação da personalidade, é
que se dois itens são igualmente depreciativos, do ponto de vista do grupo social,
indivíduos, para os quais um dos itens é mais aplicável, tendem a perceber aquele
item como sendo menos depreciativo. Logo, se um indivíduo tende a fazer escolhas
socialmente desejáveis, é forçado a escolher um dos itens como sendo menos
parecidos com seu próprio perfil, em detrimento do grupo social, ele vai escolher o
item que ele perceba ser o mais depreciativo, o qual vai tender a ser o item menos
parecido com o seu desejo pessoal de escolha.
Para Edwards (1953) a probabilidade de endosso de um item aumenta com o
julgamento de desejabilidade daquele item. Isso não quer dizer necessariamente
que os respondentes estão deturpando suas respostas nos questionários. Pode
ocorrer que características pessoais, que são julgadas como desejáveis, sejam
justamente aquelas mais difundidas ou comuns entre os membros de um grupo
cultural, ocorrendo mais facilmente a interferência do fenômeno da desejabilidade.
Robertson e Anderson (1993) afirmam que se os indivíduos podem projetar seus
desejos, anseios, pensamentos e impressões dentro de uma situação, então eles
poderão gerar respostas socialmente desejáveis e sugerem que um método para
minimizar esse efeito em respostas a questionários seria a utilização de itens de
pesquisa com perguntas na terceira pessoa, com o intuito de prover respostas mais
confiáveis.
40
Para Bernardi (2006) a desejabilidade social pode ser usada de duas formas: como
uma qualidade de certos itens de medida (avaliação), ou como um construto que é
parte da personalidade dos respondentes. Em ambos os casos podem ocorrer
ruídos nas medições. A desejabilidade social pode ser desejável num determinado
tipo de pesquisa e totalmente indesejável em outros.
Crowne e Marlowe (1960, p. 394), definem a desejabilidade social como uma escala
de valores para qualquer expressão da personalidade, indicando uma tendência
pessoal para um contínuo da desejabilidade social.
Para Gormally (1982) há dois tipos de tendências nas respostas para a
desejabilidade social: o respondente pode querer ser socialmente ou culturalmente
desejável ou, por outro lado, querer ser socialmente ou culturalmente indesejável.
Paulhus (1984) classifica essas tendências como: gerenciamento da impressão ou
do impacto (do inglês impression management), similar à tendência socialmente
desejável ou auto-decepção (do inglês self-deception) similar à tendência
indesejável.
Crowne e Marlowe (1960) também atribuem às tendências desejável e indesejável
os conceitos “fingir para o bem” (do inglês faking good) ou “fingir para o mal” (do
inglês faking bad)
“A desejabilidade social se refere à influência dos valores pessoais, valores culturais,
crenças e percepções que cada indivíduo usa como critério de seleção de decisão
ou escolha de resposta diante de uma situação social.” (CROWNE e MARLOWE
1960)
41
Logo, pode–se concluir também que a desejabilidade social é fortemente
influenciada pela cultura.
Pasquali (1998) adverte que não há respostas certas ou erradas para questões que
envolvem atitudes da personalidade, pois a resposta é puramente uma questão de
preferência, gostos ou simplesmente desejabilidade, como diz o próprio nome.
Pereira, Camino e Da Costa (2004 p. 510) discutindo os sistemas de crenças e
valores, afirmam que “as diferenças entre valores ocorrem tanto no grau de
preferência que as sociedades dão aos sistemas de valores quanto nos tipos de
contextos em que as preferências são efetivadas.”
Crowne e Marlowe (1960), concluem que como em qualquer questionário de auto-
avaliação, a desejabilidade social é função das influências sociais, culturais e
também do contexto da resposta ou da situação.
Loo e Thorpe (2000) afirmam que medidas de auto-avaliação estão sujeitas à
distorção e podem resultar em problemas sérios de validade de resposta, porém
ainda são as melhores ferramentas para estudos das situações sociais. Para atenuar
esse problema, os autores sugerem o uso da Escala de Desejabilidade Social de
Marlowe-Crowne MCSD (The Marlowe-Crowne Social Desirability Scale).
Os conceitos escolhidos como base para a construção da Escala de Desejabilidade
Social da Assertividade de Moino e Ribeiro baseiam-se na MCSD (The Marlowe-
Crowne Social Desirability Scale) de Crowne e Marlowe (1960) e no IAI
(Interpersonal Attraction Inventory) de St. Lawrence et al (1985).
42
Lembrando que o intuito principal deste trabalho é o estudo da correlação entre as
dimensões culturais de Hofstede e a desejabilidade social da assertividade, remeter-
se-á aos estudos de Hofstede.
2.3 As dimensões das Culturas Nacionais: os estudos de
Hofstede
Existem inúmeras definições para cultura, porém é possível concentrá-las em duas
linhas de pensamento (MATOS, 2002, p. 66–67): Os Neo-evolucionistas que vêem a
cultura como um sistema adaptativo e os Idealistas (ZANELLI, BORGES-ANDRADE
e BASTOS 2004) que têm três abordagens diferentes e vêem a cultura como:
sistemas cognitivos, sistemas estruturais ou sistemas simbólicos.
Nos sistemas adaptativos as culturas são sistemas que servem para adaptar as
comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos.
Para os sistemas cognitivos a cultura é considerada um sistema de conhecimento e
consiste em tudo aquilo que alguém tem que conhecer ou acreditar para operar de
maneira aceitável numa sociedade. Nos sistemas estruturais a cultura é tratada
como um sistema simbólico que é uma criação acumulativa da mente humana. Já
para os sistemas simbólicos a cultura não deve ser considerada como um complexo
de comportamentos concretos, mas sim um conjunto de mecanismos de controle
para governar o comportamento.
Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004 p. 411) ainda descrevem a cultura, do ponto
de vista da psicologia, como fonte de expressão do inconsciente humano, formas de
cognição que caracterizam diferentes comunidades, tais como símbolos
43
compartilhados, ou ainda como valores básicos profundamente arraigados que
influenciam e explicam os comportamentos e as formas de agir dos indivíduos e dos
grupos.
Dos diversos conceitos de cultura existentes trabalhar-se-á com o conceito de
cultura antropólogo, compilado de Kluckhohn e Strodtbeck (1961, apud MULDER,
2005, p. 146 – 147) para cultura:
Cultura consiste em formas padronizadas de pensar, sentir, agir e reagir,
adquiridas e transmitidas principalmente por símbolos, resultando na
constituição de grupos sociais distintos e a alma da cultura consiste de
idéias tradicionais e especialmente seus valores herdados.
Dentro da visão da Cross-Cultural Psychology tem-se várias definições como, por
exemplo:
“Cultura consiste de programas mentais compartilhados que condicionam respostas
individuais de acordo com o ambiente externo”. (HOFSTEDE apud THOMAS;
INKSON, 2003, p. 22)
Cultura é um conjunto relativamente estável de valores e crenças internos,
geralmente pertencentes a grupos de pessoas em países ou regiões e que
tem um impacto notável sobre os valores e crenças das pessoas resultando
em comportamentos que influenciam o ambiente externo. (PETERSON,
2004, p. 17)
Alguns conceitos sobre cultura aparecem denominados como cross-cultural
psychology, intercultural communication competence, multicultural competence,
intercultural competence, cultural intelligence, cultural competence, e muitos outros.
Deve-se considerar também que existem diferenças entre os termos intercultural e
cross-cultural usados pelos meios acadêmicos, segundo Mulder (2005).
44
Os dois termos referem-se praticamente à mesma coisa, porém os pesquisadores
que utilizam o termo Intercultural deveriam estar se referindo às diferenças culturais
entre dois paises basicamente. Os pesquisadores que utilizam o termo Cross-
Cultural, como é o caso de Hofstede, deveriam estar se referindo a estudos de mais
que três países simultaneamente e o termo em português mais próximo desta
definição seria Multicultural. A partir de agora usar-se-á os termos Intercultural e
Multicultural como convenções brasileiras para os termos em inglês.
Hofstede (2003) apresenta os níveis de manifestação de uma cultura como
camadas, tendo como núcleo os valores e a seguir os rituais, heróis e os símbolos,
como práticas culturais.
Schein (2004) apresenta conceitos de cultura um pouco diferentes dos conceitos de
Hofstede (2003), porém com características bastante semelhantes. Assim sendo,
para Schein (2004) a cultura se manifestará por meio dos níveis de artefatos
observáveis, valores compartilhados, normas e regras de comportamento dos
grupos.
Hofstede utiliza o artifício da generalização para definir as características culturais de
cada país, pois interessa enxergar a cultura em nível nacional para que se possam
comparar as diferenças entre países e não entre pequenos grupos ou comunidades.
Esta atitude incorre no risco de rotular todos os elementos de um país, mesmo que
haja muitas exceções, pois a generalização representa a maioria e não a totalidade.
Por exemplo, nem todo Norte Americano é individualista, assim com nem todo
Brasileiro é coletivista.
45
Para Mulder (2005) a estereotipagem é um erro que não se deve cometer nas
pesquisas sobre cultura, pois ela reflete geralmente um aspecto negativo e induz a
comportamentos negativos e ao preconceito. Diferentemente da generalização que
está baseada em princípios científicos a estereotipagem muitas vezes está baseada
em idéias pré-concebidas baseadas em rivalidade, inveja, ciúme ou preconceito. O
pior exemplo de estereotipagem é o racismo.
Em 1980 Geert Hofstede publicou Culture´s Consequences. Pesquisou mais de
100.000 empregados de empresas multinacionais em mais de cinqüenta países, nos
cinco continentes (HOFSTEDE; MCCRAE, 2004) e sua pesquisa se tornou a maior
fonte de referência em todo o mundo (GOUVEIA; CLEMENTE, 2000) sendo
traduzido para vários idiomas.
Em uma revisão publicada em 1994, Sondergaard analisou o impacto da proposta
de Hofstede. Sua revisão baseou-se na coleção de citações de material publicado e
não publicado que se referiam à obra de Hofstede, no período compreendido entre
1980 e 1993. Classificou o material colhido em quatro formas de impacto: citações
nominais, revisões, replicações empíricas e paradigma. Sua revisão destaca a forte
presença de referências à obra Culture’s Consequences e a ampliação da visão dos
estudos nacionais para estudos multiculturais. Grande número de replicações, com
outros respondentes, confirmou as quatro dimensões do VSM (a quinta dimensão foi
incluída em 1994), embora com variações nos resultados ou na direção predita dos
mesmos. O emprego da proposta de Hofstede como paradigma em estudos que
focalizavam a interação multicultural incluiu tópicos como cooperação bicultural,
assimilação cultural, transferência de tecnologia, transferência de idéias gerenciais,
relatividade de normas sociais e cultura corporativa, tomada de decisão e
46
formulação de estratégia, seleção e treinamento, e marketing. O uso das dimensões
de Hofstede contribui para que “as teorias e explanações sejam postas em uma
perspectiva esclarecedora” (Sondergaard, 1994).
Ainda assim, o trabalho de Hofstede foi criticado (BEARDEN et al, 2005; FANG,
2003; MCSWEENEY, 2003; SPECTOR et al, 2001; TROMPENAARS et al, 1997). As
falhas apontadas se baseiam principalmente em que:
1. Questionários de pesquisa fechados não são os melhores instrumentos para
medir cultura,
2. O sistema de apuração das dimensões não está suficientemente
desenvolvido,
3. A unidade nacional (país) não é a melhor unidade de análise para estudar a
cultura,
4. Uma única empresa pesquisada num determinado país não pode
representar uma cultura nacional,
5. Os dados utilizados por Hofstede estão desatualizados,
6. Quatro dimensões de cultura não são capazes de mostrar todos os traços,
características, comportamentos, costumes e atitudes de uma cultura. Esta
crítica é feita aos trabalhos anteriores ao VSM 94.
7. As propriedades psicométricas do questionário não são suficientes para
recomendar seu uso.
Em resposta às críticas, Hofstede (2002a, 2002b) reafirma que seu conceito de
cultura, bem como as dimensões nas quais propôs sua análise, não devem ser
tomados como coisas, mas como construtos com finalidades epistemológicas.
Como “forças” na física, “programas mentais” são intangíveis, e os termos
que os usamos os descrevem como constructos. Um constructo é um
produto de nossa imaginação, construído para ajudar o nosso
47
entendimento. Constructos não “existem” em um sentido absoluto. Nós
definimos sua existência (HOFSTEDE, 2002b, p. 5).
Em um trabalho posterior, em que compara o projeto GLOBE aos seus próprios,
Hofstede (2006) reitera: “dimensões não devem ser reificadas” (2006, p. 894). Neste
trabalho, denominado “O que o GLOBE mede? As mentes dos pesquisadores vs as
mentes dos respondentes”, volta a um argumento que aparece nas respostas às
críticas já referidas: o conceito de cultura depende não apenas do que se observa,
mas do modo como se observa. “Se ele existe, está em nossas mentes – nós temos
que definir sua existência” (HOFSTEDE, 2006, p. 895).
Apesar de todas as críticas acima, o trabalho de Hofstede ainda serve como critério
básico para muitas pesquisas multiculturais (GOUVEIA; CLEMENTE, 2000).
Em 1994 o questionário VSM 94 (Values Survey Module) de Hofstede, que é o
questionário para coleta de dados para as dimensões culturais, foi atualizado e
passou a considerar cinco dimensões culturais ao invés das quatro anteriormente
utilizadas, passando a se chamar VSM 94. Como esse questionário foi utilizado na
presente pesquisa, será descrito detalhadamente.
As cinco dimensões de Hofstede, medidas pelo VSM 94, são:
Índice de Distância Hierárquica (IDH),
Individualismo x Coletivismo (IDV),
Masculinidade x Feminilidade (MAS),
Índice de Controle da Incerteza (ICI),
Índice de Orientação a Longo Prazo (OLP).
48
Explicando o significado de cada uma, têm-se (HOFSTEDE; HOFSTEDE 2005):
Índice de Distância Hierárquica (IDH): Foca o grau de igualdade ou desigualdade
entre as pessoas na sociedade de um país. Quanto mais alto for esse valor maior
será a diferença de poder admitida e indicará que aquela sociedade tende a seguir
um modelo mais hierarquizado de poder que não permite facilmente a ascensão dos
cidadãos. Um valor baixo indica que aquela sociedade não enfatiza as diferenças de
poder entre os cidadãos e nessas sociedades há maior igualdade e oportunidade
para todos os cidadãos.
Individualismo x Coletivismo (IDV) Foca o grau em que a sociedade reforça os
valores individuais ou coletivos na realização dos relacionamentos interpessoais. Um
valor alto indica que a individualidade e os interesses individuais superam o coletivo.
Indivíduos nessa condição tendem a formar relações mais superficiais e menos
duradouras, porém com um maior número de pessoas. Por outro lado um número
baixo indica uma natureza coletiva maior e com ligações mais fortes entre os
indivíduos. Estas culturas reforçam a extensão das famílias e uma coletividade, na
qual os membros do grupo tendem a assumir as responsabilidades dos novos
elementos imitando um modelo familiar.
Masculinidade x Feminilidade (MAS) Foca o grau em que a sociedade reforça ou
não o modelo de trabalho, controle e poder tradicionalmente masculino. Um valor
alto indica que o país experimenta um maior grau de diferenciação entre os sexos.
Nessas culturas os homens dominam uma porção significante da sociedade e da
estrutura de poder, com as mulheres sendo controladas pela dominação masculina.
Um valor baixo indica que o país apresenta pouca diferenciação entre sexos e pouca
49
discriminação de gênero. Nessas culturas, as mulheres são tratadas de forma
igualitária aos homens em todos os aspectos da sociedade.
Índice de Controle de Incerteza (ICI) Foca o nível de tolerância à incerteza e
ambigüidade na sociedade. Um valor alto indica que o país apresenta baixa
tolerância à incerteza e ambigüidade. Isso cria uma sociedade orientada por leis,
regras, controles e regulamentos mais rígidos a fim de reduzir a incerteza. Um valor
baixo indica que o país se preocupa menos com incerteza e a ambigüidade e
apresenta maior tolerância para uma variedade de opiniões sem que isso cause o
caos da sociedade. Isso se reflete numa sociedade menos orientada por, e
dependente de regras e, que aceita mudanças mais rápidas e também correr
maiores riscos.
Índice de Orientação a Longo Prazo (OLP) Foca o nível em que uma sociedade se
apega ou não a valores e pensamentos de longo termo (tradições). Um alto valor
indica que o país demanda de valores mais estáveis antigos e incorporados à sua
cultura e respeito às tradições. Imagina-se que isto favoreça à ética do trabalho onde
os resultados futuros são esperados em função da dedicação atual ao trabalho.
Porém, os negócios podem levar mais tempo para se desenvolver neste tipo de
sociedade, particularmente os estrangeiros. Um valor baixo indica que o país não se
apega às tradições e aos valores e pensamentos antigos. Nessas culturas as
mudanças podem ocorrer mais rapidamente e as tradições não são empecilhos à
mudança.
Os resultados, para o Brasil, dos estudos realizados por Hofstede (HOFSTEDE;
HOFSTEDE, 2005) estão disponibilizados nos cinco índices: IDH – Índice de
Distância Hierárquica, 69, IDV – Individualismo x Coletivismo, 38, MAS –
50
Masculinidade x Feminilidade, 49, ICI – Índice de Controle da Incerteza, 76 e OLP –
Orientação de Longo Prazo, 65, indicando que o Brasil é um país com elevado IDH,
com tendências coletivistas, elevado OLP, ICI e MAS equilibrados.
Estes resultados são similares aos da América Latina. A dimensão Controle da
Incerteza (ICI) é aquela que encontra, para o Brasil, o mais alto valor (76), indicando
baixa tolerância à incerteza, sinalizando a necessidade de leis, regras e normas
rígidas a fim de evitar a incerteza. Como conseqüência disso a sociedade não aceita
facilmente as mudanças e é adversa ao risco. O escore de Individualismo (IDV) do
Brasil é 38, superior à média da América Latina, que é 21, mas inferior ao da
Argentina, que é 46, e muito inferior aos índices dos Estados Unidos (91), Reino
Unido (89) ou Austrália (90).
Para Biró, Messnarzs e Davidson (2002), as dimensões Individualismo-Coletivismo e
Masculinidade-Feminilidade estão mais orientadas para as pessoas enquanto as
dimensões Distância Hierárquica e Controle da Incerteza estão mais relacionadas às
organizações.
Diversas pesquisas, que serão apresentadas a seguir, utilizaram as dimensões de
Hofstede e as relacionaram com outros conceitos.
Foi o caso do trabalho de Husted (1999) que correlacionou os índices de Hofstede
com o PIB per capita e com a corrupção para 44 países. Os achados de Husted
(1999) resultaram no perfil do país tipicamente corrupto sendo aquele com elevados
índices de controle da incerteza ICI, masculinidade MAS e IDH. Ainda, no caso de
países tipicamente coletivistas e com elevado IDH, altos índices de MAS são a única
variável que contribuem com a corrupção.
51
Husted não conseguiu fazer nenhuma correlação consistente entre o IDV e a
corrupção, pois, conforme defende o próprio Hofstede, há forte associação entre
elevados índices de IDV e maiores valores de PIB per capita e os países que
apresentam esses índices são, geralmente países economicamente desenvolvidos,
com melhor distribuição de renda e menores índices de corrupção.
Pesquisas, posteriores (ALLIK e REALO, 2004) aos encontrados de Hofstede na
pesquisa na IBM, afirmam que quanto maior o capital social de um país, maior será
a tendência ao individualismo, pois as pessoas se consideram mais auto-suficientes
e independentes, tornando-se mais individualistas.
Bourdieu (1983) e Coleman (1988 e 1990) apud Paxton (2002, p. 256) definem
capital social como: “A Noção de que as relações humanas podem facilitar a
produção de benesses econômicas e não-econômicas. O Capital Social não reside
nos indivíduos, mais sim nas relações entre os indivíduos.”
Paxton (2002, p. 256) também define capital social através de dois componentes
básicos: (a) Associações objetivas entre indivíduos (exemplo: indivíduos estão
ligados uns aos outros na vida social) e, (b) Associações subjetivas (as ligações
entre os indivíduos são baseadas na confiança, reciprocidade e emoções positivas).
Para Hofstede (2006), muitas medidas da cultura nacional estão atreladas ao capital
social. Elas são diretamente afetadas por fatores econômicos. O capital Social, que
Hofstede chama de “Saúde Nacional”, se encontra diretamente relacionado com o
individualismo, a distancia hierárquica e indiretamente com a orientação de longo
prazo, porém tem muito pouca ou nenhuma correlação com as demais dimensões
de Hofstede.
52
Para Hofstede e Hofstede (2005), maiores níveis culturais tendem a refletir-se em
menores IDH’s e OLP’s, apesar de a pesquisa de Hofstede mostrar que IDH e OLP
são muito mais uma questão de cultura transmitida e de tradições do que o nível
cultural da população naquele momento.
Ferreira et al (2002, p.279) salientam a influência que a cultura organizacional sofre
da cultura nacional. Os dados colhidos por eles para o desenvolvimento de uma
escala de avaliação de cultura organizacional mostraram “divergências
consideráveis com os fatores derivados por Hofstede e colaboradores (1990), em
organizações holandesas e dinamarquesas” quer no que diz respeito às dimensões
de valores quanto às dimensões de práticas organizacionais. Assim, consideram
necessárias investigações futuras que possam esclarecer a relação entre cultura
organizacional e cultura nacional.
Fonseca e Castor (2005) estudaram o modo pelo qual a cultura brasileira influencia a
atividade de comunicação entre gerentes (tanto brasileiros quanto estrangeiros) e
seus subordinados brasileiros, em multinacionais do setor automotivo do Estado do
Paraná.
A influência da cultura brasileira foi analisada “com base em seus traços
mais característicos: a receptividade ao estrangeiro, a orientação para o
curto prazo, a aversão à sistematização do trabalho, o protecionismo, a
aversão à incerteza, o individualismo, a valorização das relações, o
formalismo, “o jeitinho” e o personalismo” (FONSECA; CASTOR, 2005, p.
79).
Seus resultados mostraram que a valorização das relações é um consenso entre os
entrevistados brasileiros como um fator que favorece a comunicação, e lembrada
53
como um problema pelos entrevistados estrangeiros quando dá lugar ao
personalismo e à evitação da crítica.
O estudo de Floriani (2003) comparou executivos italianos e brasileiros quanto às
praticas de negociação, utilizando as dimensões de Hofstede. Enquanto italianos
apresentam índice de Individualismo Moderado, tendendo mais para o
individualismo, o índice para os brasileiros era baixo, tendendo para o coletivismo. O
índice de masculinidade para os italianos era baixo, com tendência ao “feminilismo”,
enquanto que para os brasileiros era alto. Quanto à distância do poder, evitação da
incerteza e orientação de longo prazo, os resultados para os dois grupos eram
semelhantes.
Numa revisão dos estudos sobre individualismo – coletivismo, Ferreira, Assmar e
Souto (2002) assinalam que o individualismo e o coletivismo constituem conceitos
muito globais e, por isso, não conseguem dar conta da riqueza conceitual inerente à
variedade de padrões culturais existente nas diferentes culturas nacionais. Por tal
razão, recomendam cautela na utilização desta dimensão como indicadora de
padrões de cultura nacional e apontam a necessidade de estudos que tragam maior
clareza teórica e metodológica, em direções propostas por Triandis (1998), que
acrescentaram ao estudo do individualismo e coletivismo os atributos de ênfase na
qualidade (individualismo / coletivismo horizontal) ou ênfase na hierarquia
(individualismo / coletivismo vertical). Portanto, não há unanimidade na literatura
sobre a unidimensionalidade e bipolaridade do construto individualismo–coletivismo.
O’Keefe e O’Keefe (2004) utilizaram as dimensões de Hofstede para contrastar
comportamentos de brasileiros e de americanos no contexto dos negócios. Seu
trabalho incluiu uma descrição de como se comportam brasileiros e americanos
54
neste contexto, e como percebem o próprio comportamento e o comportamento do
outro. Destaca–se que características consideradas importantes para um grupo são
vistas negativamente pelo outro. O brasileiro afirma que tem respeito pela opinião
dos outros, o americano percebe isso como fraqueza e dificuldade de emitir opiniões
– baixa assertividade. O americano vê como tratamento igualitário suas mensagens
claras e diretas, o brasileiro o vê como rude. Este exemplo se estende em todas as
dimensões de Hofstede, mostrando, de um lado, a utilidade do modelo para tais
análises e, de outro, a necessidade de que se perceba o relativismo cultural.
Para Hofstede (2003, p. 6) “o relativismo cultural considera que não existem
parâmetros científicos que permitam considerar um grupo cultural superior ou inferior
a outro”. Apóia–se em Lévi-Strauss (apud HOFSTEDE 2003 p. 6), que expressou a
idéia de relativismo cultural como:
O relativismo cultural afirma que a cultura não tem critérios absolutos para
julgar as atividades de outra cultura como “pobre” ou “nobre”. No entanto,
cada cultura pode e deve utilizar tal julgamento face às suas próprias
atividades uma vez que os seus membros são simultaneamente atores e
observadores.
DeSouza (1998) alerta para o risco de se transpor para o Brasil o conhecimento
desenvolvido em países da Europa ou nos Estados Unidos. Apóia–se então em
Hofstede para argumentar que “os valores brasileiros refletem um paradigma
coletivista” enquanto que muito do conhecimento é produzido em países cujos
valores nacionais refletem “um paradigma claramente mais individualista”. É
interessante observar que o argumento posto por DeSouza, ao mesmo tempo em
que alerta para os riscos da transposição à crítica de produtos da ciência, não
propõe o seu abandono, pois apóia–se ele mesmo em conhecimentos produzidos
55
fora do Brasil. Mas sugere que a pesquisa produzida fora do eixo Europa – Estados
Unidos teria interesse para “pesquisadores do Primeiro Mundo, visto que, com vários
estudos ao nível local ou nacional e com múltiplas atividades interdisciplinares,
torna-se possível fazer comparações trans-culturais”.
Para Hofstede (2003), as programações mentais são os padrões de pensamentos,
sentimentos, reações e de ações potenciais, que são adquiridos através da
aprendizagem contínua, que tem início já na infância, e que vão, ao longo da nossa
existência se instalando em nossas mentes como em um disco rígido de
computador.
Estes padrões são a forma automática como o ser humano pensa e reage às
situações de interação, geralmente de forma inconsciente e automática, sem
precisar concentração ou esforço para que isso ocorra.
Para Hofstede e Hofstede (2005, p.4), cultura é adquirida. Ela provém do ambiente
social do indivíduo, não dos genes herdados. Ele a define como:
É a programação mental coletiva que distingue um grupo ou categoria de
pessoas de outro. Tal definição supõe que a cultura é um atributo coletivo,
não individual, não é diretamente manifestado nos comportamentos e é
compartilhado por muitas pessoas.
A programação mental cultural também funciona da seguinte maneira: conforme vai-
se aprendendo comportamentos básicos e repetitivos, eles vão se tornando
automáticos e parte da programação mental. Este compartilhamento facilita quando
há interação entre pessoas de mesma cultura, pois permite que as pessoas
concentrem-se em outros detalhes importantes da interação, porém é prejudicial
quando ocorre a interação com pessoas de outras culturas com costumes diferentes,
56
pois realizam-se atos, muitas vezes inconscientes que podem ser considerados
agressivos, desrespeitosos ou pouco apreciados pela outra cultura.
Griswould e Wright (2004) discutem o regionalismo americano sob o contexto dos
avanços da comunicação e da globalização e comentam que Karl Marx previa em
suas teorias que o tempo estava aniquilando o espaço, na era moderna. Discutem
também a hipótese de que o mundo cada vez mais capitalista, associado aos
avanços da comunicação, dos transportes e a globalização estão, cada vez mais
diminuindo as diferenças regionais e tornando a geografia irrelevante e que as
pessoas estão perdendo o senso de lugar.
Já Hofstede e Hofstede (2005) citam que apesar de a maioria dos pesquisadores
considerarem que as diferenças culturais irão diminuir com o advento da
globalização, isso não se comprova nos resultados de sua pesquisa, pois as
diferenças permanecem as mesmas e em alguns casos até aumentaram, pois
constituem o cerne dos valores humanos dentro de cada cultura e, por isso,
dificilmente mudam.
Argyle (1976) compara humanos aos demais animais e descreve que os humanos
nascem menos equipados instintivamente, porém com maior capacidade de
aprendizado e também um período mais longo de dependência da família. Para ele,
as diversas sociedades desenvolveram, ao longo do tempo, diferentes formas de
completar/complementar o equipamento instintivo humano e de satisfazer seus
impulsos biológicos. Estas soluções alternativas são chamadas de culturas e
incluem: uma língua ou idioma compartilhado; uma maneira compartilhada de
perceber ou entender o mundo; formas consentidas de comunicação não-verbal e
interação; regras e convenções sobre o que deve ser feito em diversas situações;
57
valores morais e outros tipos de assentidos, além de crenças religiosas e
associadas; tecnologia e cultura material.
58
3 PROPOSIÇÃO
Este trabalho pretendeu investigar se havia correlação entre as variações culturais,
medidas pelas dimensões de Hofstede, de acordo com o VSM 94, e a avaliação da
desejabilidade social de assertividade, por alunos de MBA de uma universidade do
Vale do Paraíba Paulista.
Se a cultura determina o que será valorizado socialmente, ela determina também a
forma de assertividade que será reforçada pelos membros dessa cultura.
Estudar se os alunos que responderam ao Questionário de Hofstede sobre as
dimensões culturais e também à Escala de Desejabilidade Social da Assertividade
de Moino e Ribeiro obtiveram respostas correlacionáveis entre os resultados obtidos
para as dimensões culturais de Hofstede e Hofstede (2005) com a desejabilidade
social da assertividade.
A hipótese levantada nesta pesquisa foi comprovar e confirmar as expectativas de
Hofstede de que culturas com maiores índices de Masculinidade tendem a
apresentar maiores índices de assertividade.
As fórmulas utilizadas para verificar a correlação entre as variáveis supracitadas
foram Spearman, Kendall-Tau e Gamma e o software utilizado para verificar estas
correlações foi o SPSS.
59
4 MÉTODO
Esta pesquisa foi de natureza aplicada, de abordagem quantitativa, de objetivos
descritivos e de procedimento correlacional. Os procedimentos éticos preconizados
pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde foram respeitados.
Este capítulo descreve os participantes da pesquisa, o material, o qual inclui a
Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro, o Questionário
VSM 94 e o vídeo com as vinhetas para as situações assertivas, a aplicação da
pesquisa piloto para teste dos instrumentos, o procedimento de coleta de dados e o
procedimento para tratamento dos dados.
4.1 Participantes
Os participantes foram 66 alunos de cursos de pós–graduação classificados como
MBA, de uma universidade do Vale do Paraíba, ingressados em 2006. Todo aluno
nesta condição que estivesse presente à aula no dia determinado para a coleta de
dados poderia ser um participante em potencial. Porém, como se dependia da
autorização de cada um deles, só participaram os que consentiram na realização
dos procedimentos que estão descritos a seguir, constituindo estes os critérios de
inclusão e de exclusão. Os dados referentes à caracterização dos participantes são
mostrados no APÊNDICE A.
Na Tabela 1 mostra–se a distribuição dos 66 participantes quanto às variáveis: sexo,
idade, tempo de estudo (em anos), unidade da federação em que nasceu tipo de
60
trabalho que executa, conforme as classificações propostas por Hofstede, graduação
cursada e curso de pós–graduação que freqüenta.
Tabela 1 - Distribuição dos participantes nas variáveis demográficas
Variável Níveis
Freqüência
Absoluta
Freqüência
Relativa
Feminino 28 42%
Masculino 38 58%
20 a 25 Anos 24 36%
26 a 30 Anos 14 21%
31 a 35 Anos 16 24%
36 a 40 Anos 6 9%
41 a 45 Anos 3 5%
45 a 50 Anos 3 5%
15 anos 11 17%
16 anos 12 18%
17 anos 14 21%
18 anos 29 44%
BA 1 2%
CE 1 2%
MA 1 2%
MG 3 5%
PE 1 2%
PI 1 2%
PR 1 2%
RS 1 2%
SP 56 85%
A12%
B00%
C46%
D69%
E 31 47%
F 23 35%
G12%
Administração 26 39%
Psicologia 4 6%
Engenharia 12 18%
Ciências Contábeis 6 9%
Direito 5 8%
Secretariado 3 5%
Publicidade e Propaganda 2 3%
Farmácia 2 3%
Tecnologia Qualidade 1 2%
Tecnologia Processamento de Dados 2 3%
Ciências da Computação 1 2%
Economia 2 3%
Graduação
Tipo de trabalho
que executa
(Conforme VSM
94)
Sexo
Idade
Tempo de Estudo
Estado de
Nascimento
61
Uma breve análise da Tabela 1 mostra que a maioria dos participantes era do sexo
masculino, tinha idade na faixa dos 20 a 25 anos, com 18 anos de tempo de estudo,
a grande maioria é nascida no estado de São Paulo e tem graduação na área de
Ciências Humanas e Sociais.
A maioria dos participantes (81%) se enquadra nas categorias E (Trabalho que
requer formação universitária ou equivalente que não tenha subordinados) e F
(Gerente com um ou mais subordinados que não sejam também gerentes). Apesar
dos participantes terem formação superior, 15% (categorias D e C) exercem funções
para as quais o diploma universitário não é requerido, estando portanto,
superqualificados para a função.
Para o tempo de estudo a média foi de 17 anos e para o tempo de moradia na
região a média foi de 23 anos.
Quarenta e três participantes não declaram ter ascendência de estrangeiros e 23
têm ascendentes estrangeiros, indicados até o nível de bisavós.
A caracterização dos participantes, com todos os dados colhidos, aparece no
APÊNDICE A.
A população de participantes é diferente da população dos alunos dos cursos
estudados, em virtude do critério de inclusão. Esta comparação é apresentada na
Tabela 2.
62
Tabela 2 – Distribuição absoluta e percentual dos participantes por curso
% em relação ao
total de
participantes
(N=66)
Gerência Empresarial
26 18 69% 27%
Gerência de Logística
Integrada e Operações
18 16 89% 24%
Gerência Financeira e
Controladoria
24 15 63% 23%
Gerência de Recursos
Humanos
25 5 20% 8%
Gerência de Produção e
Tecnologia
21 12 57% 18%
Curso
Participantes
da Pesquisa
% em relação ao
total de alunos
do curso
Total de
alunos
matriculados
no curso em
2006
O curso de Gerência de Logística Integrada e Operações apresentou o maior
percentual de participação em relação ao número de alunos matriculados e o de
Gerência de Recursos Humanos, o menor. Por outro lado, a distribuição na
população dos participantes é semelhante para os alunos dos cursos de Gerência
Empresarial, Gerência de Logística Integrada e Operações e Gerência Financeira e
Controladoria. Novamente, o curso de menor representatividade na população de
participantes foi Gerência de Recursos Humanos.
4.2 Material
Descrever-se-á abaixo os instrumentos utilizados nesta pesquisa, iniciando pela escala de
Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro.
63
4.2.1 Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e
Ribeiro
A Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro (APÊNDICE
B) foi usada após a apresentação do vídeo com as 5 vinhetas, transcritas no
APÊNDICE C, com situações de resposta assertiva. Por meio dela os participantes
foram solicitados a qualificar a atuação do personagem como mais ou menos
desejável.
A Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro foi
desenvolvida para esta pesquisa, e baseou–se no inventário IAI (Interpersonnal
Attraction Inventory – Inventário de Atração Interpessoal), de St. Lawrence et al
(1985, p. 54), que foi desenvolvido usando adjetivos previamente validados por
Anderson (1968).
A seqüência em que os 24 pares de adjetivos aparecem no instrumento foi
determinada por sorteio randômico e, após a seqüência ser estabelecida, os pares
de adjetivos foram separados em três partes, cada qual com oito pares. Essas
medidas visaram evitar o efeito de halo, descrito por Selltiz et al (1974), que poderia
decorrer de estarem todos os adjetivos sempre com a mesma polaridade.
A Escala apresenta 24 pares de adjetivos dispostos em uma escala de Likert de seis
pontos. A escolha da escala Likert de 6 pontos respeitou a advertência de Selltiz et
al (1974) quanto à centralização das respostas que pode decorrer da utilização de
um número ímpar de alternativas.
64
Foram avaliadas a validade e a confiabilidade da Escala de Desejabilidade Social da
Assertividade de Moino e Ribeiro, após a coleta dos dados. Tais análises estão
descritas no capítulo Resultados.
4.2.2 Questionário VSM 94
O VSM 94 de Hofstede (VSM 94 – Values Survey Module) (ANEXO A) avalia as
dimensões culturais de Hofstede. O VSM 94 é composto por duas partes. A primeira
se refere às dimensões culturais e é respondido por meio uma escala Likert de 5
pontos. A segunda se refere aos dados demográficos dos participantes.
Após a aplicação do VSM 94, as respostas foram tratadas, de acordo com o Manual
do VSM 94 (parcialmente apresentado no ANEXO B) que estabelece as regras e as
fórmulas para tratamento dos dados. As questões de número 03, 06, 14 e 17
referem-se ao índice IDH. As de número 01, 02, 04 e 08 referem-se ao IDV, as de
número 05, 07, 15 e 20 referem-se ao índice MAS, as questões 13, 16, 18 e 19
referem-se ao ICI e as questões 10 e 12 referem-se a OLP. Após a aplicação das
fórmulas chegou-se aos índices: IDV, IDH, MAS, OLP e ICI, para cada participante.
A classificação dos índices vai de 0 até 100 pontos, porém para escores individuais
valores negativos e acima de 100 são possíveis, devido à grande sensibilidade das
respostas e das fórmulas empregadas.
A versão utilizada foi obtida por email com o Professor Dr. Geert Hofstede, autor do
Questionário.
Em seu livro Culture’s Consequences Hofstede (2001) faz as validações dos
questionários usados pela IBM entre os anos de 1967 e 1973, porém não fornece
65
evidencias concretas de que o questionário VSM 94 foi validado adequadamente.
Também as traduções feitas para o questionário foram feitas por funcionários da IBM
de cada país, sem nenhum processo de tradução reversa, frequentemente utilizado
em pesquisas científicas.
4.2.3 Vídeo com comportamento assertivo
O vídeo, constituído por cinco vinhetas, foi material de estímulo para avaliação da
desejabilidade social da assertividade.
O conteúdo das vinhetas foi criado com base em itens do Teste de Discriminação de
Comportamento Assertivo, Agressivo e não Assertivo (LANGE e JAKUBOWSKI,
1977, p. 41-52). Consistiu em um homem adulto, apresentando comportamento
assertivo, classificável como Pedido de Mudança de Comportamento (CABALLO,
2003, p. 8), associado à recusa ou aceitação. As situações sempre simulavam o ator
em um ambiente de trabalho (um escritório) interagindo com outra pessoa, que não
era vista.
Cada uma das vinhetas era composta por uma introdução (apenas em áudio),
seguida pela atuação assertiva (em áudio e vídeo). Como a gravação em vídeo
mostraria um homem exibindo comportamento assertivo, a introdução foi feita por
voz feminina, para assegurar-se a diferença entre o contexto e o desempenho a ser
avaliado. Além da voz feminina, a introdução era apenas em áudio, para assegurar
que a avaliação incidisse somente sobre o desempenho de interesse, isto é, o
comportamento assertivo do ator.
66
O ator aparece sozinho e de frente para a câmera, e assim aspectos molares e
moleculares da assertividade podiam ser considerados na avaliação da
desejabilidade.
4.3 Pesquisa piloto para adequação dos instrumentos
Gravação das vinhetas. Após a construção do roteiro do vídeo, o ator foi treinado
para responder à situação assertiva, em situação real de gravação. Cada seqüência
de gravações era vista pelo pesquisador e pelo ator, aspectos molares e
moleculares discutidos e novas gravações foram realizadas. Quando o desempenho
do ator era considerado apropriado pelo pesquisador, ele submetia as gravações à
avaliação de um psicólogo com experiência na avaliação e desenvolvimento da
assertividade. Este procedimento foi repetido até que se considerassem suficientes
as cinco situações a serem utilizadas no vídeo. Foram necessárias cinco sessões de
gravação, com número variável de execuções. Na quinta sessão foram 65 repetições
para extrair as cinco vinhetas finais.
As gravações foram realizadas com uma câmera de vídeo Sony Handycam DCR-
DVD101. Posteriormente adicionou-se o áudio da narração e a edição das vinhetas,
para composição do vídeo final, com duração de 1 minuto e 40 segundos.
Coleta piloto. Foi feita uma coleta de dados piloto com 15 alunos de pós-graduação
em Engenharia, objetivando testar os instrumentos quanto à facilidade de aplicação,
tempo de aplicação, entendimento das questões e qualidade dos vídeos
(APÊNDICE D).
67
Duas formas da Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e
Ribeiro foram utilizadas. A primeira forma foi aplicada a 10 participantes e nela os
pares de adjetivos estavam sempre dispostos na mesma direção, com aqueles que
indicavam maior desejabilidade à direita. A segunda forma foi aplicada a 5
participantes e nela a polaridade da escala foi invertida em 12 dos 24 adjetivos e
corresponde ao APÊNDICE B. Isso visou verificar se ocorreria tendência de
polarização de respostas dos participantes, em decorrência das posições dos
adjetivos na escala, o que não foi observado em qualquer das duas formas. Optou-
se então pela versão que aparece no APÊNDICE B, em respeito às indicações da
literatura (SELLTIZ et al, 1974).
Com respeito ao VSM 94 de Hofstede e ao vídeo, não foram observadas
dificuldades e os materiais inicialmente selecionados foram mantidos para utilização
conforme o procedimento descrito na próxima seção.
4.4 Procedimento de coleta
Foi solicitado aos professores que estavam ministrando aulas aos participantes no
dia da coleta que concedessem um tempo aproximado de 30 minutos para que o
pesquisador pudesse expor o propósito e as características da pesquisa, para que
as vinhetas fossem apresentadas aos alunos e os questionários fossem
respondidos.
Inicialmente, o pesquisador fez o convite aos alunos, esclarecendo que se tratava de
pesquisa com o objetivo de caracterizar o modo como estudantes de pós-graduação
avaliam comportamentos que são variáveis nas diferentes culturas, que os
68
procedimentos de coleta de dados tomariam cerca de 30 minutos e incluiriam a
resposta a dois questionários e assistir a um vídeo dividido em pequenas vinhetas.
A coleta de dados ocorreu em uma sala de aula, à qual os alunos que aceitaram
participar se dirigiram e que foi preparada para esse fim, com equipamento para
projeção das vinhetas. Este procedimento foi escolhido para assegurar que não
houvesse constrangimento dos alunos em participar, que poderia decorrer do
procedimento ser realizado em sua própria sala de aula, da qual precisariam se
retirar se assim fosse o procedimento.
Inicialmente foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APÊNDICE E). Após a assinatura, foi feita a apresentação das vinhetas e em
seguida a aplicação da Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e
Ribeiro e do VSM 94.
4.5 Tratamento dos dados
Após a coleta dos dados, os mesmos foram tratados, apurados e analisados
conforme se descreve a seguir.
Um escore total da Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e
Ribeiro foi obtido para cada participante, somando–se os valores, de 1 a 6, atribuído
a cada par de adjetivos. Os pares 3, 4, 6, 9, 11, 14, 16, 17, 19, 20, 21, 24, que
figuram na Escala com polaridade invertida, tiveram seus resultados ajustados
(APÊNDICE F).
69
O Questionário VSM 94 de Hofstede foi apurado de acordo com as fórmulas para
cálculo dos índices, fornecida pelos seus autores (ANEXO B). Os resultados obtidos
para o Questionário VSM 94 aparecem no APÊNDICE G.
O número de participantes foi de 66 alunos, embora o planejamento da pesquisa
visasse colher dados com todos os alunos. Por isso, embora nem todos os alunos
tenham participado, o grupo constitui população e não amostra.
O tratamento dos dados levou esta característica em consideração, sendo usados
recursos de estatística descritiva e cálculos de correlação, por meio do software
SPSS for Windows 15.0.
70
5 RESULTADOS
Este capítulo apresenta os resultados obtidos na pesquisa, por meio dos
instrumentos de coleta de dados utilizados: a Escala de Desejabilidade Social da
Assertividade de Moino e Ribeiro, aplicada após a apresentação do vídeo com as
situações assertivas e o questionário VSM 94 sobre cultura, de autoria de Geert
Hofstede.
Para assegurar a preservação do sigilo dos participantes, os mesmos não foram
identificados em nenhum dos questionários respondidos. Aos questionários foram
atribuídos números de 1 até 66 e o mesmo participante que respondeu a Escala de
Desejabilidade de número 1, respondeu também o Questionário VSM 94 de número
1, de modo a tornar possível a correlação entre os resultados obtidos.
5.1 Validade e confiabilidade da Escala de Desejabilidade Social
da Assertividade de Moino e Ribeiro
A validade e a confiabilidade da Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de
Moino e Ribeiro foram avaliadas, levando–se em consideração os escores dos 66
participantes.
Foram efetuadas análises dos índices de discriminação dos itens, correlação item-
escore total, consistência interna pelo Alfa de Cronbach e estrutura fatorial. A
ferramenta estatística utilizada para os testes de validade e confiabilidade da escala
foi o software SPSS for Windows Versão 15.0.
71
5.1.1 Análise dos itens
Para a análise de itens foram calculados os índices de discriminação e a correlação
entre item e o escore total de desejabilidade social da assertividade.
O cálculo do índice de discriminação dos itens baseou–se na diferença entre as
porcentagens de ocorrência dos valores 5 e 6 da escala para os grupos de maior
escore (A= 28,8% dos participantes) e de menor escore (C= 25,7% dos
participantes) para cada item. A Tabela 3 mostra os resultados obtidos para a
análise do índice de discriminação e de correlação item-escore.
Os números entre parênteses nas colunas Índice de Discriminação e Coeficiente de
Correlação indicam em ordem decrescente os maiores valores para essas medidas.
Dada a freqüência de participantes nos grupos A e C, o índice de discriminação dos
itens poderia variar de 25,7 a 28,8 (correspondente aos casos extremos de item não
discriminante e de item muito discriminante).
Para o cálculo da correlação entre o item e o escore total de desejabilidade social da
assertividade foi utilizado o Coeficiente de Correlação de Pearson.
72
Tabela 3 – Índice de discriminação e coeficiente de correlação (Pearson) entre o item
e escore total.
A análise da Tabela 3 permite observar, com relação ao Índice de Discriminação dos
Itens, que:
a. Em todos os itens o índice de discriminação foi positivo, indicando que a
proporção de indivíduos de maior escore (Grupo A) que escolheram os
Número Questão/ Item
Índice de
Discriminação
Coeficiente de
Correlação
Q01
Ponderado / Temperamental
12,1 (11) 0,37 (20)
Q02
Receptivo / Não Receptivo
16,7 (4) 0,56 (10)
Q03
Socialmente Habilidoso
/
Socialmente desajeitado
16,7 (4) 0,54 (13)
Q04
Flexível / Inflexível
12,1 (11) 0,70 (1)
Q05
Assertivo / Não Assertivo
10,6 (13) 0,14
Q06
Afável / Indelicado – Descortês
13,6 (9) 0,68 (2)
Q07
Justo / Injusto
16,7 (4) 0,47 (17)
Q08
Bondoso / Maldoso
13,6 (9) 0,52 (14)
Q09
Diplomático / Intratável
16,7 (4) 0,57 (9)
Q10
Corajoso / Medroso
6,1 0,03
Q11
Pacífico / Brigão
15,2 (8) 0,52 (14)
Q12
Agradável / Desagradável
9,1 0,60 (5)
Q13
Atencioso / Desatencioso
10,6 (13) 0,41 (18)
Q14
Afetuoso / Indiferente
4,5 0,39 (19)
Q15
Adequado / Inadequado
22,7 (1) 0,60 (5)
Q16
Honesto / Desonesto
10,6 (13) 0,26
Q17
Amável / Malcriado
9,1 0,55 (11)
Q18
Atraente / Chato
0,0 0,49 (16)
Q19
Disposto a concordar / Não disposto
a concorda
r
7,6 0,58 (8)
Q20
Inteligente / Bronco
19,7 (3) 0,55 (11)
Q21
Amigável / Não amigável
9,1 0,60 (5)
Q22
Verdadeiro / Falso
4,5 -0,06
Q23
Simpático / Antipático
4,5 0,68 (2)
Q24
Educado / Grosseiro
22,7 (1) 0,68 (2)
Notas
Para a classificação do Índice de discriminação foram considerados somente
os grupos A e C, representando os grupos de maior e de menor escore
e os índices com valor superior a 10
,
0
.
Consideraram-se somente componentes com carga fatorial superior a 0,30
O coeficiente de correlação foi obtido com o SPSS, usando a análise
Scale; Reliability Analysis; Model Alpha, obtendo-se o a Correlação item-
Total corrigida.
73
escores 5 e 6 foi sempre maior que a proporção de indivíduos de menor
escore (Grupo C) que escolheram essas alternativas,
b. Os itens que obtiveram maior índice de discriminação, acima de 10% (Q15,
Q24, Q20, Q02, Q03, Q07, Q09, Q11, Q06, Q08, Q01, Q04, Q05, Q13, Q16),
contemplam situações bastantes críticas de desejabilidade social da
assertividade.
Quanto à Correlação Item-Escore Total, a análise da Tabela 3 permite observar que:
a. Analisando-se a correlação item-escore total, além da esperada alta
equivalência entre os itens de maior correlação e os de discriminação (das 20
questões com correlação acima de 0,30, 13 coincidiram com os selecionados
para os maiores índices de discriminação), verificou-se que mais de 50%
foram bastante poderosos para a desejabilidade social da assertividade,
b. As questões Q10 e Q22 poderiam ser eliminadas da escala por
apresentarem baixos índices de discriminação associados aos baixos
coeficientes de correlação item-escore total, porém não o foram por se
apresentarem relevantes à pesquisa.
5.1.2 Análise fatorial.
A análise fatorial foi usada para construção da Tabela 4. Os seguintes resultados
foram obtidos: matriz fatorial com cargas fatoriais acima de 0,40, os autovalores
(porcentagens de variância total simples e acumulada), número de itens com cargas
fatoriais significativas, o coeficiente Alfa de Cronbach para os valores significativos,
média e desvio padrão para cada um dos escores fatoriais, calculados a partir de um
74
modelo linear com coeficientes de carga fatorial igual ou superior a 0,40. Foram
retidos quatro fatores com autovalores superiores a 1,0. O método de extração
utilizado para a obtenção dos fatores foi o Principal Components, com rotação
Varimax, com normalização Kaiser convergida em 8 iterações.
Tabela 4 – Análise Fatorial com Rotação Varimax (N=66).
Na Tabela 4 pode–se observar que:
a. Tomando-se os itens com carga fatorial igual ou superior a 0,40, verificou-se
que para o primeiro fator contribuíram expressivamente 8 itens; no segundo 8;
no terceiro 6 e no quarto 6. Os coeficientes Alfa, que correspondem à
consistência de cada fator, variaram de 0,886 para o primeiro fator a 0,749
1234
AmigávelXNão_Amigável Q21
0,800
0,68
Disposto_a_ConcordarXNão_Disposto_a_Concordar Q19
0,791
0,70
FlexívelXInflexível Q04
0,721
0,69
BondosoXMaldoso Q08
0,706
0,52
AfávelXIndelicado_Descortês Q06
0,681
0,447
0,67
EducadoXGrosseiro Q24
0,653
0,64
JustoXInjusto Q07
0,598 0,483
0,65
AtraenteXChato Q18
0,548 0,421
0,59
AmávelXMalcriado Q17
0,747
0,64
PacíficoXBrigão Q11
0,697
0,423
0,70
Socialmente_HabilidosoXSocialmente_Desajeitado Q03
0,685
0,62
InteligenteXBronco Q20
0,634 0,429
0,64
AfetuosoXIndiferente Q14
0,568
0,49
AtenciosoXDesatencioso Q13
0,438
0,29
PonderadoXTemperamental Q01
0,706
0,54
SimpáticoXAntipático Q23
0,692
0,74
AssertivoXNão_Assertivo Q05
0,671
0,57
AgradávelXDesagradável Q12
0,579
0,60
ReceptivoXNao_Receptivo Q02
0,521
0,52
DiplomáticoXIntratável Q09
0,429
0,437
0,44
VerdadeiroXFalso Q22
0,775
0,67
CorajosoXMedroso Q10
0,761
0,64
HonestoXDesonesto Q16
0,640
0,47
AdequadoXInadequado Q15
0,453
0,455
0,57
Autovalores Análise fatorial
7,83 3,00 1,80 1,62
% variância total
19,82 15,56 12,31 11,71
% variância total acumulada
19,82 35,37 47,68 59,39
Número de itens (selecionados pela análise fatorial com
rotação Varimax, carga fatorial superior a 0,40
9886
Coeficiente Alfa – SPSS, Scale, variáveis isoladas pelo fator
(1 a 4)
0,886 0,824 0,824 0,749
Item
Component
Extraction Method: Principal Componente Analysis.
Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.
Rotation converged in 8 iterations.
Considerados somente componentes com carga fatorial superior a 0,40
Questão
Comunalidades
75
para o quarto fator, conferindo alto grau de validade da Escala de
Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro,
b. A variância total acumulada pelos quatro fatores somou 59%, mostrando que
a escala é muito consistente com a desejabilidade social da assertividade.
A análise da consistência interna feita pelo SPSS completa as análises realizadas
para se verificar a validade do instrumento, para o universo pesquisado. O valor
obtido para o Alfa de Cronbach foi 0,893, para análise de confiabilidade Split foi
0,902, para análise Parallel foi de 0,893 e a análise Strict obteve 0,849, valores que
conferem à escala alta consistência interna e confiabilidade, de acordo com a meta-
análise de Peterson (1994).
Após a análise fatorial foi possível classificar os adjetivos da Escala de
Desejabilidade Social de Moino e Ribeiro em 4 grupos, de acordo com os fatores
retidos pela análise.
Fator “Cluster” Adjetivos
1
Sensibilidade
Amigável/Não amigável, Disposto a concordar/Não disposto a
concordar, Flexível/Inflexível, Bondoso/Maldoso, Afável/Indelicado-
Descortês, Educado/Grosseiro, Justo/Injusto, Atraente/Chato
2
Presteza
Amável/Malcriado, Pacífico/Brigão, Socialmente
Habilidoso/Socialmente Desajeitado, Inteligente/ Bronco,
Afetuoso/Indiferente, Atencioso/Desatencioso
3
Ponderação
Ponderado/Temperamental, Simpático/Antipático, Assertivo/Não-
Assertivo, Agradável/Desagradável, Receptivo/Não receptivo,
Diplomático/Intratável,
4
Honestidade
Verdadeiro/Falso, Corajoso/Medroso, Honesto/Desonesto,
Adequado/Inadequado
Quadro 4 – Fatores Gerados Pela Análise Fatorial da Escala de Desejabilidade Social da
Assertividade de Moino e Ribeiro
76
Para a formação dos clusters e escolha dos adjetivos presentes dentro de cada
fator, foram seguidas as recomendações de Leech, Barret e Morgan (2005) quanto
ao tratamento dos fatores obtidos pela análise fatorial.
5.2 Desejabilidade Social da Assertividade
Para caracterizar o julgamento de desejabilidade social da assertividade da
população desta pesquisa, os resultados da Escala de Desejabilidade Social da
Assertividade de Moino e Ribeiro foram somados para cada participante e o total
obtido foi utilizado como Escore de Desejabilidade Social da Assertividade.
(APÊNDICE F).
Quanto maior o valor atribuído pelo participante para cada par de adjetivos, maior a
desejabilidade social da assertividade. Logo, os maiores valores para a somatória
dos resultados de um mesmo participante refletem-se em maiores escores de
desejabilidade social da assertividade.
A média dos escores individuais obtida foi 90,29, dentro de uma amplitude possível
que variava de 24 até 144, favorável a maior desejabilidade social da assertividade.
O desvio padrão para a somatória dos escores foi 16,3.
Com respeito a cada par de adjetivos da escala, também foram calculados a média e
o desvio padrão das respostas individuais, além da moda e da variância. Estes
resultados estatísticos são mostrados na Tabela 5. As questões Q01, Q02, Q03 e
assim sucessivamente referem-se às questões ou pares de adjetivos presentes na
Escala de Desejabilidade Social da Assertividade (APÊNDICE B). Os valores
estatísticos (Média, Desvio Padrão, Moda e Variância) representam os valores
77
obtidos com os 66 participantes para cada questão ou par de adjetivos e para os
escores de cada participante.
Tabela 5 - Resultados estatísticos para a Desejabilidade Social da Assertividade
Fator Cluster Questões Adjetivos Médias
D
esv
i
os
Padrões Moda Variância
Q04 Flexível/ Inflexível 3,38 1,30 4 1,69
Q06 Afável/ Indelicado, Descortês 3,45 1,19 3 1,42
Q07 Injusto/ Justo 4,79 1,06 5 1,12
Q08 Maldoso/ Bondoso 3,67 1,19 4 1,43
Q18 Chato/ Atraente 2,58 1,11 3 1,23
Q19
Disposto a concordar/ Não
Dis
p
osto a Concordar
3,08 1,38 2 1,92
Q21
A
mi
g
ável/ Não Ami
g
ável 3,33 1,23 4 1,52
Q24 Educado/ Grosseiro 3,73 1,39 3 1,92
Médias do Fator 3,50 1,23 3,50 1,53
Q03
Socialmente Habilidoso/
Socialmente Desa
j
eitado
3,80 1,35 4 1,82
Q11 Pacífico/ Brigão 3,55 1,42 3 2,01
Q13 Desatencioso/ Atencioso 4,06 1,19 4 1,41
Q14
A
fetuoso/ Indiferente 2,89 1,24 3 1,54
Q17
A
mável/ Malcriado 3,48 1,11 4 1,24
Q20 Inteli
g
ente/ Bronco 3,92 1,40 5 1,95
Médias do Fator 3,62 1,28 3,83 1,66
Q01 Temperamental/ Ponderado 3,61 1,63 2 2,67
Q02 Não Receptivo/ Receptivo 3,24 1,45 3 2,09
Q05 Não Assertivo/ Assertivo 4,27 1,35 5 1,83
Q09 Diplomático/ Intratável 4,08 1,19 4 1,42
Q12 Desagradável/ Agradável 3,29 1,16 4 1,35
Q23
A
ntipático/ Simpático 2,83 1,27 4 1,62
Médias do Fator 3,55 1,34 3,67 1,83
Q10 Medroso/ Corajoso 4,68 1,19 6 1,42
Q15 Inadequado/ Adequado 4,17 1,22 4 1,49
Q16 Honesto/ Desonesto 5,15 1,10 6 1,21
Q22 Falso/ Verdadeiro 5,26 0,85 6 0,72
Médias do Fator 4,81 1,09 5,50 1,21
Médias Gerais 3,76 1,24 4 1,57
3 Ponderação
4 Honestidade
1 Sensibilidade
2 Presteza
A Tabela 5 mostra os resultados estatísticos para a Escala de Desejabilidade Social
da Assertividade de Moino e Ribeiro. As médias e a moda indicam tendência para
maior Desejabilidade Social da Assertividade, na maioria das questões ou pares de
adjetivos. As exceções concentram-se nas questões Q14, Q18 e Q23, para as quais
se indica menor Desejabilidade Social da Assertividade, ressaltando a preferência
dos participantes pelos adjetivos: Indiferente, Chato, Antipático.
78
Por outro lado, os adjetivos Assertivo, Justo, Corajoso, Adequado, Honesto e
Verdadeiro foram os de maiores escores médios para as situações avaliadas pelos
participantes.
5.3 Dimensões Culturais de Hofstede
Para descrever as características culturais de estudantes de pós-graduação com
base nas dimensões propostas por Hofstede e Hofstede (2005), foram considerados
os resultados obtidos para os 66 Questionários VSM 94 aplicados. A partir dos
resultados individuais, foram obtidos a média, desvio padrão, moda e variância para
cada questão e para os índices IDH (Índice de Distância Hierárquica), IDV (Índice de
Individualismo x Coletivismo), MAS (Índice de Masculinidade x Feminilidade), ICI
(Índice de Controle da Incerteza) e OLP (Índice de Orientação de Longo Prazo).
Tabela 6 – Questionário VSM 94: Resultados estatísticos para os índices de
Hofstede encontrados nesta pesquisa
IDH ID
V
MAS ICI OLP
Médias
31,1 78,3 43,8 70,3 43,6
Desvio Padrão
46,4 47,2 91,2 61,9 22,2
Moda
25,0 80,0 (60,0) 155,0 40,0
V
ariância
2151 2227 8322 3835 491
Índices Obtidos
Resultados
Na Tabela 6 mostram–se as análises estatísticas para as respostas do Questionário
VSM 94 de Hofstede. O desvio padrão mostra que houve uma grande variação nos
resultados devido à alta sensibilidade das fórmulas utilizadas para o cálculo dos
índices. De acordo com o manual do Questionário VSM 94, esta variação será tanto
maior quanto menor for a amostra analisada.
79
5.4 Correlação entre Desejabilidade Social da Assertividade e as
Dimensões de Hofstede
Cálculos de correlação foram feitos para relacionar as dimensões culturais de
Hofstede ao julgamento de desejabilidade social (APÊNDICE H).
Para cruzamento desses dados foram utilizadas as ferramentas estatísticas de
correlação por postos de Spearman, Kendall Tau e Pearson, feitas pelo software
estatístico SPSS. A análise da correlação dos pares foi feita pelo SPSS (Statistics
Descriptives – XPROD).
Os resultados foram obtidos cruzando-se o Escore de Desejabilidade Social da
Assertividade com os índices obtidos para as dimensões culturais de Hofstede, para
cada participante.
Os resultados obtidos são mostrados na Tabela 7.
Tabela 7 - Correlação de postos (Spearman; Kendall Tau e Pearson).
IDH IDV MAS ICI OLP
Pearson Correlation 0,068
0,240(*)
0,011 0,009 -0,022
Kendall's tau_b Correlation -0,001
0,176(*)
0,026 0,010 -0,011
Spearman's rho Correlation 0,003
0,242(*)
0,029 0,009 -0,010
a. Listwise N = 66
Classificação Desejabilidade
Social da Assertividade
*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
Os índices de Spearman, Kendall Tau e Pearson, variam de -1 até 1, passando pelo
ponto zero. O Valor -1 (menos um) indica que existe forte correlação por postos,
porém a mesma é inversa (Correlação inversa), o Valor 1 (um) indica que existe forte
correlação por postos (Correlação direta), o Valor 0 (zero) indica que não há
correlação entre os postos (Correlação Nula). Valores intermediários indicam
tendências, de acordo com o seu posicionamento na escala.
80
A correlação observada entre a Desejabilidade Social da Assertividade e o IDV
(Índice de Individualismo x Coletivismo) foi positiva e significativa com uma
probabilidade de 5%.
A correlação observada entre a desejabilidade social da assertividade e MAS (Índice
de Masculinidade x Feminilidade), embora positiva, não foi significativa. Também
não foi significativa a correlação entre o Escore de Desejabilidade Social da
Assertividade e os outros dois índices, ICI (Índice de Controle da Incerteza) e OLP
(Índice de Orientação de Longo Prazo).
81
6 DISCUSSÃO
Esta pesquisa visou analisar a hipótese de haver correlação entre a desejabilidade
social da assertividade e as cinco dimensões de Hofstede.
O método utilizado foi a pesquisa quantitativa e o tratamento dos dados foi feito por
análise de correlação de postos, usando-se as fórmulas de Spearman, Kendall Tau
e Gamma, que foram empregadas para medir a correlação entre os resultados
obtidos pela Escala de Desejabilidade Social da Assertividade de Moino e Ribeiro e
os resultados obtidos para os índices do questionário VSM 94 de Hofstede.
Foi encontrada correlação positiva e significativa entre a Desejabilidade Social da
Assertividade e o Individualismo x Coletivismo, porém não se pôde encontrar
correlação significativa entre maiores índices de Masculinidade com maiores escores
no julgamento da desejabilidade social da assertividade, conforme era esperado.
Para as dimensões de Hofstede IDH, ICI e OLP não foi verificada nenhuma
correlação significativa com a desejabilidade social da assertividade.
A avaliação da desejabilidade social da assertividade aqui realizada resultou em
valores muito interessantes para alguns adjetivos:
Os valores obtidos para Q05 (Assertivo-Não-Assertivo); Q07 (Justo-Injusto); Q09
(Diplomático-Intratável); Q10 (Corajoso-Medroso); Q13 (Atencioso-Desatencioso);
Q15 (Adequado-Inadequado); Q16 (Honesto-Desonesto) e Q22 (Verdadeiro-Falso)
foram acima de 4 indicando valores altos para esses adjetivos.
82
Os Valores obtidos para Q14 (Indiferente-Afetuoso); Q18 (Chato-Atraente) e Q23
(Antipático-Simpático) foram abaixo de 3, indicando valores baixos para esses
adjetivos.
Logo, pode-se concluir que o comportamento assertivo do ator foi avaliado como
Assertivo, Justo, Diplomático, Corajoso, Atencioso, Adequado, Muito Honesto e
Muito Verdadeiro, porém Indiferente, Chato e Antipático.
Estes resultados reforçam os resultados obtidos nas pesquisas de Kelly et al (1980)
e Delamater e McNamara (1985), que afirmam que comportamentos assertivos são
vistos como: honestos, justos e adequados, porém antipáticos e menos desejáveis
socialmente.
Outro aspecto observado neste estudo diz respeito aos índices, bastantes diferentes
obtidos para as dimensões de Hofstede, IDH (31 nosso contra 69 Hofstede), IDV (78
nosso contra 38 Hofstede) e OLP (44 nosso contra 65 Hofstede), quando
comparados aos resultados da pesquisa de Hofstede e Hofstede (2005).
Nesse caso, algumas considerações podem ser feitas:
1. A população pesquisada obteve índice de Individualismo muito
superior, índice Distância Hierárquica e Orientação de Longo Prazo
muito inferiores aos achados de Hofstede e Hofstede (2005).
2. Já para o índice Masculinidade-Feminilidade não houve grande
diferença nos valores encontrados em nossa pesquisa, comparados
aos resultados de Hofstede e Hofstede (2005).
3. Deve-se observar que a população pesquisada, era formada por
alunos de pós-graduação, tem maior nível cultural e, provavelmente,
83
maior poder aquisitivo que a média da população nacional,
computando maior capital social e reforçando as afirmações de
Hofstede (2006) e Allik e Realo (2004) que vinculam maior capital
social a maior IDV e menor IDH. Assim, não se pode supor que os
presentes dados representem valores nacionais, nem mesmo
regionais.
4. Outra hipótese seria que os indivíduos pesquisados podem ser
empregados de empresas multinacionais que já incorporaram
características da cultura organizacional de uma multinacional como
parte da sua cultura nacional, influenciando diretamente os resultados
desta pesquisa.
84
7 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com referência aos objetivos específicos desta pesquisa, a análise dos resultados
permite concluir que:
a) A dimensão Masculinidade-Feminilidade é a única com distribuição
semelhante, comparativamente aos dados observados por Hofstede
para o Brasil. Enquanto que para Individualismo os índices são
superiores, para os índices de Distância Hierárquica e de Orientação de
Longo Prazo são muito inferiores aos achados de Hofstede e Hofstede
(2005), não se justificando, portanto a extensão das previsões daqueles
autores para qualquer subamostra brasileira ou ainda a extensão dos
presentes dados a outras amostras brasileiras.
b) Comportamentos assertivos não são uniformemente desejáveis
socialmente. São mais desejáveis se os critérios implicarem
honestidade, mas podem também gerar rejeição se os critérios
implicarem simpatia e sensibilidade.
c) A única dimensão cultural correlacionada ao julgamento da
desejabilidade social é o Individualismo: quanto maior o índice de
Individualismo, maiores os escores de desejabilidade social da
assertividade.
Os dados aqui apresentados respondem às perguntas de pesquisa, mais também
abrem oportunidade para pesquisas futuras.
85
Outras populações também deveriam ser pesquisadas para que esta pesquisa
possa se tornar mais abrangente e possa ser generalizada para o Brasil.
Esta pesquisa não considerou a variação de gênero para o ator nas vinhetas
avaliadas. Portanto, não serve como referência para indicar se os participantes
consideraram, ou não, o sexo do ator como mais desejável em sua resposta.
Pesquisas, citadas nos quadros 3 e 4 do capítulo Revisão da Literatura, consideram
que o comportamento assertivo das mulheres é avaliado como menos desejável que
o dos homens. O comportamento assertivo das mulheres é visto como mais
agressivo, autoritário e socialmente menos aceito, tanto por homens quanto por
mulheres. Os homens são avaliados mais positivamente, tanto por homens quanto
por mulheres, quanto às situações assertivas apresentadas.
Outras pesquisas consideram que o gênero do ator ou dos avaliadores não interfere
na avaliação da assertividade.
Não se encontra na pesquisa anterior amparo para esperar que o comportamento
assertivo do ator do sexo masculino gerasse tendência para avaliação de menor
desejabilidade, tanto por parte dos homens quanto das mulheres participantes,
Entretanto, esse aspecto merece ser investigado em futuras pesquisas, também em
virtude das pesquisas encontradas terem sido realizadas em contextos culturais
diferentes do brasileiro.
Reconhece-se, portanto, que pesquisas que se voltem às questões citadas poderão
confirmar, ampliar ou corrigir os resultados aqui obtidos.
.
86
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91
APÊNDICE A – DADOS CENSITÁRIOS DA POPULAÇÃO
Part.
Sexo Idade
Tempo
Estudo
Tipo
Trabalho Estado
Tempo
Região Desc Descendência Parentesco Graduação Curso
1 Masculino 28 17 A SP 28 Não Não Psicologia RH
2 Masculino 42 18 F SP 42 Sim Italiana Avó Materna Engenharia Mecânica Produção
3 Masculino 33 16 F SP 14 Não Não Engenharia Mecânica Produção
4
Masculino 34 15 E SP 34 Não Não Ciências Contábeis Produção
5 Masculino 29 18 E SP 29 Sim Italiana Bisavós Maternos e Paternos ADM Produção
6 Masculino 48 18 F SP 48 Sim Alemã Espanhola Avós Engenharia/ADM RH
7 Masculino 27 18 D SP 27 Sim Espanhola/ Portuguesa Bisavós Paternos ADM Produção
8 Feminino 24 17 F SP 24 Não Não Psicologia RH
9 Masculino 47 18 F MG 19 Não Não Direito RH
10 Feminino 26 18 E RS 11 Sim Alemã/Italiana Bisavós Psicologia RH
11
Feminino 25 17 E SP 6 Sim Italiana Bisavó Engenharia Química Produção
12 Feminino 35 15 C SP 35 Não Não Secratariado Executivo Produção
13 Feminino 25 15 C SP 25 Não Não Secratariado Executivo Produção
14 Masculino 45 17 F SP 12 Não Não Engenharia Mecânica Produção
15 Masculino 34 18 F MG 28 Não Não ADM/ História Produção
16 Masculino 25 17 E SP 25 Sim Arabe/Italiana Avós Engenharia Telecomunicações Produção
17 Masculino 24 16 E SP 24 Não Não ADM Produção
18 Masculino 32 18 E SP 15 Não Não Engenharia Química Logística
19 Masculino 35 18 F SP 25 Não Não Engenharia Elétrica Logística
20 Masculino 29 17 E SP 29 Sim Libanesa Avós Publicidade e Propaganda Logística
21 Masculino 35 18 F SP 10 Não Não Farmácia Logística
22
Masculino 24 16 E SP 24 Não Não Engenharia Mecatrônica Logística
23 Feminino 31 17 E BA 11 Não Não Direito Logística
24 Feminino 27 15 E MA 11 Não Não ADM Logística
25 Masculino 48 15 F SP 48 Não Não Tecnologia em Qualidade Logística
26 Feminino 31 17 F PE 18 Não Não Direito Logística
27 Feminino 24 16 E SP 24 Não Não ADM Logística
28 Masculino 26 16 F SP 26 Não Não ADM Logística
29
Masculino 40 18 D SP 40 Não Não Tecnologia em Processamento da Dados Logística
30 Masculino 23 16 E SP 23 Sim Sim Bisavós ADM Logística
31 Feminino 37 18 F SP 27 Não Não Ciências Contábeis Logística
32 Masculino 26 16 D SP 10 Sim Portuguesa Pais ADM Logística
33 Feminino 33 18 E PI 9 Sim Sim Não Sabe ADM Logística
34 Feminino 29 15 C SP 4 Não Ciências Contábeis GE
35 Feminino 30 17 E SP 2 Não Direito GE
36 Feminino 22 16 E SP 22 Sim Italiana Bisavó ADM GE
37 Masculino 25 16 E SP 25 Não Ciências da Computação GE
38 Masculino 33 18 F SP 33 Não ADM GE
39 Masculino 23 18 F CE 24 Não Engenharia Civil GE
40
Feminino 21 16 E SP 7 Não GE
41 Feminino 22 18 E SP 22 Sim Portuguesa/ Alemã Bisavós Publicidade e Propaganda GE
42 Feminino 36 15 F SP 30 Não Tecnólogo em Processamento de Dados GE
43 Feminino 24 15 E SP 23 Não ADM GE
44 Masculino 34 16 F PR 5 Sim Japonesa/ Italiana Avós e Bisavós Farmácia GE
45 Masculino 35 18 E SP 30 Sim Italiana Bisavós ADM GE
46 Masculino 36 18 F SP 36 Sim Espanhola Pais Engenharia Química GE
47
Masculino 45 16 F MG 10 Não ADM GE
48 Masculino 33 15 D SP 20 Não ADM GE
49 Masculino 30 18 D SP 30 Não ADM GE
50 Masculino 35 17 E SP 32 Sim Italiana/ Alemã Bisavós ADM GE
51 Feminino 26 18 E SP 26 Não Autom. de Escritórios e Secretariado/ ADM GE
52 Feminino 24 18 E SP 24 Sim Portuguesa Avós ADM Finanças
53 Feminino 37 17 E SP 37 Não Ciências Contábeis Finanças
54 Feminino 27 15 E SP 27 Não ADM Finanças
55 Feminino 24 17 E SP 24 Não ADM Finanças
56 Feminino 22 18 C SP 12 Sim Espanhola/Portuguesa Bisavós ADM Finanças
57 Masculino 24 18 D SP 24 Não ADM Finanças
58
Masculino 23 15 E SP 23 Não ADM Finanças
59 Feminino 32 17 F SP 2 Não Ciências Contábeis Finanças
60 Masculino 24 17 E SP 24 Não ADM Finanças
61 Feminino 23 18 E SP 23 Não Economia Finanças
62 Feminino 22 18 E SP 22 Sim Italiana/Portuguesa Ciências Contábeis Finanças
63 Masculino 36 18 F SP 36 Sim Italiana/Portuguesa Bisavós Engenharia Elétrica Finanças
64 Masculino 23 18 F SP 23 Não Direito Finanças
65
Feminino 29 18 F SP 19 Sim Japonesa Avós ADM Finanças
66 Masculino 24 18 G SP 24 Sim Portuguesa Avós Economia Finanças
92
APÊNDICE B – ESCALA DE DESEJABILIDADE SOCIAL DA ASSERTIVIDADE
DE MOINO E RIBEIRO
Instruções:
Você assistiu a 5 vinhetas com situações cotidianas. Elas foram gravadas especialmente para essa
pesquisa e mostram um indivíduo recusando propostas irrazoáveis e pedindo mudança de conduta
de outra pessoa.
Avalie a pessoa que você assistiu nas vinhetas exibidas quanto às características a seguir. Observe que as
características são bipolares. Para expressar sua avaliação, assinale na tabela a posição que você acha
que melhor descreve sua opinião.
Temperamental Ponderado
Não Receptivo Receptivo
Socialmente Habilidoso Socialmente desajeitado
Flexível Inflexível
Não Assertivo Assertivo
Afável Indelicado / Descortês
Injusto Justo
Maldoso Bondoso
93
Continuação..
Diplomático Intratável
Medroso Corajoso
Pacífico Brigão
Desagradável Agradável
Desatencioso Atencioso
Afetuoso Indiferente
Inadequado Adequado
Honesto Desonesto
94
Continuação..
Amável Malcriado
Chato Atraente
Disposto a concordar Não disposto a concordar
Inteligente Bronco
Amigável Não amigável
Falso Verdadeiro
Antipático Simpático
Educado Grosseiro
95
APÊNDICE C – TRANSCRIÇÃO DAS VINHETAS
1. Você tem sido importunado algumas vezes esta semana por um vendedor que
insistentemente tentou fazer com que você assine umas revistas. O vendedor
faz contato novamente, com o mesmo propósito.
Você diz:
Já é a terceira vez que você me liga, e em todas elas eu lhe disse que não tenho
interesse em assinar qualquer revista. Se você me ligar novamente, eu serei obrigado a
procurar o Departamento Comercial da Editora e reclamar sobre isso.
2. Seu colega de quarto diz a você que um amigo dele precisa de uma carona esta
tarde e que ele havia dito que você o levaria.
Você diz:
Eu gostaria que você não assumisse compromissos por mim, sem antes me avisar. Hoje
eu não vou ao aeroporto. Peça a ele para tomar um táxi.
3. Você pertence a uma equipe de ensino, mas você está fazendo todo o trabalho
de planejar, dar aulas, avaliar e cuidar dos estudantes.
Você diz:
Eu achava que éramos uma equipe, porém estou fazendo todo o trabalho sozinho. Eu
gostaria de conversar para ver como podemos mudar isto.
4. O pai está aborrecido porque o orientador da escola não tomou providências a
respeito do conflito entre seu filho e um professor.
O pai diz:
Eu já pedi à escola para investigar a situação envolvendo o meu filho, e me preocupo
porque nada foi feito até o momento. Insisto para que vocês resolvam isso!
5. No seu grupo de trabalho, todas as vezes lhe pedem para que você seja o
secretário das reuniões.
Você responde:
Eu aceito fazer a minha parte, tomando notas desta vez. Porém, em reuniões futuras,
gostaria que dividíssemos esta tarefa.
96
APÊNDICE D – RESUMO DOS DADOS OBTIDOS NA COLETA PILOTO
Participante Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Q22 Q23 Q24 Soma Direta
1 153665542256143335534343 91
2 143645144155344145645164 90
3
254644235355164156656363 100
4 532223143233342333333232 67
5 645543324635455356555454 106
6
652622122212262125622141 67
7 254545454355544242235255 94
8 344454244444434345434233 88
9
352525243245263235544254 87
10 345313234243343235333244 76
11 345333222144334245544344 81
12 266626445256454356565265 110
13
462515244255344144335155 87
14 244334232153243134334143 71
15 345644233324333345635544 91
Médias 3,1 4,5 3,7 4,7 3,1 4,1 2,3 3,4 3,4 2,4 4,0 4,3 2,9 4,3 3,5 2,1 3,7 4,7 4,5 3,6 4,3 2,3 4,5 3,6 3,6
Desvio Padrão 1,6 0,8 1,3 1,4 1,5 1,1 1,2 0,9 1,1 1,3 1,3 1,2 1,1 1,0 0,8 0,9 0,9 1,1 1,4 1,1 1,0 1,2 1,0 1,1 1,1
Moda 3,0 4,0 4,0 6,0 4,0 5,0 2,0 4,0 4,0 2,0 5,0 5,0 3,0 4,0 4,0 3,0 4,0 5,0 5,0 3,0 5,0 2,0 4,0 4,0 3,9
Variância 2,5 0,7 1,8 1,9 2,1 1,2 1,4 0,8 1,1 1,7 1,6 1,4 1,3 1,1 0,7 0,8 0,8 1,2 1,8 1,1 1,1 1,4 1,0 1,3 1,3
Correlação Item – Escore Total -0,29 0,46 0,52 0,60 0,37 0,59 0,60 0,19 0,67 0,51 0,38 0,85 0,29 0,15 0,78 0,32 0,86 0,45 0,29 0,78 0,81 0,44 0,68 0,63
Escala de Desejabilidade Social da Assertividade (Piloto)
Participante Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 IDH ID
V
MAS ICI OLP
1 12222314331533454235 10 80 -70 150 80
2 11222222231334453234 20 100 -20 150 40
3 11221211121132321425 10 125 -150 5 20
4 22112123212323323525 -5 35 -110 -70 80
5 12222314122312314222 -15 80 120 35 60
6
23334525232422421114 80 55 100 145 60
7
11222212232333344213 -25 100 50 160 40
8
11232311332332323444 5 145 -20 -25 40
9 11132212221234341223 95 120 50 145 40
10 11211212111232431242 10 80 80 95 60
11 11222323232243444242 10 75 120 140 20
12 11222122221333224124 -60 100 -60 155 60
13 13221222222244433244 20 160 -80 120 40
14 12112213121432323142 5 85 120 125 80
15
22321211132331421343 -50 105 10 25 40
Médias 1,2 1,6 1,9 2,0 1,9 2,3 1,4 2,5 1,8 2,3 1,5 2,9 2,9 2,7 3,4 2,9 2,7 2,3 2,8 3,5
7,3 96,3 9,3 90,3 50,7
Desvio Padrão 0,4 0,7 0,6 0,7 0,7 1,0 0,5 1,2 0,7 0,7 0,5 1,0 0,7 0,9 0,6 1,2 1,3 1,2 1,1 1,1 40,4 32,5 90,1 75,7 19,8
Moda 1,0 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0 1,0 2,0 2,0 3,0 2,0 3,0 3,0 2,0 4,0 2,0 4,0
2,0 4,0 4,0 10,0 80,0 120,0 150,0 40,0
Variância 0,2 0,5 0,4 0,4 0,6 1,0 0,3 1,4 0,5 0,5 0,3 1,0 0,6 0,8 0,4 1,6 1,7 1,4 1,3 1,3 1.631,7 1.055,2 8.121,0 5.737,4 392,4
69 38 49 76 65
Respostas para o questionário de Hofstede (Piloto)
Hofstede Brasil
HOFSTEDE; HOFSTEDE 2005
Respondente
Escore Direto
Desejabilidade
Inverso Classificação IDH IDV CL IDV MAS CL MAS ICI OLP
1
91 0,0110 6 10 80 10 -70 12 150 80
2
90 0,0111 7 20 100 6 -20 10 150 40
3
100 0,0100 3 10 125 3 -150 15 5 20
4
67 0,0149 15 -5 35 15 -110 14 -70 80
5
106 0,0094 2 -15 80 11 120 2 35 60
6
67 0,0149 14 80 55 14 100 4 145 60
7
94 0,0106 4 -25 100 7 50 7 160 40
8
88 0,0114 8 5 145 2 -20 9 -25 40
9
87 0,0115 10 95 120 4 50 6 145 40
10
76 0,0132 12 10 80 12 80 5 95 60
11
81 0,0123 11 10 75 13 120 3 140 20
12
110 0,0091 1 -60 100 8 -60 11 155 60
13
87 0,0115 9 20 160 1 -80 13 120 40
14
71 0,0141 13 5 85 9 120 1 125 80
15
91 0,0110 5 -50 105 5 10 8 25 40
Avaliação de Resultados Geral (Piloto)
97
APÊNDICE E – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: Variações
Culturais e as Habilidades Sociais no Contexto Universitário. Esta pesquisa irá gerar os
dados para a dissertação de mestrado do primeiro pesquisador, sob a orientação da
segunda pesquisadora.
Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do
estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra
é do pesquisador responsável.
Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma. Se quiser saber se seus
direitos estão sendo respeitados você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Taubaté pelo telefone 12-36322947.
O objetivo deste projeto é caracterizar como estudantes de pós-graduação avaliam
comportamentos que são variáveis nas diferentes culturas. Os procedimentos de coleta
de dados incluem a resposta a dois questionários e assistir a um vídeo dividido em
pequenas vinhetas. Os procedimentos vão tomar cerca de 30 minutos.
GARANTIA DE ESCLARECIMENTO, LIBERDADE DE RECUSA E GARANTIA DE
SIGILO: Você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você
é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a
qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar
qualquer penalidade ou perda de benefícios.
Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os
resultados dos questionários permanecerão confidenciais. Seu nome ou o material que
indique a sua participação não será liberado sem a sua permissão. Você não será
identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Uma cópia deste
consentimento informado será arquivada com o pesquisador e outra será fornecida a você.
A participação no estudo não acarretará custos para você e nem haverá qualquer
compensação financeira adicional. No caso de você sofrer algum dano decorrente dessa
pesquisa você tem direito a indenização.
DECLARAÇÃO DO PARTICIPANTE: Eu, ________________________________
fui informada (o) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e
esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas
informações e modificar minha decisão se assim o desejar. O pesquisador principal
Paulo Augusto Fraccaroli Moino e a professora orientadora Maria Júlia Ferreira
98
Xavier Ribeiro certificaram-me de que não permitirão que a minha identidade seja
de alguma maneira revelada nas publicações. Também sei que caso existam gastos
adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa. Em caso de dúvidas
poderei chamar os pesquisadores no telefone _________. Declaro que concordo em
participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e
esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.
Nome
Documento de identidade
Assinatura do Participante
Data
Paulo Augusto Fraccaroli
Moino
R.G
Data
99
APÊNDICE F – RESULTADOS DA ESCALA DE DESEJABILIDADE SOCIAL DA
ASSERTIVIDADE DE MOINO E RIBEIRO
Participante Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Q22 Q23 Q24
Soma
Direta
Média
1433443554343444443344444 913,8
2656555645455546653354645 1174,9
3335444535554544642254534 984,1
4234425434233333453445433 833,5
5355545554554555444454544 1084,5
6335253534533535633253633 913,8
7553252662324112126524543 813,4
8324263534533535632243633 883,7
9552152552622544621254522 843,5
10664665545445426643464646 1154,8
11543354644332443642223623 873,6
12611163116364514212111541 672,8
13562554536464516644564656 1134,7
14456555666664545554554545 1205,0
15155555655555435553444546 1094,5
16534352434544425543343533 903,8
17225222512261116461161611 672,8
18234353433433324333122522 723,0
19126533634623456641463613 933,9
20523233546622522622122612 763,2
21565455556365545653543544 1134,7
22444443434543534532242533 873,6
23113161533611113631152613 652,7
24542261213432223431111622 632,6
25542261216223521642533432 763,2
26653525555454534534535423 1004,2
27254354633545334644353543 964,0
28536354543654435652244645 1034,3
29233453545334435643445534 943,9
30215425634631614611462616 863,6
31433343523622313643333613 793,3
32212151431625523321112613 632,6
33615433644634436644444546 1034,3
34222222535522525522554534 813,4
35634463645653425643455646 1094,5
36443344443444432443434434 873,6
37112323543423543421223513 682,8
38136454645644534643555634 1054,4
39224242534523415522243524 773,2
40535244643633335533244643 933,9
41542314444363454641231515 843,5
42244243443444434443322413 793,3
43545555525332354543355225 954,0
44312343413432432623333431 702,9
45414444545445544444455446 1014,2
46344443544533433532222423 813,4
47555564655633535532252634 1034,3
48654424456663616642466636 1114,6
49424534544534436544333424 923,8
50444444444444444444444544 974,0
51344453544534545643354635 1014,2
52222332333522222621132612 622,6
53222122332421232431233523 592,5
54223333443623323633333622 773,2
55216243533622513631142613 753,1
56245425654654545643453643 1044,3
57545545545453434533343543 984,1
58334333434553434543454545 933,9
59655565556366555654555666 1265,3
60111666666611116611616616 893,7
61234243443532433422231622 733,0
62333354444434454544533443 923,8
63636464635624435644464645 1104,6
64322262433623324631142614 753,1
65343463643534434633234644 943,9
66655455465555665462565555 1205,0
Médias 3,6 3,2 3,8 3,4 4,3 3,5 4,8 3,7 4,1 4,7 3,5 3,3 4,1 2,9 4,2 5,2 3,5 2,6 3,1 3,9 3,3 5,3 2,8 3,7 3,8 0,7
Desvio Padrão 1,6 1,4 1,3 1,3 1,4 1,2 1,1 1,2 1,2 1,2 1,4 1,2 1,2 1,2 1,2 1,1 1,1 1,1 1,4 1,4 1,2 0,8 1,3 1,4 1,2
Moda 2,0 3,0 4,0 4,0 5,0 3,0 5,0 4,0 4,0 6,0 3,0 4,0 4,0 3,0 4,0 6,0 4,0 3,0 2,0 5,0 4,0 6,0 4,0 3,0 4,0
Variância 2,7 2,1 1,8 1,7 1,8 1,4 1,1 1,4 1,4 1,4 2,0 1,3 1,4 1,5 1,5 1,2 1,2 1,2 1,9 1,9 1,5 0,7 1,6 1,9 1,6
100
APÊNDICE G – RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO VSM 94 DE HOFSTEDE
Participante Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 IDH IDV MAS ICI OLP
1 21112222111133433223 30 30 50 125 40
2
12211312232434221123 95 110 -30 155 60
3
11222323232432422244 25 75 -20 75 60
4
12212222121232233444 -30 110 -60 -5 40
5 54444455434334233224 20 -45 0 125 40
6 22332322322233224424 -25 100 -60 5 40
7 12231413131333424325 45 125 -130 55 40
8
22111212132452443333 5 60 10 130 60
9
12143232242444424252 35 170 160 85 40
10 13131421131455321221 190 205 110 155 60
11 11132311131335313342 115 145 120 5 40
12 11112211122123134342 10 105 80 20 20
13
12332454221112523241 5 100 150 25 20
14
11212212132234422453 40 80 70 -40 20
15
23122323122244221334 130 85 -60 65 40
16 23313211222143442233 -20 115 130 155 20
17 22222313231234442444 75 55 0 15 20
18 11111112121253321223 35 80 -10 155 40
19
32132211131425452432 100 75 140 25 60
20
12212213111253443244 -5 85 0 165 60
21 12131213212244434234 35 125 -60 135 60
22 22323434233422434334 -15 30 20 35 60
23 11111114111333322552 15 30 60 -90 80
24
21112313231212432151 60 5 210 80 20
25
21111212131123444233 10 30 10 105 0
26
21112214211232322144 25 -20 -20 125 60
27 12312311211334321321 60 135 190 55 80
28 13222423232123251322 105 135 80 90 0
29 11211222121133433222 -5 80 60 125 20
30
11211112111143211415 0 80 -170 25 40
31
13111233131243532242 50 115 60 120 20
32 13213123124145421255 50 115 -30 85 20
33 11111112111353444345 -25 80 -130 115 80
34 21121222122234343232 55 50 40 130 40
35
12222114121334442455 5 80 -70 0 60
36
32121211221143423322 30 55 80 80 20
37
11222323122433424421 10 75 190 5 80
38 13111213121234555452 15 115 100 20 40
39 11222213333434323342 20 75 120 25 60
40 21422312132134425121 -55 50 210 155 0
41
12232433212434542432 110 125 120 30 100
42
11111213131321313312 -20 55 60 25 40
43 33222315231331422322 0 -15 140 55 40
44 22221415232412324224 20 5 -80 55 60
45 11212212121244522424 40 80 20 30 40
46
11123212122334424444 35 100 60 -25 60
47
22322323233334441222 60 55 120 145 40
48
23315124121432432354 -80 40 160 30 80
49 12323313222334333332 20 105 180 60 60
50 11111212121244424445 35 80 -130 0 40
51 12232212131333224442 -25 150 100 -25 40
52
21121324122322453122 40 0 60 190 60
53
11311212121124424244 -35 80 -60 50 20
54 11111213122343542243 50 55 30 140 60
55 12112314131334432322 110 60 140 75 40
56 22213313242242442225 25 35 -10 170 0
57
22322313232332433322 -30 55 140 75 40
58
21111221121234225333 15 55 -50 40 40
59
12222333122132461432 45 105 100 70 20
60 23332212231434441233 25 130 70 130 60
61 21111212211243422224 50 30 -60 130 60
62 11122324233243523244 65 50 0 100 20
63
12242212221444421552 60 170 140 -65 80
64
11112313112234243322 90 55 100 95 60
65 12221312121232543424 5 130 -40 45 40
66 22232323233222422144 25 75 -20 100 20
Médias 1,5 1,8 1,8 1,8 1,8 2,5 1,5 2,6 1,5 2,3 1,6 2,5 3,2 3,2 3,6 2,8 2,7 2,8 3,1 3,0 31,1 78,3 43,8 70,3 43,6
Desvio Padrão 0,7 0,8 0,8 0,9 0,8 0,8 0,9 1,0 0,6 0,8 0,8 1,0 0,9 1,0 0,9 1,1 1,1 1,0 1,1 1,2 46,4 47,2 91,2 61,9 22,2
Moda
1,0 1,0 1,0 1,0 2,0 2,0 1,0 2,0 1,0 3,0 1,0 2,0 3,0
4,0 4,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 25,0 80,0 (60,0) 155,0 40,0
V
ariância
0,5 0,6 0,7 0,8 0,6 0,7 0,8 1,0 0,4 0,6 0,6 1,1 0,8 0,9 0,9 1,2 1,3 1,0 1,3 1,5 2.151,4 2.227,2 8.322,4 3.835,3 491,2
69 38 49 76 65
HOFSTEDE; HOFSTEDE 2005
Hofstede Brasil
101
APÊNDICE H – RESULTADOS DA CORRELAÇÃO ENTRE OS QUESTIONÁRIOS:
DESEJABILIDADE SOCIAL DA ASSERTIVIDADE E VSM 94
Classifica_Desejabilidade IDH IDV MAS ICI OLP
Pearson Correlation
1 0,068 0,240 0,011 0,009 -0,022
Sig. (2-tailed)
0,586 0,052 0,927 0,945 0,862
Sum of Squares and Cross-products
17.183,530 3.343,409 11.966,667 1.108,030 564,242 -509,091
Covariance
264,362 51,437 184,103 17,047 8,681 -7,832
Pearson Correlation
0,068 1 ,282(*) 0,100 0,122 0,084
Sig. (2-tailed)
0,586 0,022 0,426 0,328 0,501
Sum of Squares and Cross-products
3.343,409 139.839,773 40.125,000 27.415,909 22.852,273 5.627,273
Covariance
51,437 2.151,381 617,308 421,783 351,573 86,573
Pearson Correlation
0,240 ,282(*) 1 0,112 -0,200 0,071
Sig. (2-tailed)
0,052 0,022 0,371 0,107 0,573
Sum of Squares and Cross-products
11.966,667 40.125,000 144.766,667 31.316,667 -38.041,667 4.800,000
Covariance
184,103 617,308 2.227,179 481,795 -585,256 73,846
Pearson Correlation
0,011 0,100 0,112 1 -0,057 0,031
Sig. (2-tailed)
0,927 0,426 0,371 0,650 0,804
Sum of Squares and Cross-products
1.108,030 27.415,909 31.316,667 540.953,030 -20.875,758 4.090,909
Covariance
17,047 421,783 481,795 8.322,354 -321,166 62,937
Pearson Correlation
0,009 0,122 -0,200 -0,057 1 -0,197
Sig. (2-tailed)
0,945 0,328 0,107 0,650 0,113
Sum of Squares and Cross-products
564,242 22.852,273 -38.041,667 -20.875,758 249.293,939 -17.572,727
Covariance
8,681 351,573 -585,256 -321,166 3.835,291 -270,350
Pearson Correlation
-0,022 0,084 0,071 0,031 -0,197 1
Sig. (2-tailed)
0,862 0,501 0,573 0,804 0,113
Sum of Squares and Cross-products
-509,091 5.627,273 4.800,000 4.090,909 -17.572,727 31.927,273
Covariance
-7,832 86,573 73,846 62,937 -270,350 491,189
*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
a. Listwise N=66
IDV
MAS
ICI
OLP
Correlations(a)
Classifica_Desejabilidade
IDH
Classifica_Desejabilidade IDH IDV MAS ICI OLP
Correlation Coefficient
1,000 -0,001 ,176(*) 0,026 0,010 -0,011
Sig. (2-tailed)
. 0,987 0,043 0,765 0,903 0,904
Correlation Coefficient
-0,001 1,000 0,126 0,082 0,111 0,039
Sig. (2-tailed)
0,987 . 0,150 0,345 0,200 0,678
Correlation Coefficient
,176(*) 0,126 1,000 0,059 -0,158 0,025
Sig. (2-tailed)
0,043 0,150 . 0,501 0,069 0,795
Correlation Coefficient
0,026 0,082 0,059 1,000 -0,038 0,016
Sig. (2-tailed)
0,765 0,345 0,501 . 0,657 0,863
Correlation Coefficient
0,010 0,111 -0,158 -0,038 1,000 -0,090
Sig. (2-tailed)
0,903 0,200 0,069 0,657 . 0,339
Correlation Coefficient
-0,011 0,039 0,025 0,016 -0,090 1,000
Sig. (2-tailed)
0,904 0,678 0,795 0,863 0,339 .
Correlation Coefficient
1,000 0,003 ,242(*) 0,029 0,009 -0,010
Sig. (2-tailed)
. 0,982 0,050 0,818 0,944 0,934
Correlation Coefficient
0,003 1,000 0,170 0,111 0,152 0,052
Sig. (2-tailed)
0,982 . 0,173 0,374 0,224 0,678
Correlation Coefficient
,242(*) 0,170 1,000 0,080 -0,208 0,027
Sig. (2-tailed)
0,050 0,173 . 0,523 0,094 0,830
Correlation Coefficient
0,029 0,111 0,080 1,000 -0,063 0,023
Sig. (2-tailed)
0,818 0,374 0,523 . 0,614 0,855
Correlation Coefficient
0,009 0,152 -0,208 -0,063 1,000 -0,111
Sig. (2-tailed)
0,944 0,224 0,094 0,614 . 0,374
Correlation Coefficient
-0,010 0,052 0,027 0,023 -0,111 1,000
Sig. (2-tailed)
0,934 0,678 0,830 0,855 0,374 .
*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
a. Listwise N = 66
Spearman's rho Classifica_Desejabilidade
IDH
IDV
MAS
ICI
OLP
Kendall's tau_b Classifica_Desejabilidade
IDH
IDV
MAS
ICI
OLP
Non Parametric Correlations(a)
102
ANEXO A – QUESTIONÁRIO VSM 94 – DIMENSÕES CULTURAIS
V S M 94
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA SOBRE
VALORES 1994
(Values Survey Module)
Versão em Português Brasileiro
PERMISSÃO PARA USO GRATUITO, PARA FINS DE PESQUISA.
PROIBIDA A CÓPIA PARA USO COMERCIAL SEM AUTORIZAÇÃO ESCRITA.
Copyright © Geert Hofstede BV
103
QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL (VSM 94)
Pense, por favor, em um trabalho ideal – sem levar em conta o seu trabalho atual, se você o tiver. Ao
escolher um trabalho ideal, que grau de importância teria para você...
(marque, por favor, uma única resposta para cada questão)
1 de muita importância
2 muito importante
3 de moderada importância
4 de pouca importância
5 de muito pouca ou nenhuma importância
1 Ter tempo suficiente para minha vida pessoal ou familiar 1 2 3 4 5
2 Ter boas condições físicas de trabalho (por ex.: boa
ventilação, boa iluminação, espaço de trabalho adequado,
etc.)
1 2 3 4 5
3 Ter uma boa relação com seu superior direto 1 2 3 4 5
4 Ter segurança (estabilidade) no trabalho 1 2 3 4 5
5 Trabalhar com pessoas que cooperam bem entre si 1 2 3 4 5
6 Ser consultado por seu superior direto nas decisões que ele
tome
1 2 3 4 5
7 Ter oportunidade para ascensão na carreira profissional 1 2 3 4 5
8 Ter elementos de variedade e aventura no trabalho 1 2 3 4 5
Na sua vida privada, que grau de importância tem para você o seguinte? (marque, apenas uma
resposta para cada pergunta):
9 Estabilidade pessoal 1 2 3 4 5
10 Poupança 1 2 3 4 5
11 Persistência (perseverança) 1 2 3 4 5
12 Respeito às tradições 1 2 3 4 5
104
QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL (VSM 94)
13 Com que freqüência você se sente
nervoso ou tenso no trabalho?
1
Muito
Rara-
mente
2
Rara-
mente
3
Algumas
vezes
4
Freqüente-
mente
5
Muito
Freqüente-
mente
14 Segundo a sua experiência, no seu
ambiente de trabalho, com que
freqüência os subordinados sentem
medo de expressar desacordo com
seus superiores?
1
Muito
Rara-
mente
2
Rara-
mente
3
Algumas
vezes
4
Freqüente-
mente
5
Muito
Freqüente-
mente
Em que medida você concorda ou discorda das seguintes afirmações?
1 concordo totalmente
2 Concordo
3 não concordo, nem discordo
4 Discordo
5 discordo totalmente
15 Pode-se confiar na maioria das pessoas. 1 2 3 4 5
16 É possível ser um bom gestor sem se ter respostas exatas
para a maioria das perguntas que os subordinados possam
fazer a respeito dos seus trabalhos (dos subordinados).
1 2 3 4 5
17 Deve-se evitar a todo custo estruturas organizacionais nas
quais alguns subordinados tenham dois chefes
1 2 3 4 5
18 A competição entre empregados é, normalmente mais
danosa que benéfica.
1 2 3 4 5
19 As regras de uma organização ou empresa não deveriam
ser quebradas, nem quando o empregado pense que é pelo
bem da empresa.
1 2 3 4 5
20 Quando as pessoas fracassam na vida é, freqüentemente,
por sua própria culpa.
1 2 3 4 5
105
Informações pessoais (para objetivos estatísticos):
1. Você é:
1. homem
2. mulher
2. Sua idade é:
3. Quantos anos de educação escolar formal (ou seu equivalente) você tem no total?
1. 10 anos ou menos
2. 11 anos
3. 12 anos
4. 13 anos
5. 14 anos
6. 15 anos
7. 16 anos
8. 17 anos
9. 18 anos ou mais
4. Que tipo de trabalho você executa?
1. Trabalho não remunerado (incluso estudante)
2. Trabalho manual que requeira pouca ou nenhuma formação
3. Serviços gerais de escritório ou secretaria
4. Trabalho técnico que requer formação profissionalizante (como por exemplo, técnico em
informática, técnico mecânico ou técnico em enfermagem)
5. Trabalho que requer formação universitária ou equivalente (mas que não tem subordinados)
6. Gerente com um ou mais subordinados (subordinados que não sejam também gerentes)
7. Gerente com um ou mais subordinados (subordinados que sejam gerentes)
106
5. Em que cidade e estado você nasceu?
6. Há quanto tempo você reside em nossa região?
7. Você é descendente de estrangeiros (ou de imigrantes)?
8. Em caso positivo, qual é o país de origem e o grau de parentesco em que se enquadram?
Especifique todos de que você tem conhecimento até o nível de bisavós.
9. Qual é o curso de graduação que você fez?
10. Que curso de pós-graduação você está cursando agora?
Muito obrigado por sua cooperação!
107
ANEXO B – FÓRMULAS PARA CÁLCULO DOS ÍNDICES DO QUESTIONÁRIO
VSM 94 DE HOFSTEDE
Índice de Distância Hierárquica (IDH):
IDH = –35m(03) +35m(06) +25m(14) –20m(17) –20
Esse índice apresenta, geralmente, valores entre 0 (pequena distância hierárquica) e 100 (Grande
distância hierárquica), porém valores negativos e acima de 100 são tecnicamente possíveis.
Índice de Individualismo (IDV):
IDV = –50m(01) +30m(02) +20m(04) –25m(08) +130
Esse índice apresenta, geralmente, valores entre 0 (forte coletivismo) e 100 (forte Individualismo),
porém valores negativos e acima de 100 são tecnicamente possíveis.
Índice de Masculinidade (MAS):
MAS = +60m(05) –20m(07) +20m(15) –70m(20) +100
Esse índice apresenta, geralmente, valores entre 0 (forte feminilidade) e 100 (forte masculinidade),
porém valores negativos e acima de 100 são tecnicamente possíveis.
Índice de Controle da Incerteza (ICI):
ICI = +25m(13) +20m(16) –50m(18) –15m(19) +120
Esse índice apresenta, geralmente, valores entre 0 (fraco controle da incerteza) e 100 (forte controle
da incerteza), porém valores negativos e acima de 100 são tecnicamente possíveis.
108
Índice de Orientação a Longo Prazo (OLP):
OLP = -20m(10) +20m(12) +40 (Versão revisada em 1999)
Esse índice apresenta, geralmente, valores entre 0 (orientação de muito curto prazo) e 100
(orientação de muito longo prazo), porém valores negativos e acima de 100 são tecnicamente
possíveis.
O valor m em todas as fórmulas indica a média aritmética dos resultados, de todos os participantes,
de cada resposta ao Questionário VSM 94.
Traduzido do Manual VSM 94. Para maiores detalhes, favor consultar o manual do VSM 94
disponível em: http://feweb.uvt.nl/center/hofstede/VSM.html
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