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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Bioquímica Médica
Proteínas HMGB1 (High Mobility Group B1) de Schistosoma mansoni
e Schistosoma japonicum: Estudos de interação e regulação
conformacional do DNA
Francisco Meirelles Bastos de Oliveira
Dissertação de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Química
Biológica, Instituto de Bioquímica Médica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Doutor em Química
Biológica.
Orientador: Marcelo Rosado Fantappié
Rio de Janeiro
2007
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ii
DE OLIVEIRA, Francisco Meirelles Bastos
Proteínas HMGB1 (High Mobility Group B1) de Schistosoma mansoni e
Schistosoma japonicum: Estudos de interação e regulação conformacional do DNA /
Francisco Meirelles Bastos de Oliveira. – 2007.
137f.: il.
Dissertação (Doutorado em Química Biológica) – Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Instituto de Bioquímica Médica, Rio de Janeiro, 2007.
Orientador: Marcelo Rosado Fantappié
1. High Mobility Group B1 (HMGB1). 2. Schistosoma mansoni. 3. Schistosoma
japonicum. 4. Regulação conformacional do DNA. – Teses
I. Fantappié, Marcelo Rosado (Orient.). II. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Instituto de Bioquímica Médica, Programa de Pós-Graduação em Química Biológica.
III. Título.
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iii
O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Bioquímica e Biologia
Molecular do Schistosoma mansoni, Instituto de Bioquímica Médica, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, sob orientação do Prof. Marcelo Rosado Fantappié, na
vigência de auxílios concedidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq-PROFIX No. 540002/01-1 e Bolsa de Doutorado No.
141027/2004-5), UNDP/World Bank/World Health Organization/TDR e Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES – Bolsa PDEE No.
BEX0518/05-0).
iv
Proteínas HMGB1 (High Mobility Group B1) de Schistosoma mansoni e Schistosoma
japonicum: Estudos de Interação e Regulação Conformacional do DNA
Francisco Meirelles Bastos de Oliveira
Orientador: Marcelo Rosado Fantappié
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química Biológica,
Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Química Biológica.
Aprovada em Dezembro de 2007 por:
Orientador: Dr. MARCELO ROSADO FANTAPPIÉ
Prof. Adjunto do Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro – IBqM/UFRJ
Dr. ALEXANDRE AFRÂNIO PEIXOTO
Pesquisador Titular do Instituto Oswaldo Cruz – IOC/FIOCRUZ
Dr. CARLOS AUGUSTO GOMES SOARES
Prof. Adjunto do Depto. de Genética, Instituto de Biologia da Universidade Federal do
Rio de Janeiro – IB/UFRJ
Dr. LUIS MAURICIO TRAMBAIOLI DA ROCHA E LIMA
Prof. Adjunto do Depto. de Medicamentos, Faculdade de Farmácia, Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Suplente externo: Dra. ANA LUCIA MORAES GIANNINI
Profa. Adjunta do Depto. de Genética, Instituto de Biologia da Universidade Federal do
Rio de Janeiro – IB/UFRJ
Revisor/Suplente interno: Dr. MARCUS FERNANDES DE OLIVEIRA
Prof. Adjunto do Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro – IBqM/UFRJ
v
AGRADECIMENTOS
Aos Drs. Marcelo Rosado Fantappié e Franklin David Rumjanek, sem distinções, pela
participação e orientação fundamentais na minha formação pessoal e científica e pela
paciência e companheirismo paternais dispensados ao longo dos últimos oito anos.
A minha família, pelo apoio incondicional independentemente das minhas escolhas.
A Simone Caldas e Luca Caldas Buonocore, por todo o carinho.
A Isabel Caetano de Abreu, pela ajuda, dedicação e maturidade demonstradas na
consolidação desse trabalho.
Aos Drs. Sérgio Verjovski-Almeida e Emmanuel Dias Neto, por terem gentilmente
cedido as sondas de DNA que possibilitaram o isolamento da SmHMGB1 e pela valiosa
contribuição na idetificação das isoformas SmHMGB2 e SmHMGB3.
Ao Dr. Michal Štros, pela atenção e contribuição minuciosa ao longo do
desenvolvimento e finalização do projeto envolvendo as proteínas HMGBs.
Ao Dr. Philip T. LoVerde, pelo reconhecimento ao meu trabalho e valiosa experiência
proporcionada ao longo de um interminável ano em seu laboratório, na Southwest
Foundation for Biomedical Research em San Antonio, Texas.
Ao Dr. Marcus Fernandes de Oliveira, pela atenção e tempo dispensados na revisão
dessa tese e pelas sugestões e questionamentos pertinentes que contribuiram de forma
decisiva para uma melhor interpretação dos resultados obtidos.
Aos diversos companheiros de pesquisa que, de uma forma ou de outra, contribuíram
para a feliz consolidação desse ciclo, em especial, aos amigos Daniel Rodrigues
Furtado, PhD; Paulo Roberto de Azevedo Castro, PhD; José João Mansure, PhD e
Ahmed Osman Egiza, PhD.
vi
RESUMO
DE OLIVEIRA, Francisco Meirelles Bastos. Proteínas HMGB1 (High Mobility Group
B1) de Schistosoma mansoni e Schistosoma japonicum: Estudos de interação e
regulação conformacional do DNA. Tese (Doutorado em Química Biológica) – Instituto
de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
Nesse trabalho foram clonados 2 diferentes cDNAs correspondentes às proteínas
HMGB1 de S. mansoni (SmHMGB1) e S. japonicum (SjHMGB1) e identificadas duas
isoformas homólogas à SmHMGB1, denominadas SmHMGB2 e SmHMGB3. Os genes
da SmHMGB1 e SjHMGB1 possuem três exons e dois introns, enquanto o gene da
proteína homóloga humana apresenta quatro exons e três introns. O alinhamento das
proteínas HMGBs de S. mansoni e S. japonicum com HMGB1 de outros organismos,
apresentou um alto grau de similaridade na porção que compreende os domínios box A
e box B (~60%). Em contrapartida, a região que compreende a extremidade carboxi-
terminal, apresentou uma baixa similaridade (~16%). Essa diferença parece ser
decorrente de uma tendência ao aumento do número de resíduos ácidos na extremidade
carboxi terminal das proteínas HMGB1 de acordo com o grau de complexidade dos
organismos analisados. Além da existência de uma única cópia do gene da HMGB1 no
genoma do S. mansoni foi demonstrado que a SmHMGB1 é constitutivamente expressa
em ambos os sexos dos estágios adulto e imaturo de desenvolvimento do parasito.
Estudos funcionais utilizando a proteína SmHMGB1 recombinante, demonstraram sua
capacidade de interagir com maior especificidade com moléculas de DNA que
apresentam estrutura superenovelada e estruturas planares cruciformes de DNA do tipo
“four-way-junction” (4WJ). Estudos comparativos demonstraram que, assim como a
proteína HMGB1 humana, a SmHMGB1, quando na presença de topoisomerase I, é
capaz de induzir o superenovelamento negativo de moléculas de DNA circular. Através
de ensaios de circularização de fragmentos lineares de DNA, foi demonstrada uma
maior eficiência da SmHMGB1 em relação a HMGB1 humana. Além disso, a ausência
da cauda ácida na SmHMGB1 acarreta em uma diminuição considerável na capacidade
de circularização em relação à proteína full length. Finalmente, ao contrário do que já
havia sido observado com a HMGB1 humana, foi demonstrado que a região que
compreende o domínio box A da SmHMGB1 não é capaz de promover a circularização
de moléculas de DNA. Considerando o envolvimento da proteína HMGB1 em eventos
biológicos de replicação, transcrição, recombinação e particularmente, na mediação de
respostas inflamatórias em células de mamíferos, estudos adicionais sobre as proteínas
HMGBs de
Schistosoma poderão trazer respostas capazes de elucidar aspectos
importantes relacionados à complexa biologia desse parasito.
vii
ABSTRACT
DE OLIVEIRA, Francisco Meirelles Bastos. Schistosoma mansoni e Schistosoma
japonicum HMGB1 proteins (High Mobility Group B1): Studies of DNA interaction
and conformational regulation. Thesis (Doctorate in Biological Chemistry) – Instituto
de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
This work describes the cloning of 2 different cDNAs corresponding to HMGB1
proteins from S. mansoni (SmHMGB1) and S. japonicum (SjHMGB1). We also
identified two isoforms from the homologous SmHMGB1. They were called
SmHMGB2 and SmHMGB3. The genes corresponding to SmHMGB1 and SjHMGB1
display 3 exons and 2 introns, while the homologous human gene displays 4 exons and
3 introns. Alignment of the HMGB proteins from S. mansoni and S. japonicum with
HMGB1 from other organisms, shows a high degree of similarity in the portion
comprising the A box and B box domains (~60%). In contrast, the region comprising
the C-terminal portion shows a low similarity (~16%). This difference seems to derive
from the tendency to increase the number of acid residues in the C-terminal portion of
HMGB1 proteins in proportion to the biological complexity of analyzed organisms. The
Schistosoma mansoni HMGB1 gene consists of a single copy and is constitutively
expressed in similar levels both in mature and immature male and female worms.
Functional studies using recombinant SmHMGB1 protein, had demonstrated its capacity
of interacting with high specificity supercoiled DNA and planar DNA “four-way-
junction” (4WJ) molecules. Comparative studies showed that, as well as human
HMGB1, the SmHMGB1, induces negative supercoiling of circular DNA molecules in
the presence of topoisomerase I. SmHMGB1 displays higher efficiency in promoting
mini circles formation comparing to the human HMGB1. Moreover, the absence of the
acidic tail in the SmHMGB1 causes a considerable reduction in the capacity of
circularization compared with the wild type protein. Finally, we demonstrate that the A
box domain from the SmHMGB1 is not able to promote the circularization of linear
DNA fragments. Considering the important role of HMGB1 in DNA replication,
transcription, recombination, and in particularly, the mediation of inflammation
responses in mammalian cells, further studies on schistosome HMGB proteins may
provide valuable information related to the complex biology of the parasite.
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Micrografia eletrônica de varredura de um casal de vermes adultos de S.
mansoni........................................................................................................................ 16
Figura 2 – Principais estágios de desenvolvimento do Schistosoma.......................... 18
Figura 3 – A patologia da esquistossomose ............................................................... 20
Figura 4 – Distribuição global da esquistossomose ................................................... 21
Figura 5 – O impacto associado a infecções em populações de áreas rurais de baixa
renda ............................................................................................................................ 24
Figura 6 – Modelagem estrutural das histonas nucleossomais e nucleossomo.......... 28
Figura 7 – Estrutura da cromatina não compactada ................................................... 29
Figura 8 – Modelo Zig-Zag de compactação e organização dos nucleossomos ........ 30
Figura 9 – Topologias equivalentes assumidas pelo DNA superenovelado............... 33
Figura 10 – Topologias não-equivalentes assumidas pelo DNA superenovelado ..... 34
Figura 11 – Superenovelamento positivo e negativo ................................................. 35
Figura 12 – Regulação da interação entre fatores transcricionais mediante alterações
conformacionais do DNA............................................................................................ 39
Figura 13 – Esquema estrutural modular das HMGs ................................................. 41
Figura 14 – Regulação da estrutura do DNA nucleossomal pelas HMGs ................. 42
Figura 15 – Modelagem estrutural dos domínios box A e box B da proteína HMGB1
humana..........................................................................................................................44
Figura 16 – Arquivo do GenBank contendo a seqüência integral do cDNA da
SmHMGB1 .................................................................................................................. 67
Figura 17 – Arquivo do GenBank contendo a seqüência integral do cDNA da
SjHMGB1 .................................................................................................................... 69
Figura 18 – Alinhamento das seqüências deduzidas de resíduos de aminoácido das
proteínas HMGB1 de S. mansoni/S. japonicum e HMGB2 e HMGB3 de S. mansoni
com as seqüências de resíduos de aminoácido das HMGB1s de outros organismos.. 70
Figura 19 – Comparação da composição de resíduos de aminoácidos na região que
compreende a cauda ácida nas proteínas HMGB1 de S. mansoni/S. japonicum e
HMGB2 e HMGB3 de S. mansoni com a composição de resíduos de aminoácido das
HMGB1s de outras espécies........................................................................................ 72
ix
Figura 20 – Arquivo do GenBank contendo a seqüência integral do cDNA da
SmHMGB2 .................................................................................................................. 74
Figura 21 – Arquivo do GenBank contendo a seqüência integral do cDNA da
SmHMGB3 .................................................................................................................. 76
Figura 22 – Análise da expressão gênica da SmHMGB1 por Northern Blot ............. 77
Figura 23 – Southern Blot da SmHMGB1 .................................................................. 78
Figura 24 – Amplificação dos cDNAs e genes das HMGB1s de S. mansoni e S.
japonicum .................................................................................................................... 79
Figura 25 – Esquema comparativo entre a estrutura do gene SmHMGB1 e gene
HMGB1 humano.......................................................................................................... 80
Figura 26 – Purificação das proteínas Sm/SjHMGB1 recombinantes e seus diferentes
domínios ...................................................................................................................... 82
Figura 27 – Interação da SmHMGB1 com DNA 4WJ ............................................... 84
Figura 28 – Interação da SmHMGB1 com DNAs de diferentes topologias............... 85
Figura 29 – Superenovelamento de DNA plasmidial relaxado induzido pela
SmHMGB1 .................................................................................................................. 86
Figura 30 – Determinação e comparação do “tipo” de superenovelamento induzido
pelas Sm/SjHMGB1 em relação a HMGB1 humana................................................... 87
Figura 31 – Determinação e comparação da atividade de circularização de DNA
induzido pela SmHMGB1 em relação a HMGB1 humana.......................................... 89
Figura 32 – Modelagem molecular do DNA do tipo Four-Way-Junctions (4WJs)... 97
Figura 33 – Modelo de topologia assumida pelo DNA nos sítios de iniciação de
transcrição gênica em eucariotos................................................................................. 99
Figura 34 – Experimento de microscopia eletrônica demonstrando a formação de
complexos entre o domínio box B da proteína HMGB1 humana e o DNA...............102
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Sítios convergentes doadores e aceptores de splice..................................81
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
°C – grau Celsius
µCi – microcurrie (s)
µg – micrograma (s)
µl – microlitro (s)
µM - micromolar
Ǻ – angstrom (s)
ATP – adenosina tri-fosfato
BLASTN – Basic Local Alignment Search Tool Nucleotide
pb – pares de base
cDNA – DNA complementar
cm – centímetro (s)
dCTP – desoxicitidina-trifosfato
DEPC – dietilpirocarbonato
DNA – ácido desoxirribonucléico
DTT – ditiotreitol
EDTA – ácido etileno diamino tetra-acético
EST – Expressed Sequence Tags
g – grama (s)
X g – gravidade
GAPDH – gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase
GST – glutationa S-transferase
h – hora (s)
hHMGB – Human High Mobility Group Box
IL – Interleucina
IPTG – Isopropil-tio-ß-D-galactosideo
Kd – constante de dissociação
kDa – quilodalton (s)
LB – Luria Bertani
LEF-1 – Lymphoid enhancer-binding factor
Lk – linking number
M – molar
xii
mg – miligrama 9s)
min – minuto (s)
MIP-1α. – Macrophage infectivity potentiator 1α.
ml – mililitro (s)
mm – milímetro (s)
mM – milimolar
mRNA – RNA menssageiro
nM – nanomolar
n
o
– número
N-terminais – amino terminais
O.D. – optical deviation
ORF – Open Reading Frame
PCR – Polymerase Chain Reaction
RMN – ressonância magnética nuclear
RNA – ácido ribonucléico
rpm – rotações por minuto
RT-PCR – Reverse Translation Polymerase Chain Reaction
SDS – dodecil sulfato de sódio
SREBP – Sterol Regulatory Element Binding Protein
SSC – Standard Saline Citrate
TBE – tampão tris-borato-EDTA
TBP – TATA-binding protein
TFIIH – General transcription factor IIH
TGF-ß – Transforming Growth Factor ß
TNFαTumor Necrosis Factor α
TIGR – The Institute for Genome Research
Tris – 2-amino-2-hidroximetilpropano-1,3-diol
U – unidade (s)
UV – ultravioleta
V – volt (s)
V – volume (s)
X – vez concentrado
WHO – World Health Organization
L – litro (s)
xiii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.................................................................................................v
RESUMO.....................................................................................................................vi
ABSTRACT................................................................................................................vii
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................viii
LISTA DE TABELAS..................................................................................................x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS................................................................xi
SUMÁRIO.................................................................................................................xiii
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................16
1.1 - A Esquistossomose ........................................................................................16
1.1.1 – O Ciclo de Vida do Parasito e a Patologia da Doença............................. 17
1.1.2 – Agentes Etiológicos e Distribuição Geográfica....................................... 21
1.1.3 – Epidemiologia e Controle........................................................................ 22
1.2 – Regulação da Expressão Gênica..................................................................27
1.2.1 – Estrutura e Função do Genoma Eucariótico............................................ 27
1.2.2 – Estrutura e Função do DNA Superenovelado.......................................... 32
1.2.3 – Estrutura e Função do Bending DNA....................................................... 37
1.3 - Proteínas do Tipo High Mobility Group (HMG) .......................................40
1.3.1 – Proteínas High Mobility Group B (HMGB) ............................................ 45
1.3.2 – HMGs: Modulação Específica ou Constitutiva? ..................................... 47
2. OBJETIVOS..........................................................................................................49
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................50
4. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................51
4.1 - Isolamento dos cDNAs e Genes da SmHMGB1 e SjHMGB1 ...................51
4.2 – Sequenciamento e Análise das Seqüências.................................................53
4.3 – Marcação Radioativa de Sondas de DNA ..................................................54
4.4 – Manutenção do Ciclo de Vida do S. mansoni e Obtenção de
Vermes Adultos por Perfusão...............................................................................54
4.5 – Infecções Unissexuais de S. mansoni...........................................................55
4.6 – Extração de DNA Genômico........................................................................55
xiv
4.7 – Extração de RNA Total................................................................................56
4.8 – Síntese de cDNA............................................................................................56
4.9 – Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)....................................................57
4.10 – Southern Blot..............................................................................................57
4.11 – Northern Blot..............................................................................................58
4.12 – Construção dos Plasmídeos para Expressão de Proteínas
Recombinantes.......................................................................................................59
4.13 – Expressão e Purificação de Proteínas Recombinantes............................60
4.14 – Purificação de DNA Superenovelado Através de Gradiente em CsCl ..61
4.15 – Ensaio de Retardamento da Mobilidade Eletroforética em Gel de
Agarose Utilizando DNA Superenovelado ..........................................................62
4.16 – Ensaio de Retardamento da Mobilidade Eletroforética em
Gel de Poliacrilamida Utilizando DNA do Tipo Four-Way-Junctions (4WJs) 63
4.17 – Ensaio de Superenovelamento de DNA....................................................63
4.18 – Ensaio de Sign para Determinação do Tipo de
Superenovelamento Induzido pela Sm/SjHMGB1 .............................................64
4.19 – Ensaio de Circularização Mediado por T4 Ligase ..................................65
5. RESULTADOS......................................................................................................66
5.1 – Identificação e Isolamento dos cDNAs da HMGB1 de S. mansoni
e S. japonicum (SmHMGB1 e SjHMGB1)...........................................................66
5.2 – Homologia das Sm/SjHMGB1 com Proteínas HMGB1 de Outras
Espécies...................................................................................................................69
5.3 – Identificação dos cDNAs e Comparação das Seqüências das
Isoformas SmHMGB2 e SmHMGB3 com a SmHMGB1...................................72
5.4 – Análise da Expressão Gênica do gene SmHMGB1 em Vermes
Adultos e Imaturos, Machos e Fêmeas................................................................76
5.5 – Análise do Número de Cópias do Gene SmHMGB1 por Southern Blot..77
5.6 – Isolamento por PCR e Comparação do Mapa Estrutural dos
Genes SmHMGB1 e SjHMGB1 com o Gene HMGB1 Humano.........................79
5.7 – Purificação das Proteínas Recombinantes Sm/SjHMGB1........................81
5.8 – SmHMGB1 Interage com DNA Sintético do Tipo
Four-Way-Junctions (4WJs).................................................................................83
5.9 – SmHMGB1 Interage com DNA Superenovelado Circular.......................84
xv
5.10 – Sm/SjHMGB1 Induzem o Superenovelamento Negativo do DNA
Plasmidial Relaxado na Presença da Topoisomerase I......................................85
5.11 – SmHMGB1 Induz a Circularização de Fragmentos de DNA Linear
de 123 e 66 pb........................................................................................................88
6. DISCUSSÃO..........................................................................................................90
7. CONCLUSÕES....................................................................................................106
REFERÊNCIAS ......................................................................................................110
ANEXO I – TRABALHO RELACIONADO À TESE PUBLICADO EM
PERIÓDICO DE CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL - Cloning the
genes and DNA binding properties of High Mobility Group B1 (HMGB1)
proteins from the human blood flukes Schistosoma mansoni and Schistosoma
japonicum. Gene, v. 377, p. 33-45, Mar. 3, 2006....................................................123
ANEXO II - Currículum Vitae................................................................................137
16
1. INTRODUÇÃO
1.1 - A Esquistossomose
A esquistossomose também conhecida como Bilharzíase é uma doença
parasitária tropical causada pela infecção de um verme trematódeo pertencente ao
gênero Schistosoma.
Vermes adultos do gênero Schistosoma são brancos ou acinzentados,
apresentando um corpo cilíndrico de aproximadamente 7-20 mm de comprimento
com duas ventosas terminais, tegumento, trato digestivo cego, e órgãos reprodutores.
A. B.
Figura 1 - Micrografia eletrônica de varredura de um casal de vermes adultos de S. mansoni
(A) Casal em cópula com a fêmea alojada no canal ginecóforo do macho. Adaptado de
<
http://www.nhm.ac.uk/research-curation/projects/schistosomes/>. Acesso em Fev., de 2007. (B)
Detalhe da ventosa bucal que auxilia em sua fixação. Adaptado de
<
http://visualsonline.cancer.gov/details.cfm?imageid=1762>. Acesso em Mar., 2007.
Ao contrário dos outros trematódeos, o gênero Schistosoma é dióico, exibindo sexos
separados. O corpo do verme macho apresenta uma invaginação longitudinal
17
denominada “canal ginecóforo” no qual a fêmea, de corpo mais estreito, permanece
alojada (Figura 1).
1.1.1 – O Ciclo de Vida do Parasito e a Patologia da Doença
As fêmeas adultas produzem de centenas (no caso das espécies africanas) a
milhares (no caso de outras espécies) de ovos por dia. Esse ovos atingem a corrente
sanguínea do hospedeiro vertebrado depositando-se em diversos órgãos,
principalmente na parede dos intestinos, baço e fígado. Cada ovo (Figura 2 A) contém
uma larva ciliada denominada miracídio (Figura 2 B) que, acredita-se, secretam
enzimas proteolíticas que ajudam na migração dos ovos para a luz da bexiga (S.
heamatobium) ou do intestino (outras espécies). Os ovos são excretados junto com a
urina ou fezes do hospedeiro vertebrado (dependendo da espécie) permanecendo
viáveis por até sete dias. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam os
miracídios que, em função de estímulos químicos e luminosos, deslocam-se através de
batimentos ciliares a procura de seus hospedeiros intermediários, os caramujos de
água doce. Após penetrar o caramujo, o miracídio multiplica-se assexuadamente e se
diferencia em esporocistos multicelulares que, por sua vez, vão originar a segunda
forma larval da esquistossomose, as cercária (Figura 2 C). Nesta fase de reprodução,
cada miracídio é capaz de produzir aproximadamente três mil cercárias.
As cercárias começam a ser liberadas pelos caramujos quatro a seis semanas
após a infecção. Nessa ocasião, passam a ser capazes de se deslocar na água doce
através de batimentos caudais circulares à procura de seu hospedeiro definitivo. A
liberação das cercárias é condicionada a estímulos luminosos ocorrendo,
principalmente, durante o dia.
18
Ao encontrar seu hospedeiro definitivo a cercária libera enzimas proteolíticas
armazenadas em glândulas acetabulares e que facilitam sua penetração através da pele
do hospedeiro vertebrado. Durante o processo de penetração, as cercárias perdem sua
cauda e o glicocálice e passam a ser denominadas esquistossômulos (Figura 2 D). Os
esquistossômulos atingem a circulação linfática ou sanguínea do hospedeiro e
migram, via pulmões, para o sistema porta-hepático transformando-se em vermes.
A.
C.
B. D.
Figura 2 - Principais estágios de desenvolvimento do Schistosoma
(A) Da esquerda para a direita, respectivamente, ovos de S. mansoni, S. haematobium e S. japonicum.
Adaptado de: GRYSEELS, 2006, p. 1111. (B) Micrografia eletrônica de varredura de um miracídio
recém saído de um ovo. Retirado de
<
http://www.path.cam.ac.uk/~schisto/SchistoLife/Miracidium.html>. Acesso em Mar., 2007. (C)
Microscopia de uma cercária. Retirado de
<
http://www.bact.wisc.edu/foodsafety/parasite/schisto.html.> Acesso em Mar., 2007. (D) Microscopia
de fluorescência de um esquistossômulo. Retirado de
<
http://www.path.cam.ac.uk/~schisto/SchistoLife/Schistosomule.html>. Acesso em Mar., 2007.
19
Finalmente, entre o 23º e 35º dia pós-infecção, ocorre o pareamento entre
machos e fêmeas, que a partir daí, passam a conviver em cópula constante. Uma vez
pareados, os vermes migram para os plexos venosos da bexiga, próstata e útero (S.
haematobium) ou veias mesentéricas (demais espécies) produzindo ovos que, ao
serem excretados juntamente com as fezes, reiniciam o ciclo de infecção
(GRYSEELS, 2006).
Nem todos os ovos de Schistosoma são eliminados. Até metade deles pode ser
direcionada para outras áreas do organismo como fígado, pulmões, sistema nervoso
central e rins.
A patologia da esquistossomose não está relacionada diretamente com a
presença do parasito, mas sim, com a deposição de seus ovos nos tecidos dos
hospedeiros vertebrados. Esses ovos secretam substâncias que provocam reações
inflamatórias eosinofílicas e granulomatosas e que são progressivamente substituídas
por depósitos fibrosos (Figura 3 A e B). Os doentes crônicos, nos quais ocorre uma
obstrução por fibrose do sistema porta-hepático, podem desenvolver
hepatoesplenomegalia, lesões vasculares, hipertensão do sistema porta e ascite, que é
o acúmulo de líquido no abdômen, razão pela qual a doença também é conhecida
como “barriga d’água” (Figura 3 C). Em casos extremos, a hipertensão pode até
mesmo matar o hospedeiro em decorrência do sangramento de varizes gastresofágicas
que se formam para compensar a circulação intra-hepática comprometida
(CHEEVER, 2000). No caso de infecção crônica por S. haematobium, a ulceração das
paredes uretrais pode levar à hematúria (GRYSEELS, 1989) (Figura 3 D).
20
B.
A.
C.
D.
Figura 3 – A patologia da esquistossomose
(A) Granulôma agudo ao redor de um ovo de S. mansoni em um fígado de camundongo infectado
experimentalmente. Na reação podem ser observados muitos eosinófilos e linfócitos além de alguns
macrófagos e hepatócitos ainda intactos (cor avermelhada). (B) Granulôma crônico ao redor dos restos
de ovo de S. mansoni em um fígado de camundongo com um tecido fibroso dominante (cor azulada).
(C) Homem de 19 anos com sintomas de esquistossomose hepática com fibrose crônica. Além do
retardamento no crescimento é possível notar outras anomalias físicas decorrentes da
hepatoesplenomegalia e ascite. (D) Hematúria devido a ulcerações na bexiga decorrentes da
esquistossomose urinária. Adaptado de: GRYSEELS, 2006, pág. 1110.
A média de vida de um verme adulto é de aproximadamente três a cinco anos,
mas em alguns casos, podem alcançar até 30 anos, sendo que a capacidade
reprodutiva teórica de um par de vermes adultos ao longo de sua vida pode chegar a
mais de 600 bilhões de indivíduos (GRYSEELS, 2006).
21
1.1.2 – Agentes Etiológicos e Distribuição Geográfica
As principais espécies de Schistosoma capazes de infectar os humanos são: S.
mansoni, transmitido por caramujos do gênero Biomphalaria e causador da
esquistossomose hepática e intestinal na África, Península Arábica, América do Sul e
Caribe; S. haematobium, transmitido por caramujos do gênero Bulinus e causador da
esquistossomose urinária na áfrica e península arábica; e o S. japonicum, transmitido
por caramujos anfíbios do gênero Oncomelania e causador da esquistossomose na
China, Filipinas e Indonésia.
Figura 4 - Distribuição global da esquistossomose
Regiões em verde correspondem aos 74 países onde a doença é endêmica. Adaptado de:
<
http://www.who.int/tdr/diseases/schisto/default.htm>. Acesso em Nov., 2007
22
O S. intercalatum e S. mekongi são transmitidos respectivamente, pelos
caramujos Bulinus e Neotricula e são causadores da esquistossomose
respectivamente, na África Ocidental e na Ásia, somente nos arredores do rio
Mekong. Essas duas últimas espécies são menos disseminadas apresentando
importâncias locais em suas áreas endêmicas (Figura 4).
A distribuição das diferentes espécies depende, em grande parte, da ecologia
de seus hospedeiros intermediários. Ambientes de água doce como lagos, córregos e
rios são as principais vias de infecção, mas ao longo das últimas décadas,
reservatórios de água e sistemas de irrigação têm contribuído para a disseminação da
esquistossomose. A disseminação da doença ocorre, principalmente, em áreas rurais,
mas focos urbanos já podem ser encontrados em muitas das áreas endêmicas (MOTT,
1990).
A população de caramujos, densidade de cercárias liberadas e os padrões de
contato humano com a água infectada apresentam uma forte variação temporal e
espacial, resultando em distribuições específicas da infecção ao longo das áreas
endêmicas (GRYSEELS, 1988).
1.1.3 – Epidemiologia e Controle
Desde o final dos anos 80, quando a comunidade internacional de pesquisa re-
estabeleceu prioridades no ônus relativo às doenças parasitárias, a esquistossomose
começou a perder importância na agenda global de saúde. Comparada a tratamentos
preventivos de doenças consideradas mais letais como malária, AIDS e tuberculose, o
controle da esquistossomose vem deixando de ser prioridade, apesar das 200-300
23
milhões de pessoas infectadas e com possibilidades de virem a vivenciar episódios
recorrentes da infecção (CHITSULO, 2000).
Apesar da prevalência da esquistossomose, as mortes associadas ainda são
consideradas baixas, gerando um grande debate a respeito da aplicação de
investimentos para o combate à doença. Essa discussão vem sendo revivida diante da
necessidade de renovação, priorização e alocação de recursos perante estimativas
mundiais precisas que levem em conta a mortalidade e deficiência resultante de cada
tipo de doença. Para isso, foi desenvolvido pela WHO/World Bank Global Burden of
Disease Initiative uma lista para combate prioritário de doenças baseado, dentre
outros, em um índice denominado Disability-Adjusted Life Years (DALY) (LOPEZ,
2006a; LOPEZ, 2006b). O DALY é calculado a partir da prevalência, mortalidade e
incapacidade decorrentes da doença, sendo que o estudo do ônus global para a
esquistossomose atribui, atualmente, um valor relativamente baixo e uma mortalidade
de 14.000 indivíduos por ano. Hoje, a esquistossomose representa 0.1% do ônus
global mundial por doenças equiparando-se, portanto, a doenças como Leishmaniose
e Tripanossomíase (KING, 2005; VAN DER WERF, 2003).
Levando-se em conta a limitação de dados regionais utilizados na obtenção
dos valores vigentes de DALY, um dos principais pontos na discussão a respeito do
ônus global da esquistossomose, sugere novas formas de estudos para a validação dos
índices atuais (HAGAN, 2004; KING, 2006).
Qualquer déficit de desempenho associado a doenças desencadeia impactos
relevantes nas atividades diárias de um indivíduo. Em áreas endêmicas, a
incapacidade média decorrente da infecção por esquistossomose tem sido ignorada e
considerada pouco importante. Mas levando-se em conta o cenário dessas populações
onde uma família precisa investir totalmente seu capital físico e humano para garantir
24
sua sobrevivência anual, mesmo um baixo valor de 2-3% para a incapacidade
associada a infecções parasitárias crônicas
1
(GUYATT, 2000) pode tornar-se
extremamente relevante para a sustentabilidade dessas populações (Figura 5).
Figura 5 - O impacto associado a infecções em populações de áreas rurais de baixa renda
Em economias de subsistência, famílias devem investir anualmente todo o seu capital físico e humano a
fim de obter, na média, um retorno de investimentos que possibilite sua sustentabilidade (linha média
de quadrados vermelhos). Nessas áreas, doenças infecciosas crônicas são comuns, gerando déficits
físicos e econômicos capazes de serem medidos em calorias produzidas e/ou dinheiro acumulado. Uma
redução da incapacidade associada à esquistossomose, poderia em última instância gerar um
significativo aumento na produção com potencial suficiente para quebrar o ciclo de pobreza (linha
superior de losangos azuis). Por outro lado, qualquer risco de progressão da doença associado a um
aumento na incapacidade das populações infectadas pode acarretar em aumento na pobreza e provável
diminuição na expectativa de vida (linha inferior de triângulos cinza). Adaptado de: KING, 2006, pág.
576.
Nas últimas décadas, uma série de medidas para controle da esquistossomose
tem sido colocadas em prática. Assim como para outros parasitos, o controle da
transmissão da doença tem sido substituído pelo controle da morbidade através de
tratamentos em massa utilizando quimioterápicos. Apesar de favorecer o surgimento
de resultados imediatos, essa estratégia necessita de planejamentos em longo prazo
1
Tradução do autor para a expressão disability associated with chronic parasitic infection
25
para garantir a sustentabilidade e progressão do controle para os demais estágios de
transmissão da doença.
O controle dos hospedeiros intermediários através de moluscicidas é caro e
logisticamente complexo. Populações de caramujos podem ser facilmente reduzidas,
mas raramente eliminadas. Além disso, o uso de moluscicidas acaba por gerar
problemas de ordem ecológica e econômica devido a sua toxicidade a outros
organismos aquáticos. A utilização de controle biológico através da introdução de
espécies predadoras é outra alternativa proposta, mas de difícil implantação e grandes
riscos ecológicos (ZHANG, 2003).
A esquistossomose, a princípio, poderia ser eliminada através de medidas para
sanificação das fontes de água e de programas educacionais para mudanças de hábitos
populacionais. No Japão, tais medidas possibilitaram a erradicação da doença em
1982.
O tratamento a base de quimioterápicos tem sido utilizado em larga escala e
reduzido, consideravelmente, o impacto da esquistossomose na saúde pública de
países como: Egito, China, Brasil, Filipinas, Porto Rico, Tunísia, Marrocos e Arábia
Saudita (HAGAN, 2004; KING, 2006). No entanto, países mais pobres como os
países da África Subssaariana apresentam muita dificuldade em implantar e sustentar
estratégias de controle epidemiológicos baseadas em quimioterapia. Projetos pilotos
para diminuição da morbidade em Mali, Congo, Madagascar e Malawi demonstraram
resultados promissores em curto prazo, mas acabaram sucumbindo diante do término
de suporte internacional (CHITSULO, 2000; GRYSEELS, 1987).
A ineficácia no tratamento de doenças epidêmicas, muitas vezes é indicativa
de resistência adquirida à droga utilizada. No caso do praziquantel, uma droga
amplamente utilizada contra a esquistossomose, registros na falha do tratamento, em
26
1995, são atribuídos à eficácia estágio-específico da mesma (PICQUET, 1998;
STELMA, 1995). O praziquantel é efetivo contra o esquistossômulo dentro de uma
janela temporal que compreende os dois primeiros dias pós-infecção. Após esse
período, o parasito perde sua susceptibilidade, podendo continuar seu
desenvolvimento. A ovoposição por vermes que se desenvolveram durante repetidos
tratamentos com o praziquantel é uma das indicações de falha na eficácia da droga
(GRYSEELS, 2001; PICQUET, 1998). Registros de isolamento de parasitas
resistentes ao praziquantel no Egito (ISMAIL, 1996; ISMAIL, 1994; ISMAIL, 2002)
e Senegal (ROCHA, 1995), somados ao desenvolvimento experimental de
esquistossômulos resistentes in vitro (FALLON, 1997) confirmam a preocupação
relativa a uma possível emergência e disseminação de espécies resistentes à
quimioterápicos.
A diminuição observada na eficácia do praziquantel vem estimulando uma
busca por novas abordagens de controle a esquistossomose (BERGQUIST, 2002;
BRINDLEY, 2005; MCMANUS, 2001; REYNOLDS, 1994). Recentemente,
utilizando a GST28 recombinante de S. haematobium como antígeno, Capron e
colaboradores demonstraram um significante efeito anti-helmíntico da vacina em
testes clínicos com humanos (BRINDLEY, 2005). Em 2006, Tran e colaboradores
isolaram uma proteína de superfície em S. mansoni denominada tetraspanina (Sm-
TSP-2). Através de ensaios de “desafio” em camundongos inoculados com a proteína
antigênica, os autores obtiveram uma eficácia de 57%, 64% e 65%, respectivamente,
na diminuição do número de vermes adultos, ovos depositados no fígado e ovos
liberados nas fezes (TRAN, 2006). A eficácia acima de 40% apresentada nos ensaios
de imunização com animais experimentais, coloca a Sm-TSP-2 no grupo de vacinas
27
autorizadas pela Organização Mundial de Saúde a candidatar-se para as primeiras
fases de ensaios clínicos.
Desde 1986, quando Carter e Colley publicaram uma revisão pioneira
compilando dados sobre a biologia molecular do S. mansoni (CARTER, 1986), novas
informações vêm sendo agregadas ao tema. O andamento do projeto genoma
(
http://www.tigr.org/tdb/e2k1/sma1/ e http://www.sanger.ac.uk/Projects/S_mansoni/),
a recente publicação do genoma funcional (VERJOVSKI-ALMEIDA, 2003), o
projeto proteoma dos diferentes estágios de desenvolvimento do parasito
(
http://www.york.ac.uk) e o desenvolvimento de chips de microarranjos para a
determinação de genes diferencialmente expressos (
http://bioinfo.iq.usp.br/schisto)
vem promovendo novas discussões e configurando ferramentas importantes de
pesquisa para o desenvolvimento de formas alternativas de controle da doença.
1.2 – Regulação da Expressão Gênica
1.2.1 – Estrutura e Função do Genoma Eucariótico
O genoma dos organismos eucarióticos encontra-se organizado sob a forma de
uma estrutura nuclear denominada cromatina. Na cromatina são processados os sinais
endógenos e exógenos que, por sua vez, são transformados em instruções
operacionais para a execução da maioria das funções biológicas.
A cromatina foi identificada pela primeira vez em 1882, por Walther
Flemming, através de experimentos de refração e afinidade por corantes. Em 1974,
Oudet e colaboradores, obtiveram evidências bioquímicas que demonstravam o
genoma eucariótico claramente organizado e distribuído sob a forma de unidades
repetidas de tamanho uniformes denominadas nucleossomos (OUDET, 1975).
28
A.
B.
C.
Figura 6 - Modelagem estrutural das histonas nucleossomais e nucleossomo
(A) Tetrâmero formado pela histona H3 (verde) e H4 (amarela). (B) Dímero formado pelas histonas
H2A (vermelho) e H2B (rosa). As porções amino e carboxi-terminais são representadas
respectivamente pelas letras N e C. (C) Cada uma das fitas de DNA é mostrada em diferentes
tonalidades de azul. O DNA perfaz 1.7 voltas em torno do octâmero de histonas formando uma
estrutura discóide. As histonas estão representadas com as mesmas cores descritas em (A) e (B).
Adaptado de: KHORASANIZADEH, 2004, págs. 260 e 261.
Os nucleossomos são constituídos pelo DNA genômico associado a um
octâmero protéico que, por sua vez, é formado por dois conjuntos de quatro histonas
nucleossomais denominadas H2A, H2B, H3 e H4. A composição linear do octâmero
nucleossomal pode ser resumida como (H2A-H2B)-(H4-H3)- (H3`-H4`)-(H2B`-
H2A`) em torno do qual, um segmento de dupla hélice de DNA composto por 147
29
pares de bases, perfaz 1.7 voltas, enrolando-se como uma linha em torno de um
carretel (Figura 6 C).
Uma célula de mamífero acomoda em torno de 2-3 bilhões de pares de bases
em seu núcleo, o que implica em uma compactação eficiente do seu material genético.
A estrutura isolada dos nucleossomos, no entanto, não é suficiente para compactar
todo o material genético presente na célula. Oudet e colaboradores provaram, pela
primeira vez, a importância das histonas de ligação H1 na compactação da cromatina
(OUDET, 1975). Foi demonstrado que, quando ocorre a depleção das histonas H1, a
estrutura fibrilar observada assume uma configuração menos compacta, semelhante à
de um “colar de contas” (OUDET, 1975) (Figura 7 B). Nesse arranjo, os
nucleossomos estariam conectados de forma espaçada por um segmento de DNA não
associado a histonas, também chamado de DNA de ligação
2
(Figura 7 A).
A. B.
DNA de
Ligação
Octâmero
de Histonas
Figura 7 - Estrutura da cromatina não compactada
(A) Nucleossomos constituídos pelo octâmero de histonas (amarelo) e DNA (azul) encontram-se
conectados em intervalos regulares através do DNA de ligação (azul) ao longo da cromatina. (B)
Microscopia eletrônica da fibra de cromatina na ausência das histonas H1 assumindo uma configuração
de “colar de contas”. Adaptado de: NELSON & COX, 2000, pág. 923.
2
Tradução do autor para o termo linker DNA
30
De uma forma geral, os mecanismos de compactação da cromatina convergem
para o estabelecimento de um modelo padrão onde os nucleossomos estariam
dispostos ao longo da fibra de DNA de forma alternada, assumindo um modelo de
compactação em “zig-zag” (BEDNAR, 1998; RYDBERG, 1998) (Figura 8).
A.
B.
Figura 8 - Modelo Zig-Zag de compactação e organização dos nucleossomos
(A) Ilustração esquemática da estrutura assumida pela fibra de cromatina, demonstrando a
compactação dos nucleossomos. (B) Microscopia eletrônica da fibra de cromatina compactada.
Retirado de: NELSON & COX, 2000, pág. 926.
Oudet e colaboradores fizeram as primeiras observações relacionando a
estrutura dos nucleossomos e a função do genoma eucariótico.
É tentador fazer a correlação entre a fração da cromatina na qual a maior
parte do DNA está empacotada nos nucleossomos, com a fração do genoma que
31
nunca é expressa… É possível que… o DNA livre possa de fato corresponder à fração
do DNA que oportunamente se expressa num determinado tipo de célula.”
3
As observações feitas por Oudet em 1975, continuam atuais, sendo
corroboradas até hoje em experimentos que demonstram a desestruturação do
nucleossomo em regiões promotoras de genes ativamente transcritos (BOEGER,
2003). Hoje, sabe-se que o acesso dos fatores e maquinaria de transcrição ao DNA é
regulado por diversos mecanismos capazes de alterar a estrutura dos nucleossomos.
A acessibilidade do DNA nucleossomal depende da dissociação transitória das
histonas que o compõe, o que expõe regiões previamente oclusas, viabilizando assim
o acesso e ligação de proteínas reguladoras. De uma forma geral, in vivo, a estrutura
dos nucleossomos pode ser regulada por três principais mecanismos: modificações
pós-traducionais nas porções amino-terminais das histonas, alterações na composição
do octâmero de histonas e pelo reposicionamento do octâmero de histonas ao longo
do DNA nucleossomal (SAHA, 2006).
Se pudéssemos dividir em duas etapas o intrincado processo de regulação da
expressão gênica, poderíamos considerar a desestruturação dos nucleossomos como
uma primeira etapa, na qual toda a informação contida na cromatina estaria sendo
disponibilizada através de seu desempacotamento. A partir daí, a modulação estrutural
do DNA desempacotado seria considerada uma segunda etapa, que em última
instância direcionaria as interações entre os fatores e a maquinaria basal de transcrição
às suas regiões de atuação.
Dentro do contexto de regulação transcricional e levando-se em conta a função
nuclear desempenhada pelas proteínas do tipo HMGB, será dada ao longo das
3
OUDET, 1975
32
próximas sub-seções uma maior atenção aos eventos de regulação gênica associados à
modulação estrutural e topológica do DNA.
1.2.2 – Estrutura e Função do DNA Superenovelado
O DNA é capaz de sofrer modificações estruturais em resposta a forças físicas
aplicadas a ele durante determinados processos biológicos. Mais especificamente,
podemos citar o enovelamento e desenovelamento da dupla hélice do DNA através da
ação da maquinaria basal de transcrição e de fatores transcricionais. Esse tipo de ação,
acarreta a geração transitória de forças que, por sua vez, atuam indiretamente no
processo de regulação gênica (KOUZINE, 2007).
No DNA, o número de voltas periódicas em torno do seu eixo central é
determinado pela estrutura planar estabelecida entre seus pares de base e pelas rígidas
ligações fosfodiésteres entre seus fosfatos. Essa configuração favorece a formação de
uma estrutura helicoidal estável denominada DNA do tipo B
4
. Nesse caso, a fita dupla
de DNA apresenta voltas periódicas constituídas por 10.5 pares de base e de diâmetro
equivalente a 20Ǻ, sendo caracterizada, do ponto de vista topológico, como um
arranjo estrutural “relaxado”. Entretanto, se imobilizarmos uma das extremidades da
dupla fita de DNA, e promovermos uma rotação na outra extremidade livre,
dependendo da direção dessa rotação, estaremos introduzindo ou desfazendo voltas e,
dessa forma, favorecendo um rearranjo estrutural da molécula. Esse rearranjo é
decorrente de uma redistribuição de forças atuantes na estrutura do DNA e acarreta,
em última instância, na formação de uma estrutura terciária superenovelada. Se
considerarmos a sequência de desoxirribonucleotídeos que constituem o DNA como
4
Tradução do autor para o termo B type DNA
33
uma estrura primária e o arranjo helicoidal determinado por essas unidades como uma
estrutura secundária, poderíamos considerar que as diferentes conformações
assumidas pela dupla hélice de DNA estariam caracterizando uma espécie de estrutura
terciária. O DNA superenovelado nesse caso, seria uma estrutura terciária capaz de
assumir duas formas topologicamente equivalentes: a estrutura helicoidal toroidal (ou
solenóide), na qual o eixo da molécula encontra-se enrolado como se estivesse em
torno de um cilindro (Figura 9 A) e a estrutura plectonêmica, na qual o eixo da
molécula encontra-se torcido em torno de si mesmo (Figura 9 B e C).
A.
B.
C.
Figura 9 – Topologias equivalentes assumidas pelo DNA superenovelado
(A) A estrutura toroidal (ou solenóide) assume a conformação de voltas em torno de uma estrutura
cilíndrica imaginária. (B) A estrutura plectonêmica é caracterizada pela torção em torno do seu próprio
eixo. (C) Imagem obtida através de microscopia eletrônica demonstrando a progressão do
superenovelamento em uma molécula de DNA circular que passa assumir uma conformação
plectonêmica. Adaptado de: NELSON & COX, 2000, págs. 917 e 923.
34
O superenovelamento do DNA pode ainda ser classificado através de
formações topológicas não-equivalentes: positiva, quando a fita dupla de DNA é
torcida em torno seu próprio eixo no sentido horário, aumentando o número de voltas
em um determinado período e negativo, quando a fita dupla de DNA é torcida em
torno do seu próprio eixo no sentido anti-horário, diminuindo o número de voltas em
um determinado período (Figura 10).
Figura 10 – Topologias não-equivalentes assumidas pelo DNA superenovelado
As moléculas de DNA que apresentam maior ou menor número de voltas por período em relação à sua
forma relaxada, assumem uma conformação superenovelada positiva ou negativa, respectivamente.
Adaptado de: NELSON & COX, 2000, págs. 918.
Matematicamente, o superenovelamento do DNA pode ser traduzido através
da equação Lk = Lk - Lk
0
onde: Lk corresponde ao número de vezes em que uma das
fitas de DNA envolve a outra em um mesmo plano. O valor de Lk é determinado a
35
partir da divisão do número total de pares de bases da molécula de DNA
superenovelada, pelo número de pares de bases presentes em uma volta completa ao
redor do seu eixo. O valor de Lk
0
é determinado a partir da divisão do número total de
pares de bases da molécula de DNA superenovelada, pelo número de pares de bases
presentes em uma volta completa ao redor do eixo do DNA “relaxado” (forma B,
~10.5 pb). Portanto, os valores de Lk>0 e Lk<0 caracterizam, respectivamente,
superenovelamentos positivo e negativo (Figura 11).
Figura 11 – Superenovelamento positivo e negativo
Os superenovelamentos positivo e negativo são caracterizados matematicamente pelo
Lk>0 e Lk<0 e fisicamente, pela formação de conformações terciárias
plectonêmicas no sentido anti-horário e horário. Adaptado de: NELSON & COX,
2000, págs. 920.
36
Conforme mencionado anteriormente na seção 1.2.1, a regulação da
transcrição gênica ocorre, secundariamente, através de modificações estruturais na
molécula de DNA “desempacotada”.
Em eventos de ativação da transcrição gênica a abertura transitória da
molécula de DNA, a presença de fatores transcricionais e o deslizamento da RNA
polimerase, promovem a propagação de torções na fita dupla. A literatura sobre o
tema sugere que o acúmulo ou dissipação de torque ao longo da molécula de DNA
seria capaz de desempenhar importante papel na modulação da temperatura de
anelamento em regiões promotoras de determinados genes (KOUZINE, 2007).
A atividade transcricional em regiões promotoras localizadas próximas umas
das outras, desencadeia a propagações de torques capazes de influenciar diretamente
suas funções (DUNAWAY, 1993; OPEL, 2001). Trinklein e colaboradores
demonstraram que a energia contida em determinadas regiões de transcrição ativa, são
capazes de diminuir a temperatura de anelamento em regiões promotoras próximas,
favorecendo a separação da dupla fita, independentemente da ação da helicase TFIIH
(TRINKLEIN, 2004). O FUSE (Far UpStream Element) é uma seqüência de
nucleotídeos presente no promotor do protooncogene c-myc caracterizada como uma
SIDD (Stress Induced Duplex Destabilization). As SIDDs podem ser teoricamente
determinadas a partir de um algoritmo que calcula a estabilidade termodinâmica e a
probabilidade de determinadas seqüências em assumirem condições de fita simples
mediante estresse induzido por propagação de torque (KOUZINE, 2007).
Apesar de nenhuma teoria ou experimento ter conseguido, até o momento,
estabelecer um padrão na dinâmica de propagação vetorial do torque ao logo das
moléculas de DNA, sabe-se que a combinação e alternância dessas forças é capaz de
favorecer a formação de estruturas não canônicas de DNA, como o DNA – Z e o
37
DNA – H. Acredita-se que a formação dessas estruturas possa estar relacionada com
eventos de instabilidade genética como translocações, inserções e deleções
(BACOLLA, 2006; NAPIERALA, 2005), mas não se sabe até que ponto essas
estruturas podem estar envolvidas em outros eventos celulares e tampouco se, in vivo,
elas existem apenas transitoriamente ou se perduram estabilizadas por períodos
maiores.
1.2.3 – Estrutura e Função do Bending DNA
Um fator de transcrição pode regular a expressão de um determinado gene
mesmo que ambos estejam localizados em regiões distantes umas das outras ao longo
da molécula de DNA.
Scheleif e colaboradores demonstraram em bactérias que, a repressão do
operon araBAD depende da interação da proteína araC com uma região do DNA
localizada 200 pares de bases a montante ao sítio de iníciação de transcrição. Os
autores sugeriram que a proteína araC seria capaz de interagir com outra proteína
localizada em uma região próxima ao sítio de iniciação de transcrição através de
dobras assumidas pela molécula de DNA (HAHN, 1986; MARTIN, 1986).
Outro exemplo para esse tipo de regulação pode ser encontrado no promotor
do vírus SV40 (simian vírus 40). O promotor SV40 regula a expressão de genes
específicos a partir da cooperação entre proteínas presentes em 3 diferentes regiões do
DNA: uma região TATA, um segmento intermediário e uma região ativadora
localizada a montante ao sítio de iniciação de transcrição. A interação e consequente
cooperação entre essas regiões é dependente de rearranjos estruturais da molécula de
DNA que favorecem suas aproximações espaciais. Para confirmar a hipótese de que
38
modificações na estrutura “primária” da molécula de DNA poderiam ser responsáveis
pela alteração na estrutura “terciária” e no conseqüente desalinhamento de regiões
reguladoras, Takahashi e colaboradores demonstraram uma diminuição na atividade
transcricional através da inserção de pequenas sequências aleatórias entre as 3 regiões
reguladoras do promotor SV40. Nesse contexto, a diminuição da transcrição em
função do espaçamento das regiões do promotor sugere que a interação entre as
proteínas reguladoras possa ser dependente de uma estrutura terciária assumida pela
molécula de DNA (TAKAHASHI, 1986).
Hochschild e Ptashne demonstraram, em 1986, que duas proteínas reguladoras
de fago λ eram capazes de regular cooperativamente a transcrição de genes
específicos através da formação de um heterodímero capaz de ligar-se a sequências
adjacentes presentes no DNA bacteriano (Figura 12 A).
De forma contrária ao que foi observado por Takahashi, os autores
demonstraram que os níveis de expressão gênica obtidos nesse sistema, poderiam ser
reproduzidos mediante a inserção de uma longa sequência de nucleotídeos entre as
regiões reguladoras adjacentes. A inserção dessa sequência compreende uma estrutura
helicoidal composta por 7 voltas e que, devido a sua flexibilidade, favorece a
formação do heterodímero regulador (Figura 12 B) através de uma dobra na molécula
de DNA.
39
A.
B.
C.
Figura 12 – Regulação da interação entre fatores transcricionais mediante alterações
conformacionais do DNA
(A) Cooperação entre dois fatores transcricionais localizados em regiões adjacentes ao longo do DNA.
(B) Cooperação entre dois fatores transcricionais localizados em pontos distantes na molécula de DNA.
(C) Impedimento da cooperação entre dois fatores transcricionais localizados em pontos distantes na
molécula de DNA devido ao desalinhamento de suas posições ao longo da molécula. As formas ovais
azul clara e escura representam os dois diferentes fatores transcricionais enquanto a estrutura longilínea
cinza representa a molécula de DNA. Adaptado de: Ptashne, 2005, pág. 276.
Hochschild e Ptashne complementaram os resultados obtidos por Takahashi
agregando a idéia de que, independentemente do comprimento da sequência inserida
entre as regiões reguladoras, a posição dessas regiões precisam ser preservadas em
torno do eixo da molécula de DNA. Caso isso não aconteça, mesmo através de
modificações na estrutura “terciária” da dupla fita de DNA, o contato entre as
proteínas reguladoras não será estabelecido devido ao desalinhamento de seus sítios
de ligação (Figura 12 C) (PTASHNE, 1986).
40
1.3 - Proteínas do Tipo High Mobility Group (HMG)
Além das histonas, um outro grupo de proteínas encontra-se frequentemente
associado aos nucleossomos. São elas as proteínas do grupo de alta mobilidade
5
(HMG) responsáveis pela re-estruturação conformacional e remodelamento do DNA
(BIANCHI, 2005). As proteínas do tipo HMG representam uma superfamília de
proteínas nucleares descobertas a mais de 30 anos atrás. Essas proteínas foram
identificadas inicialmente como componentes ácidos presentes em extratos nucleares,
sendo facilmente caracterizadas devido a sua alta mobilidade quando submetidas à
cromatografia por eletroforese (GOODWIN, 1973). Recentemente as HMGs foram
re-agrupadas recebendo, inclusive, nova nomenclatura. Apesar de apresentarem
funções similares, essas proteínas encontram-se agrupadas de acordo com suas
organizações estruturais em três diferentes famílias: a HMGA compreende quatro
isoformas, a HMGA1a, HMGA1b, HMGA1c e HMGA2 (previamente denominadas
HMG-I, HMG-Y, HMG-I/R e HMG-C). A família das HMGNs compreende a
HMGN1, HMGN2 (previamente denominadas HMG14 e HMG17), HMGN3,
HMGN3a e a HMGN4. Finalmente, as HMGBs incluem a HMGB1, HMGB2,
HMGB3 (previamente denominadas HMG1, HMG2 e HMG2a) e a HMGB4 (HOCK,
2006).
As HMGs também recebem a denominação de proteínas arquitetônicas devido
a sua capacidade em alterar a estrutura da cromatina através de suas ligações
dinâmicas e reversíveis ao DNA genômico, nucleossomo e complexos protéicos
constituídos por fatores transcricionais. As HMGs são relativamente pequenas,
apresentando uma massa molecular não maior do que 30 kDa, além disso, são
caracterizadas por apresentar uma região carboxi-terminal rica em resíduos de
5
Tradução do autor para High Mobility Group
41
aminoácidos ácidos, sendo que cada família apresenta um motivo funcional
característico capaz de induzir modificações específicas em seus sítios de ligação
(Figura 13).
A. B. C.
Figura 13 – Esquema estrutural modular das HMGs
(A) Todas as HMGAs apresentam três domínios do tipo “ganchos AT” (verde) e uma extremidade
carboxi-terminal negativa (azul), com exceção da HMGA1c, que apresenta apenas 2 “ganchos AT”. (B)
Todos os membros da família das HMGBs apresentam dois “HMG boxes” (amarelo) e uma
extremidade carboxi-terminal negativa estendida (azul). (C) Proteínas da família das HMGNs
apresentam um domínio de ligação ao nucleossomo carregado positivamente (NBD, vermelho) e uma
extremidade carboxi-terminal negativa denominada domínio desestruturado de cromatina (CHUD,
azul). Adaptado de: HOCK, 2006.
As proteínas HMGs, de uma forma geral, ligam-se a cromatina
independentemente de seqüências específicas. Sua funcionalidade pode depender da
interação com determinados fatores reguladores ou da sua capacidade em estabilizar
determinadas conformações no DNA. Recentemente, experimentos de microscopia
demonstraram que a interação dessas proteínas com a cromatina é extremamente
dinâmica. As moléculas de HMG estão constantemente alternando seus sítios de
ligação ao DNA através de uma dinâmica denominada stop and go, onde o tempo de
residência da proteína é maior no estágio de ligação do que no estágio de transição
para outro sítio de ligação. Pode-se dizer que proteínas do tipo HMG encontram-se
associadas à cromatina, in vivo, durante a maior parte do tempo (HOCK, 2006).
42
Entretanto, existe uma reciclagem contínua de proteínas HMGs ao longo dos pontos
de ligação à cromatina e cada molécula de HMG compete pelo seu sítio de ligação
com outros membros da mesma família e com as histonas H1. Apesar das
semelhanças estruturais entre os membros das diferentes famílias, experimentos com
camundongos nocautes demonstram que cada um dos diferentes grupos de HMGs são
responsáveis pelo controle de determinadas atividades celulares e que, aparentemente,
suas funções biológicas não são tão redundantes assim (BIANCHI, 2005).
Figura 14 – Regulação da estrutura do DNA nucleossomal pelas HMGs
As proteínas HMGs são capazes de alterar a estrutura da cromatina através de diferentes mecanismos.
(A) Proteínas HMGs (forma oval verde) são capazes de alterar a estrutura da cromatina ligando-se às
regiões de “linker DNA” ou (B) dentro do nucleossomo facilitando a ligação de proteínas reguladoras
(formas circulares e ovais de diferentes cores). (C) As HMGs, em alguns casos, facilitam a formação de
complexos reguladores multi-protéicos capazes de interagir com a cromatina. (D) As proteínas HMGs,
favorecem a transição estrutural em determinadas regiões da cromatina favorecendo a ligação de
proteínas reguladoras específicas. (E) As HMGs podem, ainda, desestruturar a cromatina compactada e
(F) competir com outras proteínas nucleares por sítios de ligação específicos presentes na cromatina.
Os cilindros cinza representam os octâmeros de histonas nucleossomais e a linha preta o DNA
genômico. Adaptado de: HOCK, 2006.
43
As HMGs, de uma forma geral, apresentam uma função de regulação global
do genoma, estabelecendo domínios ativos ou inativos da cromatina (BIANCHI,
2005) e controlando, dessa forma, a transcrição de determinados genes através de
diferentes mecanismos (Figura 14).
1.3.1 – Proteínas High Mobility Group B (HMGB)
Estima-se que as células de mamíferos contenham aproximadamente uma
molécula de HMGB para cada 10–20 nucleossomos presentes em seu núcleo
(THOMAS, 2001). No entanto, apesar da abundante concentração em relação às
demais proteínas celulares, a HMGB permaneceu por muito tempo sem uma função
biológica claramente definida.
As HMGBs são caracterizadas, principalmente, por apresentar dois domínios
do tipo HMG box organizados em tandem e seguidos por uma seqüência de
aminoácidos negativos presentes na porção carboxi-terminal denominada “cauda
ácida” (Figura 13 B). Enquanto a cauda ácida encontra-se aparentemente
desestruturada, os domínios HMG box são estruturados sob a forma de três α-hélices
dispostas em forma de L (Figura 15) (THOMAS, 2001).
44
A. B.
Figura 15 – Modelagem estrutural dos domínios box A e box B da proteína HMGB1 humana
Estrutura por RMN dos domínios box A e box B da proteína HMGB1 humana. (A) Domínio box A.
(B) Domínio box B. As numerações I, II e III correspondem, respectivamente, às α hélices dispostas ao
longo dos domínios. As letras N e C correspondem respectivamente às extremidades amino e carboxi
terminais. É possível distinguir uma diferença entre as estruturas dos dois domínios, principalmente na
orientação das hélices I e II. Adaptado de: THOMAS, 2001, pág. 396.
Os domínios HMG box são extremamente conservados ao longo de diferentes
espécies, encontrados em uma série de outros fatores transcricionais e independente
de estarem presentes isoladamente ou em tandem, são capazes de promover alterações
conformacionais no DNA através de suas ligações ao sulco menor da molécula. Além
de promover dobras e distorções, a HMGB também é capaz de ligar-se
preferencialmente a moléculas de DNA que assumem conformações específicas,
como o DNA cruciforme sintético mimetizando a estrutura do tipo Four-Way-
Junction (4WJs) (BIANCHI, 1989; BIANCHI, 1992; POHLER, 1997).
45
Além das estruturas cruciformes a HMGB1 exibe uma interação preferencial
por moléculas de DNA superenoveladas (SHEFLIN, 1989; STROS, 1998b; STROS,
2001). Scaffidi e colaboradores demonstraram, in vivo, que a HMGB1 é a proteína
nuclear com maior mobilidade, sendo capaz de atravessar todo o compartimento
nuclear da célula em menos de 1.5 segundos. A literatura descreve que cada
nucleossomo pode interagir com uma molécula de HMGB1 diferente a cada 2
segundos, o que sugere um padrão de ligação saltatório entre a proteína e as fibras de
cromatina (SCAFFIDI, 2002). Esse padrão de interação e movimentação da HMGB1
garante a ligação da mesma aos seus alvos através de um mecanismo simples de
difusão no compartimento nuclear. Nesse contexto, o encontro entre uma HMGB1 e
uma proteína ou nucleossomo em particular, torna-se um evento aleatório. Esse
mecanismo estocástico parece determinar implicações óbvias no processo de
transcrição gênica.
A transcrição de um gene requer interações seqüenciais de determinadas
proteínas para a formação de complexos reguladores. A estruturação desses
complexos é influenciada pela disponibilidade e tempo de residência de cada um de
seus componentes junto à molécula de DNA. Se um determinado fator não estiver
presente em um determinado local, dentro de uma janela temporal em que um
intermediário também esteja disponível, a estruturação do complexo regulador será
desfeita e o processo de transcrição não ocorrerá. Um exemplo claro são os receptores
glicocorticóides que se associam ao DNA permanecendo ligados por apenas alguns
segundos (MCNALLY, 2000). Se nenhum dos fatores a jusantes ao processo de
estruturação do complexo regulador estiverem presentes durante esses poucos
segundos, os receptores glicocorticóides se dissociarão de seus sítios de ligação. Em
artigo publicado na Science, em 2002, Dundr sugere que apenas uma pequena fração
46
dos complexos transcricionais ocorrem, já que a eficiência na estruturação dos
mesmos é dependente de eventos sequênciais, concetranção e localização espacial de
diversas proteínas (DUNDR, 2002). Dessa forma, a HMGB1 estaria contribuindo
como uma espécie de chaperona, participando de forma decisiva na estruturação de
complexos reguladores transcricionais.
As HMGBs podem regular positivamente o processo de transcrição gênica
através de diferentes mecanismos. O primeiro deles sugere uma alteração
conformacional no DNA nucleossomal através da inserção de dobras na molécula
(Figura 12) ou torções, conforme descrito nas seções 1.2.3 e 1.2.2, respectivamente.
Essa alteração estrutural induziria rearranjos das regiões de DNA reguladoras
favorecendo a interação de fatores transcricionais e proteínas da maquinaria basal de
transcrição, desencadeando ou reprimindo a expressão de genes específicos (Figura
14 D e E) (AGRESTI, 2003; BONALDI, 2002; TRAVERS, 2003; WU, 2004).
Outro mecanismo seria a capacidade da HMGB em interagir com fatores
transcricionais basais como a TBP (DAS, 2001; DASGUPTA, 2003) e fatores
transcricionais específicos como os receptores nucleares esteróides de classe I,
proteínas HOX e POU, p53 e p73, diversas subunidades do complexo NF-κB e
SREBPs facilitando, assim, seu acesso e interação com sítios específicos na molécula
de DNA (Figura 14 C) (AGRESTI, 2003; NAJIMA, 2005).
Em embriões de camundongos as HMGB1, HMGB2 e HMGB3 apresentam
uma alta expressão. Em células de vertebrados adultos, com exceção dos neurônios, a
expressão de HMGB1 é constitutiva enquanto a HMGB2 e 3 são expressas apenas nos
testículos e órgãos linfóides. A maior parte dos camundongos Hmgb1
-/-
morrem
imediatamente após o nascimento enquanto camundongos Hmgb2
-/-
, apesar de
viáveis, apresentam uma redução severa na produção de esperma (AGRESTI, 2003).
47
Camundongos nocautes duplos para HMGB1 e HMGB2 são letais. A expressão da
HMGB3 em células hematopoiéticas da medula óssea está relacionada à diferenciação
das mesmas, além disso, camundongos nocautes para HMGB3 apesar de viáveis, são
deficientes na produção de eritrócitos.
A HMGB também encontra-se envolvida na regulação de processos de reparo
ao DNA (REEVES, 2005). A HMGB1 é capaz de ligar-se a estruturas assumidas pelo
DNA decorrentes da incorporação de análogos de nucleotídeo (KRYNETSKI, 2003),
modificações covalentes (OHNDORF, 1999) e exposição a UV (PASHEVA, 1998).
A HMGB1 também promove a “blindagem” de DNAs modificados por cisplatina
inviabilizando o acesso da maquinaria de reparo (HE, 2000; NAGATANI, 2001).
Finalmente, camundongos Hmgb1
-/-
sobreviventes apresentam um aumento na
instabilidade cromossomal (CHAU, 2005), uma observação que relaciona níveis de
expressão aberrantes de HMGB1 às instabilidades cromossomais frequentemente
encontradas em células tumorais.
1.3.2 – HMGs: Modulação Específica ou Constitutiva?
Apesar das inúmeras atividades celulares influenciadas pelas HMGs, não se
sabe exatamente se essas proteínas atuam de forma específica ou se atuam,
simplesmente, como co-fatores gerais capazes de afetar a homeostase celular. Os
dados disponíveis até o momento sugerem que as HMGs são capazes de afetar os
níveis de transcrição de uma série de genes mas, ao mesmo tempo, também são
capazes de atuar como co-fatores específicos em diferentes vias celulares. A HMGB1,
por exemplo, estabiliza a ligação dos receptores glicocorticóides à cromatina
(BIANCHI, 2005), a HMGA1 facilita a estruturação de complexos reguladores na
48
região promotora do gene do interferon- β (MERIKA, 2001) e a HMGN1 é recrutada
pela proteína A da síndrome de Cockayne em função de danos no DNA decorrentes
de radiação UV (FOUSTERI, 2006).
Uma das propriedades comuns às HMGs é o fato de terem sua expressão
gradualmente reduzida ao longo do desenvolvimento do organismo. Em diversos
sistemas experimentais, reduções ou aumentos na expressão das HMGs resultam em
mudanças significativas nos fenótipos, sugerindo que diferenciações específicas
requerem a regulação dos níveis de expressão das HMGs. Curiosamente, até o
momento, a análise de camundongos nocautes para HMG sugere que, em alguns
casos, a perda de uma isoforma de HMG
6
não seja o suficiente para comprometer
totalmente o processo de desenvolvimento de um organismo. Uma redundância
funcional entre membros de uma mesma sub-família, talvez seja capaz de compensar
a perda de uma variante de HMG durante o processo de embriogênese (HOCK, 2006).
Por outro lado é concebível que os mecanismos celulares envolvendo funções
redundantes das HMGs não sejam tão eficientes em tecidos totalmente diferenciados,
onde os níveis de expressão dessas proteínas são relativamente baixos. Diversos
trabalhos vem demonstrando que todas as HMGs são capazes de interagir com uma
grande variedade de proteínas nucleares. Portanto, os efeitos biológicos causados pela
ausência de um dos tipos de HMG podem depender da especificidade de sua interação
com parceiros que variam numericamente ou temporalmente entre os tipos célulares
dos diferentes tecidos em desenvolvimento.
6
Por exemplo, a perda da HMGB1 em detrimento da HMGB2
49
2. OBJETIVOS
O objetivo desse trabalho é identificar, isolar e caracterizar estruturalmente os
genes e cDNAs correspondentes à proteína HMGB (High Mobility Group B) de S.
mansoni e S. japonicum assim como, caracterizar a atividade das proteínas
recombinantes através de ensaios de interação com ácidos nucléicos.
50
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Isolar o cDNA e gene homólogo à proteína High Mobility Group B (HMGB) em
S. mansoni e S. japonicum
Identificar, in sílico, possíveis isoformas da HMGB1 em S. mansoni
Mapear a estrutura do gene HMGB1em S. mansoni e S. japonicum.
Determinar diferenças no nível transcricional do gene HMGB1 nos estágios
adultos e imaturos em ambos os sexos do S. mansoni.
Testar, através de ensaios funcionais com a proteína recombinante, a capacidade e
especificidade de ligação da SmHMGB1 ao DNA plasmidial circular
superenovelado, circular e linear relaxado e à sonda de DNA sintética do tipo
Four-Way-Junctions (4WJs).
Testar, através de ensaios funcionais com a proteína recombinante e seus
diferentes domínios, a capacidade da Sm/SjHMGB1 em promover modificações
conformacionais no DNA, comparando-a com a proteína HMGB1 humana
recombinante.
51
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 - Isolamento dos cDNAs e Genes da SmHMGB1 e SjHMGB1
A sonda homóloga ao cDNA da SmHMGB1 foi obtida a partir de uma busca no banco
de dados do Projeto Genoma de ESTs do Schistosoma mansoni VERJOVSKI-
ALMEIDA, 2003. Utilizando-se a seqüência de nucleotídeos da HMGB1 humana (n
o
de acesso no GenBank
NM_002128), foi efetuado um BLASTN (ALTSCHUL, 1990)
contra este banco de dados, através do qual, foi identificada a seqüência respectiva ao
clone SmAE 701186.1.
A EST respectiva ao clone SmAE 701186.1 foi retirada do plasmídeo pGEM
®
T-easy (Promega) através de uma reação de clivagem utilizando a enzima de restrição
EcoRI (Promega) segundo as instruções do manual do fabricante. O produto da
digestão foi fracionado em gel de agarose a 1% e o fragmento respectivo à EST foi
purificada através do kit de purificação Illustra GFX
(GE Healthcare) segundo
instruções do manual do fabricante. O fragmento respectivo à EST purificada foi
marcado radioativamente (seção 2.3) e utilizado como sonda na varredura de uma
biblioteca de cDNA de S. mansoni preparada com o kit Uni-ZAP
®
(Vector Lambda
ZAP II e ZAP-cDNA Synthesis Kit, Stratagene). O procedimento experimental foi
executado segundo as instruções do manual do fabricante, através de duas varreduras
seguidas utilizando-se os clones positivos da primeira varredura para a realização da
segunda varredura.
Após a titulação para determinação da concentração de fagos da biblioteca, o
plaqueamento foi executado, as placas de petri foram incubadas por cerca de 12 horas
a 37º C e as placas de lise foram transferidas, por contato, para discos de membranas
de nylon Hybond-N
+
(GE Healthcare). No momento da transferência, as membranas
52
foram marcadas através de perfurações assimétricas em três diferentes pontos com
uma seringa contendo tinta nanquim, de forma a permitir a futura identificação nas
placas de petri originais do local exato das placas de lise positivas transferidas.
Após o tratamento das membranas, segundo instruções do manual do
fabricante, o DNA dos fagos foi fixado por 2 h, a 80º C. As membranas foram então
pré-hibridadas, por pelo menos 2 h, em uma solução de pré-hibridação contendo
caseína a 1% p/v; gelatina a 3% p/v; Tween 20 a 0,05%; 0.5 M NaCl e 0.1 M Tris-
HCl pH 7,5. Em seguida, a membrana foi incubada a 42º C por 12 h em solução de
hibridação contendo SSC 5X; formamida a 50%; Dextran Sulfato a 10%; SDS a 1%;
solução de Denhardt 10X e a sonda radioativa previamente desnaturada por 5 min a
100º C e 3 min no gelo.
Em seqüência à hibridação, as membranas foram lavadas uma vez por 5 min e
uma vez por 15 min à temperatura ambiente em uma solução de SSC 2X e SDS a
0.1%. Em seguida, foram lavadas novamente, duas vezes, por 30 min a 50º C em uma
solução de SSC 0,1X e SDS a 0,1% e finalmente, na varredura terciária, foram
submetidas a uma lavagem adicional de 30 min a 55º C em uma solução de SSC 0,1X
e SDS a 0,1%. Após as lavagens, as membranas foram expostas a filmes de raios-X
(Kodak) por 24 h a –70º C.
As perfurações das membranas foram reproduzidas nos filmes de raios-X e os
mesmos foram alinhados com as placas de petri correspondentes, permitindo a
identificação das placas de lise positivas. As mesmas foram marcadas e recuperadas
das placas de petri com um bisturi estéril e transferidas para microtubos de 1.5 ml
contendo 1 ml de tampão SM (1 M Tris-HCl pH 7,5; maltose 20% e 0.5 M MgSO
4
).
Após o isolamento dos fagos, foi realizada a excisão do fagemídeo pBluescript
®
-SK
53
utilizando o kit Rapid Excision (Stratagene), de acordo com as instruções do manual
do fabricante.
O gene da SmHMGB1 foi isolado e amplificado a partir do DNA genômico
total de S. mansoni utilizando primers específicos baseados na seqüência do cDNA
previamente isolado.
Tendo como referência a seqüência da HMGB1 do S. japonicum (n
o
. de acesso
no GenBank AY914896) identificada através do Projeto Genoma do S. japonicum,
foram desenhados primers específicos para a amplificação do respectivo cDNA e
Gene que, depois de amplificados, foram clonados através do kit de clonagem
pGEM
®
T-easy (Promega). O cDNA total e DNA genômico de S. japonicum foram
cedidos, respectivamente, pelo Dr. Karl Hoffmann (University of Cambridge) e Dra.
Matty Knight (Biomedical Research Institute, Maryland).
4.2 – Sequenciamento e Análise das Seqüências
Todos os clones foram seqüenciados em triplicata nos sentidos 5’ e 3’ pela
Macrogen Inc., Coréia do Sul
(
http://www.macrogen.com/eng/macrogen/macrogen_main.jsp). Antes de serem
enviados para sequenciamento, os clones em plasmídeos ou fagemídeos, foram
purificados através do kit Wizard
®
SV minipreps
(Promega), de acordo com as
instruções do manual do fabricante.
As seqüências foram analisadas através da ferramenta Contig Express, parte
integrante do software Vector NTI
Advance 10 (Invitrogen).
54
4.3 – Marcação Radioativa de Sondas de DNA
A marcação radioativa dos fragmentos de DNA utilizados na varredura de
biblioteca de cDNA, Southern Blot e Northern Blot, foi realizada utilizando-se o kit
Ready-To-Go
DNA Labeling Beads
(GE Healthcare) e 50 µCi de [α-
32
P]-dCTP (GE
Healthcare) segundo instruções do manual do fabricante. A marcação radioativa dos
DNAs do tipo Four-Way-Junction (utilizados no ensaio de retardamento em gel de
eletroforese) e dos fragmentos de DNA de 123 e 66 pb (utilizados nos ensaios de
circularização), foi realizada utilizando-se a enzima T4 polinucleotídeo cinase
(Promega) e 30 µCi de [γ-
32
P]-dCTP (GE Healthcare), segundo instruções do manual
do fabricante. Os DNAs do tipo Four-Way-Junction (BIANCHI, 1989) e os
fragmentos de 123 e 66 pb (PAULL, 1993; PIL, 1993) utilizados nos ensaios de
circularização foram gentilmente cedidos pelo Dr. Michal Štros.
4.4 – Manutenção do Ciclo de Vida do S. mansoni e Obtenção de Vermes Adultos
por Perfusão
O ciclo de vida do parasito é mantido em nosso laboratório através de infecção
dos hospedeiros intermediários, o gastrópode Biomphalaria glabrata, e dos
hospedeiros definitivos, camundongos da estirpe BALB/c ou hamsters dourados. As
cercárias liberadas, transformadas em esquistossômulos através de estímulos
mecânicos, são injetadas subcutaneamente nos roedores. Após 45 dias, os vermes
adultos são recuperados pela perfusão do sistema porta hepático das cobaias. Os ovos
são extraídos das fezes e do fígado dos roedores e expostos a condições ideais de
luminosidade e osmolaridade para a liberação dos miracídios, possibilitando, dessa
forma, a infecção dos caramujos e o conseqüente re-início do ciclo.
55
4.5 – Infecções Unissexuais de S. mansoni
Infecções unissexuais são aquelas em que o hospedeiro definitivo possui uma
população de parasitos do mesmo sexo. Como o sexo do S. mansoni é determinado de
forma heterogamética, os parasitos, ao eclodirem dos ovos como miracídios, já
possuem sexo definido. Desta forma, os caramujos são infectados com um único
miracídio e este, ao reproduzir-se assexuadamente, gera uma população clonal de
cercárias. Estas cercárias, todas do mesmo sexo, são utilizadas na infecção dos
hamsters ou camundongos. Após o período de desenvolvimento dos parasitos, os
mesmos são recuperados através da perfusão do sistema porta-hepático dos roedores
para a determinação do sexo.
4.6 – Extração de DNA Genômico
Vermes adultos, machos e fêmeas, foram macerados em tampão de extração
(100 mM Tris-HCl, pH 8,0; 50 mM EDTA; 150 mM NaCl; SDS a 2% e proteinase K
a 100 µg/ml) em um homogeneizador do tipo Potter e incubados a 56º C por 2 horas.
O DNA foi extraído sequencialmente com 1 volume de fenol tamponado, 1 volume de
fenol-clorofórmio e 1 volume de clorofórmio. A fase aquosa foi posteriormente
submetida à precipitação com 2,5 volumes de etanol absoluto e 4 M KOAc pH 5,2 a
1:10 por 30 min a -70º C. Em seguida, a amostra foi centrifugada a 14.400 X g por 15
min. a 4º C. O DNA precipitado foi lavado 1 vez em etanol 70% e re-centrifugado a
14.400 X g por 5 min. a 4º C. Após descarte do sobrenadante e completa evaporação
do etanol, o DNA foi ressuspenso em H
2
O Milli-Q estéril.
56
4.7 – Extração de RNA Total
Vermes adultos e imaturos (provenientes de infecções unissexuais), machos e
fêmeas de S. mansoni foram congelados no N
2
líquido, macerados em um graal e
transferidos para um microtubo de 2 ml. Foram adicionados 5 volumes de uma
mistura de fenol tamponado e solução de NETS (200 mM NaCl; 2 mM EDTA; 20
mM Tris-HCl pH 7,8 e SDS a 1%) a 1:1 pré-aquecido a 85º C. Após centrifugação a
10.000 X g, a fase aquosa foi reservada e a fase fenólica re-extraída com 1 volume de
NETS. As duas fases aquosas foram misturadas e extraídas uma última vez com fenol
tamponado a temperatura ambiente e precipitadas com 2,5 volumes de etanol absoluto
e 4 M KOAc pH 5,2 a 1:10 por 1 h a -70º C. Após uma centrifugação a 10.000 X g
por 10 min a 4º C, a mistura de DNA e RNA foi lavada com etanol 70%. Após a
evaporação completa do etanol, o DNA e RNA foram dissolvidos em 10 mM de
HEPES pH 7,5. Após a solubilização da mistura de DNA/RNA, foram adicionados 3
volumes de 4 M LiCl e o RNA foi precipitado por 12 h a 4º C. Finalmente, após uma
centrifugação de 10 min a 10.000 X g, o RNA precipitado foi lavado com etanol 70%
e após a evaporação completa do etanol, foi dissolvido em H
2
O Milli-Q estéril tratada
com DEPC.
4.8 – Síntese de cDNA
O RNA total utilizado na reação de síntese de cDNA foi préviamente tratado
com uma DNAse I
(Amplification Grade, Invitrogen) de acordo com as instruções do
manual do fabricante. O cDNA de S. mansoni foi sintetizado a partir de 3 µg do RNA
57
total utilizando-se a enzima SuperScript
II RNAse H- Transcriptase Reversa
(Invitrogen) e oligonucleotídeo dT, de acordo com as instruções do manual do
fabricante.
4.9 – Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
As reações de PCR e RT-PCR foram executadas utilizando-se um
termociclador GeneAmp 9700 (Applied Biosystems), DNA Taq polimerase
(Phoneutria) e oligonucleotídeos (Invitrogen, IDT). Os protocolos de amplificação
consistiram, basicamente, em uma fase de desnaturação a 94º C por 5 min, uma fase
de amplificação dividida em três etapas, 94º C por 1 min para desnaturação, 50-55º C
por 1 min para anelamento e 72º C por 1 min para cada 1 kb a ser extendido e
finalmente, uma fase de extensão final a 72º C por 10 min.
4.10 – Southern Blot
O DNA genômico do S. mansoni foi clivado isoladamente com diferentes
enzimas de restrição (Promega) segundo instruções do manual do fabricante e
fracionadas através de gel de agarose a 0.8% em tampão TBE 0.5 X. O DNA foi
desnaturado por 30 min através da incubação do gel de agarose em tampão de
desnaturação contendo 0.4 M NaOH e 1 M NaCl. O DNA foi transferido por
capilaridade para uma membrana de nylon Hybond-N
+
(GE Helhtcare) e hibridado
com uma sonda marcada radioativamente (seção 3.3) compreendendo a seqüência do
cDNA da SmHMGB1. A membrana foi lavada por 15 min duas vezes a temperatura
ambiente em SSC 0.1 X e SDS a 0.1% e em seguida, lavada uma última vez por 30
58
min a 68º C. A membrana foi exposta e revelada através do sistema Storm 860
Phosphorimager (Molecular Dynamics). O padrão de peso molecular utilizado
consiste em DNA de λ digerido com HindIII e marcado radioativamente com [α-
32
P]-
dCTP.
4.11 – Northern Blot
20 µg do RNA total de vermes adultos e imaturos, machos e fêmeas, foram
fracionados em gel de agarose a 1% contendo formamida a 12% por 6 horas a 30 V. O
RNA foi transferido por capilaridade para uma membrana de nylon Hybond-N
+
(GE
Healthcare) por 12 h em tampão SSC 10 X. Após a transferência, o RNA foi fixado a
membrana por 2 h a 80º C. A membrana foi pré-hibridada por, pelo menos, 2 h a 42º
C na solução de hibridação (SSC 5 X; formamida a 50%, Dextran Sulfato a 10%, SDS
a 1%, solução de Denhardt 10 X). Após a pré-hibridação, foi adicionada a sonda
marcada radioativamente (seção 3.3) compreendendo a seqüência do cDNA da
SmHMGB1. Após a hibridação, a membrana foi lavada uma vez por 5 min. e uma vez
por 15 min. à temperatura ambiente em solução de SSC 2 X e SDS a 0.1% e,
posteriormente, uma vez por 15 min a 55º C em solução de SSC 0,1 X e SDS a 0,1%.
Por fim, a membrana foi exposta e revelada através do sistema Storm 860
Phosphorimager (Molecular Dynamics). Após revelar o resultado obtido, a mesma
membrana foi dehibridada e o processo repetido utilizando uma sonda radioativa.
Essa sonda foi amplificada a partir dos oligonucleotídeos senso G1 (5’-
GGCTTGTGCCATCAGCGAAGTC-3’) e anti-senso G2 (5’-
TGGTTGTTGGGACGCGGAAAG-3’) baseados na seqüência do gene constitutivo
59
da GAPDH de S. mansoni, para o controle e normalização das concentrações de RNA
utilizadas no experimento.
4.12 – Construção dos Plasmídeos para Expressão de Proteínas Recombinantes
Os cDNAs do S. mansoni correspondentes as proteínas recombinantes
SmHMGB1 (aa 1-176), SmHMGB1 box A, (aa 1-83), SmHMGB1 box B (aa 84-169)
e SmHMGB1 cauda ácida (aa 1-169) foram amplificados através de RT-PCR
utilizando o oligonucleotídeo senso F1 (5-
GGATCCATGGCTGAAGACAAGGGTAAG-3) (O sítio de restrição para BamHI
encontra-se em negrito e o códon de iniciação encontra-se sublinhado) e o
oligonucleotídeo anti-senso F2 (5’-AAGCTT
CTAATCGTCAGACTCTGAAATC-
3’) para a SmHMGB1, A1 (5-AAGCTT
CTATTCGTCGGCAGGGGGTTC-3) para
a SmHMGB1 box A e C1 (5-AAGCTT
CTATGTCTTGGGCTTTTTGCC-3) para a
SmHMGB1 cauda ácida (O sítio de restrição para HindIII encontra-se em negrito e
o códon de terminação encontra-se sublinhado). A SmHMGB1 Box B foi amplificada
utilizando o oligonucleotídeo senso B1 (5-
GGATCCGGCCGCAGCAAGAAAAGGAAA-3) e o oligonucleotídeo anti-senso
C1 (O sítio de restrição para BamHI encontra-se em negrito). Os cDNAs do S.
japonicum cDNAs correspondentes as proteínas recombinantes SjHMGB1 (aa 1–
176), SjHMGB1 box A (aa 1–83), SjHMGB1 box B (aa 84–169) e SjHMGB1 cauda
ácida (aa 1–169) foram amplificados através de RT-PCR utilizando o
oligonucleotídeo senso F3 (5-GGATCC
ATGGCTGAAGAGAAAGGTAAG-3) (O
sítio de restrição para BamHI encontra-se em negrito e o códon de iniciação encontra-
se sublinhado) e o oligonucleotídeo and anti-senso F4 (5-
AAGCTT
CTAATCGTCGGATTCTGAGTC-3) para a SjHMGB1, A2 (5-
60
AAGCTTCTATTCATCTGCAGGCTC-3) para a SjHMGB1 box A e C2 (5-
AAGCTT
CTATGTCTTGGGCTTTTTGCC-3) para a SjHMGB1 cauda ácida (O
sítio de restrição para HindIII encontra-se em negrito e o códon de terminação
encontra-se sublinhado). A SjHMGB1 Box B foi amplificada utilizando o
oligonucleotídeo senso B2 (5-GGATCCGGCCGCAGCAAGAAAAGGAAA-3) e o
oligonucleotídeo anti-senso C2 (O sítio de restrição para BamHI encontra-se em
negrito).
Os produtos obtidos através dos RT-PCRs foram sub-clonados utilizando-se o
kit pCR2.1 TOPO (Invitrogen) de acordo com as instruções do manual do fabricante e
seqüenciados de acordo com o descrito na seção 3.2. Após a confirmação das
seqüências, os fragmentos foram clivados através de enzimas de restrição apropriadas
(Promega) e clonados no vetor de expressão pQE-80L (Qiagen) utilizando-se T4
ligase (Promega) de acordo com as instruções do manual do fabricante.
4.13 – Expressão e Purificação de Proteínas Recombinantes
A proteína Sm/SjHMGB1, Sm/SjHMGB1 box A, Sm/SjHMGB1 box B e
Sm/SjHMGB1 cauda ácida foram expressas fusionadas, através da sua região N-
terminal, a uma extensão constituída por 6 histidinas dispostas em seqüência.
Linhagens de células BL21(DE3) (Novagen) foram transformadas por eletroporação
utilizando-se um eletroporador modelo Gene Pulser II (Bio-Rad). Além das
construções citadas na seção 3.12, foi utilizada, também, uma construção contendo o
cDNA da HMGB1 Humana (pQE-80L–Humam HMGB1), para utilização como
controle nos ensaios funcionais descritos a partir da seção 3.14.
61
As células transformadas foram incubadas a 37º C em meio de cultura LB
contendo ampicilina a 100 µg/ml sob uma agitação de 200 rpm até atingirem a
densidade ótica (O.D.) de 0.6. Após a constatação da O.D. ótima, foi adicionado IPTG
na concentração final de 1 mM e dada continuidade a incubação por 5 h a 25º C sob
uma agitação de 200 rpm.
Encerrada a incubação, as células foram coletadas por centrifugação a 7700 X
g por 20 min., diluídas em tampão de lise gelado (50 mM NaH
2
PO
4
pH 8,0; 300 mM
NaCl 300; 10 mM imidazol e 1 mM PMSF), sonicadas e centrifugadas a 20.000 X g
por 30 min. O sobrenadante coletado foi filtrado através de filtros de 0.45 µm e
submetido a uma coluna de Ni
2+
- agarose Pro-Bond
(Invitrogen). Após lavagem da
coluna utilizando tampão de lise contendo imidazole a 10 mM, as proteínas de fusão
foram eluídas no mesmo tampão, contendo imidazol a 250 mM. Após a eluição, as
proteínas purificadas foram dializadas em tampão D (10 mM Tris-HCl pH 7,6; 50
mM KCl; 0.1 mM EDTA e 0.5 mM DTT) e tituladas através do “Bio-Rad Protein
Assay” (Bio-Rad). A pureza, assim como a concentração das proteínas, foram
analisadas através do fracionamento das amostras em gel de poliacrilamida
desnaturante SDS-PAGE a 15%. A proteína recombinante SmHMGB1 utilizada no
ensaio descrito na seção 3.16, foi expressa através do sistema pGEX-4T1
(Amersham), de acordo com as instruções do manual do fabricante.
4.14 – Purificação de DNA Superenovelado Através de Gradiente em CsCl
Para cada grama do plasmídeo pTZ19R (Fermentas) purificado através do kit
“QIAfilter Plasmid Giga” (Qiagen) foram adicionados 1.01 g de CsCl. Foram
adicionados para cada 5 g da mistura original de DNA 100 µl de brometo de etídio a
62
10 mg/ml. Utilizando um rotor Ti 70.1 (Beckman) a amostra foi fracionada a 60.000
rpm por 24 h a 22º C. Após a centrifugação, o tubo de centrífuga foi cuidadosamente
fixado em um suporte universal e utilizando-se uma seringa e uma agulha de 18G1/2,
foi extraída a fase respectiva ao DNA superenovelado. O DNA isolado foi
homogeneizado com álcool isopropílico a 1:1 e centrifugado a 10.000 X g a
temperatura ambiente para extração da fase orgânica contendo o brometo de etídio.
Após cinco repetições da etapa de extração do brometo de etídio, a fase aquosa
contendo o DNA plasmidial superenovelado foi dializada em TE 1 X pH 7,5 por 12
h. Finalmente, o DNA plasmidial superenovelado foi precipitado com 2,5 volumes de
etanol absoluto e 4 M KOAc pH 5,2 a 1:10 por 30 min a -70º C. Em seguida, a
amostra foi centrifugada a 14.400 X g por 15 min a 4º C. O DNA precipitado foi
lavado 1 vez em etanol 70% e re-centrifugado a 14.400 X g por 5 min a 4º C. Após
descarte do sobrenadante e completa evaporação do etanol, o DNA foi ressuspenso
em H
2
O Milli-Q estéril.
4.15 – Ensaio de Retardamento da Mobilidade Eletroforética em Gel de Agarose
Utilizando DNA Superenovelado
Para os ensaios de retardamento em gel de agarose, foram utilizadas
concentrações equimolares de uma mistura contendo o plasmídeo circularizado
pTZ19R (Fermentas) na sua forma super-enovelada, na forma relaxada e linearizado
através de digestão com HindIII. As proteínas recombinantes de interesse foram
adicionadas em concentrações crescentes de 0.5, 1, 1.5, 2, 2.5, 3, 3.5 e 4 µM à uma
mistura contendo três diferentes topologias do pTZ19R (circular superenovelado,
circular relaxado e linear) , na concentração de 5 µg, em tampão específico (0.14 M
63
NaCl; 20 mM Tris-HCl pH 7,5; 0.2 mM EDTA; 0.5 mM DTT), em um volume final
de 20 µl. Após a incubação, a amostra foi fracionada através de eletroforese em gel de
agarose a 1% em tampão 0.5X TBE a 3 V/cm por 15 -18 h a 4 °C. O gel foi corado
utilizando brometo de etídio a 0.5 µg/ml, descorado em água e fotografado através de
filtro vermelho em um trans-iluminador de UV (254 nm) utilizando filme 100 T-
MAX (Kodak).
4.16 – Ensaio de Retardamento da Mobilidade Eletroforética em Gel de
Poliacrilamida Utilizando DNA do Tipo Four-Way-Junctions (4WJs)
O experimento foi processado em tampão especifico (25 mM NaCl; 5 mM
KCl; 10 mM Hepes-KOH pH 8.0; 0.1 mM EDTA; 1 mM espermidine; 1mM DTT e
Ficoll a 3.5%) contendo aproximadamente 1.5 nM do DNA 4WJs marcado
radioativamente (segundo descrição na seção 3.3) e concentrações crescentes da
proteína recombinante (0.5, 1, 1.5 e 2 µM). Aos experimentos realizados na presença
de 2 µM de proteína, foram adicionadas concentrações crescentes do DNA linear não
marcado (10, 50 e 200 nM), derivado da construção do DNA 4WJ. Os complexos
obtidos foram fracionados em gel de poliacrilamida não desnaturante a 5.8% em 0.5
X TBE a 10 V/cm por 4-5 h a 4° C e visualizados através do Phosphorimager Storm
840 (GE Healthcare).
4.17 – Ensaio de Superenovelamento de DNA
O ensaio de super-enovelamento de DNA foi realizado como descrito
previamente por Štros & Muselikova, 2000 (STROS, 2000). 0,5 µg (ou ~ 10 nM) da
64
forma super-enovelada do plasmídeo pTZ19R (Fermentas) foi relaxada em tampão
específico (50 mM NaCl; 50 mM Tris-HCl, pH 7,5; 1 mM EDTA; glicerol a 20% e 1
mM DTT) na presença de 1 U de Topoisomerase I de trigo (Promega) a 37° C por 90
min. O DNA relaxado foi diluído em 140 mM de NaCl na presença de concentrações
crescentes da proteína recombinante (17 e 35 µM) em um volume final de 20ul. A
amostra foi incubada a 37° C por 60 min e a reação, inibida com a adição de SDS a
1% e 1 M NaCl. O complexo foi desnaturado, o DNA extraído através da adição de
clorofórmio/álcool isoamílico (24:1) e precipitado em 2.5 volumes de etanol na
presença de acrilamida linear a 0.02% como carreadora. A formação e distribuição
dos topoisômeros foi analisada através de fracionamento em gel de agarose a 1% em 1
X TBE a 3 V/cm por 18 horas. O gel foi corado com 0.5 µg/ml de brometo de etídio,
descorado em água e fotografado através de filtro vermelho em um trans-iluminador
de UV (254 nm) utilizando filme 100 T-MAX (Kodak).
4.18 – Ensaio de Sign para Determinação do Tipo de Superenovelamento
Induzido pela Sm/SjHMGB1
Os ensaios de Sign foram conduzidos segundo Štros, 2001 (STROS, 2001).
Após o término do fracionamento do DNA superenovelado em gel de agarose (como
descrito na seção 3.17), o gel foi incubado por 1 h em uma solução contendo
cloroquina a 2.5 µg/ml. O gel foi então devolvido à cuba de eletroforese sofrendo uma
rotação de 90º no sentido horário. As amostras foram submetidas a um segundo
fracionamento (desta vez paralela em relação aos poços de aplicação) a 5 V/cm por
10h em 0.5 X TBE contendo cloroquina. O gel foi corado com 0.5 µg/ml de brometo
65
de etídio, descorado em água e fotografado através de filtro vermelho em um trans-
iluminador de UV (254 nm) utilizando filme 100 T-MAX (Kodak).
4.19 – Ensaio de Circularização Mediado por T4 Ligase
O ensaio de circularização foram baseados em protocolos prévios de Štros,
1998, 2001 e 2004. Fragmentos de DNA de 123 pb e 66 pb (~1 nM) com
extremidades coesivas foram pré-incubados em gelo por 20 minutos com
concentrações crescentes da proteína recombinante (0.02-5 µM) em tampão de T4
ligase 1 X (30 mM Tris-HCl pH 7,8, 10 mM MgCl
2
, 10 mM DTT e 0.5 mM ATP;
Promega) em um volume final de 20 µl. O DNA foi incubado na presença de 0.05 U
de T4 ligase (Promega) a 30° C por 20 minutos e a reação, encerrada, através da
incubação das amostras a 65° C por 20 minutos. Como controle, algumas das reações
foram incubadas na presença de 20 U de exonuclease III (Promega) a 37° C por 30
minutos. O complexo foi desnaturado, o DNA extraído através da adição de
clorofórmio/álcool isoamílico (24:1) e precipitado em 2.5 volumes de etanol na
presença de acrilamida linear a 0.02% como carreadora. A amostra foi fracionada em
gel de poliacrilamida não desnaturante a 6% (DNA 123 pb) e a 8% (DNA 66 pb) em
0.5 X TBE a 250 V por 2–3 h a 4° C. Depois de fracionado, o gel foi desidratado e
visualizado através do Phosphorimager Storm 840 (GE Healthcare).
66
5. RESULTADOS
5.1 – Identificação e Isolamento dos cDNAs da HMGB1 de S. mansoni e S.
japonicum (SmHMGB1 e SjHMGB1)
Foram isolados, em S. mansoni e S. japonicum, dois cDNAs de 531 pb
(Figuras 16, 17 e 24) correspondentes as proteínas SmHMGB1 e SjHMGB1. Os dois
cDNAs apresentam, entre si, uma identidade de 86%.
A análise e comparação do cDNA da SmHMGB1 com o banco de dados do
Projeto Genoma do Schistosoma mansoni, revelou um “contig” constituído pelo
alinhamento de 76 ESTs derivados alternadamente de todos os estágios de
desenvolvimento do S. mansoni, incluindo: ovos, miracídios, cercárias, germ-balls,
esquistossômulo e vermes adultos machos e fêmeas. Esse “contig” recebeu a anotação
de SmAE 607928.1. apresentando 100% de identidade com o cDNA isolado da
SmHMGB1.
O cDNA correspondente a SjHMGB1, foi isolado através de RT-PCR
utilizando-se primers específicos baseados na ORF completa identificada no Projeto
Genoma de ESTs do S. japonicum.
LOCUS DQ005529 531 bp DNA linear INV 20JUL-2006
DEFINITION Schistosoma mansoni high mobility group B1 (HMGB1) gene, complete
cds.
ACCESSION
DQ005529 REGION: join(1..147,185..505,541..603)
VERSION DQ005529.1 GI:66275795
KEYWORDS .
SOURCE Schistosoma mansoni
ORGANISM
Schistosoma mansoni
Eukaryota; Metazoa; Platyhelminthes; Trematoda; Digenea;
Strigeidida; Schistosomatoidea; Schistosomatidae; Schistosoma.
REFERENCE 1 (bases 1 to 531)
AUTHORS de Oliveira,F.M., da Silva,I.C., Rumjanek,F.D., Dias-Neto,E.,
Guimaraes,P.E., Verjovski-Almeida,S., Stros,M. and Fantappie,M.R.
TITLE Cloning the genes and DNA binding properties of High Mobility Group
B1 (HMGB1) proteins from the human blood flukes Schistosoma mansoni
67
and Schistosoma japonicum
JOURNAL Gene 377, 33-45 (2006)
REFERENCE 2 (bases 1 to 531)
AUTHORS de Oliveira,F.M., da Silva,I.C., Rumjanek,F.D., Dias-Neto,E.,
Guimaraes,P.E., Verjovski-Almeida,S., LoVerde,P.T., Stros,M. and
Fantappie,M.R.
TITLE Direct Submission
JOURNAL Submitted (12-APR-2005) Instituto de Bioquimica Medica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundao, Rio de
Janeiro, R.J. 21941-590, Brasil
FEATURES Location/Qualifiers
source 1..531
/organism="Schistosoma mansoni"
/mol_type="genomic DNA"
/db_xref="taxon:
6183"
gene <1..>531
/gene="HMGB1"
mRNA <1..>531
/gene="HMGB1"
/product="high mobility group B1"
/experiment="experimental evidence, no additional details
recorded"
CDS 1..531
/gene="HMGB1"
/experiment="experimental evidence, no additional details
recorded"
/codon_start=1
/product="high mobility group B1"
/protein_id="
AAY44045.1"
/db_xref="GI:66275796"
/translation="MAEDKGKPKGAMNAYAAFLQSMRADHKKKHPNVTLDFKSFSKEC
SEQWKNLSAKEKKKFKDLADKDKERYRCEMEHYEPPADEGRSKKRKRDPDAPKKALSA
FFLFCNDERPKVKSENPDWKVSEIAKELGKRWEHCKNKAKYESLAQVEKQRYEKAMQK
YKAGKKSKTEDSESDD"
ORIGIN
1 atggctgaag acaagggtaa gccaaaaggt gctatgaatg cttatgcggc attcttgcaa
61 tctatgcgtg ccgaccataa gaagaagcat cccaatgtca ctctagattt caagtctttt
121 tcaaaggagt gctcagaaca gtggaagaat ctatcggcta aagaaaagaa gaagttcaag
181 gacttagcag ataaggacaa agagcgttat cgatgtgaga tggaacatta tgaaccccct
241 gccgacgaag gccgcagcaa gaaaaggaaa cgagacccag atgcacctaa aaaggcactg
301 tcagcatttt tcctcttttg caatgatgaa cgacctaaag tcaagtcaga aaatcccgac
361 tggaaagtca gtgagattgc taaagagcta ggtaaaagat gggagcattg taaaaacaag
421 gcgaaatatg agagcttagc ccaggtagag aaacaacgtt atgagaaagc gatgcaaaaa
481 tacaaagccg gcaaaaagtc caagacagaa gattcagagt ctgacgatta g
//
Figura 16 – Arquivo do GenBank contendo a seqüência integral do cDNA da SmHMGB1
68
LOCUS DQ005528 531 bp DNA linear INV 20-JUL-2006
DEFINITION Schistosoma japonicum high mobility group B1 (HMGB1) gene, complete
cds.
ACCESSION
DQ005528 REGION: join(1..147,179..499,540..602)
VERSION DQ005528.1 GI:66275793
KEYWORDS .
SOURCE Schistosoma japonicum
ORGANISM
Schistosoma japonicum
Eukaryota; Metazoa; Platyhelminthes; Trematoda; Digenea;
Strigeidida; Schistosomatoidea; Schistosomatidae; Schistosoma.
REFERENCE 1 (bases 1 to 531)
AUTHORS de Oliveira,F.M., da Silva,I.C., Rumjanek,F.D., Dias-Neto,E.,
Guimaraes,P.E., Verjovski-Almeida,S., Stros,M. and Fantappie,M.R.
TITLE Cloning the genes and DNA binding properties of High Mobility Group
B1 (HMGB1) proteins from the human blood flukes Schistosoma mansoni
and Schistosoma japonicum
JOURNAL Gene 377, 33-45 (2006)
REFERENCE 2 (bases 1 to 531)
AUTHORS de Oliveira,F.M., da Silva,I.C., Rumjanek,F.D., Dias-Neto,E.,
Guimaraes,P.E., Verjovski-Almeida,S., LoVerde,P.T., Stros,M. and
Fantappie,M.R.
TITLE Direct Submission
JOURNAL Submitted (12-APR-2005) Instituto de Bioquimica Medica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundao, Rio de
Janeiro, R.J. 21941-590, Brasil
FEATURES Location/Qualifiers
source 1..531
/organism="Schistosoma japonicum"
/mol_type="genomic DNA"
/db_xref="taxon:
6182"
gene <1..>531
/gene="HMGB1"
mRNA <1..>531
/gene="HMGB1"
/product="high mobility group B1"
/experiment="experimental evidence, no additional details
recorded"
CDS 1..531
/gene="HMGB1"
/experiment="experimental evidence, no additional details
recorded"
/codon_start=1
/product="high mobility group B1"
/protein_id="
AAY44044.1"
/db_xref="GI:66275794"
/translation="MAEEKGKPKGRMNAYALFLQSMRADHKKKHPNATLDFKSFSKEC
SEQWKNLSAKEKKKFKDLAEKDKERYRCEMEHYEPPADEGRSKKRKRDPDAPKKGLSA
FFLFCNDERPKVKSENPDWKVSEVAKELGRRWEHCKNKAKYESLAQVEKERYEKAMEK
YKAGKKPKTEDSESDD"
69
ORIGIN
1 atggctgaag agaaaggtaa gccgaaaggc cgcatgaatg cttatgcatt attcctgcaa
61 tctatgcgtg ccgaccataa gaaaaagcat ccaaatgcta ctcttgactt caaatcattt
121 tcaaaggagt gctcagaaca atggaagaat ctttcggcta aagagaaaaa gaagttcaag
181 gacttagcag aaaaagataa ggaacgctat cgttgtgaaa tggaacatta tgagcctcct
241 gcagatgaag gccgcagcaa aaaacgaaaa cgagatccag atgcacctaa gaagggtctg
301 tcagcatttt tcctattttg caacgatgag cgacccaaag tcaaatcaga aaaccctgac
361 tggaaagtca gtgaagttgc taaggaacta ggtaggagat gggagcattg taaaaacaaa
421 gctaagtatg aaagtttagc ccaagtggag aaggaacgat atgaaaaagc gatggaaaaa
481 tacaaagccg gcaaaaagcc caagacagaa gactcagaat ccgacgatta g
//
Figura 17 – Arquivo do GenBank contendo a seqüência integral do cDNA da SjHMGB1
5.2 – Homologia das Sm/SjHMGB1 com Proteínas HMGB1 de Outras Espécies
As proteínas SmHMGB1 e SjHMGB1 apresentam ~94% de identidade entre
si, sendo constituídas por 176 resíduos de aminoácidos e apresentando um peso
molecular estimado de 18 kDa.
Assim como as proteínas HMGB1 de vertebrados, as Sm/SjHMGB1
apresentam dois domínios do tipo box A e box B, além de uma porção carboxi
terminal constituída por uma seqüência intercalada de resíduos de aminoácidos ácidos
(cauda ácida) (Figura 18). O alinhamento e comparação da seqüência da região que
compreende os domínios box A e box B entre a Sm/SjHMGB1 e as proteínas HMGB1
de carrapato, sapo, truta, galinha e humano apresenta ~ 60% de identidade.
70
Figura 18 – Alinhamento das seqüências deduzidas de resíduos de aminoácido das proteínas
HMGB1 de S. mansoni/S. japonicum e HMGB2 e HMGB3 de S. mansoni com as seqüências de
resíduos de aminoácido das HMGB1s de outros organismos
A HMGB1 de S. mansoni (SmHMGB1, nº de acesso no GenBank
AAY44045), foi alinhada com a
HMGB2 e HMGB3 de S. mansoni (SmHMGB2 e SmHMGB3, nº de acesso no GenBank
CAJ29301 e
CAJ29302, respectivamente) e HMGB1 de: S. japonicum (SjHMGB1, No de acesso no GenBank
AAY44044); de Homo sapiens (humam, nº de acesso no GenBank NP_002119); Gallus gallus
(chicken, nº de acesso no GenBank
CAA76978); Xenopus tropicalis (frog, nº de acesso no GenBank
AAH61601); Salmo specie (trout, nº de acesso no GenBank S48708); e Dermacentor variabilis (tick,
nº de acesso no GenBank
AAO92280). Utilizando como referência a seqüência da proteína HMGB1
humana, as regiões respectivas ao domínio box A (1-78), ao domínio box B (86-162) e a cauda ácida
(186-215) foram delimitadas dentro de caixas. As marcações em preto, cinza escuro e cinza claro
representam, respectivamente, 100%, 80% e 60% de identidade entre as seqüências de aminoácidos das
proteínas alinhadas. A seta vermelha e as setas azuis e verdes correspondem, respectivamente, aos
resíduos de aminoácidos M13, K96, R97, N92 e A93 presentes nas proteínas alinhadas.
A diferença mais clara entre a proteína HMGB1 humana e as Sm/SjHMGB1,
reside na região que compreende a cauda ácida e a porção carboxi terminal
71
flanqueadora do domínio box B. A análise comparativa da seqüência de aminoácidos
dessa região, com as proteínas HMGB1 dos demais organismos, apresenta uma
identidade de ~17%. As Sm/SjHMGB1 apresentam uma cauda ácida composta por
cinco resíduos ácidos intercalados por duas serinas, enquanto a HMGB1 humana,
apresenta uma seqüência ininterrupta de trinta resíduos de aminoácidos ácidos na sua
extremidade carboxi-terminal (Figuras 18 e 19). Ambas as proteínas apresentam
resíduos de aminoácido conservados específicos (M13, K96, R97, N92 e A93) cujas
funções de interação e regulação da interação com moléculas de DNA já foram
descritos em outros organismos (Figura 18).
A comparação da região que compreende a cauda ácida da proteína HMGB1
de diversos organismos, demonstra uma clara tendência a um aumento no número de
resíduos ácidos de acordo com o aumento na complexidade biológica desses
organismos (Figura 19).
72
c
auda
á
cida
Figura 19 – Comparação da composição de resíduos de aminoácidos na região que compreende a
cauda ácida nas proteínas HMGB1 de S. mansoni/S. japonicum e HMGB2 e HMGB3 de S.
mansoni com a composição de resíduos de aminoácido das HMGB1s deoutras espécies
A região que compreende a cauda ácida nas proteínas HMGB1 de S. mansoni e S. japonicum teve sua
composição de resíduos de aminoácido comparadas à HMGB2 e HMGB3 de S. mansoni e HMGB1 de:
G. gallus; D. Variabilis; X. Tropicalis; H. Sapiens; S. specie; Danio rerio (zebrafish, nº de acesso no
GenBank
AAQ97791) e Caernohabditis elegans (C.elegans, nº de acesso no GenBank AAK67238). A
marcação em cinza destaca os resíduos de aminoácidos ácidos, enquanto a numeração que flanqueia as
seqüências indica a exata posição dos resíduos de aminoácidos na proteína. O asterisco indica o número
de resíduos de aminoácidos ácidos presentes na cauda ácida de cada organismo.
5.3 – Identificação dos cDNAs e Comparação das Seqüências das Isoformas
SmHMGB2 e SmHMGB3 com a SmHMGB1
Análises adicionais no banco de dados do Projeto Genoma do Schistosoma
mansoni, revelaram outros dois “contigs” que traduzem duas isoformas da proteína
SmHMGB1 (Figuras 20 e 21).
Cada um desses “contigs” é constituído, respectivamente, pelo alinhamento de
15 ESTs derivados de todos os estágios de desenvolvimento do S. mansoni, exceto,
cercária (SmAE 604202.1) e pelo alinhamento de 12 ESTs derivados de todos os
estágios de desenvolvimento do S. mansoni, exceto, miracídio e cercária (SmAE
73
608982.1). As seqüências de nucleotídeos derivadas desses “contigs” traduzem,
respectivamente, ORFs de 226 e 246 aminoácidos, recebendo a denominação de
SmHMGB2 e SmHMGB3. A SmHMGB2 apresenta 56% de identidade e 72% de
similaridade quando comparadas a SmHMGB1, enquanto a SmHMGB3, apresenta
48% de identidade e 68% de similaridade. Ambas apresentam domínios box A e box
B e uma cauda ácida constituída por resíduos de aminoácidos ácidos intercalados
(Figuras 18 e 19).
LOCUS BN000821 681 bp mRNA linear INV 16-MAY-2006
DEFINITION TPA_inf: Schistosoma mansoni mRNA for putative high mobility group
B2 protein (hmgb2 gene).
ACCESSION
BN000821 REGION: 57..737
VERSION BN000821.1 GI:97976777
KEYWORDS Third Party Annotation; TPA; high mobility group B2 protein; hmgb2
gene; TPA:INFERENTIAL.
SOURCE Schistosoma mansoni
ORGANISM
Schistosoma mansoni
Eukaryota; Metazoa; Platyhelminthes; Trematoda; Digenea;
somatoidea; Schistosomatidae; Schistosoma.
s-Neto,E., Guimaraes,P.E., Verjovski-Almeida,S., Stros,M. and
p
ins from the human blood flukes Schistosoma mansoni
) Verjovski-Almeida S., Biochemistry,
Paulo, Av. Lineu Prestes 748, Sao Paulo, SP
CD120211.1 1-279
c
a mansoni"
e="mRNA"
Strigeidida; Schisto
REFERENCE 1
AUTHORS de Oliveira,F.M.B., de Abreu da Silva,I.C., Rumjanek,F.D.,
Dia
Fantappie,M.R.
TITLE Cloning the genes and DNA binding properties of high mobility grou
B1 (HMGB1) prote
and Schistosoma japonicum
JOURNAL (er) Gene DOI:10.1016/j.gene.2006.03.001
REFERENCE 2 (bases 1 to 681)
AUTHORS Verjovski-Almeida,S.
TITLE Direct Submission
JOURNAL Submitted (25-AUG-2005
Universidade de Sao
05508-000, BRAZIL
PRIMARY TPA_SPAN PRIMARY_IDENTIFIER PRIMARY_SPAN COMP
1-279
218-666 CD134152.1 1-449
433-1000 CD075717.1 1-568
FEATURES Location/Qualifiers
source 1..681
/organism="Schistosom
/mol_typ
/db_xref="taxon:
6183"
gene <1..>681
74
/gene="hmgb2"
CDS 1..681
/gene="hmgb2"
/function="association with chromatin structure"
ation of inflammation"
B2 protein"
29301.1
/function="medi
/codon_start=1
/product="putative high mobility group
/protein_id="
CAJ "
PMSAYACFVQVIREEHKKKHPGEQIVFSDFSK
RERFNREMCDYVPPDGMKKGKKRKGPKDPTVPAR
gaataaacct aaaggtccta tgtctgctta tgcttgtttt
aagtta ttcgagaaga gcacaaaaag aaacatcctg gtgaacaaat tgtattcagt
Figura 20 – Arquivo do GenBank contendo a seqüência integral do cDNA da SmHMGB2
/db_xref="GI:97976778"
/translation="MNKTKDKNKPKG
KCAERWKLMTPKEKKRFEDLAVLD
AWSAFFFFCDEFRSKVRESNPDWKVADIAKELGRQWETCQDKAKYELLAQKDKQRYEE
DMIKYRAGTYVPREKKLAGAVSNSASIRTPETQNPDCTTVTSAGGDENGAELEDEDDG
EPDEGEEE"
ORIGIN
1 atgaataaga ctaaagataa
61 gtgc
121 gatttttcaa aaaagtgcgc tgaacgatgg aagttaatga caccaaaaga gaagaaacgt
181 ttcgaagatt tagctgtctt ggatagagaa cgattcaatc gtgaaatgtg tgattacgtg
241 ccaccagatg gtatgaaaaa gggaaagaaa cgcaagggtc ctaaggaccc cacagtacct
301 gcacgagcct ggtctgcttt ctttttcttt tgtgatgaat tccgttcaaa agtcagagaa
361 agtaatccgg attggaaagt cgcagatatt gctaaagagc ttggacgtca atgggaaact
421 tgtcaagata aagcaaagta tgaactgtta gctcaaaaag ataaacagcg ttatgaagag
481 gacatgataa aatatcgggc ggggacttat gttcctagag agaagaaact tgcaggtgct
541 gtgtcaaact ctgcatctat caggactcct gaaactcaga atccagattg cactacagtt
601 accagcgctg gaggtgatga aaacggtgcg gagttagaag atgaagatga tggggaacct
661 gatgagggtg aggaagagtg a
//
75
LOCUS BN000822 741 bp mRNA linear INV 16-MAY-2006
DEFINITION TPA_inf: Schistosoma mansoni mRNA for putative high mobility group
B3 protein (hmgb3 gene).
ACCESSION
BN000822 REGION: 90..830
VERSION BN000822.1 GI:97976794
KEYWORDS Third Party Annotation; TPA; high mobility group B3 protein; hmgb3
gene; TPA:INFERENTIAL.
SOURCE Schistosoma mansoni
ORGANISM
Schistosoma mansoni
Eukaryota; Metazoa; Platyhelminthes; Trematoda; Digenea;
somatoidea; Schistosomatidae; Schistosoma.
s-Neto,E., Guimaraes,P.E., Verjovski-Almeida,S., Stros,M. and
p
ins from the human blood flukes Schistosoma mansoni
) Verjovski-Almeida S., Biochemistry,
Paulo, Av. Lineu Prestes 748, Sao Paulo, SP
CD079164.1 1-490
a mansoni"
e="mRNA"
Strigeidida; Schisto
REFERENCE 1
AUTHORS de Oliveira,F.M.B., de Abreu da Silva,I.C., Rumjanek,F.D.,
Dia
Fantappie,M.R.
TITLE Cloning the genes and DNA binding properties of high mobility grou
B1 (HMGB1) prote
and Schistosoma japonicum
JOURNAL (er) Gene DOI:10.1016/j.gene.2006.03.001
REFERENCE 2 (bases 1 to 741)
AUTHORS Verjovski-Almeida,S.
TITLE Direct Submission
JOURNAL Submitted (25-AUG-2005
Universidade de Sao
05508-000, BRAZIL
PRIMARY TPA_SPAN PRIMARY_IDENTIFIER PRIMARY_SPAN COMP
1-490
477-728 CD069939.1 1-252
680-856 CD171320.1 2-178
FEATURES Location/Qualifiers
source 1..741
/organism="Schistosom
/mol_typ
/db_xref="taxon:
6183"
gene <1..>741
/gene="hmgb3"
CDS 1..741
/gene="hmgb3"
/function="association with chromatin structure"
ation of inflammation"
B3 protein"
29302.1
/function="medi
/codon_start=1
/product="putative high mobility group
/protein_id="
CAJ "
MTPYACFVQVIREEHRKKHPTENVIFSEFSKK
ERFNREMAHYIPPVGMKRGRRRRRIKDPSMPKRS
a caccatatgc atgtttcgtg
/db_xref="GI:97976795"
/translation="MMVKDKNRPKPP
CAEKWKLMNMEQRKCFEEMAKLDT
WSAFFFFCDAFRSKIRSEHPDWKVSDIAKELGRRWEECSDKEKYERRAQNDKLRYEQD
MEKYKAGLYVATKRARVGDQTKSNEILSCLHDQSHHKELGEASQISSDEVGRGRRTAN
VSKEPSMPKTFNGLHFSSFANAFRIKNS"
ORIGIN
1 atgatggtaa aagataagaa tcgtcctaaa ccaccgatg
76
61 caagtaatac gtgaggagca tcgaaaaaaa catccaacag agaatgttat tttcagtgaa
Figura 21 – Arquivo do GenBank contendo a seqüência integral do cDNA da SmHMGB3
5.4 – Análise da Expressão Gênica do gene SmHMGB1 em Vermes Adultos e
O mRNA de vermes machos e fêmeas, adultos e imaturos, foi fracionado e
121 ttttctaaga agtgcgcaga aaagtggaag ctcatgaata tggaacaacg aaagtgtttc
181 gaggaaatgg caaaattaga tacggagaga ttcaatcggg aaatggctca ttatatacca
241 ccagttggaa tgaagcgagg tcgtagacgg cgacgtatca aagatccaag tatgcctaaa
301 cgttcatggt ctgcattttt cttcttttgc gatgcatttc gatcaaagat tcgtagtgag
361 caccccgatt ggaaggttag tgatatcgcc aaggagttag gtagacgatg ggaagagtgt
421 tccgataaag agaaatacga aagacgcgca cagaatgata aattgcgtta tgaacaagat
481 atggagaaat acaaagctgg attgtatgta gcgaccaaac gtgctcgagt tggcgatcag
541 acaaaatcaa acgagatact gtcatgctta cacgatcagt cacatcataa ggagttaggt
601 gaggcaagtc aaatttcaag tgatgaagta ggacgaggtc gtagaacggc gaacgtatca
661 aaagaaccaa gtatgcctaa aacgttcaat ggtctgcatt tttcttcttt tgcgaatgca
721 tttcgaataa agaattcgta g
//
Imaturos, Machos e Fêmeas
hibridado com sondas radioativas específicas para SmHMGB1 e SmGAPDH, geradas
a partir de RT-PCR. Apesar do mRNA hibridado da SmHMGB1 migrar de forma
consistente com o seu peso molecular estimado, a visualização das marcações
radioativas (Figura 22 A) e quantificação de seus volumes, não demonstraram
diferenças significativas que pudessem estar relacionadas ao sexo ou estágio de
maturidade dos vermes (Figura 22 B).
77
B.
A.
Figura 22 – Análise da expressão gênica da SmHMGB1 por Northern Blot
(A) O RNA total de S. mansoni foi fracionado e hibridizado com sondas radioativas específicas para
SmHMGB1 (painel superior) e SmGAPDH (painel inferior) marcadas com α-
32
P. O RNA de vermes
adultos e imaturos é indicado através da letra M e I, respectivamente. (B) A quantificação relativa do
volume das marcações foi feita utilizando-se o Phosphorimager. O valor de intensidade obtido é
determinado pela divisão dos volumes relativos das marcações da SmHMGB1 pela SmGAPDH.
5.5 – Análise do Número de Cópias do Gene SmHMGB1 por Southern Blot
O DNA genômico de vermes machos e fêmeas adultos, foi fracionado e
hibridado com uma sonda radioativa específica para o gene SmHMGB1, gerada a
partir de RT-PCR. A análise da clivagem do gene da SmHMGB1 por enzimas de
restrição demonstra a presença de uma única marcação radioativa ao longo das
canaletas 1, 2 e 3 (Figura 23). Essas canaletas correspondem ao DNA genômico
fracionado após ser submetido a clivagem por 3 diferentes enzimas que não
apresentam especificidade para a seqüência do gene SmHMGB1. Na canaleta 4,
encontra-se fracionado o DNA genômico submetido a clivagem por uma enzima de
78
restrição que apresenta especificidade para uma seqüência interna ao gene
SmHMGB1. Nessa canaleta, podemos observar a presença de duas marcações,
decorrentes da hibridação da sonda radioativa com os dois fragmentos gerados após a
clivagem do gene. Esses resultados sugerem a presença de uma única cópia do gene
SmHMGB1 ao longo do genoma do S. mansoni. A “lavagem” da membrana foi
executada em condições de alta “estringência”, diminuindo as chances de haver
qualquer hibridação inespecífica entre a sonda e outras seqüências genômicas
homólogas.
Figura 23 – Southern Blot da SmHMGB1
As canaletas 1 a 3 correspondem ao DNA genômico fracionado clivado por 3 diferentes enzimas de
restrição que não apresentam especificidade para a seqüência da SmHMGB1. A canaleta 4 corresponde
ao DNA genômico fracionado digerido por uma enzima de restrição que apresenta especificidade por
uma única seqüência interna ao gene da SmHMGB1. A seta localizada a direita do painel destaca o
segundo fragmento de menor peso molecular gerado a partir da clivagem da SmHMGB1 e as
numerações a esquerda do painel correspondem ao padrão de peso molecular utilizado.
79
5.6 – Isolamento por PCR e Comparação do Mapa Estrutural dos Genes
SmHMGB1 e SjHMGB1 com o Gene HMGB1 Humano
Utilizando-se primers específicos baseados nas seqüências dos cDNAs
isolados das Sm/SjHMGB1 foram amplificados, a partir de DNA genômico,
fragmentos de 603 pb e 602 pb correspondentes aos genes SmHMGB1 e SjHMGB1,
respectivamente (Figura 24).
Figura 24 – Amplificação dos cDNAs e genes das HMGB1s de S. mansoni e S. japonicum
A canaleta 1 corresponde ao padrão de peso molecular de DNA de fago λ digerido pela enzima de
restrição HindIII; as canaletas 2 e 3 correspondem aos genes SjHMGB1e SmHMGB1 amplificados por
PCR (602 pb e 603 pb, respectivamente) e as canaletas 4 e 5 correspondem aos cDNAs SjHMGB1e
SmHMGB1 amplificados por RT-PCR (531 pb). Os números a esquerda do painel correspondem ao
peso molecular dos fragmentos do padrão λ HindIII.
O sequenciamento dos produtos de PCR obtidos a partir do DNA genômico do
S. mansoni e S. japonicum demonstrou que os genes Sm/SjHMGB1 apresentam
estruturas idênticas, encontrando-se organizados em três exons e dois introns (Figura
80
25), nos quais, os sítios doadores e aceptores de splice apresentam seqüências 5’ GT e
3’ AG, respectivamente (Tabela 4.1). Os pontos de convergência entre os exons e
introns nos genes Sm/SjHMGB1 e no gene da HMGB1 humana, ocorrem nas mesmas
posições ao longo de suas seqüências de aminoácidos, com exceção do exon E 2 dos
genes Sm/SjHMGB1 que, ao contrário do gene humano, não se encontra divido em
dois (E II e E III) (Figura 25).
Figura 25 – Esquema comparativo entre a estrutura do gene SmHMGB1 e gene HMGB1 humano
As posições e tamanhos relativos aos três exons, E 1, E 2 e E 3 e dois introns, 1 e 2 (apontados pelas
setas) do gene SmHMGB1o indicados e comparados com as posições e tamanhos relativos dos
quatro exons e 3 introns do gene da HMGB1 humana. A comparação do posicionamento e alinhamento
dos pontos de convergência dos os exons e introns entre os genes de S. mansoni e humano encontram-
se demarcados na figura.
81
Tabela 1 – Sítios convergentes doadores e aceptores de splice
5.7 – Purificação das Proteínas Recombinantes Sm/SjHMGB1
As proteínas Sm/SjHMGB1 recombinantes, assim como seus diferentes
domínios, foram expressos em E. coli fusionadas a uma segmento de seis histidinas e
purificadas em cromatografia de afinidade.
A pureza e integridade das proteínas foram mensuradas através de seu
fracionamento, coloração e visualização em gel de poliacrilamida desnaturante. As
proteínas expressas apresentaram um padrão de migração de acordo com a dedução de
suas massas moleculares, não apresentando sinais de degradação (Figura 26).
82
B.
A.
Figura 26 – Purificação das proteínas Sm/SjHMGB1 recombinantes e seus diferentes domínios
(A) Diagrama representativo das proteínas Sm/SjHMGB1 recombinantes e seus fragmentos purificados.
O retângulo branco representa o domínio box A (aa 1 ao aa 83), o retângulo preto representa o domínio
box B (aa 93 ao 161) e o quadrado cinza representa a “cauda ácida” (aa 170 ao aa 176). As demais
porções representadas por uma linha preta correspondem a regiões “não estruturadas” das proteínas. A
abreviação “FL” representa a proteína inteira, “C” representa a proteína sem a “cauda ácida”, a letra
“A” representa o domínio box A e a letra “B” representa o domínio box B e suas regiões flanqueadoras
“não estruturadas”. (B) Fracionamento das proteínas Sm/SjHMGB1 recombinantes e seus fragmentos
em gel de poliacrilamida desnaturante SDS-PAGE 15%. As canaletas 1 e 2, 3 e 4, 5 e 6, 7 e 8
correspondem, respectivamente, as proteínas SmHMGB1 e SjHMGB1, proteínas SmHMGB1 e
SjHMGB1 sem a “cauda ácida”, domínio box A das proteínas SmHMGB1 e SjHMGB1 e domínio box
B das proteínas SmHMGB1 e SjHMGB1.
83
5.8 – SmHMGB1 Interage com DNA Sintético do Tipo Four-Way-Junctions
(4WJs)
DNAs sintéticos, mimetizando a estrutura conformacional conhecida como
Four-Way-Junctions, foram marcados radioativamente e utilizados como sonda em
um ensaio de retardamento de mobilidade eletroforética em gel de poliacrilamida não-
desnaturante.
A adição da SmHMGB1 à sonda de DNA 4WJs, acarreta a formação de um
complexo (I) que pode ser observado nas canaletas 3 a 9 na figura 27. A adição de
concentrações crescentes da SmHMGB1 à sonda de DNA 4WJs, promove a formação
de complexos adicionais com menor mobilidade eletroforética (II e III) (Figura 27,
canaletas 5 a 9). A presença de DNA linear não marcado, em concentrações até 100X
maior do que a do DNA 4WJs utilizado, apesar de diminuir a formação dos
complexos de menor mobilidade eletroforética (II e III), não é capaz de desfazer o
complexo de maior mobilidade (I).
84
Figura 27 – .Interação da SmHMGB1 com DNA 4WJs
Os experimentos de retardamento da mobilidade eletroforética foram realizados em gel de
poliacrilamida não desnaturante utilizando ~ 1.5 nM de DNA 4WJs e concentrações crescentes de 0.5,
1, 1.5 µM (canaletas 3 a 5) e 2 µM (canaletas 6 a 9) da proteína SmHMGB1 na presença ou ausência de
concentrações crescentes de 10, 50 e 200 nM (canaletas 7 a 9) de DNA linear competidor não marcado
radioativamente. Foram utilizados 1 µM de GST como controle negativo na canaleta 2. A canaleta 1
corresponde à sonda na ausência de proteína. As marcações “I”, “II” e “III” correspondem aos três
tipos de complexos observados ao longo do ensaio e o diagrama esquemático presente no lado direito
da figura, representa o DNA 4WJ na ausência da SmHMGB1 ou complexado a uma, duas ou três
moléculas da proteína.
5.9 – SmHMGB1 Interage com DNA Superenovelado Circular
DNAs circulares superenovelados, circulares relaxados e lineares, foram
utilizados na presença da proteína SmHMGB1, em ensaios de retardamento da
mobilidade eletroforética em gel de agarose.
A adição de concentrações crescentes da SmHMGB1 à mistura contendo
concentrações equimolares das três topologias de DNA, demonstra um retardamento
85
significativo na mobilidade do DNA superenovelado (I) quando comparado aos
demais (L e II) (Figura 28, canaletas 3 a 9).
Figura 28 – Interação da SmHMGB1 com DNAs de diferentes topologias
Foram utilizadas concentrações de 0.5, 1, 1.5, 2, 2.5, 3, 3.5 e 4 µM (canaletas 2 a 9) da SmHMGB1 em
reações contendo uma mistura equimolar de DNA plasmidial circular superenovelado e relaxado e
DNA plasmidial linear. As canaletas 1 e 10 correspondem aos controles negativos. As indicações “I”,
“L” e “II” correspondem, respectivamente, ao DNA circular superenovelado, DNA linear e DNA
circular relaxado.
5.10 – Sm/SjHMGB1 Induzem o Superenovelamento Negativo do DNA
Plasmidial Relaxado na Presença da Topoisomerase I
Ensaios de superenovelamento conduzidos em condições fisiológicas de
concentração de NaCl demonstraram que, na presença de topoisomerase I, a
SmHMGB1 é capaz de induzir o superenovelamento de moléculas de DNA plasmidial
relaxadas (Figura 29, canaletas 3 e 4). A ausência da cauda ácida diminui a
capacidade da proteína em induzir o superenovelamento, principalmente, na
86
concentração de 35 µM (Figura 29, canaleta 6). Já o domínio box B, apesar de
apresentar uma menor capacidade de superenovelamento quando comparado à
proteína inteira (FL), também mostrou-se capaz de promover o superenovelamento de
DNA (Figura 29, canaletas 9 e 10). Finalmente, o domínio box A não demonstrou
qualquer atividade de superenovelamento nas concentrações experimentais de 17 e 35
µM (Figura 29, canaletas 7 e 8).
Não houve diferenças nos resultados obtidos entre a SjHMGB1 e a
SmHMGB1 (dado não demonstrado).
Figura 29 – Superenovelamento de DNA plasmidial relaxado induzido pela SmHMGB1
Plasmídeos circulares relaxados foram incubados na presença de topoisomerase I e concentrações
crescentes (17 µM e 35 µM) da SmHMGB1 e suas formas truncadas (canaletas 3 à 10). A canaleta 1
corresponde ao controle positivo do DNA superenovelado. A canaleta 2 corresponde ao controle
negativo do DNA superenovelado relaxado na presença da topoisomerase. A abreviação “FL”
representa a proteína inteira, “C” representa a proteína sem a cauda ácida, “A” representa somente o
domínio box A e “B” representa somente o domínio box B. Os sinais “+” e “-” representam,
respectivamente, a adição ou não de topoisomerase I à reação e os sinais “I” e “II” indicam,
respectivamente, as formas superenoveladas e relaxadas do DNA plasmidial.
87
Para a determinação do tipo de superenovelamento induzido pela SmHMGB1,
o gel de agarose contendo o DNA superenovelado fracionado longitudinalmente, foi
incubado em solução contendo cloroquina sendo submetido, posteriormente, a uma
rotação de 90º no sentido horário, seguido de um novo fracionamento longitudinal. A
cloroquina ao intercalar-se às bases nitrogenadas, diminui a velocidade de migração
do DNA superenovelado negativamente em relação ao DNA superenovelado
positivamente (STROS, 2001).
O resultado obtido demonstra que, assim como a HMGB1 humana, as
Sm/SjHMGB1 induzem o superenovelamento negativo de moléculas de DNA (Figura
30).
Figura 30 – Determinação e comparação do “tipo” de superenovelamento induzido pelas
Sm/SjHMGB1 em relação a HMGB1 humana
Plasmídeos circulares superenovelados foram relaxados na presença de topoisomerase I e incubados na
presença de 35 µM da HMGB1 humana e Sj/SmHMGB1. Após o fracionamento longitudinal em
primeira dimensão (Figura 29, canaleta 4), o gel foi incubado em uma solução contendo cloroquina e
submetido a um segundo fracionamento em segunda dimensão. A cloroquina reduz a velocidade de
migração do DNA superenovelado negativo em relação ao positivo. O esquema localizado à direita dos
painéis demonstra o padrão de migração dos DNAs superenovelados negativo e positivo em relação ao
relaxado. No fracionamento na segunda dimensão os DNAs superenovelados negativo e positivo
tendem a migrar, respectivamente, de forma mais lenta e mais rápida em relação ao DNA relaxado. Os
sinais “I” e “II” indicam, respectivamente, as formas superenoveladas e relaxadas do DNA plasmidial e
o asterisco indica a posição do DNA relaxado após o fracionamento longitudinal na segunda dimensão.
88
5.11 – SmHMGB1 Induz a Circularização de Fragmentos de DNA Linear de 123
e 66 pb
O ensaio de circularização baseia-se na capacidade da SmHMGB1 em
promover a dobra de fragmentos lineares de DNA, favorecendo o alinhamento e
ligação intramolecular de suas extremidades coesivas mediante a ação de T4 ligase. A
formação de mini-círculos de DNA decorrentes de ligações intramoleculares pode ser
comprovada através da sua resistência à enzima exonuclease III, capaz de digerir,
apenas moléculas de DNA lineares. Os ensaios de circularização com fragmentos de
66 pb demonstraram que, para concentrações de proteína entre 0.15 µM e 0.3 µM, a
SmHMGB1 apresenta uma capacidade de circularização ~ 3 vezes maior do que a
SmHMGB1 sem a cauda ácida (SmHMGB1C) (Figura 31 A, canaletas 4, 5, 7 e 8).
Nos ensaios com fragmentos de 123 pb, a SmHMGB1 e a SmHMGB1C
demonstraram capacidade muito semelhante em promover a circularização do DNA
linear (Figura 31 C, canaletas 3 à 8). O domínio box B da SmHMGB1 mostrou-se
capaz de promover a circularização dos fragmentos de 123 pb e 66 pb com
intensidade muito semelhante ao domínio box B da HMGB1 humana (Figura 31 B e
D, canaletas 7 à 10). Já o domínio box A da SmHMGB1, ao contrário do box A da
HMGB1 humana, não foi capaz de promover a circularização dos fragmentos de 66
pb e tampouco dos fragmentos de 123 pb (Figura 31, B e D, canaletas 3 à 6).
Finalmente, foi demonstrado que a SmHMGB1 apresenta maior capacidade de
circularização do que sua homóloga humana, sendo capaz de originar mini-círculos
em concentrações de 0.02 µM enquanto a HMGB1 humana apresenta atividade de
circularização a partir de 0.05 µM (Figura 31 E, canaletas 4, 5, 9 e 10).
89
A. C.
B. D. E.
Figura 31 – Determinação e comparação da atividade de circularização de DNA induzido pela
SmHMGB1 em relação a HMGB1 humana
As sondas radioativas de DNA linear de 66 pb (painéis A e B) e 126 pb (painéis C, D e E) foram
incubadas com concentrações crescentes de proteína recombinante (como indicado no topo dos painéis)
e em seguida, submetidas à T4 ligase. Nos painéis (A) e (B), a canaleta 13 corresponde ao controle
positivo dos mini-círculos obtidos através da incubação na presença de 0.05 µM da SmHMGB1
submetidos, posteriormente, à exonuclease III. A abreviação “FL” corresponde à proteína inteira, “C”
corresponde a proteína sem a cauda ácida, “A” corresponde ao domínio box A e “B” corresponde ao
domínio box B. Os sinais “+” e “-” correspondem, respectivamente, a adição ou não de T4 ligase ou
exonuclease III à reação e os sinais “LI” e “LII” indicam, respectivamente, os fragmentos de DNA
lineares e os mini-círculos.
90
6. DISCUSSÃO
Como mencionado anteriormente na seção 1.1.1, os parasitos do gênero
Schistosoma apresentam um ciclo de vida extremamente complexo, caracterizado por
uma marcante alteração morfológica e fisiológica ao longo de seu desenvolvimento.
Acredita-se que as transições entre os diversos estágios morfológicos do Schistosoma
estejam intimamente relacionadas aos estímulos e pressões adaptativas dos diferentes
habitats pelos quais transita ao longo de sua vida.
Nesse contexto, atribui-se uma grande relevância a estudos que visam mapear
os mecanismos bioquímicos e moleculares envolvidos nos processos de diferenciação
e desenvolvimento do parasito através de questionamentos como: “De que forma os
estímulos ambientais disparam as respostas bioquímicas no parasito?” “Como é
controlado molecularmente o amadurecimento sexual do Schistosoma?” “Seria
possível intervir de forma específica no desenvolvimento do parasito impedindo sua
maturação e conseqüente ovoposição, patogênese e reinício do ciclo infeccioso?”
Diante dessas questões, diferentes grupos de pesquisa em esquistossomose
voltaram-se para a caracterização e identificação de mecanismos de regulação da
expressão gênica e sinalização celular, como no caso da via de sinalização através do
fator de crescimento TGF-ß (BEALL, 2000; BEALL, 2001; CARLO, 2007; DAVIES,
1998; DAVIES, 1999; FREITAS, 2007; OSMAN, 2001, 2004; OSMAN, 2006) ou
através da identificação e caracterização de fatores transcricionais (FANTAPPIE,
2003; FANTAPPIE, 2000; FRANCO, 1997; NABHAN, 2001; SERRA, 1999;
ZEMZOUMI, 1996), receptores nucleares (DE MENDONCA, 2000; DE
MENDONCA, 2002; FREEBERN, 1999a; FREEBERN, 1999b; HU, 2006a, 2006b;
LU, 2006; WU, 2006; WU, 2007a, 2007b; WU, 2007c), co-reguladores nucleares
91
(BERTIN, 2006; DE MORAES MACIEL, 2004; MANSURE, 2005; OGER, 2006) e
regiões promotoras de genes virulentos (BOBEK, 1988).
Fatores transcricionais são definidos basicamente como: “...proteínas capazes
de iniciar ou regular o processo de expressão gênica...
7
. Sendo assim, uma das
características apresentadas por muitos dos fatores transcricionais é a presença de
domínios de ligação ao DNA capazes de reconhecer, de forma específica,
determinadas seqüências de nucleotídeos.
As Sm/SjHMGB1 apresentam dois domínios de interação ao DNA (domínios
box A e box B) constituídos por seqüências de aminoácidos bastante similares às de
suas homólogas (Figura 18). O domínio box A da Sm/SjHMGB1 apresenta uma
metionina na posição 12 (MET12) conservada nas demais seqüências homólogas
analisadas. Pöhler e colaboradores, através de ensaios de interação e modelagem
computacional, definiram a MET12 como sendo essencial para a interação do
domínio HMG-box do fator transcricional LEF-1 ao DNA cruciforme do tipo Four-
Way-Junctions (4WJs) (POHLER, 1997). Já o domínio box B das Sm/SjHMGB1,
apresenta os resíduos K96 e R97 descritos na literatura como fundamentais para o
processo de interação da proteína com o DNA (KNAPP, 2004; STOTT, 2006). Como
veremos mais adiante, apesar dos domínios box A e B da Sm/SjHMGB1 não serem
capazes de ligar-se a seqüências específicas de nucleotídeos, são capazes de
reconhecer e ligar-se a moléculas de DNA que apresentam estruturas “terciárias”
características.
Além dos dois domínios box de ligação ao DNA, as Sm/SjHMGB1 apresentam
uma extremidade carboxi-terminal constituída por uma seqüência alternada de
resíduos de aminoácidos ácidos, denominada cauda ácida. A cauda ácida das HMGBs
7
ALBERTS, 2002
92
está envolvida em uma série de eventos como, estabilização das interações proteína-
DNA, retenção da proteína no núcleo celular e deslizamento do nucleossomo ao longo
da dupla fita de DNA durante processos de ativação da transcrição gênica (UEDA,
2004). Ueda e colaboradores observaram através de ensaios de ativação da transcrição
de genes repórteres que, a seqüência final de resíduos de aminoácidos
211
DDDDE
215
presente na cauda ácida da HMGB1 humana é essencial para a ativação do processo
de transcrição gênica.
Apesar da seqüência final das Sm/SjHMGB1 (
170
EDSESDD
176
) serem
diferentes da seqüência final da HMGB1 humana, mais a frente serão discutidos
aspectos funcionais observados apartir da utilização do mutante da SmHMGB1 sem a
cauda ácida, a SmHMGB1 (Figura 26).
Enquanto a cauda ácida das proteínas HMGB de vertebrados superiores possui
uma seqüência de até 30 resíduos de aminoácidos ácidos ininterruptos, as
Sm/SjHMGB1 apresentam em sua cauda ácida uma seqüência de apenas 5 resíduos
intercalados (Figuras 18 e 19). Avaliando a seqüência e composição das caudas ácidas
das HMGB1 isoladas nos demais organismos, foi possível identificar um padrão que
sugere um aumento na quantidade de resíduos ácidos de forma proporcional ao
aumento na “complexidade” biológica dos organismos analisados (Figura 19). Dessa
forma, quanto mais primitiva a classe do organismo, menor a quantidade de resíduos
ácidos serão encontrados nas caudas ácidas de suas respectivas HMGB1. Sessa e
colaboradores publicaram, em 2006, um artigo mencionando a seqüência de uma
HMGB de Porífera (S. domuncula) apresentando uma cauda ácida com 9 resíduos de
aminoácidos ácidos intercalados (nº de acesso no GenBank:
AAR08136). O autor
sugere que a cauda ácida teria surgido inicialmente entre as primeiras classes de
metazoários para, logo em seguida, se perder ao longo da evolução dos filos
93
Echinodermata, Platyhelminthes e Nematoda (SESSA, 2007). Talvez, diante disso,
possamos considerar a hipótese de que a reduzida cauda ácida presente na HMGB1 do
Schistosoma seja, na verdade, um vestígio decorrente de um processo de divergência
evolutiva no filo Platyhelminthes.
Conforme caracterizações feitas para outros genes isolados em Schistosoma
mansoni (MORALES, 2004; OSMAN, 2006), os genes SmHMGB1 e SjHMGB1
também apresentam seqüências intrônicas curtas, variando entre 31 e 40 pb (Tabela
1). Esses dois genes apresentam estruturas idênticas encontrando-se organizados
através de três exons e dois introns (Figura 25). Os sítios doadores e aceptores de
splice nos dois introns de ambos os genes (SmHMGB1 e SjHMGB1) apresentam as
seqüências consenso estabelecidas GT, na extremidade 5’ e AG, na extremidade 3’,
conforme revisão de Senapathy e colaboradores (SENAPATHY, 1990) (Tabela 1).
Ainda em relação a estrutura gênica da Sm/SjHMGB1, foi demonstrado que os
domínios box A e box B encontram-se divididos em 2 exons cada.
Sessa e colaboradores afirmam que o segmento gênico respectivo ao box B
teria sua estrutura formada por 3 exons e que a explicação para a origem evolutiva
dessa estrutura estaria na inserção de 2 introns ao longo de uma seqüência gênica
primitiva denominada ProtoBox B (SESSA, 2007). Segundo Sessa, esse evento teria
ocorrido no início da evolução dos metazoários e seria suficiente para explicar o
motivo pelo qual o box B apresenta 2 introns distribuídos nas mesmas posições ao
longo de todos os metazoários analisados por ele. De fato, dentre as seqüências de
genes codantes para HMGB1 publicadas até o momento em metazoários, os genes
Sm/SjHMGB1 são os únicos caracterizados pela presença de um único intron
posicionado na região respectiva à tradução do box B. Porém, até o momento, não
existe na literatura qualquer informação à respeito de outras sequências genômicas
94
codantes para HMGB em Platyhelminthes com exceção das Sm/SjHMGB1. Além
disso, também não existem dados relativos à sequências genômicas codantes para
HMGB1 em filos mais primitivos do que os Platyhelminthes.
Diante desse panorama, podemos sugerir que a inserção do segundo intron ao
longo da região codante para o box B poderia ter ocorrido em algum momento ao
longo do tronco evolutivo dos metazoários após a divergência do filo Platyhelminthes
e não no início da evolução dos metazoários, como sugere Sessa.
Nas últimas décadas, com o advento da biologia molecular, a busca por genes
diferencialmente expressos entre vermes machos e fêmeas de Schistosoma mansoni
tornou-se uma constante entre pesquisadores da área. A possibilidade de se
compreender os processos bioquímicos da patogênese através da determinação da
expressão diferencial de genes específicos culminou, dentre outros, na descoberta do
gene F10 (ou p14), um gene que codifica uma proteína precursora da casca de ovo em
fêmeas de S. mansoni (BOBEK, 1986; SIMPSON, 1986). Atualmente, técnicas
inovadoras de high throughput como, a análise de microarranjos e SAGE (Serial
Analysis of Gene Expression) vem permitindo com que outros genes do parasito
possam ter seus padrões de expressão caracterizados (HOKKE, 2007; OJOPI, 2007;
WAISBERG, 2007). Os ensaios de Northern blot não demonstraram diferenças
significativas de expressão entre os mRNAs respectivos à SmHMGB1 de vermes
machos e fêmeas adultos (Figura 22 A e B, canaletas 2 e 4).
Em S. mansoni a dependência do contato com o macho para o
amadurecimento sexual da fêmea já foi demonstrado em uma série de trabalhos,
constituindo uma característica relevante cujos mecanismos moleculares têm sido
estudados por pesquisadores da área (GIANNINI, 1995; TEMPONE, 1999). No caso
do gene SmHMGB1, podemos observar através do ensaio de Northern blot utilizando
95
mRNAs extraídos de vermes machos e fêmeas oriundos de infecções unissexuais que,
a ausência de contato entre os vermes machos e fêmeas, nesse caso, não caracteriza
qualquer diferença significativa na sua expressão (Figura 22 A e B, canaletas 1 e 2). O
fato do gene SmHMGB1 não apresentar níveis de expressão diferenciados entre
vermes machos e fêmeas imaturos, sugere que a proteína HMGB1 de S. mansoni
possa estar envolvida em algum evento fundamental para a biologia do parasito. Os
resultados mencionados acima corroboram as informações obtidas através do banco
de dados do genoma funcional do S. mansoni que demonstra a presença de ESTs
referentes à SmHMGB1 em todos os estágios de desenvolvimento do parasito.
Em relação as SmHMGB2 e SmHMGB3, as informações obtidas in sílico
8
demonstraram a presença de ESTs em todos os estágios de desenvolvimento com
exceção de cercária e esquistossômulo. Em muitos dos organismos nos quais a HMG
teve sua expressão avaliada, foi observado um padrão de maior expressão nos estágios
iniciais de desenvolvimento. A ausência de ESTs respectivas as SmHMGB2 e
SmHMGB3 nos estágios de cercária e esquistossômulo, pode ser decorrente de uma
baixa expressão dessas isoformas em relação a SmHMGB1 ou de uma menor
eficiência na extração do mRNA nesses estágios de desenvolvimento. Gnanasekar e
colaboradores demonstraram posteriormente que, a expressão do gene SmHMGB1
chega a ser 10 vezes menor nos estágios de cercária e esquistossômulo quando
comparada às formas adultas (GNANASEKAR, 2006).
Com o isolamento dos cDNAs respectivos as isoformas 2 e 3, será possível
avaliar, em trabalhos futuros, o nível de expressão desses transcritos em todos os
estágios de desenvolvimento do parasito através de ensaios de RT-PCR em tempo
real.
8
Através do banco de dados do projeto do genoma funcional do S. mansoni
96
Nas duas últimas décadas, foram caracterizadas uma série de proteínas
capazes de ligar-se a moléculas de DNA apresentando conformações específicas
denominadas Four-Way-Junctions (4WJs) (ZLATANOVA, 1998). As 4WJs foram
inicialmente identificadas como estruturas assumidas pelo DNA, in vivo, durante
eventos de recombinação homóloga e replicação gênica (LILLEY, 1993). Entre 1989
e 1992, Bianchi e colaboradores demonstraram que a HMGB1 de mamíferos ligava-se
seletivamente a estruturas sintéticas cruciformes do tipo 4WJs (BIANCHI, 1989;
BIANCHI, 1992).
Pöhler e colaboradores demonstraram, em 1998, que o domínio HMG box era
capaz de ligar-se com maior afinidade a conformações planares de 4WJs. Essas
estruturas planares apresentam uma maior exposição de sua superfície de contato
devido ao distanciamento entre suas cadeias de DNA induzidas pela ausência de
cátions divalentes (Figura 32 A).
97
A. B.
Figura 32 – Modelagem molecular do DNA do tipo Four-Way-Junctions (4WJs)
(A) Através da adição de cátion divalentes, a estrutura planar aberta do DNA 4WJ assume uma
conformação denominada “stacked X-structure”, induzida pela acomodação da estrutura e pela rotação
da molécula em torno de seu próprio eixo. A diminuição na simetria da molécula, nesse caso, passa a
ser caracterizada por organizações distintas das cadeias simples de DNA que a constituem. Duas das
cadeias dispõem-se continuamente (*) ao longo do eixo central da molécula, passando através do ponto
de interseção denominado “strand exchange” enquanto, de forma contrária, as outras duas cadeias
dispõem-se alternadamente, definindo o ponto de interseção entre as hélices a partir de seu cruzamento
na posição central do eixo da molécula. Na “stacked X-structure”, as cadeias simples de DNA
contínuas estão dispostas em direções contrárias, caracterizando uma estrutura antiparalela. Adaptado
de <
http://www.nature.com/nrm/journal/v2/n6/slideshow/nrm0601_433a_bx2.html >. Acesso em Set.,
de 2007. (B) Modelagem computacional do complexo formado pelo domínio HMG box do fator
transcricional LEF-1 e pelo DNA do tipo 4WJ. O HMG box liga-se a um dos “braços” da estrutura
através do sulco menor no ponto de “strand exchange”. O domínio HMG box está representado em
laranja, o DNA 4WJs em cinza. As alfa-hélices 1 e 2 do domínio HMG box, estão posicionadas sobre o
centro da estrutura do DNA 4WJs. Retirado de: PÖHLER, 1998, pág. 823.
Através de ensaios de retardamento na mobilidade eletroforética,
demonstramos que a HMGB1 de S. mansoni é capaz de ligar-se a estruturas sintéticas
de DNA planar/cruciforme. Apesar da ausência de dados relativos à constante de
afinidade (Kd), podemos assumir que a SmHMGB1 liga-se preferencialmente ao
DNA 4WJs do que ao DNA linear. A análise do sinal obtido na canaleta 10 da figura
26 demonstra que, mesmo na presença de concentrações cem vezes maiores de DNA
98
linear, o complexo primário (I) formado pela SmHMGB1 e pelo DNA 4WJ não é
desfeito. Apesar de muitas proteínas dependerem de mecanismos de oligomerização
para estabelecer interações com DNAs do tipo 4WJ (PARKINSON, 1997; POHLER,
1996; WHITE, 1996), o domínio HMG box A estabelece sua interação com o referido
substrato através de uma relação estequiométrica de 1:1. Isso ocorre devido ao
posicionamento das α-hélices 1 e 2 presentes no domínio box A que, dispostas sobre o
centro da estrutura do DNA 4WJs, acabam inviabilizando a acomodação de um
segundo domínio protéico de interação (Figura 32 B). Nesse contexto, a visualização
de complexos secundários (II) (Figura 27, canaletas 5 a 9) e terciários (III) (Figura 27,
canaleta 6), pode ser conseqüência de ligações inespecíficas da SmHMGB1 à outras
regiões do substrato ou da sua oligomerização através das proteínas GSTs fusionadas
às porções amino terminais na proteína recombinante. Apesar dos ensaios in vitro
demonstrarem uma alta afinidade dos domínios HMG box pela estrutura
planar/cruciforme de 4WJs, existem poucas evidências mostrando um envolvimento
direto das HMGs em processos biológicos de replicação ou recombinação gênica.
Uma possível interpretação para essa interação é a de que o reconhecimento do DNA
4WJs possa ser uma coincidência acidental decorrente da similaridade entre a
estrutura do 4WJs e a estrutura do verdadeiro substrato de interação dessas proteínas.
Além do mais, o fato de que a estrutura planar do DNA 4WJs ocorre exclusivamente
na ausência de Mg
2+
, diminui consideravelmente a probabilidade dessa interação estar
ocorrendo em nível fisiológico. Contudo, a demonstração de uma interação específica
entre a SmHMGB1 e o DNA 4WJs revela um mecanismo de reconhecimento que
pode ser extrapolado para outros tipos de estruturas assumidas pelas moléculas de
DNA in vivo.
99
Diante da capacidade da SmHMGB1 em interagir com o DNA do tipo 4WJs
resolvemos testar, através de ensaios de mobilidade eletroforética em gel de agarose, a
sua especificidade de ligação com outros arranjos estruturais assumidos pelo DNA.
Na figura 28, apesar de observarmos um leve retardamento na migração das
bandas correspondentes ao DNA linear e circular relaxados, fica nítido um maior
retardamento por parte do DNA superenovelado plectonêmico na presença de
concentrações crescentes da SmHMGB1. Travers e Muskhelishvili em artigo recente
publicado no EMBO reports, associaram a função da HMGB à regiões de DNA
plectonêmicas originadas durante a desestruturação dos nucleossomos (TRAVERS,
2007).
Figura 33 – Modelo de topologia assumida pelo DNA nos sítios de iniciação de transcrição gênica
em eucariotos
A figura ilustra a formação de uma estrutura de DNA plectonêmica formada a partir da desestruturação
de dois nucleossomos. A estrutura azul e branca corresponde à cromatina, os dois círculos azuis
isolados correspondem aos octâmeros de histona dissociados do DNA, o círculo laranja corresponde a
HMGB e a forma oval verde corresponde à maquinaria basal de transcrição gênica. Adaptado de:
TRAVERS E MUSKHELISHVILI, 2007, pág. 149.
100
O desligamento do DNA toroidal que circunda as histonas nucleossomais faz
com que a energia decorrente do torque existente na dupla fita e a ausência da base
cilíndrica do octâmero, favoreça a transição do DNA para a conformação
plectonêmica (Figura 10 B e C e Figura 33). Nesse contexto, a HMGB atuaria através
da estabilização da estrutura superenovelada do DNA e/ou através da modulação
estrutural desse DNA de forma a favorecer sua interação com a maquinaria basal de
transcrição (Figura 14 A e D e Figura 33).
Além de ligar-se preferencialmente ao DNA superenovelado, a SmHMGB1 é
capaz de promover o superenovelamento do DNA relaxado na presença de
topoisomerase I (Figura 29, canaletas 3 e 4 e Figura 30). A topoisomerase I cataliza a
quebra transitória de uma ligação fosfodiéster em uma das fitas da cadeia dupla do
DNA possibilitando a sua livre rotação ao redor da fita íntegra. Na ausência da
SmHMGB1, a quebra de uma das fitas do DNA superenovelado circular favorece a
dissipação da energia contida na estrutura, permitindo o seu rearranjo em uma
estrutura estável “relaxada” (Figura 29, canaleta 2). O mecanismo pelo qual a
SmHMGB1 reverte o relaxamento do DNA circular baseia-se na rotação da fita
simples quebrada ao redor da fita íntegra, no sentido oposto ao do relaxamento da
molécula. Por serem forças contrárias, a equivalência na atividade da topoisomerase I
e da SmHMGB1 é experimentalmente representada através da formação de estruturas
superenoveladas intermediárias dispostas ao longo da matriz de agarose em um
padrão de “escada” (Figura 29, canaletas 3 a 6, 9 e 10).
Experimentos conduzidos com a proteína humana demonstraram uma redução
de até 4 vezes na atividade de superenovelamento da HMGB1 em relação a sua forma
C (sem a cauda ácida) (STROS, 1994). Nesse contexto, é sugerido que a grande
101
cauda ácida da proteína humana (30 resíduos de aa negativos) module negativamente
a atividade de superenovelamento da HMGB1.
Estudos de chemical-shift perturbation mapping em RMN demonstraram que
a dinâmica dessa inibição ocorre através da interação eletrostática intramolecular
entre a cauda ácida da HMGB1 e os resíduos N92 e A93 presentes no domínio box B
da proteína. Esses resíduos localizam-se próximos aos resíduos K96 e R97,
responsáveis pela interação do box B com a molécula de DNA. Através de uma
estrutura flexível denominada “região de conexão”, a cauda ácida é projetada sobre o
domínio box B, favorecendo sua interação com os resíduos N92 e A93, encobrindo os
resíduos K96 e R97 e inviabilizando espacialmente a ligação destes com o DNA
(Figura 18) (KNAPP, 2004; STOTT, 2006; WANG, 2007; WATSON, 2007).
Em relação a SmHMGB1, o domínio box B e a construção C apresentam
uma menor atividade de superenovelamento quando comparados a proteína inteira
(Figura 29, canaletas 5, 6, 9 e 10). Curiosamente e de forma inversa ao demonstrado
para a proteína humana, a ausência da cauda ácida na SmHMGB1 promove uma
considerável diminuição na atividade de superenovelamento em função do aumento
na concentração de proteína. Em artigo publicado por Štros no periódico
Biochemistry, em 2001, foi demonstrado efeito similar apresentado por um mutante
da proteína HMGB1 humana (STROS, 2001). Anteriormente o autor havia
demonstrado, através de microscopia eletrônica que, em razões estequiométricas
acima de 250:1 entre HMGB/DNA, a proteína ligada ao DNA tende a associar-se
formando oligômeros que, por sua vez, tendem a associar-se cooperativamente em
complexos maiores (Figura 34) (STROS, 1998b).
102
A C
B
Figura 34 – Experimento de microscopia eletrônica demonstrando a formação de complexos
entre o domínio box B da proteína HMGB1 humana e o DNA
(A) DNA ciecular na ausência de proteína. (B) DNA circular na presença do domínio B da HMGB1
humana em uma razão estequiométrica de aproximadamente 500:1 entre proteína/DNA e (C) 1000:1
proteína/DNA. Adaptado de: ŠTROS, 1998b, pág. 432.
Diante disso, o autor sugere que a diminuição da atividade de
superenovelamento apresentada pelo mutante possa ser decorrente de um
favorecimento na formação de oligômeros que, em última instância, estariam
reduzindo a atividade de superenovelamento da proteína. Nesse caso, pode ser que a
ausência da pequena cauda ácida da SmHMGB1 esteja favorecendo a formação de
oligômeros e consequentemente, reduzindo a atividade de supernovelamento do DNA
relaxado. Em relação ao domínio box A da SmHMGB1, assim como descrito para a
HMGB1 humana, não foi detectado qualquer atividade de superenovelamento
intrínseca (Figura 29, canaletas 7 e 8).
103
Conforme mencionado na seção 1.2.2 os superenovelamentos positivo e
negativo do DNA distinguem-se, respectivamente, por um maior ou menor número de
voltas completas em torno do eixo central da molécula em um determinado período.
Dessa forma, uma molécula de DNA superenovelada negativamente, além de
apresentar uma maior exposição de sua bases nitrogenadas, apresenta uma maior
flexibilidade quando comparada ao DNA superenovelado positivamente (SELVIN,
1992). A SmHMGB1 e a SjHMGB1 assim como a proteína HMGB1 humana,
induzem a formação de um superenovelamento negativo (Figura 10 e 30).
Segundo Travers e Muskhelishvili, a rápida associação e dissociação da
HMGB ao DNA favorecem uma dinâmica de superenovelamento e relaxamento da
molécula capaz de modular a associação de outras proteínas reguladoras como a RNA
polimerase e fatores transcricionais (Figura 14 A e D) (TRAVERS, 2007).
Fisiologicamente postula-se que o superenovelamento negativo favoreça, em
relação ao positivo, a interação de proteínas reguladoras ao longo de diferentes
trechos da molécula de DNA (STROS, 2000). Diante disso poderíamos sugerir que a
atividade de superenovelamento induzida pela Sm/SjHMGB1 estaria modulando
positivamente a acessibilidade de proteínas reguladoras ao DNA.
Além da capacidade de ligar-se preferencialmente ao DNA 4WJ, ao DNA
superenovelado e da sua capacidade em promover o superenovelamento em moléculas
de DNA, proteínas da família HMGB apresentam a propriedade de promover dobras
na molécula de DNA (GRASSER, 2003; MURPHY, 1999; PAULL, 1993; PIL, 1993;
SHEFLIN, 1989; STROS, 1994; STROS, 1998a; THOMAS, 2001; TRAVERS,
2000). Foi demonstrado para as HMGB1 de diversas espécies, suas capacidades em
promover a dobra de moléculas de DNA através de ensaios de circularização
mediados pela enzima T4 ligase (PAULL, 1993; PIL, 1993; STROS, 1998a; TEO,
104
1995). Esse ensaio caracteriza-se pela capacidade de uma dada proteína em promover
a dobra de fragmentos de DNA menores do que 150 pb favorecendo a formação de
minicírculos através da atividade catalítica da T4 ligase.
Durante os ensaios de circularização utilizando sondas de 66 pb a
SmHMGB1C apresentou o mesmo padrão obtido nos ensaios de superenovelamento.
Ou seja, em relação à SmHMGB1, a construção sem a cauda ácida demonstrou uma
menor atividade de circularização em função do aumento na concentração de proteína
(Figura 31 A, canaletas 6 à 8). Essa mesma variação praticamente desapareceu nos
ensaios de circularização com fragmentos de DNA de 123 pb (Figura 31 C, canaletas
6 à 8). Nesse caso, a proteína sem a cauda ácida apresentou uma atividade muito
semelhante a demonstrada pela proteína nativa (Figura 31, canaletas 3 à 8). Talvez
essa diferença observada na atividade de circularização dos fragmentos de 66 e 123
pb entre o mutante sem a cauda ácida e a proteína nativa seja decorrente da diferença
na superfície de contato das sonda utilizadas. Nesse caso, a sonda de 66 pb
corresponde a uma redução de 50% na superfície de contato em relação à sonda de
123 pb. Essa redução na superfície de contato pode estar favorecendo a formação de
oligômeros e acarretando a diminuição da atividade de bending da proteína sem a
cauda ácida. Novamente, e assim como mencionado na discussão sobre os ensaios de
superenovelamento, esse resultado vai de encontro a observações feitas para a
HMGB1 humana que, na ausência da cauda ácida apresenta uma maior atividade de
circularização quando comparada à proteína nativa (GRASSER, 1998; STROS,
1998a). Assim como o domínio box B da proteína humana, o box B da SmHMGB1 é
capaz de promover a circularização de fragmentos de DNA de 66 e 123 pb (Figura 31
B e D, canaletas 7 à 10). O domínio box A da SmHMGB1, por sua vez, não apresenta
qualquer atividade de circularização quando comparado ao box A da proteína humana
105
(Figura 31 B e D, canaletas 3 à 6). Uma possível explicação para essa diferença
exigiria uma avaliação minuciosa no posicionamento dos 36 diferentes resíduos de
aminoácidos encontrados ao longo do domínio box A da SmHMGB1 em relação à
HMGB1 humana. A partir da identificação e escolha racional dos resíduos que
poderiam estar envolvidos com a atividade de circularização, seria necessário a
combinação de mutações pontuais e ensaios funcionais para a confirmação dos
resíduos determinantes na atividade de circularização da proteína.
Finalmente, comparações entre a capacidade de circularização da SmHMGB1
e da HMGB1 humana demonstraram uma maior eficiência da proteína do parasito que
foi capaz de promover a circularização de fragmentos de 123 pb a partir de uma
concentração 2.5 vezes menor do que a utilizada para a proteína humana (Figura 31 E,
canaletas 4, 5, 9 e 10).
Bianchi e Agresti demonstraram, in vivo, que a associação estável de
receptores glicocorticóides (GR) ao DNA é viabilizada através da presença local da
HMGB1 (BIANCHI, 2005). Os autores citam a possibilidade de que essa
estabilização seja decorrente de dobras introduzidas na molécula de DNA através da
sua interação com a HMGB1. O mesmo é sugerido em relação a regiões promotoras
que, ao serem dobradas favoreceriam a interação de uma série de proteínas associadas
à regulação de genes específicos (Figura 12 B e 14 A e D).
106
7. CONCLUSÕES
Apesar de proteínas do tipo HMGB1 já terem sido isoladas em uma série de
organismos como plantas, leveduras, invertebrados e vertebrados, apenas algumas
delas tiveram seus genes e funções caracterizadas. Estudos preliminares
desenvolvidos por Fantappié e colaboradores, em 1994, sugeriram a ocorrência de
proteínas do tipo HMG em Schistosoma mansoni, no entanto, dados correspondentes
ao isolamento do cDNA, organização do gene e função, ainda não haviam sido
investigados.
Nesse trabalho foi possível, através de informações disponibilizadas pelo
projeto do genoma funcional do Schistosoma mansoni e do genoma do Schistosoma
japonicum, isolar dois diferentes genes que traduzem uma proteína homóloga a
HMGB1 humana. As proteínas isoladas em S. mansoni e S. japonicum foram
denominadas, respectivamente, SmHMGB1 e SjHMGB1.
Além disso, foi possível a identificação, in sílico, de outras duas isoformas da
proteína HMGB1 em S. mansoni denominadas, respectivamente, SmHMGB2 e
SmHMGB3.
Além de encontrar-se presente em uma única cópia ao longo do genoma do S.
mansoni e de não apresentar diferenças significativas nos níveis de expressão entre
vermes machos e fêmeas, adultos e imaturos, a caracterização estrutural dos genes
Sm/SjHMGB1 demonstrou uma organização distinta daquela apresentada pelos
demais homólogos isolados em outros metazoários.
Enquanto os genes das Sm/SjHMGB1 apresentam um único intron na região
codante para o domínio box B, os demais metazoários caracterizados até o momento
apresentam dois introns presentes ao longo da mesma região.
107
Em relação à estrutura da Sm/SjHMGB1, observamos que a extremidade
carboxi terminal denominada cauda ácida apresenta uma baixa similaridade quando
comparada a suas homólogas (~16%).
Estudos funcionais utilizando a proteína SmHMGB1 recombinante
demonstraram sua capacidade em interagir com maior especificidade a moléculas de
DNA apresentando estrutura superenovelada. Além disso, a SmHMGB1 também
mostrou-se capaz de interagir com alta afinidade a estruturas planares cruciformes de
DNA do tipo Four-Way-Junctions (4WJs).
Estudos comparativos demonstraram que assim como a proteína HMGB1
humana as Sm/SjHMGB1, quando na presença da enzima topoisomerase I, são
capazes de induzir o superenovelamento negativo de moléculas de DNA circular
relaxado.
Em relação às proteínas nativas, a ausência da cauda ácida na Sm/SjHMGB1
acarreta em uma diminuição da atividade de superenovelamento em função do
aumento na concentração de proteína utilizada experimentalmente.
Resultados de circularização mediados por T4 ligase demonstraram uma maior
eficiência da Sm/SjHMGB1 na circularização de moléculas lineares de DNA de 123
pb quando comparada a HMGB1 humana. Além disso, em relação à proteína nativa, a
ausência da cauda ácida na Sm/SjHMGB1 acarretou, assim como no ensaio de
superenovelamento, em uma diminuição na capacidade de circularização em função
do aumento na concentração de proteína e do tamanho dos fragmentos de DNA
utilizados no experimento.
Os resultados de superenovelamento e circularização utilizando a construção
Sm/SjHMGB1C demonstraram que, apesar de pequena, a cauda ácida presente na
proteína do parasito desempenha papel relevante na função de regulação estrutural de
108
moléculas de DNA lineares e circulares relaxadas. A sugestão, portanto, é de que ao
contrário da HMGB1 humana que apresenta uma extremidade carboxi terminal capaz
de inibir as atividades de superenovelamento e circularização, a pequena extremidade
carboxi terminal da Sm/SjHMGB1 pode estar interferindo positivamente na
modulação de ambos os processos.
Finalmente, ao contrário do que já havia sido observado com a HMGB1
humana, demonstramos que a região que compreende o domínio box A da
SmHMGB1 não é capaz de promover a circularização de moléculas de DNA. Já o
domínio box B, parece estar envolvido tanto na atividade de superenovelamento
quanto de circularização.
A capacidade das Sm/SjHMGB1 em promover alterações estruturais nas
moléculas de DNA, pode ser a explicação mais plausível para o seu papel no processo
de regulação da transcrição gênica no parasito. Essa regulação seria explicada através
do favorecimento da interação de outras proteínas reguladoras entre sí ou com suas
sequências específicas ao longo da molécula de DNA.
Durante a execução desse trabalho e após a submissão de nosso paper,
Gnanasekar e colaboradores publicaram um trabalho demonstrando a transcrição,
expressão e secreção da SmHMGB1 em ovos de S. mansoni. Através de ensaios
utilizando macrófagos peritoneais de camundongos, Gnanasekar sugeriu um possível
papel pró-inflamatório da SmHMGB1 demonstrando a sua capacidade em induzir
citocinas como o TNFalpha, IL-1Ralpha, IL-2Ralpha, IL-6, IL-13, IL-13Ralpha1, IL-
15 e MIP-1alpha. Diante desses resultados o autor sugere que a SmHMGB1 possa
estar atuando como uma molécula chave no desenvolvimento da resposta imunológica
do hospedeiro em decorrência da infecção pelo parasito (GNANASEKAR, 2006).
109
O papel da Sm/SjHMGB1, seja como reguladora transcricional ou
imunomoduladora, ainda precisa ser mais bem estabelecido e relacionado aos
processos biológicos do S. mansoni e S. japonicum. O conhecimento gerado através
desse trabalho pode ser caracterizado, em última instância, como parte dos esforços
realizados para decifrar a complexa biologia desse parasito e sua associação com a
doença.
110
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123
ANEXO I – TRABALHO RELACIONADO À TESE PUBLICADO EM
PERIÓDICO DE CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
DE OLIVEIRA, F. M. B.; DA SILVA, I. C. A.; RUMJANEK, F. D.; DIAS-NETO,
E.; GUIMARÃES; P. E. M.; VERJOVSKI-ALMEIDA, S.; ŠTROS, M.;
FANTAPPIÉ, M. R. Cloning the genes and DNA binding properties of High Mobility
Group B1 (HMGB1) proteins from the human blood flukes Schistosoma mansoni and
Schistosoma japonicum. Gene, v. 377, p. 33-45, Mar. 3, 2006.
Cloning the genes and DNA binding properties of High Mobility Group B1
(HMGB1) proteins from the human blood flukes Schistosoma mansoni
and Schistosoma japonicum
Francisco Meirelles Bastos de Oliveira
a
, Isabel Caetano de Abreu da Silva
a
,
Franklin David Rumjanek
a
, Emmanuel Dias-Neto
b
, Pedro Edson Moreira Guimarães
b
,
Sergio Verjovski-Almeida
c
, Michal Štros
d,
, Marcelo Rosado Fantappié
a,
a
Instituto de Bioquímica Médica, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, 21941-590, Brazil
b
Instituto de Psiquiatria, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 05403-010, São Paulo, Brazil
c
Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, 05508-900 São Paulo, SP, Brazil
d
Laboratory of Analysis of Chromosomal Proteins, Academy of Sciences of the Czech Republic, Institute of Biophysics,
Královopolská 135, 61265 Brno, Czech Republic
Received 19 September 2005; received in revised form 2 March 2006; accepted 3 March 2006
Availble online 27 April 2006
Received by F. Salvatore
Abstract
The parasitic helminth Schistosoma mansoni contains three HMGB proteins, HMGB1, HMGB2 and HMGB3, of primary amino acid
sequences highly similar to vertebrate proteins. In this report we describe the characterization of the HMGB1 proteins and their genes from S.
mansoni and Schistosoma japonicum. The deduced amino acid sequences of HMGB1 proteins from both schistosome species are identical, and
comprise 176 residues. The proteins contain the two evolutionarily highly conserved HMG-box domains, A and B, exhibiting 60% similarity to
mammalian HMGB1. Unlike the human HMGB1 which contains an unbroken run of 30 glutamic or aspartic residues, the SmHMGB1 or
SjHMGB1 proteins possess unusually short acidic C-terminal tails (5 acidic residues interrupted by 2 serines). Southern hybridization and DNA
sequencing revealed a single copy HMGB1 gene, composed of 3 exons and two introns, in S. mansoni. The exon/intron boundaries are identical to
those of the human HMGB1 gene, with the exception that the second exon of the SmHMGB1 gene which is not split into two exons as in the
human HMGB1 gene. RNA blot analysis revealed that the SmHMGB1 gene is constitutively expressed in similar levels both in male and female
worms. The single-sized mRNA for SmHMGB1 is consistent with the size derived from the cDNA. Although DNA binding properties of
SmHMGB1 (or SjHMGB1) protein seem to be similar to those previously reported with human HMGB1, i.e., preferential binding to supercoiled
DNA over linear DNA, specific recognition of DNA four-way junctions, DNA-induced supercoiling in the presence of topoisomerase I, and DNA
bending, we have observed two important differences relative to those observed with the human HMGB1: (i) the inability of the isolated
SmHMGB1 domain A to bend DNA (as revealed by T4 ligase-mediated circularization assay), and (ii) higher DNA supercoiling and bending
potential of the SmHMGB1 protein as compared to its human counterpart. The latter finding may indicate that the long acidic C-tail of human
HMGB1 has much stronger repressive role on DNA bending or DNA supercoiling by topoisomerase I at physiological ionic strength than the
short C-tail of the SmHMGB1 protein. Considering the important role of HMGB1 in DNA replication, transcription, recombination, and in
Gene 377 (2006) 33 45
www.elsevier.com/locate/gene
Abbreviations: SmHMGB1, S. mansoni high mobility group B1; SjHMGB1, S. japonicum high mobility group B1, EST, expressed sequence tag; SmGAPDH, S.
mansoni glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase; PMSF, phenylmethylsulphonylfluoride; GST, glutathione S-transferase; RT-PCR, reverse transcriptase
polymerase chain reaction; DTT, dithiothreitol.
Corresponding authors. Fantappié is to be contacted at Instituto de Bioquímica Médica, CCS, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundão, Rio de
Janeiro, 21941-590, Brazil. Tel.: +55 21 2562 6759; fax: +55 21 2270 8647. Štros, Institute of Biophysics, Academy of Sciences of the Czech Republic,
Královopolská, 135, 61265 Brno, Czech Republic. Tel.: +420 5 41517183; fax: +420 5 41211293.
E-mail addresses: [email protected] (M. Štros), [email protected] (M.R. Fantappié).
0378-1119/$ - see front matter © 2006 Elsevier B.V. All rights reserved.
doi:10.1016/j.gene.2006.03.001
particularly, the mediation of inflammation responses in mammalian cells, further studies on schistosome HMGB proteins may provide valuable
information related to schistosomiasis, where inflammation plays a critical role in this disease.
© 2006 Elsevier B.V. All rights reserved.
Keywords: S. japonicum HMGB1 protein; S. mansoni HMGB1 protein; DNA binding; DNA bending; DNA supercoiling; Genomic structure
1. Introduction
Schistosoma mansoni and Schistosoma japonicum are the
causative agents of schistosomiasis in Brazil and Africa, and in
Asia, respectively. There is a continued transmission of
schistosomiasis in these countries despite effective control
programs that focus on the application of the drug praziquantel
(PZQ). Although there is not yet clear-cut evidence for the
existence of PZQ-resistant sc histoso me str ains, de creas ed
susceptibility to the drug has been observed in several countries
(McManus and Bartley, 2004). In addition, efforts on vacc ine
development against either S. mansoni or S. japonicum have
proved to be frustrating until now (McManus et al., 2004). In
this regard, the knowledge of the molecular biology of S.
mansoni and S. japonicum, by manipulating gene expression
and understanding gene function, should point to alternative
strategies for the control of schistosomiasis.
Studies conducted with many eukaryotic organisms have
shown that regulation of DNA metaboli sm such as transcrip-
tion, replication, recombination and DNA repair involves the
interplay of a number of nuclear proteins interacting with DNA
and/or other proteins.
The high mobility group (HMG) B1 protein is a highly
abundant protein in the nuclei of mammalian cells. It is estimated
that there is about one molecule per 1020 nucleosomes (Thomas
and Travers, 2001). The protein contains two copies of
homologous DNA binding motifs known as the HMG-boxes, A
and B, which are found in a large number of proteins collectively
referred to as the HMG-box family of proteins (Thomas and
Travers, 2001). The HMG-box family includes many transcrip-
tion factors and factors involved in the control of development or
differentiation (Agresti and Bianchi, 2003). HMGB1 can facili-
tate the assembly of complexes involved in recombination and
transcription, as well as nucleosome remodeling (Bustin, 1999;
Bonaldi et al., 2002; Travers, 2003). HMGB1 were shown to
interact with a number of biologically important proteins, in-
cluding transcription factors and the B-form DNA, albeit with low
affinity. Interestingly, HMGB1 exhibits a remarkably high affinity
for distorted DNA conformations such as supercoiled DNA, four-
way DNA junction, DNA minicircles, cisplatin-modified DNA
and DNA bulges (reviewed by Travers, 2000; Thomas and
Travers, 2001; Grasser, 2003), but it can also actively distort DNA
by bending or looping and changing of DNA-topology (Paull et
al., 1993; Pil et al., 1993; Štros et al., 1994; Teo et al., 1995; Štros,
1998; Sheflin and Spaulding, 1989; Murphy et al., 1999). In
addition to the intracellular role of HMGB1 in association with
chromatin structure, the protein seems to have an important ex-
tracellular role as a mediator of inflammatory mechanisms (Wang
et al., 1999; Taguchi et al., 2000; Lotze and Tracey, 2005). In this
context the participation of schistosome HMGB1 during infection
might also provide valuable information related to the disease,
where inflammation plays a critical role in the pathology of
schistosomiasis and in particular to granuloma. While this paper
was submitted, a report has appeared (Gnanasekar et al., 2006)
describing cloning of the SmHMGB1 gene and characterization of
SmHMGB1 protein with emphasis on its putative role in granu-
loma mediated inflammation.
Although HMGB1 from several organisms (includin g plants,
yeast, protozoans, invertebrates, and vertebrates; see (Baxevanis
and Landsman, 1995) for classification and comparison of 121
primary amino acid sequences) have been identified, only few of
them have been characterized (reviewed by Grasser, 2003).
Preliminary studies have determined the occurr ence of HMGB1
proteins in schistosomes (Rabelo et al., 1992; Fantapp and
Rumjanek, 1994), but data corresponding to cDNA and genes
have been lacking so far. Here we describe the cloning, genomic
structure and DNA binding properties of HMGB1 prote ins in the
parasitic helminths S. mansoni and S. japoni cum , and discuss the
putative biological roles of these prote ins.
2. Materials and methods
2.1. Cloning of SmHMG B1 and SjHMGB1 cDNAs and genes
The available genomic sequences of S. mansoni and S.
japonicum
and that of putative HMG sequences (SmAE number
701186.1 for S. mansoni putative HMGB and GenBank accession
no. AY914896 for S. japonicum putative HMGB) allowed us to
isolate both genes and cDNAs. Total cDNA from S. japonicum
was kindly provided by Dr. Karl Hoffmann (University of
Cambridge) and the genomic DNA from S. japonicum was a
generous gift of Dr. Matty Knight (Biomedical Research Institute,
Maryland). In order to isolate the entire coding region of
SmHMGB1, the
32
P-labeled EST clone was used as a probe to
screen the S. mansoni adult worm cDNA library (DeMarco et al.,
2005; Verjovski-Almeida et al., 2003).The bacteriophage harbor-
ing the full-length SmHMGB1 was excised with helper
phage ExAssist (Stratagene) into recombinant phagemid
pSmHMGB1-BlueScript®-SK (Stratagene).
2.2. Plasmids
The S. mansoni cDNAs encoding recombinant SmHMGB1
full-length (aa residues 1176), SmHMGB1 box A (aa residues
183), SmHMGB1 box B (residues 84169) and SmHMGB1
lacking the acidic tail (residues 1169) were amplified by RT-
PCR using sense primer F1 (5-GGATCC
ATGGCTGAAGA-
CAAGGGTAAG-3)(BamHI restriction site is in bold and
initiation codon is underlined) and anti-sense primers F2 (5-
AAGCTT
CTAATCGTCAGACTCTGAAATC-3)forthe
34 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
SmHMGB1 full-length, A1 (5-AAGCTTCTATTCGTCGG-
CAGGGGGTTC-3) for the SmHMGB1 box A and C1 (5-
AAGCTT
CTATGTCTTGGGCTTTTTGCC-3)forthe
SmHMGB1 lacking the acidic tail (HindIII restriction site is in
bold, and the termination codon is underlined). The SmHMGB1
Box B was am plified by using sense primer B1 (5-
GGATCCGGCCGCAGCAAGAAAAGGAAA-3) and anti-
sense primer C1 (BamHI restriction site is in bold). The S.
japonicum cDNAs corresponding to the SjHMGB1 full-length
(residues 1176), SjHMGB1 box A (aa residues 183),
SjHMGB1 box B (aa residues 84169) and SjHMGB1 lacking
the acidic tail (residues 1169) were amplified by RT-PCR using
sense primer F3 (5-GGATCC
ATGGCTGAAGAGAAAGG-
TAAG-3)(BamHI restriction site is in bold and initiation
codon is underlined) and anti-sense primers F4 (5-AAGCTT
C-
TAATCGTCGGATTCTGAGTC-3) for the SjHMGB1 full-
length, A2 (5-AAGCTT
CTATTCATCTGCAGGCTC-3 )
for the SjHMGB1 boxAandC2(5 -AAGCTT-
CTATGTCTTGGGCTTTTTGCC-3) for the SjHMGB1 lacking
the acidic tail (HindIII restriction site is in bold, and the ter-
mination codon is underlined). The SjHMGB1 Box B was
amplified by using sense primer B2 (5-GGATCCGGCCG-
CAGCAAGAAAAG GAAA-3 ) and anti-sense primer C2
(BamHI restriction site is in bold). RT-PCR was performed on
S. mansoni and S. japonicum adult worm cDNAs, sub-cloned
into pCR2.1 TOPO plasmid (Invitrogen), and dideoxy-se-
quenced on both strands (Macrogen Inc., Korea). In order to
generate recombinant his-tag proteins, plasmids were digested
with the appropriate enzymes (Promega) and cloned into the
pQE-80L expression vector (Qiagen), according to the manu-
facturer's instructions.
2.3. Southern hybridizations
DNA from S. mansoni was digested with several restriction
enzymes (described in Fig. 2D) to completion, and resolved on
a 0.8% agarose gels in 0.5× TBE buffer. DNA was denaturated
by soaking the gel in the denaturation buffer containing 0.4 M
NaOH and 1 M NaCl for 30 min, transferred to a Nylon
membrane (Hybond-N+, Amersham Biosciences) by capillary
action, and hybridized with
32
P-labeled probe derived from the
SmHMGB1 cDNA. The membrane was washed twice in
SSC/0.1 SDS at room temperat ure for 15 min, followed by a
final wash in 0.1× SSC/0.1 SDS at 68 °C for 30 min (high
stringency). The DNA was visualized in a Storm 860
PhosphorImager (Molecular Dynamics). DNA marker con-
sisted of
32
P-labeled λ DNA digested with HindIII.
2.4. Northern blot analysis of SmHMGB1 transcri pts
Total RNAs from sexually immature male, sexually immature
female, adult mature male and adult mature female worms were
extracted using t he TRIzol® R eagent (Invitrogen). The
SmHMGB1 531 bp cDNA was used as a probe for the Northern
blots, essentially as previously described (Fantappié et al., 1999).
The SmGAPDH 795 bp fragment was used as a constitutive
control and was obtained by RT-PCR using gene-specific primers
5-GGCTTGTGCCATCAGCGAAGTC-3 (GAPDH_
Frw
) and
5-TGGTTGTTGGGACGCGGAAAG-3 (GAPDH1_
Rev
).
2.5. Expression and purification of recombinant proteins
HMGB1 proteins and domains used throughout the paper
were expressed as fusion proteins with (His)
6
-tag at their N-
termini. BL21(DE3) cells (Novagen) harboring the pQE-80L
constructs (Qiagen) encoding SmHMGB1, SjHMGB1, or rat
(human) HMGB1 were grown in the presence of ampicillin
(100 μg/ml) to OD
600
values of 0.6 at 37 °C. Cell cultures were
then cooled to 25 °C, then isopropyl-1-thio-β-
D-galactopyrano-
side (IPTG) was added to final 1 mM, and the cells were grown
for 5 h. After centrifugation at 7700 ×g for 20 min, the cell pellets
were re-suspended in ice-cold lysis buffer (50 mM NaH
2
PO
4
,
pH 8.0, 300 mM NaCl, 10 mM imidazole and 1 mM PMSF),
briefly sonicated and centrifuged at 20.000 ×g for 30 min. The
supernatants were then filtered through 0.45 μm filters, and
loaded onto Ni
2+
agarose columns (Pro-Bond, Invitrogen).
Unbound proteins were eluted with lysis buffer containing
20 mM imid azol, and His-tagged HMGB1 proteins or peptides
were eluted in the same buffer bu t containing 250 mM
imidazole. The isolated p roteins or peptides were finally
dialysed against buffer D (10 mM TrisHCl, pH 7.6, 50 mM
KCl, 0.1 mM EDTA and 0.5 mM dithiothreitol), and the
concentration of proteins was determined by the Bio-Rad
Protein Assay (Bio-Rad). The purity and amounts of the
HMGB1 proteins were also checked by resolution of the
samples on 15% SDS-PAGE, followed by Coomassie Blue R-
250 staining. Some of the DNA binding experiments were
carried out with both His-tagged Sm HMGB1 and SmHMGB1
fused with GST (cloning and protein expression were as in Štros,
1998) with similar results, indicating that the GST moiety had
very little, if any, effect on the DNA binding properties of the
SmHMGB1 protein. The full-length rat HMGB1 (aa residues 1
215), HMGB1-ΔC (aa residues 1 162), domain A (aa residues
188) and domain B (aa residues 85180) were expressed with
(His)
6
-tag at their N-term ini as previously described (Štros et al.,
2004). As the primary amino acid sequences of rat and human
HMGB1 are absolutely identical, and as the genomic structure of
schistosome HMGB1 gene was compared with the human
counterpart (notice that genomic structure of the rat HMGB1
gene is so far not available), all figures showing DNA binding
experiments with recombinant rat HMGB1 are indicated in the
paper as human HMGB1 for better clarity.
2.6. Gel retardation assay with supercoiled DNA
Gel retardation experiments were carried out as using an
equimolar mixture of highly-purified negatively supercoiled
plasmid pTZ19R a nd the HindI II-linearized plasmid, as
previously described (Štros and Reich, 1998). Briefly, 0.5 μg
of plasmid DNAs was mixed with increasing amounts of
SmHMGB1 in buffer A (0.14 M NaCl, 20 mM Tris/HCl, pH 7.5,
0.2 mM EDTA, 5 mM DTT) in a final volume of 20 μl and pre-
incubated on ice for 30 min. The DNAprotein complexes were
resolved by electrophoresis on 1% agarose gels in 0.5× TBE
35F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
buffer at 3 V/cm for 1518 h at 4 °C. The gels were stained with
0.5 μg/m l ethidium bromide, distained in water and photo-
graphed through a red filter in an UV-transilluminator (254 nm)
using 100 T-MAX black and white negative film (Kodak).
2.7. DNA supercoiling assay
DNA supercoiling assays were carried out as previously
described (Štros and Muselíková, 2000). Briefly, CsCl-purified
negatively supercoiled plasmid pTZ19R was relaxed at a DNA
concentration 170 μg/ml in Topo I relaxation buffer (50 mM
NaCl, 50 mM TrisHCl, pH 7.5, 1 mM EDTA, 20% glycerol
and 1 mM dithiothreitol) with wheat germ topoisomerase I
(2 units/μg DNA; Promega) at 37 °C for 90 min. The relaxed
DNA (0.5 μg DNA) was then diluted to final 40 or 140 mM
NaCl, then the same amount of the topoisomerase I was added,
followed by the addition of recombinant HMGB1 proteins or
peptides (as indi cated in the Legends to Figures). The 20 μl
reactions were allowed to proceed at 37 °C for 60 min after
which they were terminated by addition of SDS and NaCl to
final 1% and 1 M, respectively. DNA was deprot einized by
chloroform/isoamyl alcohol (24:1) extraction in the presence of
0.02% linear acrylamide instead of carrier DNA. Deproteinized
DNA was then precipitated with 2.5 volume of ethanol, washed
with 70% ethanol, air-dried and finally dissolved in 0.1× TE
buffer. Distribution of DNA topoisomers was analyzed by
electrophoresis in 1% agarose gels in TBE buffer at 3 V/cm
for 17 h. The gels were stained with 0.5 μg/ml ethidium
bromide, distained in water and photographed through a red
filter in an UV-transilluminator (254 nm) using 100 T-MAX
black and white negative film (Kodak).
2.8. Determination of sign of DNA supercoiling
To determine the sign of DNA supercoiling, the gels were
soaked after the first dimension electrophoresis (see Analysis of
DNA supercoiling) in chloroquine (2.5 μg/ml) for 1 h, turned
horizontally by 90° and resolved in the second dimension in
0.5× TBE buffer containing chloroquine at 5 V/cm for 10 h as
previously described (Štros and Muselíková, 2000). DNA was
then visualized by staining with 0.5 μg/ml ethidium bromide,
and the destained gels were photographed through a red filter in
an UV-transilluminator (254 nm) using 100 T-MAX black and
white negative film (Kodak).
2.9. T4 DNA ligase-mediated circularization assay
The circularization assay used was based on previous pro-
tocols (Štros, 1998, 2001; Štros et al., 2004). Briefly, the
32
P-
labeled 123-bp or 66-bp DNA fragments ( 1 nM) with
cohesive ends were pre-incubated on ice for 20 min with ap-
propriate amounts of recombinant proteins (typically 0.02
5 μ M) in T4 DNA ligase buffer (30 mM TrisHCl, pH 7.8,
10 mM MgCl
2
, 10 mM dithiothreitol, and 0.5 mM ATP;
Promega) in a final volume of 20 μl. The DNA was then ligated
with T4 DNA ligase (0.05 unit/reaction ; Promega) at 30 °C for
20 min, and the ligation reactions were terminated by incubation
of samples at 65 °C for 20 min. Some of the ligation mixtures
were digested after termination of ligations with 20 units of
exonuclease III (Promega) at 37 °C for 30 min. Before elec-
trophoresis, all DNA samples were deproteinized as described
in the DNA supercoiling assay. The protein-free DNAs were
loaded on pre-run 6% (123-bp DNA) or 8% (66-bp DNA)
polyacrylamide slab gels in 0.5× TBE buffer, and finally
resolved at 250 V for 23 h at 4 °C. After electrophoresis, the
gels were vacuum-dried and visualized by autoradiography or
PhosphorImager STORM 860 (Molecular Dynamics) using
Image Quant 5.2 software.
2.10. Gel retardation with synthetic four-way junctions or
plasmid DNA
Synthetic DNA four-way junctions (4WJs) were constructed
as indicated earlier (Štros and Muselíková, 2000). Briefly, the
DNA bindi ng ex periments were carried out in the Mg
2+
-free
DNA binding buffer (25 mM NaCl, 5 mM KCl, 10 mM Hepes-
KOH, pH 8.0, 0.1 mM EDTA, 1 mM spermidine, 1 mM DTT
and 3.5% Ficoll) with 1.5 nM
32
P-labeled 4WJs and
increasing amounts of GSTSmHMGB1 or GST alone (as in-
dicated in the legends to fig ures) in the absence or p resence o f
competitor linear DNA (of the length and sequences identical
to those of the 4WJs). The complexes were resolv ed on 5.8%
non-denaturing pol yacrylamide gels i n 0. 5× TBE at 10 V/cm
for 45 h and visualize d by PhosphorImaging (Štros and
Muselíková, 2000).
3. Results and discussion
3.1. Isolation of cDNAs and gen omic organization of
schistosome HMGB1 genes
We cloned two 531-bp open reading frames of S. mansoni
HMGB1 (SmHMGB1)andS. japo ni cum HMGB1 (SjHMGB1)
cDNAs. In both cases the lengths of t he HMGB1 sequences
consisted of 531-b p which are translated into pro te ins of
176 amino acids with estimated masses of about 18 kDa.
Like the vertebrate H MGB1 proteins, th e SmHMGB1 and
SjHMGB1 proteins contained two HMG-box domains, A and
B, and the acidic C-tail (Fig. 1A). Com pari so n of th e deduced
amino acid seq uenc e of SmHMGB1 with the S. mans oni tran-
scriptome database (Verjovski-Almeida et al., 2004) reveale d
thatacontighadbeenassembledwith76ESTsderivedfrom
all developmental stages (eggs, miracidia, cercariae, germ-
balls, schistosomula and male/female adults) and was an-
notated as coding for an unnamed protein (SmAE 607928.1). It
has 100% id ent ity and full-le n gth coverage of SmHMGB1.
Further ana ly ses revealed that two other isoforms of Sm-
HMGB1 are expressed in S. mansoni. T hus, we identified
contig SmAE 604202.1, assembled from 15 EST reads again
derived from all stages except cercaria, which codes for a
226 amino acids protein t hat has 56% identity and 74% sim-
ilarity with SmHMGB1 over 164 amino acids. Thus, we named
it SmHMGB2 (GenBank accession no. BN000821). Also,
contig SmAE 608982.1 was identified (derived from 12 EST
36 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
from all stages except cercaria and miracidium) which codes
for a 246 amino acids protein that has 48% identity and 68%
similarity with SmHMGB1 over 1 78 am in o acids . We named it
SmHMGB3 (GenBa nk accession no. B N00082 2). In addition,
this two other variant genes of t he HMGB-box family, Sm -
HMGB2 and SmHMGB3 have no significant similarity with
SmHMGB1 at the DNA level. In this paper, we analyzed in
details only the HMGB1 cDNAs and the corresponding pro-
teins from S. mansoni and S. japonicum.
Comparison of the deduced amino acid sequences of the
SmHMGB1 and SjHMGB1 proteins with HMGB1 proteins from
tick, trout, frog, chicken and human revealed 60% similarity to
Fig. 1. (A) Alignment of deduced amino acid sequences of HMGB1, HMGB2 and HMGB3 from Schistosoma mansoni (GenBank accession nos. DQ005529,
BN000821 and BN000822, respectively) and HMGB1 from Schistosoma japonicum (GenBank accession no. DQ005528) with HMGB1 proteins from Homo sapiens
(human), GenBank accession no. NP_002119; Gallus gallus (chicken), GenBank accession no. CAA76978; Xenopus tropicalis (frog), GenBank accession no.
AAH61601; Salmo specie (trout), GenBank accession no. S48708; and Dermacentor variabilis (tick), GenBank accession no. AA092280. Please notice that primary
amino acid sequences of human and rat HMGB1 proteins are identical. Sequences in boxes represent, respectively, the HMGB1 A domain (184), B domain (93161)
and the acidic C-terminus (170176). Percentages of similarities among all aligned sequences are shaded as black (100%), dark grey (80%) and light grey (60%).
(B) Comparison of amino acid sequences of the acidic C-tails from S. mansoni and S. japonicum with those from different species: Danio rerio (zebrafish), GenBank
accession no. AAQ97791; Naegleria fowleri (amoeba), GenBank accession no. AAL13284. Other aligned sequences are indicated in panel A. The accurate
positioning and lengths of the acidic C-tails within each of the compared sequences are indicated by numbers. Asterisk depicts a number of acidic residues (shaded as
grey) within each of the aligned C-tails (notice that the indicated numbers do not necessarily correspond to the size of the full-length acidic C-tail).
37F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
the A + B di-domain (designated as HMGB1-ΔC) of human
HMGB1, mainly displaying conservative substitutions among
schistosome and human HMGB1 domains A and B (Fig. 1A).
On the other hand, the most striking differences between schis-
tosome and rat HMGB1 proteins occurred within their C-
terminal flanking regions of domains B and the acidic C-tails
(only 17% similarity). The most obvious difference between
the human HMGB1 and the SmHMGB1 and SjHMGB1 proteins
is the presence of an unusually short acidic C-terminal tail (5
acidic residues interrupted by 2 serines) within the schistosome
HMGB1 proteins, as compared to an unbroken run of 30 glu-
tamic or aspartic residues found in rat HMGB1 (Fig. 1). From
Fig. 1B, it is suggestive that the length of the acidic C-tail within
the HMGB1 de creases with the complexity of the organism. In
other words, the acquisition of the acidic C-tail in HMGB1
proteins seems to have been a relatively recent evolutionarily
event.
Consistently, RNA blot analysis revealed that the
SmHMGB1 gene is constitu tively expressed in similar levels
both in male and female worms Fig. 2C), and a single-sized
SmHMGB1 mRNA was consistent with the size derived from its
cDNA (Fig. 2A).
Digestion of genomic S. mansoni DNA with restriction
enzymes not cleaving within the SmHMG B1 cDNA (BamHI,
EcoRI or Eco RV) revealed one band in each lane when probed
with
32
P-labeled full-length SmHMGB1 cDNA at high strin-
gency. This result indicated the existence of only one copy of the
HMGB1 ge ne in the S. mansoni genome (Fig. 2D).
PCR amplification of genomic schistosome DNA with
primers annealing to 5- and 3-ends of the SmHMGB1 and
SjHMGB1 cDNAs (513-bp) revealed DNA duplexes of 603-bp
(SmHMGB1) and 602-bp (SjHMGB1), suggesting the existence
of intron(s) wi thin the SmHMGB1 and SjHMGB1 genes.
Sequencing of the 603/602-bp PCR products indicated that
both SmHMGB1 and SjHMGB1 genes are organized into 3
exons tw o introns (Fig. 3).
The splice donor and acceptor sites of all SmHMGB1 and
SjHMGB1 exons conformed to the established consensus GT at
5-end of the intron and AG at the 3-end (Table 1). The exon/
intron boundaries of the schistosome HMGB1 genes were
Fig. 2. (A) Northern blot analysis of SmHMGB1 mRNA. Total RNA from mature and immature male and female worms was probed with a random primed
32
P-labeled
SmHMGB1 (top panel) and SmGAPDH (bottom panel) cDNA probes. (B) Quantitative analysis by phosphorimaging. The intensity indicates divided relative volumes
of SmHMGB1 and SmGAPDH bands. (C) Amplification of the open reading frames using the HMGB1 cDNA or genomic DNA from S. mansoni and S. japonicum by
RT-PCR and PCR, respectively. Lane 1, λ DNA digested with PstI DNA; lanes 23, genomic sequences of SmHMGB1 and SjHMGB1; lanes 45, cDNA sequences of
SmHMGB1 SjHMGB1 (open reading frame). (D) Southern blot analysis. S. mansoni DNA was digested with restriction endonucleases not cutting (BamHI, EcoRI and
EcoRV) or having one cutting site within the SmHMGB1 cDNA (TaqI), transferred by capillary blotting to the Hybond-N+ membrane and hybridized with
32
P-labeled
full-length SmHMGB1 cDNA. The membrane was then washed at high stringency and subjected to PhosphorImaging. The arrow indicates one of the two bands
obtained upon digestion with TaqI.
38 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
identical to those of the human HMGB1 gene, with the exception
that the exon E2 of the SmHMGB1 (or SjHMGB1) gene is not
split into two exons (EII and EIII) as in the human HMGB1 gene
(Fig. 3).
3.2. Structure and purification of recombinant SmHMGB1 and
SjHMGB1 proteins
For the purpose of DNA binding studies, S. mansoni and S.
japonicum HMGB1 proteins and domains were expressed in E.
coli with His-tag (or in some cases also with GST-tag) at their
N-termini and purified by affinity chromatography. The purity
of the HMGB1 prote ins was checked by electrophoresis on a
SDS/15%-polyacrylamide gel (Fig. 4).
3.3. Preferential binding of SmHMGB1 to DNA four-way
junctions and supercoiled DNA
Reports of Bianchi et al. (1989, 1992) indicated that HMGB1
could bind strongly and selectively to cruciform structures and
synthetic four-way junctions (4WJs). A clear preference in
HMGB1 binding to 4WJs was observed for the open, planar
conformation of 4WJs with maximal separation of the strands
which occurs in the absence of divalent cations (Pöhler et al.,
1998). Here we confirmed that schistosome HMGB1 binds to
the 4WJs (Fig. 5A), resulting in up to three retarded bands (I
III). Competition experiments with linear DNA derived from
the 4WJs arms indicated that SmHMGB1, like human HMGB1,
preferentially and specifically binds to the DNA cross-over of
the 4WJs (band I).
Although 4WJs are unlikely to represent the binding targets
of HMGB1 in the cell, structures similar to 4WJs such as DNA
cross-overs generated in plasmid DNA by supercoiling may be
one of the natural, albeit not yet identified, DNA binding sites
of this protein in the chromatin. In this context mammalian
HMGB1 proteins were previously shown to exhibit a pre-
ferential affinity to supercoiled DNA over nicked-circular or
linear double-stranded DNA (Sheflin and Spaulding, 1989;
Štros and Reich, 1998; Štros, 2001). In order to deter mine
whether schistosome HMGB1 proteins also bind preferentially
to supercoiled DNA, we have performed gel retardation assays
with complexes prepared by pre-incubation of SmHMGB1 with
a mixture of negatively supercoiled ( 45%), linearized
( 45%) and relaxed closed-circular ( 10%) plasmid
pTZ19R. As shown in Fig. 5B, SmHMGB1 protein exhibited
a clear preference for bindi ng to supercoiled DNA over linear or
Table 1
Intron and exon boundaries, splice acceptor and splice donor sites in the gene encoding S. mansoni and S. japonicum HMGB1
Organism Exon Exon length (bp) Donor Intron Intron size (bp) Acceptor
Exon Intron Intron Exon
S. mansoni 1 147 TGGAGG gtatgttgt 1 37 atttctcag AATCTA
Trp Lys Asn Leu
S. mansoni 2 321 GAGAAA gtaggtttg 2 35 actttctag GCGATG
Glu Lys Ala Met
S. mansoni 360
S. japonicum 1 147 TGGAAG gtaagttat 1 31 atttttcag AATCTT
Trp Lys Asn Leu
S. japonicum 2 321 GAAAAA gtaagttcc 2 40 cttgtctag GCGATG
Glu Lys Ala Met
S. japonicum 360
Fig. 3. Genomic structure of S. mansoni HMGB1 gene as determined by PCR of genomic DNA from S. mansoni, and its comparison with published genomic
organization of human HMGB1 gene (Ferrari et al., 1996; GenBank accession no. U51677). A schematic of positions and relative sizes of the 3 exons (E1E3) and 2
introns (arrowed) of the S. mansoni HMGB1 gene is indicated, and compared with positions and relative sizes of the 4 exons and 3 introns of the human HMGB1 gene
(the human exons EII and EIII correspond to the schistosome exon E2). Alignment of HMGB1-boxes and the acidic C-tail with exon/intron boundaries of the S.
mansoni and human HMGB1 genes is presented. Genomic structure and exon/intron boundaries of S. japonicum HMGB1 gene were identical (not shown).
39F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
relaxed closed-circular DNAs (similar results were obtained
with SjHMGB1, not shown).
3.4. DNA supercoiling by schistosome HMGB1 proteins
Vertebrate HMGB1 and its isolated HMG-box domains can
unwind and distort DNA by insertion of negative supercoils (in
the presence of topoisomerase I) in topologically closed domains
of DNA (Sheflin and Spaulding, 1989; Štros et al., 1994). Here we
have analyzed the ability of the full-length SmHMGB1 and its
truncated forms to induce DNA supercoiling, and compared the
results with those obtained under the same conditions with rat
HMGB1 which has the amino acid sequence identical to the
human HMGB1. The supercoiling results are presented mainly
with SmHMGB. However, indistinguishable results were also
obtained with the SjHMGB1 protein.
As DNA supercoiling of rat HM GB1 strongly depends on
ionic strength (Štros et al., 1994), all supercoiling experiments
were therefore carried out at low (50 mM) or high (150 mM)
ionic strengths (I.S). At 50 mM I.S., SmHMGB1 (Fig. 6A),
like human HMGB1 (Fig. 6C), can supercoil DNA in the
presence of topoisomerase I. While removal of the acidic C-tail
from human HMGB1 had at 50 mM I.S. no effect on the ability
of the truncated HMGB1 protein (designated as HMGB1-ΔCor
ΔC) to supercoil DNA (Fig. 6C), DNA supercoiling was
significantly decreased at higher amounts of SmHMGB1-ΔC
(Fig. 6A and C). Similarly, DNA supercoiling by SmHMGB1
domain B was significantly decreased at higher amounts of the
peptide but not by human HMGB1 domain B (Fig. 6A and C). In
contrast, HMGB1 domains A from both human and S. mansoni
could superc oil DNA to a similar extent at 50 mM I.S.
To determine the sign of DNA supercoiling by schistosome
HMGB1 proteins, the first dimension electrophoresis gels were
turned by 90° and further resolved in the second dimension in the
presence of the intercalative drug chloroquine. Chloroquine inter-
calation into DNA results in decreased mobility of negative super-
coils and increased mobility of positive supercoils. The results in
Fig. 7, show clearly that the sign of DNA supercoiling induced by
both SmHMGB1 and SjHMGB1 proteins was negative.
The impact of the acidic C-tail on the ability of HMGB1 to
supercoil DNA, as well as the differences between the full-length
proteins, was far more apparent when the DNA supercoiling by
schistosome HMGB1 and human HMGB1 were assessed at
150 mM I.S. (Fig. 6B and D). Whereas SmHMGB1 could fully
supercoil DNA, DNA supercoiling by the full-length human
HMGB1 was suppressed (Fig. 6D). On the other hand, the extent of
DNA supercoiling by both human and SmHMGB1 lacking the
Fig. 5. Preferential binding of schistosome HMGB1 protein to DNA four-way
junctions and supercoiled DNA. (A) Gel retardation experiments were carried
with 1.5 nM
32
P-labeled 4WJs and increasing amounts of GST-fused HMGB1
from S. japonicum (0.5, 1, 1.5 and 2 μM, left to right) in the absence or presence
of 5, 25 and 100-fold mass excess of competitor linear DNA (corresponding to
the size and sequences of the 4WJs arms) over 4WJs. The concentration of GST
was 1 μM. The DNAprotein complexes were resolved on 5.8% non-denaturing
polyacrylamid e gels and v isua lize d by autoradiography. The prop osed
compositions of each of the retarded bands are depicted on the right site of
the panel. (B) An equimolar mixture of supercoiled and linearized plasmid
pTZ19R ( 10 nM) was pre-incubated with increasing amounts of HMGB1
from S. mansoni (0.55 μM, from left to right) and the DNAprotein complexes
were resolved on an 1% agarose gel, followed by staining of the gel with
ethidium bromide. Form I, supercoiled DNA; L, linear DNA; form II, relaxed
open circular DNA.
Fig. 4. (A) Schematic structure of S. mansoni and S. japonicum HMGB1
proteins and the truncated HMGB1 proteins. (B) Purity of recombinant His-
tagged HMGB1 proteins and truncated HMGB1 proteins. The HMGB1 proteins
and peptides were expressed in E. coli, purified by affinity chromatography, and
resolved by electrophoresis on a SDS/15%-polyacrylamide gel. Proteins were
visualized by staining with Coomassie Blue R-250. Lanes 1 and 2: (wt), wild-
type HMGB; lanes 3 and 4: (ΔC), HMGB1 lacking the acidic C-tail; lanes 5 and
6: (A), domain A; lanes 7 and 8: (B), domain B. Sm and Sj stand for Schistosoma
mansoni and Schistosoma japonicum, respectively.
40 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
acidic C-tail (Fig. 6B and D) was very similar. Collectively these
results indicate that while the long acidic C-tail of human HMGB1
has a strong repressive role on the DNA supercoiling (possibly by
masking or destabilizing of the two DNA binding HMG-box
domains, as also reported earlier by Štros et al., 1994), the short C-
tail of SmHMGB1, on the other hand, exhibited very little, if any,
inhibitory effect on DNA supercoiling by this protein.
The acidic C-tails could clearly fine-tune the DNA binding
properties of two HMG-box domains of different HMGB1
proteins as a function of their lengt h and perhaps also the in-
dividual sequences. It is not known whether in vivo the DNA
binding properties of HMGB1 are modulated by proteolytic
removal of the acidic C-tail, despite the frequently reported
cleavage of the acidic C-tail from HMGB1 in the course of the
Fig. 6. DNA supercoiling by schistosome and human HMGB1 proteins. Circular relaxed plasmid pTZ19R DNA (10 nM) was incubated in the presence of
topoisomerase I with HMGB1 (17 and 35 μM, left to right) and truncated forms at 50 or 150 mM ionic strength (I.S.). Deproteinized DNA topoisomers were
resolved on 1% agarose gels, followed by staining of the gels with ethidium bromide. Form I, supercoiled DNA; form II, relaxed circular DNA. FL, full-length
HMGB1; ΔC, HMGB1 lacking the acidic C-tail; A, domain A; B, domain B.
Fig. 7. Determination of sign of DNA supercoiling. Circular relaxed plasmid pTZ19R DNA ( 10 nM) was incubated in the presence of topoisomerase I with 35 μMof
human HMGB1, SmHMGB1 and SjHMGB1 at 50 mM I.S. After separation of the deproteinized DNA in the first dimension on a 1% agarose gel (1× TBE buffer),
the gel was soak in chloroquine, turned by 90°, and the DNA topoisomers resolved in the second dimension to determine the sign of DNA supercoiling. The presence
of chloroquine during electrophoresis in the second dimension will increase the mobility of positive DNA topoisomers, whereas the mobility of the negative DNA
topoisomers will be decreased as depicted in the right part of the panel. Upon completion of the electrophoresis in the second dimension, the gels were stained with
ethidium bromide.
41F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
protein isolation from tissues (Goodwin and Johns, 1977 )or
recombinant E. coli cultures (M.Š., unpublished). However,
interaction of the acidic C-tail of HMGB1 with a host of cellular
factors such as divalent cations (Štros et al., 1990) and other
nuclear proteins including histones H1 (Carballo et al., 1983;
Štros and Vorlíčková, 1990; Kohlstaedt and Cole, 1994; Hill et
al., 1999; Sheflin et al., 1993; Štros et al., 1994; Knapp et al.,
2004) may result in changes of the DNA binding properties of
HMGB1 similar to those observed in vitro upon removal of the
C-tail (Figs. 6 and 8).
Fig. 8. Comparison of DNA bending by schistosome and human HMGB1 proteins and truncated forms. The
32
P-labeled 66-bp (panels A and B) or 123-bp (panels C, D
and E) DNA fragments ( 1 nM) were pre-incubated with increasing amounts of recombinant proteins (as indicated), followed by ligation with T4 DNA ligase as
detailed in the Materials and methods. Exonuclease III was used to verify the identity of DNA minicircles. The deproteinized DNA ligation products were subjected to
electrophoresis on 5.8% non-denaturing polyacrylamide gels and visualized by autoradiography and/or PhosphorImaging. FL, full-length HMGB1; ΔC, HMGB1
lacking the acidic C-tail; A, isolated domain A; B, isolated domain B. L1, linear monomers; L2, linear dimers. Exo III, exonuclease III.
42 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
3.5. DNA bending by schistosome HMGB1
An intriguing property of proteins containing the HMG-box
domain, including HMGB1, is that these proteins not only bind
with high-affinity to non-B type DNA conformations (such as
supercoiled DNA, four-way DNA junction and DNA mini-
circles), but they also actively distort DNA by bending/looping
and unwinding but it can also actively distort DNA by bending
or looping and changing of DNA-topology (Travers, 2000;
Thomas and Travers, 2001; Grasser, 2003; Paull et al., 1993; Pil
et al., 1993; Štros et al., 1994; Teo et al., 1995; Štros, 1998;
Sheflin and Spaulding, 1989; Murphy et al., 1999).
HMGB1 from several species, including rat and human, has
previously been shown to bend DNA using the ligase-mediated
circularization assay (the DNA ring closure assay) (Paull et al.,
1993; Pil et al., 1993; Teo et al., 1995; Štros, 1998). This assay
measures the efficiency with which T4 DNA ligase forms circles
from DNA fragments shorter than the persistency length (150-
bp). In the absence of internal curvature, the stiffness of a short
DNA fragment prevents intramolecular alignments so that
minicircles are detected only by a protein that bends DNA.
Using the above assay it was previously shown that the efficien-
cy to form mini-circles is decreasing in the order: HMGB1-
ΔC HMGB1N domain B domain A (Štros, 1998).
The T4 ligase-mediated cyclization assay was performed with
increasing amounts of schistosome or human HMGB1 and 66-bp
or 123-bp DNA fragments bearing sticky ends at low DNA
concentrations ( 1 nM) to promote intramolecular alignments at
the expense of intermolecular associations. The identity of DNA
minicircles was verified by their resistance to exonuclease III,
which digests only linear DNA molecules. Initial circularization
assays were carried out with a 66-bp DNA fragment. As shown in
Fig. 8A (FL), ligation of the 66-bp DNA by T4 DNA ligase in the
presence of SmHMGB1 (designated as FL) resulted in the
formation of DNA minicircles, the proportion of which 23-folds
were decreased when the cyclization experiments were carried out
with SmHMGB1 lacking the acidic C-tail, SmHMGB1-ΔC(Fig.
8A, ΔC). These results indicate that even the very short acidic C-
tail (5 acidic residues interrupted by 2 serines) could modulate the
ability of the DNA binding HMG-box domains of the
schistosome HMGB1 protein to promote DNA flexure of the
66-bp DNA duplex.
The formation of 66-bp minicircles obviously requires a
greater amount of DNA bending per bound HMGB1 than the
closure of larger DNA duplexes into minicircles (see also Yen e t
al., 1998). In agreement with this assumption, the importance of
the short acidic C-tail of SmHMGB1 was diminished when the
size of the DNA duplex to be circularized had been 2-fold
increased, as evidenced by formation of similar percentage of
minicircles from 123-bp DNA duplexes by both SmHMGB1 and
SmHMGB1-ΔC(Fig. 8C). This contrasted to earlier observations
(Štros, 1998; Grasser et al., 1998) demonstrating that removal of
the long acidic C-tail (an unbroken run of 30 glutamic or aspartic
residues) from rat (human) HMGB1 protein resulted in a
significant decrease of the amount of DNA circularized (87-bp
or 123-bp DNA duplexes) as a function of protein input. The latter
observation was a possible consequence of excessive binding of
the A + B di-domain (SmHMGB1-ΔC) to DNA resulting in more
compact, higher-order, structures (Štros et al., 1994, 2000)with
reduced flexibility which had prevented alignment of the two
DNA ends and/or reduced accessibility of the ligase.
While DNA bending (and partially also supercoiling)
properties of isolated domains B from human or schistosome
HMGB1 were very similar, significant differences were obtained
between the isolated A domains. As shown in Fig. 8B, the human
HMGB1 domain A could bend 66-bp DNA only at 10-fold
higher protein/DNA input relative to the domain B. The efficiency
of the human domain A to form minicircles was higher when a
longer DNA duplex was used for the circularization assay, 123-bp
(Fig. 8D). On the other hand, no DNA bending was observed with
schistosome HMGB1 domain A, irrespective of the length of
DNAduplexused(Fig. 8B and D). The inability of the schis-
tosome domain A to bend DNA (Fig. 8AD) parallels to certain
extent with its inability to supercoil DNA (Fig. 6B) at 150 mM I.
S. similar to that used for DNA bending. The observed differences
in DNA bending properties between human and schistosome
HMGB1 domains A may be partially related to small changes
within their N-termini, in particularly due to two more basic
residues in human (and slightly longer sequence) and the presence
of phenylalanine at position 18 in human domain A relative to the
alanine in the schistosome domain A (Fig. 1A). However, the
most likely explanation is that while the recombinant human
HMGB1 domain A contained the C-terminal flanking sequence
85
TKKK
88
, the recombinant schistosome HMGB1 domain A used
for DNA binding studies did not possess the corresponding
natural C-terminal flanking sequence
85
RSKKR
89
.The
85
TKKK
88
sequence seems to be also a prerequisite for efficient DNA flexure
by this domain (M.Š., unpublished; see also Štros, 1998, 2001).
Similarly, lower DNA supercoiling by human HMGB1-ΔCat
150 mM I.S. (Fig. 6D) than that previously reported at similar
conditions (Štros et al., 1994) is also very likely related to the
absence of the C-terminal flanking sequence in the truncated
HMGB1 protein used in the present paper.
Direct comparisons of DNA bending properties of the human
and S. mansoni HMGB1 proteins revealed that the schistosome
HMGB1 was more efficient in circularization of the 123-bp
DNA than its human counterpart (Fig. 8E). These data might
suggest that the shorter acidic C-tail of the schistosome HMGB1
exhibited much weaker repressive effect on DNA bending than
the longer C-tail of the human HMGB1. However, definitive
conclusions are to be reached from the DNA circularization
experiments using schistosome A + B di-domain with attached
human or schistosome C-tails (the switch-tail) or vice versa.
Results presented in this report show for the first time that
parasitic helminths S. mansoni and S. japonicum contain HMGB1
proteins with primary amino acid sequences and DNA binding
properties related to the homologous vertebrate proteins. Our
study indicated higher DNA supercoiling and bending potentials
of these proteins as compared to their human counterpart.
Considering the high conservation of the HMGB-box domains
between human and schistosome HMGB1 proteins, the latter
differences are most likely to be explained by the presence of a
very short acidic C-tail in the schistosome HMGB1 proteins. This
is consistent with previous work of Lee and Thomas (2000) using
43F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
chimeric rat (human) HMGB1 and HMGB2 with switched acidic
C-tails. These authors have demonstrated that HMGB1 with the
longest acidic tail was less effective than HMGB2a and 2b with
shorter C-tails (at a given molar input ratio) in DNA supercoiling
and in inducing T4 ligase-mediated circularization of an 88-bp
DNA fragment. While removal of the acidic tails increased the
affinity of the HMG-boxes for DNA, it completely abolished the
differences between the three HMGB species (Lee and Thomas,
2000). Thus, the length and very likely also the sequence (Fig. 1B,
see also Payet and Travers, 1997; Ueda et al., 2004) of the acidic
tail appears to be the dominant factor in mediating the differences
in DNA binding properties among evolutionarily distinct
HMGB1 proteins to fulfill their different cellular roles. The
ability of HMGB1 protein to bend (and untwist) DNA, and to
physically interact with plethora of transcription factors and other
sequence-specific proteins, is the most plausible explanation of
functioning of HMGB1 in facilitation of DNA recombination and
transcription by promoting binding of these factors to their
cognate sites, and enabling communications of distant regulatory
elements by DNA looping (reviewed by Thomas and Travers,
2001; Agresti and Bianchi, 2003).
After this paper was submitted for publication, a report on
cloning and characterization of HMGB1 from S. mansoni and S.
haematobium was published (Gnanasekar et al., 2006). The
authors concluded that SmHMGB1 is a stage-specific protein,
being abundantly expressed in eggs and adult female stages, and
at moderate levels in skin-stage schistosomula. Whereas the main
focus of our paper is DNA binding properties of the SmHMGB1
protein, the paper of Gnanasekar et al. (2006) describes possible
pro-inflammatory functions of the parasite derived HMGB1
protein. SmHMGB1 was shown to be a potent inducer of a
number of pro-inflammatory cytokines such as TNFα,IL-1Rα,
IL-13 and MIP-1α from mouse peritoneal macrophages. Release
of pro-inflammatory cytokines by SmHMGB1 seemed to be
associated with the domain B of the protein, and anti-SmHMGB1
antibodies blocked the SmHMGB1-induced TNFα secretion from
mouse macrophages. As both TNFα and IL-13 represent critical
molecules in the development of egg-induced pathology of
schistosomias (e.g. Haseeb et al., 2001), it is likely that egg-
derived SmHMGB1 may have an important immunomodulatory
role in the development of egg-induced pathology and granuloma
responses in schistosomias.
The (nuclear and extracellula r) role of SmHMGB1 or
SjHMGB1 proteins (as well as other, not yet identified, proteins
of the HMGB-box family) remains to be established in the
complex cellular processes of the helminths S. mansoni and S.
japonicum. Knowledge about these processes would signifi-
cantly strengthen the ongoing efforts associated to functional
genomics with data derived from whole genome projects of S.
mansoni and S. japonicum which are near completion (El-Sayed
et al., 2004; Lukeš et al., 2005 ).
Acknowledgements
We would like to thank Dr. Jennifer Fitzpatrick (University of
Cambridge) for preparing S. japonicum cDNA. The technical
assistance of Maria Marta Freire is also acknowledged. M.R.F. is a
recipient of CNPq fellowship. This research received financial
support from UNDP/World bank/World Health Organization/
TDR, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-
nológico, CNPq-PROFIX No. 540002/01-1 (CAPES Coor-
denação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), by
the international collaboration program between Brazilian
Academy of Sciences and the Academy of Sciences of the
Czech Republic, and by grants to M.Š. from the Academy of
Sciences of the Czech Republic (AVOZ50040507: Biophysics of
dynamic structures of biological systems) and the Grant Agency
of the Czech Republic (204/05/2031). Finally, we would like to
thank an anonymous reviewer for his critical comments which
helped improve the quality of the final version of the manuscript.
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45F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
137
Nome: Francisco Meirelles Bastos e Oliveira
Nascimento: 28/09/1976
Naturalidade: Rio de Janeiro
Formação Acadêmica
- Faculdade de Ciências Biológicas – Modalidade Licenciatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1999
– 2003.
- Mestrado em Química Biológica no Instituto de Bioquímica Médica – Universidade Federal do Rio de Janeiro,
2003 – 2004.
- Doutorado em Química Biológica no Instituto de Bioquímica Médica – Universidade Federal do Rio de Janeiro,
2004 – 2007.
Orientação de Estudante
1. Isabel Caetano de Abreu – iniciação científica, 2001 – 2006 (atualmente aluna de pós-graduação do
Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Orientação de Monografia
1. “Caracterização da fosforilação da proteína do tipo High Mobility Group Box 1 de Schistosoma mansoni
(SmHMGB1)” - Isabel Caetano de Abreu, monografia apresentada na conclusão do curso de Graduação
em Ciências Biológicas – Universidade Federal Fluminense
Comunicação em Congresso
- 15 comunicações em congressos nacionais
- 03 comunicaçõs em congressos internacionais
Publicações
CARLO, Joelle ; OSMAN, Ahmed ; NILES, Edward ; WU, Wenjie ; FANTAPPIÉ, Marcelo Rosado ;
OLIVEIRA, Francisco Meirelles Bastos de; LOVERDE, Philip Thomas . Identification and characterization of
an R-Smad ortholog (SmSmad1B) from Schistosoma mansoni. The FEBS Journal, v. 274, p. 4075-4093, 2007.
OLIVEIRA, Francisco Meirelles Bastos de; SILVA, Isabel Caetano de Abreu da; RUMJANEK, FranklinDavid;
DIAS NETO, Emmanuel; GUIMARÃES, Pedro Edson Moreira; ALMEIDA, Sergio Verjovski;STROS, Michal;
FANTAPPIÉ, Marcelo Rosado. Cloning the genes and DNA binding properties of High Mobility Group B1
(HMGB1) proteins from the human blood flukes Schistosoma mansoni and Schistosoma japonicum. Gene, USA,
v. 377, p. 33-45, 2006.
MANSURE, José João; FURTADO, Daniel Rodrigues; OLIVEIRA, Francisco Meirelles Bastos de;
RUMJANEK, Franklin David; FRANCO, Glória; FANTAPPIÉ, Marcelo Rosado. Cloning of a protein
arginine methyltransferase PRMT1 homologue from Schistosoma mansoni: Evidence for roles in nuclear receptor
signaling and RNA metabolism. Biochemical and Biophysical Research Communications, USA, v. 335, n. 4, p.
1163-1172, 2005.
MESQUITA, Rafael Dias; OLIVEIRA, Francisco Meirelles Bastos de; SHUGAR, David; FANTAPPIÉ,
Marcelo Rosado; SILVA-NETO, Mario Alberto Cardoso da. Nitrophorin synthesis is modulated by casein kinase
II. Biochemical and Biophysical Research Communications, USA, v. 335, n. 3, p. 690-699, 2005.
OLIVEIRA, Francisco Meirelles Bastos de; SILVA, Isabel Caetano de Abreu da; RUMJANEK, Franklin David;
VALADÃO, Analina; FRANCO, Glória; MESQUITA, Rafael Dias; SILVA-NETO, Mario Alberto Cardoso da;
FANTAPPIÉ, Marcelo Rosado. Functional properties of Schistosoma mansoni single-stranded DNA binding
protein SmPUR-alpha. Description of the interaction between SmPUR-alpha and SMYB1. Molecular and
Biochemical Parasitology, USA, v. 135, n. 1, p. 21-30, 2004.
TEMPONE, Antônio Jorge; FURTADO, Daniel Rodrigues; GIMBA, Etel Rodrigues Pereira;
OLIVEIRA,Francisco Meirelles Bastos de; RUMJANEK, Franklin David. Dolichol phosphate mannose
synthase is differentially expressed in male and female worms of Schistosoma mansoni. Comparative
Biochemistry and Physiology, USA, v. 131, n. 3, p. 465-474, 2002.
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