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O conteúdo de lipídeos do arroz polido é baixo, pois a maior parte deste componente se
encontra nas camadas periféricas dos grãos, sendo, portanto, perdidas no processo de polimento.
Apesar dos baixos teores de lipídeos no arroz, de acordo com Taira (1995) e Zhou et al. (2003),
este cereal é rico em ácidos graxos insaturados, como oléico e linoléico.
A Tabela 13 mostra que a farinha de arroz apresentou 0,72 % de extrato etéreo, valor
próximo àqueles reportados por Ilo, Liu e Berghofer (1999) e Murthy, Rey e Belon (2007), que
foram 0,77 % e 0,80 %, respectivamente, e superior aos 0,62 % encontrados por Mendonça
(2005) e aos 0,63 % relatados por Nabeshima, Hashimoto e El-Dash (2003).
Em termos de lipídeos, para feijão preto cru, as tabelas de composição de alimentos
brasileiras descrevem valores de 1,2 % (NEPA, 2006) e 1,32 % (USP, 2008). Dados da Embrapa
(2009) mostram teor de 1,6 % e Antunes et al. (1995) verificaram teor de extrato etéreo variando
de 1,25 % a 2,12 %, nas diversas cultivares estudadas. A Tabela 6 mostra que a farinha de feijão
preto sem casca apresentou 2,36 % de extrato etéreo, valor superior aos dados acima citados.
Observou-se que as massas alimentícias T
1
e T
13
6
apresentaram teor semelhante de extrato
etéreo entre si, em média 0,27 %, e T
17
6
obteve conteúdo lipídico aproximadamente 2,7 vezes
mais elevado que T
1
e T
13
6
. Entretanto, verifica-se que as massas T
1
e T
13
6
apresentaram teor
inferior à farinha de arroz branco polido, matéria-prima com menor teor deste componente, o que
indica a ocorrência de perda durante o processo de extrusão.
As melhores massas alimentícias pré-cozidas elaboradas por Silva (2007) com 40 % de
milho e 60 % de farinha de arroz integral, e 13,20 % de farinha de milho e 86,80 % de farinha de
arroz integral apresentaram 1,8 % e 2,3 % de extrato etéreo, respectivamente, sendo, portanto,
superiores aos teores descritos na Tabela 13 para as massas à base de arroz e feijão.
O conteúdo de cinzas é um fator de extrema importância na qualidade tanto da matéria-
prima quanto do produto final. Em material farináceo, de acordo com Mitchell e Arêas (1992),
quanto maior é o seu teor, pior será a qualidade do produto final quanto à coloração e ao
cozimento.
O teor de cinzas encontrado para farinha de arroz (Tabela 13) se aproxima dos valores
observados por Vieira et al. (2008), que fora 0,42 %, Ilo, Liu e Berghofer (1999), que obtiveram
0,47 % e Nabeshima, Hashimoto e El-Dash (2003), que encontraram teor de 0,49 %.
Os resultados obtidos por Antunes et al. (1995) para o teor de cinzas nas quatro
variedades de feijão estudadas ficaram entre 3,58 % e 4,20 %, sendo então, superiores ao valor
encontrado neste estudo (Tabela 13).
A partir da análise da Tabela 13, verifica-se que a farinha de feijão preto sem casca possui
conteúdo de cinzas cerca de seis vezes mais elevado que a farinha de arroz. Esse fato é atribuído
à maior quantidade de minerais presentes na farinha de feijão em relação à farinha de arroz
polido. Entre as massas alimentícias, o teor de cinzas foi similar, em média 3,08 %.
Leitão et al. (1990) relata que a quantidade ideal de cinza das massas alimentícias deve
estar entre 0,5 % e 0,7 %, em base seca. Observando a Tabela 13, nota-se que a farinha de feijão
preto sem casca apresentou 2,88 % de cinza, contribuindo, portanto, para os altos valores
encontrados nas massas alimentícias elaboradas. Silva (2007), afirma que o teor de cinzas é uma
característica que está diretamente relacionada à coloração que a massa alimentícia apresenta
quando se encontra no estado cru, e menciona que quanto maior o teor de cinzas de um material
farináceo, mais escura será a coloração da massa quando cozida.
6
T
1
= 30 % umidade – 70 °C – 20 % farinha de feijão na mistura com arroz polido; T
13
= 35 % umidade – 80 °C –
6,36 % farinha de feijão na mistura com arroz polido; T
17
= 35 % umidade – 80 °C – 40 % farinha de feijão na
mistura com arroz polido.