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FACULDADE PITÁGORAS
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
LUCAS EVANGELISTA DA COSTA
GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA COMO
INSTRUMENTO DA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
BELO HORIZONTE
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2006
Lucas Evangelista da Costa
GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA COMO
INSTRUMENTO DA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de
Produção da Faculdade Pitágoras como requisito para
obtenção de título de bacharel em Engenharia de
Produção.
Orientador: Prof. Dr. Gilbert Cardoso Bouyer
Belo Horizonte
2006
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho às pessoas imprescindíveis para
que houvesse tal momento de louvor, meus Pais. Pelo
conceber da criação, ensino constante de vida, esforço,
dedicação e persistência. Sem eles, nada seria possível.
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AGRADECIMENTOS
A DEUS pela força que tem cedido, sabedoria
e discernimento nos momentos revoltos, ao
Professor, Doutor e amigo Gilbert Cardoso
Bouyer pela orientação, paciência e exemplo
de dedicação e profissionalismo. A Raquel,
minha futura esposa, pela compreensão nos
momentos de ausência e adiamento de alguns
planos. A Krisna, minha irmã, pela ajuda na
solução de conflitos emergentes durante o
curso. Aos amigos e irmãos conquistados no
curso, pela confiança, dedicação e ajuda
durante está jornada árdua de vida profissional
e acadêmica.
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RESUMO
O objetivo deste trabalho é demonstrar a utilização conjunta da Gestão do conhecimento e
Inteligência competitiva aliada à técnica de foresight atuando como instrumento para a
sustentabilidade competitiva, através da inovação tecnológica, circulação do conhecimento e
forte presença da organização em análise no mercado. A organização “X” está inserida em
torno dos processos contínuos de produção, este trabalho procura fazer a verificação das boas
práticas atribuídas ao modelo de gestão estratégica aplicado na empresa tomada como
referência para análise, sendo reveladas as melhorias que devem ser implementadas para que
a organização mantenha a sua vantagem competitiva, mas com foco principal na mudança da
cultura organizacional. As práticas destacadas pela empresa nos processos de criação do
conhecimento, inovação contínua, monitoramento de mercado e projeção de cenários ao longo
prazo, são expostas cada uma com suas respectivas características, dificuldades, conceitos e
objetivos. O intuito é que se tenha uma externalização do conhecimento para algumas ações
que representam a parte tácita desta pesquisa com relação às praticas da organização “X”. A
técnica de observação participante foi utilizada sobre a situação em estudo, a análise
documental também foi um dos métodos para destacar as práticas usuais abordadas pela
organização em questão. A descrição das atitudes e ações dos membros da organização em
análise é fundamental variável a se considerar com o propósito de explicitar um assunto não
visível como o conhecimento. O processo produtivo e suas várias cadeias de relacionamento
foram os pontos observados na empresa “X”, a etapa inicial do processo se destaca como
principal fator dentro da linha produtiva, onde os produtos tornam-se insumos para outras
áreas produtivas da empresa. O intuito foi o de agregar dados pela análise documental e relato
pela observação participante, confrontando-a com as teorias abordadas, a fim de verificar a
eficácia do uso de abordagens e práticas no fomento da competitividade organizacional.
Palavras-chave: Gestão do conhecimento, Inteligência competitiva e sustentabilidade
competitiva.
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ABSTRACT
The objective of this work is to demonstrate the joint utilization of the Knowledge
Management and competitive Intelligence and techniques of foresight as instrument for the
competitive sustainability, through the technological innovation, circulation of the knowledge
and strong presence of the organization in analysis in the market. The organization "X" is
inserted around continuous production processes, this work seeks to verify good practices
adapted in the strategic management model applied in the company taken as reference for
analysis, being revealed the improvements that should be implemented for that organization
to continue to keep it competitive advantage, but with main focus in the change of the
organizational culture. The practices adapted in the processes of creation of the knowledge,
continuous innovation, monitoring of market and projection of a long term scenes, each the
practices adopted by the company is displayed with his respective characteristics, difficulties,
concepts and objectives. The purpose is it have make explicit the knowledge for some actions
that represent breaks it tacit of this research regarding them you practice of the organization
"X". To technical of observation participant was utilized about the situation in study, the
documentary analysis also was one of the approaches for detach the usual practices
approached by the organization in question. The description of the attitudes and actions of the
members of the organization in analysis is very important variable to itself consider with the
purpose of set out a so tacit matter as the knowledge. The productive trial and his several
chains of relationship were the points observed in the company "X", the initial phase of the
trial is detached like main inside the productive line, where the products become inputs for
other productive areas of the company. The purpose was to aggregate facts by the
documentary analysis and I relate by the direct observation, them writer the theories
approached, in order to verify the efficacy of the use of approaches and practices in the
fomentation of the organizational competitiveness.
Key – words: Knowledge Management, competitive Intelligence and competitive
sustainability.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - Inovação contínua ........................................................................................... 14
FIGURA 2 – Ciclo do conhecimento .................................................................................. 16
FIGURA 3 - Tripé de sustentação da vantagem competitiva ............................................... 38
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
GC – Gestão do conhecimento
IC – Inteligência competitiva
ABRAIC – Associação brasileira de analistas da inteligência competitiva
SCIP – Society of competitive intelligence Professionals
P&D – Planejamento e desenvolvimento
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10
1.1 Objetivo Geral............................................................................................................ 11
1.1.1 Objetivo Específico.................................................................................................... 11
1.2 Metodologia............................................................................................................... 12
2 TEORIAS DE BASE
2.1 Gestão Do Conhecimento........................................................................................... 13
2.2 inteligência competitiva............................................................................................. 17
2.2.1 Foresigh..................................................................................................................... 21
3 DADOS DA EMPRESA........................................................................................... 25
3.1 A gestão do conhecimento na empresa..................................................................... 25
3.1.1 A universidade na empresa....................................................................................... 26
3.1.2 Gestão do desenvolvimento do conhecimento.......................................................... 27
3.1.3 Gestão de mudança à vista......................................................................................... 28
3.1.4 Rodízio de postos gerenciais...... .............................................................................. 28
3.1.5 Processo de preservação do conhecimento............................................................... 29
3.1.6 Acervo de conhecimneto........................................................................................... 29
3.2 Inteligência competitiva na empresa......................................................................... 29
3.2.1 Monitoramento do mercado...................................................................................... 30
3.2.2 Valorização da informação....................................................................................... 30
3.2.3 Análise de dados....................................................................................................... 31
3.2.4 Adquirindo informações........................................................................................... 31
3.2.5 Reuniões informais................................................................................................... 32
3.2.6 Foresight auxiliando a estratégia e planejamento organizacional............................ 32
4 ANÁLISE DAS PRÁTICAS DA ORGANIZAÇÃO EM GESTÃO DO
CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA................................. 34
4.1 Melhorias a serem implementadas............................................................................. 34
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4.2 Análises positivas....................................................................................................... 35
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................... 37
6 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 40
GLOSSÁRIO............................................................................................................ 42
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1 INTRODUÇÃO
O comentário acerca da abordagem Gestão do conhecimento (GC), Inteligência competitiva
(IC) e Foresight é entusiasmado, de forma a estabelecer para muitas empresas que o enlace
dessas abordagens está no centro das atividades que agregam valor ao produto ou serviço. A
forma como eles são concebidos geram um conflito de decisões embasadas ainda em um
maior conjunto de conhecimentos. Tais conhecimentos podem garantir que o produto ou
serviço seja tão bom quanto outros similares, pois parte integrante e fundamental da cadeia
embrionária geradora deles está alicerçada no conhecimento empregado na criação de tal bem.
Assim serão verificados o avanço global organizacional do conhecimento, e as repercussões
sobre o tema “vantagem competitiva” com agregação de valor e qualidade ao produto ou
serviço, atingindo o elo final e importantíssimo da cadeia dos processos produtivos, o cliente
e sua satisfação.
Nessa nova era, a riqueza é o produto do conhecimento. O conhecimento científico, a
informação, a notícia, a opinião, a comunicação e o serviço; tornaram-se matérias-primas
básicas importantes da economia para as organizações, tanto quanto o capital financeiro. Para
administração da produção não basta somente obter dados e informações para gerir processos
ou serviços, torna-se necessário deter o conhecimento, pois ele pode ser rico, competitivo,
interpretativo e, muitas das vezes, embute juízo de valor. Na Gestão contemporânea do
conhecimento o foco que se mantêm atualmente é promover um avanço global da organização
em torno da circulação do conhecimento na mesma. Choo (1995) afirma que “as empresas
que sobrevivem no mercado globalizado têm o conhecimento como principal recurso
estratégico”.
A abordagem sobre a Inteligência competitiva nos moldes atuais é definida a priori como um
sistema de monitoramento, onde há coleta e análise de informações do ambiente externo a
organização que podem afetar os planos e as decisões, tornando-se um processo de
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aperfeiçoamento da competição no mercado. Destacado como componente principal na
economia emergente do conhecimento, a Inteligência competitiva ao analisar os concorrentes
utiliza a metodologia de antecipação das tomadas de decisões, ao contrário de reagir às
oscilações de mercado. O uso dessa abordagem justiça-se pelo avanço tecnológico, e pela
exatidão das informações importantes que não são apenas baseadas nas experiências vividas
ou intuição, conhecimento tácito.
Para complementar os componentes básicos a sustentação da competitividade da organização
no mercado, o Foresight se apresenta como o enlace, órgão unificador da Gestão do
conhecimento e Inteligência competitiva, focada na previsão do futuro como a própria
tradução da palavra nos incita. Foresight é uma tentativa sistemática de olhar, no futuro de
longo prazo, para a ciência e a tecnologia, na economia e na sociedade, com objetivo de
identificar áreas estratégicas e as tecnologias genéricas emergentes com o potencial para
produzir os grandes benefícios econômicos, sociais e competitivos. Envolve o exame
aprofundado das ações a serem tomadas, baseadas no monitoramento das variáveis tanto
internas como externas a organização, conhecimentos tácitos e explícitos, e análise cuidadosa
de tais informações que são aportes de importante valor para gerir e integrar o processo de
planejamento estratégico de uma empresa, na forma de ações em rede onde se obtém uma
maior sinergia e envolvimento de todos no processo.
1.1. Objetivo Geral
Este trabalho de conclusão de curso tem por objetivo analisar e revisar as teorias dos
componentes básicos de sustentação da vantagem competitiva, com relação à Gestão dos
diversos modos de conhecimentos aplicada à organização “X”, delineada em torno de
processos contínuos de produção, e fazer a verificação das boas práticas atribuídas a tal
modelo de gestão estratégica da empresa tomada como referência para análise. Verificando as
abordagens do conhecimento e a contribuição delas, para a gestão estratégica e tática da
organização.
1.1.1. Objetivo Específico
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O intuito é agregar dados pela análise documental (folders internos, revistas internas, atas de
reuniões, relatórios semanais) e relato pela observação participante, confrontando-a com as
teorias abordadas e destacar o uso de abordagens práticas no fomento da competitividade
organizacional. A área a fim é a produção e as suas várias formas de agregar conhecimento
como forma de estabelecer a vantagem competitiva para a organização.
1.2. Metodologia
A técnica de observação participante foi utilizada sobre a situação em estudo, gestão do
conhecimento e inteligência competitiva na organização “X”. E a partir da análise documental
folders internos, revistas internas, atas de reuniões, relatórios semanais) destacar as práticas
usuais abordadas pela organização em questão. A descrição também será utilizada com intuito
de tornar explícito um assunto tão tácito como o conhecimento em seus vários âmbitos de
estudo. O processo produtivo e suas várias cadeias de relacionamento foram os pontos
observados na empresa “X”, a etapa inicial do processo se destaca como principal dentro da
linha produtiva, onde os produtos tornam-se insumos para outras áreas produtivas da empresa.
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2 TEORIAS DE BASE
2.1. Gestão do Conhecimento
Gestão do conhecimento significa organizar as principais políticas, processos e ferramentas
gerenciais para uma melhor compreensão dos processos produtivos ou de prestação de serviço
com relação aos níveis estratégicos visados pela organização para gerar resultados para
empresa. Salim (2001) revela que a Gestão do conhecimento sintetiza um processo, articulado
e intencional, destinado a promover o desempenho global organizacional, baseado na criação
e a circulação do conhecimento.
A GC teve sua participação inicial entre 1900 e 1920 onde os princípios administrativos
(planejar, organizar, coordenar, controlar) se faziam presentes. De 1920 a 1970 na escola de
Relações Humanas, Gestão de P & D e Planejamento já eram utilizadas. Entre 1970 e 1990 a
migração tecnológica é iniciada, a escola japonesa, Sistema de Produção Enxuta, Ferramentas
da Qualidade, Gestão da Inovação e Posicionamento Estratégico. Em 1990 houve uma
segregação muito grande; Gestão por Competências, Gestão de Alianças e Relacionamentos,
Gestão de Processos, Gestão de Informações, Inteligência Competitiva, novas formas e
arranjos organizacionais e a mensuração do Capital intelectual são destacados a partir desta
década. Ao analisar a evolução na Gestão do conhecimento, conclui-se que a gestão exige
abordagens absolutamente distintas e novos modelos organizacionais e de negócios. CHOO
(1995) afirma que “as empresas que sobrevivem no mercado globalizado têm o conhecimento
como principal recurso estratégico”.
Sveiby (2002) apresenta distintas classificações para abordagem da Gestão do conhecimento,
como a Gestão de pessoas (processo de difusão do conhecimento tácito) e Gestão da
informação (construção do conhecimento codificado). Para muitas pessoas o conhecimento
pode estar codificado verbalmente, por escrito, por atitudes ou ainda em cálculos e análises.
Esse tipo de conhecimento denomina-se explícito, podendo ser encontrado em documentos,
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especificações de produtos, informações de serviços, instruções de produção e recomendações
de utilização e manuseio de serviços e produtos. Mas, nem toda codificação do conhecimento
pode ser explícita, existindo outra forma denominada implícita ou tácito. São conhecimentos
adquiridos através de experiências, habilidades e variadas circunstâncias ao longo do tempo,
geralmente é impossível expressá-los claramente, então para conseguir codificá-los será
necessário o uso de metodologias como a observação. Um exemplo prático para a
metodologia de observação é o mestre e o aprendiz que através da observação assimila aos
poucos os conhecimentos implícitos desenvolvidos por seu mestre, que não são codificados
de forma explícita. A soma dos conhecimentos explícito e tácito gera o diferencial
competitivo, pois a união de ambos garante que a geração da inovação contínua esteja sempre
presente, como revela a FIGURA 1.
FIGURA 1 – Soma dos conhecimentos para geração da Inovação
Fonte: Autor da Pesquisa
Estudiosos em gestão do conhecimento, como Nonaka e Takeuchi (1997), reconhecem a
importância do conhecimento tácito, não passível de explicitação ou registro. Um ambiente
adequado, estimulante, integrado, que ofereça oportunidades para que os grupos de trabalho
se reúnam, permite o aproveitamento desse potencial tácito. Esses grupos também podem ser
virtuais, contando com o auxílio de internet, intranets ou groupware. Para exemplificar os
grupos virtuais temos o uso das redes intranets para reuniões, conferências e troca de
Geração da
Inovação Contínua
Conhecimento Explicíto
Conhecimento Tácito
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informações por e-mail, o groupware exemplifica a implementação da colaboração dos
stakeholders. Abrangendo assim outras formas de expressar o conhecimento feito como
ativos, contribuintes para formação de ativos intangíveis de alta importância para a
organização na agregação de valor ao produto ou serviço, explorando assim o Capital
intelectual que envolve atividades ligadas ao intelecto, experiências, informação e riquezas,
dentro da GC.
Paiva (1999) revela que:
... o conhecimento passou a representar importante diferencial competitivo, para as
empresas que sabem adquiri-lo, mantê-lo e utilizá-lo de forma eficiente e eficaz.
Esse conhecimento passou a gerar o Capital intelectual que, às vezes é bem mais
importante que o Capital Econômico.
Na abordagem de Tapscott apud Santos (2001), o conhecimento se tornaria na forma de
Capital intelectual sob três abordagens distintas: na forma de conhecimento tácito, localizado
no indivíduo; na forma do conhecimento adicional, localizado nas estruturas; e na forma de
conhecimento codificado, localizado nas literaturas e nas informações nas suas várias formas.
Para Nonaka e Takeuchi (1997) “os indivíduos adquirem conhecimento movendo-se em
ciclos entre o conhecimento implícito e o explícito”, absorvendo informações codificadas
verbalmente, documentadas e experiências através da vivência e observação com outros
indivíduos, este processo de aprendizado é definido como socialização método de
proximidade com pessoas mais experientes. Outros processos também são mencionados como
a externalização que prevê a tentativa de articular experiência com regras e parâmetros para
tomada de decisões, mas é notável que este nunca será um processo completo. A Combinação
é onde se tenta fundir diferentes tipos de conhecimentos explícitos, e a internalização é
processo pelo qual as pessoas modificam e adquirirem novas formas de conhecimento que se
tornam específicos e implícitos ao mesmo tempo, representado na FIGURA 2 a seguir.
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FIGURA 2 – Ciclo do conhecimento
Fonte: Nonaka & Takeuchi (1997)
Para Davenport e Prusak (1998), o fluxo dos conhecimentos em uma organização não é um
processo natural e espontâneo, seus sistemas de fluxos são similares com os padrões de
circulação de outros ativos. No contexto do conhecimento, elementos como capacidade de
codificação, relacionamentos e direitos sobre propriedade intelectual precisam ser gerenciados
cautelosamente, para que exista o equilíbrio entre as forças opostas da produção e de
aquisição de conhecimento pela empresa.
Ser capaz de gerir conhecimento se constitui em vantagem competitiva nas organizações que
aprendem com mercados, clientes, fornecedores, concorrentes e consigo mesma a se
manterem em constante aprimoramento. Uma gestão do conhecimento, se bem administrada,
pode tornar-se fator diferencial de excelência para as organizações seja ela pública ou privada,
contribuindo para que elas assimilem a aprendizagem como um traço da sua cultura
organizacional. Assim como a cultura de colaboração estabelece e promove o aprendizado e a
experimentação, compartilhamento de conhecimento, o crescimento conjunto da organização
e seus colaboradores.
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2.2 Inteligência Competitiva
A Inteligência competitiva teve sua origem ligada aos organismos das inteligências
governamentais, principalmente nos Estados Unidos, objetivando basicamente identificar e
avaliar informações ligadas à defesa nacional. A partir da década de 80, está abordagem
passou a fazer parte da estratégia organizacional de muitas empresas.
Segundo Garcia (1997) a abordagem sobre este tema é definida como um sistema de
monitoramento, onde a coleta e análise de informações do ambiente macro da organização
podem afetar os planos e as decisões. Tornando-se um processo de aperfeiçoamento da
competição no mercado.
Informações: são os dados organizados de modo a agregar atributos e conhecimentos para
auxiliar a tomada de decisão.
Inteligência: é a informação que possibilita tomada de decisão, fornece previsão de eventos
que impacta a organização. Com ela se pode ter qualquer atitude em resposta ao processo de
inteligência.
A Inteligência competitiva é definida pela ABRAIC (Associação Brasileira dos Analistas de
Inteligência competitiva) como “um processo informal proativo que conduz à melhor tomada
de decisão, seja ela estratégica ou operacional”. As etapas concernentes a IC são: coleta de
dados, informais e formais tanto do ambiente externo como interno a organização e análise de
forma eficaz dos dados para que eles se transformem em informações.
A SCIP (Society of Competitive Intelligence Professionals) também possui uma definição que
não destoa da ABRAIC, mas que foca com grande empatia a ética. “... programa sistemático e
ético para a coleta análise e gerenciamento de informação externa que pode afetar planos,
decisões e operações de uma empresa”.
Assim a IC se torna um sistema formalizado de coleta, análise e disseminação de informações
estratégicas, com o objetivo de atender necessidades definidas pelo processo de tomada de
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decisão e, para possibilitar a elaboração de previsões futuras. Para Tyson (1998) “A
Inteligência competitiva é um processo analítico que envolve informações sobre todas as
organizações e eventos do meio externo que são importantes à organização, causando algum
tipo de impacto. A inteligência está em transformar informações...”.
As informações e dados são destacados como insumos básicos da inteligência competitiva,
possuindo distintas naturezas: externas e internas a organização.
Tipos de informações:
- Estratégicas: auxiliam a tomada de decisão, contribuindo para a formação das diretrizes,
políticas, programas, missão, visão e metas da organização.
- Mercado: possibilita uma maior identificação de oportunidades tanto no mercado nacional
quanto internacional.
- Finanças: Facilita o trabalho de cálculo de custos e riscos de novos investimentos, assim
como o controle e lucro.
- Comercial: auxiliam a área de compras, que trabalham com importação e exportação de
produtos ou serviços, bem como o conhecimento sobre a legislação de transações comerciais
dos países negociadores.
- Estatístico: auxiliam as áreas financeiras, comerciais e de P&D, identificando em termos
numéricos índices como de exportação e importação, novas demandas de mercado, balança
comercial e índices de bolsas de valores.
- Tecnológica: facilita e ajuda a área de P&D no desenvolvimento de produtos, materiais e
processos, assim como a monitoria dos concorrentes em relação as suas inovações
tecnológicas.
- Gerais: possibilita aos profissionais de diversas áreas uma atualização constante em relação
a notícias pertinentes a organização e de interesse da mesma. Há algumas empresas que
investem neste tipo de informação criando um tipo de jornal interno, com informações de
suma importância para tomada de decisões em várias áreas de gestão dentro da organização.
Diante desses tipos de informações percebemos o grau de distinção delas para diversificadas
áreas e profissionais dentro das organizações, e diferentes abordagens. Para a primeira
abordagem temos os dados, informações e conhecimentos estruturados que estão presentes
nos bancos de dados das empresas, redes, intranets e outras formas de publicação. A segunda
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abordagem mensura os dados e informações estruturáveis e não-estruturaveis que partem
para o lado mais tácito e implícito do conhecimento.
Destacado como componente principal na economia emergente do conhecimento, a
Inteligência competitiva ao analisar os concorrentes utiliza a metodologia de antecipação das
tomadas de decisões, ao contrário de reagir às oscilações de mercado. O uso dessa abordagem
justiça-se pelo avanço tecnológico, e pela exatidão das informações importantes que não são
apenas baseadas nas experiências vividas ou intuição, conhecimento tácito. Mas, na
informação atualizada, analisada que contribui para a estratégia de decisão e tática de
mercado frente à concorrência, o que para os autores na citação à frente não é tão válido. Para
Nonaka e Takeuchi (1997) “A qualidade do conhecimento que eles (Profissionais do
Conhecimento) acumulam e geram é determinada pela qualidade de suas experiências diretas
nas linhas de frente do negócio...”.
A IC está ligada ao conceito de processo contínuo, sua maior complexidade está no fato de
estabelecer relações e conexões de forma a gerar inteligência para a organização, na medida
em que cria estratégias para cenários futuros (visão da empresa) e possibilita a tomada de
decisão de maneira mais segura e assertiva.
Essa abordagem da inteligência adequada à realidade da organização pode trazer benefícios
múltiplos para a mesma, como: identificação de novas áreas de investimento no mercado,
identificação de novas tecnologias de concorrentes e características intrínsecas e
determinantes para o sucesso da organização em determinadas regiões de atuação. Estes são
exemplos de fatores que proporcionam vantagem e grande aporte as tomadas decisivas em
vários departamentos de uma mesma empresa.
Para propiciar a vantagem competitiva, a organização deve seguir alguns requisitos básicos e
necessários ao aprimoramento contínuo da empresa, segundo artigo da Revista de Ciência da
Informação - v.3 n.4 Agosto de 2002:
- Planejamento, identificação de oportunidades no mercado externo e interno, quais dados e
como coletar.
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- Prospectar, acessar e coletar dados, informações e conhecimentos oferecidos internamente e
externamente à organização.
- Tratar, selecionar dados e informações importantes e relevantes para a oportunidade
identificada pela empresa.
- Armazenar dados e informações tratados.
- Disseminar dados e informações, através de produtos e serviços de alto valor agregado, para
o desenvolvimento das pessoas e da organização.
- Criação de mecanismos de feed-back, a fim de verificar os resultados obtidos e repassando o
conhecimento adquirido para as pessoas e a organização.
Para melhor caracterizar a IC torna-se necessário distingui-la de outras filosofias como:
contra-inteligência, business intelligence, espionagem e Gestão do conhecimento.
A contra-inteligência visa à neutralização das ações de espionagem dos concorrentes, focando
ações como a desinformação, neutralização e identificação de invasor. Segundo a ABRAIC, a
proteção da informação competitiva através da contra-inteligência permite a organização se
tornar menos vulnerável aos concorrentes, as informações da organização devem ser
protegidas em todo seu âmbito.
Para a ABRAIC Business intelligence é um conjunto de ferramentas utilizadas principalmente
para coleta e análise das informações provenientes de ferramentas como o Data Mining e
Data Warehouse, capturando informações internamente em arquivos estruturados e
utilizando-as dentro de um contexto de inteligência competitiva.
Segundo a SCIP a “Inteligência competitiva não é espionagem, pois espionagem é o uso de
meios ilegais para reunir informações”. Espionagem é a busca não autorizada de dados e
informações restritas, ou seja, utilizar-se de práticas ilegais para obter informações.
Praticamente todas as informações necessárias a Inteligência competitiva, podem ser
adquiridas nos domínios públicos. Muitas organizações em nível de concorrência divulgam
informações sobre seus investimentos em domínios públicos, basta apenas possuir
competência para trabalhar e montar um sistema capaz de captar e gerenciar tais informações.
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A espionagem não está limitada a grampos telefônicos ou roubo de informações através de
invasões, mas envolve questões em âmbitos distintos como a conduta ética.
A Gestão do conhecimento tem como principal objetivo gerenciar o conhecimento dos
funcionários, transformando-o em ativos para a empresa, ou seja, transformando o
conhecimento tácito em explicito. A inteligência competitiva concentra-se na obtenção de
informações internas e externas, procurando conectar informações isoladas, identificando os
elos entre as mesmas, agregando valor às informações resultantes dessas conexões, a Gestão
do conhecimento por sua vez auxilia a área de inteligência competitiva a gerenciar essa nova
informação resultante dessas conexões transformando-a em conhecimento para a organização.
2.2.1 Foresight
O Foresight engloba as técnicas e métodos de technology forecasting que procuram
determinar, com a melhor precisão possível, o futuro do desenvolvimento tecnológico e o
aparecimento de novas tecnologias. Essa perspectiva foi, gradativamente, sendo alterada com
crescente concordância de que o mais importante seria adotar as decisões presentes de
conhecimento sobre as possibilidades de futuro, ao invés de determinar o futuro precisamente,
para só então decidir. Essa sutil, porém importante diferença, modificou, profundamente, o
conceito sobre o que é prospecção tecnológica e o modo de se trabalhar suas ferramentas na
gestão da inovação.
O nome Technology Foresight ou simplesmente Foresight passou a ser utilizado para
denominar a nova abordagem que ganhou espaço como instrumento de política de inovação,
em diversos países, por conta de sua característica de envolvimento de diferentes atores do
sistema de inovação e promoção de network, para construção de compromisso e coordenação,
acerca de prioridades nacionais de pesquisa e inovação. Do ponto de vista da União Européia,
segundo Santos e Santos (2003), Foresight é definido como uma atividade que conjuga três
diferentes dimensões de um mesmo processo:
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- Pensar o futuro: os possíveis eventos futuros são examinados a partir de tendências de longo
prazo e especulações sobre fatos novos e inesperados. Para tanto, utilizam-se técnicas de
forecasting, technology assessment, cenários, roadmaps, environmental scanning e outras.
São monitoradas especialmente as tendências da ciência e da tecnologia, porém mudanças na
economia, na sociedade, na geopolítica e na cultura são também variáveis consideradas;
- Debater o futuro: em geral, o processo de pensar o futuro no foresight é de natureza
participativa e requer o envolvimento de diferentes stakeholders, incluindo autoridades
públicas, empresas e organizações de pesquisa. Tal processo pode ocorrer em diferentes
níveis: transnacional, nacional ou regional. Recentemente, grandes empresas têm também
executado Foresights com envolvimento de seus funcionários e de atores externos a ela.
- Modelar o futuro: A identificação de futuros possíveis e desejáveis e a interação e o
aprendizado provocado nos participantes levam, paulatinamente, a decisões em diferentes
níveis.
Dessas decisões espera-se a coordenação dos esforços de materialização das visões de futuro
construídas. Geralmente, obtêm-se resultados concretos dos estudos e discussões realizadas, e
estes são sistematizados e dirigidos para a tomada de decisão em termos de macro diretrizes.
Entretanto, o sucesso das ações concretas desenvolvidas depende fortemente das micros
decisões dos atores envolvidos, e o processo é realizado de modo que o alinhamento do
conjunto de decisões ocorra natural e progressivamente. Análises e estudos recentes sobre as
abordagens de Foresight, permitem observar que essa característica de produção simultânea
de conhecimento e ação é um atributo em evolução, generalizando seu objeto, na origem mais
ligada a aspectos tecnológicos, para a produção de conhecimento e inovação em amplo
espectro.
A expressão knowledge society foresight foi criada a pouco, para refletir essa ampliação no
escopo de aplicação das abordagens de Foresight, segundo Miles (2002). Apesar da
orientação predominante das abordagens de Foresight ser a do fortalecimento de processos de
governança, entre atores numa perspectiva de política pública em diversos níveis, regiões,
países e blocos de países. Organizações privadas têm também buscado nesse referencial uma
alternativa para reformar seus processos de decisão voltados à inovação. Essa assimilação se
dá, justamente, pela consciência dessas empresas da necessidade de atuar em rede e interagir
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com outros atores dos sistemas de inovação, para manter e ampliar sua capacidade de inovar e
competir.
Finalmente, quanto às suas abordagens metodológicas, os exercícios de Foresight, conforme
exposto de forma esquemática por Horton (1999), consistem em três etapas que objetivam
construir uma cadeia crescente de valor, em termos de conhecimento:
- Etapa 1: Mobilização de Insumos (ou Pré-Foresight). Corresponde às tarefas de coleta,
organização e resumo das informações disponíveis sobre determinada tecnologia ou demanda,
de identificação e mobilização de competências (especialistas) e de mapeamento dos demais
atores relevantes ao sistema de inovação alvo. O resultado esperado é transformar as
informações em conhecimento;
- Etapa 2: Visões de Futuro (ou Foresight), trata-se em geral da aplicação de metodologias
que promovam interação entre os atores, na discussão dos temas levantados no item anterior,
de modo a obter conclusões ou opiniões sobre caminhos futuros. Destaca-se o uso da técnica
Delphi ou de painéis para a consulta a especialistas, mas muitas variações metodológicas são
possíveis. Nessa etapa, ocorrem processos de tradução e interpretação, acerca das tendências
correntes e das possibilidades futuras. O resultado esperado é enriquecer o conhecimento
existente, com um melhor entendimento dos condicionantes em jogo e das reais
oportunidades de futuro;
- Etapa 3: Decisões e Ação (ou Pós-Foresight). Nessa etapa, procura-se reforçar o
comprometimento dos atores que participaram da etapa anterior com as decisões que
decorrerem dela, a partir de procedimentos de validação e de divulgação e assimilação para
audiências mais amplas. O resultado esperado é transformar o entendimento acumulado em
ações, e aproveitar o envolvimento dos atores para garantir a efetividade dessas ações.
O primeiro elemento comum é a necessidade de consulta e interação entre especialistas e
pessoas da sociedade, que deve prover o estudo com o sentimento da comunidade científica,
tecnológica e do mercado sobre cada tecnologia. O segundo refere-se à obrigatoriedade de
identificação de tecnologias genéricas emergentes, ou seja, as tecnologias que ainda estão no
estágio pré-competitivo de desenvolvimento. Há nisto um viés dos projetos tradicionais
localizados nas economias desenvolvidas, porque não parece ser uma condição obrigatória e
muito menos generalizada entre os vários estudos realizados, que discutem e examinam
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também as tecnologias maduras. O terceiro considera que não se deve pensar que o processo é
fácil, simples e sem problema. Trata-se de um trabalho que serve de subsídio ao
planejamento, nunca uma revelação imediata para a solução dos problemas existentes. O
resultado mais desejável, segundo os especialistas, é que o processo gere políticas e leve à
ação, como ocorre nos países desenvolvidos. Mas onde isto não ocorre, serve com freqüência
ao propósito da comunicação entre pessoas e grupos distantes na ajuda à formação
coordenada de parcerias.
Portanto, na evolução do conceito, consolidou-se a idéia de que se deve valorizar mais o
processo do que os resultados. Um processo participativo e mobilizador, institucionalizado ou
com baixa institucionalização, que agrega conhecimento coletivo de forma repetida e
sistemática e que servirá a qualquer realidade nacional, desenvolvida ou em desenvolvimento,
rica ou pobre. Este processo começa com a formação de network, um dos mais valiosos
aspectos do foresight, principalmente quando se consegue formar uma rede de participantes
que ponham em contato direto pessoas da academia, de empresas, de governo, de laboratórios
de pesquisa e usuários das mesmas tecnologias. A participação coletiva, pela qual sintetiza-se
opiniões técnicas e de mercado sobre vários assuntos e tecnologias dentro de uma
determinada sociedade, é comparável e substitui, com vantagem, o talento individual dos
ficcionistas. O aparato metodológico capta as pressões e escolhas do ambiente social e, com
isso, permite ajustar o cardápio tecnológico disponível, ou desejado, às condições e aspirações
de cada sociedade.
O conceito de Foresight é uma tentativa sistemática de olhar, no futuro de longo prazo, para a
ciência e a tecnologia, na economia e na sociedade, com o objetivo de identificar áreas
estratégicas e as tecnologias genéricas emergentes com o potencial para produzir os grandes
benefícios econômicos e sociais. A evolução, as técnicas prospectivas estão cada vez mais
sofisticadas para avaliar, identificar, eliminar, distinguir e selecionar, permitindo que os
trabalhos se realizem e se completem em sucessivas etapas e se adaptem às diferentes
situações sócio-econômicas.
Finalmente, estudos prospectivos não admitem a existência de apenas um futuro, mas de
muitos eventuais futuros. Esta idéia decorre da hipótese de que as decisões de hoje, adotadas
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em função de um trabalho de foresight, poderão ajudar a determinar ou moldar o futuro,
independentemente dos métodos usados.
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3 DADOS DA EMPRESA
A organização em análise é uma das maiores empresas do ramo em que atua. Em mais de
cinco décadas de superação de desafios e com missão de atuar de forma rentável com
responsabilidade social e ambiental nas atividades industriais, a companhia pretende em curto
prazo ter forte presença internacional. Esse tempo de sucesso funciona como alavanca para a
conquista de novas metas, segundo a empresa.
Intrinsecamente mesclada à história a companhia passa, ainda, pelo incentivo ao
desenvolvimento cultural, esportivo e por investimentos voltados à proteção ambiental e a
projetos sociais.
Nessa empresa de excelência em gestão do conhecimento gerado com base na criatividade da
força de trabalho, a memória de cada momento dessa historia contribui para fixar os alicerces
desta estrutura que sustentará o futuro da companhia. A seguir serão descritos os métodos
utilizados pela organização para estabelecer a sustentabilidade e vantagem competitiva da
organização.
3.1. A Gestão do conhecimento na empresa
O aumento no volume global das informações que se desdobram em conhecimento leva a
necessidade de especialização de determinadas áreas de conhecimento na empresa. A
tendência geral a globalização do conhecimento revela que neste momento atual é impossível
conhecer as várias tecnologias e conhecimentos existentes, tornando-se necessário a
especialização do conhecimento.
A base do conhecimento organizacional consiste em ativos de conhecimento individuais e
coletivos que a organização pode utilizar para realizar suas tarefas, constituindo-se a base de
dados e as informações sobre os quais se constroem o conhecimento organizacional.
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Visando esta prática atual a empresa em análise busca adotar métodos que buscam
complementar o conhecimento dos seus profissionais, promovendo cursos de especialização:
em outros países, internos a empresa ou ainda cursos locais através de convênios com
entidades capacitadas. Além da especialização a empresa promove a reciclagem de
conhecimento dos profissionais por intermédio de cursos que abordam tanto as questões
teóricas quanto práticas, intrínsecas as rotinas diárias de trabalho. Geralmente, quanto mais
familiar e automática for à tarefa, é mais difícil reconhecermos a importância do
conhecimento novo. À medida que as rotinas tornam-se mais familiares, geralmente ficamos
mais relutantes em acreditar que os novos procedimentos poderiam melhorar nossa eficiência.
Em contra partida, a abordagem dos cursos de reciclagem sobre as rotinas instiga o lado
perceptivo, que ao longo do tempo torna-se mórbido por estar sempre fazendo o mesmo
trabalho. Isso traz a importância do conhecimento, do novo, da melhoria e não somente dos
resultados melhores nos processos produtivos, mas na eficiência e praticidade das rotinas
executadas pelo indivíduo. Outro método de desenvolvimento do conhecimento na
organização é a criação da universidade, a seguir.
3.1.1. A universidade na empresa
Visando ainda a complementação do conhecimento interno a empresa, há a criação da
universidade na empresa que torna-se prática contundente de várias empresas no mercado que
buscam e precisam estar sempre à frente na questão conhecimento, que almejam a
alavancagem do conhecimento interno com foco especifico.
O objetivo da universidade (institucional) na empresa é o desenvolvimento científico e
tecnológico aplicado às atividades da empresa, com programas específicos de pesquisa
aplicada a especializações, como: mestrados e doutorados em áreas de interesse da empresa,
todos reconhecidos pelos órgãos responsáveis e fiscalizadores. Ressaltando a importância do
conhecimento especialista, mas sendo necessário e possuindo uma visão global da estrutura
empresarial da organização.
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A universidade em questão além de possuir estruturas físicas; campus, laboratórios de
pesquisa, entre outros recursos, possui o acesso por intranet com canais e páginas para o
desenvolvimento profissional que promovem cursos virtuais que também possuem a mesma
qualidade, como se o profissional estivesse no campus da universidade.
3.1.2. Gestão de desenvolvimento do conhecimento
A empresa possui outros programas além da Universidade que procuram o desenvolvimento e
explicitação do conhecimento implícito embutido na organização. O desenvolvimento da
Gestão de desenvolvimento técnico-científico (institucional) é um programa visa o
desenvolvimento e a externalização das idéias que por muitas das vezes estão localizadas em
vários âmbitos da empresa sem a devida valorização, que por meio deste são reveladas pelo
incentivo através do reconhecimento e recompensa que são auferidos aos empregados que se
destacam com suas idéias e conhecimentos que são de fundamental importância para a
empresa.
Outra forma de estabelecer o conhecimento na empresa é a relação importantíssima
estabelecida com stakeholders: clientes, mercado, fornecedores e consigo mesma. As
empresas importam uma parte substancial de seu conhecimento de fontes externas, assim
como, nas relações supracitadas que ocorrem em empreendimentos cooperativos e que
possuem um potencial considerável para fornecer conhecimento.
Com objetivo de focar a importação do conhecimento externo a organização, a empresa em
questão busca a participação de stakeholders através de ferramentas (local), como: SAC
(serviço de atendimento aos clientes) objetivando o estreitamento das relações organização
x cliente buscando ouvir atentamente os anseios e opiniões. O programa de Gestão das
relações prevê o contato periódico com clientes e fornecedores, a fim de analisar a demanda
de produtos, determinar nível de consumo, mapear hábitos de compra e distribuição, as
informações dos clientes que se transformam em conhecimentos para a organização é
atualmente a principal fonte de informação.
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Outra fonte de circulação do conhecimento estabelecida na empresa é focada na área de
produção para o treinamento dos membros atuantes na área (institucional). Os membros
participantes desse processo de treinamento são iniciantes na carreira, eles são impostos ao
treinamento técnico para adquirir base sólida de conhecimento e após a etapa teórica, o
mesmo é iniciado na parte prática. Para isso, o membro iniciante acompanha o empregado
com maior tempo de serviço e que preferencialmente tenha uma didática fácil para repassar ao
iniciante o conhecimento explícito e tácito, que por muita das vezes não são revelados nas
teorias e treinamentos, geralmente não são encontrados em nenhuma literatura.
Na organização em análise os membros participantes do processo produtivo trabalham no
controle da planta produtiva que é implementada por software computacional. A participação
destes membros no controle do processo produtivo atuando nos painéis requer treinamento
específico e intenso de modo que se garanta que o membro treinante tenha capacidade,
consciência e confiança naquilo que ele esteja fazendo. O treinamento dele é ministrado em
simuladores computacionais que retratam ocasiões em que eles poderão se deparar na rotina
diária, cenários de risco iminentes para a planta produtiva são simuladas e avaliadas as
atitudes tomadas pelo membro treinante, que é discutida com o mesmo, sendo avaliado os
pontos positivos e a serem melhorados. Dessa forma a empresa garante a preparação do
funcionário para atuação concisa e segura em situações adversas.
3.1.3. Gestão de mudança à vista
A prática da Gestão de Mudança à vista (institucional) tem sido freqüente na atualidade, o
objetivo de tal prática prevê a interação do indivíduo e coletivo da organização sobre as
práticas e ações de gerenciamento da empresa, fazer que o conhecimento circule a
organização. De tal forma, que os membros desse grupo denominado organização estejam
cientes e conscientes das medidas que são e serão consolidados na organização, os resultados
atingidos e aguardados. Esperando assim a geração de uma representação psicológica na
mente de cada um, sobre as futuras respostas do sistema, segundo a adoção de tais medidas e
implementos.
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3.1.4. Rodízios de postos gerenciais
A prática de rodízio da alta gerência (institucional) com funções distintas tem por objetivo
promover a integração e visão global, além do conhecimento específico. E desenvolver os
conhecimentos utilizados de áreas específicas em outras áreas de forma a quebrar os
paradigmas das diferentes formas de Gestão de gerenciamento, revelando assim os pontos
positivos e negativos de cada Gestão dentro processo organizacional.
3.1.5. Processo de preservação do conhecimento
Para administrar o conhecimento de modo que ele seja acessível no presente e futuro, a
organização deve dominar três processos de Gestão do Conhecimento. Primeiramente a
empresa seleciona dentre muitos eventos, pessoas e processos aqueles que valem ser retidos.
Em segundo lugar ela armazena sua experiência de forma adequada, e finalmente elas
garantem que a memória organizacional esteja sempre atualizada.
3.1.6. Acervo de conhecimento
A organização a cada dia desenvolve experiências que podem ser úteis no futuro, estas são
conservadas na forma de: relatórios de projetos, atas de reuniões, cartas e apresentações que
aparecem em todas as partes da empresa.
O intuito da organização é garantir que as informações estejam sempre de forma organizada e
de fácil acesso, quando necessárias. Para isso foi criado o programa de homologação de
informações, experiências e conhecimentos (institucional) importantes advindos de situações
novas esporádicas. Assim como uma biblioteca, esse arquivo fica disponível ao acesso dos
empregados interessados em conhecimentos e experiências adquiridas, podendo ser acessada
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via intranet. Todo material disponibilizado nos arquivos de homologação se encontram
disponíveis para acesso no seu local de trabalho. Oferece e favorece o intercâmbio de
experiências e difunde as melhores práticas, metodologias e ferramentas de gerenciamento de
projetos aplicadas pela empresa, visando provocar reflexão sobre a eficácia e estímulo a
identificação de oportunidades de melhorias.
3.2. Inteligência competitiva na empresa
A inteligência competitiva prevê a antecipação das mudanças no ambiente de negócios, revela
novos concorrentes, fornecedores e antecipa as ações dos atuais concorrentes e aprende sobre
mudanças políticas, regulatórias ou legislativas que possam afetar os processos
organizacionais. Auxilia nas decisões dos níveis estratégicos e táticos da organização.
3.2.1. Monitoramento do mercado
A empresa no aspecto de inteligência competitiva procura estabelecer o monitoramento do
mercado, concorrentes, fornecedores e as tendências mercadológicas, identificação de
oportunidades e ameaças.
O monitoramento de mercado estabelecido pela organização é feito de forma primária ou
secundária, dependendo da situação (institucional). A primária é preferencialmente a melhor,
feita diretamente na fonte de informação, o único empecilho é como as informações estão
dispostas, elas se apresentam sem formato para publicação, coleta e análise. Geralmente, as
fontes de informações primárias são pessoas que possuem conhecimento específicos na área
de interesse e/ou dos concorrentes, ou são documentos inéditos a disposição do público. As
fontes secundárias de informação são de importância reduzida devido à facilidade de acesso
as mesmas a todo o tempo, não sendo elas exclusivas, assim como as primárias. As principais
fontes de informações secundárias são: banco de dados, relatórios de analistas, publicações
governamentais e relatórios setoriais.
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3.2.2. Valorização da informação
A procura de novas formas de monitorar o mercado é grande, saber o que acontece com
concorrentes e fornecedores para prever o mercado futuro é de suma importância, mas os
observados também precisam de informações. Visando isso, a empresa estabeleceu o
programa de conscientização interna (institucional) que se preocupa em proteger seus projetos
e informações, com intuito de levar aos membros da organização a importância de que as
informações internas da empresa fiquem na empresa. Foram adotadas práticas como: desligar
computadores ao sair, não levar informações e projetos da empresa para casa após o serviço,
atentar para os locais de conversa sobre estratégias da organização. São ações simples, mas
que levaram à consciência dos membros da organização a importância da proteção da
informação.
3.2.3. Análise de dados
A fase de análise exige além informações primárias e secundárias coletadas, uma outra forma
dados que dê respaldo em situações similares em análise, a criação de banco de dados
viabiliza a análise no caso da viabilidade de novos investimentos e/ou novos projetos. O
banco de dados (institucional) foi criado pela organização com intuito reunir dados e
informações suficientes para apoiar a qualquer novo investimento dentro da companhia, bem
como reúne dados de monitoramento de investimentos e projetos no mesmo segmento de
mercado, verificando a estruturação, processos, compatibilidade, recursos envolvidos e o
acompanhamento de viabilidade de novos empreendimentos e o porquê da implantação.
3.2.4. Adquirindo informações
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O acesso a bancos de dados requer procedimentos para se extrair informações para posterior
análise. Sujeitos à realização da análise do banco de dados, a organização mantém o contínuo
monitoramento de fornecedores, mas estabeleceu no seu âmbito empresarial a criação do
folheto informativo diário (local) que contem informações do tipo: investimentos dos
fornecedores em novas tecnologias que melhoram seus processos resultando em qualidade
para os clientes (a organização), ações de mercado e situações econômicas dos principais
fornecedores e clientes, informativos sobre deslizes ocorridos na entrega de fornecedores a
outros clientes, acidentes envolvendo clientes e fornecedores.
Com esse folheto diário, principalmente as áreas responsáveis pela estratégia de mercado,
área de compras e comercialização se preparam para uma nova e futura situação de mercado.
O uso de tal ferramenta facilita e ajuda na criação da carteira de fornecedores confiáveis, com
riscos diminuídos, garantindo qualidade de serviços e materiais oferecidos, de forma a
preservar também a imagem da organização frente ao mercado tão competitivo.
3.2.5. Reuniões informais
Orientados sobre a nova ótica de informações que é disponibilizada em tempo constante na
organização, a prática de reuniões informais (institucionais) se torna uma prática que mantém
a política da empresa de se manter orientada às realidades do mercado. Devido às mudanças
que ocorrem com fornecedores, concorrentes e em principal às questões que são pertinentes
ao cliente como: atendimento e entrega. Elo de fundamental importância em qualquer cadeia
de negócios o cliente é o principal foco a se ater no caso de mudanças mercadológicas
repentinas. As reuniões que ocorrem na organização apresentam questões como mudanças
estratégicas para atendimento ao cliente, monitoramento de mercado, ações do concorrente,
onde monitorar como fazer, verificação da viabilidade das ações e respostas obtidas com essa
prática de mercado.
3.2.6. Foresight auxiliando a estratégia e planejamento organizacional
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Basicamente, as técnicas de Foresight se auto-ajustam às técnicas utilizadas pela Inteligência
competitiva para apoiar as tomadas de decisões da organização “X”, segundo um olhar ao
longo prazo.
Na organização “X” o foresight num primeiro instante, busca a coleta de dados das ciências e
tecnologias emergentes que podem contribuir de forma positiva ou negativa aos processos
organizacionais (institucional), na consolidação dessas informações. Em seqüência as
informações consolidadas a partir destes dados são submetidos as variações mercadológicas
aplicáveis e verifica-se, num terceiro momento, as ações que deverão ser tomadas mediante os
cenários construídos. Possibilita que a organização esteja ciente do futuro desconhecido, que
na verdade se torna aparente pela técnica de olhar o futuro (foresight). Auxiliando as decisões
estratégicas e de planejamento organizacional a moldar e determinar um futuro cenário ao
longo prazo, segundo as hipóteses construídas a partir da técnica utilizada.
A utilização da técnica Foresight na organização “X”, ajustou a estratégia e planejamento
para um novo empreendimento voltado para o processo de tratamento do produto acabado,
com foco ambiental. Visando a antecipação das normas dos agentes reguladores e legislações
ambientais com tendências mundiais, o processo das técnicas foresight auto-ajustado com a
Inteligência competitiva auxiliou a posição estratégica e de planejamento da organização
preparando-a para as novas tendências das legislações ambientais.
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4 ANÁLISE DAS PRÁTICAS DA ORGANIZAÇÃO EM GESTÃO DO CONHECIMENTO
E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
As práticas da organização permitem estabelecer comparações tanto positivas quanto
negativas. Pode ser percebido também que, ainda que as intenções e práticas sejam eficazes,
sempre irá existir contra pontos que prejudicam o desenvolvimento de programas
desenvolvidos pela empresa.
4.1. Melhorias a serem implementadas
Existem barreiras que surgem para impedir o crescimento da Gestão do Conhecimento nas
organizações, como: as crenças e modismos antigos que precisam ser sacrificada e que
acabam não sendo, levando ao entrave de desenvolvimento organizacional prejudicando o
crescimento do conhecimento interno a organização.
Outro tópico a ser melhorado na organização é o “sufocamento” das novas idéias nos
nascedouros, pela sistemática de gerentes e pessoas que com respostas do tipo: sempre foi
assim! Desestimulam os colaboradores da organização que possuem idéias implícitas de
grande importância para organização e sua competitividade.
O nível de tolerância a erros e a maneira como a empresa trata os erros do funcionário,
implica na postura crítica e na sua criatividade, sufoca o instinto inovador e juízo de idéias.
A Gestão do Conhecimento possui fatores implícitos e explícitos, há pessoas que não
repassam automaticamente seus conhecimentos que são implícitos, existindo assim barreiras
individuais que tornam os membros menos dispostos e menos capazes de fazê-lo, há
funcionários que consideram algumas áreas do seu conhecimento pessoal como parte de sua
base de poder na empresa, ou como seu negócio particular.
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A “cegueira organizacional”, o uso do conhecimento externo em excesso, tipos específicos de
consultoria atestam a cegueira organizacional. As tarefas de rotina diária acabam por tapar e
impedir ações tão simples e necessárias ao ponto de necessitar de relações com consultores e
especialistas atestando a incapacidade de observação da organização e resolução de
problemas.
4.2. Análises positivas
A organização em análise se destaca pela utilização e empenho das ferramentas desenvolvidas
na empresa, a proteção das informações na organização é um dos pontos positivo na análise
da organização, as empresas não somente necessitam da instalação de barreiras contra
hackers, procedimento de destruição de documentos, cópias de controladas de documentos e
projetos, em focar na proteção dos ativos físicos. Mas, estabelecer que a principal fonte de
vazamento de informações se dá pelos membros da organização, as pessoas não são
preparadas e estão inconscientes sobre a possibilidade de serem alvos de monitoramento de
outras empresas, assim como a organização em análise faz com os concorrentes, fornecedores
e clientes.
As informações que são conseguidas através da Inteligência Competitiva implicam que outra
ferramenta de estratégia seja usada, a técnica Foresight. Esta técnica alia-se a Inteligência
competitiva e a Gestão do Conhecimento como forma de se estabelecer, a ferramenta de
observação do futuro ao curto e longo prazo. Principalmente para novas formas e melhorias
de tecnologia, com objetivo de identificar áreas estratégicas e com benefícios potenciais. Mas,
toda essa visão de um futuro está calcada sobre informações colhidas no presente, isso se deve
possibilidade de haver uma Gestão de Conhecimento adequada e que estabeleça o fluxo
contínuo do conhecimento interno a organização em todas suas áreas, como ocorre na
organização em questão.
No que tange a Gestão do Conhecimento e seus vários âmbitos, a organização se destaca pela
capacidade visionária do desenvolvimento de conhecimento dentro da organização. A
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universidade dentro da organização trouxe a especialização de profissionais nas áreas de
interesse, que é de suma importância para a organização, mas sem que os profissionais
especializados percam sua capacidade de análise macro-organizacional. Este profissional
inserido na área de interesse da organização traz em conjunto a redução da utilização de
membros externos a organização, que por muitas das vezes estão em contato direto com
informações do interesse dos concorrentes. Estes são os consultores, que a cada requisição da
prestação dos seus serviços à organização, evidenciam a sua “cegueira organizacional” e
incapacidade na solução de problemas ou melhorias em suas instalações.
O conhecimento estabelecido na organização se move entre ciclos contínuos; o implícito e o
explicito. Isso revela o que propunha Nonaka e Takeuchi (1997) onde “os indivíduos
adquirem conhecimento movendo-se em ciclos entre o conhecimento implícito e o explícito.
Uma forma de estabelecer este ciclo constante de conhecimento é utilizando algumas práticas
como as que seguem:
O treinamento dos membros atuantes no processo produtivo, no caso os iniciantes no cargo,
são impostos ao treinamento técnico interno à empresa (curso exclusivo) para adquirir base
sólida de conhecimento e após a etapa teórica, o mesmo é iniciado na parte prática,
acompanhando o empregado com maior tempo de serviço e que preferencialmente tenha uma
didática fácil para repassar ao iniciante o conhecimento principalmente tácito, que é adquirido
por meio da observação preferencialmente, que por muita das vezes não são revelados nas
teorias, treinamentos e geralmente não são encontrados em nenhuma literatura.
Outro ponto a se destacar é o treinamento dos membros iniciantes no controle da planta
produtiva que é implementado por software computacional. O treinamento é ministrado por
meio de um simulador, onde todas as situações possíveis e previstas são representadas para se
avaliar as atitudes dos membros em treinamento. Após a simulação são discutidos as ações
dos mesmos e o que pode ser mais bem observado pelos membros na próxima simulação.
Dessa forma a empresa garante a preparação do funcionário para atuação concisa e segura em
situações adversas, que muitas das vezes geram riscos potenciais de sinistro.
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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A estrutura abaixo representada pela FIGURA 3 esquematiza como a empresa está alicerçada
nas teorias revisadas (G.C, I.C e Foresight) e as ferramentas que ela utiliza em cada uma das
metodologias.
FIGURA 3 - Tripé de sustentação da vantagem competitiva
Fonte: Autor da pesquisa
A vantagem competitiva estabelecida pela Organização “X” após implementação do esquema
supracitado está relacionada abaixo:
- Volume de combustíveis consumidos é igual ao volume de matéria-prima extraída
- Detentora da tecnologia de extração de matéria-prima off-shore e venda desta tecnologia
- Forte presença internacional
- Referência em P&D na América Latina.
- Geração contínua de inovações na área tecnológica
Geração do
Conhecimento
G.C.
Inovação
Contínua
Vantagem Competitiva
Foresight
Ambiente Competitivo
Organização
Inteligência
Competitiva
-Universidade
-Reconhecimento
e recompensa
-Gestão de
mudança à vista
-Rodízio de
postos Gerenciais
-Treinamento
estilizado
-Planejamento
estratégico,
segundo futuro
planejado
-Novas
tendências
tecnológicas
-Monitoramento
de mercado
-Valorização da
informação
-Análise de
informações para
aquisição de
dados
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6 CONCLUSÃO
A consolidação deste trabalho atingiu o resultado esperado, a partir da análise das teorias e
práticas adotadas pela organização, observa-se a sustentabilidade da empresa através da
geração do conhecimento organizacional, mapeamento e monitoramento do ambiente
competitivo. O trabalho propôs melhorias no processo que engloba a Gestão do
conhecimento, Inteligência competitiva e as técnicas Foresight no âmbito da organização
“X”. Está pesquisa recomenda um estudo mais aprofundado, focado nas melhorias que
deverão ser implementadas na organização “X” em análise: questões relacionadas com cultura
organizacional e a quebra dos antigos paradigmas, fatores relacionados à “cegueira
organizacional”: “onde estará o tapa olhos?”. Diante dessas observações têm-se novas
oportunidades para aprofundar esta pesquisa, auxiliando assim a melhorar ainda mais as
oportunidades para manter e aumentar a sustentabilidade competitiva organizacional num
mercado tão acirrado, alicerçado nas inovações tecnológicas.
O estudo e aplicação das teorias supracitadas possibilitam a construir um modelo de
sustentabilidade e manutenção da vantagem competitiva da organização, em relação ao
mercado emergente de novas tecnologias, métodos de monitoramento e surgimento de novos
conhecimentos. Na FIGURA 3 a empresa se insere num ambiente competitivo, e para que a
mesma tenha vantagem competitiva é necessário que utilize recursos e técnicas como as que
seguem: Gestão de conhecimento interno à organização, conhecido como Capital intelectual é
um ativo intangível de extremo valor para a organização e que não está contabilizado como
patrimônio da mesma, integrante e grande contribuinte para geração da inovação contínua.
Inteligência competitiva que promove o monitoramento dos mercados, do ambiente e da
segurança das informações da empresa, esta ferramenta é utilizada para prospectar novas
formas de processos, maquinários, tecnologias, métodos, clientes fornecedores, etc... A
Inteligência competitiva se vê auxiliada pela técnica de Foresigh, que procura estabelecer
parâmetros de referências, com a proposição de construção de possíveis cenários
mercadológicos, de forma a estabelecer novos modelos de gestão preparados para as
mudanças que são esperadas, novas estratégias e táticas são planejadas de forma que as
tendências de curto e longo prazo, antes não previstas, sejam conhecidas. Desta forma a
organização estabelece a inovação contínua, focada no diferencial de vantagem competitiva
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estabelecido pela geração do conhecimento organizacional e conseqüente inovação.
Resultando em uma organização com forte presença no mercado, competitiva e inovadora que
se mantém num mercado tão acirrado, sustentado por novas tecnologias.
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Kirk Tyson Internationa, 1998.
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GLOSSÁRIO
Foresight Previsão
Society of competitive intelligence professionals Sociedade dos
profissionais de inteligência competitiva
Feed-back Realimentação, retorno de ações
Business intelligence Trabalho de inteligência
Data mining Ferramenta para captura e extração de informações de
arquivos estruturados
Data warehouse - Ferramenta para captura de informações de arquivos
estruturados
Technology foresight Tecnologia de previsão, técnica de previsão
Forecasting Estrutura de adiantamento, dianteira
Technology assessment Tecnologia de avaliação
RoadmapsMapa de caminhos, oportunidades
Environmental scanningExploração ambiental, monitoramento do ambiente
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LICENÇA
<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/2.5/br/"><img
alt="Creative Commons License" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/
by-nd/2.5/br/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dc="http://purl.org/dc/elements/1.1/"
href="http://purl.org/dc/dcmitype/Text" property="dc:title" rel="dc:type">GEST&#195;O
DO CONHECIMENTO E INTELIG&#202;NCIA COMPETITIVA COMO
INSTRUMENTO DA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL</span> is licensed
under a <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/2.5/br/">Creative
Commons Atribui&#231;&#227;o-Vedada a Cria&#231;&#227;o de Obras Derivadas 2.5
Brasil License</a>.
LUCAS EVANGELISTA DA COSTA 05729188609 TEL: 55-31-96662694
NOME DA OBRA: GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
COMO INSTRUMENTO DA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
AREA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
DATA DE CRIAÇÃO: DEZEMBRO DE 2006, LOCAL: BELO HORIZONTE, MINAS
GERAIS.
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